Você está na página 1de 10

Re'~ edllC. comi".

CRMV-SP / ComillllOlls Etlucatio" lotlmal CRMV-SP, ISSN 1516-3326


São Paulo, volume 5, fascículo 3, p. 243 - 252, 2002.

Malasseziose tegumentar canina:


estudo clínico-epidemiológico
retrospectivo de 92 casos (1989 a
1995), São Paulo, Brasil
Malazessia dermatitis in dogs: a clinicaI
epidemiological retrospective study of 92 cases
(1989-1995), S. Paulo, Brazil
Malasseziose tegumentar canina: estudio clínico-
epidemiológico retrospectivo de 92 casos (1989 a
1995) São Paulo, Brasil
*Cibele Rossi Nahas MazzeP - CRMV-SP n° 6011 Vetimagem- Av. Pompéia, 500
CEP05022-(X)O - São Paulo-"SP
Carlos Eduardo Larsson z- CRMV-SP n° 1037 Fone: 11·3873-6740.
Email: cibelena@ig.com.br
Walderez Gambale 3
Caudete de Paula Rodrigues 3
Neusa Sakai Valente 4_ CRM nO 24071
I
Pro!". Adjunta da Universidade Anhembi- Morumbi e da Universidade do Grande ABC; Mestre em Clínica Veterinária pela FMVZ USP; Clínica
autônoma.
2
Proe. Titular do Departamento de CIÍlüca Médica da FMVZ USP; Chefe do Serviço de Dermatologia do HOVET - US)'
J Pro!". Associada do Departamento de Microbiologia e Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da US)'
4
Pesquisadora do Laboratório de Investigação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Trabalho proveniente de Dissertação de Mestrado elaborado no curso de Pós-Graduação em Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade de São Paulo, aprovado em dezembro de 1997.

RESUMO
Caracterizaram-se, por um estudo retrospectivo, 92 casos de malasseziose tegumentar canina,
atendidos no Hospital VeterináJio da Faculdade de Medicina VeterináJia e Zootecnia da Universidade
de São Paulo, no período de 1989 a 1995, quanto a seus aspectos clínicos e epidemiológicos
(incidência, predisposições, tempo de evolução, sintomas, localização das lesões e resposta à terapia).
Palavras-chave: Cães. Malassezia pachydermatis. Malasseziose. Pitirosporose tegumentar.

243
MAZZEJ. C. R. N.: LARSSON. C. E.: GAMBALE, W.: RODRIGUES. c.P.: VALENTE, N.S. Maiassez.iose legumenlarcanina: estudo clínico· epidemiológico relrospectivo de 92 casos
(1989 a 1995). São Paulo. Brasil. / Malazessia demUllitis in dogs: a clinicai epidemiological relrospectil'e srudy of92 cases (/989-/995), S.Pau/o. IJra:i1. I Ma/asseziose
tegumellIar canina: estudio c:lfllico-epidemio/6gico relrospectil'o de 92 casos (1989 a /995) Sfio Pau/o, 8rluil. / Rev. educo confino CRMV-SI' I Continuous Education Journal
CRMV-SP. São Paulo. volume 5. fascículo 3. p. 243 - 252. 2002.

INTRODUÇÃO na (M. globosa, M. obtusa, M. restricta) e suína (M.


sloofiae).

