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FORMAÇÃO BÁSICA E

INTRODUTÓRIA
FICHA TÉCNICA
2ª Edição

Preparação de Conteúdo:
Professor Fernando Melo

Formatação e Normalização (ABNT):


Ediane Souza

Revisão Gramatical, Semântica e Estilística:


Ediane Souza

Capas: Aporte Comunicação


Folhas de Rosto: Thomas Arraes

Editoração e Revisão Técnica/Final:


Ediane Souza

Diagramação:
Ediane Souza

Impressão:
Provisual Gráfica e Editora

Rua das Ninfas, 243


Soledade – Recife/PE – Brasil
CEP: 50.070-050
Telefone: (81) 4062-9222
www.grautecnico.com.br

Este material é exclusivo para uso do aluno Grau Técnico.


Para dúvidas ou sugestões, envie-nos um e-mail:
contato@grautecnico.com.br

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
5

REGULAMENTO INTERNO – VERSÃO 20171


Caro(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a)! Para que possamos desenvolver as atividades de formação


técnica com profissionalismo e excelência, se faz necessário o cumprimento de algumas
normas, as quais estão descritas a seguir.

1 MATRÍCULA
1.1 O(a) aluno(a) deverá, no ato da matrícula, fazer a leitura do regulamento interno e do
contrato de prestação de serviços com bastante atenção, para que possa conhecer seus
direitos e deveres no decorrer do curso.

2 DIAS/HORÁRIOS
2.1 Turmas de segunda, quarta e sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e noite.
2.2 Turmas de terça e quinta-feira, nos turmas da manhã e noite, e aos sábados, pela manhã
e tarde.
2.3 O curso de Enfermagem, exclusivamente, tem turmas de segunda à sexta, nos turnos da
manhã, tarde e noite. Em breve, terá o formato de três dias, assim como os demais
cursos.
2.4 A pontualidade e a assiduidade, bem como a postura pessoal serão pontuadas como
indicadores do processo de avaliação.
Atenção: observe em seu contrato os dias e horários das aulas.

3 ATIVIDADES COMPLEMENTARES
3.1 As atividades extraclasse (palestras, seminários, Visitas Pedagógicas Orientadas (VPOs)
serão obrigatórias para o complemento da carga horária, sendo realizados nos mesmos
horários das aulas, em dias alternados ou de acordo com a disponibilidade da escola ou
da empresa (no caso das VOPs).
3.2 As visitas pedagógicas orientadas acontecerão de acordo com a disponibilidade da
escola e das empresas parceiras. Cabe ao aluno interessado realizar o pagamento da
taxa de transporte na secretaria, se houver.
3.3 O uso do fardamento é obrigatório para todas as visitas e aulas práticas (dentro e fora
da instituição).

4 CERTIFICAÇÃO
4.1 A frequência nas aulas deve ser igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) em
cada disciplina.
4.2 A média em cada disciplina deve ser igual ou superior a 7,0 (sete).
4.3 O(a) aluno(a) que for reprovado(a) em alguma das disciplinas deverá pagar o valor de
uma parcela para cursar novamente a disciplina, a fim de obter frequência e nota
necessárias para a aprovação e para o recebimento do certificado.
4.4 Estar com todas as parcelas pagas.
4.5 Estar com toda documentação exigida pela Secretaria Estadual de Educação, conforme
orientado no ato da matrícula.

1
O regimento em vigor será sempre a última versão, informada no título deste documento.
2
Dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluocarbono, perfluorocarbono e o hexafluorocarbono de

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
6

4.6 Solicitar, por escrito, a emissão do diploma. O prazo de entrega, após solicitação, será de
até 60 (sessenta) dias.
4.7 Os cursos que possuem estágio obrigatório terão os seus diplomas entregues após o
cumprimento da carga horária total, incluindo estágio.

5 REPOSIÇÃO DE AULA
5.1 Em caso de falta justificada, o(a) aluno(a) terá o direito de realizar a aula ou atividade
perdida em outra turma, de acordo com a disponibilidade da escola, sem custo
adicional.
5.2 A falta só poderá ser justificada perante atestado médico ou documento comprovando o
motivo da ausência.
5.3 Em caso de falta sem justificativa, o(a) aluno(a) poderá requerer na secretaria a
reposição da aula ou atividade, efetuando o pagamento referente à taxa do serviço.
5.4 Observa-se que a justificativa não anula a falta, apenas faz valer o direito de reposição
da aula ou atividade.

6 CONSERVAÇÃO
6.1 No caso de danos ao espaço da escola ou a equipamentos pertencentes à mesma, o(a)
aluno(a) ou seu representante legal será responsabilizado pelos gastos com o reparo,
bem como, se necessário, submetido(a) às medidas disciplinares quando for cabível.
6.2 Ao término de cada aula, teórica ou prática, a sala ou laboratório utilizado deverá ser
deixado organizado para a próxima turma.

7 SAÚDE E BEM-ESTAR GERAL


7.1 Não será permitida a utilização de aparelhos celulares ou fones de ouvido na sala de
aula.
7.2 Não será permitida a permanência de pessoas em salas de aula e dependências internas
da escola, a não ser alunos, instrutores ou funcionários em seus respectivos horários.
7.3 Não será permitida a entrada de alimentos ou bebidas nas salas de aula, laboratórios ou
biblioteca.
7.4 Deve-se manter a limpeza, organização e conservação da escola como um todo. Devem-
se utilizar os cestos de lixo disponibilizados em cada ambiente.
7.5 A escola não se responsabilizará por perdas ou danos de pertences dos alunos.
7.6 É obrigatório tratar os demais alunos, docentes e funcionários com respeito e civilidade,
sob pena de aplicação de medida disciplinar de advertência, suspensão ou expulsão, a
depender da gravidade da infração.
7.7 Temos câmeras sendo utilizadas em toda escola, a fim de proporcionar maior segurança
aos nossos alunos.

8 BIBLIOTECA/ACESSO À INTERNET
8.1 A utilização da biblioteca será mediante agendamento com a coordenação pedagógica,
fora do horário normal, com apresentação de documento para uso de livros.
8.2 O uso desta sala é exclusivo para estudo e pesquisa, portanto deverá ser mantido o
silêncio e a disciplina, para não interferir na concentração dos demais alunos.
8.3 O uso dos computadores para pesquisa tem o tempo máximo de 30 minutos.
8.4 Não é permitida a retirada de livros para empréstimo.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
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9 AVALIAÇÃO
9.1 As provas serão realizadas durante o turno que o aluno estuda e sempre na última aula
da disciplina, tendo a duração média de 1h30.
9.2 O(a) aluno(a) que faltar à prova deverá comparecer à coordenação pedagógica da escola
para requerer a avaliação em segunda chamada, agendar uma data para a realização
desta, bem como efetuar o pagamento da taxa na secretaria.
9.3 As provas de recuperação ou segunda chamada acontecem na última semana de cada
mês, conforme informado pela coordenação, no site e nos quadros de avisos.

10 CANCELAMENTO DO CONTRATO
10.1 O cancelamento do contrato poderá ocorrer a qualquer momento, sob autorização da
diretoria da escola, em caso de indisciplina por parte do(a) aluno(a). Quanto a sua
defesa, caberá aos dispositivos legais vigentes.
10.2 O cancelamento por parte do(a) aluno(a) deverá ser feito na coordenação da escola,
mediante requerimento e pagamento da multa de cancelamento, conforme contrato
de prestação de serviços.
10.3 O(a) aluno(a) que cancelar e desejar retornar ao curso poderá reverter sua multa em
pagamentos de parcelas, sendo o valor descontado das últimas parcelas restantes.
10.4 Para o(a) aluno(a) retornar, deverá ser efetuado o pagamento do valor de uma
parcela.
10.5 O aluno que for cancelado por motivo de indisciplina não poderá voltar a estudar no
Grau Técnico.

11 PORTAL ACADÊMICO
11.1 Todos os informativos, notas, oportunidades e materiais extras serão disponibilizados
Portal Acadêmico, no Website do Grau Técnico.
11.2 O acesso ao portal acadêmico é por meio do endereço eletrônico:
www.grautecnico.com.br, no qual o(a) aluno(a) colocará o seu número de matrícula
tanto no campo ‘usuário’, como naquele referente à ‘senha’.
11.3 Para a solicitação de declarações, deve-se respeitar o prazo de até 05 dias.

12 TRANSFERÊNCIA DE TURMA/SALA/INSTRUTOR/UNIDADES
12.1 A transferência de turma estará sujeita à disponibilidade de vagas nas turmas em
andamento.
12.2 A transferência de Unidade terá o valor de uma parcela com desconto. Para tanto, o(a)
aluno(a) tem que estar com as parcelas em dia, bem como a transferência deverá estar
condicionada à confirmação da unidade destino, conforme disposição nas turmas.
12.3 O (a) aluno(a) que requerer transferência de Unidade sem nunca ter cursado na
unidade de origem e desejar outro curso adiantará uma parcela com desconto na
Unidade de origem e efetuará matrícula na unidade destino, se adequando ao plano
de pagamento desta.
12.4 Para a otimização do espaço e aproveitamento das turmas, o Grau Técnico poderá
mudar de sala durante o decorrer do curso, bem como unir duas ou mais turmas.
12.5 Durante o decorrer do curso, pode haver mudança de instrutor. Tendo em vista que os
nossos cursos seguem um plano de aula, os alunos não terão nenhum prejuízo em
relação ao aprendizado.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
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13 DIAS E HORÁRIOS DE RECEBIMENTO DA ESCOLA


13.1 As parcelas do curso terão descontos de pontualidade, para os pagamentos efetuados
até a data de vencimento. Para pagamentos após o vencimento, será cobrado o valor
integral, mais multa acrescida de juros.
13.2 O desconto de pontualidade só será válido para pagamentos em espécie. Para todo
tipo de cartão, a parcela será cobrada em valor integral.
13.3 A solicitação de declarações, diploma e histórico escolar é gratuita para a primeira via.
As emissões extras destes documentos devem ser feitas mediante o pagamento de
taxa de serviços, cujo valor será informado na secretaria da escola.
13.4 No ato da matrícula, será impresso o primeiro boleto do seu curso. Os demais deverão
ser impressos a partir do portal acadêmico, no site www.grautecnico.com.br,
acessando-o com o seu login e senha, no item financeiro, no link ‘Impressão de
Boletos’, ou solicitando a sua impressão na secretaria da escola. O pagamento do
boleto poderá ser realizado em qualquer banco ou caixa de pagamentos diversos.

14 AGÊNCIA DE ENCAMINHAMENTO GRAU TÉCNICO


14.1 Os alunos do Grau Técnico dispõem de uma Agência de Encaminhamento Profissional,
que tem como objetivo realizar parceria com empresas para disponibilizar vagas de
estágio e/ou emprego. Para participar, basta estar dentro do seguinte regulamento:
apresentar nota igual ou superior a 7,0 (sete), ter frequência nas aulas igual ou
superior a 75%, ter idade superior a 16 anos, ter concluído o primeiro módulo, estar
em dia com as parcelas e participar de, no mínimo, 50% do ciclo de palestras
disponibilizadas pela agência de encaminhamento.
14.2 O compromisso de encaminhamento profissional não é garantia de emprego ou de
estágio, visto que a decisão da contratação é da empresa contratante e não do Grau
Técnico.
14.3 Para os cursos de estágio não obrigatório, os alunos terão acesso às vagas disponíveis
por meio da coordenação e por agências de integração entre empresa e escola. O
estágio deverá ser feito fora do horário no qual o aluno esteja estudando.
14.4 Para os cursos de estágio obrigatório, os alunos deverão seguir o planejamento,
conforme orientado pela coordenação pedagógica.

15 ENFERMAGEM/RADIOLOGIA/ANÁLISES CLÍNICAS
15.1 O estágio é obrigatório para os cursos de Enfermagem e Radiologia, podendo ser
realizado no decorrer ou ao final do curso. Ocorrerá, preferencialmente, em turnos no
qual ele esteja estudando, porém em dias diferentes. Pode ocorrer, ainda, de acordo
com a disponibilidade da unidade de saúde (hospitais, postos de saúde, clínicas, etc.).
Caso o aluno não conclua a disciplina do estágio, deverá realizar o pagamento de uma
taxa referente a uma parcela, para poder refazer a disciplina.
15.2 O estágio para de Análises Clínicas é opcional.
15.3 Materiais imprescindíveis para as aulas práticas (laboratório) – sob total
responsabilidade do aluno:
 No caso de Enfermagem: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas,
gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21
(verde), estetoscópio, tensiômetro, garrote, termômetro (digital).

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
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 No caso de Análises Clínicas: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas,


gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 (verde),
garrote.
15.4 Materiais Necessários para os estágios curriculares:
 No caso de Enfermagem: todo e qualquer material necessário às atividades práticas
serão de responsabilidade do aluno e deverão ser entregues antecipadamente para
garantia dos campos, tais como: luvas de procedimento, máscaras, propés, toucas,
gorros, capote descartável, toalhas de papel, sabão ou sabonete líquido, ou
quaisquer outros materiais solicitados pela instituição de saúde.
 No caso de Radiologia: dosímetro (disponibilizado pela escola, mas, em caso de perda,
será de responsabilidade do aluno).

Ciente e de acordo.

_____________________________________________
Aluno(a)/Responsável

Para sugestões e informações, enviar e-mail para: contato@grautecnico.com.br

SEJA BEM-VINDO(A)!

Atenciosamente,
A Direção.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11

2 OBJETIVO DO CURSO................................................................................................. 11

3 TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA - MÓDULO 1 ......................................... 12

4 EMPREENDEDORISMO .............................................................................................. 15

5 INTRODUÇÃO À ÉTICA ............................................................................................... 51

6 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO ................................................................................ 81

7 INFORMÁTICA BÁSICA ............................................................................................ 101

8 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DAS EMPRESAS ........................................ 181

9 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL ................................................................................. 203

10 ESTATÍSTICA APLICADA ......................................................................................... 235

11 NOÇÕES DE LOGÍSTICA.......................................................................................... 267

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
11

1 INTRODUÇÃO

O avanço tecnológico é inevitável. No mundo todo, ele vem quebrando fronteiras


econômicas, sociais e culturais, trazendo consigo toda uma facilidade no acesso à
informação, à liberdade de expressão e à inclusão social. Ao mesmo tempo, também se lida
com certa desintegração dos valores humanos, com o consumo desenfreado, a
marginalização social e a agressão ao meio ambiente. É necessário despertar o ser humano
para a importância do conhecimento técnico e suas consequências. Também é preciso
conscientizá-lo para a solidariedade, o respeito a si mesmo e ao outro e o trabalho em
equipe.

A atuação do Grau Técnico, portanto, é abrir caminho para oportunidades que


beneficiem tanto o indivíduo, quanto o coletivo. É orientar para a realização profissional e
inserção social, por meio de uma educação estimuladora e operadora de inovações na
sociedade.

2 OBJETIVO DO CURSO

Os Cursos de Técnico em Administração e Técnico em Logística do Centro de Ensino


Grau Técnico se propõem a desenvolver uma formação profissional por competências,
habilidades e atitudes, de modo que o aluno seja capaz de enfrentar e responder a
situações-problema de forma criativa e inovadora, com autonomia, efetividade e ética,
levando-o a exercer as atividades que concorrem para a boa gestão com eficiência e eficácia,
a fim de que se atinjam as metas e resultados colimados.

Estes cursos objetivam também capacitar o estudante a utilizar os principais


conceitos e ferramentas da Administração e da Logística. Na área da administração, objetiva
formar profissionais capacitados a atuar em diversas áreas funcionais como recursos
humanos, finanças, apoio logístico, marketing e demais setores administrativos das
organizações; e propiciar ao estudante o conhecimento e a vivência de gestão em entes
privados, públicos, do terceiro setor. No que diz respeito à logística, busca formar técnicos
aptos a atuar no assessoramento gerencial e nos processos logísticos, na articulação das
operações, no planejamento de materiais, compras, estocagem e distribuição; oferecer
condições para que o aluno se torne agente de mudanças, com foco na qualidade e na
produtividade; desenvolver técnicas e habilidades específicas voltadas para a otimização de
toda a cadeia logística, sob o signo da inovação e da sustentabilidade; levar o aluno a
compreender o ambiente logístico de uma empresa e sua inserção no contexto global; e
identificar necessidades e atuar diretamente na formulação e implantação de projetos
logísticos que aumentem a produtividade das empresas em que atuam.

APROVEITE BEM O CURSO E TRANSFORME O CONHECIMENTO ADQUIRIDO NAS AULAS EM


OPORTUNIDADES DE TRABALHO!

Atenciosamente,

Ruy Maurício Loureiro Porto Carreiro Filho


Diretor Geral

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
12

3 TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA - MÓDULO 1

Neste primeiro módulo dos cursos, serão desenvolvidas as Habilidades e


Competências descritas a seguir.

3.1 Competências

a) compreender a relevância dos princípios éticos nas relações pessoais e profissionais;


b) desenvolver um perfil empreendedor, face ao mundo do trabalho e ao mercado;
c) compreender a importância social da empresa nas questões atinentes ao
desenvolvimento sustentável;
d) planejar e elaborar programas que atendam ao desenvolvimento sustentável e
direcionem a responsabilidade social da empresa para ações efetivas na comunidade
em que atua;
e) analisar relatórios estatísticos, produzindo representações e projeções gráficas e
tabulares;
f) desenvolver conhecimentos sobre a área de informática, utilizando-os como
ferramentas imprescindíveis nas suas rotinas de trabalho;
g) compreender a língua portuguesa na sua função comunicativa, dominando a
linguagem específica dos tipos textuais que são utilizados na comunicação
administrativa e empresarial;
h) definir os objetivos do planejamento, nos níveis estratégico, tático e operacional;
i) ter ciência dos sistemas de produção, seu planejamento, organização e métodos; e,
j) conhecer as atividades primárias do setor logístico e suas atividades de apoio.

3.2 Habilidades

a) pautar as suas relações pessoais e profissionais pela ética e civilidade;


b) exercer de modo proativo a sua capacidade empreendedora, trazendo novas ideias
para a empresa;
c) executar programas de gestão ambiental e participar das ações desenvolvidas pela
empresa em prol da inclusão social e da melhoria da qualidade de vida da
comunidade;
d) aplicar os fundamentos da estatística e sua importância no campo da gestão.
e) desenvolver a redação, em língua portuguesa, de textos que digam respeito à
comunicação interna e externa da sua área de atuação;
f) contribuir para o planejamento geral da empresa buscando posicioná-la de forma
inovadora no mercado;
g) organizar dados e informações para o planejamento da empresa, no estratégico, no
tático e no operacional; e,
h) mapear processos de controle logístico, desenvolvendo com eficiência as melhores
práticas de mercado no campo logístico.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
EMPREENDEDORISMO
15

4 EMPREENDEDORISMO

Esta disciplina abordará os conceitos de empreendedorismo, sua importância e


aplicação no campo pessoal e profissional.

4.1 Empreendedorismo

Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra


entrepreneurship. Popularizou-se a partir da importação do inglês, cuja origem vem de
entrepreneur, palavra francesa que era usada no século XII para designar aquele que
incentivava brigas. No final do século XVIII, passou a indicar a pessoa que criava e conduzia
projetos e empreendimentos. Nessa época, de acordo com Cantillon, que lhe deu o
significado atual, o termo se referia a pessoas que compravam matérias-primas (geralmente
um produto agrícola) e as vendiam a terceiros, depois de processá-las, identificando,
portanto, uma oportunidade de negócios e assumindo riscos.

No entanto, a raiz da palavra empreendedor remete-nos há 800 anos, ainda com o


verbo francês entreprendre, que significa “fazer algo”. Uma das primeiras definições da
palavra “empreendedor” foi elaborada no início do século XIX pelo economista francês J.B.
Say, como aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais
baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”. Entre os
economistas modernos, quem mais se debruçou sobre o tema foi Joseph Schumpeter, que
teve grande influência sobre o desenvolvimento da teoria e prática do empreendedorismo.
Em seus estudos, ele o descreve como a “máquina propulsora do desenvolvimento da
economia. A inovação trazida pelo empreendedorismo permite ao sistema econômico
renovar-se e progredir constantemente”. De acordo com Schumpeter, “sem inovação, não
há empreendedores, sem investimentos empreendedores, não há retorno de capital e o
capitalismo não se propulsiona”.

Podemos afirmar, entretanto, que o seu conceito ainda está numa fase pré-
paradigmática; não existe ciência que o defina de forma definitiva. Na verdade, o que se tem
é um conceito variável de acordo com pessoa que responde à pergunta. Fernando Dolabella
(1999) define o empreendedor como sendo alguém que sonha e busca transformar seu
sonho em realidade. Não o sonho freudiano. Mas no sentido do sonho que se sonha
acordado. Ou seja, empreender é agir, é buscar o sonho, é conceber o futuro. Mas é preciso
que este futuro que a pessoa concebe tenha congruência com o seu eu. E aí entra o papel da
educação, que é estabelecer a congruência para que o sonho possa ser realizado. Esta
congruência diz respeito à factibilidade, à acessibilidade... O sonho é acessível, é ponderável.

Mesmo assim, ao serem analisadas as várias definições existentes para o termo, é


possível perceber que alguns aspectos sempre estão presentes em todas elas,
principalmente no que diz respeito ao comportamento empreendedor, tais como:

a) iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz;


b) utilização de recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente
social e econômico;
c) saber os riscos calculados e a possibilidade de fracassar.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
16

Ou seja, o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem; se antecipa aos


fatos e tem uma visão futura da organização. De outra forma, pode-se definir o
empreendedor como sendo a pessoa que toma a iniciativa de combinar recursos físicos e
humanos para produzir bens ou serviços em uma empresa com ou sem fins lucrativos. O
empreendedor é uma pessoa inovadora, que tenta introduzir novos produtos, serviços,
técnicas de produção e até mesmo novas formas de organização, tomando as decisões que
irão nortear o futuro do negócio, assumindo não só os riscos pessoais, mas também aqueles
dos investidores e de todos os envolvidos em seu negócio.

A definição de empreendedorismo consubstancia nas características daquele que


tem habilidade para criar, renovar, modificar, implementar e conduzir empreendimentos
inovadores. De fato, pode-se afirmar que empreendedorismo quer dizer pelo menos três
coisas:

 A capacidade individual de empreender - isto é, a capacidade de tomar a


iniciativa, buscar soluções inovadoras e agir no sentido de encontrar a solução
para problemas econômicos ou sociais, pessoais ou de outros, por meio de
empreendimentos;
 O processo de iniciar e gerir empreendimentos - isto é, o conjunto de conceitos,
métodos, instrumentos e práticas relacionadas com a criação, implantação e
gestão de novas empresas ou organizações. Neste sentido, o empreendedorismo é
uma disciplina a ser ensinada;
 O movimento social de desenvolvimento do espírito empreendedor - isto é, um
movimento social para a criação de emprego e renda, que recebe o incentivo dos
governos e instituições de diferentes tipos.

Na verdade, nos estudos e pesquisas realizados até hoje sobre o fenômeno do


empreendedorismo observa-se que não há consenso entre os estudiosos e pesquisadores a
respeito da exata definição do conceito de empreendedor. Segundo alguns autores, as
dificuldades encontradas para o estabelecimento desta conceituação são decorrentes de
concepções errôneas, postuladas, principalmente, pela mídia e o senso comum que,
obscurecem e distorcem alguns conceitos.

Desde o início dos anos 80, mais de 300 livros e 100 artigos são publicados a cada
ano, em uma centena de revistas, dentre as quais umas 20 são especializadas em
empreendedorismo e em Pequenas e Médias Empresas (PME).

À primeira vista, este campo do conhecimento traduz uma excepcional diversidade


conceitual. Desde o princípio dos anos 80 diversos estudiosos analisam documentos, então
disponíveis, que levam a selecionar mais de 1000 publicações, resultando em uma centena
de definições sobre o empreendedor e o empreendedorismo. Na verdade, se se dedicasse a
um estudo mais profundo sobre o tema, revelar-se-ia numa diversidade de definições. De
fato, a análise do conteúdo das definições demonstra a influência das disciplinas de base na
conceituação do empreendedor. Aqui cabe a pergunta: que conceituação seria a mais
adequada? Esta variou ao longo das últimas décadas, em decorrência da existência de
diversas correntes de pensamento. No começo, porém, por volta do início do século XVIII,
aflorou a escola do "pensamento econômico", que foi a primeira a usar o termo

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
17

empreendedorismo. Sendo assim, torna-se necessário estabelecer uma definição objetiva


para que se possam desenvolver pesquisas metodológicas mais precisas a respeito.

Estudos mostram que a palavra empreendedor foi utilizada pela primeira vez na
língua francesa no início do século XVI, para designar os homens envolvidos na coordenação
de operações militares. Mais tarde, por volta de 1765 o termo começou a ser utilizado na
França para designar aquelas pessoas que se associavam com proprietários de terras e
trabalhadores assalariados. Contudo, este termo era utilizado também nessa época, para
denominar outros aventureiros tais como construtores de pontes, empreiteiros de estradas
ou arquitetos.

Mais tarde, por volta de 1800 o economista francês Jean Batist Say utilizou
novamente o termo empreendedor em seu livro Tratado de Economia Política. O
empreendedor, como definiu Say, é o responsável por "reunir todos os fatores de
produção... e descobrir no valor dos produtos... a reorganização de todo capital que ele
emprega, o valor dos salários, o juro, o aluguel que ele paga, bem como os lucros que lhe
pertencem". O mesmo autor apresentou alguns requisitos necessários para ser
empreendedor, tais como:

a) julgamento, perseverança e um conhecimento sobre o mundo, assim como


sobre os negócios;
b) posse sobre a arte da superintendência e da administração.

Contudo, foi a Inglaterra o país que mais dedicou esforços para definir
explicitamente a função do empreendedor no desenvolvimento econômico. Dentre os
ilustres teóricos que ofereceram uma grande contribuição para o entendimento do
fenômeno do empreendedorismo ressaltam-se Adam Smith e Alfred Marshall.

Adam Smith caracterizou o empreendedor como um proprietário capitalista, um


fornecedor de capital e, ao mesmo tempo, um administrador que se interpõe entre o
trabalhador e o consumidor. O conceito de Smith refletia uma tendência da época de
considerar-se o empreendedor como alguém que visava somente produzir dinheiro.

Entretanto, o empreendedor foi caracterizado pelo economista inglês Alfred


Marshall como alguém que se aventura e assume riscos, que reúne capital e o trabalho
requerido para o negócio e supervisiona seus detalhes, caracterizando-se pela convivência
com o risco, a inovação e a gerência do negócio.

Somente em 1911, com a publicação da obra Teoria do Desenvolvimento


Econômico de Joseph A. Schumpeter, a conotação de empreendedor adquiriu um novo
significado. Segundo este autor: "o empreendedor é o responsável pelo impulso
fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, constantemente criando
novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e implacavelmente,
sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros".

Posteriormente, o empreendedor começou a despertar interesse e ser estudado


por pesquisadores de vários ramos de atividade da ciência, como a psicologia,

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
18

administração, economia, sociologia, entre outras, que se dedicaram a pesquisar o


empreendedor, seu papel, suas características, ocasionando o surgimento de uma variedade
de definições como as que se seguem.

Para Peter Drucker (1987, p. 25 apud SANTOS; MARINHO; MAC-ALLISTER, 2009), os


empreendedores são pessoas que inovam. "A inovação é o instrumento específico dos
empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para
um negócio ou serviço diferente".

Low e MacMillan acreditam que, os "empreendedores são indivíduos que tomam


iniciativa, identificam e criam oportunidades de negócios, através da reunião e coordenação
de combinações de novas pesquisas".

Para Amit, "os empreendedores são indivíduos que inovam, identificam e criam
oportunidades de negócios, montam e coordenam novas combinações de recursos (funções
de produção) para extrair os maiores benefícios de suas inovações".

Embora nos estudos e pesquisas relacionados com o empreendedor haja muitas


diferenças e disparidades a respeito das exatas definições, pode-se perceber que há um
consenso entre os estudiosos de que o que distingue o empreendedor das outras pessoas é
a maneira como ele percebe a mudança e lida com as oportunidades.

No Século XVII, os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e


empreendedorismo ocorreram nessa época, onde o empreendedor estabelecia um acordo
contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Como
geralmente os preços eram prefixados, quaisquer lucros ou prejuízos eram exclusividade do
empreendedor. Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, é
considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido
um dos primeiros a diferenciar o empreendedor como aquele que assumia riscos, do
capitalista, aquele que fornecia o capital.

Século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados,


provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo. Um exemplo foi o
caso das pesquisas referentes aos campos elétricos, de Thomas Edison, que só foram
possíveis com o auxílio de investidores que financiaram os experimentos.

E, finalmente, no final do século XIX e início do século XX, os empreendedores


foram frequentemente confundidos com os gerentes ou administradores, sendo analisados
meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa,
pagam os empregados, planejam, dirigem, e controlam as ações desenvolvidas na
organização, mas sempre a serviço do capitalista.

"Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões",


segundo o conceito do teórico L.J. Filion (1911). Com base nesta definição, o diretor da
Escola de Administração de Mauá-SP e consultor de empresas, Hazime Sato, afirma que o
empreendedor é um agente de mudanças e inovações, que identifica oportunidades e busca
recursos para transformar conhecimento em riqueza. Assim, segundo ele, o instrumento

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
19

específico do espírito empreendedor é a inovação, a busca deliberada e organizada de


mudanças, as fontes das oportunidades que tais mudanças podem oferecer.

Transformar conhecimento, nascido de um sonho e da identificação de uma


oportunidade, em riqueza, por meio da realização da visão concebida a partir do sonho, é
uma jornada de muito trabalho que requer do empreendedor diversas características
comportamentais.

O Escritor Fernando Dolabela, 59 anos, é um daqueles que faz questão de


demonstrar a paixão que devota ao estudo do empreendedorismo, tema dos nove livros que
já escreveu. O primeiro deles, O Segredo de Luiza, de 1999, tornou-se um dos mais vendidos
do Brasil na área de negócios. Dois livros seus deram origem a métodos que estão se
difundindo pelo Brasil: Pedagogia Empreendedora, de 2003, que inspirou o programa
homônimo que já treinou 10 mil professores em 123 escolas, com reflexos no ensino de 300
mil alunos com idade entre 4 e 17 anos; e A Oficina do Empreendedor, de 1999, que gerou o
método que já foi apresentado a 3.500 professores de 350 instituições de ensino superior.
Curiosamente, o administrador Fernando Dolabela pretende – e de certo modo está
conseguindo – mudar um paradigma educacional do qual não tem boas lembranças. “Eu era
o pior aluno da classe no melhor colégio de Minas”, diverte-se, ao falar de sua inadaptação
às regras da escola. Para Dolabela, o empreendedor é um rebelde, um inconformado –
alguém que propõe o novo. Um perfil que ele não vê emergir das escolas e das famílias
brasileiras. “A criança e o adulto aprendem uma só coisa: mandar currículo” (DOLABELA,
s.d.).

Para ele, um empreendedor:

a) é um sonhador, mas realista;


b) cultiva a imaginação e sabe definir visões do que quer;
c) é orientado para resultados, para o futuro;
d) tem a percepção e a capacidade de descobrir nichos;
e) tem perseverança e tenacidade para vencer obstáculos;
f) tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização;
g) considera o fracasso um resultado normal, aprende com os próprios erros;
h) traduz seus pensamentos em ações;
i) sabe fixar metas e alcançá-las;
j) tem forte intuição;
k) tem alto comprometimento: acredita no que faz;
l) dedica-se intensamente ao trabalho e concentra esforços para alcançar
resultados;
m) sabe buscar, utilizar e controlar recursos;
n) aceita o dinheiro como uma medida de seu desempenho;
o) estabelece e cultiva "redes de relações" internas e externas.

Deste modo, configura-se que a ação empreendedora começa com um indivíduo


que tem motivação para colocar em prática seus conhecimentos e competências. Seu
diferencial é sua habilidade de envolver outras pessoas, compor uma equipe de indivíduos
com outros conhecimentos e competências que irão tornar sua ideia realidade.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
20

O empreendedorismo nada mais é do que um sentimento de paixão pela inovação.


É enxergar oportunidades naquilo que muitas pessoas não veem, é ter um sonho, saber a
sua viabilidade, acreditar que é possível transformar ideias em oportunidades, ousar e fazer
o uso constante, ou seja, o exercício da criatividade e pensar como retorno em algo benéfico
para si e também para sociedade.

Para o autor norte-americano Jefrey Timmons, "O empreendedorismo é uma


revolução silenciosa que será, para o século XXI, o mesmo que a Revolução Industrial foi
para o século XX". Isso sugere uma boa reflexão.

4.1.1 Classificação dos Empreendedores

De certa forma, e segundo alguns autores, os empreendedores classificam-se em:

a) empreendedores iniciais: são aqueles cujos empreendimentos têm até 42 meses


de vida, três anos e meio, período que a literatura considera capital para a
sobrevivência de um empreendimento. Esses empreendedores compõem uma
taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA), de origem inglesa, Total
Entrepeneurial Activity, e subdividem-se em dois tipos:
i) nascentes: aqueles à frente de negócios em implantação – busca de espaço,
escolha de setor, estudo de mercado, etc., que, se chegaram a gerar
remuneração, o fizeram por menos de três meses;
ii) novos: seus negócios já estão em funcionamento e geraram remuneração por
pelo menos em três meses.
b) empreendedores estabelecidos: aqueles à frente de empreendimentos com
mais de 42 meses. Com o propósito de estabelecer o perfil das pessoas
envolvidas na criação de negócios, os empreendedores identificados na pesquisa
do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) são classificados segundo variáveis
demográficas, como gênero, idade, renda familiar e escolaridade.

Para configurar um perfil sobre a mentalidade empreendedora, todos os


informantes do GEM, empreendedores ou não, respondem a questões relativas a atitudes
diante do risco de abrir um negócio, à imagem do empreendedor, à percepção de boas
oportunidades no mercado, entre outras.

Além de categorizar os empreendedores de acordo com suas características pessoais e o


estágio de seus negócios, o GEM classifica-os segundo a motivação para empreender:

a) empreendedores por oportunidade: são motivados pela percepção de um nicho


de mercado em potencial.
b) empreendedores por necessidade: são motivados pela falta de alternativa
satisfatória de ocupação e renda.

4.1.2 Circunstâncias que dão Origem ao Empreendedor

Muito se fala que, quando se estuda o surgimento dos empreendedores, pode-se


observar que há um mito de que não é possível desenvolver o empreendedorismo; deve-se

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
21

nascer empreendedor. Muitos estudiosos verificam que isso não é verdade, tomando-se por
base uma análise mais criteriosa dos vários empreendimentos existentes,
independentemente de sua etapa evolutiva. Assim, verifica-se, a partir dos estudos
realizados, que existem várias circunstâncias que dão origem a um empreendimento e ao
surgimento de um empreendedor, que podem ou não se relacionar aos traços de
personalidade, que são:

a) o empreendedor nato – esta figura é a personalização integral do empreendedor


que, normalmente, desde cedo, por motivos próprios ou influências familiares,
demonstra traços de personalidade comuns do empreendedor. O
desenvolvimento de tal vocação tem forte relação com o tipo de autoridade
familiar e o ambiente motivacional familiar, tais como escala de valores e
percepção de negócios;
b) o herdeiro – pode ou não possuir as características do empreendedor. Se
empreendedor por afinidade e vocação, dá continuidade ao empreendimento
em que se encontra desde cedo em treinamento, o que é muito comum. Não
tendo características empreendedoras, mas “treinado”, por imposição, desde
cedo, pode vir a ser um problema para a continuidade da empresa;
c) o funcionário da empresa – podendo possuir características de empreendedor,
sente ao longo da carreira em desequilíbrio e falta de reconhecimento entre suas
contribuições e recompensas, ou então falta de interesse em suas ideias ou
interferência da burocracia da empresa. Frustrado em suas necessidades de
realização pessoal, em algum momento de carreira decide partir para um
negócio próprio;
d) excelentes técnicos – com características de empreendedor, dispõe do
conhecimento, de know-how, sobre algum produto ou serviço e, uma vez
possuidor de experiência no ramo, decide iniciar um negócio próprio.
e) vendedores – usualmente, entusiasmado pela dinâmica de suas funções
quotidianas, como conhece o mercado e tem experiência do ramo, inicia um
negócio próprio em indústria, comércio ou serviços.
f) opção ao desemprego – uma modalidade de empreendimento arriscada que,
por questões circunstanciais, finda por ser adotada. Pode ter dois
desdobramentos: 1) com características empreendedoras, há possibilidade de
sucesso; e 2) sem características empreendedoras, tem chance de sucesso,
dependendo de como a oportunidade é encarada.
g) desenvolvimento paralelo – o funcionário, como alternativa futura, tendo
características empreendedoras, estrutura-se entre amigos ou familiares e
desenvolve um negócio derivado de sua experiência ou não, ou associa-se a
outro ramo de atividades como sócio capitalista.
h) aposentadoria – com experiência adquirida, e devido à idade precoce com que o
mercado marginaliza as pessoas, inicia um negócio próprio, usualmente em
comércio ou serviços, se não for oriundo da área de vendas ou produção.

4.1.3 Características dos Empreendedores

Algumas pessoas já nascem com maior qualificação para o empreendedorismo.


Outras não têm tantos talentos inatos, mas isso não quer dizer que não possam aprender e

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
22

desenvolver esses talentos. Esse desenvolvimento é fundamental para toda pessoa que
almeja implantar e gerir um pequeno negócio. Pode-se perguntar, então, em primeiro lugar:
O que torna uma pessoa empreendedora? Quais são os elementos essenciais da capacidade
empreendedora? Evidentemente, essas não são perguntas fáceis de responder. Porém, os
diversos estudiosos do assunto reconhecem que os empreendedores têm algumas
características básicas:

a) iniciativa - são pessoas que não ficam esperando que os outros (o governo, o
empregador, o parente, o padrinho) venham resolver seus problemas. Pessoas
que começam coisas novas. A iniciativa, enfim, é a capacidade daquele que,
tendo um problema qualquer, age: arregaça as mangas e parte para a solução;
b) autoconfiança - o empreendedor tem autoconfiança. Se não tivesse, seria difícil
tomar a iniciativa. A crença em si mesmo faz o indivíduo arriscar mais, ousar,
oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais
empreendedor;
c) aceitação do risco - o empreendedor aceita riscos. Ainda que muitas vezes seja
cauteloso e precavido contra o risco, a verdade é que ele o aceita em alguma
medida;
d) sem temor do fracasso e da rejeição - o empreendedor fará tudo o que for
necessário para não fracassar, mas não é atormentado pelo medo paralisante do
fracasso. Pessoas com grande amor próprio e medo do fracasso preferem não
tentar correr o risco de não acertar - ficam, então, paralisadas;
e) decisão e responsabilidade - o empreendedor não fica esperando que os outros
decidam por ele. Ele toma decisões e aceita a responsabilidade que estas
acarretam;
f) energia - é necessária uma dose de energia para se lançar em novas realizações,
que usualmente exigem intensos esforços iniciais. O empreendedor dispõe dessa
reserva de energia, vinda provavelmente de seu entusiasmo e motivação;
g) automotivação e entusiasmo - pessoas empreendedoras são capazes de
automotivação relacionada com desafios e tarefas em que acreditam. Não
necessitam de prêmios externos, como compensação financeira. Igualmente, por
sua motivação, são capazes de entusiasmarem-se com suas ideias e projetos;
h) controle - o empreendedor acredita que sua realização depende de si mesmo e
não de forças externas sobre as quais não tem controle. Ele se vê como capaz de
controlar a si mesmo e de influenciar o meio, de tal modo que possa atingir seus
objetivos;
i) voltado para equipe - o empreendedor em geral não é um fazedor, no sentido
obreiro da palavra. Ele cria equipe, delega, acredita nos outros, obtém resultados
por meio de outros;
j) otimismo - o empreendedor é otimista, o que não quer dizer sonhador ou
iludido. Acredita nas possibilidades que o mundo oferece, acredita na
possibilidade de solução dos problemas, acredita no seu potencial de
desenvolvimento; e,
k) persistência - o empreendedor, por estar motivado, convicto, entusiasmado e
crente nas possibilidades, é capaz de persistir até que as coisas comecem a
funcionar adequadamente.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
23

Além destas, outras características também merecem destaque:

a) são visionários: eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua
vida e, o mais importante, eles têm a habilidade de implementar seus sonhos;
b) sabem tomar decisões: eles não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões
corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso
um fator-chave para o seu sucesso;
c) são indivíduos que fazem a diferença: os empreendedores transformam algo de
difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona,
transformando o que é possível em realidade;
d) sabem explorar ao máximo as oportunidades: para a maioria das pessoas, as
boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso. Para os
empreendedores, as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver,
mas não identificam algo prático para torná-la em oportunidade, por meio de
dados e informações. O empreendedor é aquele que quebra a ordem corrente e
inova, criando mercado com uma oportunidade identificada. O empreendedor é
aquele que cria um equilíbrio encontrando uma posição clara e positiva em um
ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem
presente. O empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo
um indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances
melhoram quando seu conhecimento aumenta;
e) são determinados e dinâmicos: eles implementam suas ações com total
comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos,
com uma vontade ímpar de fazer acontecer. Mantêm-se sempre dinâmicos e
cultivam certo inconformismo diante da rotina;
f) são dedicados: eles se dedicam 24 horas por dia, 7 dias por semana, ao seu
negócio, comprometem o relacionamento com amigos, com a família, e até
mesmo com a própria saúde. São trabalhadores exemplares, encontrando
energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São
incansáveis e loucos pelo trabalho;
g) são otimistas e apaixonados pelo que fazem: eles adoram o trabalho que
realizam. E é esse amor ao que fazem o principal combustível que os mantêm
cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores
vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem como ninguém como fazê-
lo. O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o
fracasso;
h) são independentes e constroem o próprio destino: eles querem estar à frente
das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem ser independentes, em
vez de empregados, querem criar algo novo e determinar os próprios passos,
abrir os próprios caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregos;
i) ficam ricos: ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles
acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios;
j) São líderes e formadores de equipes: os empreendedores têm um senso de
liderança incomum. E são respeitados e adorados por seus funcionários, pois
sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno
de si;
k) são bem relacionados: os empreendedores sabem construir uma rede de

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
24

contatos que os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes,


fornecedores e entidades de classe;
l) são organizados: os empreendedores sabem obter e alocar os recursos
materiais, humanos, tecnológicos e financeiros de forma racional, procurando o
melhor desempenho para seu negócio;
m) planejam, planejam, planejam: os empreendedores de sucesso planejam cada
passo desde seu rascunho do plano de negócios, até a apresentação do plano a
investidores, definição das estratégias de marketing do negócio, etc., sempre
tendo como base a forte visão de negócio que possuem;
n) possuem conhecimento: são sedentos pelo saber e aprendem continuamente,
pois sabem quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior a sua
chance de êxito;
o) assumem riscos calculados: talvez esta seja a característica mais conhecida dos
empreendedores;
p) criam valor para a sociedade: os empreendedores utilizam seu capital intelectual
para criar valor para a sociedade, com geração de empregos, dinamizando a
economia, e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções
para melhorar a vida das pessoas.

4.1.4 Sonho dos Empreendedores

O empreendedor sonha em:

a) ter o seu próprio negócio: todo indivíduo tem o objetivo de tornar-se


independente, não necessitando de terceiros para se manter;
b) independência financeira: a independência financeira é outro ponto que se pode
enumerar, como sonho do empreendedor. Estar seguro financeiramente, sem
medo do desemprego, sem necessitar de um salário fixo;
c) não ter chefe: tornar-se dono do seu próprio negocio, em consequência não ser
subordinado alguém;
d) melhorar o padrão de vida: o empreendedor também sonha em adquirir cada
vez um melhor padrão de vida, usufruir bens particulares que na situação de
empregado torna-se muito difícil;
e) liderar sua própria equipe: como empreendedor não ser mais liderado, mas
passar a ser o cabeça da equipe;
f) tornar-se um grande empresário: sem dúvida, o maior sonho do empreendedor
é tornar-se bem-sucedido em seu próprio negócio, rompendo as barreiras da
competitividade, até conseguir alcançar a estatura de um grande empresário.

