Você está na página 1de 12

27 de janeiro de 2024

REVISTA ADULTOS - Lição 05: A Missão da Igreja de Cristo


TEXTO ÁUREO

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do


pão, e nas orações.” (At 2.42)

Entenda o Texto Áureo:

- 2.42 doutrina dos apóstolos. O conteúdo fundamental para o crescimento espiritual e


amadurecimento do crente era a Escritura, a verdade revelada de Deus, que os apóstolos
receberam (Jo 14.26; 15.26-27; 16.13) e ensinaram fielmente (2Pe 1.19-21; 3.1-2,16). comunhao.
Literalmente "parceria" ou "compartilhamento". Pelo fato de os cristãos se tomarem parceiros com
Jesus Cristo e com todos os outros crentes (1Jo 1.3), e seu dever espiritual estimular uns aos
outros a justiça e obediência (Rm 12.10; 13.8; 15.5; Cl 5.13; Ef 4.2,25; 5.21; Cl 3.9; 1Ts 4.9; Hb 3.13;
10.24-25; 1Pe 4.9-10). partir do pão. Referência a mesa do Senhor ou comunhão, que e obrigatória
para todos os cristãos (IC o 11.24-29). oracoes. Dos crentes individualmente e da igreja
corpo/ativamente (At 1.14,24; 4.24-31; cf. Jo 14.13-14).

VERDADE PRÁTICA
Como o sal fora do saleiro cumpre a sua função de salgar, assim a Igreja
quando adora e discipula, testemunha das insondáveis riquezas de Cristo.

Entenda a Verdade Prática:


- As bem-aventuranças em Mateus 5.13-16 descrevem o caráter essencial dos discípulos de Jesus; o
sal e a luz são metáforas que denotam a sua influência para o bem no mundo. O sal dá sabor e
preserva. A eficácia do sal, entretanto, é condicional: tem de conservar a sua salinidade. A salinidade
do cristão é o seu caráter conforme descrito nas bem-aventuranças, é discipulado cristão verdadeiro,
visível em atos e palavras!

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Marcos 16.14-20; Atos 2.42-47
Marcos 16
14. Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e
lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não
haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado.

- 16.14 aos onze. Os 12 menos Judas, que cometera suicídio (Mt 27.3-10). incredulidade e dureza de
coração. Por não acreditar no testemunho da ressurreição (vs. 1 2-13; cf. Lc 24.10-11).
15. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

- 16.15-16 Semelhante ao relato de Mateus da Grande Comissão, com o contraste adicional entre
aqueles que foram batizados (crentes) e os que se recusaram a crer e são condenados. Mesmo se o v.
16 for parte genuína do Evangelho de Marcos, ele não ensina que o batismo salva, uma vez que os
perdidos são condenados pela descrença, e não por não terem sido batizados (At 2.38).
16. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado.

- Quem crer e for batizado será salvo – O batismo é aqui colocado para a assinatura externa da fé
interior do coração, assim como “confessar com a boca” está em Romanos 10:10; e lá também como
aqui esta manifestação externa, uma vez mencionada como o fruto apropriado da fé, não é repetida no
que se segue (Romanos 10:11). mas quem não crer será condenado – Estas questões terríveis da
recepção ou rejeição do Evangelho, embora muitas vezes registradas em outras conexões, são dadas
neste contexto somente por Marcos. [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando revisão]
17. E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão
demônios; falarão novas línguas;

- E estes sinais seguirão aos que crerem. Tais evidências foram necessárias no início do Cristianismo,
para atrair a atenção para a doutrina; mas as palavras de nosso Senhor não significam que deviam ser
perpétuas, como uma evidência continuamente recorrente da verdade do Cristianismo. em meu nome
expulsarão demônios. Marcos, de todos os evangelistas, talvez se detenha mais nisso, como
característica da obra de nosso Senhor e como evidência de seu domínio supremo sobre o mundo
espiritual. [Pulpit, aguardando revisão]
18. pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes
fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.

- pegarão serpentes com as mãos. O caso de Paulo em Malta (Atos 28:3-5) seria familiar para os
leitores de Marcos. e se beberem algo mortífero, não lhes fará dano algum. Existem alguns poucos
relatos tradicionais do cumprimento desta promessa; como no caso de “Justus Barsabas”,
mencionado por Eusébio, e de João, mencionado por Santo Agostinho.
19. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-
se à direita de Deus.

- 16.19 à destra de Deus. O lugar de honra que Cristo assumiu depois de sua ascensão (At 2.33).
20. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com
eles 0 Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram.
Amém!

- Essas palavras são mencionadas em várias passagens por Justino Mártir. Eles constituem uma
introdução adequada aos Atos dos Apóstolos. Cornelius a Lapide conclui seu Comentário sobre
Marcos com a seguinte bela apóstrofe de Santo Agostinho:- “Ó reino de bem-aventurança eterna, onde
a juventude nunca envelhece, onde a beleza nunca desaparece, onde o amor nunca esfria, onde a saúde
nunca falha, onde a alegria nunca diminui, onde a vida nunca acaba!” [Pulpit, aguardando revisão]

Atos 2
42. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir
do pão, e nas orações.