A
s leveduras do gênero Malassezia (BAlLLON, Diante da magnitude de ocorrência da
1889 apud MARCON, 1992, p. 102) perten- malasseziose tegumentar canina, da destacada partici-
centes à ordem Endomycetale, família pação da Malassezia pachydermatis na perpetuação
_ Cryptococcaceae, foram, pela vez primeira, e agravamento de inúmeras dermatites e da existência
identificadas como os agentes causais da malasseziose de alguns poucos dados brasileiros que a caracterizem,
tegumentar canina (pitirosporose tegumentar, dermatite clínica e epidemiologicamente,julgou-se oportuno o
malassézica) por Dufait (1978, apud AA00, 1995, p.2) presente trabalho que, a partir de estudo retrospectivo,
na Europa. Nas Américas, o primeiro relato dessa caracteriza esta levedurose quanto a aspectos de: inci-
levedurose tegumentar data de 1979, cabendo a pri- dência, predisposições, tempo de evolução, sintomas,
mazia a autores paulistanos (LARSSON et aI., 1979). topografia das lesões e resposta à terapia.
Levedurose congênere, assaz contumaz, conhecida por
pitiríase vesicolor, individualizada por Willan (1801 apud MATERIAL E MÉTODOS
COSTA, 1988, p. 3) e caracterizada etiologicamente
por Malassez (1874 apud VARGAS, 1995, p. 27), é Compilaram-se as fichas de atendimento de 92
um dos corriqueiros motivos de busca de atendimento casos de malasseziose canina (43 -46,7% machos e
dermatológico humano (ZAI1Z; RUIZ; SOUZA, 2000). 49 - 53,3% fêmeas, com idade entre 2 e 180 meses de
Inexiste, até o momento, qualquer evidência que de- vida, dos quais 71 -77,2% eram de raça definida),
monstre que tal dermatose levedúrica tenha potencial selecionadas dentre 16953 prontuários de cães e gatos
zoonótico. dermatopatas que demandaram, no período de 1989-
A importância das leveduras desse gênero, con- 1995, para primo atendimento no Serviço de
sideradas como parte da biota humana e animal, vem Dermatologia do Departamento de Clínica Médica e
aumentando, mormente na Medicina Humana, a partir do Hospital Veterinário da FMVZ - USP. Os dados
do seu reconhecimento como importantes patógenos coligidos e analisados, a partir dos prontuários, envolve-
em pacientes com algum tipo de imunodepressão ou ram aqueles da identificação (defmição racial, sexo e ida-
naqueles recém-nascidos hospitalizados (ZAITZ; RUIZ; de), anamnese (decurso evolutivo- agudo: evolução de
SOUZA, 2000). Dentre os caninos, vem ela ganhando até 3 meses, e crônico, evolução acima deste período;
papel de destaque, já que secunda, perpetua e agrava sintomatologia; tipo de manejo higiênicoe dietético eeven-
inúmeras dermatopatias, mormente aquelas de cunho tuais doenças de base), exame dermatológico (ti po, topo-
alérgico e sebonréico. grafia, configuração e extensão das lesões, caracteri-
Desencadeada pela excessiva multiplicação da zando as áreas corpóreas mais acometidas), resultados
levedura Malassezia pachydennatis (outrora denominada dos exames complementares (diascopia, luz de Wood,
Pytirosporum pachydennatis e, também, Pityrosporum parasitológico e citológico de raspado de pele (Figura
canis) por sobre a epiderme canina, a malasseziose 4), bioquímicos, hematológicos, radioimunométricos e
tegumentar é a dermatomicose mais freqüente dentre bacteriológicos) e, principalmente, dos cultivos
aquelas dos cães (49,5 % a 55,9%), segundo Dubugras micológicos, executados a partir de escamas e crostas
et aI. (1992) e Gambale et aI. (1987). colhidas dos pacientes e enviadas ao Setor de Micologia
Destarte, são necessários que fatores do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ci-
predisponentes, endógenos ou exógenos, façam-se pre- ências Biológicas da USP, onde, a partir do cultivo em
sentes para a multiplicação da Malassezia, pois esta le- ágar Sabouraud dextrose a 37°C, e identificava a leve-
vedura é um participante não só da microbiota cutânea dura, segundo Lodder (1974, apud VARGAS, 1995,
mas, também, ótica e de mucosas de cães e gatos, bem p.27).
como de inúmeras espécies selvagens (elefante, urso, Compilaram-se, ainda, os resultados dos proto-
raposa, tigre, canguru, lobo, macaco, tamanduá, coaIa colos de terapia interpostos (sistêmica- itraconazol,
e aves). cetoconazol e glicocorticóides, e tópica - xampus
A par da Malassezia furfur e da M. antifúngicos ou dessebonréicos), isolados (sistêmica ou
pachydermatis, novas espécies de Malassezia foram tópica) ou associados (28 casos - 30%).
isoladas (GUILLOT; GHEHO, 1995; SIMMONS; De oito dos casos arrolados, acompanhados
GUEHO, 1990) de meato acústico externo e de ânus durante o ano de 1995, reuniram-se os resultados dos
de felinos (M. sympodialis), bem como da pele huma- exames histopatológicos de fragmentos de pele

244
MAZZEI, C. R. N.; LARSSON, C. E.; GAMBALE, W.: RODRIGUES. c.P.: VALENTE, N.S. Malasseziose tegumentar canina: estudo clínico - epidemiológico retrospectivo de 92 casos
(1989 a 1995), São Paulo, Brasil. / Malazessia dermalitis in dogs: a clinicai epidemialagicol relrospective study of 92 cases (1989-1995). S.Paulo, Brazil. / Malasseziose
tegumetllar canina: estudio clínico-epidemiológico retrospectivo de 92 casos (1989 a 1995) São Paulo, Brasil. I Rev. educo contin. CRl\IrV-Sp I Continuous Education Journal
CRMV-SP, São Paulo, volumeS, fascículo 3, p. 243 - 252, 2002.

biopsiados e analisados mediante a coloração de entre as proporções observadas para o total de ma-
Hematoxilina-Eosina, Ácido Periódico de Schiffe Prata chos e fêmeas (p>0,05),
Metenamina (Grocott). Dentre os 71 animais (Quadro 1) de raça defini-
Utilizou-se o teste de duas proporções, com da (77,2%), as três raças mais acometidas foram:
aproximação pela distribuição normal de probabilida- Cocker Spaniel Inglês (22 - 31,0%), Pastor Alemão
des, a fim de verificar a existência de diferença estatis- (12 - 16,9%) e Poodle (6 - 8,45%),
ticamente significante entre os resultados obtidos. O ní- Ainda, relativamente à caracterização
vel de signifIcância (valor crítico) adotado foi de 5% epidemiológica do quadro, evidenciou-se que 56
para as análises realizadas, conforme recomendação de (65,9%) casos eram de evolução crônica, preponde-
Berquo, Souza e Gotlieb (1981). rando, dentre estes, aqueles que apresentavam a
malasseziose em período de 11 e 35 meses (24,7%).
RESULTADOS No tocante aos sintomas e lesões, a alopecia e/
ou a rarefação pilosa foram aqueles mais
No que tange à faixa etária, aquela compreendi- freqüentemente observados (86,9% dos casos) segui-
da entre 37 e48 meses de vida (14 cães-15,2%), foi dos pela presença de escamas (61,9%),
a de maior concetração de casos. Os animais com ida- hiperpigmentação cutânea (53,3%), eritema (48,9%),
de igual ou inferior a 60 meses foram os mais acometi- hiperqueratose (42,4%), liquenificação (41,3%), cros-
dos (60 - 65,2%). A despeito de ter havido, em núme- tas melicéricas e/ou hemorrágicas (26, 1%),
ros absolutos, um acometimento maior (49 - 53,2%) untuosidade da pele e do pelame (8,7%), pústulas
de fêmeas (Figura 1), não houve diferença significante (4,3%) e comedos (2,2%) (Figuras 5 e 6).