4.1.5 Conhecimentos dos Empreendedores

Para operar uma empresa com sucesso, o empreendedor deve possuir alguns
conhecimentos que são diferenciados em cada etapa na qual a empresa se encontra. Apesar
desta diferenciação, é possível fazer uma descrição dos principais conhecimentos,
necessários para o empreendedor. São os seguintes:

a) conhecimento dos aspectos técnicos relacionados com o negócio: é

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
25

imprescindível que o empreendedor tenha conhecimento a respeito do produto


que pretende produzir e/ou a respeito do serviço que pretende prestar.
Consequentemente, o empreendedor deve pesquisar objetivamente
informações, procurando obter o máximo de dados possíveis, para transformar
estes dados em novos mercados, técnicas, produtos e serviços. Estes
conhecimentos incluem vendas, custos, processos de fabricação, meios de
produção, gerenciamento, dentre outros. Caso o empreendedor não tenha estes
conhecimentos, deve procurar desenvolvê-los rapidamente ou buscar alguém
que os possua;
b) experiência na área comercial: as funções da área comercial dizem respeito ao
enfoque empresarial voltado ao atendimento das necessidades do cliente.
Incluem distribuição do produto, publicidade, pesquisa de mercado e definição e
novos produtos. Esta experiência pode ser adquirida mediante vivência prática
ou a partir de informações obtidas em publicações especializadas, em centros de
ensino ou mesmo mediante referências de outros empresários;
c) escolaridade: o empreendedor deve possuir um nível de escolaridade mínimo,
que lhe permita responder de maneira adequada às exigências impostas por seu
negócio, visto que uma elevada escolaridade ou uma baixa escolaridade pode
prejudicar o andamento das atividades. Isto significa que, os conhecimentos
devem ser buscados e utilizados à medida que cada empreendimento exigir;
d) experiência empresarial: a experiência é um fator diferenciador. O fato de o
empreendedor já ter vivenciado algumas experiências na área empresarial,
torna-se importante, à medida que estas lhe proporcionam um conhecimento
prévio mais profundo e abrangente a respeito do funcionamento de uma
empresa, podendo facilitar a resolução de problemas emergentes;
e) formação complementar: relaciona-se com a aquisição de informações ou com o
aprimoramento dos conhecimentos que o empreendedor já possui. Este pode
partir de um interesse particular ou de uma necessidade gerada pelo próprio
negócio. Contudo, há conhecimentos que aparentemente não têm nenhuma
relação com a vida da empresa e que podem ter participação decisiva no êxito
empresarial. É o caso, por exemplo, do aprendizado de grupos esportivos,
associações, agremiações, viagens, dentre outros;
f) conhecimento de gente: esse é outro erro muito comum dos empreendedores –
não saber ou não se interessar por gente. Herança da Era Industrial. Para montar
um empreendimento há alguns anos, era necessário saber fazer alguma coisa.
Manusear e manipular eram mais importantes do que comunicar e se relacionar.
As habilidades técnicas eram mais importantes do que as habilidades humanas.
Hoje, é fundamental conhecer a natureza humana, quer seja para lidar melhor
com o cliente, quer seja para preparar uma equipe de trabalho;
g) conhecimento de negócio: esse é um dos principais erros dos novos
empreendedores – sair por aí oferecendo um serviço ou um produto a quem se
interesse por comprá-los. Poucos conseguem conceber um negócio interessante
na forma de produtos e serviços. Poucos focam um público-alvo a quem o
negócio deve ser direcionado. Conhecimento de negócio é fundamental para
começar a carreira de empreendedor com o pé direito;
h) Conhecimento do mercado: o mercado possui suas leis próprias, por meio da
dinâmica da oferta e da demanda. O comportamento da oferta e da demanda é,

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
26

por sua vez, influenciado pelas ações dos agentes econômicos – empresas,
famílias, governo, instituições financeiras, etc. Compreender o sistema
econômico é uma maneira de fazer com que o novo empreendimento interaja
positivamente com as forças econômicas;
i) conhecimentos sobre o mundo: o Planeta Terra virou um mundo pequeno. A
globalização uniu os mercados. Se antes era difícil viajar para o exterior, hoje é
muito raro algum empreendedor que já não tenha saído do País. É claro que o
conhecimento do mundo não se consegue apenas viajando. TVs a cabo, Internet,
revistas, etc. ajudam a compreender o mundo. A compreensão do mundo
contribui na ampliação da compreensão da humanidade, dos hábitos, dos
costumes e ajuda a perceber tendências e oportunidades.

4.1.6 Habilidade dos Empreendedores

O sucesso de uma empresa também depende das habilidades do empreendedor,


que correspondem às facilidades para utilizar as capacidades. São inúmeras as habilidades
necessárias para a operação de uma empresa de pequena dimensão. Algumas mais
importantes são:

a) identificação de novas oportunidades: relaciona-se com a habilidade de


perceber o que os outros não percebem e de visualizar muito mais longe que os
demais. O indivíduo que possui esta habilidade está sempre atento às
informações que possam aumentar conhecimento relativo ao seu
empreendimento, para que possa criar, implantar e desenvolver novas soluções.
O processo de identificação de novas oportunidades depende fortemente da
criatividade e da capacidade de pensar inovadoramente;
b) valoração de oportunidades e pensamento criativo: é a habilidade de atribuir
valor àquilo que se apresenta como uma oportunidade. A avaliação crítica é
essencial para distinguir entre boas oportunidades e a ilusão das outras. Não
basta perceber o que os outros não percebem. É necessário atribuir valor àquilo
que se apresenta como uma boa oportunidade;
c) comunicação persuasiva: é a habilidade de convencer os outros a respeito da
pertinência de uma ideia. A comunicação pode ocorrer de diversas formas como:
visual, comunicação não verbal (por meio de gestos, etc.), comunicação oral ou
escrita. Os empreendedores geralmente começam com apenas uma ideia na
cabeça. Para transformar esta ideia em realidade precisam, primeiramente,
convencer os amigos, parentes e patrocinadores, a acreditar e investir em seu
novo negócio. Mais tarde, porém, quando estiver à frente de sua empresa, o
empreendedor deverá persuadir as pessoas a fazerem o que ele acredita que é
importante;
d) negociação: é a habilidade de convencer os outros, por meio da comunicação, a
respeito da pertinência de uma ideia. Os empreendedores geralmente começam
com apenas uma ideia na cabeça, e para transformá-la em realidade precisam
primeiramente convencer os amigos, parentes e patrocinadores, a acreditarem e
investirem em seu novo negócio;
e) aquisição de informações: é a habilidade de coletar, reunir e agrupar
informações. A questão da informação revela-se como um fator diferenciador no

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
27

desempenho geral da empresa. A posse de informações sobre mercados,


processos gerenciais e avanços tecnológicos, entre outros, apresenta-se
intrinsecamente relacionada com a posição comparativamente mais sólida e
saudável que o empreendimento venha a adquirir;
f) resolução de problemas: é a habilidade para utilizar sistematicamente
operações mentais, a fim de encontrar respostas para enfrentar os desafios e
superar os obstáculos. Há vários processos envolvidos na criação e
desenvolvimento de um novo empreendimento, criando um conjunto único de
problemas, desafios e crises. Cabe ao empreendedor a tarefa de encontrar o
melhor estilo, que lhe proporcione a forma ideal de revolucionar e gerar
soluções inovadoras.

Na verdade há uma variada gama de habilidades que possibilitam o empreendedor


obter sucesso junto a sua empresa. As citadas acima se constituem num exemplo de
classificação comumente utilizado pelos autores, o que não esgota de maneira alguma o
assunto.

4.1.7 Empreendedorismo e Liderança nas Empresas

A quantidade de empreendedores no Brasil é muito grande e isso é muito bom.


Geralmente estas pessoas começam um negócio quando conhecem muito bem um produto,
um segmento de mercado ou um determinado setor de empresas; ou ainda porque estão
com alguma reserva financeira disponível, porque querem ser seus próprios patrões ou
estão tendo dificuldades de voltar ao mercado de trabalho. Muitas vezes se esquecem de
que terão de ser bons líderes para conseguir fazer o negócio crescer, senão correm o risco
de ter uma empresa com um só funcionário: o proprietário.

Ser líder é diferente de ser administrador, gerente ou chefe. Liderar é lidar com
pessoas; administrar é lidar com recursos, papéis, coisas, processos. Um chefe pode ser
nomeado numa hierarquia, independentemente de possuir ou não as qualidades
necessárias. Você pode ser um gerente e não conseguir ser o líder da equipe e pode ser o
líder da equipe sem ser o chefe.

Um bom líder precisa possuir várias virtudes, entre elas: competência


(conhecimento, habilidades e atitude/ação), ética (integridade e honestidade), entusiasmo,
empatia, autoconfiança, sensibilidade, humildade, imparcialidade, saúde,
autoconhecimento, motivação e inteligência acima da média. É fundamental que goste de se
relacionar com pessoas, que saiba ouvir e que seja observador.

O empreendedor precisa atentar para o fato de que a presença de um líder é


fundamental para o sucesso de qualquer negócio. O ideal é que procure desenvolver
habilidades de liderança caso não seja um líder nato. É necessário que tenha alguém para
conduzir o grupo de onde está até onde precisa estar, para fazer com que a equipe faça
voluntariamente o que precisa ser feito, para extrair o melhor de cada colaborador e com
isso conseguir obter os resultados positivos.

Os pequenos empresários costumam cometer alguns erros na administração de

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
28

seus negócios, muitos por falta de liderança. Dentre eles citam-se:

a) não se conhecem suficientemente para saber as competências que lhes falta


para buscar treinamento ou pessoas com tais capacidades;
b) não conhecem o ponto de equilíbrio de seu negócio e gastam mais do que
podem;
c) contratam pessoas que não são adequados às funções. Não é proibido contratar
amigo ou parente, mas é proibido contratar gente incompetente para a função;
d) adiam decisões que precisam ser tomadas rapidamente;
e) não suprem seus colaboradores e a si mesmos com os treinamentos necessários;
f) não têm uma política de treinamentos;
g) assumem compromissos que não têm capacidade de cumprir; e,
h) esquecem-se de que os clientes são o maior patrimônio das empresas. Todos os
colaboradores na organização precisam “servir” o cliente e não “servir” o patrão.
Sem clientes o negócio está fadado ao fracasso.

Assim sendo, ser líder é difícil, mas é bom. Para se tornar um bom líder, é preciso
procurar estar preparado, ser proativo e ser reflexivo. É importante ainda se autoavaliar,
procurar melhorar continuamente e ter entusiasmo e otimismo.

Outro problema que acontece é que algumas vezes o empreendedor transfere toda
a responsabilidade de liderança para o gerente de sua empresa. Quanto mais delega
atribuições, mais o líder penetra na essência de sua função: que não é "fazer", e sim "fazer
os outros fazerem". Agora, o empresário não pode ignorar que quando ele delega continua
com a responsabilidade pelo êxito ou fracasso do empreendimento. Por isso, ele precisa
acompanhar aqueles que recebem a tarefa, pedir que prestem contas temporariamente e
não só no final do ano, e controlar o uso de todos os recursos, inclusive os recursos
humanos. Se o gerente não tiver sucesso, ele será o culpado: ou por ter contratado errado
ou por não ter treinado da maneira correta ou ainda por não ter controlado
suficientemente.

4.1.8 O Intraempreendedorismo

Pode-se afirmar que o intraempreendedorismo é um sistema revolucionário para


acelerar as inovações dentro de grandes empresas, mediante melhor uso dos seus talentos
empreendedores. Os intraempreendedores são os integradores que combinam os talentos
dos técnicos e dos elementos de marketing, estabelecendo novos produtos, processos e
serviços. Assim, é importante fomentar as iniciativas inovadoras e empreendedoras dentro
das corporações, tanto como vantagem competitiva junto ao mercado ou como fator de
retenção de talentos.

A organização que busca usufruir os benefícios que o empreendedorismo


corporativo pode trazer tem que implementar programas internos de suporte ao
empreendedorismo. Este programa deve enfocar o desenvolvimento de funcionários, a
estrutura organizacional e seus processos, além do seu direcionamento estratégico.
Percebe-se que essas ações requerem profunda mudança no estilo de vida das organizações.
Elas devem indicar um novo perfil de talentos, aliado a uma cultura corporativa, a um

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
29

formato organizacional e a um estilo diferenciado de gestão.

Com o objetivo de atrair e manter as pessoas criativas e implementar novas ideias,


as organizações devem reconhecer os complicados processos pelos quais a inovação ocorre,
bem como certas características sobre os intraempreendedores. Para tal fim, foi criado o
Instituto Brasileiro de Intraempreendedorismo (IBIE), entidade brasileira dedicada ao
estudo, à aplicação e disseminação dos conceitos de inovação e intraempreendedorismo no
País.

Ou seja, o intraempreendedor é aquele profissional que a partir de uma ideia, e


recebendo a liberdade, incentivo e recursos da empresa onde trabalha, dedica-se
entusiasticamente em transformá-la em um produto de sucesso. Não é necessário deixar a
empresa onde trabalha, como faria o empreendedor, para vivenciar as emoções, riscos e
gratificações de uma ideia transformada em realidade. E como saber se uma pessoa é ou
não um intraempreendedor?

Algumas características estão presentes nos intraempreendedores, que podem


diferenciá-los dos demais funcionários, tais como:

a) tem visão sistêmica: não tem olhos apenas para o seu departamento, mas
consegue visualizar a companhia como um todo. Atribui significado pessoal a
tudo o que faz – tanto pelo trabalho como pela empresa onde atua. Isso inclui
acreditar no negócio e ter a sensação de que a experiência está valendo a pena;
b) tem capacidade de implementar as ideias: implanta projetos com começo, meio
e fim. Não basta ser um poço de ideias, é preciso implementá-las;
c) é persistente: faz de tudo para que os projetos e negócios deem certo. Tem
capacidade de encontrar saídas para os obstáculos que apareçam;
d) é proativo e se antecipa ao futuro: faz as coisas antes mesmo de ser solicitado
ou forçado pelas circunstâncias. Consegue antecipar a necessidade e vai além do
preestabelecido.

O ambiente intraempreendedor possui as seguintes características:

a) a organização opera nas fronteiras da tecnologia;


b) novas ideias são encorajadas;
c) a tentativa e o erro são estimulados;
d) os fracassos são permitidos;
e) não há parâmetros para a oportunidade;
f) os recursos estão disponíveis e acessíveis;
g) abordagem de equipe multidisciplinar;
h) longo horizonte de tempo;
i) programa voluntário;
j) sistema de compensações apropriado;
k) patrocinadores e defensores disponíveis; e,
l) apoio da alta administração.

Portanto, para que se desenvolva e estabeleça o intraempreendedorismo, é

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
30

necessário que haja o comprometimento da alta administração, ou seja, que os gerentes


apoiem fortemente o intraempreendedorismo na organização.

Dentre as características de liderança individuais que constituem um


intraempreendedor de sucesso encontram-se:

a) entender o ambiente;
b) ser visionário e flexível;
c) criar opções administrativas;
d) estimular o trabalho em equipe;
e) incentivar a discussão aberta;
f) construir uma coalizão de defensores; e,
g) persistir.

Portanto, o intraempreendedor tem um complicadíssimo desafio à frente de uma


nova célula de negócios: deve impedir que esta seja contaminada pelos velhos e nocivos
hábitos de gestão vigentes na empresa-mãe e, ao mesmo tempo, manter a coesão interna,
bem como as diretrizes e os compromissos gerais da organização. Em suma, ao
empreendedor convencional basicamente interessa agradar clientes e consumidores. O
intraempreendedor precisa também ganhar credibilidade entre diretores e acionistas e
garantir a manutenção do ânimo dos integrantes da equipe.

4.1.9 O Plano de Negócios

Uma das primeiras coisas que se deve fazer, uma vez decidida a criação de uma
empresa, é a definição por escrito das principais variáveis do negócio. É isso que chamamos
de Plano de Negócio. A elaboração de um Plano de negócio é fundamental para o
empreendedor, não somente para a busca de recursos, mas, principalmente, como forma de
sistematizar suas ideias e planejar de forma mais eficiente, antes de entrar de cabeça em um
mercado sempre competitivo.

Ou seja, para montar uma empresa, antes de começar a colocar em prática os


passos necessários para a sua legalização, é preciso que o futuro empresário tenha uma
série de conhecimentos fundamentais, como: conhecer o ramo de atividade onde vai atuar,
o mercado, fazer um planejamento do que vai ser colocado em prática na nova empresa,
estabelecer os objetivos que se pretende atingir, entre outros.

O Plano de Negócios será o documento que o orientará na estruturação do seu


negócio, constituindo também um instrumento fundamental para a negociação com
parceiros e investidores. O Plano de Negócios do empreendimento equivale, portanto, a um
projeto da empresa, no qual cada uma das questões sobre o negócio deve ser esmiuçada,
compreendida e dominada, para que o empreendedor seja hábil o suficiente para tomar
decisões corretas como empresário.

Além da importância para a apresentação do projeto a terceiros, o Plano de


Negócios será para o empreendedor um instrumento de trabalho fundamental, ao agregar e
sistematizar toda a informação prática para a concretização e condução do projeto. Muitos

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
31

empreendedores fracassam por não terem feito com a devida atenção esta lição de casa.
Para isso, é preciso fazer um levantamento de dados e informações em uma série de órgãos
e entidades (IBGE, sindicatos, associações, Sebrae, cooperativas, empresas já estabelecidas,
etc.), para saber como se encontra este mercado, quanto o futuro empresário terá que
vender por mês para não vir a fracassar; quanto poderá retirar por mês de pró-labore, sem
prejudicar o bom funcionamento da empresa; quais os impostos a pagar e suas alíquotas e
quanto guardar de recursos financeiros para fazer frente aos compromissos nos primeiros
meses. Enfim, é preciso fazer o planejamento financeiro e da estrutura da nova empresa.

Existem muitas atividades a ser exploradas, mas é preciso ficar atento a uma série
de fatores que influenciam e limitam a escolha do seu ramo de negócio. Para se abrir uma
empresa, deve-se levar em conta que o sucesso de qualquer negócio depende, sobretudo,
de um bom planejamento. Embora qualquer negócio ofereça riscos, é preciso prevenir-se
contra eles. Numa visão mais ampliada, o plano de negócio tem as seguintes funções:

a) avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, técnico,


financeiro, jurídico e organizacional;
b) avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação: para cada
um dos aspectos definidos no plano de negócio, o empreendedor poderá
comparar o previsto com o realizado;
c) facilitar, ao empreendedor, a obtenção de capital de terceiros quando o seu
capital próprio não é suficiente para cobrir os investimentos iniciais.

4.1.9.1 Análise dos riscos

O conhecimento de alguns aspectos da vida das empresas deve permitir a avaliação


do grau de atratividade do empreendimento, subsidiando a decisão do futuro empresário na
escolha do negócio que pretende desenvolver. Basicamente, os riscos do negócio referem-
se a:

a) sazonalidade - se caracteriza pelo aumento ou redução significativos da


demanda pelo produto em determinada época do ano. Os negócios com maior
sazonalidade são perigosos e oferecem riscos que obrigam os empreendedores a
manobras precisas. Quando em alto grau, é considerada fator negativo na
avaliação do negócio;
b) efeitos da economia - a análise da situação econômica é questão importante
para a avaliação da oportunidade de negócio, já que alguns deles são
gravemente afetados, por exemplo, por economias em recessão;
c) controles governamentais - setores submetidos a rigorosos controles do
governo, nos quais as regras podem mudar com frequência, oferecem grande
grau de risco e são pouco atraentes para pequenos investidores;
d) existência de monopólios - alguns empreendimentos podem enfrentar
problemas por atuar em áreas em que haja monopólios formados por
"megaorganizações", que dominam o mercado, definindo as regras do jogo
comercial. No Brasil, a comercialização de pneus, produtos químicos em geral e
tintas são exemplos típicos de segmentos fortemente monopolizados;
e) setores em estagnação ou retração - nestes setores, há uma procura menor que

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
32

a oferta de bens/serviços, o que torna a disputa mais acirrada. Nas épocas de


expansão e prosperidade de negócios, ao contrário, novos consumidores entram
no mercado, promovendo a abertura de novas empresas;
f) barreiras à entrada de empresas - referem-se a obstáculos relacionados com:
exigência de muito capital para o investimento, alto e complexo conhecimento
técnico, dificuldades para obtenção de matéria-prima, exigência de licenças
especiais, existência de contratos, patentes e marcas que dificultam a legalização
da empresa, dentre outros.

4.1.9.2 O que é preciso saber para montar um plano de negócios?

Este é um questionamento comum, especialmente para os empreendedores em


início de suas atividades. Neste sentido, apontam-se alguns caminhos, saber:

a) conhecer o ramo de atividade – é preciso conhecer alguns dados elementares


sobre o ramo em que pretende atuar, possibilidades de atuação dentro do
segmento (ex., confecção é o ramo: pode-se atuar com jeans, malha, linho... para
público infantil, adulto, feminino...);

b) conhecer o mercado consumidor – o estudo do mercado consumidor é um dado


importante para o empreendimento, pois abrange as informações necessárias à
identificação dos prováveis compradores. O que produzir, de que forma vender,
qual o local adequado para a venda, qual a demanda potencial para o produto.
Essas são algumas indagações que podem ter respostas mais adequadas quando
se conhece o mercado consumidor;

c) conhecer o mercado fornecedor – para iniciar e manter qualquer atividade


empresarial, a empresa depende de seus fornecedores – o mercado fornecedor.
O conhecimento desse mercado vai se refletir nos resultados pretendidos pela
empresa. Mercado fornecedor é aquele que fornece à empresa os
equipamentos, máquinas, matéria-prima, mercadorias e outros materiais
necessários ao seu funcionamento.

d) conhecer o mercado concorrente – o mercado concorrente é composto pelas


pessoas ou empresas que oferecem mercadorias ou serviços iguais ou
semelhantes aos que você pretende oferecer. Este mercado deve ser analisado
criteriosamente, de maneira que sejam identificados: quem são meus
concorrentes, que mercadorias ou serviços oferecem, quais são as vendas
efetuadas pelo concorrente, quais os pontos fortes e fracos da minha
concorrência, e se seus clientes lhes são fiéis;

e) definir produtos a serem fabricados, mercadorias a serem vendidas ou serviços


a serem prestados - é preciso conhecer detalhes do seu produto/serviço.
Ofereça produtos e serviços que atendam as necessidades de seu mercado.
Defina qual a utilização do seu produto/serviço, qual a embalagem a ser usada,
tamanhos oferecidos, cores, sabores, etc.;

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
33

f) analisar bem a localização de sua empresa – onde montar o meu negócio? A


resposta certa a esta pergunta pode significar a diferença entre o sucesso ou o
fracasso de um empreendimento. Tudo é importante para esta escolha e deve
ser observado e registrado;

g) conhecer marketing – marketing, como muitos pensam, não é só propaganda.


Marketing é um conjunto de atividades desenvolvidas pela empresa, para que
esta atenda desejos e necessidades de seus clientes. As atividades de marketing
podem ser classificadas em áreas básicas, que são traduzidas nos 4 Ps do
marketing. São eles: Produto, Pontos de Venda, Promoção (Comunicação) e
Preço;

h) processo operacional - este item trata do como fazer. Devem ser abordadas tais
questões: que trabalho será feito e quais as fases de fabricação/venda/prestação
de serviços; quem fará; com que material; com que equipamento; e quando fará.
É preciso verificar quem tem conhecimento e experiência no ramo: você? Um
futuro sócio? Ou um profissional contratado?;

i) projeção do volume de produção, de vendas ou de serviços - é prudente que o


empreendedor ou empresário considere: a necessidade e a procura do mercado
consumidor; os tipos de mercadorias ou serviços a serem colocados no mercado;
a disponibilidade de pessoal; a capacidade dos recursos materiais - máquinas,
instalações; a disponibilidade de recursos financeiros; a disponibilidade de
matéria-prima, mercadorias, embalagens e outros materiais necessários;

j) projeção da necessidade de pessoal – identifique o número de pessoas


necessárias para o tipo de trabalho e que qualificação deverão ter, inclusive as
do serviço de escritório;

k) análise financeira – é necessário fazer uma estimativa do resultado da empresa,


a partir de dados projetados, bem como, uma projeção do capital necessário
para começar o negócio, pois terá que fazer investimento em local,
equipamentos, materiais e despesas diversas, para instalação e funcionamento
inicial da empresa.

Diante do exposto, o plano de negócio é um instrumento que visa estruturar as


principais concepções e alternativas para uma análise correta de viabilidade do negócio
pretendido, proporcionando uma avaliação antes de colocar em prática a nova ideia,
reduzindo, assim, as possibilidades de se desperdiçarem recursos e esforços em um negócio
inviável. Além de servir como instrumento de avaliação para solicitação de financiamentos,
também serve como meio de planejamento da expansão de uma empresa já existente.

A elaboração de um plano de negócios é uma etapa fundamental para o


empreendedor que deseja criar uma empresa, não somente pela sua utilidade na busca de
recursos, mas, principalmente, como forma de sistematizar suas ideias e planejar de forma
mais eficiente o seu negócio. Um plano de negócios bem feito aumentará muito suas
chances de sucesso.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
34

O plano de negócios deve ajudar o empreendedor a responder questões


importantes relativas ao seu negócio antes do seu lançamento. Não é incomum mudanças
profundas no projeto quando se começa a pesquisar e checar as suposições iniciais para a
montagem do plano de negócios. É justamente aí, que reside o valor de um bom plano: é
muito mais fácil modificar negócios que estão apenas no papel do que aqueles em pleno
funcionamento, o que pode obrigar a comprometer uma parcela expressiva de recursos.
Assim, antes de iniciar até mesmo a construção do plano de negócios, se faz necessário ter
em mente respostas para as seguintes perguntas, no que se refere:

 À descrição do negócio:
Que tipo de negócio você está planejando?
Que produtos ou serviços você vai oferecer?
Por que o seu produto ou serviço vai ter êxito?
Quais são as suas oportunidades de crescimento?

 Ao plano de marketing:
Quem são os seus clientes potenciais?
Como você atrairá os seus clientes e se manterá no mercado?
Quem são os seus concorrentes? Como eles estão prosperando?
Como vai promover as suas vendas?
Quem serão os seus fornecedores?
Qual será o sistema de distribuição utilizado para o seu produto/serviço?
Qual imagem sua empresa vai transmitir aos clientes?
Como você vai desenvolver o design de seu produto?

 Ao plano organizacional:
Quem administrará o seu negócio?
Que qualificações deverá ter seu gerente?
Quantos empregados precisará e quais as suas funções?
Como você administrará as suas finanças?
Quais são os consultores ou especialistas necessários?
Que legislações ou movimentos de ONGs poderão afetar seu negócio?

 Ao plano financeiro:
Qual a renda total estimada para seu negócio no primeiro ano?
Quanto lhe custará para abrir o negócio e mantê-lo durante 18 meses de
operação?
Qual será o fluxo de caixa mensal durante o primeiro ano?
Que volume de vendas você vai precisar para obter lucros durante os primeiros
três anos?
Qual será o valor do capital em equipamentos?
Quais serão as suas necessidades financeiras totais?
Como você pretende assegurar o pagamento dos seus custos fixos?
Quais serão as suas fontes financeiras potenciais?
Como utilizará o dinheiro do empréstimo ou dos investidores?
Como o empréstimo será assegurado?

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
35

Assim, o plano de negócios deve ser entendido, então, como um conjunto de


respostas que define os produtos ou serviços que serão oferecidos, o formato mais
adequado, o modelo de operação que viabilize a disponibilização destes produtos/serviços e
o conhecimento, as habilidades e atitudes que os responsáveis deverão possuir e
desenvolver (Sebrae/RJ).

Um plano de negócio bem estruturado é fundamental para o sucesso do novo


empreendimento. Muitos empreendedores fracassam por não fazerem a lição de casa, com
a devida atenção. O plano do novo empreendimento não precisa ser sofisticado, mas tem
que contemplar os aspectos indispensáveis, permitir as análises certas, induzir as decisões
críticas para o sucesso do empreendimento. Assim, além da capa e do sumário, as principais
etapas que devem constar no mesmo são:

 Etapa 01 – Introdução;
 Etapa 02 – Informações preliminares sobre o empreendimento, como CNPJ, Razão
Social, etc.;
 Etapa 03 – Caracterização do empreendimento;
 Etapa 04 – Descrição geral do negócio;
 Etapa 05 – Visão e Missão da empresa;
 Etapa 06 – Principais produtos ou serviços a serem oferecidos pela empresa;
 Etapa 07 – Mercado Consumidor;
 Etapa 08 – Mercado Concorrente;
 Etapa 09 – Mercado Fornecedor;
 Etapa 10 – Quadro de Pessoal;
 Etapa 11 – Fluxograma do Processo Produtivo;
 Etapa 12 – Depreciação;
 Etapa 13 – Custos Fixos;
 Etapa 14 – Custos Variáveis;
 Etapa 15 – Investimentos Físicos;
 Etapa 16 – Cálculo dos Investimentos Financeiros (Capital de Giro);
 Etapa 17 – Investimento Inicial;
 Etapa 18 – Previsão de Vendas Semanal;
 Etapa 19 – Previsão de Vendas Mensal;
 Etapa 20 – Demonstração de Resultados (Mensais);
 Etapa 21 – Lucro Líquido;
 Etapa 22 – Retorno do Investimento = RI;
 Etapa 23 – Prazo de Retorno do Investimento = PRI; e,
 Etapa 24 – Plano de Marketing e Comercialização.

4.1.10 Passos Burocráticos para Criação de Empresas

A abertura de uma empresa não requer apenas técnica e capital. Há todo um


trâmite legal a ser seguido. Ele se refere à parte burocrática necessária para a abertura
formal do empreendimento.

As orientações abaixo descritas foram atualizadas observando as regras impostas


pelo novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor no dia em 11 de janeiro de 2003. Elas

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
36

também seguem as normalizações estabelecidas pelo Departamento Nacional de Registro do


Comércio (DNRC).

Deve-se ressaltar ainda que as empresas constituídas com base na legislação


anterior terão prazo até 10 de janeiro de 2004 para se adequarem ao Novo Código Civil. No
entanto, as empresas constituídas a partir de janeiro de 2003 já deverão respeitar o disposto
no referido código, bem como as empresas em processo de alteração ou encerramento de
atividades.

Além dos procedimentos básicos para constituição da empresa, dependendo do seu


ramo de atividades, pode surgir a necessidade de serem cumpridos alguns procedimentos
específicos, como a obrigação de providenciar outros "alvarás", "licenças", "registros",
"inspeções", "livros" ou "documentos" em diversos órgãos como secretarias,
departamentos, delegacias, institutos, etc. Há também a necessidade de se ter um
profissional habilitado responsável, com o devido registro no Conselho Regional de sua
categoria.

Os roteiros aos quais se tem acesso são genéricos. Portanto, deve-se procurar saber
se no município existem normas diferentes a serem cumpridas. Nos itens a seguir, observar-
se-á um passo-a-passo comum para registro de empresas dos setores de indústria e
comércio.

4.1.10.1 Registro setores de indústria e comércio

 1º Passo - consulta prévia de local para fins de alvará de funcionamento:

É uma consulta inicial às entidades envolvidas no processo de registro de empresa,


para verificar se existem pendências ou restrições que impeçam a constituição da empresa
no endereço pretendido. Verifica-se se a atividade pretendida é compatível com a lei de
zoneamento. O interessado deve fornecer endereço e a atividade empresarial para análise
da administração regional ou prefeitura municipal. Para isso, é preciso observar:

a) inscrição cadastral anterior do imóvel, constante no carnê do IPTU ou em outro


documento municipal;
b) endereço oficial completo, constante no carnê do IPTU ou em outro documento
municipal;
c) metragem aproximada da área a ser utilizada;
d) nome da firma ou de um dos sócios ou do requerente, quando autônomo;
e) descrição detalhada do ramo de atividade; e
f) habite-se do imóvel.

Obs.: no Distrito Federal não se faz necessário apresentar documento do imóvel,


bastando apresentar o endereço do local pretendido.

 2º Passo - busca de nome empresarial idêntico ou semelhante

Por lei, não pode haver duas empresas com nomes idênticos no mesmo ramo de

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
37

atividade dentro do Estado. Para a consulta prévia do nome, escolhem-se até 03 (três)
nomes alternativos e verifica-se no órgão competente (Junta Comercial ou Cartório de
Registro Civil das Pessoas Jurídicas) se o nome que se deseja poderá ser atualizado.

É importante destacar que o registro de nome não garante o direito de uso da


marca. A marca para ter amparo legal deverá ser registrada pelo Instituto Nacional da
Propriedade Industrial.

 3º Passo - Registro da empresa e proteção ao nome empresarial

Com o nome da empresa e o endereço aprovados, procede-se à proteção ao nome


empresarial, que decorre automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma
empresário (antiga firma individual) e de sociedades, ou de suas alterações, tendo validade
em todo o território do Estado, sem pagamento de taxa específica.

Para o requerimento de empresário – antiga declaração de firma mercantil


individual – exigem-se os seguintes documentos:

a) requerimento da junta comercial – capa de processo;


b) 04 vias do requerimento de empresário;
c) CPF e Carteira de Identidade do titular, autenticada pelo cartório; e,
d) DARF, em 02 vias.

Obs.: se for enquadrar como ME ou EPP, é necessário apresentar 03 vias da


declaração de ME ou EPP, assinadas pelo titular, em capa processo separado.

 4º Passo - Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ (antigo CGC) e Secretaria


da Receita Federal (SRF)

A inscrição, alteração de dados cadastrais e o cancelamento no CNPJ serão


formalizados por meio do Documento Básico de Entrada do CNPJ, da Ficha Cadastral da
Pessoa Jurídica (FCPJ), do Quadro de Sócios ou Administradores (QSA), e da Ficha
Complementar (FC), os quais poderão ser preenchidos por meio de software fornecido pelo
site Secretaria da Receita Federal.

A Ficha Complementar não deverá ser preenchida, a não ser que o Estado ou
Município jurisdicionante do seu domicílio fiscal seja conveniado ao CNPJ. Não será emitido
cartão CNPJ, inclusive em substituição ao antigo cartão CGC, caso haja:

a) ausência do código da Classificação Nacional de Atividades Econômicas-Fiscal


(CNAE-Fiscal);
b) sócios ou responsável da pessoa jurídica com inscrição cancelada ou inexistente
no CPF;
c) sócio ou responsável de pessoa jurídica vinculados à empresa inapta ou suspensa
no CNPJ; e,
d) omissão de declaração(ões), tais como Declaração de Informações da Pessoa
Jurídica (DIPJ).

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
38

Nota: a CNAE-Fiscal de 07 dígitos codifica todas as atividades classificadas pelo


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e substitui o CNAE de 05 dígitos. É de
preenchimento obrigatório na FCPJ, para os eventos de inscrição. Também é obrigatória a
atualização da informação da classificação, caso ainda não conste dos dados cadastrais da
pessoa jurídica no CNPJ.

Para proceder ao cadastramento do CNPJ, observa-se a necessidade da seguinte


documentação:

a) o interessado deverá preencher o FCPJ e QSA (caso tenha sócios) disponíveis por
meio do programa CNPJ e enviar à Receita Federal pela internet. Neste
momento, será gravado um recibo no disquete que contém um número de
identificação no qual o interessado deverá consultar periodicamente no site da
Receita Federal e aguardar que a mesma libere (via Internet) o Documento
Básico de Entrada no CNPJ;
b) documentos a serem entregues na Receita Federal para solicitação do CNPJ
podem ser enviados por Sedex ou também pode ser entregue no prédio da
Receita Federal em um envelope lacrado;
c) Documento Básico de Entrada no CNPJ, enviado em 1 via, com firma reconhecida
do responsável perante a Receita Federal;
d) cópia autenticada do ato constitutivo (Contrato Social ou Requerimento de
Empresário) registrado na Junta Comercial;
e) cópia autenticada do Pedido de Enquadramento de ME ou EPP (só para
Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte); e,
f) após o envio por Sedex ou entrega pessoal no prédio da Receita Federal, o
interessado fazer consultas periódicas no site da Receita Federal para verificar o
deferimento do pedido e a emissão do Comprovante de Inscrição no CNPJ.

 5º Passo - Alvará de licença/Corpo de Bombeiros

Normalmente, as prefeituras exigem, para funcionamento da empresa, a


competente inspeção e vistoria técnica, bem como o respectivo Alvará de Licença do Corpo
de Bombeiros. O empresário deve entrar em contato com o Corpo de Bombeiro do seu
município, informar a metragem de área construída e efetuar o pagamento da taxa no banco
indicado. Depois, ele deve entregar o formulário no Corpo de Bombeiros devidamente
preenchido e anexado ao comprovante de pagamento da taxa pertinente.

Obs.: é bom lembrar que esse procedimento pode variar de acordo com as
exigências de cada município.

 6º Passo - Alvará de licença e funcionamento

Geralmente, é retirado na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. No


entanto, pode haver variações de acordo com a legislação de cada município.

Para requerer Licença para Localização e Funcionamento, o requerente deverá


dirigir-se à secretaria competente e apresentar os seguintes documentos:

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
39

a) Requerimento: "Licença para Localização e Funcionamento e Cadastro, alteração


e Baixa de Pessoa Física e Jurídica";
b) Consulta prévia (PDU);
c) Cópia do Contrato Social ou Declaração de Firma Mercantil Individual ou Estatuto
e Ata de Assembleia, registrados em cartório do município ou na Junta Comercial
do Estado;
d) Cópia do cartão do CNPJ (Cadastro Nacional Pessoa Jurídica);
e) Cópia do CPF e Carteira de Identidade do Titular ou de cada sócio;
f) Certidão do Corpo de Bombeiros;
g) Nada Consta de Débitos da Pessoa Jurídica;
h) Nada Consta de Débitos do titular ou dos Sócios;
i) Cópia da folha de rosto do carnê do IPTU do imóvel onde a Pessoa Jurídica irá se
localizar e funcionar;
j) Requerimento de Alvará Sanitário de atividades de interesse à saúde; e,
k) Habite-se do imóvel ou Aceitação de Obra ou Certidão Detalhada para as obras
concluídas de acordo com o projeto aprovado.

Na secretaria municipal responsável, estes documentos serão protocolados.


Deferido o Alvará de Licença, o requerente será comunicado e, para recebê-lo, pagará uma
taxa que varia de acordo com o ramo de atividade e a metragem do estabelecimento.

 7º Passo - Certidão negativa de débito para com a Fazenda Pública Estadual -


Agência da Receita Estadual (ARE) da Circunscrição do titular ou dos sócios

É exigida Certidão Negativa de Débito para com a Fazenda Estadual, dentre outros
casos, para a inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes da Secretaria de Estado da
Fazenda. O requerimento e a Certidão Negativa deverão qualificar o interessado e serão
feitos de conformidade com os modelos padronizados pela legislação, cujos formulários
poderão ser adquiridos em papelaria e requeridos na ARE da circunscrição onde estão
estabelecidos o titular ou os sócios da empresa.

Na hipótese de existência de crédito tributário, que tenha sua exigibilidade


suspensa, que seja objeto de pagamento parcelado ou que esteja em curso de cobrança
executiva, para a qual tenha sido efetivada a penhora, será expedida Certidão Positiva de
Débito para com a Fazenda Pública Estadual, também de conformidade com modelo padrão
determinado pela legislação, a qual terá os mesmos efeitos previstos para a Certidão
Negativa de Débito.

Geralmente, o prazo para fornecimento da Certidão Negativa (ou Positiva) é de 10


(dez) dias, contados da data do requerimento na repartição fazendária. Seu prazo de
validade, ainda que com ressalvas, é de 90 (noventa) dias, a contar da expedição. Mas esses
prazos podem variar de Estado para Estado.

 8º Passo - Inscrição Estadual/Agência da Receita Estadual (circunscrição do


contribuinte)

Como próximo passo para o registro da empresa industrial ou comercial, há a

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
40

obrigatoriedade de se obter a inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes da Secretaria de


Estado da Fazenda. A obrigatoriedade de inscrição estadual não se aplica apenas às
empresas industriais e comerciais, mas também aos produtores rurais e às empresas
agropecuárias e prestadoras de serviços de transporte, interestadual e intermunicipal, e de
comunicação.

 9º Passo - Inscrição na Previdência Social/Instituto Nacional de Seguridade Social


(INSS)

Toda empresa deve se inscrever no INSS. A matrícula da empresa será feita:


a) simultaneamente com a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ); ou
b) perante o INSS, no prazo de 30 dias contados do início de suas atividades,
quando não sujeita à inscrição no CNPJ.

Independentemente do exposto acima, o INSS procederá à matrícula:

a) de ofício, quando ocorrer omissão; e,


b) de obra de construção civil, mediante comunicação obrigatória do responsável
por sua execução, no prazo de 30 dias.

A unidade matriculada perante o INSS, seja por não estar obrigada à inscrição no
CNPJ, seja em qualquer caso de ofício ou de obra de construção civil, receberá "Certificado
de Matrícula" com número cadastral básico, de caráter permanente.

O não cumprimento da obrigatoriedade de matrícula da empresa perante o INSS,


quando não obrigada à inscrição no CNPJ, bem como, em qualquer caso, de obra de
construção civil, no prazo de 30 dias, sujeita o responsável à multa, que varia de R$ 636,17 a
R$ 63.617,35, conforme julgada a gravidade da infração.

O Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), por meio das Juntas


Comerciais, bem como os Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, prestarão ao INSS,
obrigatoriamente, todas as informações referentes aos atos constitutivos e alterações
posteriores, relativos a empresas e entidades neles registradas.

Para fins de fiscalização, o Município, por intermédio do órgão competente,


fornecerá ao INSS relação de alvarás para construção civil e documentos de "habite-se"
concedidos.

 10º Passo - Solicitação de Autorização para Impressão de Documentos Fiscais na


Agência de Receita Estadual (circunscrição do contribuinte)

Depois que a empresa estiver formalizada, deve retornar à Agência da Receita


Estadual, à qual esteja subordinada, para obter a Autorização para Impressão de
Documentos Fiscais (AIDF) (para confecção de blocos de Notas Fiscais).

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
41

 11º Passo - Inscrição no Sindicato Patronal

A Empresa deverá se inscrever no sindicato patronal da categoria em que se


enquadra o seu ramo de atividade e passar a pagar a Contribuição Sindical Patronal. Para se
informar para qual sindicato a empresa irá recolher a Contribuição Sindical, deve-se
procurar:

a) Federação das Indústrias do seu Estado, se a empresa for uma indústria;


b) Federação do Comércio do seu Estado, se a empresa for um comércio.

Em relação às empresas inscritas no Simples, deve-se atentar para:

a) a Instrução Normativa 250 SRF, de 26/11/2002, no § 70 do artigo 5º, dispõe que


as empresas inscritas no Simples estão dispensadas das contribuições instituídas
pela União, inclusive as destinadas ao SESC, SESI, SENAC, SEBRAE, e seus
congêneres, bem assim as relativas ao Salário- Educação e à Contribuição
Sindical Patronal;
b) relativamente à Contribuição Sindical Patronal, esse dispositivo é questionável.
Isso porque a Contribuição Sindical Patronal não é de competência da União,
tampouco direcionada para órgãos sob a sua subordinação;
c) além disso, após o advento da Constituição Federal de 1988, ficou proibido à
União intervir em questões sindicais. Diante desse fato, é conveniente que as
empresas inscritas no Simples consultem a respectiva Entidade Sindical Patronal,
a fim de evitarem problemas futuros.

 12º Passo - Inspeções, registros e licenças junto a outros órgãos públicos

Em outros órgãos é exigido registro, conforme a atividade, dependendo das


características da empresa, como Departamento de Vigilância Sanitária, Secretaria da Saúde,
Secretaria de Meio Ambiente, entre outros.

4.1.11 Tributação das Micros e Pequenas Empresas

Não é novidade para ninguém que a carga tributária do Brasil é alta. Qualquer
brasileiro que vê os descontos em sua folha de pagamento sente no dia a dia a 'fome' do
Leão, como é chamada a Receita Federal, responsável pela arrecadação. Para as Micro e
Pequenas Empresas (MPEs), a realidade não é diferente. Desde 2002, a carga de impostos no
Brasil subiu 45,58% - 11,72 pontos percentuais acima da inflação registrada no mesmo
período.

Com a taxação elevada a tal ponto, as atividades das MPEs (seja no comércio,
indústria ou prestação de serviços), são prejudicadas. Sem opção, estas são obrigadas a
elevar os preços ou arcar com os prejuízos provocados pelo aumento dos tributos.
Alternativas nada viáveis para quem precisa enfrentar mercados concorridos e uma
economia estagnada.

Com certeza se conhece a expressão "Brasil, o país dos impostos". Não é exagero.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
42

Em 2005, a carga tributária brasileira alcançou a impressionante marca de 37,82%* do


Produto Interno Bruto (PIB). Em uma relação com 25 países, que representam as maiores
economias do mundo, apenas quatro possuem uma carga de impostos maior do que a nossa
- França, Itália, Noruega e Suécia.

