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FLORIANÓPOLIS
2018
1
Município Emancipado será o termo utilizado no decorrer deste trabalho, designando os novos
municípios criados.
2 Município Sede será o termo utilizado para aqueles municípios de onde derivaram os municípios
emancipados.
AURÉLIO TADEU DORSCHAIDT
FLORIANÓPOLIS
2018
AURÉLIO TADEU DORSCHAIDT
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
Prof. MSc. Arcângelo dos Santos Safanelli
____________________________________
Prof. Marcus Vinicius Andrade de Lima, Dr.
FLORIANÓPOLIS
2018
À minha esposa pelo exemplo de humildade,
bravura e dignidade, uma verdadeira guerreira,
sempre comigo.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho tem como objetivo comparar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos
Municípios emancipados com os dos respectivos Municípios sedes no Estado de Santa Catarina,
procurando verificar se houve avanço ou retrocesso decorrente do processo emancipatório. A
pesquisa se caracteriza pela abordagem quantitativa, documental e bibliográfica. Na coleta dos
dados foram pesquisados dados sobre os municípios de Santa Catarina que passaram pelo
processo de emancipação a partir do ano de 1995. Foram coletados dados de instalação dos
municípios assim como os índices IDH’s, populações e elementos de caracterização dos
mesmos em sites e documentos. Ao final da pesquisa observou-se em todos os casos que não
houveram retrocessos. Foi constatado que em alguns casos houve um índice de
desenvolvimento expressivo em relação aos municípios sedes.
The objective of this study is to compare the Human Development Index (HDI) of emancipated
municipalities with those of the respective municipalities in the State of Santa Catarina, seeking
to verify if there has been progress or regression due to the emancipatory process. The research
is characterized by the quantitative, documentary and bibliographic approach. In the data
collection, data were collected on the municipalities of Santa Catarina that underwent the
emancipation process from 1995 onwards. Data were collected on the installation of the
municipalities, as well as the HDI indices, populations and characterization elements in sites
and documents . At the end of the research it was observed in all cases that there were no
setbacks. It was found that in some cases there was an expressive development index in relation
to the municipal districts.
Quadro 4 Dados dos os municípios: Concórdia e Alto Bela Vista–Oeste de Santa Catarina 51
Quadro 7 Dados dos municípios Otacílio Costa e Palmeira - Região Central do Estado 52
Quadro
10 Dados dos municípios: Xanxerê e Bom Jesus- Oeste do Estado 53
Quadro
11 Dados dos municípios: Marema e Entre Rios- Oeste do Estado 53
Quadro
12 Dados dos municípios: Modelo e Bom Jesus do Oeste - Oeste do Estado 54
Quadro
13 Curitibanos e Frei Rogério – Dados dos municípios: Curitibanos e Frei Rogério 54
Quadro
14 Dados dos municípios: Tangará e Ibiam 54
Quadro
15 Dados dos municípios: Videira e Iomerê - Região Central do Estado 55
Quadro
16 Dados dos municípios: São Carlos e Cunhataí 55
Quadro
17 Dados dos municípios Maravilha, Tigrinhos e Flor do Sertão 55
Dados dos municípios São José do Cedro e Princesa 56
Quadro
18
Quadro
19 Dados dos municípios de São Miguel do Oeste/ Bandeirante e Barra Bonita 56
Quadro
20 Dados dos municípios Ituporanga e Chapadão do Lajeado 56
Quadro
21 Dados dos municípios Joaçaba e Luzerna 57
Quadro
22 Dados dos municípios de Campos Novos/Zortéa e Brunópolis 57
Quadro
23 Dados dos municípios de Sombrio e Balneário Gaivota 57
Quadro
24 Dados dos municípios de Araranguá e Balneário Arroio do Silva 58
Quadro
25 Ranking comparativo dos municípios sede IDH 1991,2000 e 2010 58
Quadro Número, percentual e tipo de oscilação do IDH dos municípios sede anos 1991, 2000 e
26 2010 59
Quadro
27 Ranking comparativo dos municípios emancipados IDH 1991, 2000 e 2010 61
Quadro
28 Comparativo em percentual do desempenho de IDH nos anos 1991, 2000 e 2010, 61
nos municípios emancipados estudados
Quadro
29 População e Posição de IDH dos municípios emancipados que sofreram 62
queda no ranking IDH de 2000 para 2010.
Quadro
30 Valores de IDH 1991, 2000 e 2010, médias e diferença atribuídos aos 65
munícipios sede e munícipios emancipado
Quadro
31 Municípios Sede com seus respectivos IDH e suas variações dos anos 1991,2000 e 2010 68
Quadro
32 Municípios Sede com Maior e Menor IDH nos anos 1991, 2000 e 2010 69
Quadro Municípios Emancipados com seus respectivos IDH e suas variações dos anos 1991, 2000
33 e 2010. 70
Quadro
34 Municípios Emancipados com Maior e Menor IDH nos anos 1991, 2000 e 2010 71
Quadro
35 Média anual de IDH para os Municípios Sede e Emancipados: 1999/2000/2010 73
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CF Constituição Federal
IDG Índice de Desigualdade de Gênero
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IDHAD Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade
IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPM Índice de Pobreza Multidimensional
ONU Organização das Nações Unidas
PIB Produto Interno Bruto
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPP Poder de Paridade de Compra
RDH Relatório de Desenvolvimento Humano
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO 15
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA 15
1.2 OBJETIVOS 18
1.2.1 Objetivo Geral 18
1.2.2 Objetivos Específicos 18
1.3 JUSTIFICATIVA 18
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO 19
2.0 REFERENCIAL TEÓRICO 20
2.1 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO 20
2.1.1 Estado e seus elementos constitutivos 20
2.1.1.1 Incorporação, subdivisão, fusão e desmembramento . 22
2.1.1.2 Histórico da Emancipação dos Municípios no Brasil 23
2.2 INDICADORES NA GESTÃO PÚBLICA 26
2.2.1 Indicadores 26
2.2.2 Indicadores Socioeconômico 28
2.2.3 Índice de Desenvolvimento Humano 30
2.2.4 O Índice de Desenvolvimento Humano no Brasil 33
2.2.5 O Relatório do Desenvolvimento Humano 35
2.3 O ESTADO DE SANTA CATARINA 36
3.0 METODOLOGIA 38
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 38
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 39
3.3 UNIVERSO E AMOSTRA............................................................................................................... 40
3.4 TÉCNICA DE COLETA E DE ANÁLISE DE DADOS 40
3.5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO............................................................................................................ 42
4.0 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS.............................................................................. 42
4.1 O ESTADO DE SANTA CATARINA............................................................................................. 42
4.1.1 Breve história de Santa Catarina...................................................................................................... 46
4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS SEDES E EMANCIPADOS....................................... 50
4.2.1 Dados Referenciais entre Municípios Sede e Municípios Emancipados......................................... 52
4.3 IDH DOS MUNICÍPIOS SEDES E RESPECTIVOS MUNICÍPIOS EMANCIPADOS.................. 58
4.3.1 Posição dos municípios sede em relação ao IDH de 1991, 2000 e 2010........................................... 58
4.3.2 Posição dos municípios emancipados em relação ao IDH de 1991, 2000 e 2010.............................. 62
4.3.3 Relação entre o IDH dos municípios emancipados e dos respectivos municípios sede..................... 63
4.3.3.1 Análise dos resultados e dos dados obtidos...................................................................................... 64
5.0 CONCLUSÃO.................................................................................................................................. 76
5.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS 78
REFERÊNCIAS 80
APÊNDICE A 85
Municípios de Santa Catarina, seus desmembramentos e datas de criação
15
1. INTRODUÇÃO
O tema é por demais complexo e não deve ser discutido sob o calor das emoções,
mesmo porque existem diversos interesses políticos de grupos familiares que
procuram manter o status quo ou criar novos cenários de liderança local e estadual.