0·12 13·24 25-311 31~ 49-60 111·72 13-84 ll~ 11·101 101·
Idade· meses

Figura 1 - Animais da espécie canina com malasseziose tegumentar

_..
-.
(1989-1995) atendidos no Serviço de Dermatologia (F\1 VZ-
USP), segundo o sexo e a faixa etária (200 I)
Figura 3 - Exame hislopatológico de biópsia cutânea de pele acometida

..------
por malasseziose. Observar a paraqueratose e a presença de
leveduras na camada córnea. Coloração: P.A.S (ampiação de 4OOx)

,------------------

-1---------------1
--
..-
"t-------------..,

..t - - - - - - - - - + -. .--..,

-
Figura 2 - Animais da espécie canina com malasseziose tegumentar
(1989-1995) atendidos no Serviço de Dermatologia (FMVZ-
Figura 4 • Leveduras Malassezia pachydermatis obtidas do esfregaço
direto de lesões cutâneas. Coloração: Rosenfeld (ampliação
USP) segundo a resposta à terapia interposta (200 I) de 1000 x)

245
MAZZEI. C R. N.: LARSSON. C E.: GAMBALE. W.: RODRIGUES. CP.: VALENTE. N.S. Malasseziose Icgumentarcanina: eSludoclínico· epidemiológico retrospe:clivode92 casos
(1989 a 1995). São Pnulo. Brasil. / Malazessia dermatitis in dogs: II cli"ical epidemiological retrospectil'e srlldy of92 case~' (1989-1995), S.Palllo. Bra:.i/' / Malasseziose
tegllmellfar cani"a: esllldio clínico-epidemiológico relrospecri\'O de 92 casos (1989 a 1995) São Paulo. Brasil. / Rev. educo contin. CRMV·SP I Continuous Educalion Journal
CRMV-SP. São Paulo. volume 5. fnscículo 3. p. 243·252,2002.

Figura 5 • Fêmea de 3 anos de idade com lesões eritematosas em toda


extensão ventral e rarefação pilosa. apresentando
malasseziose secundária à demodiciose generalizada
Figura 6 - Observar o mesmo animal com hiperpigmentação abdominal
Ainda do ponto de vista sintomatológico, 66 ventral, erilema e rarefação pilosa em membros pélvicos
(82,5%) cães apresentavam prurido, de intensidade
moderada a intensa, habitualmente, mais evidenciado histológicas observadas em oito casos de malasseziose
por sobre as áreas de lesões alopécicas e classificadas tegumentar biopsiados foram, a nível epidérmico:
dentre aquelas com alterações de cor (eritema, hiperqueratose paraqueratótica, acantose, espongiose
hiperpigmentação), com perdas teciduais (escamas e e exocitose Iinfocitária. Em cinco casos (62,5%), ob-
crostas) e com alterações de espessura (hiperqueratose, servou-se a presença de pústulas intracorneanas, por
liquenificação, esclerose). vezes associadas a pústulas intra-espinhosas e, em seis
Nos Quadros 2 a 4, reúnem-se dados relati vos casos (75%), hipo ou agranulose. Contudo, em apenas
a distribuição topográfica de assestamento lesional, se- três casos (37,5%), foi possível a identificação de M.
gundo a região anatômica, o segmento corpóreo e aque- pachydermatis na camada córnea (Figura 3). No to-
les relacionados à causa de base. As alterações cante às alterações dérmicas, observou-se a presença

S.R.O. 21
C.R.O. 71
Cocker Spaniellnglês 22
Pastor alemão 12
Poodle 6
Oachshund 5
Ooberman 3
Fila Brasileiro 3
Pinscher 3
Akita 3
Boxer 2
Weimaraner 2
Pastor Belga 2
Pointer
Cocker Spaniel Americano
Airedale Terrier
Rottweiller
Terrier Brasileiro
Lhasa Apso
Husky siberiano
Oogue Alemão
"Fox Paulistinha"
SRO - sem raça definida CRD - com raça defrnida
N'" freqú&cla absoluta (%) - freqüência relativa

Quadro I -Animais da espécie canina com malasseziose tegumentar, atendidos no serviço de Dennatologia (FMVZ I USP). segundo a definição racial,
São Paulo, 1989 - 1995 (2001)

246
MAZZEl. C. R. N.: LARSSON, C. E.; GAMBALE. W.: RODRJGUES, C.P.; VALENTE. N.S. Malassezjose tegumentar canina: estudo clinico· epidemiológico retrospectivo de 92 casos
(1989 a 1995), São Paulo. Brasil. / Malazessia derma/ilis in dogs: a clinicai epidemiological relro~peclive sludy of 92 cases (1989-/995), S.Paulo, Braúl. / Malasseúose
leglllnentar canina: estudio c/f"ico·epidemiológico retrospectivo de 92 casos (/989 a /995) São Paulo, Brasil. / Rev. educo contin. CRMV-SP I Continuous Education Journal
CRMV ~SP. São Paulo, volume 5, fascículo 3. p. 243 . 252. 2002.