- 2.42 doutrina dos apóstolos. O conteúdo fundamental para o crescimento espiritual e


amadurecimento do crente era a Escritura, a verdade revelada de Deus, que os apóstolos receberam
(Jo 14.26; 15.26-27; 16.13) e ensinaram fielmente (2Pe 1.19-21; 3.1-2,16. comunhão. Literalmente,
"parceria" ou "compartilhamento". Pelo fato de os cristãos se tornarem parceiros com Jesus Cristo e
com todos os outros crentes (1Jo 1.3), é seu dever espiritual estimular uns aos outros à justiça e
obediência (cf. Rm 12.10; 13.8; 15.5; C l 5.13; Ef 4.2,25; 5.21; Cl 3.9; 1 Ts 4.9; Hb 3.13; 10.24-25; 1Pe
4.9-10). partir do pão. Referência à mesa do Senhor ou comunhão, que é obrigatória para todos os
cristãos (cf. IC o 11.24-29). orações. Dos crentes individualmente e da igreja corpo/ativamente (veja
1.14,24; 4.24-31; cf. Jo 14.13-14).
43. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos
apóstolos.

- 2.43 Muitas maravilhas e sinais – Veja Atos 2.22. Isso foi prometido pelo Salvador em Marcos 16.17.
Alguns dos milagres que eles realizaram são especificados nos capítulos seguintes.
44. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.

- 2.44 tudo em comum. Veja At 4.32. Essa frase não quer dizer que os cristãos primitivos viviam em
comunidade ou associação e redistribuíam tudo em igualdade, mas que eles mantinham suas posses
sem estarem presos às mesmas, estando dispostos a usá-las a qualquer momento em favor de
alguém, à medida que as necessidades surgissem.
45. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo
cada um tinha necessidade.

- 2.45 Vendiam suas propriedades e bens. Isso indica que eles não juntaram seus recursos, mas
venderam suas posses a fim de dar dinheiro aos necessitados na igreja (At 2.46; 4.34-37; 2Co 8.13-
14).
46. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em
casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,

- 2.46 Diariamente... no templo. Os crentes iam ao templo para louvar a Deus (v. 47), observar as horas
diárias de oração (cf. 3.1) e testemunhar do evangelho (v. 47; 5.42). partiam pão de casa em casa. Isso
tem a ver com as provisões diárias que os crentes dividiam entre si. alegria e singeleza de coração. A
igreja de Jerusalém era alegre; porque seu único foco centrava-se em Jesus Cristo (2Co 11.3; Fp 3.13-
14).
47. louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias
acrescentava o Senhor ã igreja aqueles que se haviam de salvar.

- 2.47 acrescentava-lhes o Senhor. A salvação é uma obra soberana de Deus.

INTRODUÇÃO
Nesta lição, vamos estudar a missão da Igreja de Cristo. Veremos que a
Igreja é chamada para proclamar a poderosa mensagem da cruz. Assim, ela
cumpre a sua vocação de eleita quando participa da Grande Comissão
deixada pelo seu fundador, Jesus Cristo (Mt 28.19). Como consequência
dessa realidade, veremos que a igreja é uma comunidade adoradora de
comunhão e, finalmente, é uma comunidade que exerce um grande papel
no presente século. Portanto, a Igreja de Cristo exerce uma grande missão
neste mundo.
- A igreja tem uma tarefa suprema sobre a terra: proclamar as Boas Novas do Reino a todos os povos.
Os seguidores de Cristo têm como prioridade nas suas funções neste mundo, pregar o Evangelho, as
boas-novas da Salvação para que cheguem a cada coração humano, seja idoso, jovem ou criança. A
pregação do Evangelho em todos os lugares, alcançando todos os povos ou etnias
concomitantemente, deve ser uma realidade para o crente, caso contrário, há uma deficiência na
prática ou um desvio conceitual sobre a nossa missão na terra. A razão principal da existência da
Igreja é a proclamação do seu Reino ao mundo perdido e para isso precisamos ter consciência de que
somos instrumentos no mistério da graça celestial para levar outros a conhecer a suprema verdade:
Jesus.
PALAVRA-CHAVE: Grande Comissão
- “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo” Mateus 28.19 - Jesus ressuscitou e, antes de subir aos céus, deu à sua igreja a grande
comissão. Quatro verdades devem ser destacadas na grande comissão:
a) A primeira é a autoridade do comissionador. Jesus tem toda autoridade e todo poder no céu
e na terra (Mt 28.18). Aquele que envia a igreja ao mundo tem competência para fazê-lo.
b) A segunda verdade é o grande desafio dado por Jesus à igreja (Mt 28.19a). Na medida em
que ela caminha, na dinâmica da vida, ela deve fazer discípulos de todas as nações. O campo é o
mundo. A igreja não faz a obra aqui e depois lá, mas aqui e lá concomitantemente.
c) A terceira verdade é a necessidade de integrar os novos convertidos para um programa
contínuo de discipulado (Mt 28.19b). Os discípulos devem ser batizados em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo. Não há crentes desigrejados. Não há ovelha fora do rebanho. Não há ramo
desligado da Videira.
d) A quarta verdade é a promessa do comissionador de estar com a igreja até à consumação
dos séculos (Mt 28.20). A igreja não caminha sozinha no cumprimento da grande comissão. Jesus, o
dono e protetor da igreja, caminha com ela para lhe dar direção e poder. Você é um discípulo
discipulador? Todo aquele que é chamado para a salvação é enviado a fazer discípulos de todas as
nações. Hernandes Dias Lopes. Disponível em: https://www.ipb.org.br/conteudos_detalhe?conteudo=707. Acesso em: 23
JAN 24.