Esse viés, sob a ótica estritamente política, é um fato insofismável. Não podemos
simplesmente responder se somos favoráveis ou não à emancipação dos distritos. A
questão central é: a emancipação acarretará efeitos positivos tanto para o emancipado
quanto para o Município-mãe? A resposta não pode ser dada sob a ótica política local,
mas sim por critérios objetivos e financeiros (FERRER, 2009, p. 136).
É necessário que haja um ponto de equilíbrio entre a compreensão do que vai fazer
bem na relação da arrecadação e distribuição das receitas e aparelhos públicos versus a
descentralização pela emancipação municipal. Para Bercovici (2008, p. 8): “o debate, portanto,
não deve ser entre descentralização e centralização, mas qual descentralização e para que (e
para quem) descentralizar, para que se evite o desequilíbrio das condições sociais de vida
regionalmente”
Emancipar pode significar inchar a máquina pública simplesmente por criar mais
uma estrutura administrativa, ou emancipar significará customizar receitas com as necessidades
populacionais, aproximando ainda mais a gestão da clientela a ser atendida. Distritos com
grande extensão territorial tendem a ter dificuldades na divisão da receita, bem como a
precarizar seus serviços públicos, tornando-os em muitos casos impraticáveis no que tange ao
desenvolvimento e atendimento das necessidades básicas da população.
16
Apesar deste cenário oportuno e quase de maturidade, onde a população junto com
gestores, tem em suas mãos uma característica física territorial que aponta grandes dificuldades
de uma gestão centralizada, é necessário refletir sobre outros aspectos não menos importantes.
É salutar que seja questionado o modo, a quem, quanto, onde e porque se vai investir em um
processo difícil e longo como este. Se há reclamações que motivem este processo, certamente
existe demanda, mas ao iniciar um processo emancipatório deve-se entender que, o que recebe
com escassez no momento; possa parar de vir. Por outro lado, deverá haver uma mobilização
organizada, objetiva e bem-intencionada dos vários níveis da população, dos políticos em cada
instância de governo da federação, da sociedade organizada local e nos níveis adjacentes.
Em um artigo escrito por Luiz (2009), é introduzida uma reflexão sobre
emancipação a partir de elementos históricos, abordando as questões inerentes a emancipação
de novos territórios, fazendo uma alusão etimológica interessante na seguinte direção: a
sociedade, para compreender e enfrentar as questões e desafios contemporâneos, precisa de uma
constante reconstrução, temáticas da Modernidade, pois seus apelos e desdobramentos são
determinantes das conjunturas e configurações sócio políticas contemporâneas. Esta fórmula
nos torna capazes de identificar processos históricos, enfrentar paradigmas estáticos e a renovar
a certeza da centralidade da razão, como uma das alternativas no processo de busca da
emancipação humana. Ou seja, é imprescindível sentir segurança no porto da razão, mas ainda
assim, apor o inconformismo das revoluções que desencadeiam desenvolvimento.
Hassler (2009) trabalha numa perspectiva de Geógrafo onde a análise se atém aos
fatos concretos, onde a equação emancipatória se dá em criar uma futura cidade fantasma ou
trazer a logística do aparelhamento social à cidade que, por processos de êxodo rural ou falta
de atividade econômica, vem perdendo população e com este caminho trazer de volta
desenvolvimento e pujança às cidadelas.
Com tão grande diversidade de desafios no que tange a encontrar ferramentas de
medidas ou ainda contemplar territorialmente num país de proporções continentais como o
Brasil, qualquer tentativa de generalizar, pode ser fracassada. Assim, conhecendo o fato de que
nas últimas duas décadas 11 municípios se emanciparam em Santa Catarina, as grandes dúvidas
são: como aconteceu, em quantos deles os objetivos da emancipação foram atingidos, quais os
aparelhos legais e institucionais foram usados e decisivos nos resultados.
A ideia central a ser desenvolvida ao longo desta pesquisa consistirá em analisar a
área de desenvolvimento humano no ambiente público, através de algum índice representativo
da referida esfera para os municípios que passaram nas últimas décadas pelo processo de
emancipação. Foi selecionado o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), por ser este o
17
índice que diferente do PIB e o PIB per capito que levam em consideração apenas aspectos de
evolução econômica. O IDH tem uma abordagem que avalia questões humanas e sociais, dando
uma perspectiva também com base em aspectos como saúde e educação.
Discussões acerca da qualidade de vida da população, espelhada em seus
indicadores, se fortaleceram a partir das discussões sobre o seu real significado e de seus
conceitos, como: prosperidade, progresso e principalmente, desenvolvimento. Para isso, os
governantes devem enfrentar inúmeros desafios e limitações, na busca pelo aumento da
qualidade de vida de seus governados. Gomes (2009, p.44) afirma que, “uma função essencial
da administração pública ou das políticas públicas de gestão é mitigar tais limitações com vistas
ao aumento de eficiência, seu objetivo primordial”. Assim, para obter o sucesso nas políticas
públicas, os governantes devem incessantemente buscar pelo efetivo cumprimento das funções
primordiais da Administração Pública: o aumento da eficiência e eficácia.
Nesse contexto, a gestão pública municipal (com a corrente da administração gerencial
sendo cada vez mais colocada em prática), já não pode mais apenas ser correta por análises
exclusivamente de marketing político. O gestor municipal e os demais prestadores de serviços
públicos, não podem apenas se ater a uma performance baseada em obras de aparência ou não
figurar em situações de corrupção ou possuir um bom marketing pessoal, devem preocupar-se
principalmente com resultados efetivos de gestão, na qualidade de vida e economia da
população. Assim, se torna cada dia mais importante e efetivo, tanto no acompanhamento de
gestão, quanto na mensuração do desenvolvimento, facilitar o efetivo controle pelos órgãos de
fiscalização e auditoria de resultados, os índices e suas correlações.
O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano ainda é um dos principais índices que
refletem o direcionamento da Administração Pública brasileira e mundial. Os relatórios
referentes ao índice de desenvolvimento humano são elaborados pela ONU através do Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD.
As políticas públicas do Brasil, que recentemente o classifica na octogésima quarta (84ª)
posição do IDH, denotam a resistência em desconsiderar fatores como aumento da expectativa
de vida da população, nível de saúde e taxa de alfabetização como norteadores da administração
pública. Deve-se melhorar a base da política pública, fortalecendo pontos como educação e
saúde para se colher resultados sólidos.
Diante do exposto pretende-se investigar a seguinte questão: Os municípios
emancipados tiveram avanços no seu IDH, comparados com os respectivos municípios sedes?