Cervical ventral
Membros élviccs
Torácica lateral
Periocular
Abdominal ventral
Lombo-sacra
Toda extensão ventral
Axilar
Inguinal
Interdi ital
Perivulvar I perineal
Abdominal dorsal
Mentoniana
Membros toráciccs
Toda extensão dorsal
Pavilhão auricular
Abdominal lateral
Tuberosidade is uiátlca
Plano nasal
Perianal
Bolsa escrotal 2 (4,6)
Perilabial 1 2,3
Caudal ventral 1 (2,0)

N'" freqüência absoluta (%) .. freqüência relativa

Quadro 2 -Animais da espécie canina com malasseziose legumenlar, atendidos no serviço de Dermatologia da FMVZ / USP, segundo as regiões
analômicas envolvidas e o sexo, São Paulo, 1989 -1995 (200 I)

de infiltrado inflamatório linfo-histiocitário perivascuJar sentaram melhora da ordem de 50 a 60%, e apenas 16


e perifolicuJar em todos os casos analisados. Em sínte- (21,0%) tiveram melhora de menos de 40% ou não de-
se, o padrão histológico observado foi aquele de uma monstraram qualquer resposta à terapia.
dermatite espongiótica subaguda, inespecífica, ocasio- Pôde-se verificar uma melhora igual ou superior a
nalmente com aspecto psoriasiforme. 70% em 57,1 % dos animais tratados com a associação
Estabelecido o diagnóstico de malasseziose das terapias tópica e sistêmica, contra 52,3% dos animais
tegumentar canina (primária ou secundária às que receberam apenas terapia tópica, e 50% daqueles tra-
dermatoses de base), e instituída a terapia, quer seja tados apenas com antifúngicos per os. Contudo, à luz da
tópica, quer sistêrnica ou, ainda, associada, pôde-se evi- estatística, utilizando-se do teste de duas proporções
denciar grande melhora, qual seja de pelo menos 70% (p<O,05), não houve diferença estatisticamente significante
em 41 (54,0%) animais, dos quais 19 (25,0%) apre- quanto a resposta aos tipos de terapia empregados.

Região céfalo-cervical 28 (65,1) 33 (67.3) 61 (66,3)


Região ventral do tronco 22 (51,2) 29 (59,2) 51 (55,4)
Região dorsal do tronco 12 (27,9) 14 (28,6) 26 (28,3)
Região lateral do tronco 14 (32,5) 11 (22,4) 25 (27,2)
Membros pélvicos 8 (18,6) 16 (32,6) 24 (26,1)
Região perineal e caudal ventral 2 (4,6) 10 (20,4) 12 (13,0)
Região interdigital 5 (11,6) 3 (6,1) 8 (8,7)
Membros torácicos 5 (10,2) 5 (5,4)
N'" freqüência absoluta (%) - freqüência relativa

Quadro 3 -Animais da espécie canina com malasseziose legumentar localizada, alendidos no serviço de DerrnalOlogia da FMVZ I USP, segundo os
segmentos corpóreos mais acometidos e o sexo, São Paulo, L989 - 1995 (200 I)

247
MAZZEI, C. R. N.; LARSSON, C. E.; GAMBALE, W.: RODRIGUES. c.P.: VALENTE, N.S. Malasseziose tegumentar canina: estudo clínico - epidemiológico relrospeclivo de 92 casos
(1989 a 1995), São Paulo, Brasil.! MaLazessia dermatitis in dogs: a clinicai epidemiological retrospective study of92 cases (1989-/995). S.Ptllllo, Brazil.! Malasseziose
fegumemar canina: estlldio clínico-epidemiológico retrospectivo de 92 casos (1989 a /995) São Paulo, Brasil. ! Rev. educo contin. CRMV-SP 1 Continuous Education Journal
CRMV-SP. São Paulo, volume 5, fascículo 3, p. 243 - 252. 2002.

6 (6,5) 5 (5,5) 11 (12,0)

Determinada 37 (40,2) 44 (47,8) 81 (88,0)

DAPP / puliciose 16 (43,2) 22 (50,0) 38 (46,9)

DA a esclarecer 6 (16,2) 8 (18,2) 14 (17,3)

Seborréia primária 8 (21,6) 3 (6,8) 11 (13,6)

Dermatite atópica 1 (2,7) 3 (6,8) 4 (4,9)

DA de contato 2 (5,4) 2 (4,5) 4 (4,9)

DSDHS 1 (2,7) 3 (6,8) 4 (4,9)

Hipotireoidismo 1 (2,7) 2 (4,5) 3 (3,7)

Ixodidiose 1 (2,7) 1 2,3) 2 (2,5)

H.A. 1 (2,7) 1 (1,2)

Total 43 (46,7) 49 (53,3) 92 (100,0)


DAPP "" dennatite alérgica a picada de pulga D.A ." dennatite alêrgica OSOHS'" dennatite secundária a desequilíbrio dos niveis de honnônios sexuais H.A." hiperscnsibilidade alimentar

Quadro 4- Animais da espécie canina com malasseziose tegumentar, atendidos no serviço de Dennatologia da FMVZ I USP, segundo as causas de base
e o sexo dos animais, São Paulo, 1989 - 1995 (2001)

