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Seis razões para não ler livros e uma só para os ler.

Estas seriam as razões para contradizer o ato da leitura:


Primeira. A prática da leitura reflete a natureza intrinsecamente pessoal e
interpretativa da experiência de leitura. Logo, a compreensão e o significado de
um texto são moldados pelas experiências, perspetivas e emoções individuais
de cada leitor. A subjetividade na leitura é evidenciada pela diversidade de
interpretações que um mesmo livro pode gerar, (complexidades). Isso ocorre
porque cada leitor traz consigo um conjunto único de bagagens culturais,
crenças, valores e experiências pessoais que influenciam a forma como eles
percebem e se relacionam com o conteúdo. O que torna impossível a
concordância entre leitores.
Segunda. Enquanto lemos perdemos a oportunidade de fazer algo muito mais
interessante e útil. Isto deve-se à extensão excessiva dos livros, o que arrasta
a leitura e faz com que percamos tempo. Dado ao motivo de ser um processo
tão exaustivo acabamos por não adquirir conhecimento nem assimilar
informações. Lemos por ler e ocupamos a mente, mas somente por breves
instantes. O mundo não pára à nossa volta quando paramos para ler. Somos
transportados para uma irrealidade ilusória ao nosso cotidiano. Mas que é isso
mesmo, uma ilusão.
Terceira. Ler torna-nos solitários. Quando um ser humano tem um livro nas
suas mãos, ele lê e ignora o mundo à sua volta. Assim que um livro é aberto,
um mundo novo é descoberto e quem o lê limita a sua vida à fantasia e à
ficção. Esse isolamento parte do valor do refúgio que o leitor sente em relação
à vida real, ele fica obcecado com o mundo que lhe é apresentado, fica
fascinado por analisar uma realidade ideal, o completo contrário onde vive.
Sendo seres racionais, precisamos de socializar. Um livro não é um amigo
equivalente a um humano, ele não ouve, não comunica, não abraça. Devemos
expandir os nossos horizontes e não nos afastarmos do que é verdadeiro pois
existe uma linha que não pode ser ultrapassada entre o real e o irreal.
Quarta. O Ato de ler é dispendioso. Os livros são e sempre serão algo com um
preço significativamente alto. E quantos mais livros lemos, mais dinheiro
gastamos... Muitas vezes, antes de comprar um livro pensamos: "E se a
história não for boa?", "Ou for semelhante a outras que já li?", "Valerá a pena
investir nesta compra?" Cedemos ao impulso e acabamos, inevitavelmente, por
comprar livros com conteúdos muito iguais, ficamos desapontados e
desperdiçamos dinheiro sem nexo, o que acaba com as nossas poupanças. E
nem toda a gente tem a oportunidade de gastar dinheiro com livros e acaba por
não ler por isso.
Quinta. Há demasiados livros. Com a publicação em abundância, podia-se
concluir que a existência exagerada destes manuscritos seria vasta devido à
criatividade dos autores por todo o mundo. Essa hipótese, porém, acaba por
ser eliminada após a observação delicada e pormenorizada das obras em
questão. Os livros de hoje são superficiais, com isto queremos dizer que as
sinopses são semelhantes, um em cada dez livros têm histórias que partem do
mesmo ponto; Os finais são extremamente previsíveis, é difícil encontrar um
livro que nos surpreenda do início ao fim. Atualmente tornou-se um hábito
escrever desenvolvimentos arrastados, sem vida, que apenas nos
proporcionam frustração pela demora de acontecimentos realmente oportunos.
O leitor quer ação, conhecimento. Não pormenores desnecessários pois estes
acabam por fazer o contrário a cativar alguém à leitura. Com base nestes
aspetos, podemos verificar que o escritor está muito resumido ao conhecido e
que quem desfruta do seu trabalho não é muito diferente, pois busca
exatamente o mesmo.
Sexta. Ler pode se revelar realmente desafiador. Quantas pessoas já tiveram a
respiração acelerada, a visão turva e as palavras embaciadas pelas lágrimas
diante de uma simples página de um livro?Hoje em dia, ler pode parecer algo
fútil, nas últimas décadas a taxa de alfabetização aumentou
consideravelmente. Saber ler já não traz qualquer tipo de mérito. No entanto,
isso não significa que seja uma atividade mais apreciável. Ler pode nos
lembrar de memórias menos boas da escola, onde o livro estava no meio da
mesa e tínhamos que ler tão rápido quanto nosso o colega do lado. Memórias
cheias de ansiedade, enquanto alguns sofriam de dislexia sem sequer
saberem. Por que querer reviver tudo isso quando só nos vai confrontar com
nossa falta de autoconfiança e medo de fracasso? Além disso, a leitura tornou-
se uma competição interminável. É preciso já ter lido tudo. É preciso ter uma
cultura ampla, um vocabulário rico, entender palavras que nunca mais
ouviremos na nossa vida cotidiana. Tantos conhecimentos e referências a
memorizar, o que nos colocarão pressão adicional.
Primeira e última. Aprende-se sempre com todos os livros que lemos. Os livros
têm o poder de nos envolver na sua história, sejam eles de ficção, romance,
factos reais, ou de qualquer outro tipo. Cientificamente falando, para o bom
funcionamento do cérebro, é necessário estabelecer ligações entre os nossos
neurónios e, a cada leitura que fazemos, o nosso cérebro conhece e cria novas
histórias e isso acaba por impulsionar novas e maiores ligações entre os
neurónios. A leitura é uma das grandes bases da nossa vida. Cada um de nós
devia ler o mesmo livro em várias fases da vida, pois em cada uma delas a
nossa perspetiva sobre a história vai mudar. E acabamos sempre por nos
identificar com algo no seu conteúdo, que nos faz querer continuar a ler. Cada
leitor poderá ter uma perspetiva diferente: imaginar as personagens da história
de uma forma, interpretar os factos de maneiras distintas.... Mas mesmo não
gostando muito de um livro, retiramos sempre algo de bom, alguma
aprendizagem, alguma informação importante, mesmo que essa seja nunca
mais ler um livro daquele autor ou descobrir como não escrever um livro. Ler
leva-nos para uma realidade diferente da nossa que, inevitavelmente, nos vai
ensinar algo. Ler é ter o poder da imaginação, ler é conhecimento, ler é o
despertar de emoções, ler é relaxante, ler é deixar-nos levar e pode ser tudo o
que uma pessoa quiser.

PRA TP2
Beatriz Neves
Julie Delas
Marta Coelho
Milene Ferreira

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