18
1.2 OBJETIVOS
Comparar o IDH dos Municípios emancipados com dos respectivos Municípios sedes.
1.3.JUSTIFICATIVA
Neste trabalho pretende-se a partir do levantamento dos números resultantes dos índices
apontados pelo IBGE do IDH, nos municípios catarinenses que tiveram seus territórios
diminuídos a partir da emancipação de seus distritos, bem como dos novos municípios verificar
se houve avanço ou prejuízo na relação com seus municípios sedes.
A pesquisa foi realizada no Estado de Santa Catarina, um dos que junto com os demais
da região sul tiveram os melhores índices de IDH apontados do Brasil, caracterizado
principalmente pelas nossas particularidades na relação com outros estados de geografia,
desenvolvimento industrial, clima e demais elementos que fazem Santa Catarina ser comparada
a países europeus.
Mas, ainda que tendo em vista estas diferenças acredita-se que o que foi produzido com
esta pesquisa será uma ferramenta para novos trabalhos que tenham a intenção de aprofundar o
saber e os caminhos mais seguros para as decisões futuras que virem de encontro a perguntas
como emancipar é a solução para meu distrito?
Escolheu-se este tema principalmente por vivenciar a pouco a transição e
consolidação de um novo município distrito da cidade Içara, o novo município do Balneário
Rincão que nesta oportunidade não foi incluso na pesquisa pela falta de dados.
19
2 REFERENCIAL TEÓRICO
soberania estatal, assim, encontra-se no Estado Federativo, o governo central e vários outros
governos locais, que exercem uma ondem jurídica parcial.
O Brasil é composto de Estados Federados ou Estados Membros que gozam de
autonomia. Para Fernandes (2011), nos encontramos em processo de descentralização, gerando
assim “unidades parciais” que exercem sua autonomia política na forma da lei, concedida pela
Constituição. Estas unidades parciais são as “unidades federadas” de que trata Bonavides (2000)
e exercem um “sistema completo de poder, com legislação, governo e jurisdição própria”, sem
com isso, no entanto interferir na competência federal. Corroborando para a ideia de
descentralização, Fernandes (2011) comenta sobre as devidas competências em cada instância:
Por isso mesmo, para que tal descentralização se efetive na prática, é necessária uma
repartição rígida de competências entre o órgão de poder central – União – e as demais
expressões regionais – via de regra, os Estados-membros, mas no caso brasileiro
também os Municípios. (FERNANDES, 2011, p. 222).
A autonomia dos Estados apresenta algumas características, como a capacidade de editar uma
Constituição própria e poder de produzir leis estaduais: Auto-organização e Normatização
própria., segundo Campanini (2011); que continua com o Autogoverno – quando o povo do
Estado escolhe seus representantes nos Executivos e Legislativos locais, por voto direto. A CF
prevê nos artigos números 27, 28 e 125, no âmbito do estado, os três poderes: Legislativo,
Executivo e Judiciário. Os Estados membros devem ainda possuir o poder de
Autoadministração no exercício de suas competências administrativas, legislativas e tributária.
O Distrito Federal também é um ente federativo (art. 1º e 18º CF de 1988),
apesar de não ser Estado-membro ou município, o DF tem competências legislativas e
tributárias reservadas aos Estados e municípios (art. 32, § 1º, e 147 da CF de 1988), com a
exceção do art. 22, XVII da CF de 1988 (o Poder Judiciário no DF é organizado pela União,
havendo assim uma diminuição da autonomia desse ente federativo). (CAMPANINI, 2011).
No artigo 18, parágrafo 1, da Constituição Federal do Brasil, encontramos que “A
organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal. ”
Os Municípios fazem parte da Federação como entidades federativas indispensáveis
22
e indivisíveis, tendo plena autonomia (ver art. 1º; 18; 29; 30 e 34, VII, alínea “c” da CF de
1988). (CAMPANINI, 2011)
Em análise as Constituições contemporâneas, nenhuma outra no mundo tem uma
tão distinta atenção ao Município (CAMPANINI, 2011). A autonomia dos municípios
caracteriza-se de forma semelhante à autonomia dos Estados, segundo Campanini (2011),
conforme os seguintes aspectos:
a) Capacidade de auto-organização e normatização própria: Lei Orgânica Municipal
(artigos 29 e 30 da CF de 1988) e edição de leis municipais;
b) Autogoverno: eleição de prefeito, vice-prefeito e vereadores sem ingerência da
União ou do Estado.
c) Autoadministração: realiza autonomamente as competências administrativa,
tributária e legislativa.
A Constituição Federal prevê em seu art. 18, §4º, as formalidades para a formação de
municípios. Procedimento: 1. Criação de Lei Complementar Federal que estabeleça de
forma geral o período possível para a formação de novos municípios. Tal lei ainda não
foi editada, portanto a norma constitucional do § 4º do art. 18 tem eficácia limitada,
dependendo de complementação. 2. Lei ordinária federal que determine os requisitos
genéricos exigíveis, bem como a apresentação e publicação dos Estudos de viabilidade
Municipal. 3. Consulta prévia, mediante plebiscito, da população diretamente
interessada, ou seja, da população do distrito que se emancipa e se torna município,
bem como da população do município desmembrado. 4. Lei ordinária estadual criando
especificamente o novo município (CAMPANINI, 2011 p. 20).
“De 1984 a 2000 foram instalados [...] 1.405 municípios no país, sendo as regiões Sul
e Nordeste as que mais contribuíram em termos absolutos para esse crescimento.
Como, em 1984, existiam 4.102 municípios no Brasil, os novos municípios
correspondem a um aumento de 34,3%”. (MAGALHÃES, 2007, p.1).
24
• Nova mudança em 2008: Projeto de Lei Complementar 416/08, a esfera estadual volta
a ter autonomia de legislar quanto às emancipações:
Caso esta seja a nova lei a regulamentar os trâmites de emancipação dos municípios; serão dois
os critérios principais para a efetivação do desmembramento: a viabilidade municipal
(econômico-financeiro, político-administrativo e socioambiental e urbano) e o número de
habitantes. A quantidade mínima de habitantes exigida para a criação de um município nas
regiões Sul e Sudeste será de 20 mil; no Nordeste, o mínimo 12 mil habitantes; e nas regiões
Centro-Oeste e Norte, 6 mil habitantes. Ainda, segundo os novos critérios, o primeiro passo
para a criação de um novo município é o pedido na Assembleia Legislativa, assinado por 20%
dos eleitores residentes na área geográfica diretamente afetada, no caso da criação ou
desmembramento. A Assembleia deverá em seguida coordenar um "estudo de viabilidade" do
novo município, caso haja viabilidade financeira e populacional, será realizado o plebiscito que
definirá a criação ou não do novo município. Caso a população rejeite a criação da nova cidade,
25
2.2.1. Indicadores
Segundo Slomski (1999, p. 36), o cidadão, no papel de principal, não sabe com
certeza se o seu gestor público, no papel de agente, está maximizando o retorno de seu capital,
como ele desejaria, na produção de bens e serviços, gerando, assim, uma assimetria
informacional.
