Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FUNCIONAL E
FITOTERAPIA
Daniel Aguirre
Luciana de Souza
Fitoterapia aplicada
à nutrição
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A fitoterapia é a ciência que estuda as plantas medicinais e seu uso no
tratamento de doenças. Assim, muitos nutrientes são relacionados com a
fitoterapia, o que faz do profissional de nutrição a referência para orientar
a população.
Neste capítulo, você vai aprender o conceito de fitoterapia, relacionar
com os aspectos nutricionais e reconhecer a prescrição dos fitoterápicos
pelo profissional de nutrição.
Conceito de fitoterapia
A fitoterapia é uma das mais antigas práticas terapêuticas usadas pelo
homem. Antigamente, era considerada uma medicina popular e alternativa,
porém, hoje, a fitoterapia tem sido cada vez mais usada e reconhecida nos
meios médicos e científicos, sobretudo em virtude de sua ação terapêutica,
comprovada por experimentos científicos. O isolamento do princípio ativo
das plantas e o estudo de seus mecanismos farmacológicos constitui uma das
prioridades da farmacologia.
Até que o princípio ativo não seja isolado, as plantas medicinais são utiliza-
das como remédios caseiros, principalmente sob a forma de chás e ultradilui-
ções ou sob a forma industrializada, mediante o extrato homogêneo da planta.
A fitoterapia utiliza a parte externa ou interna de vegetais in natura ou
na forma de medicamentos. Para isso, usa-se diferentes partes da planta nas
preparações, como raiz, casca, flores ou folhas, sendo que o chá é a forma
mais utilizada, preparado por meio da decocção ou infusão.
A fitoterapia é uma ciência que permite o vínculo entre o homem e o
ambiente, com acesso ao poder da natureza, ajudando o organismo na norma-
lização das funções fisiológicas prejudicadas, na restauração da imunidade, na
promoção da desintoxicação e no rejuvenescimento. Com isso, pode-se dizer
que as plantas medicinais são importantes fatores para manter as condições
de saúde das pessoas.
Além das ações terapêuticas comprovadas cientificamente, a fitoterapia
tem importância na cultura popular, pois, durante muito tempo, foi um saber
utilizado e disseminado pelas populações ao longo de gerações.
Você sabia que há diferença entre planta medicinal e fitoterápico? Segundo
a Organização Mundial da Saúde (OMS), planta medicinal é todo e qualquer
vegetal com substâncias que podem ser utilizadas com fins terapêuticos ou
que sejam precursores de fármacos semissintéticos (VEIGA JUNIOR; PINTO,
2005). Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as plantas
medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição
de uso como remédio em uma população ou comunidade (BRASIL, [201-?]).
O uso adequado das plantas medicinais poderá contribuir com o sistema local de
saúde, promovendo a autonomia dos indivíduos no cuidado à saúde no sistema
público, pois consiste em uma alternativa viável e de baixo custo.
A união dessas duas ciências também permite que, cada vez mais, seja
possível reduzir o uso de produtos químicos, sintéticos e concentrados para
controlar a saúde, fazendo com que o indivíduo tenha uma vida mais equili-
brada e saudável. Um aspecto nutricional bastante relacionado à fitoterapia é
o fato de auxiliar na perda de peso e no correto funcionamento do organismo
como um todo.
Estudos realizados na Índia apontam que o consumo de curcumina –
substância presente no açafrão – contribui para induzir células de câncer de
mama à morte.
Tudo isso mostra que saber orientar o paciente sobre uma alimentação
equilibrada – incluindo nas refeições elementos como alho e temperos, que
têm potencial fitoterápico – é muito importante para otimizar os resulta-
dos de um tratamento, sendo possível reduzir diversos sintomas relatados
pelos pacientes por meio do uso das ervas aliadas à alimentação equilibrada
e individualizada. O uso de produtos fitoterápicos serve, então, como um
complemento que potencializa os resultados.
De modo geral, suas propriedades são indicadas, principalmente, para tratar
ansiedade, depressão, desânimo e inflamações, além de atuar na prevenção
de doenças crônicas não transmissíveis.
A seguir, são citados exemplos de alguns fitoterápicos e sua relação com
aspectos nutricionais:
Cuidado nunca é demais! Não se pode dizer que todo fitoterápico é bom para todo
mundo. É preciso conhecer a forma como ele vai agir, por quanto tempo e até que
ponto pode beneficiar. Muitos fitoterápicos interagem com os nutrientes do organismo,
com os medicamentos que tomamos e, por isso, qualquer prescrição deve ser avaliada
com muito cuidado.
Leituras recomendadas
ANTONIO, G. D.; TESSER, C. D.; MORETTI-PIRES, R. O. Contribuições das plantas medi-
cinais para o cuidado e a promoção da saúde na atenção primária. Interface, Botu-
catu, SP, v. 17, n. 46, p. 1-22, jul./set. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
icse/2013nahead/aop2113.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2017.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medicamentos fitoterápicos: definição.
[201-?]. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/
definicao.htm>. Acesso em: 19 jun. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégi-
cos. Departamento de Assistência Farmacêutica. A fitoterapia no SUS e o Programa
de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos. Brasília, DF: Ministério
da Saúde, 2006.
BRUNING, M. C. R.; MOSEGUI, G. B. G.; VIANNA, C. M. de M. A utilização da fitoterapia
e de plantas medicinais em unidades básicas de saúde nos municípios de Cascavel
e Foz do Iguaçu – Paraná: a visão dos profissionais de saúde. Ciência & Saúde Coletiva,
Rio de Janeiro, v. 17, n. 10, p. 2675-2685, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/csc/v17n10/17.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2017.
CAMARGO, S. de; PEREIRA, V. B. de L. A prática da fitoterapia pelo nutricionista: algu-
mas reflexões. RASBRAN : Revista da Associação Brasileira de Nutrição, São Paulo, v.
5, n. 1, p. 69-72, jna./jun. 2013.
CARRANO, T. L. As consequências da fitoterapia no tratamento da obesidade: uma revisão
de literatura. 2015. 30 fls. Monografia (Graduação em Nutrição)- Faculdade de Ciências
Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2015.