I. PREGAÇÃO E INSTRUÇÃO
1. Proclamando as Boas-Novas. A Igreja foi fundada por Cristo (Mt 16.18)
como uma instituição para abençoar o mundo. Essa missão é exercida por
meio da pregação do Evangelho: “Aprouve a Deus salvar os crentes pela
loucura da pregação (1 Co 1.21). Após ressuscitado, o Senhor Jesus
comissionou os discípulos a pregarem o Evangelho (Mc 16.14-20).
Referindo-se a essa missão, Marcos usa o verbo grego Keryssó, traduzido
como “pregar”, “proclamar”. O sentido é de um arauto que proclama algo.
Esse verbo ocorre 61 vezes no Novo Testamento. É o termo usado para
mostrar João, o batista, “pregando no deserto da Judeia” (Mt 3.1); e Jesus
Cristo quando começou a pregar (Mt 4.17).
- Todos os quatro evangelistas deram ênfase à grande comissão. Lucas a repete no livro de Atos. Na
Grande Comissão (Mt 28.18-20), Jesus delega a seus seguidores a tarefa de irem e fazerem discípulos
de todas as nações, ensinando-os a guardar todos os ensinamentos de Jesus. O imperativo nesta
passagem é “fazer discípulos”. Naturalmente, isto significaria que seus seguidores ensinariam tudo o
que tinham aprendido com Jesus. A obra da cruz não fará diferença alguma na vida daquele que a
ignora. O perdão e a vida eterna são estendidos a todos, desde que invoquem o nome do Senhor.
Parafraseando Paulo em Romanos 10.14: “: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E
como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue?””. O que
basicamente Paulo quer dizer nessa série de perguntas retóricas é que uma apresentação clara da
mensagem do evangelho deve preceder a verdadeira fé salvadora. A verdadeira fé sempre tem
conteúdo — a Palavra revelada de Deus. A salvação vem para aqueles que ouvem o evangelho e creem
nos seus fatos.
2. O objeto da pregação. Outro termo usado com muita frequência no
Novo Testamento para se referir à Grande Comissão da Igreja é euangelizô.
Esse verbo ocorre 54 vezes no Novo Testamento e o seu sentido é o de
trazer as Boas-Novas, pregar as Boas-Novas. Nesse aspecto, o objeto das
Boas-Novas não se refere a alguma coisa, mas a alguém, a uma pessoa.
Nesse sentido, os cristãos primitivos “não cessavam de ensinar e de
anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42). Pregar a Jesus Cristo não é pregar uma
“coisa” ou uma mensagem subjetiva, mas proclamar ao mundo caído que
Ele está vivo e pronto para salvar. Pregar a mensagem da cruz é anunciar o
Evangelho do Reino de Deus revelado em Cristo (At 8.12).
- O Evangelho é a maior notícia que, apenas nós, a Igreja, temos conhecimento dela. Nós fomos
incumbidos de uma grande responsabilidade. Deus escolheu a Igreja para levar o Evangelho às
pessoas. Deus não escolheu anjos para pregarem o Evangelho; eles gostariam de pregar, mas não
podem pregar porque nenhum anjo foi salvo, Jesus não morreu por eles. Nenhum anjo foi regenerado.
Somente nós, que um dia experimentamos a graça da salvação, temos essa responsabilidade. O
evangelho é a boa notícia da parte de Deus, em primeiro lugar, de que “Cristo morreu pelos nossos
pecados”. “Cristo morreu pelos nossos pecados” no sentido de que, na cruz, Ele fez expiação pelos
delitos que cometemos contra Deus, nosso Rei. Jesus, morrendo como nosso substituto, absorveu em
Si mesmo toda a ira de Deus contra a real culpa moral do seu povo. Ele não deixou nenhuma dívida
não paga. Ele mesmo disse: “Está consumado” (Jo 19.30). A mensagem completa do Evangelho é a
mensagem de que Jesus Cristo veio à terra como Deus-Homem, viveu entre nós, morreu por nossos
pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia (1Co 15.3, 4). Não existe nada mais profundo ou
mais poderoso do que a mensagem de Cristo morto e ressurreto.
3. Discipulando os convertidos. “Pregar” e “proclamar” é levar a Palavra
de Deus aos que estão do lado de fora da Igreja, enquanto que discipular” é
instruir os que estão do lado de dentro. O verbo “discipular”, do grego
matheteuo, ocorre somente quatro vezes no Novo Testamento, enquanto o
substantivo “discípulo” (gr. mathetés) ocorre 261 vezes. O sentido é o de
alguém instruído ou treinado em alguma coisa. É o termo usado em Mateus
28.19 para designar a Grande Comissão: “Ide, ensinai todas as nações”. Na
verdade, Jesus estava dizendo: “Ide e discipulai”. A Igreja não é formada
apenas por “crentes”, a Igreja é formada por discípulos. Alguém pode estar
na igreja local sem, contudo, ser um discípulo. Este é alguém que é capaz de
reproduzir e passar para outrem o que aprendeu e vive por meio de Cristo
Jesus.
- Fazer discípulos — a missão que Deus nos deixou (Mt 28.18–20) — começa com pregar o Evangelho.
Portanto, compartilhar o Evangelho não é uma questão de preferência ou dons, mas de obediência ao
nosso Salvador, que deu Sua vida em nosso favor. Quanto mais entendermos quem Cristo é e o que
Ele fez por nós, mais desejaremos transmitir essa mensagem de esperança às pessoas. A ordem de
Jesus para fazer discípulos só será possível para aqueles que se tornarem, primeiramente, seus
verdadeiros imitadores. Essa é a essência e a condição do discipulado, pois, não há como ajudar
alguém a seguir Jesus sem antes pagar o preço de ser um imitador de Cristo. E os que vão pagar esse
preço são aqueles que, um dia, descobriram algo muito mais encantador do que o próprio espelho.
São aqueles que experimentaram um amor tão profundo e tão intenso que nenhuma definição humana
é capaz de exprimir. Um amor de Alguém que trouxe uma mensagem genuinamente nova e
maravilhosamente transformadora. São aqueles que, pela Graça, enxergaram a beleza de Cristo, que
foram cativados por Ele e, por isso, passaram a imitá-lO e a desejar que outros também O imitem.