Alcançar os objetivos por meio de um planejamento visando aumentar os índices
de desenvolvimento humano vem se mostrando uma tendência para o futuro da governança. A
gestão por resultados, baseada no aumento dos indicadores econômicos e sociais, já é aplicada
atualmente em muitos governos. Gomes (2009), considera que a Gestão por Resultados deve
“focar na efetividade ou no que de fato interessa ao cidadão e a sociedade” A gestão por
resultados não é apenas a aplicação das melhores práticas de gestão com o intuito de equalizar
os investimentos e recursos do município, mas como Gomes (2009) propõe, é elemento
importante até para propor a construção de um projeto de governo:
Para o IBGE, a Síntese de Indicadores Sociais – SIS, faz uma análise sobre a
qualidade de vida e nível de bem-estar da população, bem como da efetivação de seus direitos
humanos e sociais. O estudo busca informações concretas para mapear as desigualdades e seus
30
efeitos sobre a realidade social brasileira, com o objetivo de incorporar políticas públicas
adequadas, que sejam efetivas na eliminação das desigualdades sociais, de gênero, cor, raça ou
grupos de idade.
nas três dimensões do IDG (saúde reprodutiva, autonomia e atividade econômica). Além destes
o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM). O IDH 2010 introduziu o Índice de Pobreza
Multidimensional (IPM), que identifica privações múltiplas em educação, saúde e padrão de
vida nos mesmos domicílios. Estes elementos, educação e saúde baseiam-se em dois
indicadores cada, enquanto a dimensão do padrão de vida se baseia em seis indicadores. Todos
os indicadores necessários para elaborar o IPM para um domicílio são obtidos pela mesma
pesquisa domiciliar (PNUD, 2015).
Os indicadores são ponderados e os níveis de privação são computados para cada
domicílio na pesquisa. Um corte de 33,3%, que equivale a um terço dos indicadores ponderados,
é usado para distinguir entre os pobres e os não pobres. Se o nível de privação domiciliar for
33,3% ou maior, esse domicílio (e todos nele) é multidimensionalmente pobre. Os domicílios
com um nível de privação maior que ou igual a 20%, mas menor que 33,3%, são vulneráveis
ou estão em risco de se tornarem multidimensionalmente pobres (PNUD, 2015).
O Índice de pobreza multidimensional é um indicador complementar de
acompanhamento do desenvolvimento humano e tem como objetivo acompanhar a pobreza que
vai além da pobreza de renda, medida pelo Banco Mundial através do percentual da população
que vive abaixo da linha de pobreza, PPP US$1,25 por dia. Ela mostra que a pobreza de renda
relata apenas uma parte da história. (PNUD, 2015).
Na perspectiva da Organização das Nações Unidas, a compreensão do conceito de
desenvolvimento humano é a forma de compreendermos seu indicador. Ele nasceu definido
como um processo de ampliação das escolhas das pessoas para que elas tenham capacidades e
oportunidades para serem aquilo que desejam ser. (PNUD, 2015)
Diferente da visão apenas econômica, que considera o bem-estar de uma sociedade pelos
recursos ou pela renda que ela pode gerar, a forma como se percebe o desenvolvimento humano
foca-se diretamente nas pessoas, suas oportunidades e capacidades. A renda é importante nesse
sentido, mas como um dos meios do desenvolvimento e não como seu fim. É uma mudança de
perspectiva: com o desenvolvimento humano, o foco é transferido do crescimento econômico,
ou da renda, para o ser humano. (PNUD, 2015)
Em relação às questões de natureza externa, é possível identificar com maior clareza,
por intermédio do IDH, os abismos que separam nações desenvolvidas, em desenvolvimento e
subdesenvolvidas (SILVA; SOUZA-LIMA, 2010).
A base conceitual IDH ainda prevê que para aferir o avanço na qualidade de vida de
uma população é patente ir além do viés puramente econômico e observar outras características
sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana (PNUD,
33
2015).
Em função de sua simplicidade e facilidade de entendimento, os governos e as
instituições públicas passaram a adotar o IDH como uma alternativa para medir o próprio
desempenho. (SILVA; SOUZA-LIMA, 2010)
Esses são os conceitos que encabeçam o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
e também o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), publicados anualmente pelo PNUD
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2015).
Em cada uma dessas esferas temáticas, o PNUD defende a proteção dos direitos
humanos e especialmente a igualdade entre todos. O PNUD (2015) acredita que:
programa que representa a organização da ONU, que promove pesquisa e troca de informações
conectando os países através dos conhecimentos, da experiência e dos recursos que a
organização possui e que são fundamentais para ajudar os governantes a proporcionar uma vida
melhor aos seus cidadãos. O PNUD está presente em 166 países e territórios, trabalhando
diretamente com os governos, instituições e pessoas a fim de ajudá-los a encontrar suas próprias
soluções para as dificuldades mundiais e nacionais de desenvolvimento (PNUD, 2015). Para
além da atuação dentro do país, o PNUD Brasil tem colaborado na implementação da
cooperação horizontal (sul-sul) do governo brasileiro. (PNUD, 2015).
Santa Catarina teve um crescimento de 15,35% entre o IDH do ano 2000 e 2010,
superando os índices dos demais Estados da Região Sul.
O Estado catarinense obteve nota 0,774, sendo que o IDHM varia numa escala de 0
a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor o desempenho do município ou Estado.
37
Gráfico 1- Demonstrativo de IDH de Santa Catarina nos anos 1991, 2000 e 2010
0,77
0,67
0,54
0
2010 ALTO
0
2000 MÉDIO
0
1991 BAIXO
IDH SC
1 2
3 METODOLOGIA
Sendo assim, nesta fase do trabalho será apresentada a metodologia que será utilizada
como referência para esta pesquisa. De forma mais minuciosa, serão descritas sua
caracterização e classificação, seguido pelo universo e amostragem a ser consideradas, as
técnicas de coleta e análise de dados, perspectiva de estudo e, por fim, as limitações do
método de pesquisa.
que levaram às suas conclusões com base em dados reais e numéricos, (tornando-a por este
motivo, também uma pesquisa quantitativa.) Este tipo de pesquisa faz um diagnóstico do
momento atual, baseado em dados fornecidos pelo momento experenciado e limitado pelo
pesquisador. Uma descrição, para ser substancialmente confiável, deve apresentar dados tanto
quantitativos quanto qualitativos, oferencendo assim confiabilidade aos dados descritos:
chegando ao ponto de ser “visível”o que se quer descrever, como uma iamgem, uma foto
“verbalizada”. O trabalho que segue faz este tipo de levantamendo de dados, oferecendo-os de
forma “visível”, baseado na pesquisa documental apresentada pelos municípios, obejtos deste
estudo. Estes documentos são comprobatórios da sequencia operacional entre a tomada de
decisão pela emancipação até a concretização do fato.
Outros documentos de ordem menos específica, foram consultados como de
comparação e fundamentação de dados e fatos levantados. Um levantamento bibliográfico, de
dados genéricos sobre o assunto foi feito com o intuito de se obter maior conhecimento e
enriquecer a pesquisa através de conceitos já pré definidos e experienciados por diversos autores
A coleta de dados se deu por meio do levantamento documental, leitura de artigo científicos,
41
relatórios dos diversos órgãos de controle e divulgação de gestões.Foi realizada uma busca de
dados dos municípios emancipados e suas sedes em relação aos índices de desenvolvimento
humano constantes do IDH municipal, nos levantamentos de 1991, 2000 e 2010.
