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FUNCIONAL E
FITOTERAPIA
Daniela Aguirre
Luciana de
Souza
Revisão técnica:
Sandra Muttoni
Nutricionista e Professora. Especialista em Nutrição Clínica e Dietética
pelo Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC)
Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE)
Mestre em Medicina - Ciências Pneumológicas pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
ISBN 978-85-9502-128-0
Introdução
Os alimentos têm uma complexa estrutura, são ricos em inúmeras
substâncias essenciais para o funcionamento do organismo. As reações
bioquímicas e fisiológicas de cada órgão dependem dos alimentos e de
todos os componentes que eles carregam.
Além dos nutrientes que você já conhece – fundamentais para a
manutenção e o funcionamento celular –, existem diversas substâncias
biologicamente ativas com capacidade terapêutica nas funções orgâ-
nicas do ser humano. Princípios ativos são utilizados na fitoterapia,
nos medicamentos, na nutracêutica e junto da matriz alimentar. Para a
elaboração de diversos fármacos, o princípio ativo de um vegetal (subs-
tância de ação farmacológica), por exemplo, é extraído para a produção
de um medicamento ou um nutracêutico. Outro exemplo é encontrado
na fitoterapia, em cuja prescrição da preparação de um infuso deve ser
especificada a dosagem, a temperatura e o tempo de infusão para extrair
ou disponibilizar o princípio ativo da planta, para que o efeito desejado
seja alcançado.
Existem inúmeros alimentos, entre frutos, vegetais e folhas (principal-
mente) com princípios ativos. Diversos estudos foram feitos e compro-
varam a influência terapêutica na prevenção de doenças e na redução
do risco de desenvolvimento de patologias.
Definições
As definições aqui mencionadas foram encontradas no site da Agência Nacio-
nal de Vigilância Sanitária (Anvisa). No site, você encontra essas definições
e muitas outras relativas aos benefícios de manter uma alimentação adequada
para a saúde humana. As informações estão disponíveis no site da ANVISA
(BRASIL, [2017]), nas seções Glossário e Conceito e definições.
Ácidos orgânicos
Os ácidos orgânicos são encontrados em grande variedade de vegetais e frutas,
como melancia e laranja. Podem ser citados os ácidos oxálico, ascórbico,
tartárico, málico, cítrico, quínico e pirúvico.
Os ácidos orgânicos têm ação antioxidante, reduzindo o estresse oxidativo
e o risco de doenças. Alguns deles, como malato e citrato, são moduladores
de AGCC e aumentam a concentração de butirato, substância que eleva e
otimiza a absorção de minerais essenciais para o funcionamento adequado
do organismo (MARQUES, 2014).
Alcaloides
Os alcaloides são compostos encontrados em vegetais. São percebidos em
baixas concentrações, mas apresentam intensa atividade. Geralmente, encon-
tram-se combinados com ácidos orgânicos ou taninos (MARQUES, 2014).
Sua atividade é antioxidante e anti-inflamatória, agindo em diversas reações
que envolvem o sistema nervoso central e periférico.
Flavonoides
Os flavonoides são um grupo dos compostos fenólicos encontrado em frutas,
legumes, nozes, sementes e ervas. No grupo dos flavonoides estão as flavonas,
com vários componentes individuais, como a quercetina. As catequinas e
antocianinas também fazem parte dos flavonoides. Têm ação antioxidante
com alta capacidade de neutralização de radicais livres, ação anti-inflamatória,
imunomoduladora e cardiovascular (MARQUES, 2014).
Isoflavonas
As isoflavonas estão presentes na soja, lentilha e ervilha. Têm ações estrogê-
nicas e antiestrogênicas. São antioxidantes, protetoras em doenças cardiovas-
culares e auxiliam na osteoporose, em alguns tipos de câncer e no diabetes
(MARQUES, 2014).
Lignanas
As lignanas apresentam ação favorável na redução de colesterol total e LDL,
além de terrem efeito antiestrogênico e colaborarem na diminuição do risco
de alguns tipos de câncer e na proteção cardiovascular (MARQUES, 2014).
Terpenos
Existe uma diversidade de tipos de terpenos. Alguns são conhecidos por
tetraterpenos e englobam o licopeno e o alfa e betacaroteno, que apresentam
ação antioxidante e anti-inflamatória. São muito utilizados em indústrias para
elaboração de medicamentos, perfumes, saborizantes, inseticidas e aromati-
zantes (MARQUES, 2014).
Saponinas
As saponinas são derivadas dos triterpenos, encontrados nas leguminosas, no
alho, na cebola e no chá verde. As saponinas esteroides também são encon-
tradas em diversos alimentos. As saponinas do grupo B, principalmente, têm
ação antioxidante, anti-inflamatória, antimicrobiana e hipocolesterolêmica.
Taninos
Os taninos pertencem ao grupo de compostos fenólicos e têm característica de
reação com as proteínas, sendo os principais responsáveis pela diminuição de
biodisponibilidade das proteínas nas leguminosas. Sua capacidade é antioxi-
dante, vasodilatadora, cicatrizante e de proteção cardiovascular (MARQUES,
2014).
Luteína e zeaxantina
A luteína e a zeaxantina são substâncias pertencentes ao grupo dos carotenos,
mas não são provitamina A. Apesar disso, a literatura aponta capacidade
protetora desses pigmentos contra doenças oftálmicas, além de terem ação
antioxidante (COSTA; ROSA, 2010).
Antocianinas
As antocianinas são pigmentos encontrados em alimentos como frutas e
vegetais, conferindo as cores roxa e avermelhada. Têm potencial antioxidante,
anticarcinogênico, anti-inflamatório e antimicrobiano (COSTA; ROSA, 2010).
Licopeno
O licopeno pertence ao grupo dos carotenoides. Tem capacidade antioxi-
dante, melhora as comunicações gap-juncionais e os genes de defesa oxidativa
(COSTA; ROSA, 2010). É atribuída ao licopeno a função benéfica na ateros-
clerose, de acordo com algumas literaturas.
Polissulfeto de alila
O polissulfeto de alila é um princípio ativo que apresenta alta capacidade na
prevenção e no controle da hipertensão arterial (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).
Leituras recomendadas
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. DCB: definições. [2017]a. Disponível
em: <http://portal.anvisa.gov.br/dcb/conceitos-e-definicoes>. Acesso em: 11 maio 2017.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Glossário de definições legais. [2017]
b. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_f.
htm>. Acesso em: 11 maio 2017.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia para comprovação de segurança
de alimentos e ingredientes. Brasília, DF: ANVISA, 2013. Disponível em: <https://goo.gl/
zqTrD3>. Acesso em: 11 maio 2017.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta pública nº 94, de 6 de
novembro de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 07 nov. 2003. Disponível em:
<http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B5840-2-0%5D.PDF>. Acesso
em: 11 maio 2017.