DISCUSSÃO acometidas (Cocker Spaniel e Pastor Alemão)


correspondem àquelas com tendência a apresentarem
A malasseziose tegumentar ocupa um papel de seborréia primária ou idiopática, enferrllÍdade de base
destaque dentre as dermatomicoses caninas, sendo que atuaria como importante fator predisponente.
a principal dermatite fúngica que acomete os animais Uma vez que inúmeras condições podem pre-
dessa espécie. No presente estudo, verificou-se que dispor à instalação da malasseziose cutânea, pode-se
a ocorrência dessa dermatopatia foi da ordem de compreender o papel de destaque que esta dermatose
0,5%, considerando-se todos os casos novos ocupa na clínica dermatológica de pequenos animais.
dermatológicos e/ou otológicos, de caninos e felinos, Ela é, de fato, a dermatorllÍcose mais freqüentemente
atendidos no Serviço de Dermatologia do Departa- observada dentre os animais da espécie canina em São
mento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Paulo, cuja ocorrência oscila entre 49,5% e 55,9% dos
Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Pau- casos (DUBUGRAS et aI., 1992; GAMBALE et aI.,
lo, no período de 1989 a 1995. 1987), relacionados às dermatoses fúngicas.
Embora, segundo a literatura compulsada, A malasseziose primária é, segundo a literatura
inexista predisposição etária (DUFAIT, 1983; MASON; internacional, pouco freqüente, correspondendo a 27%
EVANS, 1991), os cães com idade inferior a cinco anos dos casos (FERGUNSON, 1992). No presente es-
foram, segundo o presente levantamento, os mais aco- tudo, observou-se uma ocorrência de 12% de casos
metidos. Em trabalhos brasileiros pretéritos, conduzi- de malasseziose tegumentar, em que não foi possível a
dos por Larsson et aI. (1979,1988), observou-se que identificação de dermatopatia de base. Dentre estas,
a idade média dos animais acometidos era de dois anos. a dermatite atópica caracteriza-se por se constituir, se-
A grande maioria (77%) dos casos de gundo a bibliografia compulsada, na mais freqüente
malasseziose foi evidenciada em animais com perfeita (BOND et aI., 1996) Verificou-se, todavia, que a
definição racial, das raças Cocker Spaniel Inglês, Pas- dermatite alérgica à picada de pulga é o principal fator
tor Alemão, Poodle, Dachshund (Teckel), Doberman, desencadeante, em São Paulo. Essa dermatite encon-
Fila Brasileiro, Pinscher e Akita. Nem todas coincidem, tra-se, habitualmente, associada à seborréia secundá-
em termos de predisposição racial, com aquelas cita- ria, que atuaria como um importante fator
das por Dufait (1983), Mason e Evans (1991) e Virat predisponente à multiplicação das leveduras. A maio-
(1972 apud LARSSON, 1988, p. 64). Tal fato retrata, ria dos casos descritos no presente estudo (88,0%)
provavelmente, diferenças relativas à magnitude da po- correspondem à forma sindrôrnica de malasseziose,
pulação canina de determinadas raças, criadas em dis- aliás, a de maior ocorrência, segundo a classificação
tintos países. Ainda, observou-se que as duas raças mais elaborada por Mason (1993). Tal forma caracteriza-

248
MAZZEI, C. R. N.; LARSSON, C. E.; GAMBALE, W.; RODRIGUES, C.P.; VALENTE, N .S. Malasseziose tegumentar canina: estudo clínico - epidemiológico retrospectivo de 92 casos
(1989 a 1995). São Paulo, Brasil. / Malazessia dermali,is ill dogs: a clinicai epidemiological relrospective study of 92 cases (1989-1995), S.Paulo, Braúl. / Malasseziose
tegllmenlar canina: esludio cl(nico-epidemiológico retrospectivo de 92 casos (1989 a 1995) São Paulo. Brasil. / Rev. educo contin. CRMV-SP 1 Continuous Education Journal
CRMV-SP, São Paulo, volume 5, fascículo 3, p. 243 - 252, 2002.