Como se verá adiante, impostos não faltam, taxas e tarifas para confundir a cabeça
do empreendedor. São tributos federais, estaduais, municipais e que são pagos a diferentes
órgãos, tais como: Receita Federal, Secretária Estadual da Fazenda, etc., etc. Assim, como
organizar o pagamento de impostos? A seguir, ilustram-se alguns caminhos para lidar com a
organização destes pagamentos e, principalmente, apontar quais os principais impostos que
influem no dia a dia da gestão de uma MPE.

4.1.11.1 Simples Nacional

O Simples Nacional é o Regime Unificado de Arrecadação de Tributos e


Contribuições devidos pelas MPE, Recolhimento unificado de tributos: “efeito de imposto
único” para o contribuinte IRPJ, IPI, CSLL, Confins, PIS, INSS empregador, ICMS e ISS.

Os principais tributos e seus respectivos percentuais de cobrança são apresentados


no Quadro 1 a seguir.

Quadro 1- Principais tributos vigentes no Brasil

Sigla Denominação Incidência Percentual


IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica Receita bruta 15%
Imposto sobre Produto
IPI Valor da operação De 5 a 33%
Industrializado
Contribuição Social sobre o Lucro
CSLL Lucro depois do IR 9%
Líquido
Contribuição para Financiamento Incidente sobre o
Cofins 3%
da Seguridade Social faturamento bruto
Incidente sobre o
PIS Programa de Integração Social 1%
faturamento bruto
Contribuição Social sobre a Folha
INSS
de Pagamento e demais Folha de pessoal bruta 20%
Empregador
rendimentos
Imposto relativo à Circulação de
ICMS 17%
Mercadorias e Serviços
ISS Imposto sobre Serviços Valor do Serviço 5%
Fonte: Elaborado pela autora (2014)

4.1.12 Registro de Marcas e Patentes

Marcas e Patentes é uma expressão que corresponde a um ramo do Direito que se


denomina Propriedade Industrial e Intelectual, que garante às pessoas o direito de obter
proteção às criações industriais, como marcas e inventos, e também às criações do intelecto,

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
43

como livros, letras e músicas. Assim, dentro da Propriedade Industrial e Intelectual existem
diversos ramos. A propriedade intelectual abrange tanto a propriedade industrial como o
direito de autor.

4.1.12.1 Marcas

Como marca, são registráveis sinais perceptíveis e distintos, não restritos


legalmente (ver Art. 122 da LPI). Além disso, elas devem servir para distinguir um produto ou
serviço dos demais existentes. Além disso, existem outros sinais não registráveis, tais como
símbolos nacionais oficiais, nacionais ou estrangeiros, letras e/ou números isoladamente
(salvo marca mista), etc. Quem faz o registro garante o direito de uso da marca e o dever de
mantê-la em uso e prorrogá-la (a cada 10 anos). O direito sobre a marca termina quando
acabar sua validade, se o titular abandoná-la ou pela falta de uso (ver Art. 217 da LPI). O
registro pode ser feito tanto por pessoas físicas quanto por jurídicas

4.1.12.2 Patentes

Patenteável é qualquer objeto que não se enquadre em proibição legal e que seja,
em linhas gerais: uma novidade, útil, descrito apropriadamente. Uma Patente de Invenção
(PI) tem validade de 20 anos, enquanto a Modelo de Utilidade (MU) tem validade de 15
anos. No Brasil, o registro é feito junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Registrar marca ou patente não é nenhum bicho de sete cabeças. O titular pode
executar o passo a passo, desde que saiba como fazer o registro. Para concluir o registro de
marca ou patente, é preciso acompanhar o processo de perto, e suprir os documentos
necessários para obter sua marca registrada.

O pedido para registrar marca ou patente deve ser encaminhado, acompanhado de


toda a documentação necessária, ao INPI para devido registro. Será necessário pagar
algumas taxas para o processamento de seu pedido, mas — felizmente — elas não são tão
altas. É possível ao inventor/autor/criador, que saiba como registrar, iniciar o processo e
registrar suas patentes e marcas pessoalmente. Para isso, é necessário munir-se da
documentação necessária, pagar as devidas taxas e formalizar o pedido no INPI.

Simplesmente dar entrada no pedido de registro de marca ou patente não é


garantia alguma de que o mesmo será aceito. É necessário acompanhar o processo junto ao
INPI, observar novos pedidos, encaminhar oposições a pedidos similares aos seus. Após o
prazo de validade o titular não tem mais nenhum direito de impedir a utilização de sua
invenção. O título de patente do INPI tem força legal somente no Brasil. Infelizmente, só há
uma forma de proteger sua criação em outros países: efetuar o registro em cada país, o que
pode ser um processo demorado.

4.1.13 Aspectos do Mercado do Consumo

O consumo e a produção são fatos comuns na sociedade humana, e existem em


função das necessidades de subsistência. Como fatos sociais, alteram-se constantemente,
consoante a novas concepções culturais, econômicas e estéticas. Assim, para se delimitar, de

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
44

forma sintética, à sociedade de consumo é necessária a busca de subsídios que a


caracterizem.

No período precedente à Revolução Industrial, os artesãos produziam bens em toda


a sua extensão, ou seja, decidiam a matéria-prima a ser utilizada, como seriam
confeccionados e comercializados os produtos. O interesse pela elaboração do bem era
necessariamente em função de sua utilidade. A utilidade estava indissociavelmente ligada à
satisfação do comprador, com vistas a melhorar sua qualidade de vida. Não era necessário
estimular a venda, como ocorre atualmente. Pode-se entender que a relação que havia era
uma relação intrínseca de affectius com os objetos.

Contudo, esse panorama social de produção de bens é radicalmente modificado


com os métodos da organização científica do trabalho, introduzido por Henry Ford, em
meados de 1880, pela qual se aprimoraram as técnicas de produtividade do trabalho,
atomizaram-se as atividades laborais, separando a produção de bens do local da morada do
trabalhador, que passou a trabalhar em fábricas, resultando este a não ser mais o
responsável pela fabricação de produtos em toda a sua extensão, como em épocas
precedentes.

Evidentemente, toda essa nova concepção da sistematização nas relações de


trabalho, produção e circulação de bens era um fator que colocava uma ordem nas relações
sociais, com vistas a prever seus acontecimentos e mesmo administrá-los. O grande avanço
de Ford, por exemplo, era a sua visão, seu reconhecimento explícito de que produção de
massa significava consumo de massa, um novo sistema de reprodução da força de trabalho,
uma nova política de controle e regência do trabalho, uma nova estética e uma nova
psicologia, em suma, um novo tipo de sociedade democrática, racionalizada, modernista e
populista. O fordismo, que, em verdade, apenas concretizou tendências da Revolução
Industrial, decompondo ainda mais dos processos de trabalho, segundo padrões de tempo e
movimento, implantou uma nova ética para o homem, o qual estaria – e continua – sendo
forjado para produzir e consumir.

Em consequência, o homo faber, isto é, o fabricante de artefatos duráveis, passou a


se perceber como animal laborans, um produtor de objetos feitos para serem rapidamente
descartados. Na visão do homo faber, a natureza bruta deveria ser manipulada para dar
origem a objetos que deixassem a marca do engenho humano no mundo. Os ideais do homo
faber, fabricante do mundo, eram a permanência, a estabilidade e a durabilidade. A vitória
do animal laborans ou do consumidor varreu da superfície social esse mandamento prático.
A utilidade deixou de ser um fim em si, ou seja, deixou de ser o valor que legitimava o
esforço humano para fabricar artefatos que sobrevivessem aos artífices.

O avanço tecnológico, a produção de bens industriais em grande escala, a melhoria


das condições de vida dos operários e a criação de um mercado de compradores despiram o
trabalho de seu caráter artesanal. A velocidade com que os bens eram produzidos e
comercializados mudou o sentido do ato de fabricar e adquirir. Quem produzia não se
percebia mais como autor de objetos feitos para atender necessidades reais, mas para
serem adquiridas independentemente de sua utilidade.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
45

Neste sentido, a mudança de status do homo faber para o animal laborans é uma
construção que amputa a produção e o consumo como um ato de sobrevivência, para
concebê-lo como um ato racional, no qual existe a sistematização do produzir e consumir.

Enfim, com o advento da revolução industrial, a produção de bens por meio do


artesanato, foi substituída pela manufaturada e, posteriormente, com a implantação do
sistema capitalista, pela produção em massa.

A sociedade de consumo no mundo de hoje está ligada ao conceito de


modernidade, conjuga todos os pressupostos que embasaram o surgimento da
modernidade, como a racionalização técnica, científica, administração e a secularização. Este
conceito caracteriza a época contemporânea. Ou seja, enquanto durante um século de
Revolução Industrial o consumo e o tipo de vida não haviam modificado profundamente as
sociedades em vias de industrialização, desde o fim do século XIX ao fim do século XX, o
consumo sofreu uma grande mudança. A economia de mercado, apoiada pelo marketing, é
definida pela produção e pelo consumo das massas. O consumo se caracteriza menos pela
sua utilidade, e mais para individualizar, dar status àquele que pode consumir e ostentar um
padrão de aquisições pessoais.

4.2 Exercícios Propostos

1- Por que estudar empreendedorismo? Qual a motivação que leva as pessoas a discutirem o
assunto?
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2- O que é empreendedorismo? O que é ser empreendedor? Dê um exemplo de um


empreendedor que você conhece. Por que você considera essa pessoa empreendedora?
Das características do empreendedor listadas no texto, quais delas esta pessoa possui?
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3- O empreendedor é um super-homem ou apenas um administrador?


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4- Qual a importância da inovação no processo empreendedor? Quanto a criatividade pode


influenciar o processo de inovação? Você se considera criativo(a)?
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5- Quais as diferenças para se administrar uma empresa de tecnologia do mundo real de


uma empresa puramente da Internet?
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MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
47

REFERÊNCIAS

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empreendedorismo. Secretaria de Educação a Distância (Sedis), da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Natal, 2002.

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dinâmicas. São Paul: Atlas, 2006.

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CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São


Paulo: Saraiva, 2004.

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_________. O Segredo de Luisa. São Paulo: Cultura, 2000.

DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro:


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Atlas, 2003.

SROUR, R. H. Ética empresarial: a gestão da reputação. Rio de Janeiro: Editora Campus,


2003.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
48

ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________
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INTRODUÇÃO À ÉTICA
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5 INTRODUÇÃO À ÉTICA

O ser humano age no seu dia a dia em conformidade com valores pré-estabelecidos.
Dito isto, é possível afirmar que as coisas e as ações realizadas podem ser hierarquizadas de
acordo com as noções de bem e de justo, compartilhadas por um grupo de pessoas. O
homem avalia a sua conduta a partir de valores morais, ou seja, a partir da moralidade que
possui, portanto, o homem é um ser moral.

De modo geral, os termos moral e ética são usados como sinônimos, mas existe
diferença entre os conceitos, carecendo que se faça distinção entre eles. Mas o que é a
moral? E o que é a ética? E qual a diferença entre moral e ética? Estes temas serão
explorados a seguir.

5.1 Moral

A palavra moral vem do latim moralis, morale e significa o que é relativo aos
“costumes”. É o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época ou por um
determinado grupo de pessoas, com o objetivo fundamental de obter melhor reação em
sociedade. Como as comunidades humanas são distintas entre si, tanto no espaço quanto no
tempo, os valores podem ser distintos de uma comunidade para outra, o que origina códigos
morais diferentes. Pode-se dizer, de modo simplificado, que o sujeito moral é aquele que
age bem ou mal, na medida em que acata ou transgride as regras morais.

5.2 Ética

Vinda do grego ethikos, ética significa o que é relativo ao “modo de ser”, ao


“comportamento”. A ética está presente em todas as raças. Ela é um conjunto de regras,
princípios ou maneira de pensar e expressar. É a parte da filosofia que se ocupa com a
reflexão acerca das noções e princípios que fundamentam a vida moral. A ética é uma
disciplina teórica sobre a prática humana. As reflexões éticas não estão restritas apenas à
busca pelo conhecimento teórico sobre valores humanos, cuja origem e desenvolvimento
levantam questões de caráter sociológico, antropológico, religioso e etc. A ética é uma
filosofia prática, sobre a prática humana.

Pode-se afirmar que a ética é um conjunto de valores morais e princípios que


norteiam a conduta humana na sociedade. A ética contribui para que haja um equilíbrio e
bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a
ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de
justiça social e equidade.

A ética é construída por uma sociedade, com base nos valores históricos e culturais. Do
ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma
sociedade e seus grupos. Cada sociedade ou grupo possui seus próprios códigos de ética. Num país,
por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético, dentro dos princípios da
bioética, que rege as pesquisas biológicas, podendo não ocorrer em outros países, dado o fato de
que esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos por eles estabelecidos.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
52

Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe
também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, citam-se: ética
médica, ética de trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética
jornalística, ética na política, etc. Uma pessoa que não segue a ética da sociedade à qual
pertence é chamada de antiética, assim como o ato praticado.

5.3 Fundamentos da Ética

Antes de tratar sobre qualquer elemento em que se fundamenta a ética, é


necessário entender o significado do termo. Este pode ser definido como o resultado do
julgamento da sociedade em busca da normatização dos aspectos corretos, em resposta a
diversas questões humanas. Para que se inicie um julgamento, é necessário, antes de tudo,
que existam as questões. Para tratar destas questões, é necessário um pensamento crítico e
racional, a partir do qual se estabelecerão os julgamentos, podendo, dar origem a novos
questionamentos.

Os fundamentos da ética têm como base os estudos da Filosofia, que se entende


também como a investigação crítica e racional dos princípios fundamentais relacionados ao
mundo e ao homem. Neste sentido, se entende que sem o pensamento filosófico, seria
impossível extinguir os questionamentos e definir uma ética completa e coerente.

5.4 Ética e Cidadania - Atitude Ética

Ser Ético é agir corretamente sem prejudicar os outros. É cumprir com os valores da
sociedade em que se vive, mora, trabalha, estuda etc. Ética é tudo que envolve integridade,
é ser honesto em qualquer situação, é ter coragem para assumir seus erros e decisões, ser
tolerante e flexível, é ser humilde.

Todo ser ético reflete sobre suas ações, pensa se fez o bem ou o mal para o seu
próximo. É ter a consciência “limpa".

5.5 Ética e Política

Espera-se da política que tenha como objetivo principal a vida justa e equânime
para todos. Assim sendo, não deve ser dissociada da ética. Desde a Grécia antiga, era
inconcebível a ética fora da comunidade política – apóliscomokoinonia ou comunidade dos
iguais, pois nela a natureza ou essência humana encontrava sua realização mais alta.

Ao se estudar a ética, se percebe o que Aristóteles distinguia entre teoria e prática


e, nesta, entre fabricação e ação, isto é, diferenciar a poiesis de práxis. Percebe-se também
que ele reservara à práxis um lugar mais alto do que à fabricação, definindo-a como ação
voluntária de uma gente racional em vista de um fim considerado bom. A práxis por
excelência é a política. A este respeito, na Ética a Nicômaco, escreve Aristóteles, segundo
Chauí (2000):

[...] se, em nossas ações, há algum fim que desejamos por ele mesmo
e os outros são desejados só por causa dele, e senão escolhemos

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
53

indefinidamente alguma coisa em vista de outra (pois, nesse caso,


iríamos ao infinito e nosso desejo seria fútil e vão), é evidente que tal
fim só pode ser o bem, o Sumo Bem (...). Se assim é, devemos
abarcar, pelo menos em linhas gerais, a natureza do Sumo Bem e
dizer de qual saber ele provém. Consideramos que ele depende da
ciência suprema e arquitetônica por excelência. Ora, tal ciência é
manifestamente apolítica, pois é ela que determina, entre os
saberes, quais são os necessários para as cidades e que tipos de
saberes cada classe de cidadãos deve possuir (...).

A política se serve das outras ciências práticas e legisla sobre o que é preciso fazer e
do que é preciso se abster. Neste sentido, o fim buscado por ela deve englobar os fins de
todas as outras, donde se conclui que o fim da política é o bem propriamente humano.
Mesmo se houver identidade entre o bem do indivíduo e o da cidade, é manifestamente
uma tarefa muito mais importante e mais perfeita conhecer e salvaguardar o bem da cidade,
pois o bem não é seguramente amável mesmo para um indivíduo, mas é mais belo e mais
divino aplicado a uma nação ou à cidade (CHAUÍ, 2000).

A autora (Op. cit.) afirma ainda que Platão identificara a justiça no indivíduo e a
justiça na polis (cidade-estado), enquanto que Aristóteles subordinava o bem do indivíduo
ao Bem Supremo da polis. O vínculo interno observado entre ética e política significava que
as qualidades das leis e do poder dependiam das qualidades morais dos cidadãos e vice-
versa, isto é, das qualidades da cidade dependiam as virtudes dos cidadãos. Somente numa
cidade boa e justa os homens podem ser bons e justos; e somente homens bons e justos são
capazes de instituir uma cidade boa e justa, advoga Chauí (2000).

5.6 Principais Teorias Éticas

Os conceitos éticos são extraídos da experiência e do conhecimento da


humanidade. Baseado nas lições de estudiosos da ética, há algumas teorias a respeito da
formação dos conceitos éticos, os quais também se denominam como preceitos, a saber:

5.6.1 O Relativismo Moral

Trata-se de uma teoria que conceitua as afirmações morais (isso é bom, aquilo é
mau) como relativas à cultura. De acordo com esta teoria, não existe algo objetivamente
bom ou mau. Algo que é considerado mau em determinada cultura pode ser considerado
bom em outra. O relativista moral tende a considerar que “bom” é aquilo que é socialmente
aprovado e “mau” é aquilo que é socialmente desaprovado em determinada cultura.

5.6.2 O Absolutismo Moral

De acordo com esta teoria, existem valores morais objetivos. Para o absolutista
moral, uma ação é boa ou má, independentemente da cultura à qual o sujeito pertença. O
absolutista moral parte de princípios éticos definidos, deduzindo deles suas proposições
morais.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
54

5.6.3 O Utilitarismo

O utilitarismo afirma que se deve buscar maximizar os benefícios e minimizar os


malefícios para a maior quantidade de pessoas. O adepto desta teoria faz uma espécie de
cálculo ético para chegar à conclusão de que uma ação é boa (aquela que maximiza os
benefícios e minimiza os malefícios) e outra é má (aquela que não maximiza os benefícios
e/ou não minimiza os malefícios).

5.6.4 O Fundamentalismo

A teoria fundamentalista propõe que os conceitos éticos sejam obtidos de uma


fonte externa ao ser humano, que pode ser um livro (como a Bíblia), um conjunto de regras,
ou até mesmo outro ser humano.

5.6.5 A Teoria Kantiana

Defendida por Emanuel Kant, propõe que o conceito ético seja extraído do fato de
que cada um deve se comportar de acordo com princípios universais.

5.6.6 A Teoria Contratualista

Baseada nas ideias de John Locke e Jean Jacques Rousseau, parte do pressuposto de
que o ser humano assumiu com seus semelhantes a obrigação de se comportar de acordo
com as regras morais, para poder conviver em sociedade. Os conceitos éticos seriam
extraídos, portanto, das regras morais que conduzissem à perpetuação da sociedade, da paz
e da harmonia do grupo social.

O estudo de todas essas teorias revela que os conceitos éticos precisam ser
elaborados tendo em conta todas elas, mas sem se ater a uma em especial. Cada conceito
ético, para ser aceito como tal precisa claramente encontrar guarida em pelo menos uma
teoria. São todos relativos, e como tal devem ser entendidos. Não existem verdades
absolutas ou exatas em matéria de ética. A reflexão permanente é requerida.

5.6.7 Teorias Éticas - Práticas

a) a ética da convicção, entendida como deontologia (estudo dos deveres); e,


b) a ética da responsabilidade, conhecida como teleologia (estudo dos fins humanos).

Toda atividade orientada pela ética pode subordinar-se a duas máximas totalmente
diferentes e irredutivelmente opostas. Ela pode orientar-se pela ética da responsabilidade
ou pela ética da convicção. Isso não quer dizer que a ética da convicção seja idêntica à
ausência de responsabilidade e a ética da responsabilidade à ausência de convicção. Não se
trata evidentemente disso. Todavia, há uma oposição abissal entre a atitude de quem age
segundo as máximas da ética da convicção. Em linguagem religiosa, diz-se: “o cristão faz seu
dever e no que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus”. Enquanto a atitude de
quem age segundo a ética da responsabilidade diz: “devemos responder pelas
consequências previsíveis de nossos atos”.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
55

A ética da convicção é uma ética que se pauta por valores e normas previamente
estabelecidos, cujo efeito primeiro consiste em moldar as ações que deverão ser praticadas.
Ela se subdivide em: a do princípio e a da esperança. A primeira está restrita às normas
morais estabelecidas, num deliberado desinteresse pelas circunstâncias, e cuja máxima
sentencia: respeite as regras haja o que houver. A segunda se ancora em ideais, moldada por
uma fé capaz de mover montanhas, e cuja máxima preconiza: o sonho antes de tudo.

Essas vertentes dizem respeito a modulações de deveres, preceitos, dogmas ou


mandamentos apreendidos pelos agentes ao longo dos anos. Como exemplo da ética da
convicção, o Cônsul português Aristides de Sousa Mendes, lotado no porto francês de
Bordeaux, preferiu ter compaixão a obedecer cegamente a seu governo. Neste sentido, ele
regeu seu comportamento pela ética da convicção, priorizando, por sua conta e risco, um
valor em relação ao outro. Diante do avanço do exército alemão em junho de 1940, salvou a
vida de 30 mil pessoas, entre as quais 10 mil judeus, ao emitir vistos de entrada em Portugal
a qualquer um que pedisse, num ritmo frenético.

A ética da responsabilidade se caracteriza por considerar cada um responsável por


aquilo que faz. Os agentes avaliam os efeitos previsíveis que uma ação produz; constam
obter resultados positivos para a coletividade; e ampliam o leque das escolhas ao preconizar
que “dos males, o menor”.

Exemplificando a ética da responsabilidade, diante da queda acentuada das


receitas, um dos cenários possíveis é o da forte redução das despesas com o consequente
corte de pessoal. O que fazer? Manter o dispêndio representado pela folha de pagamento e
agravar a crise (talvez até pedir concordata), ou diminuir o desembolso e devolver à
empresa o fôlego necessário para tentar ficar à tona na tormenta? Vale dizer, cabe ou não
cabe sacrificar alguns tripulantes para tentar assegurar a sobrevinda ao resto da tripulação e
ao próprio navio? E o que mais interessa do ponto de vista social? Uma empresa que feche
as portas ou uma empresa que gere riquezas?

A ética da responsabilidade, assim como a da convicção, está alicerçada em duas


vertentes: a utilitarista e da finalidade. A primeira exige que as ações produzam o máximo de
bem para o maior número, isto é, que possam combinar a mais intensa felicidade possível
(critério da eficácia) com a maior abrangência proporcional (critério da equidade). Sua
máxima recomenda: faça o maior bem para mais gente. A segunda determina que a
bondade dos fins justifique as ações empreendidas e supõe que todas as medidas
necessárias serão tomadas. Sua máxima ordena: alcance os objetivos custe o que custar.

Conclui-se, então, que a doutrina enfocada, conclui-se que, enquanto aqueles que
pendem pela ética da convicção guiam-se por imperativos da consciência e os que seguem a
ética da responsabilidade guiam-se por uma análise de riscos.

É necessário lembrar-se: a moral é a consideração do que é bem ou mal. A ética é o


estudo das teorias que vão explicar a moral. A moral é a prática, a ética é a teoria.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
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5.7 Ética e Desenvolvimento Sustentável

É consenso que desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as


necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades
das futuras gerações. Trata-se do desenvolvimento que não esgota os recursos para o
futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o
desenvolvimento econômico e a conservação ambiental (O ECO, 2014).

De acordo com O Eco (2014), para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável


exige planejamento e reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. É importante
não confundi-lo com crescimento econômico, posto que este depende do consumo
crescente de energia e de recursos naturais. Se ele fosse observado nestes termos, tornar-
se-ia insustentável, uma vez que levaria os recursos naturais, dos quais a humanidade
depende, ao esgotamento. A proposta do desenvolvimento sustentável é observar a
qualidade em vez da quantidade, reduzindo o uso de matérias-primas e de produtos, e o
aumento da reutilização e da reciclagem.

É sabido que o desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres.


Entretanto os especialistas afirmam que não se pode trilhar o mesmo caminho adotado
pelos países industrializados, até pelo fato de não ser possível, segundo eles.

Conforme O Eco (2014), o desenvolvimento sustentável tem seu campo dividido em


quatro componentes, a saber:

 Sustentabilidade ambiental:

Diz-se da manutenção das funções e componentes dos ecossistemas, para


assegurar a sua viabilidade, que sejam capazes de autorreprodução e adaptação às
alterações, de modo que mantenha a sua variedade biológica. Trata-se da capacidade que o
ambiente natural tem de manter as condições de vida para todos seres vivos, levando em
consideração o habitat, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias
renováveis.

 Sustentabilidade econômica:

Trata-se do conjunto de medidas e políticas que visam à incorporação de


preocupações e conceitos ambientais e sociais. Aqui, o lucro passa a ser também medido a
partir da perspectiva social e ambiental, levando à otimização do uso de recursos limitados e
à gestão de tecnologias de poupança de materiais e energia.

 Sustentabilidade sociopolítica:

Esta categoria é orientada para o desenvolvimento humano, a estabilidade das


instituições públicas e culturais, assim como a redução de conflitos sociais. É um veículo de
humanização da economia, e, ao mesmo tempo, pretende desenvolver o tecido social nos
seus componentes humanos e culturais.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
57

 Sustentabilidade cultural:

A sustentabilidade cultural leva em conta a forma como os povos encaram os seus


recursos naturais e, sobretudo, como são construídas e tratadas as relações com outros
povos em curto e longo prazo, com vista à criação de um mundo mais sustentável a todos os
níveis sociais. A integração das especificidades culturais na concepção, medição e prática do
desenvolvimento sustentável é fundamental, posto que assegura a participação da
população local nos esforços de desenvolvimento.

Desde a época em que Gandhi lutava paz e igualdade entre os povos, era notório
que ele deixava em suas falas a necessidade de mudança dos modelos de desenvolvimento.
Ele observava que os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial deveriam ser
reestruturados para levar em consideração o meio ambiente.

Em 2010, o Fórum de Copenhagen serviu para medir o tamanho do egoísmo dos


países desenvolvidos, especialmente no que diz respeito ao consumo de energia, que é igual
a quanto maior, mais crescimento, de parte dos países em desenvolvimento. Ficou claro que
eles podem consumir a energia que quiserem, enquanto que os países em desenvolvimento
terão que diminuir o consumo de energia, que significa diminuir a produção, gerar menos
emprego e renda, crescer menos, etc. Isto não pode ser aceito.

Preservar o meio ambiente é uma necessidade vital e um comportamento


fundamental para o ser humano. Diminuir a emissão de CO² é necessário para o planeta
como um todo. Entretanto, é importante observar que, na realidade, o problema climático,
ambiental e etc., não está localizado dentro do contexto econômico, mistificado para evitar
o avanço inexorável dos países emergentes, sobretudo aqueles relativos aos Brics, relativo
ao grupo constituído pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Nessa dimensão reflexiva, é importante pontuar a correlação ou a relação biunívoca


existente entre as ciências sociais. Assim sendo, não se pode deixar de considerar o universo
que compõe esse cenário, evidenciando os seguintes fatores básicos para o estudo da
economia:

a) dotação de recursos: compreende todos os recursos disponíveis numa


economia. É o que se usa para produzir bens;
b) tecnologia: é o menu da economia moderna, oferece todas as combinações
diferentes de recursos que podem ser utilizados para a produção de bens e
serviços;
c) preferência dos indivíduos: depende dos bens e serviços que a economia deve
produzir. As preferências das pessoas determinam suas decisões; e,
d) instituições econômicas: são as normas que regulam as relações em uma
determinada economia. São formalmente codificadas em leis (leis tributárias, leis
trabalhistas, leis da propriedade, etc.).

Neste contexto de análise centrada na fundamentação econômica, se pontuam,


ainda, alguns aspectos da ação econômica e seus principais fatores condicionantes da ação,
das relações e do comportamento econômico e que podem também ser condicionados por

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
58

elas:

a) forma de organização política da sociedade;


b) posturas ético-religiosas;
c) modos de relacionamento social;
d) condições limitativas do meio ambiente;
e) estrutura da ordem jurídica;
f) formação cultural da sociedade;
g) padrões das conquistas tecnológicas.

Muitas vezes, as empresas são criticadas por não desenvolverem produtos


ecológicos ou porque seguem lógicas produtivas socialmente calamitosas. No entanto, se
realmente se defende a liberdade e a responsabilidade, dever-se-á, além de inquirir as
empresas, confrontar os consumidores com os seus atos e as suas opções. Não é justo nem
benéfico utilizar as empresas como bode expiatório da má consciência global e, por outro
lado, tratar os consumidores como se fossem crianças. Todos são partícipes neste processo.

A ética do consumidor é a melhor contrapartida que pode haver para uma ética da
empresa. À responsabilidade da empresa deve corresponder a responsabilidade do
consumidor, que deve se preocupar em adotar um consumo consciente e crítico em face de
políticas de contratação, higiene, segurança, transparência, honestidade no seio das
empresas que produzem os bens ou fornecem os serviços que vai adquirir.

De fato, muito da crítica ao capitalismo é uma crítica à democracia, na medida em


que é uma crítica à capacidade de escolha de cada indivíduo. A maturidade em todas as
escolhas efetuadas pelas pessoas é decisiva para formatar os estados em que vivem, as
sociedades na qual se movem e os mercados que as abastecem. Isto corresponde
precisamente à persecução do projeto iluminista numa época pós-convencional de, como
Kant afirmou, de o indivíduo ser capaz de guiar-se por si próprio, assumir o peso de sair da
menoridade confortável a que o consumo automático o restringe.

A ética do consumo não faz parte da ética empresarial, mas é a consequência lógica
da mesma, uma exigência de justiça; movendo-nos no plano da ética e não do direito, a
coação não pode ser jurídica. No entanto, a coação moral num sujeito coletivo como é a
empresa, só pode dar-se a partir de algo tangível. O consumismo (ético e ecológico) é a
recompensa prática da empresa ética e a punição da empresa que se furta a ser responsável.

5.8 Ética e o Mundo do Trabalho

Esta subseção abordará a importância ética no mundo do trabalho, como ela se


estabelece no ambiente empresarial.

5.8.1 Ética Empresarial

Ética empresarial é o comportamento da empresa - entidade lucrativa - quando ela


age em conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela
coletividade (regras éticas) (MOREIRA, 2007). A atividade empresarial é eticamente fundada

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
59

e orientada, quando se cria emprego, se proporciona habitação, alimentação, vestuário e


educação, detendo os bens como quem os administra. Para os cristãos, a ética empresarial é
justiça e obras de misericórdia. Para muitos outros, será a lei natural que diz que ninguém
pode ser feliz (rico) no meio de infelizes (pobres). A ética empresarial, ainda, consiste na
busca do interesse comum, ou seja, do empresário, do consumidor e do trabalhador.

5.8.2 A Importância da Ética Empresarial

Para Moreira (2007), todo sistema que diminui a relevância da ética, tornando tal
valor desprezível, tende a não respaldar os reclamos da sociedade, a tornar o Estado que o
produziu menos democrático, quando não totalitário, e termina por durar tempo menor que
os demais ordenamentos que a reconhecem.

Além de outros dispositivos constitucionais nos quais a ética permeia, observa-se


que é no capítulo VII, do título III da Constituição Federal de 1988, que se encontra de forma
mais evidente a imposição da necessidade da ética, no exercício da honrosa função de servir
a sociedade, estando esse princípio dentre os mais importantes da Administração Pública, a
saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

No âmbito da atividade empresarial, os princípios éticos que norteiam o direito,


estampados na Ordem Econômica e Financeira, fundamentam-se na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, reprimindo o abuso do poder econômico, incentivando a livre
concorrência, dando tratamento preferencial às empresas de pequeno porte, proibindo a
atuação do Estado na área específica da iniciativa privada, a não ser em caráter excepcional
(segurança nacional ou relevante interesse coletivo).

O § 4º, do art. 173, da Constituição Federal de 1988, estabeleceu as práticas que


devem ser evitadas na exploração da atividade econômica, por ferir a ética empresarial,
dispondo que: "A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos
mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros".

Como advoga Moreira (2007), evoluímos, desta forma, para uma sociedade em que
alguns denominaram "pós-capitalista" e outros "neocapitalista" ou ainda "sociedade do
saber", que se caracteriza pela predominância do espírito empresarial e pelo exercício da
função reguladora do direito. O Estado reduz-se a sua função de operador, se tornando o
catalisador das soluções, o regulador e o fiscal da aplicação da lei, quando, então, a própria
administração se desburocratiza. O espírito empresarial, por sua vez, cria parcerias que se
substituem aos antigos conflitos de interesses que existiam, de modo latente ou ostensivo,
entre empregados e empregadores, entre produtores e consumidores e entre o Poder
Público e a iniciativa privada.

A sociedade contemporânea apresenta um novo modelo para que a empresa possa


progredir e o Estado evolua adequadamente, mediante a mobilização construtiva de todos
os participantes, não só do plano político, pelo voto, mas também no campo econômico,
mediante várias formas de parceria, com base na confiança e na lealdade que devem
presidir as relações entre as partes.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
60

Neste contexto, a empresa, abandonando a organização de forma hierarquizada,


"apoderada do mundo empresarial, com os valores que lhes são próprios, tais como
iniciativa, corresponsabilidade, comunicação, transparência, qualidade, inovação e
flexibilidade”. Neste sentido, se pode observar que a empresa, abandonando sua estrutura
de origem, sob o comando dos proprietários, agora, se sujeita, a uma nova forma de
governo, com maior poder atribuído aos acionistas e empregados e até a própria sociedade
civil, passando a ter verdadeiros deveres, não só com os seus integrantes e acionistas, mas
também com os seus consumidores, clientes e até com o meio ambiente.

A Lei n. 6.404/76 é responsável por disciplinar as sociedades por ações. Esta lei
enumera de forma precisa e detalhada os deveres e responsabilidades dos administradores,
a função social da empresa, orientando no sentido de que o administrador deve exercer as
atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para lograr os fins e no interesse da
companhia, satisfeitas as exigências do bem público e da função social da empresa (art. 154).

É preciso ressaltar que hoje, no que tange à matéria contratual, ao contrário do que
acontecia no passado, em que o direito além de exigir a completa boa-fé, proporciona
proteção mais adequada ao comerciante mais frágil, transmuta-se, assim, de um regime de
completa liberdade para uma nova ordem na qual a liberdade das partes importa
responsabilidade, devendo inspirar-se em princípios éticos, abandonando-se a igualdade
formal para atender às situações respectivas dos contratantes, ou seja, à igualdade material.
No que diz respeito à questão ambiental, é importante ressaltar que o meio ambiente se
transformou em um valor permanente para a sociedade, de forte conteúdo ético. Desta
forma, protegê-lo passou a ser um imperativo para todos os habitantes da terra, exigindo
que cada um que se conscientize dessa grande necessidade, requerendo esforço comum, em
resposta aos desafios do futuro, como afirma Moreira (2007).

É necessário que as empresas promovam o desenvolvimento sustentável, conforme


tem insistido a Câmara de Comércio Internacional. É preciso pensar e pensar e de forma
rápida, com coragem e ousadia, numa nova ética, para o desenvolvimento, que transcenda a
sociedade de mercadoria, da suposta generalização dos padrões de consumo dos países
ricos para as sociedades periféricas – promessa irrealizável de certas correntes
desenvolvimentistas do passado e dos neoliberais de hoje em dia. Tal promessa não passa
de um jogo das contas de vidro, recheado de premissas falsas, devido a obstáculos políticos
criados pelos países ricos (que brecam a generalização da riqueza) e as limitações impostas
pela base de recursos naturais. Ou seja, as limitações ecológicas inviabilizam (devido ao
efeito estufa, destruição da camada de ozônio, dilapidação das florestas tropicais etc.) a
homogeneização para toda a humanidade dos padrões dos gastos do consumo.

Hoje, as grandes entidades financeiras nacionais e estrangeiras só aprovam


financiamentos cujos projetos não afetem o meio ambiente. Dentro desse contexto,
decidindo a empresa adotar os postulados éticos em suas relações, nada mais necessário do
que estabelecer as regras de conduta a partir de um instrumento interno, ou seja, elaborar
um Código de Ética, que teria a incumbência de padronizar e formalizar o entendimento da
organização empresarial em seus diversos relacionamentos e operações. Com ele, poder-se-
á evitar que os julgamentos subjetivos deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação plena
dos princípios, além de que, pode constituir uma prova legal de determinação da

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
61

administração da empresa, de seguir os preceitos nele refletidos.

5.8.3 A Responsabilidade Social das Empresas

A empresa tem sido entendida, doutrinariamente, como uma "atividade econômica


organizada, exercida profissionalmente pelo empresário, através do estabelecimento".
Extraem-se daí os três conceitos básicos da empresariedade: o empresário, o
estabelecimento e a atividade. Para melhor entendimento da empresa sob o enfoque da
ética, traz-se à colação o pensamento de Alfredo Lamy Filho e José Luiz Bulhões Pedreira
sobre a empresa – a grande empresa – enfocando-a como a célula de base de toda a
economia industrial. Em economia de mercado, é, com efeito, no nível da empresa que se
efetua a maior parte das escolhas que comandam o desenvolvimento econômico: definição
de produtos, orientação de investimentos e repartição primária de vendas.

Este papel motor da empresa é, por certo, um dos traços dominantes de nosso
modelo econômico: por seu poder de iniciativa, a empresa está na origem da criação
constante da riqueza nacional; ela é, também, o lugar da inovação e da renovação. Os
autores vão além e afirmam que: a macroempresa envolve tal número de interesses e de
pessoas - empregados, acionistas, fornecedores, credores, distribuidores, consumidores,
intermediários, usuários -, que tende a transformar-se realmente em centro de poder tão
grande que a sociedade pode e deve cobrar-lhe um preço em termos de responsabilidade
social. Seja a empresa, seja o acionista controlador, brasileiro ou estrangeiro, todos têm
deveres para a comunidade na qual vivem.

Os autores concluem dizendo que essa revolução que se está operando nos países
da vida ocidental - como resposta, até certo ponto surpreendente e admirável, às exigências
de conciliar a eficiência insubstituível da macroempresa com a liberdade de iniciativa e a
distribuição da riqueza - não foi feita, nem poderá sê-lo, sem a compreensão e a efetiva
colaboração dos empresários - que a lideraram -, das instituições comerciais, que a
secundaram, dos investidores que a compreenderam e apoiaram, e do Estado, que a
estimularam, disciplinaram e removeram os obstáculos jurídicos para que ela se realizasse
na plenitude.

5.8.4 Evolução da Ética Empresarial

A doutrina no âmbito do direito empresarial tem conceituado a empresa como uma


atividade econômica organizada pelo empresário, que se utiliza dos fatores da produção - a
natureza, o capital e o trabalho - para produzir um resultado, que pode ser um serviço, um
bem ou um direito, para venda no mercado, com o objetivo final de lucro.

A história nos dá conta de que, nas sociedades primitivas e antigas, a atividade


econômica se baseava na troca de mercadoria por mercadoria, não existindo nesse período
a ideia de lucro e nem de empresa. Portanto, a ética se restringia às relações de poder entre
as partes e pelas eventuais necessidades presentes de obtenção de certos bens ou artigos.

O surgimento do conceito de lucro nas operações de natureza econômica trouxe


certa dificuldade para a moral, posto que ele (o lucro) era originariamente considerado um

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
62

acréscimo indevido, sob o ponto de vista da moralidade. Somente no século XVIII, o


economista Adam Smith, na sua obra A Riqueza das Nações, conseguiu demonstrar que o
lucro não é um acréscimo indevido, mas um vetor de distribuição de renda e de promoção
do bem-estar social, expondo pela primeira vez a compatibilidade entre ética e atividade
lucrativa.

A encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII, foi a primeira tentativa formal de
impor um comportamento ético à empresa. Esse documento papal trouxe no seu bojo
princípios éticos aplicáveis nas relações entre a empresa e empregados, valorizando o
respeito aos direitos e à dignidade dos trabalhadores.

Surge nos Estados Unidos em 1890, a Lei Shelman Act, destinada a proteger a
sociedade contra os acordos entre empresas, contrários ou restritivos da livre concorrência.
No início do século XX, foi editada a Lei Clayton, alterada pela Pattman-Robison, que
complementou a lei Shelman Act, proibindo a prática de discriminação de preços por parte
de uma empresa em relação aos seus clientes.

Em 1972, realizou-se a Conferência Internacional Sobre o Meio Ambiente, em


Estocolmo, Suécia, organizada pela Organização das Nações Unidas, que teve como
finalidade conscientizar todos os segmentos sociais, inclusive as empresas sobre a
necessidade de se preservar o planeta. Cinco anos após, o governo americano legisla sobre a
ética empresarial, por meio da edição da Lei Foreign Corrupt Practices Act, que proíbe e
estabelece penalidades às pessoas ou organizações que ofereçam subornos às autoridades
estrangeiras, com a finalidade de obter negócios ou contratos.

No Brasil, foi editada a Lei n. 4.137/62, alterada pela Lei n. 8.884/94, que reprime o
abuso do poder econômico e as práticas concorrenciais. Em diversas outras áreas, como nas
de proteção ao trabalho, do meio ambiente, do consumidor, existem leis específicas,
tratando da questão da ética.

Diante dessa preocupação mundial com a ética empresarial, pode-se afirmar que se
vive uma nova era nessa matéria. Relativamente, a evolução da ética na empresa societária,
ao que se tem notícia, até o fim da primeira metade do século XX, os conflitos societários
eram solucionados na própria empresa, sendo poucas as demandas judiciais. Prevalecia o
poder daquele que majoritariamente comandava a empresa. Esse período foi chamado de
fase monárquica da sociedade comercial. Aplicava-se a visão do banqueiro alemão, ao qual
se atribui a qualificação dos acionistas minoritários como sendo tolos e arrogantes. Tolos
porque lhe entregavam o dinheiro, e arrogantes, pois ainda pretendiam receber os
dividendos.

Paulatinamente, vai-se criando nova consciência nessas relações, e os controladores


passam a buscar o consenso junto aos demais participantes da sociedade (empregados,
minoritários etc.). No Brasil, a partir da metade do século XX, já há uma preocupação do
direito brasileiro para com os direitos dos minoritários, possibilitando-lhes o recebimento
dos dividendos, o recesso e responsabilizar os administradores e controladores da
companhia.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
63

É o primeiro passo para a democratização e moralização da empresa, mediante a


criação de um sistema de liberdade com responsabilidade, que sucedeu ao regime da mais
completa irresponsabilidade. Verifica-se, modernamente, que a legislação brasileira
consagra os conceitos de abuso de direito e de responsabilidade pelo desvio de poderes. A
Lei n. 6.404/76, assim como a legislação do mundo inteiro, tem reconhecido que o poder do
voto deve ser exercido no interesse da sociedade, consoante dispõe o artigo 115 da citada
lei:

O acionista deve exercer o direito de voto no interesse da


companhia; considerar-se-á abusivo o voto exercido com o fim de
causar dano à companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si
ou para outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou
possa resultar prejuízo para companhia ou para outros acionistas.

A obediência à ética e aos bons costumes se impôs até aos acordos de acionistas,
cujas cláusulas ilegais, abusivas ou imorais não podem ser consideradas vinculatórias para os
seus signatários.

5.8.5 Valores Éticos: Interpretação

Como interpretar os valores éticos? A interpretação de valores éticos pode ser


absoluta ou relativa. A primeira baseia-se na premissa de que as normas de conduta são
válidas em todas as situações, e a segunda de que as normas dependem da situação.

No que tange à ética relativa, os orientais entendem que os indivíduos devem


dedicar-se inteiramente à empresa, que constitui uma família à qual pertence a vida dos
trabalhadores. Já, para os ocidentais, o entendimento é de que há diferença entre a vida
pessoal e a vida profissional. Assim, encerrado o horário normal do trabalho, o restante do
tempo é do trabalhador e não do patrão.

Quanto à ética absoluta, parte-se do princípio de que determinadas condutas são


intrinsecamente erradas ou certas, qualquer que seja a situação, e, dessa maneira, devem
ser apresentadas e difundidas como tal. Um problema sério da ética absoluta é que a noção
de certo e errado depende de opiniões.