Com os dados levantados e processados, criou-se uma correlação entre os
municípios sede e seus emancipados. Desta forma foram acompanhados os números através
dos índices, determinando-se quais municípios obtiveram desenvolvimentos distintos.
O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados, no caso os dados de IDH
fornecidos pelo IBGE e Ministério das Cidades.
Inicialmente como já estabelecido, foi levantado o número de municípios
catarinenses que haviam passado nos últimos vinte anos por processo de emancipação, no site
do IBGE elencando aqueles com data de fundação dentro do período proposto.
Os dados relativos ao IDH dos municípios foi o próximo passo. Conhecendo-se o
ranking do IDH, o melhor e pior resultados no índice foram analisados para fazer um
comparativo do ano 2010 nas questões de resultados estatísticos econômicos. O ano de 2010
foi escolhido em razão de ser o último ano de relatório IDH disponível no site IBGE.
Usou-se documentos oferecidos pelos sites do PNUD (Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento), IPEA, SED / SC, Fundação João Pinheiro / FJP.
Foram localizados 28 processos de municípios que haviam, a partir de 1995,
passado por processos de emancipação. Alguns municípios sede envolvidos em mais de um
processo, onde dele derivaram-se mais de um município.
Na sequência, em uma rápida análise foram descartados dois processos que ficariam
prejudicados pela falta de historicidade: O município de Laguna que derivou de si o município
de Praia Brava e de Içara que de si emancipou-se Balneário Rincão. Por questões de processos
na justiça vieram a ter efetiva emancipação em sua primeira gestão no pleito de 2012, com
governos estabelecidos em 2013, e assim sem os dados de IDH publicados necessários para
análise.
Conhecendo os municípios a serem analisados, iniciou-se a coleta dos índices de
IDH dos municípios sede e seus emancipados.
Finalmente tendo os processos cujos municípios tiveram em seus resultados
maiores e menores índices, buscou-se um quadro comparativos dos mesmos em alguns itens de
resultados econômicos efetivos.
Como já mencionado, a base desta pesquisa foi o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
comparativo entre os municípios recém-formados e seus munícipios sede. Como estes dados
são quantificados, pode-se mensurá-los e através da elaboração de tabela obter dados
42
Santa Catarina é o menor Estado do Sul do Brasil e fica no centro geográfico das
regiões de maior desempenho econômico do país, Sul e Sudeste, e em uma posição estratégica
no Mercosul. O Estado faz fronteira com o Paraná (ao Norte), Rio Grande do Sul (ao Sul),
Oceano Atlântico (Leste) e Argentina (Oeste). A região do Planalto Serrano, com altitudes que
atingem 1.820 metros, é onde há a maior ocorrência de neve no Brasil, a vegetação do Estado é
formada por mangues, restingas praias, dunas e Mata Atlântica.
43
6- Vale do Itajaí: Blumenau - destaque para o polo de confecções. Itajaí – economia portuária,
processamento da pesca e fabricação de embarcações de pequeno e médio porte. Camboriú
– turismo.
45
Fonte IBGE
Santa Catarina conta ainda com três portos: Um deles fica na cidade mais antiga do Estado,
cujo porto leva o mesmo nome: São Francisco do Sul. Este porto, amparado pela Lei
8.630/1993, foi privatizado em 1996 e permanece até os dias atuais, com o Terminal Babitonga
e o Terlogs. Os outros dois portos localizam-se nas cidades de Itajaí e Imbituba: O porto de
Itajaí desde 1995 é administrado pela Prefeitura Municipal através da autarquia municipal
46
adotada em 1891 e a atual Constituição do Estado, foi adotada em 1989. O Poder Executivo
de Santa Catarina está centralizado no governador, que é eleito pelo voto direto e secreto, pela
população para mandatos de até quatro anos de duração.
A maior corte do Poder Judiciário do Estado é o Tribunal de Justiça do Estado
Santa Catarina, composta por 50 juízes diferentes denominados desembargadores.
Florianópolis é a capital de Santa Catarina desde 1823, a cidade recebeu o nome
de Nossa Senhora do Desterro, em referência à sua padroeira. O nome Florianópolis refere-se
a Floriano Peixoto, ex-presidente da República. Na trajetória do Estado de Santa Catarina,
muitos municípios já se emanciparam e alguns que ora são municípios sede, faziam outrora,
parte de outros municípios. Florianópolis, a capital, fazia parte de Laguna e foi a primeira cidade
desmembrada do estado, no ano de 1726. A tabela abaixo demonstra todos os 295 municípios
do Estado, com suas respectivas datas de fundação/emancipação e o município de onde se
desmembraram.
Mafra Itaiópolis
Itaiópolis Santa Terezinha
Joaçaba Concórdia, Herval D’Oeste, Água Doce, Ponte
Serrada,
Catanduvas, Jaborá, Irani
1 Guerra do Contestado: conflito armado entre a população cabocla e os representantes dos poderes estadual e
federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, disputada entre o do Paraná e Santa Catarina
50
Fonte: IBGE Cidades (2017). Legenda: Os destaques em azul correspondem aos municípios sede que deram origem a mais de
um município emancipado.
51
Quadro 4- Dados dos os municípios: Concórdia e Alto Bela Vista – Oeste de Santa Catarina
Parâmetros Munícipio Sede Município Emancipado
Concórdia Alto Bela Vista
Fundação 29/07/1934 04/07/1995
População 68.621 habitantes(*) 2005 habitantes
Extensão territorial 799,449 km² 103,980 km²
Índice de alfabetização 89% 90,27%
Renda per capta Rural R$ 550,00 R$ 510,00
Renda per capta Urbana R$ 760,00 R$ 822,50
Gentílico Concordense/concordiense Bela-vistense
Fonte: IBGE2010
Quadro 7 - Dados dos municípios Otacílio Costa e Palmeira - Região Central do Estado
Parâmetros Munícipio Sede Município Emancipado
Otacílio Costa Palmeira
Fundação 10/05/1982 18/08/1995
População 16337 habitantes 2373 habitantes
Extensão territorial 845,009km² 289,297km².
Índice de alfabetização 84,55% 81,50%.
Renda per capta Rural R$ 357,50 R$ 400,00
Renda per capta Urbana R$ 570,00 R$ 500,00
Gentílico Otacilienses Palmeirense
Fonte: IBGE2010
Quadro 8- Dados dos municípios: Campo Erê / São Bernardino, Saltinho e Santa Terezinha
do Progresso- Oeste do Estado
Munícipio
Parâmetros Sede Município Emancipado
Campo Erê São Saltinho Sta Terezinha
Bernardino do Progresso
Fundação 27/07/1958 19/07/1995 19/07/1995 19/07/1995
População habitantes 9370 2677 3961 2896
Extensão territorial 479,093 km² 149,02 km² 156,531 km² 118,805 km²
Índice de 80,30% 84,16% 81,94% 82%
Renda per capta Rural R$ 402,25 R$ 405,00 R$ 333,00 R$ 409,00
Renda per capta R$ 510,00. R$ 510,00 R$ 510,00 R$ 510,00
Gentílico Campoerenses Bernardienses Saldinhense Terezinhano
Fonte: IBGE2010
53
Fonte: IBGE2010
54
Quadro 12 - Dados dos municípios: Modelo e Bom Jesus do Oeste - Oeste do Estado
Parâmetros Munícipio Sede Município Emancipado
Modelo Bom Jesus do Oeste
Fundação 30/12/1961 19/07/1995
População habitantes 4045 2130
Extensão territorial km² 91,106 67,093
Índice de alfabetização 86,84% 85%
Renda per capta Rural R$ 627,14 R$ 590,00
Renda per capta Urbana R$ 634,17 R$ 590,00.