se por estar associada à severa seborréia e por ser pústulas intracomeanas ou intra-espinhosas. Foi possí-
acompanhada de intenso prurido. vel a visualização de leveduras, ao nível da camada
A despeito de alguns autores afirmarem que a córnea, em 37,5% dos casos aqui reunidos e estuda-
antibioticoterapia prolongada predisporia à ocorrência dos. Não se dispõe, na literatura compulsada, de da-
da malasseziose tegumentar (AAVD, 1995; PLANT; dos relativos à freqüência de observação da M.
ROSENKRANTZ; GRIFFIN, 1992) e, ainda, contra- pachydermatis em cortes histológicos de cães com
ditoriamente, que leveduras do gênero Malassezia sp, malasseziose para um desejado cotejamento.
presentes sobre o tegumento, participariam do controle O recente isolamento de uma espécie
das piodermites (FAERGMAN; BOERGERS, 1990), lipodependente, a Malassezia sympodialis, a partir da
não se observou, nos casos aqui referidos, uma relação pele e de superfícies mucosas de felinos, sugere que as
entre o uso prévio e prolongado de antibiótico e a ma- amostras colhidas de animais, com suspeita da dermatite
nifestação da Malasseziose. levedúrica, sejam semeadas, também , em ágar
No tocante às regiões anatômicas mais acometi- Sabouraud acrescido de ácidos graxos, para que se
das e ora observadas, houve um maior assestamento possa determinar a prevalência deste agente na etiologia
(33,7%) na região cervical ventral. Em 44,5% dos ca- de otites e de dermatites, em cães e gatos (SIMMONS;
sos havia, ainda, lesões em outras regiões de dobras GHEHO,1990).
cutâneas, quais sejam, as regiões axilar, inguinal, No homem, a evidenciação das formas
interdigital, peri-vulvar/perineal, perianal, de bolsa filamentosa e leveduriforme da M. fuifur observadas,
escrotal e perilabial, corroborando com os dados dis- respectivamente, na pele alterada e sã, constitui-se num
postos na bibliografia (BOND et ai., 1995; MASON; importante recurso para a confirmação diagnóstica da
EVANS, 1991). Tais locais, caracterizam-se por apre- pitiríase versicolor, embora as lesões, por si só, sejam
sentar condições de temperatura, umidade e até de habitualmente características, permitindo o diagnóstico
untuosidade favoráveis à proliferação da levedura. em bases clínicas (VALENTE, 1995). Tal diferencia-
As lesões cutâneas da malasseziose canina evo- ção não é observada nos animais, dificultando a inter-
luem de forma distinta daquelas devidas a M. fuifur do pretação dos resultados obtidos por exames subsidiá-
homem, pois vêm acompanhadas por prurido e patente rios, utilizados para o diagnóstico.
inflamação. Os tipos de lesões constatadas na casuística No tocante aos protocolos terapêuticos empre-
paulista correspondem àquelas referidas preteritamente gados, não se observou diferença estatisticamente sig-
por Bond et aI. (1995) e Mason e Evans (1991). nificativa entre as terapias tópica, sistêmica ou associa-
A dita hipótese proliferativa parece ser a mais da. Em 79% dos casos verificou-se uma melhora igual
apropriada para elucidar a etiopatogenia da dermatite ou superior a 50%. A ausência de melhora (10,5% dos
pitirospórica canina. Da mesma forma que a M. fuifur casos), bem como a melhora inferior a 40% (10,5%
agravaria e perpetuaria a dermatite seborréica do cou- dos casos) evidenciada, justifica-se pela dificuldade de
ro cabeludo, a M. pachydermatis colonizaria, secun- controle das causas de base destes animais.
dariamente, em determinadas regiões cutâneas, previa- Estudos que comparam a eficácia do cetoconazol
mente alteradas por outras dermatopatias (REYMOND; e itraconazol, in vitro, em relação à M. pachydermatis,
AMBLARD, 1990; WEBSTER, 1991). indicam, ora uma superioridade do itraconazol sobre o
Achados histopatológicos foram inespecíficos, cetoconazol (FAERGMAN; BOERGERS, 1990), ora
embora sugestivos. A ausência de leveduras, nos cor- uma equivalência entre ambos (DUFAIT, 1981). No
tes histológicos, não exclui a possibilidade de se tratar presente levantamento, não se dispõe de número re-
de malasseziose (SCOTT; MILLER JR; GRIFFIN, presentativo de animais tratados com itraconazol, para
2000). Ainda, tanto em felinos e caninos portadores de que se possa comparar a resposta mediante uso de
diversas dermatopatias, excetuando aquelas de etiologia ceto e itraconazol.
fúngica, pôde-se verificar, histologicamente, a presença Deve-se atentar para a interpretação da respos-
de Malassezia sp. ao nível da queratina superficial ta, mediante terapia sistêmica com cetoconazol, nos ca-
(MASON; EVANS, 1991; SCOTT , 1992a,b.). As sos em que se estabelece o diagnóstico em bases clini-
alterações histológicas, detectadas neste trabalho, cas e terapêuticas. Sabe-se que este antifúngico é do-
corresponderam àquelas descritas por Mason e Evans tado, ainda, de potentes propriedades antiinflamatórias
(1991), quais sejam, hiperqueratose paraqueratótica, e imunomoduladoras (IHRKE, 1996), proporcionan-
acantose, espongiose, exocitose linfocitária, infiltrado in- do o alívio do prurido e da inflamação cutânea, presen-
flamatório linfo-histiocitário, podendo ocorrer, ainda, tes em inúmeras dermatopatias eczematosas, mormen-

249
MAZZEI. C. R. N.: LARSSON. C. E.: GAMBALE. W.: RODRIGUES. C.P.; VALENTE. N.S. Malasseziosc tegumcllturcanina: e!>ludoclínico -epidemiológico retrospectivo de 92 casos
(1989 a 1995). São Paulo. Brasil. / Malazessia dermatitis in dORS: a clinicai epidemiological retrospecti\'e stlld)' of 92 cases (/989-/995), S.Paulo, Brazil. / Malasst!7.Íose
legllmenrar canina: estlldio clínico-epidemiológico retrospectil'o de 92 cas(}.f (/989 a 1995) São Palllo. Brasil. / Re\'. educo contin. CRMV-SP I Continuous Education Journal
CRMV·SP. São Paulo. volume 5. fascículo 3. p. 243 - 252. 2002.