Como exemplo disto, os bancos suíços construíram uma reputação de


confiabilidade com base na preservação do sigilo sobre suas contas secretas. Sob a
perspectiva absoluta, para o banco, o correto é proteger a identidade e o patrimônio do
cliente. Durante muito tempo, os bancos suíços foram admirados por essa ética, até ficar
evidente que os clientes nem sempre eram respeitáveis.

Traficantes de drogas, ditadores e nazistas haviam escondido nas famosas contas


secretas muito dinheiro ganho de maneira ilícita. Os bancos continuaram insistindo em sua
política, enquanto aumentavam as pressões internacionais, especialmente dos países
interessados em rastrear a lavagem de dinheiro das drogas, ou recuperar o que havia sido
roubado pelos ditadores e nazistas. Para as autoridades destes países, a ética absoluta dizia
que o sigilo era intrinsecamente errado, uma vez que protegia dinheiro obtido de forma

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
64

desonesta. Finalmente, as autoridades suíças concordaram em revelar a origem dos


depósitos e iniciar negociações visando à devolução do dinheiro para os seus donos.

5.8.6 Razões para a Empresa Ser Ética

A maioria dos autores que estudam a questão da ética empresarial estabelece que
o comportamento ético seja a única maneira de obtenção de lucro com respaldo moral. A
sociedade tem exigido que a empresa sempre puna pela ética nas relações com seus
clientes, fornecedores, competidores, empregados, governo e público em geral.

O comportamento ético dentro e fora da empresa permite às companhias


inteligentes baratear os produtos, sem diminuir a qualidade e nem baixar os salários, porque
uma cultura ética torna possível reduzir os custos de coordenação. Além dessas, outras
razões podem ser invocadas como o não pagamento de subornos, compensações indevidas
etc. Agindo eticamente, a empresa pode estabelecer normas de condutas para seus
dirigentes e empregados, exigindo que ajam com lealdade e dedicação.

Os procedimentos éticos facilitam e solidificam os laços de parceria empresarial,


quer com clientes, quer com fornecedores, quer, ainda, com sócios efetivos ou potenciais,
Isso ocorre em função do respeito que um agente ético gera em seus parceiros. A ética da
empresa trata de mostrar, então, que optar por valores que humanizam é o melhor para a
empresa, entendida como um grupo humano, e para a sociedade em que ela opera.

A atividade empresarial não é só para ganhar dinheiro. Uma empresa é algo mais
que um negócio: é antes de tudo um grupo humano que persegue um projeto, necessitando
de um líder para levá-lo a cabo, e que precisa de um tempo para desenvolver todas as suas
potencialidades. Entende-se que a ética deve estar acima de tudo, e que a empresa que age
dentro dos postulados éticos aceitos pela sociedade só tende a prosperar.

5.8.7 Ética Profissional

Um profissional deve saber diferenciar a Ética da moral e do direito. A moral


estabelece regras para garantir a ordem independente de fronteiras geográficas. O direito
estabelece as regras de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm
uma base territorial, valendo apenas para aquele lugar. As normas jurídicas obrigam os
cidadãos de forma coercitiva, ou seja, independente da vontade pessoal. Já a norma ética
não obriga coativamente a pessoa que a descumpre. Pessoas afirmam que em alguns pontos
elas podem gerar conflitos. O desacato civil ocorre quando argumentos morais impedem
que uma pessoa acate certas leis. Às vezes as propostas da ética podem parecer justas ou
injustas. Ética é diferente da moral e do direito, porque não estabelece regras concretas.

A Ética profissional se inicia com a reflexão. Quando se escolhe uma profissão,


passa-se a ter deveres profissionais obrigatórios. Os jovens quando escolhem sua carreira,
escolhem pelo dinheiro e não pelos deveres e valores. Ao completar a formação em nível
superior, a pessoa faz um juramento, que significa seu comprometimento profissional. Isso
caracteriza o aspecto moral da ética profissional. Mesmo que não se exerça uma atividade
dentro da área de interesse do profissional, isto não o isenta dos deveres e obrigações que

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
65

este tem a cumprir.

Ser um profissional ético nada mais é do que ser profissional mesmo nos momentos
mais inoportunos. Para ser uma pessoa ética, devemos seguir um conjunto de valores. Ser
ético é proceder sem prejudicar os outros. Algumas das características básicas de como ser
um profissional ético é ser bom, correto, justo e adequado. Além de ser individual, qualquer
decisão ética tem por trás valores fundamentais, tais como:

a) ser honesto em qualquer situação - é a virtude dos negócios;


b) ter coragem para assumir as decisões - mesmo que seja contra a opinião alheia;
c) ser tolerante e flexível - deve-se conhecer para depois julgar as pessoas;
d) ser íntegro - agir de acordo com seus princípios; e,
e) ser humilde - só assim se consegue reconhecer o sucesso individual.

5.9 Ética Virtual

A Internet está mudando o comportamento ético das empresas. A Internet muda a


velocidade dos acontecimentos, a forma de remuneração dos funcionários e o ambiente de
trabalho. Mas se deve tomar cuidado com o uso que se faz dessa ferramenta no ambiente
de trabalho. Utilidades com bate-papo e sites de relacionamentos não compreendem um
comportamento profissional ético, exceto se for para uso da empresa. Downloads e e-mails
pessoais também não devem ser acessados.

Como afirma Robert Henry Srour: "difícil não é fazer o que é certo, é descobrir o
que é certo fazer".

5.10 Código de Ética do Técnico em Administração e Logística

RESOLUÇÃO NORMATIVA CFA Nº 04, DE 7 DE MAIO DE 1979


(Revogada pela Resolução Normativa CFA n.º 128, de 13 de setembro de 1992)

Aprova o Código de Ética Profissional dos Técnicos de Administração

O CONSELHO FEDERAL DE TÉCNICOS DE ADMINISTRAÇÃO, no uso da competência


que lhe é conferida pela Lei nº 4.769, de 9 de setembro de 1965, e o Regulamento aprovado
pelo Decreto 61.934, de 22 de dezembro de 1967, e,

CONSIDERANDO que o estabelecimento de um Código de Ética para os profissionais


da Administração, de forma a regular a conduta moral e profissional e indicar normas que
devem inspirar o exercício das atividades profissionais, é matéria de alta relevância para a
implantação definitiva e consolidação do conceito profissional dos Técnicos de
Administração;

CONSIDERANDO que o Código de Ética Profissional dos Administradores está

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
66

expressamente citado na alínea "g" do artigo 7º, da Lei 4.769, de 09/09/65, e na alínea "g"
do artigo 20 do Decreto 61.934, de 22/12/67;

CONSIDERANDO que, por força os dispositivos legais invocados, a competência para


a elaboração de tal Código de Ética é outorgada ao Conselho Federal de Técnicos de
Administração;

CONSIDERANDO que o atual Código de Ética Profissional, aprovado pela Resolução


Normativa CFA 43/69, de 27 de novembro de 1969, já se encontra necessitando de
atualização;

CONSIDERANDO, finalmente, que tal Código de Ética há de refletir necessariamente


os padrões morais e éticos que prevalecem na sociedade e são geralmente aceitos pela
comunidade à qual deverão integrar-se todos os Técnicos de Administração.

RESOLVE:
Art. 1º Aprovar o novo Código de Ética Profissional, que a esta acompanha.

Art. 2º Esta Resolução Normativa entrará em vigor na data de sua publicação,


revogadas as disposições em contrário.

Adm. Guilherme Quintanilha de Almeida


Presidente

 Capítulo I – do Objetivo

Art.01 – O presente Código de Ética Profissional tem por objetivo regular a conduta
moral e profissional dos Técnicos de Administração e indicar normas que devem inspirar as
atividades profissionais e regular sua relações com a classe, com os órgãos diretivos e
fiscalizadores da profissão e, principalmente, com a sociedade.

Art.02 – O Técnico de Administração tem uma obrigação contínua para com a


ciência da Administração, em todas as suas áreas, devendo propugnar pela elevação dos
padrões da profissão, para isso deverá procurar, sempre, novos modelos, descobrir a
verdade e disseminar suas descobertas e criações, mantendo-se, ainda, bem informado do
desenvolvimento no campo da Administração.

 Capítulo II – dos Deveres

Art.03 – São deveres do Técnico em Administração:

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
67

1- Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade;


2- Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor, resguardando os interesses de
seus clientes, mas sem jamais abrir mão de sua dignidade, suas prerrogativas e
independência profissional;
3- Manter sigilo sobre tudo o que souber em função de suas atividades e de sua
profissão;
4- Conservar independência na orientação técnica dos serviços e órgãos que lhe
foram confiados;
5- Informar e orientar seu cliente, com respeito à situação real da empresa a que
serve;
6- Informar ao cliente, sempre com antecedência e por escrito, sobre
circunstâncias adversas para os seus negócios, sugerindo, tanto quanto possível,
as melhores soluções e apontando as várias alternativas;
7- Emitir opiniões, expender conceitos e sugerir medidas somente depois de estar
seguro das informações que tem e dos dados que obteve;
8- Renunciar ao posto, cargo ou emprego, se, por qualquer forma, tomar
conhecimento de que o cliente manifestou desconfiança para com o seu
trabalho, salvo o cliente, hipótese em que deverá aguardar substituto;
9- Informar ao seu substituto tudo quanto se refira ao cargo, emprego ou função,
salvo os assuntos de natureza sigilosa ou confidencial, que ficarão a cargo do
cliente;
10- Evitar declarações públicas ou pronunciamentos testemunhados sobre os
motivos que o levaram à renúncia, salvo se, do silêncio puder resultar prejuízo,
desprestígio ou interpretação maliciosa ou tendenciosa, quanto à sua reputação
profissional ou à sua classe;
11- Manifestar, em tempo hábil e por escrito, a existência de impedimento ou
incompatibilidade para o exercício da profissão, formulando, em caso de dúvida,
consulta aos órgãos de classe;
12- Recusar cargos, empregos ou funções, caso tenha consciência de que não
dispõe de suficientes recursos técnicos para em desempenhá-los;
13- Citar o seu número de registro no respectivo Conselho Regional após sua
assinatura em documentos referentes ao exercício profissional.

 Capítulo III – das Proibições

Art. 04 – Art. 4º - É vedado ao Técnico de Administração, enquanto no exercício de


suas atividades profissionais:

1- Anunciar-se com excesso de qualificativos. É admitida a indicação de títulos


possuídos, serviços e especializações;
2- Sugerir, pedir, solicitar, provocar ou induzir textos de publicidade que resulte

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
68

em propaganda pessoal de seu nome, méritos ou atividades, salvo se em


exercício de qualquer cargo ou missão, em nome da classe e da profissão;
3- Assinar quaisquer documentos, planos, projetos e trabalhos técnicos de que não
tenha participado ou que tenham sido elaborados por leigos;
4- Facilitar, por qualquer modo, o exercício da profissão a terceiros, não
habilitados ou impedidos;
5- Exercer pessoalmente a profissão, quando impedido por decisão transitada em
julgado;
6- Organizar ou manter sociedade com profissionais inidôneos ou sob forma não
prevista em lei;
7- Estabelecer negociação ou entendimento com parte adversa à de seu cliente,
sem sua autorização ou conhecimento;
8- Recuar-se à prestação de contas de bens, numerários e documentos que lhes
sejam confiados em razão de seu cargo, emprego ou função;
9- Interromper a prestação de serviço contratado, sem causa real;
10- Violar sigilo profissional.

 Capítulo IV – dos Honorários Profissionais

Art. 05 – A fixação de honorários deverá ocorrer em bases justas, levando-se em


consideração, entre outros, os seguintes elementos:

1- Vulto, dificuldade, complexidade, pressão de tempo e relevâncias dos trabalhos a


executar;
2- A necessidade de ficar impedido ou proibido de realizar outros trabalhos
paralelos;
3- As vantagens que, do trabalho, se beneficiará o cliente;
4- A situação econômico-financeira do cliente;
5- O fato de se tratar de um cliente eventual, temporário ou permanente;
6- A necessidade de locomoção na própria cidade, ou para outras cidades, do
Estado ou do País;
7- Sua competência e seu renome profissional;
8- A maior ou menor oferta de trabalho no mercado em que estiver competindo.

Art.06 – O Técnico de Administração deverá obedecer, sempre às tabelas de


honorários que, a qualquer tempo, venham a ser baixadas pelo órgão de classe, como
mínimo desejáveis de remuneração.

 Capítulo V – dos Deveres Especiais em Relação aos Colegas

Art.07 – A conduta dos Técnicos de Administração, com relação aos colegas, será

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
69

pautada nos princípios de apreço, solidariedade, consideração e de respeito mútuo.


Art.08 – O recomendado no artigo anterior não implica em conivência nem induz
tolerância para com erros cometidos por terceiros ou por atos contrários às normas deste
Código de Ética, ou das leis vigentes, ainda que praticadas por elementos não ligados à
classe.

Art.09 – Com referência aos colegas, o Técnico de Administração deverá:

1- Abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadores;


2- Recusar cargo, emprego ou função para substituir colega que ele se tenha
afastado ou desistido, comprovadamente, por decoro, dignidade ou preservação
dos interessados da classe ou da profissão;
3- Representar aos órgãos da classe o exercício ilegal da profissão, em entidades
particulares ou públicas;
4- Jamais emitir pronunciamentos sobre serviço profissional entregue a colegas,
salvo para referências elogiosas;
5- Evitar desentendimentos com colegas, usando sempre que necessário os órgãos
da classe para dirimir dúvidas e solucionar pendências.

 Capítulo VI – das Deveres Especiais em Relação à Classe

Art.10 – O Técnico de Administração deve observar as seguintes normas com


referência à classe:

1- Emprestar apoio moral, intelectual, material e financeiro às entidades da classe;


2- Zelar pelo prestígio da classe, da dignidade profissional e do aperfeiçoamento
das instituições, divulgando tudo quanto de positivo conheça sobre ela;
3- Aceitar e desempenhar com zelo e eficiência quaisquer cargos ou funções nas
entidades da classe, justificando sua recusa quando, em caso extremo, tenha que
apresentá-la;
4- Representar perante as autoridades competentes sobre irregularidades
ocorridas na administração das entidades da classe;
5- Jamais se servir de posição, cargo ou função, que desempenhe no órgão da
classe, em benefício próprio ou para proveito pessoal.

 Capítulo VII – das Disposições Finais

Art. 11 – A violação das normas contidas neste Código de Ética importam em falta
grave, sujeitando os seus infratores às seguintes penalidades:

1- Advertência escrita, reservada;

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
70

2- Censura pública, na reincidência específica;


3- Multas em bases fixadas pelo Conselho Federal de Técnicos de Administração e
atualizados, anualmente;
4- Suspensão do exercício da profissão, por tempo não superior a 90 (noventa) dias,
prorrogável por igual período, se persistirem as condições motivadoras da
punição;
5- Cancelamento do registro profissional e divulgação do fato, para conhecimento
de terceiros.

Art.12 – A Administração do presente Código de Ética será feita pelo Conselho


Federal de Técnicos de Administração em segunda instância e pelos Conselhos Regionais em
primeira instância. Das decisões tomadas por esses Colegiados, caberá recurso com efeito
suspensivo, para o Tribunal Superior de Ética dos Técnicos de Administração e Logística, na
forma prevista pela Resolução nº 45/68.

5.11 Exercícios Propostos

1 Quais as diferenças entre ética e ética empresarial?


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____________________________________________________________________

3 Qual o conceito de empresa?


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4 Conceitue ética e formule a importância desta para o profissional Técnico em


Administração.
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5 Quais as teorias éticas citadas nesta apostila?


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71

6 O que são valores éticos?


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7 Descreva os motivos que justificam uma empresa ética.


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8 A moral é o conjunto de normas e condutas reconhecidas como adequadas ao


comportamento humano por uma dada comunidade humana. A moral estabelece
princípios de vida capazes de orientar o homem para uma ação moralmente correta.
Embora os termos ética e moral por vezes sejam usados como sinônimos, há uma
pequena distinção entre eles. Neste sentido, ética seria:

a) um estudo sistematizado das diversas morais;


b) um conjunto de normas e condutas;
c) um conjunto de regras religiosas;
d) um estudo idealizado sobre a vida do indivíduo;
e) um conjunto de regras jurídicas.

9 Todo ato moral é passível de sofrer apreciação valorativa. Não existe ato moral fora das
relações humanas. É no agir (nas ações) que podemos avaliar moralmente alguém. A
inveja e a generosidade, por exemplo, são vício e virtude respectivamente. Moralmente,
só são possíveis de ser avaliados em nós mesmos. Nos outros só teremos condições de
perceber tais sentimentos e avaliá-los a partir da ação concreta de inveja e generosidade.
A partir do texto acima podemos afirmar que:

a) só o agir humano pode ser avaliado moralmente.


b) a inveja é algo considerado moralmente correto.
c) o ato moral não é algo no qual podemos atribuir valores.
d) a generosidade é um ato considerado moralmente incorreto.
e) a generosidade e a inveja são virtudes.

10 É sabido que o homem é um ser que avalia as suas ações a partir de valores. Marque a
alternativa que corresponde a um juízo moral:

a) este homem é belo.


b) esta garota é elegante.
c) este colar é amarelo.
d) este menino agiu corretamente.
e) esta turma é organizada.

11 Assinale verdadeiro ou falso.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
72

() Conforme o Art.3º, item 9 do código de () O Art. 4º - item 7 – explicita que é vedado


ética do Técnico de Administração de ao Técnico de Administração estabelecer
Empresas, este poderá delegar negociação ou entendimento com parte
parcialmente a execução dos serviços a adversa à de seu cliente, sem sua
seu cargo a um colega de menor autorização ou conhecimento.
experiência, mantendo-o sempre sob sua
responsabilidade técnica.
() O Art. 4º, item 4 – explicita que é vedado () O Art. 4º - item 9 – estabelece que é
ao Técnico de Administração facilitar, por vedada ao Técnico de Administração
qualquer modo, o exercício da profissão a interromper a prestação de serviço
terceiros, não habilitados ou impedidos. contratado, sem causa real.

12 O Art. 7º -do código de Ética do Técnico de Administração de Empresa indica a conduta


deste profissional com relação aos colegas. Cite 3 desses deveres.
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13 Quanto à conduta do Técnico em Administração de Empresas indique, conforme o Art. 9º


- itens 1, 2, 3, 4, 5,como deve agir esse profissional.
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14 Conforme Capítulo VI- Dos deveres especiais em relação à classe, cite todas as obrigações
do Art.10º, o Técnico de Administração de Empresas deve observar.
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73

15 O Capítulo VII – Das Disposições Finais do código de Ética do Técnico de Administração de


Empresas, no Art. 11º trata da violação das normas contidas no Código de Ética que
importam em falta grave, sujeitando os seus infratores às cinco penalidades. Cite quais
são elas.
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16 A quem cabe o julgamento das questões relacionadas à transgressão de preceitos do


Código de Ética?.
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ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
74

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ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________
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PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO
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6 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO

A história da humanidade está povoada de feitos que surgiram a partir de


verdadeiras situações de caos. Nestas situações, o homem para e raciocina em busca de
encontrar saídas para os seus problemas. Foi nessa perspectiva que o Estado começou a se
modernizar. Esse fato remonta à época em que a sociedade encontrava-se com a
necessidade de se reconstruir, logo após a Primeira Guerra Mundial.

Em seguida à crise de 1929, a União Soviética começou a aplicar o planejamento


como ferramenta de reconstrução. Assim, o planejamento foi utilizado “como instrumento
governamental de orientação econômica”, tendo sido construído de forma sistemática e
centralizada, constituindo-se num processo centralizador e demasiadamente controlador
dentro da ótica dos países de economia livre (DIAS, 2003).

Logo após a Segunda Guerra Mundial, a prática do planejamento foi estendida aos
países do bloco comunista do leste europeu e, também, iniciada pelos governos de países de
economias mais abertas, como França e Japão (DIAS, 2003), só sendo aplicada nos países
subdesenvolvidos a partir da década de 50/60.

Após momentos de crise global, o planejamento ganhou destaque internacional,


sendo as crises de mercado as principais motivadoras da sua adoção por países de economia
de mercado. Como exemplos: a crise do México (1994-95); Tigres Asiáticos (1997- 98); da
Rússia e Brasil (1998-99); Argentina (2001-02).

Quaisquer que sejam as realizações humanas, o planejamento é definido como o


ato ou processo de estabelecer objetivos (metas), diretrizes (princípios orientadores) e
procedimentos (metodologias) para uma unidade de trabalho. Como resultado deste
processo forma-se um plano.

Os governos, as instituições e as organizações e seus respectivos programas não


funcionam na base da improvisação. É preciso estabelecer estratégias que possibilitem a sua
atuação frente às necessidades e demandas do mercado e da sociedade. A sua razão de ser,
sua própria visualização no futuro, a definição de seus valores, de seus objetivos e a
consolidação de um plano de trabalho composto por ações operacionais devem fazer parte
da estratégia para a promoção de seu crescimento e êxito.

O planejamento é um elemento extremamente importante na função da gerência,


seja do ponto de vista organizacional ou de seu conjunto de responsabilidades pessoais do
dia a dia. O processo de planejamento é uma estratégia que as pessoas e organizações usam
para administrar suas relações com o futuro, representando uma aplicação específica do
processo decisório. Assim, numa organização proativa, o planejamento permite elevar o
grau de controle sobre o futuro dos sistemas internos e das relações com o ambiente. A
organização que planeja procura antecipar-se às mudanças em seus sistemas internos e no
ambiente externo, como forma de garantir sua sobrevivência e eficácia.

Para Nogueira (2010), “o planejamento é uma ferramenta administrativa, que


possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro,

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
82

estruturando o trâmite adequado, e reavaliar todo o processo a que o planejamento se


destina”, sendo, portanto, o lado racional da ação. Trata-se de um processo de deliberação
abstrato e explícito que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta
deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos pré-definidos.

A maioria das ações necessita de planejamento. As atividades diárias exigem que se


antecipem os resultados das ações, mesmo que não se esteja completamente ciente desta
antecipação. Mas, age-se com muito mais frequência do que se planejam, explicitamente, as
ações. Poucas vezes se tem a consciência de estar executando um processo de deliberação
antes da ação. Assim que s e toma conhecimento de uma ação, ou quando se executam
comportamentos bem treinados para os quais se possuem planos previamente
armazenados, ou quando o curso de uma ação pode ser livremente adaptado enquanto ela
estiver sendo executada, geralmente se age adaptando as ações sem planejá-las
explicitamente.

Uma atividade premeditada exige deliberação quando se volta para novas situações
ou tarefas e objetivos complexos ou quando conta com ações menos familiares. O
planejamento também é necessário quando a adaptação das ações é coagida, por
exemplo, por um ambiente crítico envolvendo alto risco ou alto custo, por uma atividade
em parceria com mais alguém, ou por uma atividade que necessite estar sincronizada com
um sistema dinâmico. Uma vez o planejamento é um processo muito complicado, que
consome muito tempo e dinheiro, recorre-se ao ele apenas quando é realmente necessário
ou quando a relação custo X benefício obriga a planejar. Além disso, geralmente,
procuram-se somente planos bons e viáveis ao invés de planos ótimos.

O planejamento deve ser entendido como um processo cíclico e prático das


determinações do plano, garantindo-lhe continuidade, havendo constante realimentação de
situações, propostas, resultados e soluções, lhe conferindo, assim, dinamismo, baseado na
multidisciplinaridade, interatividade, num processo contínuo de tomada de decisões.
Revisando as considerações já citadas, enfatiza-se que o planejamento é um processo
contínuo que envolve um conjunto complexo de decisões inter-relacionadas, que podem ser
separadas de formas diferentes. De forma geral, e independentemente da metodologia
utilizada, alguns aspectos básicos devem ser considerados em qualquer planejamento,
conforme descrito abaixo:

a) planejamento dos fins: especificação do estado futuro desejado, ou seja, a


missão, os propósitos, os objetivos, os objetivos setoriais, os desafios e as metas;
b) planejamento de meios: proposição de caminhos para a empresa chegar ao
estado futuro desejado, por exemplo, pela expansão da capacidade produtiva de
uma unidade e/ou diversificação de produtos. Aqui se tem a escolha de macro
estratégias, macropolíticas, estratégias, políticas, procedimentos e práticas;
c) planejamento organizacional: esquematização dos requisitos organizacionais
para poder realizar os meios propostos. Aqui se pode ter, por exemplo, a
estruturação da empresa em unidades estratégias de negócios;
d) planejamento de recursos: dimensionamento de recursos humanos e materiais,
determinação da origem e aplicação de recursos financeiros. Aqui se tem o
estabelecimento de programas, projetos e planos de ação necessários ao alcance

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
83

do futuro desejado;
e) planejamento de implantação e controle: corresponde à atividade de planejar o
gerenciamento de implantação do empreendimento.

Devem-se ressaltar alguns aspectos, tais como:

a) o próprio processo de planejamento deve ser planejado;


b) o processo é interativo, ou seja, sua ação se exerce mutuamente, entre duas ou
mais partes do todo;
c) e o processo é iterativo, ou seja, repete-se ao longo do tempo.

6.1 Tipos de Planejamento

Existem três tipos de planejamento:

a) planejamento estratégico;
b) planejamento tático; e
c) planejamento operacional.

 Planejamento estratégico:

Como preconiza Oliveira (2010, p. 17 apud SANTOS et al., 2013), “planejamento


estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se
estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de
interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada”. Para Machado
(2010), o planejamento estratégico é, de um modo geral, de responsabilidade dos níveis
mais altos da empresa. Ele diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção
dos cursos de ação a serem seguidos para sua consecução, e leva em conta as condições
externas e internas à empresa e sua evolução esperada. Além disto, considera as premissas
básicas que a empresa deve respeitar, de modo que o processo estratégico tenha coerência
e sustentação decisória.

De acordo com Stein (2000), o planejamento estratégico relaciona-se com


objetivos de longo prazo e com estratégias e ações para alcançá-los que afetam a empresa
como um todo. Por outro lado, o planejamento tático relaciona-se aos objetivos de curto
prazo e com estratégias e ações que, geralmente, afetam somente uma parte da empresa.

É necessário que o planejamento estratégico considere a empresa como um todo.


De forma isolada, é insuficiente visto que o estabelecimento de objetivos em longo
prazo, bem como seu alcance, resulta numa situação nebulosa, pois não existem ações mais
imediatas que operacionalizem o planejamento estratégico. A falta destes aspectos é suprida
mediante desenvolvimento e implantação dos planejamentos táticos e operacionais de
forma integrada (STEIN, 2000).

A literatura acerca do tema planejamento estratégico apresenta-se unânime quanto


à importância desta atividade para as organizações em geral, independente de seu porte ou
do tipo de atividade que desenvolva. Nas grandes empresas, é comum que os gestores

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
84

destinem grande parte de seu tempo a esta tarefa, pois normalmente estão munidos de
equipes de trabalho, responsáveis pelo cotidiano do empreendimento.

Para a determinação do posicionamento estratégico faz-se necessária a elaboração


de um planejamento que direcione os objetivos, as ações, as atividades e os recursos, além
da configuração de um sistema de gestão para operacionalizar e controlar a estratégia.
Assim, a sua construção, de modo geral, possui as seguintes etapas:

a) formulação da missão e de objetivos;


b) identificação das metas e estratégias atuais;
c) análise ambiental e de recursos;
d) identificação de oportunidades e ameaças;
e) determinação do grau de mudança estratégica necessária;
f) tomada de decisão estratégica;
g) implementação e controle da estratégia.

A missão de uma organização determina a natureza do negócio e o âmbito de sua


atuação. Traduz determinado sistema de crenças e valores em termos de áreas básicas de
atuação, considerando as tradições e a filosofia da organização. Sua declaração constitui o
elemento central do planejamento estratégico, pois fornece direção às ações
organizacionais, em largo horizonte de tempo. A missão expressa o centro do conjunto de
valores de uma instituição e sua ideologia subjacente, além de fornecer um entendimento
coletivo sobre o que a organização pode ou não fazer.

Uma vez definida a missão, são estabelecidos os macro-objetivos organizacionais


que devem traduzir a missão em termos concretos. Tais objetivos são manifestações de uma
situação desejável. Eles devem orientar as atividades e apontar as possíveis direções a ser
seguidas para que uma dada situação seja alcançada.

Os outros itens mencionados para a elaboração do planejamento estratégico


procuram realizar um diagnóstico da situação presente com relação às dimensões internas e
externas à organização, possibilitando a tomada de decisão estratégica e tática mais
adequada, após o que são detalhados os planos operacionais a serem implementados.

O planejamento estratégico busca responder a questões básicas, como: por que a


organização existe? O que e como ela faz? Aonde ela quer chegar? Dele resulta um plano
estratégico, ou seja, um conjunto flexível de informações consolidadas, que serve de
referência e guia para a ação organizacional. Pode ser considerado como uma bússola para
os membros de uma determinada organização.

Para a elaboração de um planejamento estratégico, a) formulam-se os objetivos


organizacionais que se pretende alcançar em longo prazo e estabelece-se a ordem de
importância e prioridade em uma hierarquia de objetivos; em seguida, b) faz-se uma análise
interna das forças e limitações da empresa, para permitir uma avaliação dos principais
pontos fortes e pontos fracos que ela possui. Seus pontos fortes são as suas forças
propulsoras, que facilitarão ao alcance dos seus objetivos, e os pontos fracos dizem respeito
às limitações, que dificultam ou impedem o alcance dos seus objetivos propostos, esta

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
85

análise envolve os recursos, toda ordem, de que a empresa dispõe para suas operações,
bem como uma análise da sua própria estrutura organizacional, e uma avaliação de
desempenho da organização, no que tange à lucratividade, produção, produtividade,
inovação, crescimento e desenvolvimento dos negócios; c) uma análise externa também
deve ser feita, com vistas a conhecer melhor o seu entorno, seus desafios e oportunidades,
ou seja, qual o seu mercado, suas características atuais e futuras tendências e quais as suas
perspectivas, seus concorrentes e a conjuntura econômica na qual está inerida; e, por fim, d)
formulam-se as alternativas estratégicas necessárias para o alcance dos objetivos
pretendidos pela organização, levando em conta as condições internas externas.

 Planejamento tático:

Tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa como
um todo. Portanto, o planejamento tático trabalha com decomposições dos objetivos,
estratégias e políticas estabelecidos no planejamento estratégico. É desenvolvido em níveis
organizacionais inferiores, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos
disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia
predeterminada, bem como as políticas que orientam para o processo decisório da empresa.

 Planejamento operacional

No que diz respeito ao planejamento operacional, pode ser considerado como a


formalização, mediante documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e
implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação encontram-se os planos de ação ou
planos operacionais. Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes
homogêneas do planejamento tático.

O planejamento estratégico diferencia-se do planejamento tático nos seguintes


aspectos:

a) de prazo mais longo, pois considera um conjunto de planejamentos táticos, e


sua soma deve provocar um período de tempo maior para sua conclusão;
b) de amplitude maior, pois considera a empresa como um todo, enquanto o
planejamento tático considera apenas uma parte dela;
c) de risco maior, por sua maior amplitude e maior prazo de execução em relação
ao planejamento tático; relacionado às atividades fins e meios da empresa,
enquanto os planejamentos táticos são mais relacionados às atividades-meios
(não em sua totalidade) e de flexibilidade menor, por considerar toda a empresa,
bem como sua situação e posição em seu ambiente.

Na consideração dos níveis estratégico e tático, pode-se ter alguma dificuldade de


diferenciá-los, de acordo com Nogueira (2010), dado que não existe distinção absoluta entre
eles. O primeiro nível, segundo o autor, está voltado para dimensão estratégica da empresa,
referindo-se a seus objetivos e a sua eficácia, enquanto que o segundo está mais voltado aos
meios para alcançar os objetivos especificados. A principal diferença entre eles reside na
dimensão temporal do processo, visto que o horizonte do planejamento estratégico é sempre
maior que o do planejamento tático.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
86

Os efeitos favoráveis ou desfavoráveis das forças ambientais podem ter caráter


temporal variável e, consequentemente, as, decisões tomadas no sentido de reagir a esses
estímulos terão uma dimensão temporal de curto ou longo alcance. Dentro desse contexto
se costuma definir o planejamento estratégico e diferenciá-lo do planejamento tático ou do
planejamento operacional. Não existe uma linha divisória definida a partir da qual o
executivo possa efetuar uma distinção nítida entre as três modalidades de planejamento. Na
realidade, eles coexistem e devem ser operados continuamente.

6.2 Planejamento, Produção e Mercado

Planejamento e produção fazem um binômio indissolúvel considerando que o


primeiro representa a síntese das diretrizes de ação e o segundo promove a execução da
ação adiante do ciclo operacional que, juntando-se ao controle, realimenta o primeiro,
provocando revisões e ajustes, que servirão de base para a continuidade da ação e da
atuação do sistema de controle.

Outro aspecto importante a evidenciar é com relação à competitividade e


sucesso competitivo, que estão na hierarquia do planejamento estratégico, porque
representam metas orientadas por objetivos, estando o planejamento e controle da
produção no ambiente operacional. É importante salientar também a competição entre as
empresas que se estabelece nas disputas de mercado, em que os diferentes produtos são
oferecidos segundo diferentes binômios (preço x qualidade). As empresas não competem
nas outras interfaces, pois nelas fazem o papel de mercado e são seus fornecedores de
insumos, que vem a ter como interface dominante de planejamento esta relação.

Qualquer dos atributos que a empresa pretenda desenvolver para diferenciá-la


dentro do seu setor econômico, especialmente aqueles vinculados à aplicação de técnicas
mais avançadas, só faz diferença na competição se vier a ter reflexo no binômio preço x
qualidade. É importante ressaltar o sucesso competitivo significa vencer a competição, ou
seja, vender seus produtos, com a velocidade de vendas mais próxima do que se planejou,
sem escapar do binômio preço x qualidade que figurou no planejamento. Desse modo, a
competitividade se instala no núcleo das empresas, não na sua postura na arena da
competição. Só o núcleo é capaz de garantir a competitividade.

6.3 Planejamento e Controle da Produção: Aspectos Conceituais

"O Planejamento e Controle da Produção (PCP) é a função administrativa que tem


por objetivo fazer os planos que orientarão a produção e servirão de guia para o seu
controle" (MOTTA, 1987 apud BIAZIN; GODOY, 2000).

Segundo Chiavenato (1991, apud BIAZIN; GODOY, 2000), a função do PCP é planejar
e programar a produção e as operações da empresa, além de controlá-las adequadamente,
com o objetivo de aumentar a eficiência e a eficácia mediante administração da produção. O
PCP é responsável pela coordenação e aplicação de recursos produtivos, buscando atender
os planos estabelecidos, da melhor forma, seja em nível estratégico, tático ou operacional
(TUBINO, 1997 apud BIAZIN; GODOY, 2000).

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
87

Conforme Biazin; Godoy (2000), no nível estratégico definem-se as políticas


estratégicas de longo prazo da organização. Nele o PCP participa da formulação do
planejamento estratégico da produção, gerando um plano de produção. Por outro lado, no
nível tático são estabelecidos os planos de médio prazo para a produção, onde o PCP
desenvolve o planejamento-mestre da produção, obtendo o Plano-Mestre da Produção
(PMP). Enquanto isto, no nível operacional são preparados os programas de curto prazo de
produção e realizado o acompanhamento dos mesmos. O PCP, então, prepara a
programação da produção administrando estoques, sequenciando, emitindo e liberando as
ordens de compras, fabricação e montagem, ao mesmo tempo em que executa o
acompanhamento e controle da produção. Dito de forma mais simples, o PCP determina o
que vai ser produzido, quanto vai ser produzido, como vai ser produzido, onde vai ser
produzido, quem vai produzir e quando vai ser produzido.

Os autores divergem quanto às fases do PCP. Para Machiline (1986 apud BIAZIN;
GODOY, 2000), o PCP segue as fases de programação, roteiro, aprazamento, liberação e
controle.

 Programação:

Esta é a fase que determina os tipos e as quantidades dos produtos que serão
fabricados, baseados nos pedidos recebidos dos clientes, nas previsões de vendas, ou em
ambos. Para Chiavenato (1991 apud BIAZIN; GODOY, 2000), nesta fase detalha-se o plano
de produção, para que ele possa ser executado integrada e coordenadamente pelos
diversos órgãos produtos e demais órgãos de assessoria.

 Roteiro:

Na fase do roteiro, determina-se quem fará as operações, onde elas serão feitas e
os tempos unitários de fabricação do produto para cada uma das operações. De acordo com
Russomano (1979 apud BIAZIN; GODOY, 2000), o roteiro tem como função determinar o
melhor método para a produção de peças, dos subconjuntos e da montagem dos vários
produtos produzidos pela fábrica, bem como determina o tempo-padrão de preparação e
de operação das máquinas. Segundo o autor, aqui são tomadas as decisões sobre fabricar
ou comprar, sobre o fluxo de montagem, a forma e o tamanho da matéria-prima, a divisão
do trabalho, a escolha da máquina que fará o trabalho, a sequência das operações e a
escolha das ferramentas.

 Aprazamento:

Nesta fase, determina-se quando será iniciada a produção, quando terminará e, por
diferença, quanto tempo levará.

 Liberação:

A fase de liberação no PCP consiste na mobilização dos recursos, antes do momento


em que a produção deverá ser iniciada, de acordo com os prazos determinados na fase
anterior.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
88

Russomano (1979 apud BIAZIN; GODOY, 2000), nos sistemas de PCP mais
complexos, a liberação ou movimentação das ordens de fabricação se encarrega de todas as
providências para fabricar, a saber: retirada de matéria-prima de almoxarifado, contagem de
peças, transferências e entrega de peças produzidas, etc. A liberação é responsável pelas
seguintes funções:

a) verificar a disponibilidade de materiais, ferramentas e instruções técnicas para


as ordens de fabricação a serem iniciadas, e providenciar para que fiquem à
disposição do operário;
b) decidir sobre a sequência de processamento das ordens de fabricação;
c) distribuir ordenadamente as vias componentes das ordens de fabricação; e,
d) coletar informações para controle.

 Controle:

É a fase que acompanha a produção em todos os seus aspectos, para que os


planos sejam executados, ou devidamente modificados, quando surjam imprevistos que
impossibilitem sua realização.

De acordo com Zacarrelli (1987 apud BIAZIN; GODOY, 2000), o controle da


produção é a função responsável por planejar, dirigir e controlar o suprimento de
materiais e as atividades de processo de uma empresa, para que os produtos específicos
sejam produzidos por métodos específicos para atender um programa de vendas aprovado,
aproveitando ao máximo os recursos empregados, tais como a mão de obra, os
equipamentos e o capital disponíveis. O autor afirma que há dois tipos de controle usados
para orientar eventos de acordo com os planos:

a) acompanhamento, que se refere aos controles que obrigam os eventos a seguir o


que fora definido nos planos; e
b) controle de estoques, que é usado para assegurar que o nível dos estoques se
mantenha dentro dos limites razoáveis.

6.4 Fatores do Processo de Produção

De acordo com Rodrigues (2009), quando se compram gêneros alimentícios,


bebidas, calçados, material de limpeza, etc., adquirem-se bens. Quando se paga a passagem
do ônibus ou uma consulta médica, por exemplo, se está pagando um serviço. Uma vez
vivam em sociedade, diz o autor, as pessoas participam diretamente da produção,
distribuição e consumo de bens e serviços. Dito de outra forma: participam da vida
econômica da sociedade. Neste sentido, pode-se dizer que, uma vez participando da vida
econômica de um país, este mesmo conjunto de indivíduos participa da produção,
distribuição e consumo de bens e serviços.

É importante enriquecer este capítulo com algumas definições, de acordo com


Rodrigues (2009):

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
89

 Produção: define-se a produção como a transformação da natureza, da qual


resultam bens de consumo que vão satisfazer as necessidades do homem;
 Trabalho: é a atividade realizada pela pessoa que, a partir dos instrumentos de
produção, transforma a matéria-prima em um bem. O trabalho pode ser
qualificado, aquele que exige do trabalhar certo grau aprendizagem, e trabalho
não qualificado, que pode ser feito sem exigência de certo grau de aprendizagem;
 Força de trabalho: a energia física e mental gasta durante o processo de trabalho;
 Trabalho: e toda a atividade desenvolvida pelo homem, seja ela física ou mental,
da qual resultam bens e serviços;
 Matéria-prima: são aqueles objetos que sofrem transformações no processo de
produção, constituindo-se no bem final;
 Recursos naturais: são os elementos da natureza acessíveis, que podem ser
incorporados à atividade econômica do homem;
 Instrumentos de produção: são todas as coisas que direta ou indiretamente pode
transformar a matéria-prima num bem final;
 Meios de produção: são os meios materiais para se realizar qualquer tipo de
trabalho.

Rodrigues (2009) trata, ainda, dos modos de produção, definindo-os como a


maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, da forma como ela os utiliza e
como os distribui. As forças produtivas formam o modo de produção de uma sociedade,
bem como as relações de produção nesta existente. De acordo com o autor, os modos de
produção são classificados como:

 Modo de produção primitivo: aquele cuja formação econômica e social abrange


um período muito longo, desde o aparecimento da sociedade humana. Na
comunidade primitiva os homens trabalhavam em conjunto, as relações de
produção eram relações de amizade, baseadas na propriedade coletiva dos meios
de produção, a terra em primeiro lugar;
 Modo de produção escravista: aqui, os meios de produção (terras e instrumentos
de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo era
considerado um instrumento, um objeto, assim como um animal ou uma
ferramenta. Neste modo de produção as relações eram de domínio e de sujeição;
 O modo de produção asiático: onde a parte produtiva da sociedade era composta
pelos escravos e camponeses, forçados a entregar ao Estado tudo o que
produziam;
 O modo de produção feudal: onde a sociedade era constituída por senhores x
servos. Estes não eram escravos, dado que aqueles não eram seus proprietários,
mas a eles serviam em troca de casa e comida;
 Modo de produção capitalista: caracterizado pelas relações assalariadas de
produção. São baseadas na propriedade privada dos meios de produção pela
burguesia, em substituição ao trabalho servil do feudalismo. Rodrigues (2009)
afirma que o capitalismo compreende 4 etapas, a saber: a) pré-capitalismo, onde
predomina o modo de produção feudal, mas com os primeiros sinais de relações
capitalistas; b) o capitalismo comercial, onde a maior parte dos lucros se
concentra junto aos comerciantes; c) o capitalismo industrial, cujo capital passou a
ser mais investido a partir da revolução industrial, fazendo desta a atividade

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
90

econômica mais importante; e d) o capitalismo financeiro, cujos bancos e demais


instituições financeiras passam a controlar as demais atividades econômicas, com
financiamentos para agricultura, indústria, pecuária e comércio;
 Modo de produção socialista: cuja base econômica é a propriedade social dos
meios de produção. A finalidade aqui é a satisfação completa das necessidades
materiais e culturais da população, sem a separação entre o proprietário do
capital e aquele da força de trabalho.

6.5 Processo de Produção em Empresas

Rodrigues (2009) apresenta alguns exemplos dos processos de produção em


empresas, tais como a produção de celulose e da cachaça, sobre os quais se observarão
comentários a seguir.

 Processo da Produção da Celulose (JARI):

Para a produção da celulose, inicia-se com o descascamento e lavagem de toras de


eucalipto selecionadas para posterior picagem. A partir daí são produzidos cavacos de
dimensões uniformes que são encaminhados ao cozimento, após um processo de
peneiramento. Esta etapa do processo industrial é de extrema importância, pois as fibras da
celulose são liberadas umas das outras por meio da lenta dissolução da lignina, composto
orgânico valioso e rico que possui poder calorífico semelhante ao petróleo.

Este poder calorífico é totalmente reaproveitado no sistema, gerando


energia necessária à condução do processo produtivo mediante sua
queima em caldeira de recuperação. Compostos químicos oriundos
desta queima são totalmente recuperados, balanceando a fábrica e
evitando perdas de produtos químicos, fechando o sistema e
permitindo sua alta eficiência. A polpa marrom oriunda do
cozimento é, então, depurada e encaminhada a Pré-deslignificação
com Oxigênio, tecnologia moderna que permite a redução no
consumo de produtos químicos na etapa posterior, o
branqueamento, com significativa redução de carga orgânica aos
efluentes gerados na fábrica (RODRIGUES, 2009).