Gentílico Modelenses Bonjesuense
Fonte: IBGE2010
Quadro 13-Curitibanos e Frei Rogério – Dados dos municípios: Curitibanos e Frei Rogério-
Região Serrana do Estado
Parâmetros Munícipio Sede Município Emancipado
Curitibanos Frei Rogério
Fundação 11/06/1869 20/07/1995
População habitantes 37748 2474
Extensão territorial km² 948,738 159,216
Índice de alfabetização 84,24% 86,33%
Renda per capta Rural R$ 295,00 R$ 345,00
Renda per capta Urbana R$ 510,00. R$ 340,00.
Gentílico Curitibanense Frei Rogeriense
Fonte: IBGE2010
Quadro 14- Dados dos municípios: Tangará e Ibiam -Região Centro-Oeste do Estado
Parâmetros Munícipio Sede Município Emancipado
Tangará Ibiam
Fundação 30/12/1948 20/07/1995
População habitantes 8674 1945
Extensão territorial km² 388,384 146,72
Índice de alfabetização 86,86% 89%
Renda per capta Rural R$ 560,00, R$ 510,00,
Renda per capta Urbana R$ $ 700,00. R$ 605,00.
Gentílico Tangaraense. Ibianense.
Fonte: IBGE2010
55
Quadro 15- Dados dos municípios: Videira e Iomerê - Região Central do Estado
Parâmetros Munícipio Sede Município Emancipado
Videira Iomerê
Fundação 01/03/1944 19/03/1995
População habitantes 47188 2739
Extensão territorial km² 384,521km². 113,754km
Índice de alfabetização 88,66% 91,45%
Renda per capta Rural R$ 562,50 R$ 762,50
Renda per capta Urbana R$ R$ 715,00. R$ 866,67
Gentílico Videirenses Iomerenses
Fonte: IBGE2010
Quadro 16- Dados dos municípios: São Carlos e Cunhataí - Região Oeste do Estado
Parâmetros Munícipio Sede Município Emancipado
São Carlos Cunhataí
Fundação 21/02/1954 29/09/1995
População habitantes 10291 1882
Extensão territorial km² 161,292 55,768
Índice de alfabetização 88,84% 90,43%
Renda per capta Rural R$ 580,00. R$ 740,00,
Renda per capta Urbana R$ 681,50 R$ 633,33.
Gentílico São-Carlense Cunhataiense.
Fonte: IBGE2010 https://cidades.ibge.gov.br/
Quadro 18- Dados dos municípios São José do Cedro e Princesa – Extremo Oeste de Santa
Catarina
Parâmetros Munícipio Sede Município Emancipado
São José do Cedro Princesa
Fundação 27/07/1958 29/09/1995
População habitantes 13684 2758
Extensão territorial km² 281,253 86,18km²
Índice de alfabetização 88% 84,77%.
Renda per capta Rural R$ 510,00 R$ 510,00
Renda per capta Urbana R$ 692,50. R$ 500,00
Gentílico Cedrense Princesense
Fonte: IBGE2010
Quadro 19 - Dados dos municípios de São Miguel do Oeste/ Bandeirante e Barra Bonita -
Extremo Oeste de Santa Catarina
Parâmetros Município sede Município Emancipado
S. Miguel D’Oeste Bandeirante Barra Bonita
Fundação 15/02/1954 29/09/1995 29/09/1995
População habitantes 36306 2906 1878
Extensão territorial Km² 234,036 148 93,108
Índice de alfabetização 88,91% 85,92% 81,41%.
Renda per capta Rural R$ 520,00 R$ 510,00 R$ 510,00
Renda per capta Urbana R$ 775,00 R$ 500,00 R$ 510,00
Gentílico Miguel-Oestino Bandeirantense Barra-Bonitense
Fonte: IBGE2010 /
Quadro 23 - Dados entre dos municípios de Sombrio e Balneário Gaivota- Sul Do Estado
Parâmetros Munícipio Sede Município Emancipado
Sombrio Balneário Gaivota
Fundação 30/12/ 1953 29/12/1995
População habitantes 26613 8234
Extensão territorial km² 143,329 145,762
Índice de alfabetização 86,90% 86,24%
Renda per capta Rural R$ 503,33 R$ 510,00
Renda per capta Urbana R$ 633,33 R$ 600,00
Gentílico Sombriense .. Gaivotense
Fonte: IBGE2010
58
Quadro 24 - Dados dos municípios de Araranguá e Balneário Arroio do Silva- Sul Do Estado
Parâmetros Munícipio Sede Município Emancipado
Araranguá Balneário Arroio do Silva
Fundação 03/04/1880 01/01/1997.
População habitantes 61310 9586
Extensão territorial km² 303,299 95,259
Índice de alfabetização 87,92%. 87,41%.
Renda per capta Rural R$ 525,00 R$ 610,00
Renda per capta Urbana R$ 630,00 R$ 570,0.
Gentílico Araranguaense Arroio-Silvense
Fonte: IBGE2010
Quadro 25– Ranking comparativo dos municípios sede IDH 1991,2000 e 2010
MUNICÍPIO POSIÇÃO POSIÇÃO POSIÇÃO
SEDE IDH IDH IDH
1991 2000 1991 2010 2000 2010
Araranguá 6 9 6 10 9 10
Campo Erê 21 21 21 21 21 21
Campos Novos 15 19 15 14 19 14
Concórdia 3 2 3 3 2 3
Curitibanos 96 18 18 9
17 19 18 19
Galvão 20 17 17 20
10 20 17 20
Itá 17 10 10 17
13 14 7 10 7
Ituporanga 14 13 1 14 12 13 12
Joaçaba 1 1 4 1 1 1 1
Maravilha 8 4 12 8 4 4 4
Marema 19 4
12 14 19 13 12 13
Modelo 12 14 11 12 11 14 11
Otacilio Costa 10 11 3 10 15 11 15
S. Miguel do Oeste 2 3 7 2 2 3 2
São Carlos 11 7 15 11 8 7 8
São José do Cedro 18 15 8 18 17 15 17
Siderópolis 5 8 16 5 6 8 6
Sombrio 16 16 20 16 18 16 18
Tangará 13 20 5 13 16 20 16
Videira 4 5 6 4 9 5 9
Xanxerê 7 6 7 5 6 5
Fonte: IBGE, adaptado pelo autor, 2016
LEGENDA: Amarelo: para: Vermelho: perdeu posição
Amarelo: para: Verde: permaneceu
Amarelo: para: Azul: ganhou posição
59
Quadro 26– Número, percentual e tipo de oscilação do IDH dos municípios sede anos 1991, 2000 e 2010
Gráfico 2 - Desempenho de IDH dos munícipios sede nos anos 2010,2000 e 1991
Araranguá
Sombrio
Campos Novos
São Miguel do Oeste
Campos Novos
Joaçaba
Ituporanga
São Miguel do Oeste
São José do Cedro
Maravilha
Maravilha
São Carlos
Videira
Tangará
Curitibanos
Campo Erê
Campo Erê
Modelo
Marema
Xanxerê
Galvão
Campo Erê
Otacílio Costa
Siderópolis
Itá
Concórdia
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90
4.3.2- Posição dos municípios emancipados em relação ao IDH de 1991, 2000 e 2010.