SINOPSE I
A Igreja fundada por Cristo tem o propósito de abençoar o mundo, por meio
da pregação do Evangelho e do discipulado, em palavras e ações.

AUXILIO MISSIOLÓGICO
A GRANDE MISSÃO DA IGREJA DE CRISTO
A igreja cristã tem a solene obrigação de fazer o seguinte:
1- Apresentar a Cristo de forma viva, clara, eficaz e persuasiva ao mundo e
ao indivíduo como o Salvador enviado por Deus, o Senhor soberano do
Universo e futuro Juiz da humanidade.
2- Guiar os povos a uma relação de fé com Jesus Cristo a fim de que possam
experimentar perdão dos pecados e renovação de vida. O homem deve nascer
novamente, se quiser herdar vida eterna e amizade eterna com Deus.
3- Separar e congregar os crentes através da realização do batismo,
estabelecendo-os em igrejas atuantes. O companheirismo constitui uma parte
vital da vida cristã.
4- Firmar os cristãos na doutrina, nos princípios e nas práticas da vida,
amizade e serviço cristão, ensinando-os a observar todas as coisas. Isso é
instrução, a criação de discípulos cristãos, a cristianização do indivíduo.
5- Treiná-los a viver no Espírito Santo. Já que a vida cristã contém exigências
e ideais sobrenaturais, ela só pode ser vivida através de uma confiança plena
no Espírito Santo. Se as lições não forem aprendidas cedo, a vida cristã fica
cercada de frustração e torpor; a apatia instala-se, ou as pessoas acomodam-
se a uma vida cristã anormal. Essa é a tragédia de inumeráveis cristãos que
nem mesmo esperam concretizar os ideais bíblicos” (PETERS, George W.
Teologia Bíblica de Missões. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.260).

II. ADORAÇÃO E EDIFICAÇÃO


1. Uma comunidade adoradora. No contexto bíblico, a adoração significa
dar a glória que é devida somente a Deus. É tirar a atenção de nós mesmos
para centrarmos unicamente no Senhor (Mt 4.10). A adoração tem a ver
com o nosso serviço a Deus. Não é algo que se faz apenas no momento do
culto público ou privativamente. Tem a ver com nossa maneira de ser, agir
e viver. É viver a vida para Deus! Esse é o sentido do termo grego latreia,
traduzido como “adorar”. O apóstolo Paulo roga à igreja que apresente a
Deus o seu corpo em “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o
vosso culto racional” (Rm 12.1). A palavra “culto” nesse texto traduz o
termo grego latreia. O sentido é o de um serviço prestado a Deus de forma
consciente e integral. É viver totalmente para o Senhor.
- Aqui vale discutir o tipo de adoração que o Senhor exige: culto racional (Rm 12.1). "Racional" vem do
grego "lógica". À luz de todas as riquezas espirituais que os cristãos desfrutam exclusivamente como
o fruto das misericórdias de Deus (Rm 11.33,36), segue-se logicamente que eles elevem a Deus a sua
mais elevada forma de culto. Aqui está subentendida a ideia de culto espiritual sacerdotal, o qual era
parte integral da adoração do Antigo Testamento.
- Na vida cristã não existe a dicotomia “sagrado/profano”. Normalmente as pessoas separam as
coisas da sua vida, denominando que estas pertencem a Deus e estas outras não. Muitos são os que
crêem que algumas coisas podem ser vistas e ouvidas por Deus e outras não. Em todas as ações e
planos da vida; quaisquer que sejam seus planos, desejos e ações, tudo seja feito para a glória de
Deus.
- Em 1º Coríntios 10.31 Paulo exorta: “Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa,
fazei tudo para a glória de Deus”. A frase “a glória de Deus” é equivalente à honra de Deus; e a direção é
que devemos agir em todas as coisas para “honrá-lo” como nosso Legislador, nosso Criador, nosso
Redentor; e de modo a guiar outros pelo nosso exemplo a louvá-lo e a abraçar Seu evangelho. Uma
criança age de modo a honrar um pai quando ele sempre aprecia pensamentos reverentes e
adequados sobre ele; quando ele é grato por seus favores; quando ele guarda suas leis; quando ele
tenta avançar seus planos e interesses; e quando ele age de modo a levar todos à sua volta a valorizar
opiniões elevadas sobre o caráter de um pai. Ele o “desonra” quando não respeita sua autoridade;
quando ele quebra suas leis; quando ele leva outros a tratá-lo com desrespeito. Da mesma maneira,
vivemos para a glória de Deus quando o honramos em todas as relações que ele mantém para nós;
quando guardamos suas leis; quando participamos de seus favores com gratidão e com um profundo
senso de nossa dependência; quando oramos a ele; e quando vivemos para levar os que estão à nossa
volta a valorizar concepções elevadas de sua bondade, misericórdia e santidade. Qualquer que seja o
plano ou propósito que tenderá a promover Seu reino, e torná-lo mais conhecido e amado, será para
Sua glória. Podemos observar em relação a isso:
(1) Que a regra é “universal”. Isso se estende a tudo. Se em assuntos tão pequenos como comer e
beber devemos procurar honrar a Deus, certamente devemos em todas as outras coisas.
(2) destina-se a que essa seja a regra constante de conduta e que devemos ser lembrados com
frequência. Os atos de comer e beber devem ser realizados com frequência; e o comando está ligado
àquilo que muitas vezes deve ocorrer, para que possamos ser lembrados com frequência e que
possamos ser esquecidos.
(3) pretende-se honrar a Deus em nossa família e entre nossos amigos. Nós comemos com eles;
compartilhamos juntos as recompensas da Providência; e Deus planeja que devemos honrá-Lo
quando participarmos de Suas misericórdias, e que assim nossos prazeres diários sejam santificados
por um esforço constante para glorificá-Lo.
(4) devemos dedicar a força que extraímos das recompensas de Sua mão para Sua honra e em Seu
serviço. Ele nos dá comida; Ele o torna nutritivo; Ele revigora nossa estrutura; e essa força não deve ser
devotada a propósitos de pecado, e devastação e corrupção. É um ato de alta desonra a Deus, quando
ele nos dá força, que devemos dedicar imediatamente essa força à poluição e ao pecado.
(5) essa regra foi criada para ser um dos diretores principais de nossas vidas. É orientar toda a nossa
conduta e constituir um “teste” pelo qual testar nossas ações. Tudo o que pode ser feito para
promover a honra de Deus é certo; tudo o que não pode ser feito com esse fim está errado. Qualquer
que seja o plano que um homem possa formular que tenha esse fim, é um bom plano; tudo o que não
pode ser feito para ter essa tendência, e que não pode ser elogiado, continuado e terminado com um
desejo distinto e definido de promover Sua honra, está errado e deve ser imediatamente abandonado.
(6) que mudança faria no mundo se essa regra fosse seguida em todos os lugares! Quão diferente
viveriam os cristãos professos! Quantos de seus planos seriam obrigados a abandonar de uma vez! E
que poderosa revolução faria ao mesmo tempo na terra, caso todas as ações das pessoas comecem
a ser realizadas para promover a glória de Deus!
(7) pode-se acrescentar que sentimentos como o do apóstolo foram encontrados entre os judeus e até
entre os pagãos. Assim, Maimônides, como citado por Grotius, diz: “Seja tudo em nome do céu”, ou
seja, em nome de Deus. Capellus cita vários escritores rabínicos que dizem que todas as ações,
inclusive comer e beber, devem ser realizadas “em nome de Deus”. Veja o “Critici Sacri”. Até os
escritores pagãos têm algo que se assemelha a isso. Assim, Arrian Efésios 1:19 diz: “Olhando para
Deus em todas as coisas pequenas e grandes”. Epicteto, também, ao ser perguntado como alguém
pode comer para agradar a Deus, respondeu: “Ao comer de maneira justa, moderada e felizmente”.
Comentário de E.W. Bullinger