De acordo com o autor, o branqueamento é realizado com baixas quantidades de


produtos químicos, e livre de Cloro molecular, processo conhecido como ECF (Elemental
Chlorine Free). Finalizado este processo, a polpa é desaguada mantendo-se no máximo 10%
de umidade na celulose e depois cortada em folhas de dimensões de 720mm por 840mm,
embalada em fardos de 250kg cada, cintados por arames de aço. Estes fardos são unidos em
grupos de oito, formando uma unidade com duas toneladas. Os fardos de celulose prontos
para embarque são, então, estocados em armazém da empresa, com capacidade para
25.000 toneladas. Todo este processo é acompanhado por um rigoroso Controle de
Qualidade e Processo, realizado por um Laboratório Central, com o apoio de
laboratórios nas áreas operacionais.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
91

 Processo da Produção da Cachaça:

Quanto ao processo de produção da cachaça artesanal é, identifica-se custo alto


detalhes que precisam ser apreciados. Apesar de feita exclusivamente do caldo da cana-de-
açúcar, sem a adição de produtos químicos, cada cachaça carrega características de seu
produtor. Os produtores garantem que têm seus segredos. Os detalhes especiais estão
espalhados por todo o processo, que vai desde a escolha do tipo de cana, passando pela
época certa da colheita, o tempo de moagem, os ingredientes e o tempo de fermentação, a
forma de destilação e os tonéis para o envelhecimento, até o engarrafamento.

A matéria-prima para a fabricação da cachaça é a cana-de-açúcar. As espécies mais


utilizadas compreendem 5 variedades, de acordo com o teor de açúcar e a facilidade de
fermentação do caldo. A cana usada na produção do destilado artesanal é colhida
manualmente e não é queimada, prática que precipita sua deterioração. Uma vez cortada, a
cana madura, fresca e limpa passa pelo processo de moagem, num prazo máximo de 36
horas. As moendas são responsáveis por separar o caldo do bagaço, que é usado para
aquecer as fornalhas do alambique. Uma vez decantado, o caldo da cana é filtrado e depois
preparado com a adição de nutrientes e levado à fermentação.

Atenção deve ser dada no processo de fermentação, dado que cada tipo de cana
apresenta um teor variado de açúcar e é preciso padronizar o caldo, para só depois adicionar
substâncias nutritivas que mantenham a vida do fermento. Uma vez que a cachaça artesanal
não permite o uso de aditivos químicos, a água potável, o fubá de milho e o farelo de arroz
são os ingredientes que se associam ao caldo da cana para transformá-lo em vinho com
graduação alcoólica, a partir da ação das leveduras. A sala de fermentação precisa ser
arejada e manter a temperatura ambiente em 25 graus. As dornas onde a mistura fica por
cerca de 24 horas, podem ser de madeira, aço inox, plástico ou cimento.

Quanto ao processo de destilação, observa-se que o vinho de cana que é produzido


pela levedura durante o processo de fermentação é rico em componentes nocivos à saúde,
mas, por outro lado, possuem baixa concentração alcoólica. Neste sentido, é preciso, então,
destilar o vinho para elevar o teor de álcool. O último processo é o de envelhecimento. É
aquele que aprimora a qualidade de sabor e aroma das bebidas. A estocagem é feita, em
barris de madeira. Nestes ainda acontecem as reações químicas. Há diferenças entre os tipos
de madeira e a sua influência na cachaça. Os barris de madeiras neutras, tais como o
jequitibá, não alteram a cor da cachaça. Mas há aqueles cujas madeiras conferem ao
destilado um tom amarelado e mudam seu aroma, que são os barris de carvalho, umburana,
cedro.

6.6 Sistemas de Produção: Características, Tipos e Aplicações

De acordo com Biazin; Godoy (2000), os diversos tipos de sistemas produtivos


impõem a definição do PCP a ser utilizado na empresa. Ele deverá ser específico para cada
indústria. Entre os tipos de sistemas produtivos, destacam-se a indústria de produção
contínua e a indústria de produção intermitente. A primeira se refere àquelas indústrias
que realizam as mesmas operações, com poucas interrupções, que produzem grandes lotes
de produtos, e que possuem rigidez no processo. A segunda diz respeito às indústrias de

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
92

produção são aquelas que produzem sob encomenda, cujo tempo de preparação é grande,
relativo ao tempo de operação, que produz pequenos lotes de uma grande variedade de
artigos, e que têm produção repetitiva dos mesmos lotes de produtos.

Segundo Russomano (1979 apud BIAZIN; GODOY, 2000), o tipo de produção define
o sistema de PCP a ser utilizado. Neste sentido, tem-se PCP por fluxo, que é utilizado na
produção contínua; PCP por projetos especiais, utilizado na produção sob encomenda; PCP
por ordem, quando utilizado na produção repetitiva; e PCP por bloco ou cargas, que é
utilizado em determinadas indústrias.

Para Biazin; Godoy (2000), existem dois pré-requisitos essenciais ao se realizar o


PCP. O primeiro se refere ao roteiro da produção, que irá mostrar como o produto será
montado e como as peças serão fabricadas. O segundo é relativo ao planejamento global da
produção, que consiste na busca de um programa que concilie as perspectivas de vendas
com a capacidade produtiva da fábrica. Diante dessas informações, o PCP exerce as funções
de emissão de ordens, programação e movimentação das ordens de fabricação,
acompanhamento da produção e planejamento e controle de estoques.

6.7 Planejamento x Produção – O Caso Ford

Henry Ford (1863-1947) idealizou e projetou um modelo de carro autopropelido e,


em 1899, fundou com alguns colaboradores a sua primeira fábrica de automóveis, que logo
depois foi fechada. Em 1903 a Ford Motor Co., fabricando um modelo de carros a preços
populares dentro de um plano de vendas e de assistência técnica de grande alcance,
revolucionando a estratégia comercial da época. Em 1913, já fabricava 800 carros por dia.

Em 1914 estabeleceu nessa época o salário mínimo de cinco dólares (US$ 5,00) por
dia e jornada diária de oito horas de trabalho. Na época, na maioria dos países da Europa, a
jornada diária variava entre dez e doze horas. Em 1926, já tinha 88 usinas e já empregava
150 mil pessoas, fabricando então 2 milhões de carros por ano.

Um dos méritos, também, de Henry Ford foi a utilização de um sistema de


concentração vertical, produzindo desde a matéria-prima inicial ao produto final acabado,
além da concentração horizontal, por meio de uma cadeia de distribuição comercial por
meio de agências próprias. Por meio da racionalização da produção, ele idealizou a linha de
montagem, permitindo-lhe a produção em série. Iniciava-se ali um moderno método que
permitia fabricar grandes quantidades de um determinado produto padronizado.

Ford adotou três princípios básicos:

a) princípio de intensificação, que consiste em diminuir o tempo de duração como


emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e rápida colocação do
produto no mercado;
b) princípio de economicidade, que consiste em reduzir ao mínimo o volume do
estoque da matéria-prima em transformação; e
c) princípio da produtividade, que consiste em aumentar a capacidade de produção
do homem no mesmo período (produtividade), por meio da especialização e da

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
93

linha de montagem.

Com estes princípios, Ford concluía que operário poderia ganhar mais, em um
mesmo período de tempo, e o empresário teria maior produção. Em síntese, as ações
revolucionárias de Ford foram:

a) fundou a Ford Motor Co.;


b) revolucionou a estratégia comercial da época;
c) fabricou o primeiro carro popular;
d) criou o plano de vendas;
e) criou a assistência técnica de grande alcance;
f) repartiu, em 1914, parte do controle acionário da empresa com os funcionários;
g) estabeleceu jornada de 8 horas e salário mínimo de U$5,00/dia;
h) em 1926 empregava 150.000 pessoas e fabricava 2.000.000 carros/ano;
i) produzia desde a matéria-prima inicial ao produto final acabado;
j) criou a distribuição por meio de agencias próprias; e
k) idealizou a linha de montagem com produção em série.

Sua fórmula baseou-se especialmente naquilo que Taylor, o pai da administração


científica, preconizava: dividir as funções, numa fábrica, em dois níveis, o do planejamento e
o da execução. Ford cercou-se dos melhores profissionais para planejar sua indústria e
administrá-la e, nas fábricas, promovendo a segmentação máxima do trabalho. Ford
empregou em sua empresa conceitos revolucionários que a levaram a excelentes índices de
eficiência.

O fordismo teve o seu período glorioso nas três décadas que se seguiram à Segunda
Guerra Mundial, porém começou a apresentar sinais de exaustão desde o final dos anos 60.
A crítica operária trouxe à tona a necessidade de se buscar novas formas de organização do
trabalho. Nesse contexto, a introdução da tecnologia microeletrônica caiu como uma luva às
novas características do mercado.

A partir da década de 1970, iniciou-se uma revisão da doutrina de Ford, o


chamado pós-fordismo. Esse novo modelo adotou a flexibilização nas relações de trabalho e
de consumo, passando-se à conquista de mercados externos, à expansão de atividades para
outros continentes e o "just in time", que determina que as empresas devem produzir de
forma rápida, eficiente, enxuta e somente para atender demandas, sem a manutenção de
grandes estoques.

Atualmente, a contribuição de Ford ainda perdura, como por exemplo, o uso dos
manuais técnicos, a divisão das funções, a criação de estratégia comercial. E até mesmo a
produção em série de determinados produtos por parte de algumas empresas. O modelo de
Ford sofreu evoluções, advindas do desenvolvimento tecnológico e das transformações nas
relações econômicas e sociais, entretanto contribuiu de forma relevante para a
transformação do sistema de produção, mudando em definitivo a concepção de
industrialização.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
94

6.8 Fluxograma

Fluxograma é o método de compreensão detalhada das partes do processo em que


algum tipo de fluxo ocorre. Os tomadores de decisão o utilizam para identificar cada estágio
no fluxo do processo com o propósito de incluir melhoramento dos diferentes estágios
garantindo uma sequência lógica entre eles. Para Barnes (1977 apud GOMES, 2009),
fluxograma é a técnica utilizada para registrar um processo de forma compacta. A Figura 1 a
seguir ilustra um exemplo de fluxograma.

Figura 1 - Exemplo de um fluxograma

Fonte: Pinto (2004 apud GOMES, 2009)

Para a construção do Fluxograma, é necessário que exista uma sequência lógica das
atividades produtivas constituintes do processo. A sequência do processo deve ser
apresentada no fluxograma listando-se os símbolos identificadores segundo a ordem de
ocorrência e ligando-os por segmentos de reta, que representam o fluxo do item. Este
gráfico tem início com a entrada dos insumos na empresa e segue em cada passo como
transportes, armazenamentos, inspeções, montagens, até que se tornem um produto
acabado ou parte de um subconjunto, registrando o andamento do processo por um ou mais
departamentos.

O Fluxograma permite o entendimento global e compacto do sistema de produção


e informa as etapas do processo e a sequência da execução. O Fluxograma é parte
integrante do padrão técnico que é um documento da padronização. Esse documento
também é utilizado durante o treinamento

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
95

Os fluxogramas possibilitam às pessoas:

a) identificar falhas inerentes dos procedimentos; e


b) reconhecer a falta de um fecho em uma descrição de processo ou mesmo
processos redundantes.

Identificar falhas em um documento de várias páginas em texto torna-se muito mais


difícil. Nestes casos, os procedimentos frequentemente têm dificuldades de retratar mais do
que um processo. A interação entre os processos pode também tornar difícil o
entendimento quando a descrição é feita em texto.

Os fluxogramas são documentos vivos. Eles são alterados com facilidade e podem
ser usados diariamente para ajudar a definir e refinar os processos. Uma empresa bem
documentada baseada em fluxogramas tem a melhor das ferramentas disponíveis para
permitir inovações nos processos e na arquitetura do sistema.

Ao se iniciar o projeto de um sistema, deve-se fazer um macrofluxograma, que é


um fluxograma dos grandes processos do sistema. Depois se pode fazer um fluxograma do
processo de cada um destes grandes processos. Um fluxograma deve “escoar” sempre de
cima para baixo e da esquerda para a direita, e deve-se evitar o excesso de cruzamento de
linhas. O importante é ter em mente que ele é o meio. Seu verdadeiro objetivo deve ser o
de montar o sistema, em que fique claro o papel de cada um (5W 1H). Para isto, os
fluxogramas devem ser simples e de fácil entendimento.

O fluxograma do processo mostra os processos que trazem modificações nas


matérias-primas, materiais, componentes ou produtos e significa a sequência do processo
que indica o relacionamento sequencial dos processos elementares individuais, constituindo
o processo e seus processos elementares. A seguir, o Quadro 1 ilustra o fluxograma do
processo produto do pão francês.

Quadro 1 - Fluxograma do processo produtivo do pão francês

Etap Discriminação

as Pesagem dos ingredientes
2ª Mistura dos ingredientes
3ª Cilindragem da massa
4ª Pesagem da massa em partes
5ª Confecção
homogêneas das bolas de massa
6ª Divisão das bolas de massa em partes
7ª Modelagem
iguais do pai
8ª Esteirar (por na esteira)
9ª Fermentação
10ª Riscar os pães (fins estéticos)
11ª Assar

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
96

Os símbolos gráficos são classificados em símbolos básicos e símbolos auxiliares.


Um fluxograma de processo pode ser designado fluxograma de análise de processo ou
fluxograma de planejamento do processo, de acordo com o objetivo do seu uso. O início e o
fim de um fluxograma de processo são indicados por símbolos de estoque. Esse
fluxograma deve, como regra geral, ser indicado longitudinalmente de acordo com o
relacionamento entre os processos elementares.

Os fluxogramas podem se unir ou desdobrar. Há casos em que as matérias-primas,


materiais, componentes ou produtos se unem ou se desdobram entre os processos (caso de
linhas de montagem). Em outros casos as matérias-primas, materiais, componentes ou
produtos se unem ou se desdobram dentro dos processos elementares (caso dos
equipamentos de produção, como nas indústrias siderúrgicas ou químicas).

O número sequência do processo elementar deve ser colocado dentro do símbolo.


No caso de se ter várias sequências de processos elementares num fluxograma, cada
sequência terá uma letra característica da série e o número sequencial do processo. É
necessário indicar o método de transporte mediante abreviatura, símbolo ou letra, que
deverão ser explicados em legenda à parte.

As etapas para construção do fluxograma são: definir o objeto de estudo; escolher


os pontos de início e fim de cada atividade que está sendo realizada; fazer o levantamento
do fluxo verificando as etapas do processo e a sequência da execução; levantar os dados
suplementares; e, por fim, elaborar o quadro de resumo do processo que está sendo
realizado.

6.9 Exercícios Propostos

1- Como você define planejamento em termos amplos?


2- Explique a dinâmica do processo de planejamento.
3- O que e controle?
4- Cite os principais componentes de um sistema de produção.
5- Cite os modelos de planejamento.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
97

REFERÊNCIAS

BIAZIN, C.C.; GODOY, A.M.G. O planejamento e controle da produção na indústria de


revestimentos cerâmicos. Universidade Estadual de Maringá. Paraná, 2000. Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2000_E0126.pdf Acesso em agosto de 2014.

GOMES, D. R. Mapeamento de processos como ferramenta de avaliação de processo


produtivo: estudo de caso em uma empresa do polo de cerâmica em Campos-RJ. Trabalho
de conclusão de curso em Engenharia de Produção do Centro de Ciência e Tecnologia da
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Campos dos Goytacazes, 2009.
Disponível em: http://www.uenf.br/Uenf/Downloads/LEPROD_6975_1251810639.pdf
Acesso em agosto e 2014

MACHADO, C.B.W. Planejamento estratégico empresarial. Monografia. Universidade


Cândido Mendes. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em:
http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/k212989.pdf Acesso em agosto de
2014.

NOGUEIRA, A. Planejamento para o sucesso da organização. Publicado em março/2010.


Disponível em: http://amarildonogueira.com.br/site/89/ Acesso em agosto de 2014.

RODRIGUES, J.F.A. Processos de produção. Curso Técnico de Segurança do Trabalho. Serviço


Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Belém, 2009. Disponível em:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAMrwAF/processo-producao Acesso em agosto de
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SANTOS, A. S. et al. Planejamento como processo administrativo. Revista Alumni, abril,


2013. Disponível em:
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to_Como_Processo_Administrativo.pdf Acesso em agosto de 2014.

STEIN, F. O planejamento estratégico nas médias e grandes indústrias calçadistas do Vale


dos Sinos. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre, 2000. Disponível em:
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2319/000272515.pdf?...1 Acesso em
agosto de 2014.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
98

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MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
INFORMÁTICA BÁSICA
101

7 INFORMÁTICA BÁSICA

A Informática atua em todas as áreas do conhecimento humano. A sua utilização


passou a ser um diferencial para pessoas e empresas, uma vez que o controle da informação
tornou-se algo essencial para a obtenção de maior flexibilidade no mercado. Assim, o
profissional que melhor integrar sua área de atuação com a informática, atingirá mais
rapidamente os seus objetivos e, como consequência, o seu sucesso. Este caderno objetiva
introduzir os conceitos básicos de informática, bem como seus componentes funcionais e
periféricos.

7.1 Windows

As versões do Windows para os usuários foram as seguintes: Windows 1.0 (1985),


Windows 2.0 (1987), Windows 3.0 (1990), Windows 3.1 (1992, WindowsNT 3.1 (1993),
Windows For Workgroups 3.11 (1993), WindowsNT Workstation 3.51 (1993), Windows 95
(1995), Windows 98 (1998), WindowsNT Workstation 4.0 (1996), Windows 2000 (2000),
Windows ME (2001), Windows XP (2002), Windows Vista (2007), Windows 7 (2009),
Windows 8 (2012) e Windows 8.1 (2013).

O Windows 7 é um sistema muito bem aceito, uma vez que é estável. Tem um
visual intuitivo e boa performance em grande gama de computadores, de configurações
variadas.

7.1.1 Unidades de Medida

A unidade representativa de medida da informática é o Byte, que é simbolizado


pela letra (B). Porém, esta unidade inicia-se pela medida de bit, que tem como símbolo a
letra (b).

Byte é um grupo de 8 bits. Cada byte armazena o equivalente a um caractere de


nossa linguagem. É a unidade de medida básica e universal para a capacidade de
armazenamento de informações que o computador e todos os seus dispositivos utilizam e,
sendo assim, possui os seguintes múltiplos:

a) kilobyte: 1.024 bytes. Pode ser designada também por Kbyte ou Kb;
b) megabyte: 1.024 kilobytes, isto é, 1.048.576 bytes. Pode ser designada também
por Mbytes ou Mb;
c) gigabyte: 1.024 megabytes, ou seja, 1.073..741.824 bytes. É também
denominada de Gbytes ou Gb; e,
d) terabyte: 1.024 gigabytes, que equivale a um valor aproximado a um trilhão de
bytes.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
102

A Tabela 1 a seguir ilustra as principais unidades de medida.

Tabela 1 - Principais unidades de medida

Unidade Símbolo Valor


Bit b
Byte B 8 bits
Kilobyte KB 1024 Bytes
Megabyte MB 1024 Kilobytes
Gigabyte GB 1024 Megabytes
Terabyte TB 1024 Gigabytes
Fonte: Elaborada pelo autor (2015)

7.1.2 Sistemas operacionais

Sistema operacional, também conhecido como “SO”, consiste de um conjunto de


programas que compõem o software básico do computador. Tem como finalidade executar
os programas, aplicativos e servir de “mediador” (interface) entre o computador e o usuário.
Os sistemas operacionais podem ser divididos em várias categorias como: em tempo real,
multiusuário, distribuídos, para dispositivos móveis entre outros.

Os sistemas operacionais mais utilizados são: Windows, Linux, Mac OS, Android. A
seguir, a Figura 1 mostrará as respectivas logo marcas.

Figura 1 - Principais sistemas operacionais

Fonte: Elaborada pelo autor (2015)

7.1.3 Iniciando o Windows

Ao iniciar o Windows 7, a primeira tela que se apresenta é a de logon, onde o


usuário que irá utilizar o computador é selecionado, conforme ilustrado pela Figura 2 a
seguir.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
103

Figura 2 - Tela inicial do Windows

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Ao entrarmos com o nome do usuário, o Windows efetuará o Logon (entrada no


sistema) e nos apresentará a área de trabalho. A Figura 3 a seguir apresenta a área de
trabalho do Windows ou Desktop.

Figura 3 - Área de trabalho do Windows

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Na Área de trabalho encontram-se os seguintes itens:

Ícones:

Figuras que representam recursos do computador. Um ícone pode representar um


texto, música, programa, fotos, etc. Por padrão, o Windows 7 vem com apenas o ícone da
Lixeira na área de trabalho. Mas é possível adicionar ícones na área de trabalho, assim como
excluí-los.

Barra de tarefas:

A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas no momento, mesmo que
algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo, assim, alternar entre
estas janelas ou entre programas com rapidez e facilidade.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
104

A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das maiores ferramentas de


produtividade do Windows. Observa-se a seguir o seu comportamento, a partir da abertura
de aplicativos.

O botão Iniciar:

O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu


Iniciar, de onde se podem acessar recursos do Windows e outros menus que, por sua vez,
acionam programas deste. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com
várias opções. Alguns comandos do Menu Iniciar têm uma seta para a direita, significando
que há opções adicionais disponíveis em um menu secundário. Ao se posicionar o ponteiro
sobre um item com uma seta, será exibido outro menu.

O botão Iniciar, ilustrado pela Figura 4 a seguir, é a maneira mais fácil de iniciar um
programa que estiver instalado no computador, ou fazer alterações em suas configurações,
localizar um arquivo, abrir um documento.

Figura 4 - Menu iniciar

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

O menu Todos os Programas, conforme ilustrado pela Figura 5, ativa


automaticamente outro submenu, no qual aparecem todas as opções de programas. Para
entrar neste submenu, arrasta-se o mouse em linha reta para a direção em que o submenu
foi aberto. Assim, se poderá selecionar o aplicativo desejado.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
105

Figura 5 - Caixa de pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Conforme ilustrado pela Figura 6, pode-se usar a caixa de pesquisa no menu iniciar
para localizar os arquivos, pastas, programas e mensagens de e-mail armazenados no
computador.

Figura 6 - Menu ‘todos os programas’

Fonte: Microsoft (2015)

Para executar, por exemplo, o Paint, basta posicionar o ponteiro do mouse sobre a
opção ‘Todos os Programas’, depois se clica com o botão esquerdo do mouse em
‘Acessórios’ que, então, será aberto. Em seguida, aponta-se para Paint e clica-se para o
programa abrir.

Logon e logoff:

Como ilustrado pela Figura 7 a seguir, para efetuar ‘troca de usuário (logon) e
logoff’, abre-se uma janela onde se poderá optar por fazer logoff ou mudar de usuário.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
106

Figura 7 - Acionando ‘troca de usuário (logon) e logoff’

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Em relação ao comando ‘Trocar usuário’, clicando nesta opção, os programas que o


usuário atual está usando não serão fechados, e uma janela com os nomes dos usuários do
computador será exibida para que a troca de usuário seja feita. Usa-se esta opção na
seguinte situação: quando outro usuário vai usar o computador, embora o usuário anterior
retorne posteriormente e continue a usá-lo, o Windows não fechará os arquivos e
programas que estão sendo usados pelo primeiro usuário. Quando este retornar, a área de
trabalho estará exatamente como ele deixou.

Fazer logoff: este caso é também para a troca de usuário. A grande diferença é que,
ao efetuar o logoff, todos os programas do usuário atual serão fechados, e só depois aparece
a janela para escolha do usuário.

Desligando o Windows 7:

Clicando-se em Iniciar, e depois em desligar. O computador encerrara todas as


atividades, e será desligado.

Figura 8 - Opções para desligar o Windows 7

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

7.1.4 Acessórios do Windows

O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para


edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramentas para melhorar a performance do
computador, calculadora, entre outros.

Se fossem analisados cada um dos acessórios disponíveis, encontrar-se-iam várias

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
107

aplicações. Serão citadas aqui as mais usadas e importantes. Na hipótese da construção de


um manual para ajudar as pessoas a trabalharem com um determinado programa do
computador, exibem-se a seguir os seguintes procedimentos. Neste manual, com certeza
seria acrescentada a imagem das janelas do programa. Para copiar as janelas e retirar só a
parte desejada, utiliza-se o Paint, que é um programa para trabalhar com imagens. As
pessoas que trabalham com criação de páginas para a Internet utilizam o acessório Bloco de
Notas, que é um editor de texto muito simples. Assim, observaram-se duas aplicações para
dois acessórios diferentes.

A pasta ‘Acessórios’ é acessível clicando no botão Iniciar na Barra de tarefas,


escolhendo a opção Todos os Programas e no submenu que aparece escolha ‘Acessórios’,
conforme ilustrado pela Figura 9 a seguir.

Figura 9 - Acessando a pasta ‘Acessórios’

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Janelas:

Para exemplificar uma janela, observa-se a seguir a janela de um aplicativo do


Windows: o Bloco de Notas. Para abri-lo, clica-se no botão Iniciar / Todos os Programas /
Acessórios / Bloco de Notas. Na janela são acionados itens tais como: barra de título, onde
se encontram os botões ‘minimizar’, ‘maximizar’ e ‘fechar’, sobre os quais será descrito a
seguir.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
108

Barra de título:

Esta barra mostra o nome do arquivo (Sem Título) e o nome do aplicativo (Bloco de
Notas) que está sendo executado na janela, como ilustrado na Figura 10. A partir desta
barra, consegue-se mover a janela quando a mesma não está maximizada. Para isso, clica-se
na barra de título, mantendo o clique e arrastando-o. Assim, se moverá a janela para a
posição desejada. Depois é só soltar o clique.

Figura 10 - Barra de título do ‘bloco de notas’

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Na Barra de Título encontram-se os botões de controle da janela, conforme descrito


a seguir.

O botão ‘Minimizar’ oculta a janela da Área de trabalho e mantém o botão


referente à janela na Barra de Tarefas. Para visualizar a janela novamente, clica-se em seu
botão na Barra de tarefas.

O botão ‘Maximizar’ aumenta o tamanho da janela até que ela ocupe toda a Área
de Trabalho. Para que a janela volte ao tamanho original, o botão na Barra de Título, que era
o maximizar, alternou para o botão Restaurar. Clica-se, então, neste botão e a janela será
restaurada ao tamanho original.

O botão ‘Fechar’, como o próprio nome diz, fecha o aplicativo que está sendo
executado na janela. Esta mesma opção poderá ser utilizada pelo menu Arquivo/Sair. Se o
arquivo que estiver sendo criado ou modificado dentro da janela não foi salvo antes de
fechar o aplicativo, o Windows emitirá uma tela de alerta perguntando se se deseja ou não
salvar o arquivo, ou cancelar a operação de sair do aplicativo.

7.1.5 Salvando Arquivos

Salvar um arquivo é gravá-lo no disco rígido ou qualquer outra unidade de


armazenamento, para que não seja perdido com a falta de energia ou desligamento

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
109

acidental (lembrando que, quando se cria um arquivo, ele está armazenado na memória
RAM, por isso a necessidade de salvá-lo). Desta forma, poder-se-á utilizá-lo posteriormente.
A primeira vez que se salva um arquivo, é necessário dar um nome para o mesmo e escolher
uma pasta (um local no disco) onde o mesmo será armazenado. Depois que o arquivo ganha
um nome, o comando ‘Salvar’ só atualizará as alterações que forem sendo feitas.

Quando se cria um arquivo no editor de texto ou em uma planilha eletrônica, estes


arquivos estão sendo guardados temporariamente na memória RAM. Para transferi-los para
o disco rígido, estes devem ser salvos. Para isso, executam-se os passos descritos a seguir,
quando for salvar um arquivo pela primeira vez.

Imagina-se o Bloco de Notas aberto. Então, digita-se a frase “meu primeiro texto”.
Agora, grava-se este pequeno texto que foi digitado. Clica-se no menu Arquivo/Salvar. A tela
que será exibida corresponde à ilustrada pela Figura 11 a seguir.

Figura 11 – Janela ‘Salvar como’

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

A janela ‘Salvar Como’ no Windows 7 traz uma barra de navegação de pastas à


esquerda da janela (como se pode observar, ainda, na Figura 11 acima). Esta barra fornece
atalhos para locais em seu computador ou na rede, tais como: a pasta ‘Documentos
recentes’ (ou Histórico), que mostra as últimas pastas e arquivos que foram acessados; o
‘Desktop’ (Área de Trabalho); a pasta ‘Documentos’; ‘Computador’, que permite acessar as
unidades disponíveis no micro, como Disco Rígido, disquete e unidade de CD; e, por último, a
pasta ‘Rede’. Quando se clicar em um local, ele aparecerá em ‘Salvar em’, e os arquivos e
pastas no local selecionado serão listados à direita. Se, por exemplo, se deseja salvar o
arquivo na pasta ‘Documentos’, não será necessário localizar esta pasta na caixa ‘Salvar em’.
Basta clicar no ícone ‘Documentos’ na barra de navegação de pastas e está já estará
selecionada.
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
110

Como é a primeira vez que se está salvando o arquivo, será aberta a tela do ‘Salvar
como’ para se definir o local e o nome do arquivo. Na caixa ‘Salvar em’, escolhe-se a unidade
de disco na qual se deseja gravar o arquivo. Na caixa ‘Nome do arquivo’, digita-se um nome
para o arquivo. Este nome não poderá conter os caracteres: *, /, \,?. Pode haver um espaço
de um arquivo. Em seguida, clica-se no botão ‘Salvar’.

Observação: o nome do arquivo aparecerá na barra de título e no seu botão na


barra de tarefas.

7.1.6 Computador

No Windows 7, tudo o que há dentro do computador – programas, documentos,


arquivos de dados e unidades de disco, por exemplo – torna-se acessível em um só local
chamado ‘Computador’. Quando se inicia o Windows 7, o Computador aparece como um
ícone na parte esquerda da tela, ou Área de Trabalho, já ilustrada pela Figura 3.

‘Computador’ é a porta de entrada para o usuário navegar pelas unidades de disco


(rígido, flexíveis e CD-ROM). Em ‘Computador’, encontram-se as pastas e subpastas de
trabalho, conforme descrito a seguir.

Pasta:

A pasta é um local onde se podem guardar os arquivos. Este local pode ser criado
no computador, a fim de que sejam organizados os arquivos. Normalmente, nas empresas
existem vários departamentos como administração, compras, estoque, entre outros. Para
que os arquivos de cada departamento não se misturem, utiliza-se a criação de pastas para
organizá-los. Em casa, se mais de uma pessoa utiliza o computador, também se criam pastas
para organizar os arquivos que cada um cria.

Subpasta:

Uma pasta criada dentro de outra pasta é chamada de subpasta. Para maior
organização, podem-se criar subpastas, a fim de separar arquivos de naturezas diferentes.
Por exemplo, ao se criar uma pasta de Contas, para organizar as contas a pagar e a receber,
basta criar duas subpastas correspondentes a elas. O Windows possui três pastas padrão, ou
seja, que já são criadas na instalação: ‘Documentos’ (como pasta) e, dentro dela, as
subpastas ‘Imagens’ e ‘Músicas’.

Exibir o conteúdo de uma pasta:

Para que se tenha uma ideia prática de como exibir o conteúdo de uma pasta (estas
são utilizadas para organizar os arquivos, como se fossem gavetas de um armário), visualiza-
se, por exemplo, o conteúdo de pasta Windows. Para tanto, observam-se os seguintes
passos: clica-se sobre a pasta correspondente ao disco local (C:) em ‘Computador’, como
ilustrado pela Figura 12 a seguir. Será aberta uma janela com a unidade de disco local ‘C’.
Nesta janela, aparecem as pastas correspondentes às “gavetas” existentes neste local, bem
como os ícones referentes aos arquivos gravados na unidade ‘C’ (raiz).

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
111

Figura 12 - Unidade de disco local (C:)

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Figura 13 - Clicando sobre a pasta Windows

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Clica-se sobre a pasta ‘Windows’. Ela será aberta como uma janela cujo título é
Windows, mostrando todas as pastas (“gavetas”) e ícones de arquivos existentes na pasta
Windows, conforme ilustrado pela Figura 13 acima.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
112

Criando pastas:

Em alguns casos, haverá a necessidade de criar novas pastas ou subpastas. Para


criar uma pasta, devem-se seguir os passos abaixo descritos, e ilustrados pela Figura 14.

a) abre-se a pasta ou unidade de disco que deverá conter a nova pasta que será
criada;
b) clica-se na opção “Nova Pasta”(aparecerá na tela uma ‘Nova Pasta’ selecionada,
para que se digite um nome);
c) digita-se o nome, tecla-se ‘ENTER’, a pasta, então, está criada.

Figura 14 - Procedimentos para a criação de pastas

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

7.1.7 Windows Explorer

O ‘Windows Explorer’ tem a mesma função do ‘Computador’: organizar e


possibilitar trabalhar com os arquivos fazendo, por exemplo, cópia, exclusão e mudança no
local dos arquivos, de forma mais abrangente. Enquanto o ‘Computador’ traz como padrão a
janela sem divisão, observa-se que o Windows Explorer traz a janela dividida em duas
partes. Mas tanto no primeiro como no segundo, esta configuração pode ser mudada.

Podem-se criar pastas para organizar os arquivos de uma empresa, copiar, apagar
arquivos ou pastas indesejáveis e muito mais. No Windows Explorer, pode-se ver a
hierarquia das pastas no computador e todos os arquivos e pastas localizados em cada pasta
selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mover arquivos.

Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis, conforme se pode observar
na Figura 15 abaixo: o painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra
todas as unidades de disco – a área de trabalho ou Desktop (também tratada como uma

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
113

pasta); o painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de


maneira idêntica às janelas do ‘Computador’.

Figura 15 - Janela do Windows Explorer

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Para abrir o Windows Explorer, clica-se no botão ‘Iniciar’, e em seguida na opção


‘Todos os programas/acessórios’ e, então, clica-se sobre ‘Windows Explorer’ ou clica-se
sobre o botão iniciar com o botão direito do mouse e seleciona-se a opção ‘Abrir o Windows
Explorer’.

Atenção deve ser dada, como ilustrado pela Figura 15, anteriormente exibida, ao
painel da esquerda, cujas pastas apresentam um símbolo de > (maior que). Estes indicam
que as pastas contêm outras pastas. As pastas que não contêm o símbolo indicam que já
foram expandidas (ou seja, visualizam-se as subpastas).

7.1.8 Lixeira do Windows

A ‘Lixeira’ é uma pasta especial do Windows, que se encontra na ‘Área de trabalho’,


como já mencionado. Quando se está trabalhando com janelas maximizadas, não se
consegue visualizar a lixeira. Usa-se, então, o botão direito do mouse para clicar em uma
área vazia da ‘Barra de tarefas’. Em seguida, clica-se em ‘Minimizar’ todas as Janelas. Para
verificar o conteúdo da lixeira, clica-se duplamente sobre o ícone, surgindo, então, a janela
onde se encontra a lixeira, conforme ilustrado pela Figura 16 a seguir.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
114

Figura 16 - Lixeira do Windows

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Todos os arquivos ou pastas que são excluídos do computador são enviados para a
lixeira. O procedimento a seguir simulará o comando ‘apagar um arquivo’, para poder
comprovar que o mesmo será colocado na lixeira. Para isso, criar-se-á um arquivo de texto
vazio com o bloco de notas, que será salvo em ‘Documentos’. Após este procedimento, abre-
se a pasta, e seleciona-se o arquivo recém-criado, e então se pressiona a tecla ‘Delete’.
Surgirá uma caixa de diálogo, conforme ilustrado pela Figura 17 a seguir.

Figura 17 - Confirmando a exclusão de um arquivo

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Clica-se em ‘Sim’ e então o arquivo será enviado para a Lixeira. Observação: os


arquivos excluídos de pen drives, disquetes ou qualquer unidade de armazenamento que
não seja o HD local não são enviados para a lixeira.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
115

Esvaziando a lixeira:

Ao esvaziar a lixeira, excluem-se definitivamente os arquivos do computador. Estes


não poderão mais ser recuperados pelo Windows. Neste sentido, a Lixeira só deve ser
esvaziada quando houver a certeza de que não haverá mais necessidade dos arquivos ali
encontrados.

Abrindo a lixeira:

No Menu ‘Arquivo’, clica-se em ‘Esvaziar lixeira’, como ilustrado na Figura 18. É


possível também esvaziar a Lixeira sem precisar abri-la. Para tanto, basta clicar com o botão
direito do mouse sobre o ícone da Lixeira e selecionar no menu de contexto ‘Esvaziar lixeira’.

Figura 18 - Esvaziando a lixeira

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

7.1.9 Wordpad

O Windows traz junto com ele um programa para edição de textos: o WordPad.
Com ele é possível digitar textos, deixando-os com uma boa aparência. WordPad é um editor
de textos básico que auxilia na criação de vários tipos de documentos. Diz-se que ele é uma
versão muito simplificada do Microsoft Word. Os usuários do Microsoft Word vão se sentir
familiarizados, pois ele possui menus e barras de ferramentas similares. Porém, o Microsoft
Word tem um número muito maior de recursos. A vantagem do WordPad é que ele já vem
com o Windows. Então, se não há no computador o Microsoft Word, poder-se-á usar o
WordPad na criação de seus textos. Os documentos que podem ser criados no WordPad são:
fax, memorandos, avisos, lista de compras, dentre outros.

Para abrir o WordPad, deve-se acessar a pasta de ‘Acessórios’, no Menu Iniciar,


como já foi estudado. Ao abrir o programa, será exibida uma janela tal qual a ilustrada pela
Figura 19 a seguir.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
116

Figura 19 - Tela do aplicativo WordPad

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

7.1.10 Paint

O Paint é um acessório do Windows que permite o tratamento de imagens e a


criação de vários tipos de desenhos para os trabalhos. A partir deste acessório, podem-se
criar logomarcas, papel de parede, copiar imagens, capturar telas do Windows e usá-las em
documentos de textos. A grande vantagem do Paint é que as pessoas que estão iniciando no
Windows podem se aperfeiçoar nas funções básicas de outros programas, tais como: abrir,
salvar, novo, desfazer, além de desenvolver a coordenação motora no uso do mouse.

Para abrir o Paint, deve-se seguir até os ‘Acessórios do Windows’. Será exibida uma
janela, conforme ilustrado pela Figura 20 a seguir.

Figura 20 - Janela do Paint

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
117

7.1.11 Calculadora

A calculadora do Windows contém muito mais recursos do que uma calculadora


comum, pois além de efetuar as operações básicas, pode ainda trabalhar como uma
calculadora científica, conforme ilustra a Figura 21. Para abri-la, após acionar o botão
‘Iniciar’, clica-se em ‘Acessórios’.

Figura 21 - Calculadoras do Windows

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

A calculadora padrão contém as funções básicas, enquanto que a calculadora


científica é indicada para cálculos mais avançados. Para alternar entre elas, clica-se no menu
‘Exibir’.
7.1.12 Extensões

Uma extensão, como exemplifica o Quadro 1, é um conjunto de caracteres que


ajudam Windows a entender qual tipo de informação está em um arquivo e qual programa
deve abri-lo. Ela é chamada de extensão porque aparece no final do nome do arquivo, após
um ponto. No nome de arquivo meuarquivo.txt, a extensão é txt. Ela diz ao Windows que
esste é um arquivo de texto que pode ser aberto por programas associados a esta extensão,
como WordPad ou Bloco de Notas.

Quadro 1 – Principais extensões dos formatos dos arquivos (continua)

Extensão Significado
É um arquivo de texto. O TXT é um formato que indica um texto sem
TXT
formatação, que pode ser aberto ou criado no bloco de notas.
É um tipo de arquivo usado no Windows para designar um programa
EXE
ou aplicativo executável.
É utilizada para indicar um arquivo de códigos da linguagem HTML, é a
HTML
principal tecnologia para criação de sites.
Indica um arquivo compactado com outros arquivos ou pastas. É
ZIP
muito usado quando necessitamos enviar para outros locais uma

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
118

Extensão Significado
grande quantidade de conteúdo ou pastas, então para diminuir o
tamanho e facilitar o processo usa-se a compactação
Formato de arquivos DOC é de propriedade da Microsoft e usado no
Microsoft Word como padrão na gravação de arquivos textos. As
DOC E DOCX
versões mais recentes do Word incorporaram a extensão DOCX como
evolução do DOC.
O formato PPT faz parte também do Microsoft Office e é usado no
Power Point como padrão dos arquivos de apresentação que ele gera.
PTT E PPS Para gravar e ler um arquivo PPT é necessário ter o Power Point
instalado e no caso do arquivo PPTX é necessário a versão 2007 ou
superior
Este tipo de arquivo é usado pelo Excel para criar e editar planilhas. O
XLS E XLSX XLS foi usado até a versão 2003, a partir da versão 2007 passou a usar
o formato XLSX
É basicamente o principal formato de arquivos de imagens digitais
JPG
atualmente.
São formatos de arquivos de áudio. MID e WAV já foram muito
MP3, WAV e MID
usados, mas recentemente com o surgimento do MP3.
AVI,MPG, WMV e São arquivos de vídeos. WMV, por exemplo, é o formato padrão do
MOV Windows Media Player, mas outros também são bastante populares.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)

7.1.13 Exercícios Propostos

1- Windows é?
a) Uma ferramenta
b) Um menu
c) Um aplicativo
d) Um sistema operacional
2- Qual dessas versões é a mais recente do Windows?
a) Windows 7
b) Windows Vista
c) Windows Xp
d) Windows 8.1

3- Como são chamados os “desenhos” que ficam na área de trabalho?


a) Ícones
b) Aparência
c) Word
d) Desktop

4- Se tratando de unidade de medidas, o que representa a a sigla (KB)?


a) Byte
b) Gigabyte
c) Terabyte
d) Kilobyte

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
119

5- Como proceder para criar uma Nova Pasta, dentro de Documentos?


a) Abra o Windows Explorer, depois abra a pasta "Documentos", depois clique no
menu clique na opção “Nova Pasta”.
b) Clicar no botão "Iniciar", depois "Executar", na opção pasta, digite o nome e tecla
Enter.
c) Abra o ícone "Computador", depois abra o Disco C:, depois clique no menu clique
na opção “Nova Pasta”.
d) No Windows Explorer, clique no menu "Ferramentas", opção "Localizar...",
"Arquivo ou pastas".

6- Qual a finalidade do aplicativo Paint?


a) Digitar um texto para posterior alteração.
b) Fazer planilhas.
c) Editar e criar imagens.
d) Criar comandos para o computador.

7- No computador para que serve a Lixeira?


a) Armazenar os vírus detectados pelo Anti-Virus.
b) Salvar os arquivos.
c) Para limpar o computador.
d) Para recuperar dados deletado do sistema.

8- Qual editor de texto já vem padrão no Windows?


a) Microsoft Word
b) WordPad
c) Paint
d) Microsoft Excel

9- Qual extensão é designada para arquivos executáveis?


a) Doc
b) JPG
c) XLS
d) EXE

10- Onde fica localizado o botão iniciar?


a) Área de trabalho
b) Barra de tarefas
c) Documentos
d) Computador

7.2 Internet

A internet é um sistema global de redes de computadores interligadas que utilizam


o conjunto de protocolos de comunicação padrão da internet TCP/IP, o qual permite o
acesso a informações e todo tipo de transferência de dados, para servir vários bilhões de
usuários no mundo inteiro. É uma rede de várias outras redes, que consiste de milhões de
empresas privadas, públicas, acadêmicas e de governo, com alcance local e global e que está

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
120

ligada por uma ampla variedade de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas.

A Internet já está presente no cotidiano de grande parte da população e,


provavelmente, para estas pessoas seria muito difícil imaginar como seria a vida sem poder
usufruir das diversas facilidades e oportunidades trazidas por esta tecnologia.

Por meio da Internet você pode:

a) encontrar antigos amigos, fazer novas amizades, encontrar pessoas que


compartilham seus gostos e manter contato com amigos e familiares distantes
por meio das redes sociais, como, por exemplo, o Facebook, o Skype, programas
que nos permitem fazer videoconferência, entre outros;
b) acessar sites de notícias e de esportes, participar de cursos à distância, pesquisar
assuntos de interesse e tirar dúvidas em listas de discussão, fóruns;
c) efetuar serviços bancários, como transferências, pagamentos de contas e
verificação de extratos;
d) fazer compras em supermercados e em lojas de comércio eletrônico, pesquisar
preços e verificar a opinião de outras pessoas sobre os produtos ou serviços
ofertados por uma determinada loja;
e) acessar sites dedicados a brincadeiras, passatempos e histórias em quadrinhos,
além de grande variedade de jogos, para as mais diversas faixas etárias;
f) enviar a sua declaração de Imposto de Renda, emitir boletim de ocorrência,
consultar os pontos em sua carteira de habilitação e agendar a emissão de
passaporte;
g) consultar a programação das salas de cinema, verificar a agenda de espetáculos
teatrais, exposições e shows, podendo, inclusive, adquirir seus ingressos
antecipadamente;
h) consultar acervos de museus e sites dedicados a obras de grandes artistas, onde
é possível conhecer a biografia e as técnicas empregadas por cada um;
i) acessar um computador à distância, por meio de programas como, por exemplo,
o TeamView, que nos permite ter acesso à um computador de forma remota.

