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UNIVERSIDADE FEDERAL DO DELTA DO PARNAÍBA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DISCIPLINA: BIOFÍSICA

PRINCÍPIOS FÍSICOS DE FLUXO E


RESISTÊNCIA SANGUÍNEOS

Discentes: Allan Gonçalves dos Santos


Álvaro Araújo Galeno
Daiane de Sousa Almeida
Josequias de Oliveira Souza
Anderson de Oliveira Cardozo

Docente: Prof.ª. Dra. Valdevane Rocha


Araújo

Parnaíba - Pi 2023
INTRODUÇÃO

O sistema cardiovascular humano consiste em coração, válvulas e sangue. O


sistema cardiovascular é dividido em dois subsistemas circulatórios principais: o
subsistema circulatório sistêmico e o subsistema circulatório pulmonar. Segundo
(Junqueira; Carneiro.; Abrahamsohn, 2017), o processo de circulação sanguínea é
alcançado através das fases de contração (sístole) e relaxamento (diástole) do
coração.

O coração humano apresenta quatro câmaras: um átrio e um ventrículo nos


lados esquerdo e direito conforme abordado (Junqueira; Carneiro.; Abrahamsohn,
2017). Cada câmara superior (átrio direito e esquerdo) age como uma câmara
receptora e se contrai para empurrar o sangue para a câmara inferior (ventrículo
direito e esquerdo). Os ventrículos funcionam como as principais câmaras de
bombeamento do coração, levando sangue aos pulmões ou outras partes do corpo
(Marieb; Hoehn 2009).

Durante a circulação sanguínea, o coração libera sangue em alta pressão,


pelas artérias e é transportado até atingir o nível capilar segundo (Koeppen; Stanton
2009). O leito capilar é drenado por elementos venosos, que devolvem o sangue ao
coração. As paredes arteriais são mais resistentes ao fluxo sanguíneo, o que
significa que mesmo quando esvaziadas de sangue, permanecem tubulares (Marieb;
Hoehn 2009). A elasticidade das artérias ajuda o coração a bombear continuamente
o sangue através do sistema vascular conforme(Koeppen; Stanton 2009). As ondas
mecânicas criadas pela contração dos ventrículos forçam a massa sanguínea a
relaxar as paredes arteriais, que, graças à sua elasticidade, se contraem, afastando
o sangue e criando pressão suficiente para que o sangue flua por todo o corpo
afirmar (Silverthorn, 2010).

OBJETIVOS

● Observar os princípios físicos de fluxo e resistência sanguíneos;


● Desenvolver habilidades de conhecimentos acerca dos aspectos que
interferem na pressão arterial.
METODOLOGIA

MATERIAIS

● Jaleco
● Balões (Bola e salsicha);
● Seringa de 20ml;
● Água;
● Tubo de centrifugação
● Agulha de 40x12 e 13x0,30;
● Glicerina;
● Estetoscópio e esfigmomanômetro analógico.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A aula prática desenvolvida no laboratório de Fisiologia e Biofísica, sendo


dividida em algumas etapas; essas etapas, em ordem de acontecimento estão
descritas abaixo:

Etapa 1: Demonstração de fluxo

Inicialmente, dois voluntários pegaram os dois balões (balão bola e salsicha)


respectivamente, e deveriam encher o balão com quantidades diferentes de água,
uma menor e outra maior. Em seguida, soltar a boca do balão e observar a
‘’amplitude’’ do fluxo, o que ocorreria e depois anotar.

Etapa 2: Demonstração de viscosidade e condutância

Com auxílio de seringas, os alunos sugaram 20 ml dos líquidos nos tubos de


centrifugação, no qual um continha glicerina e o outro água em estado líquido. Em
seguida, o êmbolo foi cuidadosamente puxado para esvaziar cada seringa, e a
diferença entre os processos de aspiração e ejeção de cada fluido foi
minuciosamente observada. Esses dados serão fundamentais para análises
posteriores e interpretações mais aprofundadas sobre as propriedades fluidas
estudadas.
Etapa 3: Demonstração de resistência periférica

O experimento envolveu o enchimento de dois tipos de balões, um


normal/bola e outro em formato de "salsicha". Em seguida, foram feitas observações
para identificar as diferenças entre os balões, e esses resultados foram
cuidadosamente anotados e registrados para análises posteriores.

Etapa 4: Demonstração de aferição de pressão arterial

Os materiais utilizados foram: esfigmomanômetro (manguito e manômetro),


estetoscópio e dois voluntários. Inicialmente foi verificada a frequência cardíaca (FC)
da cobaia, do sexo masculino. Depois disso, as artérias radial e carotídeo da cobaia
foram palpadas simultaneamente e comparadas em relação à frequência, ritmo e
amplitude.

Logo em seguida foi aferida a pressão arterial (PA) pelo método palpatório,
desinflando o manguito e aplicando-o no braço de cada uma das cobaias, com a
borda inferior do manguito distante do cotovelo, cerca de 2 cm. Sequencialmente o
manguito foi inflado até 180 mmHg, pois foi a medida em que se registrou o
desaparecimento do pulso radial, em seguida, o manguito foi desinflado sendo
possível verificar no manômetro o reaparecimento do pulso e assim foi determinada
a pressão arterial.