2. Uma comunidade edificadora. A igreja é uma comunidade


proclamadora, adoradora e edificadora. A palavra grega oikodomé,
traduzida como “edificar”, é usada no seu sentido literal de construir um
edifício e, metaforicamente, no sentido de crescimento espiritual. No
primeiro sentido é usada por Jesus em referência à casa edificada sobre a
rocha (Mt 7.24) e, no segundo sentido, em Efésios 4.12. Nessa última
referência, o apóstolo Paulo diz que Deus pôs na Igreja os apóstolos, os
profetas, os evangelistas, os pastores e mestres para a “edificação do corpo
de Cristo”. Este, por exemplo, é o objetivo dos dons espirituais: trazer
edificação à igreja (1 Co 14.3). Assim, quem fala em línguas em público, sem
interpretação, edifica-se a si mesmo (1 Co 14.4); contudo, não edifica a
igreja, que não entendeu o que foi dito (1 Co 14.5). Dessa forma, o apóstolo
Paulo exorta os crentes a buscarem a edificar “uns aos outros” (1 Ts 5.11).
- Além de promover e regular a adoração coletiva de Deus pela congregação, o propósito de missão da
igreja inclui fomentar a adoração a Deus por parte dos indivíduos. A adoração não acontece somente
nos cultos e reuniões públicos. Deve acontecer no viver diário do cristão. O propósito da igreja é, em
parte, encorajar os cristãos individuais na fé e no relacionamento com Cristo. Com esse alvo em
mente, Paulo rogou que a igreja em Éfeso crescesse “em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem
todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada
parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15-16). Quando o
autor de Hebreus exortou seus leitores a se congregarem regularmente, indicou o propósito de se
encorajarem mutuamente: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e
às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.24-25). A vida de toda a
congregação junta deve ter como alvo a edificação coletiva, uma ideia que tem suas raízes no povo de
Deus do Antigo Testamento. Deus criou um povo, no Antigo Testamento, para ser especialmente
abençoado por sua presença, promessas e poder. O alvo de Deus para eles era que manifestassem a
sua fidelidade e o seu senhorio, por olharem com expectativa para o dia prometido de sua vinda. A
nação deveria ser um povo marcado por santidade. No Novo Testamento, o povo de Deus é a igreja.
Numa congregação local, a comunhão como um todo deve manifestar a santidade de Deus por meio
de sua santidade. O amor de Deus deve ser refletido no amor que eles demonstram uns para os
outros. A unidade de Deus deve ser refletida na unidade deles – Paulo discorre sobre todos esses
temas na sua 1ª Carta aos Coríntios. A comunhão de crentes em uma congregação deve ser um
companheirismo no labutar por edificação mútua e por fidelidade na evangelização.