8.2.1 Os Endereços Eletrônicos

Nesta seção abordar-se-á como são formados os endereços eletrônicos, ou seja, por
que existe o http, www,.com,.br,.org etc. Veja abaixo o exemplo:
http://www.grautecnico.com.br.

No exemplo acima, se apresenta um endereço (URL), iniciado com o protocolo web


HTTP, situado na "www", com fins comerciais (.com), e localizado no Brasil (.br), cujo nome
da empresa é Grau Técnico, que representa o domínio.

Hyper Text Transfer Protocol (http://) significa Protocolo de transferência de


hipertexto. É o protocolo utilizado para transferências de páginas Web. O www significa que
esta é uma página Web, ou seja, aqui é possível visualizar imagens, textos formatados, ouvir
sons, músicas, participar de aplicações desenvolvidas em Java ou outro script. Resumindo, é
a parte gráfica da Internet.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
121

Categorias:

a) org: indica que o Website é uma organização;


b) edu: indica que o Website é uma instituição educacional;
c) gov: indica que o Website é uma instituição governamental; e,
d) com: indica que o Website é uma instituição comercial.

País:

a) .br: indica que o Website é uma organização localizada no Brasil;


b) .fr: indica que o Website é uma organização localizada na França;
c) .us: indica que o Website é uma organização localizada nos EUA, e assim por
diante.

Quando não houver o indicador de país, diz-se que se trata de um site internacional,
como por exemplo: http://www.grautecnico.com

Navegador ou browser:

Navegador, como ilustra a Figura 22, ou browser, é um programa de computador


que habilita seus usuários a interagirem com documentos virtuais da internet, também
conhecidos como páginas da web. O Google Chrome, Mozilla Firefox, Internet Explore e
Safari são alguns exemplos de browser. Para navegar, basta abrir o navegador, e, acessando
a barra de endereços, digitar o endereço do site (URL), dando um “enter” em seguida.

Figura 22 - Conhecendo o navegador

Fonte: Google Chrome (2015)

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
122

Navegação Privada (Private Browsing):

É um recurso de privacidade já presente no navegador Safari há algum tempo. O


Safari é considerado como o pioneiro em navegação privada. Aqui podemos navegar sem
deixar vestígios de conteúdo.

Assim como o navegador Safari, temos o "Incognito", modo de navegação


privada presente no Google Chrome; "InPrivate", no Internet Explorer 8; e "Navegação
Privativa" no Mozilla Firefox, entre outros.

7.2.2 Sites de Busca

Sites de buscas visam nos ajudar a pesquisar por algo em toda a internet, a fim de
obtermos informações pertinentes ao que estamos pesquisando. A pesquisa na Internet se
dá a partir do acesso aos sites eletrônicos de busca, tais como “www.google.com”,
“www.bing.com”, entre outros. Por meio deles é possível fazer pesquisas sobre qualquer
tipo de assunto ou conteúdo.

O Google é atualmente o serviço de busca mais usado, e a busca na Internet se dá a


partir da inserção de palavras que exprimam sentido geral do assunto a ser procurado.
Algumas regras são necessárias para tornar a busca eficiente e objetiva:

a) para procurar por uma palavra-chave, como futebol, basta digitar a palavra e
mandar procurar;
b) para procurar por palavras-chave compostas, faz-se necessário o uso de aspas
nos extremos da palavra tal como “futebol de campo”. Desta forma, o search
(busca) irá procurar exatamente pela palavra FUTEBOL DE CAMPO e não mais
que isso;
c) caso se tenha procurado por futebol de campo sem a utilização das aspas, a
busca irá procurar por futebol e campo, separadamente, tornando assim uma
procura por dois assuntos diferentes.

Figura 23 - Exemplos de sites de busca: Bing e Google

Fonte: Bing e Google (2015)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
123

7.2.3 Redes Sociais

Uma rede social é uma estrutura composta por pessoas ou organizações,


conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns. As
redes sociais online podem operar em diferentes níveis, como, por exemplo, redes de
relacionamentos (Facebook, Twitter), redes profissionais (Linkedin), dentre outras.

Redes sociais de relacionamentos, tais como Facebook e o Twitter, são serviços


online, plataforma ou site, que focam em construir relações sociais entre pessoas, as quais
compartilham interesses e/ou atividades. No Facebook, por exemplo, por meio de uma
conta, o usuário poderá ter um serviço de bate papo, mensagens, e troca de informações em
tempo real. Já no Twitter, podemos em textos de até 140 caracteres, conhecidos como
"tweets", receber e enviar atualizações para usuários que assinem e se tornem ‘seguidores’.

Redes profissionais, também chamadas de networking, tal como o Linkedin, procura


fortalecer a rede de contatos de um indivíduo, visando futuros ganhos pessoais ou
profissionais.

7.2.4 Os Recursos da Internet

Resumidamente, os principais recursos da Internet são: File Transfer Protocol (FTP);


correio eletrônico; World Wide Web (WWW); e Telnet.

FTP ou File Transfer Protocol:

Protocolo de Transferência de Arquivos é uma forma bastante rápida e versátil de


transferir arquivos (Portugal: conhecidos como ficheiros), sendo uma das mais usadas na
Internet.

Correio eletrônico e Webmail:

Correio eletrônico, ou e-mail, é um dos serviços mais elementares e mais


importantes disponíveis na Internet. É um método que permite compor, enviar e receber
mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação. O termo "e-mail" é aplicado
tanto aos sistemas que utilizam a Internet e que são baseados nos
protocolos POP3, IMAP e SMTP, protocolos de envio e recebimento das mensagens, como
àqueles sistemas conhecidos como intranets, que permitem a troca de mensagens dentro de
uma empresa ou organização e que são, normalmente, baseados em protocolos
proprietários.

O e-mail não é considerado um serviço online, pois para isso as duas “pontas”
devem estar conectadas simultaneamente, como em um “chat”, por exemplo, que funciona
em tempo real. Quando enviamos um e-mail para alguém, estamos, na verdade, mandando
para o Servidor de E-mail, onde podemos citar o Hotmail.

Com a popularização da Internet, por meio dos provedores gratuitos,


muitos sites começaram a oferecer endereços de e-mail sem cobrar por isso. Essas
mensagens podem ser lidas com o uso do próprio navegador, sem a necessidade de um
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
124

programa específico, sendo por isso também chamado webmail. O e-mail dispõe de algumas
funções básicas onde o usuário pode, desde enviar e receber mensagens a enviar arquivos.
O Hotmail, Outlook, Gmail e Yahoo Mail! são exemplos de servidores de e-mail.

Para ter uma conta de e-mail, o usuário precisa escolher o servidor de e-mail e fazer
um cadastro com seus dados pessoais, criando ainda um login e senha. Após efetuar a
inscrição no serviço, o usuário disporá de um endereço eletrônico, exemplo
“joao@outlook.com”, e será possível utilizá-lo após a autenticação do usuário no site do
servidor de e-mail. A seguir analisaremos o webmail da Microsoft, o Outlook, versão atual
(fevereiro de 2015).

O endereço de e-mail é constituído da seguinte forma:


“identificador@servidordeemail”. Ao analisarmos, por exemplo, o endereço
“joao@outlook.com”, significa que em algum lugar do mundo existe uma máquina servidora
de e-mail chamada de “outlook.com” e nesta máquina existe uma caixa postal, que é um
diretório, chamado “joao”. A mensagem enviada a João estará sendo depositada nessa
“caixa postal” e quando for conveniente a João, ele estará acessando a máquina servidora de
e-mail (outlook.com), por meio da internet, com seu login e senha, e visualizando a
mensagem. A Figura 24 a seguir ilustra um formulário de inscrição para uma cona no
Outlook, enquanto que a Figura 25 ilustra o acesso a uma conta de e-mail.

Figura 24 - Formulário de inscrição para uma conta no Outlook

NOTA: A interface do
site pode variar ao longo
do tempo.

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
125

Figura 25 - Como entrar na sua conta de e-mail

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

Pastas essenciais do e-mail:

São pastas essenciais do e-mail, como ilustra a Figura 26 : caixa de entrada,


enviados e excluídos.

Figura 26 - Pastas essenciais do e-mail

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

Pasta Caixa de Entrada:

A caixa de entrada (Figura 27) de um e-mail é onde encontramos as mensagens que


nos foram enviadas. Para verificar basta acessar, por meio de um clique, a pasta “Caixa de
Entrada” e clicar na mensagem que deseja ler.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
126

Figura 27 - Caixa de entrada

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

Pasta ‘Enviados’:

As mensagens que nós destinamos a alguém ficam armazenadas na pasta Enviados.


Para verificar, basta acessar com um clique a pasta “Enviados” e clicar na mensagem que
deseja ler. Esta pasta pode estar em outros servidores como “Enviadas”.

Pasta ‘Excluídos’:

Esta pasta, também conhecida como lixeira, é para onde vão as mensagens que
excluímos. Podemos ainda esvaziá-la – por meio da função “Esvaziar”- para que as
mensagens contidas nela sejam apagadas definitivamente. Apenas esta pasta dispõe deste
recurso. Podemos recuperar a mensagem excluída acidentalmente da Caixa de Entrada com
um “Ctrl+Z”, imediatamente após a exclusão.

Figura 27 - Pasta ‘excluídos’

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

Principais funções do e-mail:

a) responder um e-mail;
b) encaminhar um e-mail;
c) escrever e enviar uma nova mensagem;
d) anexar um arquivo;

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
127

e) excluir uma mensagem.

Respondendo um e-mail:

Para responder um e-mail, basta clicar em “Responder” e, então, abrirá uma caixa
de texto já contendo o endereço de e-mail do usuário a quem destina a resposta do e-mail.
Poderá o usuário digitar o texto da forma desejada e logo em seguida clicar em “Enviar”.

Em alguns e-mails esta função está associada a "uma seta”, que indica a função
“responder e-mail”. O usuário também poderá responder a um conjunto de pessoas, por
meio da função “Responder a todos”, desde que estejam na lista de destinatários da
mensagem recebida. Esta função está disponível clicando na seta ao lado de “Responder”.

Encaminhando um e-mail:

Encaminhar uma mensagem significa repassar a mesma mensagem recebida para


outras pessoas. Para encaminhar um e-mail, basta clicar na seta ao lado de “Responder” e
em seguida clicar em “Encaminhar”, e digitar a quem se destina. O usuário ainda pode
escrever algum texto caso deseje, e logo após clicar em “Enviar”.

Figura 28 - Encaminhando um e-mail

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

Escrevendo um novo e-mail:

Esta opção serve para quem deseja enviar um novo e-mail, sem que
necessariamente tenha recebido um anterior. Desta forma, pode-se clicar no ícone “+”, e em
seguida digita-se o endereço de e-mail do destinatário, o assunto, e o texto.

Anexando um arquivo:

Com esta função, podemos enviar um arquivo a alguém, que pode ser uma foto,
uma música ou um documento de texto, entre outros.

Para anexar um arquivo, devemos estar na janela de formulação do e-mail, e clicar


na opção “Inserir”. Em alguns servidores de e-mail, este recurso pode estar associado a um

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
128

ícone de "um clips".

Excluir mensagem:

São as mensagens que não nos servem mais e que não desejamos mais guardar na
caixa de entrada. Ao serem excluídas, estas mensagens vão direto para a pasta “Excluídos”.
Para excluir um e-mail, basta marcar o quadrado da mensagem que deseja excluir e clicar
em “excluir”, como ilustra a Figura 29, ou simplesmente navegar o mouse em cima da
mensagem e clicar diretamente no ícone da lixeira.

Figura 29 - Encaminhando um e-mail

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

World Wide Web (WWW):

A World Wide Web (que em português se traduz literalmente por teia mundial),
também conhecida como Web e WWW, é um sistema de documentos em hipermídia que
são interligados e executados na internet.

A World Wide Web é uma rede virtual "sobre" a Internet, que torna os serviços da
grande rede disponíveis e totalmente transparentes para o usuário, possibilitando ainda a
manipulação multimídia da informação. Assim, qualquer usuário pode, somente usando o
mouse, ter acesso a uma quantidade enorme de informações na forma de imagens, textos,
sons, gráficos, vídeos etc., navegando por meio de palavras-chave e ícones.

Telnet:

Telnet é um protocolo cliente-servidor usado para permitir a comunicação entre


computadores ligados numa rede (ex.: rede local / LAN / Internet), baseado em TCP. E é um
protocolo também utilizado na comunicação entre computadores de forma remota.

7.2.5 Internet das Coisas e o Endereço de IP

A “Internet das Coisas” é a uma grande revolução tecnológica que tem como
objetivo conectar os itens usados do dia a dia à internet.

Assim como todos nós temos um RG, número de identificação, cada computador,
ou dispositivo, na internet possui um IP (Protocolo de internet) único, que é o meio que as
máquinas usam para se comunicarem na Internet.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
129

O endereço IP-IPv4 é um número de 32 bits escrito com quatro octetos (Bytes) e


representados no formato decimal, como o exemplo: "192.16.2.10", sendo a primeira parte
do endereço uma rede específica na Internet, e a segunda um host dentro dessa rede. A
terceira e a quarta identificação representam a identificação do computador na rede, e esta
deve ser diferente de zero, 127 e 255 (endereços de difusão). Devemos notar que um
endereço IP não identifica uma máquina individual, mas uma conexão à Internet.

O Endereço IP-IPv6 é a versão mais atual do Protocolo de Internet, e o principal


motivo para a implantação do IPv6 na Internet é a necessidade de mais endereços, porque a
disponibilidade de endereços livres IPv4 terminou. Ele foi criado para a "nova geração do IP.
Em longo prazo, o IPv6 tem como objetivo substituir o IPv4, que só suporta cerca de 4
bilhões (4x109) de endereços IP, contra cerca de 3,4x1038 endereços do novo protocolo.

Imagina-se que, em um futuro onde a computação seja onipresente, a tecnologia


estará presente em vários dispositivos, hoje não inteligentes, que serão capazes de interagir
autonomamente entre si. Computadores invisíveis interligados à Internet, embutidos nos
objetos usados no dia a dia, tornando a vida ainda mais líquida. Podem-se imaginar
eletrodomésticos conectados, automóveis, edifícios inteligentes, equipamentos de
monitoramento médico, etc. Dezenas, talvez mesmo centenas ou milhares de equipamentos
estarão conectados em cada residência e escritório. Com o IPv6, com endereços abundantes,
fixos, válidos, é necessário para fazer desse futuro uma realidade.

7.2.6 Compras na internet

Comércio na internet é uma prática de comércio eletrônico (e-commerce), onde os


consumidores compram bens ou mercadorias diretamente de um vendedor na Internet, que
pode ser também uma loja online, ou loja virtual, sem que haja necessariamente uma loja
física. São exemplos desta prática o Mercado livre, o Submarino, Peixe Urbano, Groupon,
entre outros. Os compradores on-line dispõem de uma gama de opções para pagar, tais
como: cartão de crédito, cartão de débito, transferência bancária, boleto bancário, entre
outros meios alternativos de pagamento.

7.2.7 Segurança na internet

Você pode achar que não corre riscos, pois supõe que ninguém tem interesse em
utilizar o seu computador ou que, entre os diversos computadores conectados à Internet, o
seu dificilmente será localizado. É justamente este tipo de pensamento que é explorado
pelos atacantes, pois, ao se sentir seguro, você pode achar que não precisa se prevenir.

Esta ilusão, infelizmente, costuma terminar quando os primeiros problemas


começam a acontecer. Muitas vezes os atacantes estão interessados em conseguir acesso a
grandes quantidades de computadores, independente de quais são, e para isto, podem
efetuar varreduras na rede e localizar grande parte dos computadores conectados à
Internet, inclusive o seu.

Um problema de segurança em seu computador pode torná-lo indisponível e


colocar em risco a confidencialidade e a integridade dos dados nele armazenados. Além

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
130

disto, ao ser comprometido, seu computador pode ser usado para a prática de atividades
maliciosas como, por exemplo, servir de repositório para dados fraudulentos, lançar ataques
contra outros computadores (e assim esconder a real identidade e localização do atacante),
propagar códigos maliciosos e disseminar spam.

Os principais riscos relacionados ao uso da Internet são: golpes na Internet, ataques


na internet, programas maliciosos (Malware), spam e outros riscos. Para tentar reduzir os
riscos e se proteger, é importante que você adote uma postura preventiva e que a atenção
com a segurança seja um hábito incorporado a sua rotina, independente de questões como
local, tecnologia ou meio utilizado. Para ajudá-lo nisto, há diversos mecanismos de
segurança como contas com senhas, criptografia e antivírus.

7.2.8 Antivírus

Os antivírus são programas com objetivo de prevenir, detectar e eliminar vírus dos
computadores. Recomenda-se utilizar apenas um antivírus. Entre os antivírus gratuitos mais
conhecidos estão: AVG, Avast, Avira e Microsoft Security Essentials.

Tipos de ameaças:

Os tipos mais comuns de ameaças pelos vírus são:

a) adware: normalmente é um aplicativo que exibe ou baixa sem autorização,


anúncios indesejáveis na tela do computador;
b) backdoor: é uma porta de entrada para programas maliciosos. São falhas no
sistema operacional ou em aplicativos que permitem que invasores tenham
controle remoto sobre o equipamento infectado;
c) bots e cavalo de troia – Trojan Horse: são softwares projetados para serem
recebidos como “presentes”, um cartão virtual, por exemplo. Porém, além de
executar as funções para as quais foram programados, eles executam outras sem
o conhecimento do usuário;
d) keyloggers: capturam e armazenam as teclas digitadas no computador infectado.
Assim, as informações de um e-mail ou senhas bancárias, por exemplo, correm
riscos de serem descobertas;
e) spywares: designa uma categoria de programas maliciosos que têm como
objetivo principal monitorar as atividades de um sistema, enviando os dados e as
informações coletadas;
f) rootkits: é um conjunto de programas que permite que um invasor se esconda e
tenha acesso contínuo ao computador infectado. Estes programas, de modo
geral, dificultam a localização do invasor, pois o escondem em usuários e
backdoors, por exemplo;
g) worms: é um tipo de malware (programa malicioso) capaz de se propagar
automaticamente por meio de redes, enviando cópias de si para outros
computadores, a partir de brechas e falhas em softwares instalados
incorretamente.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
131

7.2.9 Exercícios Propostos

1 O que você entende por Internet?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2 O que é uma URL?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3 O que é um Navegador? Cite dois exemplos:


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4 Para que servem os "sites de busca"? Cite exemplos:


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5 O que você entende por Internet das coisas?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

6 Qual a diferença entre o IPv4 e o IPv6 e o porquê da importância do IPv6?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
132

7 São exemplos de redes sociais:

a) Facebook e Telnet
b) Twitter e Facebook
c) TeamView e Twitter
d) Trojan e Horse

8 O que é um Antivírus?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

9 Qual a ameaça captura tudo o que digitamos?

a) Trojan Horse
b) Spyware
c) Keyloggers
d) Worms

10 Como podemos ter acesso às nossas mensagens no servidor de e-mail?

a) Digitando uma palavra específica para pesquisa.


b) Acessando apenas a WWW.
c) Digitando www.servidordeemail.com
d) Através do site do servidor de e-mail, digitando o Login e Senha.

7.3 Microsoft Word 2013

O Word 2013 é um processador de texto e constitui uma poderosa ferramenta de


auxílio à elaboração de arquivos, que nele são chamados de documentos. Com este
aplicativo, você pode criar uma grande diversidade de documentos, utilizando recursos
como tabelas, gráficos, imagens, índices, som, vídeo e texto em colunas, entre muitos
outros.

Na primeira vez que abrir o Word 2013, verá que tem várias opções para começar a
utilizá-lo – pode utilizar um modelo, um ficheiro recente ou um documento em branco. A
Figura 30 a seguir ilustra a tela inicial do Word.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
133

Figura 30 – Iniciando o Word pela primeira vez

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Descrevendo-se os passos ilustrados pela Figura acima, observa-se que:

1- Possibilita ao usuário abrir um documento já existente em seu computador ou


dispositivo.
2- Exibe os documentos trabalhados recentemente e os disponibiliza para edição.
3- Barra de busca para modelos de documentos.
4- Criar novos documentos
5- Opção para fazer o Login de sua conta Microsoft e utilizar todos os recursos
online.

7.3.1 Guia Arquivo

Principal guia quando se faz necessário abrir um documento existente, criar ou


buscar por modelos pré-definidos online, como ilustram as Figuras 31 e 32.

Figura 31 – Opção Novo Figura 32 – Opção Abrir

Fonte: Elaborada pelo autor Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft
baseado em Microsoft (2015) (2015)

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
134

Neste guia, podem ser encontradas as seguintes opções:

a) informações: exibe dados sobre o documento em questão, bem como sua


localização. Exemplo: F:\Documentos\Pesquisa.docx;
b) novo: inicia um novo documento em branco ou modelo do Office 2013;
c) abrir: inicia um documento já existente no computador ou dispositivo;
d) salvar: salva alterações feitas em documento já existente;
e) salvar como: salva pela primeira vez um documento ou cria outro documento a
partir de um já existente;
f) imprimir: inicia diversas configurações de impressão como escolher impressa
utilizada e número cópias;
g) compartilhar: possibilita que o usuário compartilhe para outras pessoas, envie
por e-mail, poste num blog entre outras opções;
h) exportar: possibilita que o usuário possa gerar outro tipo de arquivo a partir do
documento Word, como por exemplo no formato PDF;
i) fechar: finaliza a exibição do documento utilizado;
j) conta: permite ao usuário fazer Login com sua conta Microsoft;
k) opções: inicia um menu de configurações avançadas como idioma, entre outras.

7.3.2 Guia Página Inicial

Aqui o usuário encontra tudo que for necessário para formatação do seu texto.
Observemos a seguir os grupos: fontes, parágrafo e estilo.

Grupo fonte:

Figura 33 - Grupo fonte

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Os passos ilustrados na Figura acima descrevem:

1- Define tipo de fonte;


2- Refere-se aos estilos de fonte, nele são encontradas as opções “negrito”,

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
135

”itálico”, “sublinhado”, “tachado”, “subscrito” e “sobrescrito”;


3- Define tamanho de fonte;
4- Nesse quadro encontram-se as opções de “aumentar gradativamente a fonte”,
“diminuir gradativamente” e “manipular o texto selecionado entre maiúsculo e
minúsculo, entre outras regras”;
5- Nesse quadro encontram-se as opções de “adicionar efeitos no texto
selecionado”, “Definir cor de realce” e “definir cor da fonte”;
6- Torna-se possível remover toda e qualquer formatação aplicada no texto
selecionado.

Grupo parágrafo:

Grupo responsável por toda formatação de parágrafo do documento, conforme


ilustrado pela Figura 34 e descrito em seus passos a seguir.

Figura 34 - Grupo parágrafo

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

1-Adicionar Marcadores;
2-Adicionar Numeração;
3-Adicionar Lista de Vários níveis;
4-Adicionar ou Remover Recuo de parágrafo;
5-Classificar texto;
6-Exibir Parágrafos;
7-Nesse quadro encontram-se as opções de alinhamento, “esquerda”,
“centralizado”, “Direita” e “Justificado”;
8- Configurar espaçamento entre linhas;
9- Sombreamento;
10- Bordas de “texto”, “parágrafo” e “página”.

Grupo estilo:

Neste grupo, ilustrado pela Figura 35, é possível encontrar diversas formatações
pré-definidas, além do recurso de poder adicionar estilos personalizados pelo próprio

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
136

usuário.

Figura 35 - Grupo estilo

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

7.3.3 Guia Inserir

Possibilita a inserção de vários itens como imagens, formas, gráficos entre outros. É
composta pelo grupo de ilustrações, tabelas, pelas ferramentas WordArt e símbolo, e pelo
grupo de páginas, conforme descrito e ilustrado a seguir.

Grupo ilustrações:

Grupo responsável pela inserção de ilustrações, conforme exemplifica a Figura 36 e


descrevem os passos nela contido.

Figura 36 - Grupo ilustrações

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

1- Torna possível inserir imagem no documento salva em seu computador ou


dispositivo.
2- Torna possível inserir imagens salvas em sua conta Microsoft.
3- Exibe um menu com diversas figuras e formas.
4- Insere elementos dos quais facilitará o entendimento do leitor sobre uma
determinada hierarquia ou processo. Como os estados da água ilustrados pela
Figura 27 a seguir.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
137

Figura 37 - Exemplo de SmartArt

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

1- Como o próprio nome sugere, ele insere na tela um gráfico de acordo com as
informações disponibilizadas.
2- Possibilita que o usuário insira diretamente em seu documento uma imagem
capturada por sua Webcan, por exemplo.

Grupo tabelas:

Nesse grupo o usuário pode escolher entre diversas formas de inserir uma ou mais
tabelas em seu documento. O recurso tabelas (Figura 38) tem como finalidade exibir para o
leitor de forma organizada listas ou qualquer que seja o tipo de informação.

Figura 38 - Grupo tabelas

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Ferramenta WordArt:

O nome WordArt é caracterizado por ser um texto decorativo, utilizado para dar
efeito especial aos documentos, como faixadas e trabalhos escolares. Esta ferramenta é
ilustrada pela Figura 39 a seguir.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
138

Figura 39 - Ferramenta WordArt

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Ferramenta símbolo:

Não é incomum utilizar uma série de símbolos nos textos. No entanto, nem sempre
você os encontra no teclado, especialmente quando se trata daqueles necessários para
representar uma moeda estrangeira, por exemplo, ou até mesmo coisas mais comuns, como
o ícone para uma marca registrada, que também não está presente na forma de atalhos.
Para tanto, utiliza-se a ferramenta ‘símbolo’, conforme ilustra a Figura 40 a seguir.

Figura 40 - Ferramenta símbolo

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
139

Grupo páginas:

Neste grupo, ilustrado pela Figura 41, encontramos ferramentas que são
extremamente úteis para construção de documentos com várias páginas.

Figura 41 - Grupo páginas

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Nessa ferramenta agrupada podem-se encontrar as seguintes opções:

a) folha de rosto: insere uma folha de rosto completamente formatada;


b) página em branco: adiciona uma folha em branco em qualquer lugar do
documento;
c) quebra de página: move todo conteúdo após o cursor para a próxima página.

7.3.4 Guia Design

O Guia Design no Word 2013, como ilustra a Figura 42, consolida todas as
ferramentas de design em um só lugar, tornando-as mais fáceis de encontrar. A Microsoft
também adicionou um elemento visual à ferramenta de formatação de documentos, para
que se possa ver como um tema ou estilo vai ficar em no documento (basta pairar o cursor
do mouse sobre ele) antes de aplicá-lo. Também é possível modificar os temas, cores e
fontes conforme se deseja, e quando chegar ao que se quer, basta clicar na opção Definir
como padrão, dentro da aba Design, para que esta combinação se torne padrão para todos
os novos documentos.

Figura 42 - Guia design

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Grupo plano de fundo da página:

Neste grupo, como ilustra a Figura 43, encontramos ferramentas que são usadas
para personalizar as páginas do documento que estamos trabalhando, deixando-os com um

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
140

visual mais agradável e profissional.

Figura 43 - Plano de fundo da página

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)


Legenda: marca d’água: adiciona uma imagem ou texto fantasma por trás do conteúdo da página; cor da
página: adiciona uma cor na página do documento; e bordas de página: adiciona ou altera bodas ao redor da
página, para deixar seu documento com um visual diferenciado.

7.3.5 Guia Layout da Página

Nesta guia se torna possível encontra diversas ferramentas capazes de formatar as


margens do documento, entre outras funcionalidades, como se observa na Figura 44.

Figura 44 - Grupo configurar página

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

As opções a seguir se tornam as mais necessárias:

a) margens: seleciona as margens do documento inteiro ou seção atual;


b) orientação: encontramos duas opções, “retrato”, que dispõe o documento na
posição vertical, e “paisagem”, que o apresenta na posição horizontal;
c) colunas: possibilitam com que o texto seja divido em duas ou mais colunas;
d) quebras: têm como função adicionar páginas, seção ou quebras de coluna.

8.3.6 Guia Revisão

Nesta guia (Figura 45) é possível corrigir erros de ortografia em todo o documento
ou em parte dele. Este recurso pode ser desabilitado ou habilitado em qualquer momento.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
141

Figura 45 - Correção ortográfica

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

7.3.7 Exercícios Propostos

1- Cite nome da ferramenta no qual tem como função remover as formatações aplicadas em
determinando texto:
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
2- Qual a importância do recurso de correção ortográfico?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
3- Qual a importância no uso dos marcadores?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
4- Cite qual ferramenta torna possível uma captura da imagem da webcam diretamente
para o documento do Word?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
5- Para qual finalidade existe a ferramenta SmartArt?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

6- Digite o seguinte texto e formate, de acordo com as especificações a seguir:

Visão da Microsoft
Disponibilizar às pessoas software de excelente qualidade – a qualquer momento, em
qualquer local e em qualquer dispositivo:

Titulo:
 Fonte Arial
 Tamanho 18
 Estilo de fonte Negrito
 Alinhamento Centralizado

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
142

Corpo do Texto:
 Fonte Comic Sans MS
 Tamanho 14
 Estilo de fonte Itálico
 Alinhamento na esquerda

7- Crie as seguintes tabelas:

Boletim Escolar
Aluno 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4 Unidade
Pedro 8 7 7 6
João 8 5 6 7
Lucas 9 8 9 7

Item Janeiro Fevereiro Março


Orçamento

Água R$ 50,00 R$ 45,00 R$ 60,00

Luz R$ 80,00 R$ 92,00 R$ 75,35

Telefone R$ 40,00 R$ 30,00 R$ 32,80

8- Reproduza o seguinte Texto:

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
143

7.4 Microsoft Power Point 2013

Este poderoso aplicativo é usado para criar apresentações de slides, que


apresentações podem conter textos, imagens, vídeos, diversos objetos gráficos, tabelas,
músicas, e muito mais. Normalmente usamos o Power Point quando precisamos apresentar
ao público um conteúdo de forma interativa e dinâmica, seja uma aula, uma palestra, uma
reunião de negócios e muito mais.

7.4.1 Novidades no PowerPoint 2013

O Microsoft PowerPoint 2013 possui uma aparência totalmente nova: está mais
limpo e voltado principalmente para uso em tablets e telefones e, portanto, você pode
deslizar e tocar para se movimentar pelas apresentações. O Modo de Exibição do
Apresentador se adapta automaticamente à sua configuração de projeção e você pode até
usá-la em um único monitor. Os temas agora possuem variações, fazendo com que fique
mais fácil aprimorá-los para que tenham a aparência desejada. E quando você estiver
trabalhando com outras pessoas, será possível adicionar comentários para fazer perguntas e
obter respostas.

Em vez de abrir com uma apresentação em branco, o PowerPoint 2013 oferece


várias maneiras de iniciar sua próxima apresentação usando um modelo, um tema, uma
apresentação recente, uma apresentação não tão recente ou uma apresentação em branco,
conforme ilustra a Figura 46.

Figura 46 - Tela inicial do Power Point

Fonte: Microsoft (2015)

O Modo de Exibição do Apresentador permite que você veja suas anotações em seu
monitor, enquanto que a audiência vê somente o slide. Nas versões anteriores, era difícil
descobrir o que cada um via em que monitor. O Modo de Exibição do Apresentador (Figura
47) corrige esta dor de cabeça e simplifica o trabalho.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
144

Figura 47 - Modo de exibição apresentador

Fonte: Microsoft (2015)

Observemos a seguir as principais características do Power Point 2013:

a) usar o modo de exibição do apresentador em um monitor: o modo de exibição


do apresentador não exige mais vários monitores. Agora se pode ensaiar no
Modo de Exibição do Apresentador sem se conectar a nada mais;
b) ampliar um slide: é possível clicar na lupa para ampliar gráficos, diagramas ou
que você quiser enfatizar para sua audiência;
c) ir para um slide: pode-se usar o Navegador de Slides para procurar outros slides
da apresentação;
d) configuração automática: o PowerPoint pode detectar automaticamente a
configuração de seu computador e escolher o monitor certo para o modo de
exibição do Apresentador.

7.4.2 Criar e Compartilhar Apresentações Interativas Online

O Office Mix é uma nova solução gratuita para o PowerPoint, que torna mais fácil a
criação e o compartilhamento de apresentações online interativas ou "combinações", que
são reproduzidas como vídeos da Web, mas com suporte a animações, links ao vivo e muito
mais.

Para obter o Office Mix, baixe e instale o suplemento gratuito. Ao abrir o


PowerPoint 2013, você vê a nova guia do Mix. Você pode gravar anotações do orador em
áudio ou vídeo para cada slide da sua apresentação. Também é possível inserir
questionários, vídeos auxiliares e muito mais. Grave facilmente o que está em sua tela
enquanto faz anotações com áudio. Quando terminar, visualize a combinação e carregue-a
para o OfficeMix.com para compartilhá-la.

Compatibilidade:

Muitas das TVs e vídeos do mundo adotaram os formatos widescreen e HD, e assim
também o fez o PowerPoint. Há um layout 16:9 e novos temas projetados para aproveitar as
vantagens das possibilidades do widescreen, como ilustra a Figura 47 a seguir.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
145

Figura 47 - Formatos widescreen e HD

Fonte: Microsoft (2015)

7.4.3 Iniciar uma Reunião Online a Partir do PowerPoint

Agora você possui diversas maneiras de compartilhar uma apresentação do


PowerPoint pela Web (Figura 48). É possível enviar um link para os slides ou iniciar uma
reunião completa do Lync que exiba os slides com áudio e IM. Sua audiência poderá se
associar a você de qualquer local, em qualquer dispositivo usando o Lync ou o Office
Presentation Service.

Figura 48 - Compartilhando uma apresentação

Fonte: Microsoft (2015)

7.4.4 Melhoria nas Ferramentas de Criação

As ferramentas, conforme descrito a seguir, de criação do Power Point 2013 foram


ampliadas, de modo a permitir melhores apresentações e maior facilidade de uso.

Variações de tema:

Agora os temas possuem um conjunto de variações (Figura 49), como diferentes


paletas e famílias de cores. O PowerPoint 2013 oferece novos temas para widescreen, além
dos tamanhos-padrão. Para tanto, deve-se escolher um tema e uma variação na tela inicial
ou na guia Design.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
146

Figura 49 - Temas e variações

Fonte: Microsoft (2015)

Alinhar e espaçar os objetos de maneira uniforme:

Não é mais preciso ficar analisando os objetos em seus slides para ver se eles estão
alinhados. As Guias Inteligentes, como ilustra a Figura 20, aparecem automaticamente
quando seus objetos, como imagens, formas, entre outros, estiverem muito próximos, além
de mostrarem quando eles estiverem espaçados de forma irregular.

Figura 50 - Alinhamento de objetos

Fonte: Microsoft (2015)

Aprimoramentos nas trajetórias de animação:

Agora, quando você cria uma trajetória de animação, o PowerPoint mostra onde
seu objeto ficará. Seu objeto original fica parado, e uma imagem "fantasma" se move pela
trajetória até o ponto de extremidade, como ilustrado pela Figura 51.

Figura 51 - Melhoria na trajetória de animação

Fonte: Microsoft (2015)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
147

Mesclar formas comuns:

Como se observa na Figura 52, é possível selecionar duas ou mais formas comuns
no slide e combiná-las para criar novas formas e ícones.

Figura 52 - Mesclando formas

Fonte: Microsoft (2015)

Suporte aprimorado a vídeo e áudio:

O PowerPoint 2013 é compatível com mais formatos de multimídia, como.mp4


e.mov com vídeo H.264 e áudio AAC (Advanced Audio Coding), além de mais conteúdo de
alta definição. O PowerPoint inclui, ainda, mais codecs internos, de modo que você não
precisa instalá-los para que determinados formatos de arquivo funcionem.

Use o recurso Reproduzir no plano de fundo para reproduzir uma música enquanto
as pessoas visualizam a sua apresentação de slides.

Novo conta-gotas para correspondência de cores:

Você pode capturar a cor exata de um objeto em sua tela e então aplicá-la a
qualquer forma. O conta-gotas (Figura 53) faz o trabalho de correspondência para você.

Figura 53 - Ferramenta Conta Gotas

Fonte: Microsoft (2015)

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
148

PowerPoint em dispositivos de toque:

Agora é possível interagir com o PowerPoint na maioria dos dispositivos, incluindo


PCs com o Windows 8. Usando gestos de toque típicos (Figura 54), você pode passar o dedo,
tocar, rolar, fazer zoom e panorâmicas nos slides e realmente sentir a apresentação.

Figura 54 - Power Point em dispositivos de toque

Fonte: Microsoft (2015)

Compartilhar e salvar:

É possível compartilhar e salvar os arquivos em nuvens, como exemplifica a Figura


55. A nuvem é como um armazenamento de arquivos no céu. Você pode acessá-lo a
qualquer momento que estiver online. Agora é fácil salvar seus arquivos do Office no seu
OneDrive ou no site da sua organização. De lá, você pode acessar e compartilhar suas
apresentações do PowerPoint e outros arquivos do Office. Você pode até mesmo trabalhar
com seus colegas no mesmo arquivo ao mesmo tempo.

Figura 55 - Compartilhamento de arquivos

Fonte: Microsoft (2015)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
149

Comentários:

Agora você pode fazer comentários no PowerPoint com o novo painel Comentários
(Figura 56), e pode mostrar ou ocultar comentários e revisões.

Figura 56 - Utilização de comentários

Fonte: Microsoft (2015)

Trabalhar em conjunto na mesma apresentação:

Você e seus colegas podem trabalhar juntos na mesma apresentação, com as


versões de área de trabalho e online do PowerPoint, além de ver as alterações uns dos
outros.

O Quadro 2 a seguir apresenta um comparativo entre os recursos disponíveis em


versões anteriores do Power Point e a versão atual (2013).

Quadro 2 - Comparativo dos recursos disponíveis entre as versões do Power Point

Recurso Em versões anteriores do PowerPoint No PowerPoint 2013


Você pode exibir uma apresentação,
Use o PowerPoint Online para exibir
Visualizador do PowerPoint. mesmo se não tiver o PowerPoint para
uma apresentação. É gratuito!
desktop instalado.
Agora, você pode adicionar um local
Quando você não conseguir exibir um do OneDrive e usar o visualizador
Salvar como página da Web
arquivo do PowerPoint, salve-o como nesse local. Consulte Salvar e
(HTML).
uma página da Web e exiba-o em HTML. compartilhar uma apresentação no
OneDrive.
O novo formato de arquivo padrão
para vídeo éH.264; o novo formato
Para vídeos, o formato de arquivo padrão
Formatos padrão de arquivos de arquivo padrão para áudio é AAC.
era WMV; para áudio, o formato de
de vídeo e de áudio. OBSERVAÇÃO Alguns formatos de
arquivo padrão era WMA.
arquivo de mídia herdados exigirão
que você os otimize para ter

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
150

Recurso Em versões anteriores do PowerPoint No PowerPoint 2013


compatibilidade com o PowerPoint
2013.
Essa funcionalidade foi movida para
Criar cores para tema Os temas personalizados estavam na o Modo de Exibição de Slide
personalizado. guia Design. Mestre na guia Exibir. Consulte Criar
seu próprio tema no PowerPoint.
Agora, você pode encontrar esse
Ocultar imagens de plano de recurso no painel de
Esse recurso estava na guia Design.
fundo. tarefas Formatar Plano de Fundo,
que você pode obter na guia Design.
Você ainda pode reproduzir
animações clicando em
Para reproduzir animações, no Painel de
Reproduzir no Painel de Animação.
Animação, você clicava em Reproduzir. A
Reproduzir animações. A exceção é que agora a animação
animação iniciava com a animação da
inicia com a animação que está
primeira posição no painel de tarefas.
selecionada no momento, em vez da
que está na primeira posição.
O Editor de Equações, um editor de
fórmulas, permite que você crie Ele não está mais disponível no
Editor de Equações.
equações matemáticas e científicas em PowerPoint 2013.
um ambiente WYSIWYG.
Você pode localizar e inserir
conteúdo do Bing Imagens e de
outras fontes online, como o
YouTube, o Flickr e a sua página do
Você usou a Media Gallery para coletar e
OneDrive ou
armazenar clip-art, fotos, animações,
Microsoft Media Gallery e Facebook.ClipArtDeprecation_2013
vídeos e outras mídias para uso em suas
clip-art online. Se precisar ver clip-arts armazenados
apresentações e você pesquisou clip-art
no Organizador de Clipes, e se tiver o
no Office.com.
Office 2010, você poderá fazer uma
instalação personalizada do Office
2010 para reinstalar o componente
Organizador de Clipes.
Você usava o Picture Manager para Esse recurso não está mais está
Microsoft Office Picture gerenciar, editar, compartilhar e exibir as incluído no Office 2013. Ele foi
Manager. imagens armazenadas em seu substituído pela Galeria de Fotos do
computador. Windows.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)

Este programa é utilizado para criação de apresentações de Slides. Para iniciá-lo,


basta clicar no botão ‘Iniciar’ da barra de tarefas do Windows, apontar para ‘Todos os
Programas’, selecionar ‘Microsoft Office’ e clicar em ‘Microsoft Office PowerPoint 2013’.
Recursos descontinuados ou alterados do PowerPoint 2013. A Figura 57 a seguir ilustra a tela
de apresentação do Power Point.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
151

Figura 57 - Tela de apresentação do Power Point

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

7.4.6 Elementos da Tela do Power Point

Os elementos da tela do Power Point serão descritos e ilustrados nesta subseção.

Botão Arquivo:

Ao clicar no Botão do Arquivo, serão exibidos comandos básicos, tais como: Novo,
Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e Fechar.

Barra de ferramentas de acesso rápido:

A barra de ferramentas de acesso rápido localiza-se no canto superior esquerdo em


cima do Botão Arquivo (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de comandos
independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões que representam
comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais possíveis.

Barra de título:

Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e também o nome do


documento ativo.

Botões de comando da janela:

Acionando estes botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do


programa Power Point, como ilustrado pela Figura 58 a seguir.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
152

Figura 58 - Botões de comando da janela do Power Point

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Faixa de opções:

A Faixa de opções, como ilustrado pela Figura 59, é usada para localizar
rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são
organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade, como gravação ou disposição de uma página. Para diminuir a desorganização,
algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia ‘Ferramentas
de Imagem’ somente é exibida quando uma imagem é selecionada.

Figura 59 - Faixa de opções do Power Point

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Legenda: (1) guias; os grupos em cada guia dividem a tarefa em subtarefas; (3) os botões de comando em cada grupo
executam um comando ou exigem um menu de comandos.

Painel de anotações:

No Painel de anotações é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um


slide.

Barra de status:

Figura 60 - Barra de status do Power Point

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
153

A Barra de status, ilustrada pela Figura 60 acima, exibe várias informações úteis na
confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

Nível de zoom:

No Power Point 2013, é possível ajustar o nível de zoom diretamente na sua barra
inferior, como ilustrado pela Figura 61 abaixo.

Figura 61 - Barra de ajuste do nível de zoom do Power Point

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

7.4.7 Criação de Apresentações

Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 engloba: iniciar com um


design básico; adicionar novos slides e conteúdo; escolher layouts; modificar o design do
slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de
estrutura, e criar efeitos, como transições de slides animados.

Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão Arquivo, e em seguida
clicar em ‘Novo’. Em seguida, deve-se, então, escolher um modelo para a apresentação (Em
Branco, Modelos Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento existente ou
Modelos do Microsoft Office Online), como se pode observar na Figura 62.

Figura 62 - Criando uma nova apresentação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Selecionar slide:

Para selecionar um slide, basta clicar na guia ‘Slide’ no painel à esquerda, conforme
ilustra a Figura 63.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
154

Figura 63 - Selecionando slide

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Layout:

Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na guia ‘Início’ e depois no
botão ‘Layout’, onde se escolhe o layout desejado clicando sobre o mesmo, como se pode
observar na Figura 64 ilustrada a seguir.