Quadro 28– Comparativo em percentual do desempenho de IDH nos anos 1991, 2000 e 2010, nos municípios
emancipados estudados
IDH dos Municípios 1991 /2000 1991 / 2010 2000 /2010
Sede em relação a sua
posição
% No. % No. % No.
Municípios Municípios Municípios
Ganharam Posição 13 46,15 12 46,15 12
Perderam Posição 50,00
34,61 9 34,61 9 34,61 9
50,00
Permaneceram 4 19,23 5 19,23 5
Fonte: IBGE, adaptado pelo autor
15,39(2016).
62
Gráfico 3 - Desempenho de IDH dos munícipios emancipados nos anos 2010,2000 e 1991
Durante a construção desta tabela de ranking, foi possível observar que houve certa relação entre a
variação do número de habitantes do município emancipado e seu IDH.
Quadro 29- População e Posição de IDH dos municípios emancipados que sofreram queda no ranking
IDH de 2000 para 2010
Os dados do quadro 29 indicam que, dos nove municípios que regrediram em suas
posições no IDH do ano 2000 para 2010, houve queda no número de habitantes em seis
municípios (cerca 66,7%), sendo que o município de Cunhataí permaneceu com o mesmo
número de habitantes e perdeu duas posições no ranking IDH.
Não se pode afirmar com precisão que o aumento da população seria também um
parâmetro para melhorar a posição no ranking de IDH. Podendo-se também fazer uma análise
de efeito inverso: uma melhor classificação de IDH pode atrair a população em busca de melhor
qualidade de vida. Este seria um bom tema para um estudioso iniciar uma nova pesquisa (PNUD,
2015).
4.3.3- Relação entre o IDH dos municípios emancipados e dos respectivos municípios
sedes
O cotidiano está impregnado dos saberes e fazeres próprios da cultura. A todo instante,
os indivíduos estão comparando, classificando, quantificando, medindo, explicando,
generalizando, inferindo e de algum modo, avaliando, usando os instrumentos
materiais e intelectuais que são próprios de sua cultura (D’Ambrósio, 2001, apud
FERNANDES, p. 8, 2006)
Após apurar vários dados e números relacionados aos municípios estudados, foi
possível agregá-los e analisa-los. Assim sendo, utilizou-se o cálculo estatístico para mensurar
as diferenças de IDH entre os municípios sede e seus respectivos emancipados, por ser um dos
métodos mais utilizados em análises estatísticas, por sua simplicidade e objetividade. Assim a
média de índice IDH de cada município foi obtida a partir do somatório os valores de IDH
dos anos 1991,2000, valores e 2010, este somatório ∑ foi divido por três (n);
Média IDH Araranguá (sede) para os anos de 1991, 2000 e 2010 = 0,66
Média IDH Baln. Arroio do Silva (emancipado) para os anos de 1991, 2000 e 2010 = 0,62
Os dados coletados oferecem ainda uma visão do desempenho entre cada município sede e
emancipado e as variações de IDH que sofreram nas três coletas de dados: 1991, 2000 e 2010.
Os dados estão configurados em ordem alfabética dos nomes dos municípios sede.
Quadro 30 -Valores de IDH 1991, 2000 e 2010, médias e diferença atribuídos aos municípios
sede e munícipios emancipados
7
Município Sede Concórdia 0,56 0,71 0,8 0,69
Município Emancipado Alto Bela Vista 0,46 0,62 0,76 0,61
DIFERENÇA 0,10 0,09 0,04 0,08
8
Município Sede Curitibanos 0,51 0,62 0,72 0,62
Município Emancipado Frei Rogério 0,47 0,53 0,68 0,56
DIFERENÇA 0,04 0,09 0,04 0,06
9
Município Sede Galvão 0,42 0,63 0,71 0,59
Município Emancipado Jupiá 0,38 0,58 0,72 0,56
DIFERENÇA 0,04 0,05 -0,01 0,03
10
Município Sede Itá 0,48 0,66 0,77 0,64
Município Emancipado Paial 0,40 0,55 0,72 0,56
DIFERENÇA 0,08 0,11 0,05 0,08
11
Município Sede Ituporanga 0,49 0,63 0,75 0,62
Município Emancipado Chapadão do Lajeado 0,40 0,49 0,7 0,53
DIFERENÇA 0,09 0,14 0,05 0,09
12
Município Sede Joaçaba 0,64 0,74 0,83 0,74
Município Emancipado Luzerna 0,52 0,7 0,79 0,67
DIFERENÇA 0,12 0,04 0,04 0,07
13
Município Sede Maravilha 0,52 0,69 0,78 0,66
Município Emancipado Tigrinhos 0,31 0,54 0,72 0,52
DIFERENÇA 0,21 0,15 0,06 0,14
14
Município Sede Marema 0,46 0,63 0,74 0,61
Município Emancipado Entre Rios 0,37 0,49 0,66 0,51
DIFERENÇA 0,09 0,14 0,08 0,1
15
Município Sede Modelo 0,50 0,63 0,76 0,63
Município Emancipado Bom Jesus do Oeste 0,41 0,57 0,71 0,56
DIFERENÇA 0,09 0,06 0,05 0,07
67
16
Município Sede Otacílio Costa 0,51 0,64 0,74 0,63
Município Emancipado Palmeira 0,36 0,54 0,67 0,52
DIFERENÇA 0,15 0,1 0,07 0,11
17
Município Sede São Carlos 0,50 0,67 0,77 0,65
Município Emancipado Cunhataí 0,46 0,65 0,75 0,62
DIFERENÇA 0,04 0,02 0,02 0,03
18
Município Sede São José do Cedro 0,48 0,63 0,73 0,61
Município Emancipado Princesa 0,35 0,54 0,71 0,53
DIFERENÇA 0,13 0,09 0,02 0,08
19
Município Sede São Miguel do Oeste 0,56 0,71 0,80 0,69
Município Emancipado Bandeirante 0,35 0,55 0,67 0,52
DIFERENÇA 0,21 0,16 0,13 0,17
20
Município Sede São Miguel do Oeste 0,56 0,71 0,80 0,69
Município Emancipado Barra Bonita 0,36 0,54 0,70 0,53
DIFERENÇA 0,20 0,17 0,10 0,16
21
Município Sede Siderópolis 0,55 0,67 0,77 0,66
Município Emancipado Treviso 0,46 0,61 0,77 0,61
DIFERENÇA 0,09 0,06 0,00 0,05
22
Município Sede Sombrio 0,48 0,63 0,73 0,61
Município Emancipado Balneário Gaivota 0,47 0,63 0,73 0,61
DIFERENÇA 0,01 0,00 0,00 0,00
24
Município Sede Tangará 0,49 0,59 0,74 0,61
Município Emancipado Ibiam 0,38 0,59 0,73 0,57
DIFERENÇA 0,11 0,00 0,01 0,04
25
Município Sede Videira 0,56 0,68 0,76 0,67