te aquelas de caráter crônjco, que podem ser erronea- e fêmeas são igualmente acometidos, predominando os
mente diagnosticadas como sendo malasseziose. animais com padrão racial definido, da raças Cocker
A despeito das supostas contra-indicações que Spaniel inglês, Pastor Alemão e Poodle;
prevaleceram, durante longo período, quanto ao uso 2) os sintomas e as lesões cutâneas habituais são:
de gljcocorticóides para o tratamento da levedurose em alopecia e fou rarefação pilosa (87%), prurido (82,5%),
tela, estudos recentes demonstraram haver uma flagrante escamas (62%), hiperpigmentação cutânea (53,3%),
melhora com o uso deste medicamento, por vias eritema (49%), hiperqueratose (42,4%) e Iiquenificação
sistêmica ou tópica (MASON; EVANS, 1991; (41,3%);
MASON; STEWART, 1992). Neste trabalho, verifi- 3) as regiões anatômicas mais freqüentemente
cou-se uma melhora superior a 50% nos casos em que acometidas são: cervical, torácica e abdominal ventral
se utilizou glicocorticóide sistemicamente, sem que hou- (89, I%), cefálica (32,6%), dorsal (28,3%), a lateral do
vesse efeitos indesejáveis. tronco (27,2%), de membros pélvicos (26, 1%), perineal
No tocante à terapia tópica, verificou-se uma (13,0%), interdigital (8,7%) e de membros torácicos
equivalência de resposta mediante emprego de xampus (5,4%);
à base de cetoconazol; sulfeto de selênio; alcatrão, 4) em 88% dos casos em que foi possível a iden-
cloreto de benzalcônjo e ácido salicílico; peróxido de tificação de etiologias de base, predominaram aquelas
benzoíla; enxofre, ácido salicíl ico e irgasan, ao se con- de origem alérgica (75,2%), seborréica (13,6%), aque-
siderar para tanto uma melhora igual ou superior a 70%. las secundárias a desequilíbrio dos níveis de hormônios
Na bibliografia consultada, estudos comparando a efi- sexuais (4,9%) ou tiroideanos (3,7%) e ectoparasitária
cácia de xampus à base de sulfeto de selênio 0,25%, (2,5%);
com aqueles contendo clorexidine 2% associado a 5) o exame histológico de biópsia cutânea é
miconazoI2%, indicam uma superioridade deste último inespecífico, revelando hiperqueratose paraqueratótica,
no tocante à ação antifúngica e antibacteriana (BOND acantose, espongiose, exocitose linfocitária, pústulas
et aI., 1995). (intracórneas e intra-espinhosas) e infiltrado inflamató-
rio linfo-histiocitário na derme. Em mais de um terço
CONCLUSÕES (37,5%) dos casos biopsiados foi possível a visualização
das leveduras na camada córnea;
A presente casuística permite concluir que: 6) verificou-se uma expresssiva (54%) remissão
1) os cães criados em solo paulista, acometidos sintomatológica e lesional dos animais tratados, não sen-
pela malasseziose tegumentar, são aqueles predominan- do observadas diferenças estatisticamente signjficativas
temente da faixa etária dos 37 aos 48 meses de vida, entre os protocolos terapêuticos adotados (tópico,
mormente com menos de 60 meses de idade. Machos sistêmico ou da associação destes).

SUMMARY
A clinicai epidemiological retrospective study was carried outin Brazil, involving 92 dogs with Malazessia
dermatitis. Though there was no correlation between gender and results, dogs lInder 5 years of age
and certain breeds, such as English Cocker Spaniels, German Shepherds and Poodles, were more
predisposed. The alopecic, scaly, lichenified, erythematous and hypercheratotic lesions were restricted
to the skin fold areas, with severe pruritus in most cases. Other underlying diseases, specially allergic
dermatitis, were identified in 88% of cases. Complete remission of symptoms and lesions was achieved
in 54% of animais that were treated. No significant difference was found between therapeutic
schedules.

Key words: Dogs. Malassezia dermatitis. MaJassezia Pachydermatis.

250
MAZZEI. C. R. .: LARSSON. C. E.: GAMBALE, W.; RODRIGUES. c.P.: VALENTE. N.S. Malasseziose tegumentarcanina: estudo clínico - epidemiológico retrospectivo de 92 casos
(1989 a 1995). São Paulo. Brasil. / Malazessia dermatitis in dogs: a clillical epidemiological relrospecrh'e sltldy of 92 cases (1989-1995), S.Plllllo, 8razil. / Malasse:.iose
tegllmetllllf callina: esttldio clínico-epidemiológico retrospectivo de 92 casos (1989 a 1995) São Palllo. Brasil. / Re\'. educo conlin. CRMY·SP I Continuous Education Journal
CRM-Y·SP. São Paulo. volume 5. fascículo 3. p. 243·252.2002.

I RESUMEN
A través dei estudio retrospectivo se caracterizaron, 92 casos de malasseziose tegumentar canina,
atendidos en el Hospital Veterinario de la Facultad de Medicina Veterinaria y Zootecnia de la
Universidad de SÃO PAULO, en el período de 1989 a 1995. con respecto de los correspondientes
aspectos clínicos y epidemiológicos (incidencia, predisposiciones, tiempo de evolución, síntomas,
local ización de las Jesiones y respuesta a la terapia).

Palabras clave: Malassezia pachydermatis. Ma1asseziose. Perros.Pitirosporosis tegumentar.

REFERÊNCIAS

AAVD- American Academy of Veterinary Dermatology. DUFAIT, R. Activity of some imidazole compounds against
Summaries of practioners round-table discussions.ln: ANNUAL Pityrosporum canis. Vlaans Diergeneeskundig Tjdschrift,
AAVD BUSINESS MEETING, 1995, Santa Fe. Resumos... 12 p. v. 50, n. 2, p. 99-102, 1981.

BERQUÓ, E. S.; SOUZA, S. M. P.; GOTLlEB, S. L. D. DUFAlT, R. Pityrosporum canis as the cause of canine chronic
Bioestatística. São Paulo: Editom Pedagógica e Universitária, 1981. derrnatitis. Veterinary Medicine Small Animal Clinician,
v.78,n.7,p. 1055-1057, 1983.
BO D, R.; ANTHONY, R. M. Characterization of markedly
lipid-dependent MaLassezia pachydermatis isolates from FAERGMAN, J.; BOERGERS, M. The effect of ketoconazole
healthy dogs. Journal of Applied Bacteriology, v. 78, n. 5, and itraconazole on the filamentous forrn of Piryrosporulll
p.537-542,1995. ovaLe. Acta Dermato-Venereologica, Stockh, v. 70, n. 2, p. 172-
176,1990.
BONO, R. et aI. Factors associated with elevated cutaneous
MaLassezia pachydermatis populations in dogs with pruritic FERGUNSON, E. Workshop report 1 - Malassezia and c~ine
skin disease. Journal ofSmall Animal Practice, v. 37, n. 3, p. derrnatitis. Advances in Veterinary Dermatology, v. 2, p. 399-
103-107, 1996. 402,1992.