SINOPSE II
A genuína adoração e edificação mútua é fruto de uma vida de devoção e
serviço a Deus em contínuo crescimento.

III. COMUNHÃO E SOCIALIZAÇÃO


1. A fé na esfera fraternal. Um dos pilares da Igreja Primitiva estava na
comunhão (At 2.42). A palavra grega koinonia, traduzida aqui como
“comunhão”, ocorre 19 vezes no Novo Testamento e o seu sentido é
literalmente de “parceria”, “participação” e “comunhão espiritual”. Se
somos cristãos e andamos na luz do Evangelho, devemos viver em
comunhão (1 Jo 1.7). Onde não há comunhão entre os crentes, também não
há igreja solidamente edificada. Não há, portanto, Igreja onde seus
membros vivem isolados e não mantêm comunhão uns com os outros.
- A comunhão na Igreja Primitiva era o seu ponto mais notável. O crescimento vinha como decorrência
da comunhão observada na vida da comunidade. Todos queriam participar de um grupo que se amava
tanto, que se respeitava tanto e que tinha tudo em comum. Quando crescemos em comunhão o
Espírito de Deus age no seio da igreja enviando novas pessoas. A comunhão madura na vida da igreja
é o indicador de que ela está pronta para receber novas pessoas.
- “Lucas não poderia estar equivocado quando utilizou o vocábulo “comunhão” quando se referiu à
Igreja Primitiva. A descrição subsequente, esplanada no tópico sobre unidade da igreja, expõe de
forma muito clara as considerações dessa igreja. Assim, deve-se ressaltar que os primeiros cristãos
“eram perseverantes (…) na comunhão“. E como foi anteriormente ressaltado, isso implica em dizer
que eles eram fundamentados na experiência comum do corpo. Assim, como os outros pontos
ressaltados por Lucas, a comunhão era essência da vitalidade da Igreja. Contudo, antes de
prosseguirmos para outros tópicos, devemos compreender a ideia de “Comunhão“. O termo grego
utilizado é “koinonia“. Em suas diversas formas o termo não é usado mais que 19 vezes no Novo
Testamento. Contudo, sua ideia é visível em várias de suas partes. Um exemplo disso é At.20.36-38:
“Tendo dito estas coisas, ajoelhando-se, orou com todos eles. Então, houve grande pranto entre todos, e,
abraçando afetuosamente a Paulo, o beijavam, entristecidos especialmente pela palavra que ele dissera:
que não mais veriam o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio”. Nenhuma vez neste texto nós
encontramos o termo Comunhão, mas não podemos negá-la aqui. É evidente que a intimidade e
comunhão entre Paulo e os cristãos de Éfeso, que por razão da partida de Paulo, houve choro e
tristeza. A vida de mutualidade entre Paulo e os cristãos de Éfeso demonstra a Comunhão que existia
entre eles. Em At.4.32-35 vemos outro exemplo fantástico e marcante: “Da multidão dos que creram
era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que
possuía; tudo, porém, lhes era comum“ Embora vamos comentar com mais detalhes esse versículo
pouco adiante, vale a pena observar que a vida da Igreja primitiva estava alicerçada na Comunhão,
também. Os cristãos estavam tão próximos uns dos outros que não ousavam considerar seu o que
possuía, mas estava pronto a dividir com seus irmãos conforme havia necessidade. Isto é a
demonstração da Comunhão que a Igreja deveria ter hoje. Diante desses fatos, qual é o papel da
liderança nesse ponto? A liderança da Igreja deve promover a Comunhão da Igreja. Suas atividades
devem viabilizar a Comunhão do Corpo de Cristo. Isso deve ser estudado e planejado de acordo com
as reais disponibilidades da Igreja e de seus participantes. De fato, a comunhão na Igreja primitiva era
espontânea, por causa da experiência que cada um dos membros tinham com Cristo. Mesmo
correndo o risco de ser redundante, digo: “A comunhão da Igreja depende da vida de Comunhão com
Deus que cada membro do corpo de Cristo desfruta”. Tal verdade é bem colocada por João em sua
primeira epístola, observe: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão
uns com os outros” (1Jo.1.7a). Aqui está o segredo da Comunhão entre os participantes da Igreja de
Cristo. Não há separação entre os que estão na Luz, como Deus é: “Deus é luz e nele não existe trevas
nenhuma” (1Jo.1.5). Todo o que participa de uma vida de intimidade com Deus, desfruta da intimidade
dos que procuram intimidade com Deus. Quanto mais perto de Deus os participantes da igreja estão,
mas próximos uns dos outros. Portanto, se o papel do líder da igreja é promover a Comunhão entre os
irmãos, e tal comunhão só é possível quando eles estão desfrutando de intimidade com Deus, o líder
deve auxiliá-los a buscar intimidade com Deus. O papel do líder não é ser um “dono-da-igreja”, mas ser
um “servo-facilitador” da busca das virtudes bíblicas por parte dos seus liderados. Portanto, o líder
deve dar sua vida pela santificação da Igreja que dirige. Se isto é buscado e efetivamente executado, a
Comunhão é o resultado. Tal ideia é muito semelhante a colocação de Paulo em 2Co.11.2: “Porque
zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a
um só esposo, que é Cristo“”. https://marceloberti.wordpress.com/2009/02/10/a-vida-da-igreja-de-cristo-em-atos-
at242-47/