Município Emancipado Iomerê 0,46 0,71 0,8 0,66
DIFERENÇA 0,10 -0,03 -0,04 0,01
26
Município Sede Xanxerê 0,53 0,67 0,78 0,66
Município Emancipado Bom Jesus 0,38 0,55 0,72 0,55
DIFERENÇA 0,15 0,12 0,06 0,11
Fonte: IBGE (2016), adaptado pelo autor
68
Quadro 31 -Municípios Sede com seus respectivos IDH e suas variações dos anos 1991,2000 e
2010
Municípios IDH IDH IDH IDH
Sede 1991 2000 Variação 2000 2010 Variação
1 Araranguá 0,55 0,67 21,82% 0,67 0,76 13,43%
2 Campo Erê 0,38 0,56 47,37% 0,56 0,69 23,21%
3 Campos Novos 0,48 0,62 29,17% 0,62 0,74 19,35%
4 Concórdia 0,56 0,71 26,79% 0,71 0,80 12,68%
5 Curitibanos 0,51 0,62 21,57% 0,62 0,72 16,13%
6 Galvão 0,42 0,63 50,00% 0,63 0,71 12,70%
7 Itá 0,48 0,66 37,50% 0,66 0,77 16,67%
8 Ituporanga 0,49 0,63 28,57% 0,63 0,75 19,05%
9 Joaçaba 0,64 0,74 15,63% 0,74 0,83 12,16%
10 Maravilha 0,52 0,69 32,69% 0,69 0,78 13,04%
11 Marema 0,46 0,63 36,96% 0,63 0,74 17,46%
12 Modelo 0,50 0,63 26,00% 0,63 0,76 20,63%
13 Otacílio Costa 0,51 0,64 25,49% 0,64 0,74 15,63%
14 São Carlos 0,50 0,67 34,00% 0,67 0,77 14,93%
15 São José do Cedro 0,48 0,63 31,25% 0,63 0,73 15,87%
16 São Miguel do Oeste 0,56 0,71 26,79% 0,71 0,80 12,68%
17 Siderópolis 0,55 0,67 21,82% 0,67 0,77 14,93%
18 Sombrio 0,48 0,63 31,25% 0,63 0,73 15,87%
19 Tangará 0,49 0,59 20,41% 0,59 0,74 25,42%
20 Videira 0,56 0,68 21,43% 0,68 0,76 11,76%
21 Xanxerê 0,53 0,67 26,42% 0,67 0,78 16,42%
Fonte: IBGE (2016), adaptado pelo autor
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Quadro 32- Municípios Sede com Maior e Menor IDH nos anos 1991, 2000 e 2010
IDH MAIOR IDH MENOR
Joaçaba Médio 0,64 1991 Campo Erê Muito Baixo 0,38 1991
Observando os dados da tabela 32, pode-se perceber que os municípios sede obtiveram
ascensão progressiva de IDH nas três leituras 1991, 2000 e 2011. Ainda que Campo Erê tenha
permanecido em última posição nos três anos consecutivos, apresentou uma variação positiva
em seu índice de IDH, passando de 0,38 para 0,56 e depois, 0,69. Comparando-se o IDH médio
de todos os municípios sede, a variação foi de conceito baixo, a médio e alto.
Gráfico 4- Média de IDH Municípios Sede nos anos 1991, 2000 e 2010
0,76
0,65
0,8 0,51
Em um mesmo município sede, do ano de 1991 para 2000, a maior variação de IDH ficou em 50%
para o município de Galvão e a menor ficou com Joaçaba ,15,63%. Na comparação entre os IDHs de
2000 e 2010, a maior variação girou em torno dos 25%, para Tangará e a menor, para Videira, em
torno dos 12%.
Quadro 34 -Municípios Emancipados com Maior e Menor IDH nos anos 1991, 2000 e 2010
IDH MAIOR IDH MENOR
Gráfico 5 - Municípios Emancipados em SC com Maior IDH nos anos 1991, 2000 e 2010
Gráfico 6- Municípios Emancipados em SC com Menor IDH nos anos 1991, 2000 e 2010
Observando os dados da tabela 34, pode-se perceber que os municípios emancipados tiveram
ascensão progressiva de IDH nas três leituras 1991, 2000 e 2011. Mesmo aqueles com IDH
classificado como baixo, sofreram significativo crescimento de IDH, passando de 0,31 na
primeira leitura a 0,65 na última.
Em um universo de vinte e seis processos emancipatórios, resultaram apenas dois
(Bandeirante e Barra Bonita) com relação de índices menores de IDH comparados a sua
respectiva sede, o que parece demonstrar que a emancipação não impediu ou dificultou o
desenvolvimento dos novos municípios.
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Gráfico 7- Média de IDH dos Municípios Emancipados nos anos 1991, 2000 e 2010
A média IDH 2010 dos municípios sede foi de 0,76 enquanto dos municípios emancipados foi
0,70, um dado positivo que demonstra uma tendência de crescimento dos municípios
emancipados, sem prejuízo para os municípios sede, uma vez que estes também tiveram
aumento progressivo de IDH.
Gráfico 8 -Relação de IDH 1991, 2000 e 2010 entre Municípios Sede e Emancipados de
SC
Sede;
0,65
Emancipado;
0,8 0,57
0,7
0,6 Sede;
0,51
0,5 Emancipado; 0,4
0,4 IDH
Médio 2010
0,
3 IDH Médio
2000
0,
2 IDH Médio 1991
0,
Emancipado Sed
e
Fonte: IBGE (2016), adaptado pelo autor
75
5 CONCLUSÃO
Analisando estes dados, percebemos que tanto os municípios que não foram tão
efetivos na melhora dos índices IDH, nas questões econômicas mantém-se com
valores razoáveis de custos, investimento e endividamento, sem muita distância
daqueles com melhores avaliações IDH. Desta forma, esta pesquisa, pelos dados
coletados e pelas leituras feitas, concluiu que emancipar não acarretou prejuízo para
os emancipados ou para suas respectivas sedes. A aproximação da gestão com a
população trouxe benefícios, concluindo-se então que para estes municípios,
emancipar-se foi positivo. Mesmo concluindo que a emancipação foi “boa”, para os
municípios estudados, vale ressaltar que este trabalho apresentou dados onde se
observou certa dificuldade de crescimento para alguns emancipados e até mesmo
evasão da população, deixando estas cidades com menos de 2000 habitantes. Outros
casos como Tangará, que já possuía uma população de apenas 8674 pessoas, teve
Ibiam emancipado com 1945 habitantes. A abordagem desta pesquisa não seguiu por
este sentido, mas estes dados foram observados e podem servir para futuras
investigações quanto aos critérios de emancipação.
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