BONO, R. et aI. Comparison of two shampoos for treatment of GAMBALE, W. et a!. Ocorrência de fungos em lesões
MaLassezia pachydermatis - associated seborrheic dermatitis superficiais de cães na cidade de São Paulo, Brasil. Revista da
in Basset Hounds. Journal ofSmaU Animal Practice, v. 36, n. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade
3,p.99-I04,1995. de São Paulo, v. 25, n. 2, p. 187-192, 1987.

COSTA, S. S. Pitiríase versicolor: contribuição ao estudo GUILLOT, J.; GUEHO, E. The diversity of MaLassezia yeasts
epidemiológico, clínico, micológico e histopatológico. 1988, confirmed by rRNA sequence and nuclear DNA comparisons.
94 f. Dissertação (Mestmdo) - Universidade Federal Fluminense, Antonie van Leeuwenhoek-lnternational Journal ofGeneral
Niterói, 1988. and Molecular Microbiology, v. 67, n. 3, p. 297-314,1995.

DUBUGRAS, M. T. B. et ai. Dermatofitoses e leveduroses de IHRKE, P. J. MaLassezia dermatitis and hypersensitivity. In:
cães e gatos: aspectos diagnósticos. Brazilian Journal of Antimicrobial Therapy-Aplications in Dermatology - An
Veterinary Research and Animal Science, v. 29 , n. 2 , p. 273- international Symposium. The orth American Veterinary
287,1992. Conference, 1996, [s.l.] Proceedings... p. 45-48.

251
MAZZEI, C. R. N.; LARSSON, C. E.; GAMBALE, W.: RODRJGUES, c.P.; VALENTE. N.S. MaIasseziose tegumentarcanina: estudo clínico ·epidemiol6gico retrospectivo de 92 casos
(1989 a 1995), São Paulo. Brasil. / Malazessia dermatitis in dogs: a clinicaI epidemiological retrospectil'e srud)' of 92 cases (/989-1995), S.Paulo. Brazi/. / Ma/asseziose
regumenrar canina: estlldio clInico-epidemiológico retrospecti\'O de 92 casos (1989 a 1995) São Pau/o, Brasil. / Rev. educo contin. CRMV-SP I Continuous Education JournaI
CRMV-SP. São Paulo. volume 5, fascículo 3. p. 243 - 252. 2002.

LARSSO , C. E. Contribuição ao estudo das otopatias de cães e SCOTT, D. W Bacteria and yeast on the surface and within
gatos. 1988. 180 f. Tese (Livre-Docência)-Faculdade de Medicina non-inflammed hair follicles of skin biopsies from cats with
Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1988. non-neoplastic dermatoses. CorneU Veterinarian, V. 82, n. 4,
p. 371-377,19913.
LARSSON, C. E. et aI. Dermatite por Pityrosporum
pachydermatis (Weidlllan 1925) em cão do Estado de São Paulo. SCOTT, D. W. Bacteria and yeast on the surface and within
In: Congresso Estadual de Medicina Veterinária, 6., 1979, non-inflammed hair follicles of skin biopsies from dogs with
Gramado, RS. Anais... p. 49. non-neoplastic dermatoses. CorneU Veterinarian, V. 82, n. 4,
p. 379-387, 1992b.
LARSSON, C. E. et alo Dennatitis in dogs caused by Malassezja
(pityrosponon)pachydennatis.AIsVl'ffrinaria, v.4,n.l,p.63-68, 1988. SCOTT, D. W;MILLERJr., W H.; GRlFFIN,C. E. Muller&
Kirk's smaU animal dermatology. 6 ed. Philadelphja: W. B.
MASON, K.V Cutaneous malassezia. In: GRIFFIN, C. E.; Saunders, 2000.
KWOCHKA, K. W; McDONALD, J. M. Current veterinary
dermatology. SI. Louis: Mosby yearbook, 1993. p. 44-48. SIMMONS, R. B.; GHEHO, E. A new species of Malassezia.
Mycological Research, v. 94, n. 8, p. 1146-1149, 1990.
MASON, K.V; EVANS, A. G. Derlllatitis associated with
Malassezia pachydermatis in 11 dogs. Journal ofthe American VALENTE, N. S. Pitiríase versicolor. Revista Brasileira de
Animal Hospital Association, v. 27, n. I, p. 14-20,1991. Medicina, V. 52, p. 42-43, 1995.

MASON, K. V; STEWART, L. J. Malassezia and canine VARGAS, V E. S. Associação de Malassezia fllrfllr com
dermatitis. Advances in Veterinary Dermatology, v. 2, p. 399- patologias com componenteseborréico. 1995. 125 f. Dissertação
402,1992. (Mestrado)- Escola Paulista de Medjcina, Universidade Federal
de São Paulo, São Paulo. 1995.
PLANT,J. D.; ROSE KRANTZ, W S.; GRIFFIN, C. E. Factors
associated with and prevalence of high Malassezia WEBSTER, G. Seborroheic derrnatitis. International Journal
pachydermatis nUlllbers on dog skin. Journal of American ofDermatology, v. 30, n.12, p. 843-844,1991.
Veterinary Medicai Association, v. 20 I, n. 6, p. 879-882, 1992.
ZAITZ, c.; RUIZ, L. R. B.; SOUZA, V. M. Dermatoses
REYMONO, 1. L.; AMBLARD, P. Dermatite séborrhéique. Un siêcle associadas às leveduras do gênero Malassezia. An. Brasileiro
decontroverse. Presseof Medicall, v. 19,n. 22, p. 1030-1031,1990. Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 75, n. 2, p. 129-142,2000.

252

Você também pode gostar