2. Unidade e Fraternidade. A igreja do Novo Testamento se expressa por


meio da unidade e fraternidade entre seus membros (1 Jo 1.3). Jesus orou
pela união fraterna de seus discípulos (Jo 17.21). Um dos grandes males da
igreja hodierna está justamente na quebra da comunhão cristã, o que tem
provocado grande fragmentação no Corpo de Cristo. Devemos, portanto,
nos esforçar por manter a comunhão cristã em nossas igrejas locais (Hb
13.16).
- A comunhão entre os crentes, fruto do amor de Deus em nós, é uma das características mais
singulares da Igreja de nosso Senhor Jesus. A Igreja não é um clube de amigos ou uma associação
humana secular. Também não é uma empresa. Todavia, é o conjunto ou comunhão dos redimidos em
Cristo, que compartilham da “unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3). A Igreja é o corpo
místico de Cristo, e, cada crente em particular, é membro desse corpo glorioso (1 Co 12.12,13). Por
conseguinte, a comunhão no Espírito (Fp 2.1) é vital à unidade e à paz da Igreja. Segundo Efésios 4.3,
a comunhão, unidade e paz na Igreja não são produtos dos esforços humanos, mas uma ministração
do Espírito Santo. Uma vez que o crente é templo e habitação do Espírito de Deus (Jo 14.16,17; Rm
8.14; 1 Co 3.16; 6.19), somos todos “um só corpo” (Ef 4.4), servindo e amando a “um só Senhor”,
compartilhando de “uma só fé”, “um só batismo”, “uma só esperança”, “um só Deus e Pai de todos”
(vv.5,6). Guardemos, pois, a “unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (v.3).
- Cinco expressões da comunhão em Cristo na Igreja:
1. Amor Fraternal. Nas páginas do Novo Testamento, encontramos as expressões “amor fraternal”
(Rm 12.10; 2 Pe 1.7) e “caridade fraternal” (1 Ts 4.9; Hb 13.1; 1 Pe 1.22). Trata-se literalmente do amor
e afeição entre irmãos (1 Pe 3.8). No plano espiritual, isto significa muito mais do que “irmandade” ou
“concórdia entre irmãos”. Nos textos de Romanos 12.10; 1 Pedro 1.22; 3.8, o amor fraternal refere-se
ao estado e atitude do cristão humilde e compassivo, que continuamente prefere dar honra aos outros
em vez de recebê-la. Observe o que afirma Romanos 12.10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros
com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”. Ver também Filipenses 2.3,4. Portanto,
amar o irmão na fé em Cristo é: (1) honrá-lo acima e independente dos interesses pessoais; (2) ser
sincero, compassivo, afável; (3) ser entranhavelmente misericordioso com ele em seus sofrimentos e
faltas (1 Pe 3.8,9); (4) levar as cargas uns dos outros (Cl 6.2).
2. A Unidade (Jo 17.21-23; Ef 4.5,6). Jesus, em sua oração intercessória, fez sua mais ardente
petição ao Pai: “Que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam
um em nós” (Jo 1 7.21). A comunhão é includente e excludente. É includente, pois a comunhão do
corpo de Cristo em um “só Espírito”, “um só Senhor”, “uma só fé”, “um só batismo” e “um só Deus”, é
possível somente entre os que nasceram de novo (Jo 3.2-8). É excludente, porque todos os que não
receberam a Cristo como seu Salvador pessoal, não podem participar da comunhão ( koinōnia ) da
igreja. Os incrédulos não desfrutam dessa comunhão, porque a luz e as trevas, a justiça e a injustiça, o
fiel e o infiel, não se associam (2 Co 6.14-16).
3. A Filantropia. O termo filantropia aparece no texto original de Tito 3.4 (ARA), referindo-se ao
incomensurável amor de Deus pela humanidade: “A benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu
amor para com todos”. A expressão “amor para com todos” é a tradução da palavra original filantropia.
Por conseguinte, significa “benevolência, amor ao próximo”. De acordo com Tito 3.4, a filantropia
bíblica é a manifestação do amor divino para com o homem. Na Igreja do Novo Testamento, os
cristãos reuniam-se a fim de participarem de uma festividade filantrópica denominada “ ágape ”. Era o
“partir do pão” em cada casa de forma a quebrar toda e qualquer diferença social ou étnica. Também
os cristãos vendiam suas propriedades e colocavam o dinheiro arrecadado aos pés dos apóstolos,
para ser dividido entre os necessitados (At 2.45). O amor divino os impulsionava à prática de boas
obras (Ef 2.8-10).
4. A Comunidade. O texto de Atos 2.42 diz que “perseveravam na comunhão”. Os fiéis se reuniam
fraternalmente e tinham uma causa comum. A igreja cristã era a comunidade dos remidos. Todos
compartilhavam dos mesmos interesses. Ninguém se sentia excluído, pois as diferenças sociais e
espirituais não eram superiores à fraternidade comunitária. Tal comunhão vinha do Espírito Santo que
os enchia, como em Atos 4.31,32. Assim deve ser numa comunidade cristã autêntica, cheia do Espírito
Santo e do seu fruto, como está patente em 1 Coríntios 13.4-7, Gálatas 5.22,23 e Efésios 4.9,10.
5. O Amor (1Co 13.1-8). Em 1 Coríntios 13, a Bíblia destaca o amor divino como a virtude que deve
reger na igreja o relacionamento das pessoas. É esse santo amor, de que trata a presente lição, que
promove a comunhão dos santos, conforme 1 Coríntios 13.4 e Filipenses 2.1b. Esse amor faz-nos
acolher e aceitar o próximo como irmão..
3. A fé na esfera social. A fé cristã também precisa ser expressa na esfera
pública. Ela tem o seu lado social. Se por um lado o substantivo grego
koinonia significa “comunhão”, por outro lado, o verbo grego koinoneo
possui também o sentido de “ajuda contributiva e partilha”. É usado por
Paulo com esse sentido em Romanos 12.13. O sentido nesse texto é o de
socorrer os mais pobres em suas necessidades. O apóstolo Paulo elogiou os
Filipenses por serem conscientes da dimensão social do Evangelho (Fp
4.15). Não se trata apenas de matar a fome dos pobres deixando-os vazios
de Deus. É o exercício da fé cristã na sua integralidade. A igreja, portanto,
não pode exercer sua fé da maneira bíblica esquecendo dos mais carentes
ou mais pobres. Jesus ressaltou esse fato (Mt 25.35,36). Que modelo de
igreja somos quando poucos têm muito e muitos têm tão pouco? O apóstolo
exorta a igreja para atentar para esse fato (Tg 2.15,16).
- O Pacto de Lausane, discorrendo sobre a Responsabilidade Social Cristã, afirma: “Afirmamos que
Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e
pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão.
Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor,
cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser
respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos
algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a
reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a
libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos
parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de
Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem
da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de
discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando
as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar, mas
também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve
estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é
morta” https://www.ultimato.com.br/pagina/pacto-de-lausanne