Figura 64 - Alterando o layout do slide

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Inserir texto:

Antes de inserir o primeiro texto, é necessário conhecer a aplicação de algumas


teclas, conforme ilustra o Quadro 3 a seguir.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
155

Quadro 3 - Aplicação das teclas

Tecla Descrição
Barra de espaços Permite a inserção de espaços em branco.
Funciona apenas quando pressionada simultaneamente com outra tecla.
Serve para fazer letras maiúsculas e acessar a segunda função da tecla.
Shift
Por exemplo, para digitar o sinal ‘@’, deve-se pressionar
simultaneamente as teclas ‘Shift e 2’.
Del ou Delete Apaga os caracteres que estão à direita do ponto de inserção.
Backspace Apaga os caracteres que estão à esquerda do ponto de inserção.
←→↑↓ Setas que movimenta o ponto de inserção (cursos) pelo texto.
Trava as letras maiúsculas. Todas as letras digitadas aparecerão em caixa
Caps Lock
alta.
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Figura 65 - Inserindo texto no slide

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Para inserir um texto no slide, clica-se com o botão esquerdo do mouse no


retângulo (Clique para adicionar um título) e em seguida clica-se no ponto de inserção
(quando o cursor será exibido), como ilustra a Figura 65 acima.

Inserir novo slide:

Para inserir um novo slide aciona-se a guia ‘Início’ e clica-se no botão ‘Novo slide’.
Em seguida, clica-se em ‘Layout’ e escolhe-se a opção de layout desejada para o slide, como
se pode observar na Figura 66 a seguir.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
156

Figura 66 - Opções de layout para os slides

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Excluir slide:

Para excluir um slide, basta selecionar um slide, clicar com botão direito e escolher
a opção excluir, como ilustra a Figura 67 a seguir.

Figura 67 - Opções de layout para os slides

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

É possível colocar um design em nossa apresentação. Para tanto, clica-se na opção


‘Design’ na barra de ferramentas e escolhe-se dentre aquelas de sua preferência, de acordo
com os objetivos de sua apresentação, como exemplifica a Figura 68.

Figura 68 - Opções de design

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
157

8.4.8 Trabalhando com Transições e Animações

Figura 69 - Opções de transições

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

As transições de slide, como ilustra a Figura 69 acima, são os efeitos semelhantes às


animações que ocorrem no modo de exibição Apresentação de Slides quando você move de
um slide para o próximo. É possível controlar a velocidade de cada efeito de transição de
slides e também adicionar som.

Animações:

É possível inserir animações a sua apresentação, de modo que esta se torne mais
lúdica, como exemplifica a Figura 70.

Figura 70 - Animações

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Quando quiser transmitir uma mensagem, crie e reproduza efeitos de animação


personalizados durante sua apresentação. Também é possível usar modelos animados
profissionalmente projetados em suas apresentações.

No PowerPoint, efeitos de animação não são o mesmo que transições. Uma


transição anima a maneira que um slide passa para o próximo. Para adicionar uma transição
entre slides, consulte Adicionar transições entre slides.

Aplicar vários efeitos de animação a um único objeto:

Você pode aplicar vários efeitos de animação (Figura 71) a uma só cadeia de
caracteres de texto ou um objeto, como uma imagem, forma, elemento gráfico SmartArt e
muito mais.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
158

Figura 71 – Escolhendo efeitos de animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

É importante observar que: ao trabalhar com vários efeitos de animação, trabalhe


no Painel de Animação. Para tanto:

a) selecione o objeto do slide que você deseja animar;


b) na guia Animações, clique em Painel de animação (Figura 72);

Figura 72 – Painel de animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

c) clique em Adicionar animação (Figura 73) e escolha um efeito de animação.

Figura 73 – Adicionar animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

d) Para aplicar efeitos de animação adicionais ao mesmo objeto, selecione-o, clique


em Adicionar animação e escolha outro efeito de animação.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
159

É importante observar que depois de aplicar o primeiro efeito de animação, se você


tentar adicionar mais efeitos de animação de outra maneira que não seja clicando
em Adicionar Animação, não será aplicado um efeito adicional. Em vez disso, você
substituirá o efeito existente por aquele que está adicionando.

Definir o tempo de início e a duração de um efeito de animação:

Quando você desejar controlar o intervalo de seus efeitos de animação, faça o


seguinte para cada efeito de animação:

a) no Painel de Animação, clique na seta para baixo ao lado do efeito de animação


(Figura 74) e, em seguida, clique em Intervalo;

Figura 74 - Intervalo para o efeito de animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

b) na guia Intervalo clique na seta para baixo Iniciar e escolha entre os seguintes
tempos de início:
i) para reproduzir quando você clicar com o mouse, escolha ao clicar;
ii) para reproduzir ao mesmo tempo que o efeito de animação anterior, escolha
com o anterior.
c) para reproduzir após o efeito de animação anterior, escolha Após o anterior.

O efeito de animação "anterior" é aquele listado na ordem de reprodução no Painel


de Animação (normalmente localizado logo acima da animação para a qual você está
definindo o intervalo). A Figura 75 ilustra a caixa de diálogo para opções de efeito.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
160

Figura 75 – Opções de efeito

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

a) para atrasar o início do efeito de animação, clique na seta para cima Demora até
obter a quantidade de segundos desejada;
b) para alterar a velocidade do efeito de animação, defina a Duração para o nível
desejado;
c) para ver como os efeitos de animação funcionam juntos, clique em Visualizar na
guia Animação.

Dicas para trabalhar com vários efeitos de animação:

Quando você trabalha com vários objetos em um slide, pode ser difícil diferenciar
cada objeto e os efeitos de animação aplicados a cada um. Como se observa na Figura 76
abaixo, os nomes de objeto-padrão não fornecem muita descrição, portanto, é difícil dizer
qual objeto tem o efeito de animação aplicado a ele.

Figura 76 - Objetos-padrão de animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
161

No Painel de Seleção, você pode dar um nome distinto a cada objeto para facilitar o
trabalho com eles quando estiver aplicando animações. Veja a seguir na Figura 77.

Figura 77 - Nomeando os objetos de animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

a) para alterar os nomes-padrão dos objetos, na guia Página Inicial clique


em Selecionar e clique em Painel de Seleção, como ilustra a Figura 78 a seguir.

Figura 78 - Painel de seleção

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

b) No Painel de Seleção, clique duas vezes no nome de objeto padrão para abrir a caixa
e digite um novo nome para o objeto.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
162

Figura 79 - Selecionando um nome para novo objeto

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

7.4.9 Reproduzir música durante a apresentação de slides

Para reproduzir uma música em segundo plano na apresentação de slides, atente


para os passos descritos a seguir. Se você usa música de um site online, baixe-a no disco
rígido do seu computador primeiro e depois a insira no PowerPoint a partir dele.

a) na guia Inserir, clique em Áudio e clique em Áudio em meu PC;


b) localize o arquivo de música e clique duas vezes nele;
c) na guia Reprodução, clique em Tocar em Segundo Plano.

Figura 80 - Ferramenta de áudio

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
163

Reproduzindo várias músicas em vários slides:

Se a apresentação de slides for mais demorada do que uma música, é possível


adicionar mais músicas. Se estiver tendo problemas para sincronizar a música à
apresentação de slides, use uma ferramenta de edição de áudio de terceiros, como
o Audacity®, para unir as músicas em um arquivo de forma que elas toquem continuamente
durante a apresentação de slides.

Reproduzindo vídeos nos slides:

Na guia Inserir clique em vídeos, para adicionar um vídeo a sua apresentação em


slides, conforme ilustra a Figura 81 a seguir.

Figura 81 – Ferramenta de vídeos

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

O PowerPoint 2013 trouxe suporte nativo aos vídeos do YouTube. Dessa forma, o
usuário pode usar o banco de dados do maior site de vídeos do mundo e adicionar conteúdo
audiovisual em suas apresentações em poucos passos. Não é necessário baixar e nem
converter o vídeo para incluir conteúdo multimídia no seu slide.

7.4.10 Exercícios Propostos

1 – Para que server o PowerPoint?

2 – O que é slide?

3 – Cite 3 diferenças de versões anteriores:

4 - Cite algumas opções do botão arquivo:

5 – O que é painel de anotações?

6 – Como faço para iniciar uma nova apresentação?

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
164

6 – Complete o quadro a seguir:

Tecla Descrição
Barra de espaços
Funciona apenas quando pressionada simultaneamente com outra tecla.
Serve para fazer letras maiúsculas e acessar a segunda função da tecla.
Por exemplo, para digitar o sinal ‘@’, deve-se pressionar
simultaneamente as teclas ‘Shift e 2’.
Del ou Delete
Apaga os caracteres que estão à esquerda do ponto de inserção.
←→↑↓
Trava as letras maiúsculas. Todas as letras digitadas aparecerão em caixa
alta.

8 – O que é transição entre slides?

9 – O que é animação de objeto no PowerPoint?

10 – Quais métodos de aplicar vídeo na apresentação?

11 – O que é OneDrive?

12 – O que é painel de comentário?

13 – Qual a importância do PowerPoint em relação ao seu curso?

7.5 Microsoft Excel 2013

O Microsoft Excel 2013 é um poderoso aplicativo que trabalha com planilhas


eletrônicas, que podem ser usadas para as mais diversas tarefas. Nestas planilhas podemos
elaborar tabelas simples ou ainda planilhas complexas para controles de mercadorias,
estoque, cálculos de lucros, entre outras aplicações. Ele pode ser usado para realizar cálculos
de porcentagem, gráficos, formatações especiais, dependendo dos valores das células,
Filtros de dados, classificações, fórmulas, funções, entre várias outras atividades.

Esta versão do Microsoft Excel trouxe várias melhorias na utilização dos seus
recursos e ferramentas. As suas características visuais (interface) também foram
melhoradas, deixando ainda mais intuitiva e dinâmica sua utilização. Com todos esses
recursos fica fácil criar planilhas de qualidade sem grande esforço.

7.5.1 Tela Inicial e Área de Trabalho do Microsoft Excel 2013

O visual do Microsoft Excel 2013 continuou muito parecido com as versões 2007 e
2010. Dessa forma, quem já está acostumado com uma dessas versões já se sente
familiarizado com a versão 2013. A tela inicial do Excel 2013 é ilustrada na Figura 82 a seguir.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
165

Figura 82 - Tela inicial do Microsoft Excel 2013

Fonte: Microsoft (2015)

7.5.2 Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Esta barra de ferramentas fica localizada no canto superior esquerdo do Microsoft


Excel 2013. Ela exibe alguns dos comandos mais utilizados, para facilitar o acesso a eles de
forma mais rápida (Figura 83).

Figura 83 – Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Fonte: Microsoft (2015)

7.5.3 Caixa de Nome e Barra de Fórmulas

A Caixa de Nome é um local onde é exibido o nome da célula ou área que está
selecionada, e a Barra de Fórmulas exibe o que foi digitado dentro da célula. Por meio dela
também é possível editar o conteúdo das células, e se existir uma fórmula na célula
selecionada o Excel irá mostrá-la nessa barra (Figura 84).

Figura 84 - Caixa de Nome e Barra de Fórmulas

Fonte: Microsoft (2015)

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
166

7.5.4 Identificando as Células

Para entender o funcionamento do Excel, é extremamente importante entender


como as células são identificadas. No exemplo ilustrado pela Figura 85 abaixo, a célula
selecionada recebe o nome C4, pois está na coluna C e na linha 4. Observe que o nome da
célula é exibido na Caixa de Nome.

Figura 85 - Identificando células

Fonte: Microsoft (2015)

7.5.5 Operadores Matemáticos

Mais adiante trabalharemos com as fórmulas no Excel, e veremos que elas


trabalham com operadores matemáticos e referências de células. Verifique abaixo os
Quadros 4 a 6, que mostram como os operadores são representados e como podemos
utilizá-los.

Quadro 4 - Operadores matemáticos

Operador Função Exemplo


+ Adição =B2+B3
- Subtração =B2-B3
* Multiplicação =B2*B3
/ Divisão =B2*B3
% Porcentagem =B2*10%
^ Exponencial =B2^2
Fonte: Microsoft (2015)

Operadores Lógicos, utilizados em vários casos quando precisamos realizar


comparações de valores.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
167

Quadro 5 - Operadores lógicos

Operador Descrição Exemplo Resultado


= Igualdade =8=8 Verdadeiro
<> Diferente =8<>8 Falso
> Maior que =8>6 Verdadeiro
< Menor que =8<10 Verdadeiro
>= Maior ou igual =8>=8 Verdadeiro
<= Menor ou igual =8<=5 Falso
Fonte: Microsoft (2015)
7.5.6 Ordem de Execução

O Microsoft Excel 2013 é um aplicativo que trabalha com cálculos matemáticos, e


por conta disso ele obedece à ordem de execução dos operadores definida na matemática.
Dessa forma, multiplicações e divisões são realizadas primeiro que as somas e as subtrações,
por exemplo. Abaixo exibe-se o Quadro 6 com a sequência correta dos operadores.

Quadro 6 - Tabela de ordem de execução

Ordem de Execução Descrição


: Dois Pontos – Seleção de intervalo
; Ponto e vírgula
- Negação
% Porcentagem
^ Exponencial
*/ Multiplicação e Divisão
+- Adição e Subtração
& Concatenação (Juntar valores)
< <= = >= > Operadores de comparação
Fonte: Microsoft (2015)

Dica!
Você pode utilizar parênteses para informar que determinado cálculo deve ser realizado
primeiro.
Ex.: a fórmula =10+20/2 terá o resultado 20, pois será realizada primeiro a divisão. Se
usarmos a fórmula =(10+20)/2, teremos o resultado 15, pois a soma que está entre
parênteses será realizada primeiro.

7.5.7 Construção de Planilhas

Para exemplificar alguns dos vários recursos disponíveis no Excel, iremos construir
uma tabela que será usada como controle de compras de uma empresa. Para isso, iremos
digitar primeiramente as informações abaixo, ilustradas na Figura 86.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
168

Figura 86 - Planilha controle de compras sem formatação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Depois das informações digitadas, iremos realizar a formatação da tabela, para


deixá-la com um visual mais agradável, e também melhorar o entendimento das
informações. O instrutor irá lhe ajudar a realizar as alterações necessárias, e você verá que
são opções simples, inclusive muitas delas já devem ser conhecidas.

Figura 87 - Planilha controle de compras com formatação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Depois da tabela devidamente formatada, iremos preencher as informações que


estão faltando. Para encontrar o valor da coluna “Total”, precisamos realizar uma
multiplicação entre o “Valor Unitário” e a “Quantidade”. Para isso, devemos utilizar uma
fórmula, para que esse cálculo seja feito de forma automática.

Sempre que vamos criar uma formula no Excel, devemos iniciá-la com o sinal de
igual (=). Em nosso exemplo realizaremos a multiplicação do “Valor Unitário” com a
“Quantidade” como na fórmula exibida na Figura 88 a seguir.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
169

Figura 88 - Multiplicando valor unitário com quantidade

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

O resultado da multiplicação ilustrada na Figura acima apresenta um valor de R$


700,00. Perceba que precisaremos realizar o mesmo cálculo para encontrar o total para os
demais produtos, porém não será necessário digitar a função novamente para os outros
itens. Como já temos o primeiro cálculo pronto, basta utilizar a alça de preenchimento
(AutoPreenchimento) para copiar a formula digitada para as outras células. Para isso,
devemos clicar na célula onde a fórmula foi digitada (D4), posicionar o cursor do mouse no
canto inferior direito da mesma, depois basta clicar e arrastar o cursor para as demais
células. Dessa forma, os outros cálculos serão realizados de forma automática, como se
observa na Figura 89.

Figura 89 - Usando a alça de preenchimento

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Para encontrar o “Total a Pagar” precisaremos realizar a soma de todos os valores


contidos na coluna “Total”, para isso podemos utilizar a formula =D4+D5+D6+D7+D8+D9
como mostrado na Figura 90 a seguir.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
170

Figura 90 - Somando valores com uma fórmula

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Com esta fórmula encontramos o valor de R$ 10.961,40. Este valor está correto,
porém esta não foi a melhor forma de encontrá-lo, pois se tivéssemos que somar muitos
valores, esta fórmula ficaria gigante. Para acabar com esse problema, podemos utilizar a
função SOMA, como ilustra a Figura 91, que é usada quando queremos somar alguns valores
em uma tabela de forma mais prática.

A maior vantagem de utilizar essa função é que precisamos definir apenas a


primeira e a última célula do intervalo que será somado. Com isso, o tamanho da função
pode ficar bem menor, não importa se estamos somando da célula D4 a D9 ou da célula D4 a
D100, o tamanho da função ficará o mesmo.

Figura 91 - Usando a função SOMA

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Perceba que dentro da função, o D4 e o D9 (referências das células que serão


usadas pela função) estão separados por dois pontos (:), pois os dois pontos têm uma função
de “até”. Portanto, a função SOMA irá somar da célula D4 até a célula D9, englobando as
células que estão entre elas. Se você trocar os dois pontos (:) por um ponto e vírgula (;),
apenas as células D4 e D9 serão somadas.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
171

Para preencher o campo “Valor”, na tabela de parcelamento do pedido, devemos


preenchê-la com o mesmo valor contido na célula D10. Para isso iremos clicar na célula B14,
e digitar =D10. Dessa forma, estamos informando ao Excel que queremos exibir o conteúdo
da célula D10 também na célula B14. Se o valor de D10 for alterado, B14 também será.

Para encontrar o “Valor das Parcelas”, basta realizar a divisão do Valor pela Qtd de
Parcelas. Lembre-se que para realizar uma divisão, devemos usar o operador barra(/).

8.5.8 Construção de Planilhas (Parte 2)

Para exemplificarmos outros recursos do Microsoft Excel 2013, iremos desenvolver


a planilha a seguir, ilustrada pela Figura 92, e depois iremos aplicar as funções necessárias
para preencher os campos vazios.

Figura 92 - Planilha controle de notas

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Depois da planilha criada, precisamos encontrar a média aritmética dos alunos. Se


fôssemos realizar esse cálculo manualmente, teríamos que somar as notas de cada aluno e
dividir o resultado por 4, porém o Excel disponibiliza a função MÉDIA, que já faz todo esse
trabalho. Para tanto, precisamos apenas informar as células que serão usadas para
encontrar a média.

Abaixo temos um exemplo de sua utilização ilustrado na Figura 93. Perceba que a
estrutura da função MÉDIA é idêntica à função SOMA, mudando apenas o nome da função.
Lembre-se também que não é necessário digitar essa função para todos os alunos, basta
criar a função uma vez, e depois utilizar a Alça de Preenchimento para copiar a função para
as demais células.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
172

Figura 93 - Usando a função MÉDIA

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Agora que já encontramos a média dos alunos, poderemos preencher a coluna


Situação, onde iremos informar se cada aluno está APROVADO ou REPROVADO, com o
auxílio da função SE, que será vista a seguir.

7.5.9 Função SE

Com toda certeza essa é uma das funções mais importantes que estudaremos.
Trata-se de uma função lógica, que trabalha com um “Teste Lógico”, um “valor verdadeiro”
e um “valor falso”, que pode ser aplicada em diversas situações.

Abaixo temos a sintaxe e um fluxograma da função SE, para que você possa
entender melhor o seu funcionamento.

=SE(teste_lógico; [valor_se_verdadeiro]; [valor_se_falso])

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
173

Figura 94 - Fluxograma da função SE

Dica!
No valor Verdadeiro ou Falso,
podemos colocar um texto, um
valor numérico, uma referência
de célula, um cálculo que deve
ser realizado, entre outras
possibilidades.

Fonte: Elaborada pelo autor (2015)

Para preencher as células da coluna Situação, primeiramente precisamos definir


uma lógica para função SE, que será a seguinte:

Se a média do aluno for menor que 7, o aluno será REPROVADO, se a média do aluno não
for menor que 7, o aluno será APROVADO.

A seguir, temos a função que será usada na célula G4. Repare que as palavras
REPROVADO (Valor se Verdadeiro) e APROVADO (Valor se Falso) foram digitadas entre aspas
duplas, isso porque sempre que formos usar um texto nessa função precisaremos colocá-lo
desta forma.

=SE(F4<7;”REPROVADO”;”APROVADO”)

Observe a função sendo usada na planilha abaixo, ilustrada na Figura 95. A maior
vantagem de usar essa função é que caso o valor da média seja alterado, a situação do aluno
já é alterada automaticamente, evitando um retrabalho. Também podemos usar a Alça de
Preenchimento para copiar a função para as outras células.

Figura 95 - Utilizando a função SE

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Este foi apenas um exemplo das várias possibilidades onde essa função pode ser
aplicada. O entendimento dessa função é obtido com mais velocidade por meio da prática
em situações diferentes, portanto, não deixe de praticar.
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
174

7.5.10 Inserir um Gráfico

Existem várias formas de inserir gráficos em uma planilha, todas são muito simples.
Veremos agora como inserir gráficos por meio da Guia Inserir. Primeiramente, precisamos
selecionar as informações que serão exibidas no gráfico, depois devemos acessar a Guia
Inserir, e dentro do Grupo de Ferramentas Gráficos, selecionar o tipo de gráfico que
desejamos. Temos opções de gráficos de Colunas, Linhas, Barras, Área, entre outros.

Figura 96 - Inserindo gráficos

Assim que posicionamos o


cursor do mouse sobre
algum dos botões
mostrados, o gráfico já
aparecerá na planilha. Para
confirmar, basta clicar no
botão correspondente.

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Dica!
Caso você precise criar um gráfico com informações que estejam distantes uma da outra
(ex.: um gráfico relacionando os alunos e as médias), você pode selecionar a primeira
coluna, e depois manter pressionada a tecla Ctrl e selecionar a segunda coluna. Depois
disso, é possível selecionar o tipo de gráfico.

Uma grande novidade no Microsoft Excel 2013 é a possibilidade de inserir os


gráficos por meio do botão Análise Rápida (Figura 97). Assim que selecionamos as células,
esse botão é exibido no canto inferior direito da seleção, e com ele podemos acessar as
ferramentas mais usadas, dentre elas os gráficos.

Figura 97 - Inserindo gráficos pelo botão Análise Rápida

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
175

7.5.11 Exercícios Propostos

1- Descreva algumas das utilidades do Microsoft Excel 2013.


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_______________________________________________________________________________
2- Cite 4 operadores matemáticos que são usados no Excel, e seus respectivos significados.
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3- Explique com suas palavras o procedimento para copiar uma formula ou função para outras
células através da Alça de Preenchimento.
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
4- Supondo que da célula A1 até a célula A20 existam alguns valores numéricos, como ficaria uma
função para realizar a soma de todos esses valores?
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
5- Supondo que na célula A1 exista o valor 10, e na célula A2 exista o valor 20, e na célula A3 foi
digitada a formula =A1+A2/2, qual será o resultado exibido por essa função? Justifique sua
resposta.
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
6- Supondo que na célula A10 de uma planilha, exista o valor total de vendas de uma empresa
qualquer, e que a meta de vendas dessa empresa seja R$ 5.000,00 reais, crie uma função que
informe se a empresa atingiu a meta de vendas ou não.
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
7- Qual o procedimento para criar uma gráfico no Microsoft Excel 2013?
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_______________________________________________________________________________
8- Cite 4 tipos de gráficos que podem ser inseridos no Microsoft Excel 2013.
_______________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
176

REFERÊNCIAS

CAPRON, H.L.; JOHNSON, J. A. Introdução à informática. São Paulo: Pearson/Prentice Hall, 2010.

CERT, B.R. A Cartilha de Segurança para Internet. São Paulo, 2005.

MARILYN, M.; ROBERTA, B & PFAFFENBERGER, B. Nosso futuro é o computador. 3ªed. Rio de
Janeiro: Bookman, 2009.

MICROSOFT. Microsoft Office: Excel 2013. EUA: Microsoft Corporation, 2013.

MINK, C. Microsoft Office 2007. Rio de Janeiro: Editora Makron Books Ltda., 2007.

NORTON, P. Introdução à informática. Rio de Janeiro: Editora Makron Books, 2008.

SANTOS, A. A. Informática na empresa. São Paulo: Ed. Atlas, 2003.

SILVA, M.G. Tecnologia básica: Windows ME/Word. São Paulo: Ed. Érica, 2001.

VELLOSO, F. de C. Informática: conceitos básicos. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
177

ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________
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MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL DAS EMPRESAS
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8 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DAS EMPRESAS

Em busca de garantia de espaço no mercado globalizado, o processo de inúmeras


transformações de ordem econômica, política, social e cultural que, por sua vez, buscam
novas políticas de recursos humanos vêm adotando programas participativos nas
instituições e mercados, organizações e sociedade. As mudanças nas condições ambientais,
a aproximação dos interesses das organizações e dos da sociedade resultam em esforços
para o atendimento de objetivos compartilhados. As metas econômicas e sociais fazem com
que os modelos de organizações se preocupem com a elevação do padrão de qualidade de
vida de suas comunidades, desenvolvendo o processo denominado responsabilidades
socioambientais, tema que será tratado a partir das próximas seções.

8.1 Conceito

É a integração voluntária de preocupações socioambientais nas operações do dia a


dia das organizações, e na sua interação com todas as partes interessadas. É um modo de
contribuir para a sociedade de forma positiva, e de gerir os impactos sociais e ambientais da
organização, assegurando e aumentando a competitividade. Diz-se, ainda, que a
responsabilidade socioambiental é a qualidade de ser responsável, responder por atos
próprios ou de outros, satisfazer os seus compromissos ou de outrem.

As empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais
justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas
não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o cumprimento de interesses dos
proprietários das mesmas, mas também pelos de outros possuidores de interesses como,
por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as
autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral.

O impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente não é um fenômeno


recente. Historicamente, tem-se observado um desencadeamento de fatos contribuintes e
agravantes da degradação ambiental vivenciada globalmente, que vai desde o advento do
desenvolvimento das atividades agrícolas, passando pela Revolução Industrial, até culminar
no atual modo de vida capitalista.

Em paralelo a esse cenário, a preocupação ambiental surge como pauta de


discussões, em termos mundiais, somente em tempos recentes. Esta disciplina tem como
objetivo discutir teoricamente os aspectos evolutivos da preocupação ambiental ao longo do
tempo, bem como alguns reflexos destes no ambiente dos negócios.

Para realizar tal intento, empreendeu-se uma revisão da literatura pertinente,


tomando como marcos iniciais deste estudo a publicação do Relatório Limites do
Crescimento (elaborado pelo Clube de Roma) e a I Conferência das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia, no ano de 1972.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
182

8.2 Antecedentes Históricos

Antes da discussão central do trabalho, faz-se necessária uma breve apresentação


de um panorama histórico precedente.
A primeira grande mudança no modo de vida do homem, até então
marcado principalmente pelas atividades de caça e pesca para a
subsistência, foi o desenvolvimento da agricultura. Sua expansão,
juntamente com o aumento populacional, contribuiu para os primeiros
desmatamentos, não somente para a obtenção de terras cultiváveis como
também para a utilização de árvores como combustível (JUNQUEIRA, 2002
apud BORGES, 2007).
De acordo com Morandi e Gil (2000 apud BORGES, 2007), outra grande mudança se
deu com o desenvolvimento da manufatura, no período que vai do século XVI até o XVII, o
que implicou em mudanças radicais sob todos os aspectos nas relações sociais e de trabalho.
Conforme explicitam os autores, esse período histórico caracterizou-se pelo surgimento de
uma forma de vida muito dependente de energia não renovável.

Para Barbieri (2004 apud BORGES, 2007), um fator importante, que estimula a
exploração dos recursos naturais e, com isso, eleva a quantidade de resíduos gerados
atribui-se ao aumento da escala produtiva. Neste sentido, a partir da Revolução Industrial,
surge uma diversidade de substancias e materiais diversos que antes não existiam na
natureza. A produção e o consumo estão sendo conduzidos de maneira que são exigidos
maiores recursos, gerando resíduos igualmente em grande quantidade, ambos se tornando
uma ameaça à capacidade de suporte do planeta.

É notória a melhoria na qualidade de vida material, advinda do desenvolvimento


tecnológico, bem como do aumento da produtividade durante a Revolução Industrial.
Todavia, ainda na primeira metade do século XX já se observavam os danos que as
novidades tecnológicas poderiam causar ao meio ambiente.

Conforme Hawken; Lovins e Lovins (1999 apud BORGES, 2007), durante este
período, a humanidade presenciou uma degradação ambiental sem precedentes, a partir do
povoamento das cidades e a mecanização da produção agrícola. Barbieri (2004 apud
BORGES, 2007), por outro lado, advoga que o nível de produção que o ambiente pode
sustentar tem gerado fortes polêmicas há muito tempo e que os posicionamentos e as
propostas relativas a essa questão variam dentro de um continuum que se estende do
otimismo ao pessimismo extremado.

O primeiro economista a prever os limites de crescimento causados pela escassez


de recursos naturais foi Malthus, e, diante do contexto acima exposto, surge, então, a sua
teoria. Ele expressou a teoria dos limites ambientais a partir restrições de suprimento de
terras férteis, de boa qualidade e dos resultantes retornos decrescentes na produção
agrícola. Dá-se o nome de malthusianas àquelas pessoas pessimistas no que tange ao futuro,
com respeito ao descompasso existente entre recursos e necessidades e à dificuldade de
conter o crescimento profissional.

Numa outra ponta se encontram aqueles que demonstram um otimismo exagerado


MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
183

em relação aos recursos necessários à vida humana, tendo como premissa básica que,
mediante qualquer problema de escassez no presente ou no futuro próximo, sempre haverá
a possibilidade de aumento de produtividade, substituição de insumos e melhoria de
processos produtivos, por meio da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico.

Este posicionamento é observado na obra de Adam Smith, A Riqueza das Nações,


quando o autor ressalta que, independentemente do solo, clima ou extensão territorial de
uma determinada nação, a abundância ou escassez de bens que essa vai dispor dependerá
de duas circunstâncias: habilidade, destreza e bom senso com que o trabalho é executado e
a proporção entre os que executam o trabalho útil e os que não executam. Talvez em
decorrência desse tipo de argumento, o fator “terra” tem sido omitido em muitos textos
econômicos nos quais apenas o trabalho e o capital foram considerados fatores de
produção.

8.3 As Questões Ambientais Chamam a Atenção do Mundo

A partir da Conferência Científica da ONU sobre Conservação e Utilização de


Recursos que aconteceu no final dos anos 40, e também a Conferência sobre a Biosfera, que
se realizou em Paris, no final dos anos 60. No entanto, os grandes acontecimentos que
marcam o início de uma consciência ecológica mundial se deram a partir da publicação do
Relatório de Limites do Crescimento, que foi elaborado pelo Clube de Roma e a Conferência
de Estocolmo, que aconteceu em 1972. Esta última objetivou conscientizar os países acerca
da importância da conservação ambiental como fator fundamental para a manutenção da
espécie humana. Neste encontro, o tema mais tratado foi a poluição, sobretudo a industrial
(ANDRADE; TACHIZAWA e CARVALHO, 2000 apud BORGES, 2007).

De acordo com Borges (2007), o conceito de desenvolvimento sustentável surgiu a


partir da publicação do relatório “Nosso Futuro Comum”, em 1987, e ganhou, ao longo dos
anos, crescente importância nas políticas nacionais, internacionais e corporativas. Mas o
autor salienta que é preciso conhecer os marcos históricos, descritos a seguir, que deram
origem ao desenvolvimento sustentável, antes que se possa traçar aqui a sua definição.

a) Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano e Relatório de


Limites do Crescimento;
b) Relatório Nosso Futuro Comum;
c) Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento e o
Protocolo de Kyoto.

8.3.1 Os Limites do Crescimento e a Conferência de Estocolmo

Em 1968, um grupo composto por pessoas de países diferentes, entre educadores,


cientistas, economistas, humanistas, industriais e funcionários públicos, de nível nacional e
internacional, se reuniu para discutir sobre os dilemas que a humanidade estava vivenciando
e sobre aqueles que poderiam surgir ao longo dos anos. Surge, então, o Clube de Roma, cujo
objetivo principal era promover o entendimento dos componentes variados, porém
independentes, como os econômicos, políticos, naturais e sociais, formadores do sistema
global. Além disso, queriam chamar a atenção daqueles que tinham o poder de decisão e do

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
184

público mundial (MEADOWS et al., 1972 apud BORGES, 2007).

O objetivo do projeto é examinar o complexo de problemas que afligem os


povos de todas as nações tais como: pobreza, degradação ambiental,
expansão urbana descontrolada, insegurança de emprego, transtornos
econômicos e monetários dentre outros. Os elementos, aparentemente
divergentes, possuem três características essenciais: ocorrem até certo
ponto em todas as sociedades; contêm elementos técnicos, sociais,
econômicos e políticos; e, o fator mais importante, atuam uns sobre os
outros (MEADOWS et al., 1972 apud BORGES, 2007, p. 17).

Para Borges (2007), os relatórios do Clube de Roma contribuíram para divulgar o


pessimismo sobre as possibilidades de a Terra sustentar o crescimento econômico. Dentre
eles estava o relatório de Limites do Crescimento, publicado no início de 1970, que
sustentavam o pessimismo dos relatores a partir de simulações realizadas num modelo de
sistema mundial.

Meadows et al. (1972 apud BORGES, 2007) sustentam que tal modelo fora
construído para investigar cinco grandes tendências de interesse global, a saber:

a) o ritmo acelerado de industrialização;


b) o rápido crescimento demográfico;
c) a desnutrição generalizada;
d) o esgotamento dos recursos naturais não-renováveis; e,
e ) a deterioração ambiental.

Tais tendências, argumentam os autores, se inter-relacionam de muitos modos, e


seu desenvolvimento se mede em décadas ou séculos, mais do que em meses ou anos. A
partir deste modelo, os seus formuladores tentaram compreender as causas que motivam
estas tendências, suas inter-relações e implicações ao longo do tempo.

De acordo com o relatório, caso não houvesse mudanças significativas nas relações
físicas, econômicas e sociais observadas até à época, a produção industrial e a população
cresceriam rapidamente para decrescer depois, no decorrer do próximo século, devido à
diminuição de recursos, pela elevada taxa de mortalidade, advinda da diminuição dos
alimentos e dos serviços médicos. Borges e Tachibana (2005) ressaltam que, embora os
recursos naturais fossem duplicados, isto não impediria o colapso populacional, dado que o
elevado crescimento industrial, decorrente da maior oferta de recursos, elevaria o nível de
poluição para além da capacidade de assimilação do meio ambiente, aumentando, assim, a
taxa de mortalidade e reduzindo a produção de alimentos.

Em 1972, em Estocolmo, capital da Suécia, aconteceu a I Conferência das Nações


Unidas para o Meio Ambiente Humano. Este evento reconheceu a importância do
gerenciamento ambiental e o uso da avalição ambiental como uma ferramenta de gestão.
Deu-se, então, um grande passe para a formação conceitual do desenvolvimento
sustentável.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
185

A I Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, realizada em


Estocolmo no ano de 1972, reconheceu a importância do gerenciamento ambiental e o uso
da avaliação ambiental como uma ferramenta de gestão e representou um grande passo
para o desenvolvimento do conceito de desenvolvimento sustentável, conforme ressalta
Mebratu (1998 apud BORGES, 2007). Um marco deste evento foi o fato de que, a partir daí,
a questão ambiental passou a fazer parte das agendas oficiais e das organizações
internacionais, com foco na necessidade de se tomarem medidas efetivas de controle dos
fatores que causam a degradação.

Segundo Barbieri (2004 apud BORGES, 2007), I Conferência das Nações Unidas
para o Meio Ambiente Humano caracterizou-se pelo antagonismo entre dois blocos: de um
lado, os países desenvolvidos, preocupados com a poluição e o esgotamento de recursos
estratégicos; do outro lado, os demais países, que lutavam pelo direito de usar os seus
recursos para fins de crescimento, visando o acesso aos padrões de bem-estar alcançados
pela população daqueles já desenvolvidos. No entanto, estes entraves não atrapalharam e
vento, que resultou em avanços positivos, tais como a aprovação da Declaração sobe o
Ambiente Humano, constituída de dez recomendações, promovendo maior envolvimento por
parte da Organização das Nações Unidas (ONU) quanto às questões ambientais de caráter
global.

A partir da implementação deste plano de ação, deu-se início à constituição de uma


infraestrutura internacional para a gestão ambiental global, com destaque para:

a) criação de observatórios com vistas ao monitoramento e avaliação do estado do


meio ambiente;
b) maior envolvimento dos bancos multilaterais e regionais de desenvolvimento (BID
e BIRD); e,
c) criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Panuma).

É importante salientar a contribuição da Conferência de Estocolmo, que gerou um


novo entendimento sobre os problemas ambientais e a maneira como a sociedade provê a
sua subsistência. Os acordos ambientais multilaterais que foram firmados depois deste
evento procuraram incluir esta nova visão a respeito das relações entre ambiente e
desenvolvimento. Para Barbieri (2004) e Mebratu (1998) (apud BORGES, 2004), uma das suas
principais contribuições foi a de colocar em pauta a relação entre meio ambiente e
desenvolvimento, de modo que, desde então, não seria mais possível tratar profundamente o
desenvolvimento sem considerar o meio ambiente e vice-versa. A partir de relação entre
desenvolvimento e meio ambiente surge, então, o conceito, ainda recente, segundo os
autores, de “desenvolvimento sustentável”.

8.3.2 O Relatório “Nosso Futuro Comum” e o Conceito de Desenvolvimento Sustentável

De acordo com Borges (2007), destaca-se também como importante acerca das
questões de cunho ambientalista o “Relatório Brundtlandt”, conhecido como Nosso Futuro
Comum, que foi criado em 1987 pela Comissão Mundial para o Desenvolvimento e Meio
Ambiente (CMDM). Este documento compreende, segundo o autor, a definição de
Desenvolvimento Sustentável, tornando-se um ponto de partida na compreensão do vínculo
ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
186

entre desenvolvimento e meio ambiente: “desenvolvimento sustentável é aquele que


atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras
de atenderem às suas próprias necessidades” (FREY e CAMARGO, 2003. JACOBI, 1999;
BARBIERI, 2004 apud BORGES, 2007, p. 21).

Este relatório sugere uma lista de ações a serem tomadas pelos Estados e definem as
metas a serem realizadas em nível internacional, tendo as diversas instituições multilaterais
como seus principais agentes. Segundo Mebratu (1998 apud BORGES, 2007), a comissão da
ONU responsável pelo documento destaca uma forte ligação entre a redução da pobreza,
melhoria ambiental e equidade social, a partir do crescimento econômico sustentável.

A relação meio ambiente e desenvolvimento foi enfatizada com a apresentação e


difusão do conceito de desenvolvimento sustentável, que se caracteriza por ser aquele que
atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações
futuras de atenderem as suas próprias necessidades. Esta definição foi elevada a um
patamar de elemento central nos discursos ambientalistas, com grande aceitação, como
afirma Borges (2007).

8.3.3 Rio-92

Um dos mais importantes movimentos voltados para a discussão das questões


acerca do tema se deu no Brasil, no Rio de Janeiro, em 1992: a II Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio-92. Este encontro envolveu 178
países, e teve a aprovação de documentos importantes com foco para os problemas
socioambientais, tais como:

a) a declaração do Rio de Janeiro sobre o meio ambiente e o desenvolvimento;


b) a convenção sobre mudanças climáticas;
c) a convenção da biodiversidade; e,
d) a agenda 21 – sendo este o principal documento elaborado durante o encontro.

A importância desta conferência se deu pelo fato de ela ter representado o primeiro
passo de um longo processo de entendimento entre as nações sobre as medidas concretas
que buscam reconciliar as atividades econômicas com a necessidade de proteger o planeta e
assegurar um futuro sustentável para todos os povos (JACOBI, 1999 apud BORGES, 2007).

A partir da Rio-92, se estabeleceu uma nova e equitativa parceria mundial, com a


criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, os setores-chave da sociedade e a
pessoas, objetivando acordos internacionais em que fossem respeitados os interesses de
todos, protegendo-se a integridade do ambiente e o do desenvolvimento global,
reconhecimento a natureza integral e interdependente da Terra (BARBIERI, 2004 apud
BORGES, 2007).

O documento que mais importante e que trouxe mais contribuições durante esta foi
a Agenda 21. Nela continham recomendações específicas para os diversos níveis de atuação,
desde o internacional ao organizacional, quer sejam sindicados, empresas, instituições de
ensino, pesquisa, organizações governamentais, contendo assentamentos humanos, ações

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
187

voltadas para a erradicação da pobreza, os problemas de desertificação, a escassez de água


doce, a questão atmosférica, a saúde dos oceanos, poluição de uma forma geral e demais
questões socioambientais, já tratadas em documentos e eventos passados. Pode-se afirmar
que a Agenda 21 é uma consolidação das resoluções tomadas anteriormente, como
argumenta Borges (2007), que foram estruturadas para facilitar a sua implementação nos
diversos níveis de abrangência.

8.3.4 O Protocolo de Kyoto

Realizado e aprovado em 1997, na cidade de Kyoto, no Japão, o Protocolo de Kyoto


foi outro grande evento que marcou a discussão sobre os problemas de caráter
ambientalista. Tinha como principal objetivo reduzir as emissões dos seis gases 2 que mais
provocam o efeito estufa na atmosfera, em média, 5,2%, entre os anos de 2008 e 2012. No
que diz respeito aos países signatários do Protocolo, observam-se as seguintes categorias:

a) países que assinaram e ratificaram-no, por exemplo: Brasil, Argentina, Peru,


Tanzânia, Austrália, alguns países da União Europeia;
b) países que assinaram e não o ratificaram, por exemplo: Estados Unidos, Croácia,
Cazaquistão;
c) países que não o assinaram, bem como não o ratificaram, por exemplo: Vaticano,
Andorra, Afeganistão, Taiwan, Timor-Leste; e,
d) países que não assumiram nenhuma posição no Protocolo, tais como:
Mauritânia, Somália.

Após sete anos o acordo fora ratificado juridicamente para os 141 países
signatários, em 16 de fevereiro de 2005, incluindo, desta feita, a Rússia, visando estabelecer
medidas concretas na luta contra o aquecimento global do planeta (REDAÇÃO TERRA, 2005;
BARSA, 2005 apud BORGES, 2007). Considera-se o Protocolo de Kyoto como um grande
avanço no que diz respeito à gestão ambiental, pela fixação de metas e, sobretudo, por ter
criado mecanismos importantes para implementá-las, como afirma Barbieri (2004 apud
BORGES, 2007).

8.4 Desenvolvimento Sustentável e Crescimento Econômico

Como se observou, ao longo da história, a temática ambiental foi crescendo,


alcançando patamares significativos nas pautas das discussões governamentais e dos órgãos
internacionais. Tudo esse cenário, cujo enfoque principal é a relação desenvolvimento e
meio ambiente, tem interferência direta nas atividades empresariais, dado que estas estão
no centro de todo o processo que envolve a utilização de recursos naturais, a geração de
resíduos e a capacidade de suporte do planeta.

Desde então, a necessidade de uma regulamentação que proteja o meio ambiente


tem sido objeto de grande aceitação, porém relutante: ampla, porque todos querem um
planeta habitável; relutante, em razão da crença persistente de que a regulamentação

2
Dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluocarbono, perfluorocarbono e o hexafluorocarbono de
enxofre.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
188

ambiental solapa a competitividade. Desta forma, estes autores prosseguem salientando o


surgimento de um dilema: economia versus ecologia, no qual um lado luta por um
retrocesso na regulamentação, enquanto o outro se empenha por normas mais severas.

A visão tradicional de que a regulamentação ambiental afeta a competitividade é


errônea. As empresas operam em um ambiente dinâmico e, continuamente, descobrem
soluções inovadoras para conter pressões de todos os tipos - impostas pelos concorrentes,
por consumidores ou pelo governo. As empresas industriais que buscam manter ou
melhorar suas posições competitivas se defrontam cada vez mais com a exigência de novas
posturas no que diz respeito às variáveis ambientais, de acordo com Sanches (2000 apud
BORGES, 2007).

De acordo com Paixão (2009), no entanto, observa-se a necessidade de se fazer


um paralelo entre crescimento e desenvolvimento. A diferença é que o crescimento não
conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, visto que, necessariamente, não
leva em consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida, a não ser o acúmulo de
riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população. O
desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de riquezas, sim, mas tem o
objetivo de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando em
consideração, portanto, a qualidade ambiental do planeta.

Acredita-se que isso tudo seja possível, e é exatamente o que propõem os


estudiosos em Desenvolvimento Sustentável (DS), que pode ser definido como: equilíbrio
entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma nação e
também dos diferentes países na busca da equidade e justiça social. De acordo com Tenório
(2004, p. 25 apud PAIXÃO, 2009):

Nessa abordagem, o desenvolvimento sustentável é composto pelas


dimensões econômica, ambiental e empresarial. O objetivo é obter
crescimento econômico por meio da preservação do meio ambiente e pelo
respeito aos anseios dos diversos agentes sociais, contribuindo assim para a
melhoria da qualidade de vida da sociedade.