RESULTADOS
No primeiro experimento, realizado na etapa 1, sugere um modelo
simplificado do sistema circulatório e demonstra o fluxo sanguíneo. Foi solicitado
que o balão bola (Fig.1) e salsicha fossem cheios com volumes diferentes de água,
observou-se que o balão salsicha com maior volume de água teve um fluxo de
amplitude maior, em relação ao balão bola com menor volume (Fig. 2). Isso

demonstra que quanto maior o volume dentro do vaso, maior será o atrito com
as paredes vasculares, desta forma, fazendo, consequentemente, que a água saia
com uma maior amplitude devido à pressão exercida na parede. Já o balão com
menor volume, possui uma amplitude bem menor em relação ao balão com maior
volume.
Figura 1 - Enchimento com volumes Figura 2 - Resistência ao enchimento dos balões
diferentes de água

Portanto, na representação a bexiga (artéria) terá uma vazão maior,


assumindo que a pressão ou resistência seja maior nela do que na veia
representada pelo balão.

No segundo experimento da etapa 2, a análise se concentrou na observação


da viscosidade e condutância dos fluidos presentes na bancada (água e glicerina).
Inicialmente foram usadas duas pipetas para coleta no material observado, e
notou-se que ao sugar e expelir água o processo foi mais fácil e rápido, enquanto
que com a glicerina, se tornou mais difícil em ambos os casos (Fig. 3 e 4). Isso se
deve às diferenças de viscosidade entre a água e a glicerina, onde a maior
viscosidade implica maior resistência ao movimento e menor capacidade de
escoamento.

Figura 3 - sugando glicerina com a pipeta Figura 4 - Percepção das viscosidades diferentes

Na segunda parte, repetiu-se o processo usando duas seringas. Inicialmente,


foi bombeado água na seringa sendo rápido e fácil o manuseio, mas ao bombear a
glicerina exigiu mais força. A agulha representa o raio de um vaso, onde quanto
menor a viscosidade (água) maior fluxo, e quanto maior a viscosidade (glicerina)
menor o fluxo (Fig. 5 e 6).

Figura 5 - sugando glicerina e água c/ seringa Figura 6 - Dificuldade de sucção da glicerina

No terceiro experimento, da etapa 3, observou-se que o balão salsicha


apresenta uma maior rigidez e resistência, sua parede é mais rígida e contém maior
pressão, não sendo possível enchê-lo, porém o balão bola possui maior elasticidade
sendo mais fácil enchê-lo, sua elasticidade permite que se expandem para acomodar
o ar.

No quarto experimento, da etapa 4, Inicialmente, foi pedido que em cada


grupo, dois participantes se voluntariassem. Seguindo a prática é crucial preparar o
paciente, assegurando que esteja em uma posição correta e tranquila. Em seguida,
foi colocado a braçadeira, considerando o tamanho do braço do paciente, e
posicionou-se cerca de 2 a 3 centímetros acima da dobra do cotovelo. Iniciando a
medição inflando a braçadeira até um valor superior ao esperado para a pressão
sistólica e, em seguida, inicia-se a liberação lenta do ar, auscultando os batimentos
cardíacos (Fig. 7 e 8).
Figura 7 - Aferição da pressão sistólica - voluntários Figura 7 - Demonstração do procedimento
para turma
O primeiro som detectado representa a pressão sistólica, e o segundo
ponto corresponde à pressão diastólica.

DISCUSSÃO

Com essas práticas podemos observar e ter um melhor entendimento de


como funcionam os fluidos, suas condutâncias e como são transportados dentro do
nosso corpo, sendo por artérias, veias ou capilares. Tendo o entendimento também
de resistências que implicam de como esses fluidos são transportados, sendo
ejetados com maior ou menor pressão. Foi analisada também na prática a
identificação da pressão sistolica e diastolica, uma vez que foram analisadas pela
verificação da pressão arterial pelo método esfigmomanômetro.

O fluxo sanguíneo vai de um sistema de maior pressão para outro de menor


pressão e resistência. Além disso, há uma bomba propulsora que é o coração.
Quando a resistência diminui, facilita o incremento de fluxo nesse local. A resistência
pode diminuir tanto em situações fisiológicas e pode ter ação patológica também
(Hall; Guyton, 2017). Deste modo concatena a verificação na aula prática de
demonstração de fluxo e resistência.

No ciclo cardíaco, temos de considerar sístoles e diástoles tanto no miocárdio


auricular como no ventricular. No início da diástole ventricular, a pressão dentro do
ventrículo passa a ser inferior à pressão dentro da aurícula do mesmo lado – o
sangue flui das aurículas para os ventrículos, abrindo as válvulas
auriculoventriculares e a sístole auricular completa o enchimento ventricular. A
sístole provoca um aumento rápido da pressão ventricular, fechando as válvulas
auriculoventriculares e abrindo as válvulas pulmonares e aórticas, iniciando-se a
circulação pulmonar e a circulação sistémica. O tempo durante o qual o sangue sai
dos ventrículos para as artérias pulmonares e aórtica designa-se tempo de ejeção.
(Pereira; Gomes, 2016). Durante o período de ejeção, o volume ventricular vai
diminuindo com a expulsão do sangue e o relaxamento (diástole) ventricular inicia-se
subitamente no fim da sístole, fazendo baixar a pressão intraventricular de forma
súbita e criando condições para nova passagem de sangue das aurículas para os
ventrículos, iniciando-se novo ciclo cardíaco. Conseguimos fazer a identificação
dessas ações no método esfigmomanômetro como realizado na prática de aferição
de pressão arterial.
REFERÊNCIAS

HALL, J. E.; GUYTON, A. C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2017.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e


atlas. 13. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

GARCIA, E.A.C. Biofísica. São Paulo. Sarvier, 2006

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

PEREIRA, José Gomes. Fisiologia do exercício. Instituto Português Do Desporto E


Juventude-Manual de Curso de Treinadores de Desporto, 2016.

SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7 de.


Porto Alegre: Artmed, 2017.

KOEPPEN, B. M.: STANTON, B. A. Berne e Levy: fisiologia. 6 ed. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2009.

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