SINOPSE III
O amor manifesto em ações é evidenciado na comunhão entre os irmãos e
contribuição social da Igreja como expressão de fé na esfera pública.

AUXÍLIO TEOLÓGICO
O PAPEL SOCIAL DA IGREJA
O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano, criado por Deus. E Deus
não o criou como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar
somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos
preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco
com um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos
com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade
em que ele vive).
Não! Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social Como ser humano,
o nosso próximo pode ser definido como, um corpo-alma em sociedade’.
Portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida
para somente uma parte dele. Se amarmos o nosso próximo como Deus o
amou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos
preocupados com o seu bem-estar total, o bem–estar do seu corpo, da sua
alma e da sua sociedade.
É verdade que o Senhor Jesus ressurreto deixou a Grande Comissão para a
sua Igreja: pregar, evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a
obrigação da Igreja. Mas a comissão não invalida o mandamento, como se
‘amarás o teu próximo’ tivesse sido substituído por, pregarás o Evangelho’
Nem tampouco reinterpreta amor ao próximo em termos exclusivamente
evangelísticos” (STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1 ed. Rio de
Janeiro: CPAD. 1995- pp.60,61).
CONCLUSÃO
Vimos que a Igreja de Cristo tem uma grande missão aqui na Terra. Ela foi
chamada para ser sal e luz. Como sal ela salgará o mundo com a mensagem
da cruz em uma sociedade que está corrompida pelo engano do pecado.
Como luz, ela resplandecerá nas densas trevas que cobrem o mundo sem
Deus. Ao mostrar Jesus Cristo ao mundo perdido, produzir discípulos e
transformá-los em adoradores, a Igreja cumpre com a missão para a qual
foi chamada.
- “A missão da igreja é ir ao mundo e fazer discípulos, proclamando o evangelho de Jesus Cristo, no
poder do Espírito, e reunindo esses discípulos em igrejas, para que eles adorem o Senhor e obedeçam
aos seus mandamentos, agora e na eternidade, para a glória de Deus, o Pai” (Kevin DeYoung e Greg Gilbert,
Qual a Missão da Igreja? [São José dos Campos: Fiel, 2012], 82). Segundo o teólogo suíço Karl Barth, o papel
missionário da igreja “significa enviar, enviar às nações com propósito de testificar o evangelho, o qual
representa a raiz da existência e, ao mesmo tempo, a raiz também de toda a tarefa do povo de Cristo”
(Citado In: ATAÍDES, Florencio de. A Vocação Missionária da Igreja. Aleluia. 2006, p. 45) A missão principal
da igreja é missões, sem essa consciência ela falha no seu papel missionário, pois não se pode
separar missão e missões, as duas coisas estão intrinsecamente relacionadas. A Igreja é chamada
para fazer missões e essa é uma responsabilidade de cada cristão. Cada crente deve colocar-se à
disposição para servir ao Senhor sem se importar com alguns fatores estranhos no campo
transcultural como comportamento, valores e crenças que, às vezes, parecem inaceitáveis aos nossos
olhos. Concluímos afirmando que a igreja precisa entender com urgência o seu papel no mundo,
empenhando todas as suas forças para cumprir a sua missão: fazer missões “enquanto é dia; a noite
vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 4.34) como disse o Senhor Jesus. Que Deus, em sua infinita
graça, ajude-nos a cumprir com alegria e seriedade o ministério que recebemos do Senhor e não
sejamos achados em falta no último dia. Amém!

_______________

Pb Francisco Barbosa

@Pbassis

Esse artigo foi útil?


Considere fazer uma contribuição
Chave PIX: assis.shalom@gmail.com

REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como é exercida a missão da Igreja?
Por meio da pregação do Evangelho: “Aprouve a Deus salvar os crentes pela
loucura da pregação (1 Co 1.21).
2.Qual é o sentido do substantivo “discípulo”?
O sentido é o de alguém instruído ou treinado em alguma coisa.
3. O que é a adoração?
No contexto bíblico, a adoração significa dar a glória que é devida somente
a Deus. É tirar a atenção de nós mesmos para centrarmos unicamente no
Senhor (Mt 4.10).
4. Qual é o sentido da palavra “comunhão”?
O seu sentido é literalmente de parceria, participação e comunhão
espiritual.

Você também pode gostar