Para Mendes (2008 apud PAIXÃO, 2009), para que o Desenvolvimento Sustentável
seja alcançado, deve-se entender a proteção do ambiente como parte integrante do
processo de desenvolvimento e não isoladamente. Para o autor, o Desenvolvimento
Sustentável tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas:

a) a satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação,


saúde, lazer, etc.);
b) a solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que
elas tenham chance de viver);
c) a participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da
necessidade de conservar o ambiente e cada um a parte que lhe cabe para tal);
d) a preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc.);
e) a elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
189

respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre


de populações oprimidas, como por exemplo, os índios); e,
f) a efetivação dos programas educativos.

Segundo Dowbor (2007 apud BORGES, 2007), a questão que se levanta é com a
degradação dos solos e mares, o aquecimento global, a liquidação da biodiversidade (fauna
e flora), a generalizada polarização entre pobres e ricos e a progressiva perda de capacidade
do governo, ou seja, com a própria capacidade de governança e governabilidade, o foco
rapidamente se volta para uma associação com o sentido da palavra.

Observa-se que apesar da importância que se credita ao crescimento econômico,


ele também é portador de desequilíbrios: de um lado, chamam a atenção a riqueza e fartura
do mundo, mas, por outro lado, a degradação ambiental, a poluição e a miséria continuam
crescendo a passos largos. Tendo todo o sistema em que se vive pautado no capitalismo
explorador, não há dúvidas das consequências advindas destes desequilíbrios. Uma das
saídas principais para a conciliação das mudanças nas ações organizacionais,
desenvolvimento sustentável, crescimento econômico e participação social, foi a
Responsabilidade Socioambiental Corporativa, advoga Paixão (2009).

8.5 A Inclusão Social e o Desenvolvimento de Projetos que Evidenciam a


Responsabilidade Socioambiental das Empresas

Conforme Guima (2008 apud PINTO; LELIS; MAGALHÃES e LINHARES, 2008), as


empresas, antes acostumadas à maximização do lucro, vêm sofrendo com as transformações
socioeconômicas nos últimos 26 anos. Segundo as autoras, o setor privado destaca-se cada
vez mais na criação de riqueza, gerando para si próprias, em contrapartida, grandes
responsabilidades, sobretudo aquelas voltadas para o contexto socioambiental.

8.5.1 Empresas Cidadãs (Responsabilidade Socioambiental e Empresarial)

Em 2003, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas (Sebrae), o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social elaborou um
manual intitulado Responsabilidade Social Empresarial para as Micro e Pequenas Empresas:
passo a passo, onde apontou as seguintes diretrizes para a responsabilidade social
empresarial:

a) a adoção de valores e trabalhe com transparência (missão e visão, ética e


transparência, direitos humanos);
b) a valorização dos empregados e colaboradores (local de trabalho, diversidade,
assédio sexual, desenvolvimento profissional, delegação de poderes, gestão
participativa, remuneração e incentivo, demissões, trabalho e família, saúde,
bem-estar e segurança);
c) o fazer sempre mais pelo meio ambiente (política e operações, minimização de
resíduos, prevenção da poluição, uso eficaz de energia e água, projeto ecológico,
gestão ambiental do negócio);
d) o envolvimento com os parceiros e fornecedores (parceria);
e) a proteção dos clientes e consumidores (produtos e serviços, o cliente em foco);

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
190

f) a promoção da comunidade (visão geral da comunidade, filantropia, educação,


políticas de boa vizinhança); e,
g) o comprometimento com o bem comum (posicionamento político, participação,
reconhecimento público).

Cada uma destas diretrizes elenca suas categorias e, dentro destas, estabelece as
suas estratégias de ação voltadas para a criação de ambientes comprometidos com a
responsabilidade social de sua organização e da comunidade na qual estão inseridos.

8.5.2 Estratégias de Gestão Socioambiental nas Empresas

Carroll (1990 apud SCHERER; GOMES; MADRUGA e CRESPAM, 2009) afirma que, nos
anos 1980, o interesse pela responsabilidade socioambiental não se esvaiu, mas sofreu
reformulações em seus conceitos e teorias alternativas, que na década seguinte, se
transformaram em outros temas, tais como a teoria ética dos negócios e cidadania
corporativa.

No que se refere à questão ambiental, as décadas de 1960 e 1970 destacam-se pela


intensificação da consciência voltada para o meio ambiente, contando com a participação
ativa de grupos que passaram a reivindicar mas atenção às questões ambientais por parte
das empresas (ASHLEY, 2003 apud SCHERER; GOMES; MADRUGA e CRESPAM, 2009.

Desta forma, como afirma Dias (2003 SCHERER; GOMES; MADRUGA e CRESPAM,
2009), o setor empresarial, um dos principais responsáveis pelos problemas ambientais, foi
chamado a assumir suas responsabilidades no que diz respeito à manutenção da qualidade
de vida, desviando olhar voltado apenas para o progresso material e desenvolvimento
econômico, vigente até aquele momento.

De acordo com Ashley (2003 SCHERER; GOMES; MADRUGA e CRESPAM, 2009),


fatores internos e externos podem motivar a adoção de estratégias de gestão ambiental
pelas organizações. Os fatores externos estão relacionados aos governos, à legislação
ambiental, ao público consumidor, aos acionistas, aos movimentos ambientalistas e às
instituições financeiras. Quanto aos fatores internos, observam-se aqueles voltados à
economia advinda da redução do desperdício ou reciclagem, ao menor consumo de energia e
substituição de insumos.

Para Macedo e Oliveira (2005), as razões que motivam as a adotar medidas voltadas
para a melhoria de sua performance ambiental, são:

a) o regime regulatório internacional, que sofria mudanças em direção a exigências


crescentes relacionadas à proteção ambiental;
b) a mudança do mercado, tanto com relação aos fatores quanto aos produtos; e
c) o conhecimento em crescente mudança, com amplas descobertas e publicidade sobre
as causas e consequências dos danos ambientais.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
191

8.6 Meio Ambiente como Oportunidades de Negócios

Matos (2003) afirma que um pré-requisito para as empresas continuarem


competitivas e buscarem reconhecimento internacional tem sido a preocupação constante
com a natureza e os impactos de suas operações. Neste sentido, os investimentos no meio
ambiente ganham cada vez mais importância a abrem oportunidade para os chamados
negócios verdes, que se referem às consultorias de investimentos e auditorias, cujos
especialistas oferecem serviços de análise, apontando as oportunidades de investimentos
em projetos verdes ou empresas ecologicamente limpas.

A questão ambiental transformou-se, nos últimos tempos, em algo muito amplo e


complexo para que as empresas se encarreguem dela sozinhas ou adotem soluções internas,
de acordo com Matos (2003), o que justifica a necessidade de contratação destas
consultorias especialistas em negócios verdes. O Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), o número de empresas no Brasil, certificadas
pela ISSO 14001, aumentou de 48, em 1998, para 189, em setembro do ano 2000, e que ao
final daquele ano chegaria a 500. O que leva a crer num elevado aumento desde então até
os dias atuais.

O autor afirma, ainda, que em vários escritórios de advocacia, desde o ano 2000,
existiam equipes de profissionais trabalhando apenas com consultas ambientais. E não
apenas em casos de emergência, como o de indústrias, cujos riscos de danos à natureza
fazem parte do negócio. Até os dias atuais, são raras as decisões corporativas que não
enfrentam algum tipo de questão ambiental. A legislação tornou-se cada vez mais rígida e o
comércio internacional já não tolera mais empresas irresponsáveis ambientalmente.

8.6.1 Os Setores Voltados para o Gerenciamento Ecológico

Os setores que mais se ocupam do gerenciamento ecológico são as indústrias de


cosmético, as de geração de energia e as aquelas de reciclagem.

Lopes et al. (2001 apud MATOS, 2003) afirmam que o setor cosmético direciona
fortemente suas ações para o gerenciamento ecológico, dado que comunicar um produto
destinado à beleza e que não prejudique o meio ambiente sofre influência positiva junto aos
consumidores, uma vez que estes percebem que estão lidando com produtos saudáveis e
que, com isto, também colaboram para o bem da natureza.

No setor de geração de energia, os mesmos autores advogam que se encontra aqui


uma boa oportunidade de negócios verdes. A energia pode ser gerada utilizando-se do sol
ou vento, recursos estes abundantes na natureza. No Brasil, por exemplo, a possibilidade
gerar energia a partir do bagaço da cana provindo das destilarias surgiu também uma grande
oportunidade de viabilização de negócios verdes, podendo-se ganhar com a energia
combustível e, além disto, podendo gerar também a energia elétrica para o uso das usinas e
para a alimentação da rede pública.

No que diz respeito à indústria de reciclagem, para Lopes et al. (2001 apud MATOS,
2003), um dos benefícios de que se tem referência pode ser observado com a reciclagem de

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
192

latas de alumínio, que reduz a utilização de matéria-prima, proporcionando ganho


energético substancial, dado que em uma tonelada de latas recicladas economizam-se 95%
da energia que seria necessária para produzir a mesma quantidade de alumínio, seu
processo primário.

8.7 Gestão dos Resíduos Sólidos

O Brasil é um país eminentemente urbano, onde mais de 80% de sua população


residem em áreas urbanas. Este fato é um forte motivo de preocupações na medida em que
a falta de saneamento básico gera problemas de saúde na população, além da
degradação dos recursos naturais, principalmente o solo e os recursos hídricos. Nesse
sentido, a gestão dos resíduos sólidos, cuja atribuição pertence à esfera da administração
pública local, merece uma atenção especial.

Barakat (2009) advoga que o desequilíbrio ambiental é uma alteração significativa


em um determinado território, decorrente de empreendimentos humanos não
comprometidos com os princípios do desenvolvimento sustentável. A ruptura do equilíbrio
das paisagens se dá tanto pela alteração de suas condições físicas (térmicas, químicas e
mecânicas) como por alterações sociais ou ecológicas. Para o autor, o equilíbrio requer a
redução das descargas ambientais do sistema de gestão dos resíduos, buscando-se sempre
um nível aceitável de custos.

De acordo com Barakat (2009, p. 15), “o saneamento ambiental prevê um conjunto


de ações integradas e articuladas para promover e assegurar a salubridade do meio
ambiente”. A lei No 11.445/07, que institui a política nacional de saneamento, é responsável
pela gestão dos serviços de saneamento, envolvendo também o abastecimento de água,
esgoto e o manejo dos resíduos sólidos e das águas pluviais urbanas. Ela se ocupa de
alcançar a universalização do acesso aos serviços públicos de saneamento básico. De acordo
com a lei, todos têm direito à vida em ambiente salubre, sendo o poder público e a
coletividade responsáveis pela sua promoção e preservação.

Para McDougall et al. (2004 apud BARAKAT, 2009), os resíduos são produtos
inevitáveis da sociedade. Neste sentido, a preocupação com o seu manejo deveria ser
atividade corriqueira.

Inicialmente, as práticas de manejo de resíduos sólidos se desenvolveram


para evitar os efeitos adversos sobre a saúde pública, causados por
quantidades crescentes de resíduos sólidos deixados sem contar com os
métodos de coleta e disposição apropriados. O manejo desses resíduos de
maneira mais efetiva, atualmente representa uma necessidade que a
sociedade tem que resolver, implicando em requisitos básicos do manejo
de resíduos como: gerar menos resíduos, com continuo desenvolvimento e
implemento de um sistema efetivo para manejar os resíduos que se
produzem de maneira inevitável (BARAKAT, 2009, p. 16)

Dito isto, Barakat (2009) afirma que o sistema de manejo de resíduos deve ser
sustentável em termos ambientais, econômicos e sociais, integrado, com orientação de
mercado, flexibilidade e operado em escala regional. Neste sentido, os sistemas de gestão,
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
193

conforme preconiza o autor, devem combinar os fluxos de geração de resíduos com os


métodos de coleta, tratamento e disposição final, de modo que possa alcançar os
benefícios ambientais, com economia e aceitação pela sociedade.

Um sistema de gestão de resíduos sólidos sustentável deve ser: a) ambientalmente


efetivo, de modo que reduza as descargas ambientais associadas ao seu manejo; b)
economicamente factível, operando com um custo aceitável para a comunidade; e c)
socialmente aceitável, devendo operar em comunhão com a aceitação da maioria das
pessoas da comunidade (BARAKAT, 2009).

É importante observar, ainda de acordo com o autor, os benefícios que resultam da


redução e reaproveitamento de resíduos sólidos, tais como:

a) conscientização da comunidade sobre a não renovação dos recursos naturais e da


necessidade de proteção do meio ambiente;
b) menor exploração de recursos naturais e economia na importação de matéria-
prima;
c) geração de emprego e renda;
d) menor consumo de energia e de água nos processos de fabricação;
e) custos de produção de materiais mais baixos nas usinas de transformação;
f) diminuição da poluição do ar e das águas;
g) redução da quantidade de resíduos destinados aos aterros sanitários, resultando
no aumento de sua vida útil; e,
h) menor ocorrência de problemas ambientais decorrentes da destinação dos
resíduos sólidos.

“A gestão de resíduos sólidos deve ser feita observando as prioridades. Antes do


destino final, devem ser adotadas medidas, pela população e pelo poder público, para
reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos sólidos” (BARAKAT, 2009, p. 17).

Um sistema de gestão dos resíduos sólidos deve incluir um sistema otimizado de


coleta, com separação e classificação eficientes, contemplando ações tais como:

a) reciclagem de materiais;
b) tratamento biológico de materiais orgânicos;
c) tratamento térmico (como a incineração com recuperação de energia, incineração
de combustível derivado de resíduos e incineração de combustível derivado de
papel e plástico); e,
d) disposição final, uma prática que pode incrementar o valor de uma propriedade
via recuperação de terrenos, minimizando a contaminação e a perda de valor
comercial.

A minimização de resíduos deve ser orientada utilizando-se dos 3 Rs:

a) reduzir a geração de resíduos;


b) reutilizar os resíduos;
c) reciclar os produtos.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
194

Para a redução da geração de resíduos, uma das ações mais eficazes é a coleta
seletiva. Esta consiste em um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, tais como
papéis, plásticos, vidros, metais, etc., que devem ser previamente separados em sua fonte
geradora. Tais produtos poderão ser vendidos às indústrias recicladoras ou aos sucateiros. A
coleta seletiva pode ser: domiciliar, em postos de entrega voluntária, postos de troca, nas
indústrias, escolas ou no mercado.

Para Mota (2006 apud BARAKAT, 2009), a redução da quantidade de resíduos


sólidos gerada é conseguida mediante ações de:

a) combate aos desperdícios de produtos e alimentos;


b) diminuição do uso de objetos descartáveis;
c) mudanças de sistemas industriais, buscando-se processos que resultem em
menor geração de resíduos;
d) diminuição do uso de materiais, muitas vezes, dispensáveis; e,
e) mudanças de comportamento da população com relação à geração de resíduos
sólidos.

Quanto à reutilização de um determinado produto, entende-se pelo


reaproveitamento sem qualquer alteração física, tais como:
a) utilização de embalagens não descartáveis, que serão usadas novamente, após
lavagem e esterilização, para acondicionar o mesmo produto (garrafas de vidro,
latas);
b) aproveitamento de embalagens de vidro, plásticos ou metálicos para
acondicionar outros produtos;
c) utilização de latas ou embalagens de plástico para acondicionar mantimentos;
d) a escrita utilizando os dois lados da folha de papel; e,
e) reaproveitamento de livros escolares.

Barakat (2009) afirma que o sucesso da coleta seletiva está diretamente associado
aos investimentos feitos para sensibilização e conscientização da população. É importante
observar a simbologia e as cores utilizadas como padrão na coleta seletiva. No Brasil, a NBR
13230, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), padroniza os símbolos que
identificam os diversos tipos de produtos, conforme Quadro 1 abaixo ilustrado.

Quadro 1 (8)- Cores utilizadas na coleta seletiva (continua)

Cores Materiais da reciclagem


AZUL Papel/papelão
AMARELO Metais
VERMELHO Plásticos
VERDE Vidros
PRETO Madeira
LARANJA Resíduos perigosos
BRANCO Resíduos de serviços de saúde
ROXO Resíduos radioativos
MARRON Resíduos orgânicos

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
195

Cores Materiais da reciclagem


Resíduo geral não reciclável ou misturado ou contaminado não passível de
CINZA
separação.
Fonte: ABNT 13230 (apud BARAKAT, 2009)

Ainda de acordo com o autor, é importante salientar que, além de um bom


planejamento, para que os sistemas de gestão de resíduos operem de maneira efetiva, é
necessário envolver a participação pública. Todos devem entender seu papel e cooperar com
as autoridades locais.

A ABNT – NBR 10.004 (1987 apud BARAKAT, 2009) classifica os resíduos sólidos pela
origem e pela natureza. No que diz respeito à origem, os resíduos sólidos classificam-se em:

a) resíduo urbano: formado por resíduos sólidos em áreas urbanas, incluindo


os resíduos domésticos, os efluentes industriais e domiciliares;
b) resíduo domiciliar: formado pelos resíduos sólidos de atividades residenciais, tais
como plástico, lata, vidro, entre outros;
c) resíduo comercial: resíduo sólido das áreas comerciais composto por matéria
orgânica, papéis, plástico, entre outros.
d) resíduo público: formado por resíduos sólidos gerados da limpeza pública
(areia, papéis, folhagem, poda de árvores, entre outros);
e) resíduos especiais: formado por resíduos geralmente industriais, que
requerem tratamento, manipulação e transporte especial, tais como pilhas,
baterias, embalagens de combustíveis, de medicamentos ou venenos;
f) resíduos industriais: os resíduos gerados pela indústria;
g) resíduo de serviço de saúde: os serviços hospitalares, ambulatoriais, farmácias.
São geradores dos mais variados tipos de resíduos sépticos, resultados de
curativos, aplicação de medicamentos, que, em contato com o meio ambiente ou
misturados aos resíduos domésticos, poderão ser patógenos ou vetores de
doenças. Este tipo de resíduo deve sofrer pré-tratamento antes de ser disposto
no meio ambiente;
h) resíduo agrícola: esterco, fertilizantes, entre outros.
i) resíduo atômico: produto resultante da queima do combustível nuclear,
composto de urânio enriquecido com isótopo atômico 235; e,
j) resíduo radioativo: resíduo tóxico e venenoso formado por substâncias
radioativas resultantes do funcionamento de reatores nucleares.

Quanto à natureza, os resíduos sólidos classificam-se em:

a) classe I – perigosos: quando apresenta risco à saúde pública e ao meio


ambiente. As características que conferem periculosidade a um resíduo são:
inflamabilidade; corrosividade; reatividade; toxicidade; patogenidade. São
exemplos de resíduos perigosos alguns resíduos industriais e resíduos de saúde;
b) classe II – inertes: classificam-se de acordo com suas propriedades:
combustibilidade; biodegradabilidade; solúveis em água. Os resíduos domésticos
são exemplos de resíduos não inertes; e,
c) classe III – não inertes: aqueles resíduos que submetidos ao contato com a

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
196

água não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados às concentrações


superiores aos padrões de potabilidade da água. Exemplo são tijolos, concreto,
entre outros.

8.8 A ISO 14001 e o Desenvolvimento Sustentável

A International Standardization Organization (ISO) é uma organização não


governamental que congrega os órgãos de normalização dos países. Em 1996 ela
desenvolveu a série ISO 14000, estabelecendo padrão internacional para um Sistema de
Gestão Ambiental (SGA).

A ISO 14001 é a norma que define as especificações para implantação do Sistema


de Gestão Ambiental (SGA) nas organizações. No Brasil, o representante na ISO é a ABNT. A
responsabilidade do conteúdo das normas é do comitê brasileiro e dos organismos de
normatização setorial. Neste sentido, a ISO 14001 tem por objetivo fornecer às organizações
os elementos de um sistema de gestão ambiental eficaz e passível de integração com os
demais objetivos da organização. Ela foi idealizada de modo a aplicar-se a todos os tipos e
partes de organizações, independentemente de suas condições geográficas, culturais e
sociais. Sua preocupação é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com
as necessidades socioeconômicas.

A norma permite a uma organização formular uma política e objetivos que levem
em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactos ambientais
significativos. Ela se aplica aos aspectos ambientais que possam ser controlados pela
organização e sobre os quais se presume que ela tenha influência. Para tanto, a organização
deve estabelecer e manter procedimentos para identificar os aspectos ambientais de suas
atividades, produtos ou serviços que possam ser controlados por ela e sobre os quais se
presume que ela tenha influência, para que se possa determinar que tenham ou venham a
ter impacto significativo sobre o meio ambiente.

8.9 Exercícios Propostos

1- O homo corporativus foi um conceito que nasceu na década de 1960. Trace um


perfil de como ele é hoje e estime quais transformações ele sofrerá daqui a 15 anos.
2- O que é função socioambiental de uma empresa?
3- O que é sustentabilidade?
4- O que significa Responsabilidade Social Corporativa?
5- Toda empresa que investe em projetos sociais é socialmente responsável?
6- Por que o envolvimento das empresas nas questões de Responsabilidade Social?
7- O que é o "triple bottom line"?
8- O que a Responsabilidade Social Corporativa pode representar para os resultados
finais de uma empresa?
9- Por que os consumidores importam-se com Responsabilidade Social?
10- Qual a diferença entre Responsabilidade Social e Filantropia?
11- O que é Marketing Responsável?
12- O que é Marketing Socioambiental?
13- O que é Comunicação Comunitária?

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
197

14- O que são "stakeholders"?


15- O que é ecoeficiência?
16- O que é a ISSO 14001?
17- Elabore seu próprio conceito de responsabilidade socioambiental
18- Esse conceito que você acabou de elaborar seria aplicável à empresa onde você
trabalha? Justifique sua resposta.

8.10 Estudo de Caso

Você é o Dirigente de uma indústria que produz gelatina, produto direcionado ao


público infantil. Esta fábrica localiza-se em um bairro residencial de uma cidade de pequeno
porte (35.000 hab.). Durante suas atividades a fábrica gera resíduos malcheirosos, faz
barulho em volume considerável e, nos horários de troca de turno da fábrica, o afluxo de
funcionários causa certa confusão no fluxo do trânsito local. Considerando que a ação de
uma empresa ultrapassa seus limites e atinge a sociedade como um todo, principalmente a
comunidade na qual está inserida, pede-se:

a) proponha ações que possam reforçar a imagem desta empresa como


socialmente responsável nesta comunidade;
b) crie um conceito para Responsabilidade Social;

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
198

REFERÊNCIAS

BARAKAT, M. Sustentabilidade ambiental e gestão de resíduos sólidos urbanos: uma


análise do modelo de gestão de Cianorte. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do
Paraná. Curitiba, 2009. Disponível em:
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/19498/Munir%20Barakat%20-
%20DISSERTACAO%20FINAL.pdf?sequence=1 Acesso em agosto de 2014.

BORGES, F.H. O meio ambiente e a organização: um estudo de caso baseado no


posicionamento de uma empresa frente a uma nova perspectiva ambiental. Dissertação de
Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. São Carlos,
2007.

INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL; SERVIÇO BRASILEIRO DE


APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). Responsabilidade social empresarial
para micro e pequenas empresas: passo a passo. São Paulo: Instituto Ethos, 2003. Disponível
em:
http://bis.sebrae.com.br/GestorRepositorio/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/357151C89
3C7938983256E92005F13B5/$File/NT00005622.pdf Acesso em agosto de 2014.

PAIXÃO, G. de J. Desenvolvimento sustentável e crescimento econômico. Rumo Sustentável,


03 de maio de 2009. Disponível em: http://www.rumosustentavel.com.br/desenvolvimento-
sustentavel-e-crescimento-economico/ Acesso em agosto de 2014.

PINTO, I.L.; LELIS, M.G.; MAGALHÃES, R.R.M.; LINHARES, A.M. Inclusão social e
responsabilidade ambiental empresarial: a visão de empresários e clientes quanto ao uso
de sacolas plásticas em dois supermercados de Viçosa/MG. V Seminário Sociedade Inclusiva
da PUC Minas, outubro de 2008. Anais. Disponível em:
http://proex.pucminas.br/sociedadeinclusiva/Vseminario/Anais_V_Seminario/meio/comu/I
NCLUSAO%20SOCIAL%20E%20RESPONSABILIDADE%20AMBIENTAL%20EMPRESARIAL%20-
%20A%20VISAO%20DE%20EMPRESARIOS%20E%20CLIENTES%20QUANTO%20AO%20USO%
20DE%20SACOLAS%20PLASTICAS.pdf Acesso em agosto de 2014.

MACEDO, K.B.; OLIVEIRA, A. de. A gestão ambiental nas organizações como uma nova
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Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/rpot/article/view/7776 Acesso em
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MATOS, F.C.M. Marketing ambiental. Monografia. Universidade Cândido Mendes. Rio de


Janeiro, 2003. Disponível em:
http://www.avm.edu.br/monopdf/26/FERNANDO%20CESAR%20MONTEIRO%20MATTOS.pd
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SCHERER, F.L.; GOMES, C.M.; MADRUGA, L.R.G. e CRESPAM, C.C. Estratégia e práticas de
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http://www.fumec.br/revistas/facesp/article/view/167 Acesso em agosto de 2009.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
199

ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________
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MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
203

9 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

A disciplina Português Instrumental tem o objetivo de estimular o estudante para a


leitura e a escrita, não apenas de textos técnicos importantes para o campo de trabalho, mas
também para a vida além de discutir a língua em diversidade; proceder à leitura analítica e
crítico-interpretativa de textos; ampliar o contato do aluno com os processos de leitura e
produção textual, visando capacitá-lo a analisar variadas estruturas textuais e elaborar
gêneros textuais/discursivos diversos.

Com o surgimento e popularização das redes sociais e o uso cada vez maior da
internet para pesquisa e diversão, tornou-se imprescindível preparar o estudante e
conscientizá-lo da importância de escrever e se expressar bem. Um bom profissional deve
ter o estímulo de melhorar a forma como escreve e, para isso, deve ler muito, vários tipos de
literaturas.

9.1 Comunicação

Comunicação é o processo de transmitir a informação e compreensão de uma


pessoa para outra; senão houver esta compreensão, não ocorre a comunicação. Se uma
pessoa transmitir uma mensagem e esta não for compreendida pela outra pessoa, a
comunicação não se efetivou.

9.1.1 O Processo de Comunicação

O processo de comunicação é composto de três etapas, assim subdivididas:

 Emissor: a pessoa que envia a mensagem. Pode ser chamada de fonte ou de


origem. Apresenta o significado, que corresponde à ideia, ao conceito que o
emissor deseja comunicar, e o codificador, que é constituído pelo mecanismo
vocal para decifrar a mensagem.

 Mensagem: a ideia que o emissor deseja comunicar. Contém o canal, também


chamado de veículo, que é o espaço situado entre o emissor e o receptor, e o
ruído, que ser refere à perturbação dentro do processo de comunicação.

 Receptor: é aquele que recebe a mensagem, a quem esta é destinada. Apresenta o


decodificador, que é estabelecido pelo mecanismo auditivo para decifrar a
mensagem, para que o receptor a compreenda; a compreensão, que é o
entendimento da mensagem pelo receptor; e regulamentação, que é quando o
receptor confirma a mensagem recebida pelo emissor. É o retorno da mensagem
enviada.

Tome-se como exemplo: uma pessoa (emissor) tem uma ideia (significado) que
pretende comunicar. Para tanto, se vale de seu mecanismo vocal (codificador), que
expressa sua mensagem em palavras. Essa mensagem, veiculada pelo ar (canal), é
interpretada pela pessoa com a qual se comunica (receptor), após sua decifração por seu
mecanismo auditivo (descodificador). O receptor, após constatar que entendeu a

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
204

mensagem (compreensão), esclarece a fonte acerca de seu entendimento


(regulamentação).

Pode-se, portanto, dizer que a comunicação só pode ser considerada eficaz


quando a compreensão de receptor coincide com o significado pretendido pelo emissor.

9.2 Linguagem e Língua

Que a linguagem escrita e a linguagem oral não constituem modalidades


estanques, apesar de apresentarem diferenças devido à condição de produção, é um fato
incontestável; contudo, há particularidades de outras ordens que as tornam modalidades
específicas da língua.

Tais particularidades são, de fato, elementos exclusivos de cada uma delas,


como a gesticulação, por exemplo, na linguagem oral, e a reedição de texto, com
apagamento do texto anterior, na linguagem escrita.

Certamente, as pessoas não escrevem exatamente do mesmo modo que falam,


uma vez que se trata de processos diferentes. Essas diferentes condições de produção
para usos de diferentes intenções propiciam a criação de diferentes tipos de linguagem,
que se agrupam nas duas modalidades da língua.

Fatores como o contexto, a intenção do usuário e a temática são responsáveis


pelas diferenças entre a linguagem oral e a linguagem escrita, que nem por isso são
estanques.

9.2.1 Linguagem

Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a


comunicação e a interação entre as pessoas. Esta se compõe de:

 Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra.


 Linguagem não verbal: tem outros tipos de unidade, como gestos, o
movimento, a imagem, etc.
 Linguagem mista: como as histórias em quadrinhos, o cinema e a TV, que
utilizam a imagem e a palavra.

9.2.2 Língua

É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias, por meio do qual as
pessoas se comunicam e interagem entre si.

9.2.3 Variações Linguísticas

Um dos traços de identificação de uma nação é a sua língua, que varia de acordo
com fatores diversos, tais como tempo, espaço, nível cultural e a situação em que um
indivíduo se manifesta verbalmente. Dito de outra forma, são as variações que uma língua

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
205

apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é


utilizada.

São exemplos de variações linguísticas a norma culta (língua padrão), os dialetos,


socioletos, idioletos, registros, etnoletos e ecoletos. Tais variações serão explicitadas a
seguir:

a) norma culta (língua padrão): a variedade linguística de maior prestígio social. É


padronizada em função da comunicação pública e da educação;
b) dialetos: variações faladas por comunidades geograficamente definidas,
originadas das diferentes entre região, idade, sexo, classes ou grupos sociais,
incluindo a própria evolução histórica da língua;
c) socioletos: variações faladas por comunidades socialmente definidas;
d) idioletos: variação linguística particular de uma pessoa;
e) registros: o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou
profissões;
f) etnoletos: variações linguísticas adotadas por um grupo étnico; e,
g) ecoletos: idioleto adotado por uma casa.

As variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidas não


apenas por seu vocabulário, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na
versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma
diferente em muitos dialetos. Outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes
socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.

As variedades linguísticas levam em consideração, ainda, a intencionalidade


discursiva, que dizem respeito às intenções, explícitas ou não, existentes na linguagem dos
interlocutores que participam de uma situação comunicativa.

Algumas definições são importantes para entender um pouco sobre comunicação,


segundo Monteiro & Monteiro (2009):

a) linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a


comunicação e a interação entre as pessoas;
b) língua é um sistema abstrato de regras, não só gramaticais, mas também
semânticas e fonológicas, por meio das quais a linguagem (ou fala) se revela;
c) variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo
com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada;
d) norma culta é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social;
e) norma popular são todas as variedades linguísticas diferentes da língua padrão.

O emissor envia uma mensagem, que tanto pode ser visual quanto escrita, a um
receptor. O receptor recebe a mensagem e, geralmente, dá uma resposta ao emissor. A
necessidade de resposta faz parte do processo de comunicação entre os seres humanos,
pois quando uma pessoa envia a mensagem e não recebe a resposta do receptor, o processo
de comunicação não se completa (MONTEIRO & MONTEIRO, 2009).

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
206

A gramática da Língua Portuguesa está dividida em grandes campos de estudo: a


fonética, a morfologia, a semântica e a sintaxe. A fonética estuda os sons da fala. A
morfologia estuda a forma das palavras e a representação gráfica. A semântica preocupa-se
não só com a representação gráfica do vocábulo, mas com seu significado. A sintaxe estuda
os termos que compõem uma oração. A oração pode apresentar um sujeito, terá sempre um
predicado, e pode ter ou não complementos (MONTEIRO & MONTEIRO, 2009).

9.3 Língua Oral e Língua Escrita

A língua oral e a língua escrita têm propriedades distintas, que variam de acordo
com o indivíduo que a utiliza, levando-se em conta a influência da cultura e do meio social
em que este vive. Porém, ambas se completam em determinados aspectos. No momento em
que cada indivíduo consegue se comunicar, conforme suas particularidades, a linguagem
tem, então, a sua função exercida.

O falante não escreve do mesmo modo que fala. Enquanto fala, a linguagem
apresenta maior liberdade no discurso, uma vez que não exige planejamento, podendo ser
enfática, redundante, com variados timbres e entonações. Na língua oral, de modo geral, o
falante não se prende à norma culta.

A escrita, por sua vez, mantém contato indireto entre escritor e leitor. A linguagem
escrita é mais objetiva, portanto, necessita de grande atenção e obediência às normas
gramaticais, caracterizando-se, assim, por frases completas, bem elaboradas e revisadas,
explícitas, vocabulário distinto e variado, clareza no diálogo e uso de sinônimos. Devido a
estes traços, esta é uma linguagem conservadora aos padrões estabelecidos pelas regras
gramaticais.

Tanto por meio da língua oral como da língua escrita, o indivíduo participa
efetivamente do seu meio social, comunicando-se, buscando acesso à informação,
expressando e defendendo seus pontos de vista, dividindo e/ou construindo visões de
mundo, produzindo novos conhecimentos.

Há particularidades na língua oral que, mais do que a diferenciam da língua escrita,


a tornam específica. São elementos exclusivos, tais como: gesticulação, fluidez das ideias
expostas, eficácia na correção da informação, dado que o falante tem o controle da
comunicação no momento de sua fala.

No que tange à linguagem escrita, além de esta ter como característica principal o
fato de ser, como ela própria se anuncia, escrita, reproduzida por textos, ela também
apresenta particularidades que a diferenciam da linguagem oral. A mais importante delas é a
correção gramatical, sobre a qual recaem a objetividade, a clareza e a coesão. Estas são
essenciais para que a comunicação ocorra, dado que emissor e receptor estão distantes,
podendo, inclusive, ser desconhecidos um do outro. Por isso a correção gramatical é tão
importante. Um texto apresentado de forma objetiva, com ideias claras, concisas é mais
facilmente compreendido pelo receptor e nele provocar o efeito desejado pelo emissor. A
produção do texto escrito se dá de forma coordenada, uma vez requer planejamento,
transformando sua estrutura sintática elegante, bem formada.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
207

Uma diferença que chama atenção entre a linguagem oral e a escrita é que na
primeira as falas podem se apresentar fragmentadas, desordenadas, incompletas, enquanto
que na segunda isto não ocorre. Outra característica particular que as difere é que na
linguagem escrita o vocabulário é muito variado e essencialmente conservador e
dependente do grau do nível de formalismo.

Enfim, pode-se afirmar que a fala e a escrita são dois modos bem diferentes, e em
alguns momentos complementares, de o usuário representar as suas experiências
linguísticas.

9.4 Funções da Linguagem

Por meio da linguagem, também se realizam diferentes ações: transmitem-se


informações, tenta-se convencer o outro a fazer (ou dizer) algo, assumem-se
compromissos, ordena-se, pede-se, demonstram-se sentimentos, constroem-se
representações mentais sobre o mundo. Enfim, pela linguagem organiza-se a vida em
diferentes aspectos.

Diferenciar que objetivo predomina em cada situação de comunicação auxilia a


compreender melhor o que foi dito.

As funções da linguagem estão centradas nos elementos da comunicação. Toda


comunicação apresenta uma variedade de funções, mas elas se apresentam hierarquizadas,
sendo uma dominante, de acordo com o enfoque que o destinador quer dar ou do efeito
que quer causar no receptor. A linguagem pode ter função emotiva, referencial, conativa,
fática, metalinguística ou poética. Sobre cada uma delas será tratado a seguir.

9.4.1 Função Emotiva (ou expressiva)

Centra-se no sujeito emissor e suscita a impressão de um sentimento


verdadeiro ou simulado. Observe-se o texto ilustrado pelo Quadro 1 a seguir.

Quadro 1 - Exemplificando a função emotiva

Não só baseado na avaliação do Guia da Folha, mas também por iniciativa própria,
assisti cinco vezes a “Um filme falado”. Temia que a crítica brasileira condenasse o
filme por não ser convencional, mas tive uma satisfação imensa quando li críticas
unânimes da imprensa. Isso mostra que, apesar de tantos enlatados, a nossa crítica
é antenada com o passado e o presente da humanidade e com as coisas que
acontecem no mundo. Fantástico! Parabéns, Sérgio Rizzo, seus textos nunca me
decepcionam”.

Luciano Duarte. Guia da Folha, 10 a 16 de junho 2005.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

Nota-se no texto ilustrado acima que o emissor emprega a primeira pessoa (eu):
(assisti, temia, tive, li...), aponta qualidades subjetivas, utilizando adjetivos (satisfação

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
208

imensa, críticas unânimes, fantástico...), advérbios (nunca me decepcionam), além de


recursos gráficos que indicam ênfase, ao utilizar ponto de exclamação (fantástico!). Destaca-
se aqui o ponto de vista do emissor, a sua percepção dos acontecimentos, característica da
função emotiva da linguagem.

9.4.2 Função Referencial (ou denotativa ou cognitiva)

Esta é a função da linguagem que aponta para o sentimento real das coisas. O texto
ilustrado pelo Quadro 2 revelará as nuances características da função referencial.

Quadro 2 - Exemplificando a função referencial

**** UM FILME FALADO – Idem. França/Itália/Portugal, 2003.

Direção: Manoel de Oliveira. Com: Leonor Silveira, John Malkovich,


Catherine Deneuve, Stefania Sandrelli e Irene Papas. Jovem
professora de história embarca com a filha em um cruzeiro que vai
de Lisboa a Bombaim. 96 min. 12 anos. Cinearte 1, desde 14. Frei
Caneca Unibanco Arteplex 7, 13h, 15h10, 17h20, 19h30 e 21h50.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

Observam-se neste segundo texto outros procedimentos colocados em destaque,


tais como: o uso da terceira pessoa, explicitado no trecho: ‘jovem professora de história
(ela)’; ausência de adjetivos, dado que a indicação de que o filme é bom aparece ilustrado
com 4 estrelinhas; ausência de expressões que indiquem a opinião do emissor (tais como,
‘eu acho, eu desejo,...’); emprego de um conjunto de informações que dizem respeito a
coisas do mundo real, tais como a exatidão dos horários, o endereço, os nomes próprios.
Este conjunto de procedimentos dá ao emissor a impressão de objetividade, como se a
informação traduzisse verdadeiramente o que acontece no mundo real, caracterizando a
função referencial ou informativa da linguagem.

9.4.3 Função Conativa (ou apelativa ou imperativa)

Este tipo de função centra-se no sujeito receptor e é eminentemente persuasória.


Observe-se o texto a seguir, apresentado no Quadro 3.

Quadro 3 - Exemplificando a função conativa

RESERVA CULTURAL

Você nunca viu cinema assim.


Não perca a retrospectiva especial de inauguração, com 50% de
desconto, apresentando cinco filmes que foram sucesso de público.
E, claro, de crítica também.
Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
209

Neste texto, o destaque está no destinatário. Para tanto, o emissor se valeu de


procedimentos, tais como: o uso da segunda pessoa (você); o uso do imperativo (Não perca!).
O resultado é a interação com o destinatário, procurando convencê-lo a realizar uma ação (ir
ao espaço cultural). Este tipo de função é característico dos textos publicitários, que, em geral,
procuram convencer ou persuadir o destinatário a dar uma resposta, que pode ser a mudança
de comportamento, de hábitos, como abrir conta em banco, frequentar determinados tipos
de lugares ou consumir determinado produto.

9.4.4 Função Fática (ou de contato)

A função fática da linguagem visa estabelecer, prolongar ou interromper a


comunicação e serve para verificar a eficiência do canal. É muito comum em conversações
cotidianas. Aqui o emissor usa procedimentos para manter o contato físico ou psicológico
com o interlocutor, como, por exemplo, ao iniciar uma conversa telefônica (‘Alô!’) ou ainda
utilizando fórmulas prontas para dar continuidade à conversa, como no caso de: ‘aham,
hum, bem, como?, pois é’. Este tipo de mensagem serve para manter o contato, sustentar
ou alongar (ou mesmo interromper) a conversa.

9.4.5 Função Metalinguística

Este tipo de função consiste numa recodificação e passa a existir quando a


linguagem fala dela mesma. Checa se o emissor e receptor estão usando o mesmo
repertório. Por exemplo, quando o emissor quer precisar, esclarecer o que está querendo
dizer e utiliza ‘eu quis dizer que’, ‘que quero dizer que esta palavra poder ser substituída por
outra mais precisa, que desse a entender que...’. Um exemplo comum da aplicação da
função metalinguística está no preenchimento de palavras cruzadas, na consulta a um
dicionário. Aqui, faz uso da linguagem (o código) para falar, explicar, descrever o próprio
código linguístico.

9.4.6 Função Poética

A função poética da linguagem é aquela em que o emissor valoriza o texto na sua


elaboração, utilizando a combinação de palavras, figuras de linguagem, exploração dos
sentidos e sentimentos. Embora mais comum nos textos literários, especialmente nos
poemas, dada a sua subjetividade, é bastante utilizada em anúncios publicitários, além de
aliar-se também aos demais tipos de função, sobretudo a emotiva. A função poética ocupa-
se mais em como dizer o que se deseja do que o que dizer. Atente-se para o texto a seguir,
ilustrado pelo Quadro 4.

Quadro 4 - Exemplificando a função poética


Subi a porta e fechei a escada.
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.
Desliguei a cama e deitei-me na luz
Tudo porque ele me deu um beijo de boa noite...

[Autor anônimo]
Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
210

Observa-se a falta de lógica no texto, a tentativa de o autor fugir das formas


habituais, dando ênfase a sua forma de expressão, não levando em conta apenas ‘o que’,
mas ‘como’ ele queria dizer.

9.5 Tipologia Textual e Gêneros Textuais

Tipologia é a ciência que estuda os tipos. É muito utilizada para definir diferentes
categorias. No que diz respeito ao texto, a tipologia busca estudar as suas características,
sua composição, como ele vai ser apresentado no seu processo de criação, se por uma
narração, descrição, argumentação ou exposição, por exemplo. Quanto ao gênero textual,
este se refere às mais variadas formas de expressão de um texto.

9.5.1 Tipos Textuais

O texto é uma unidade linguística concreta, percebida tanto pela audição, a fala,
quanto pela visão, a escrita, composto por unidade de sentido e intencionalidade
comunicativa. Há dois elementos essenciais que devem ser observados na produção
textual: a coesão – que diz respeito às articulações gramaticais existentes entre palavras,
orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto, que garantem sua conexão
sequencial; e a coerência – que é o resultado da articulação das ideias de um texto, a sua
estruturação lógica semântica, que permite que numa situação discursiva palavras e frases
componham um todo significativo para os interlocutores.

Quando se fala em tipologia textual, normalmente atenta-se para a divisão


tradicional dos textos: a descrição, a narração e a dissertação. Entretanto, os tipos de textos
extrapolam esta tríade.

9.5.1.1 Texto Descritivo

A descrição usa um tipo de texto em que se faz um retrato falado de uma pessoa,
animal, objeto ou lugar. A classe de palavras mais utilizada nesta produção é o adjetivo,
pela sua função caracterizadora, dando ao leitor uma grande riqueza de detalhes. A
descrição, ao contrário da narração, não supõe ação. É uma estrutura pictórica, em que os
aspectos sensoriais predominam. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior
em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens, conforme permita sua
sensibilidade.

9.5.1.2 Texto Narrativo

Esta é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou real, ocorrido
num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de
anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.

Em geral, a narrativa se desenvolve em prosa. O narrar surge da busca de


transmitir, de comunicar qualquer acontecimento ou situação. A narração em primeira
pessoa pressupõe a participação do narrador (narrador enquanto personagem) e em terceira
pessoa mostra o que ele viu ou ouviu (narrador enquanto observador). Na narração

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
211

encontram-se, ainda, os personagens (principais ou secundários), o espaço (cenário) e o


tempo da narrativa.

9.5.1.3 Texto Dissertativo

Neste tipo de texto há posicionamentos pessoais e exposição de ideias. Tem por


base a argumentação, apresentada de forma lógica e coerente, a fim de defender um
ponto de vista. É a conhecida “redação” de cada dia. É a modalidade mais exigida nos
concursos, já que requer dos candidatos um conhecimento de leitura do mundo, como
também um bom domínio da norma culta. Embora o texto dissertativo exponha os
posicionamentos de quem escreve, é importante salientar que estes devem aparecer
implícitos no texto, não sendo permitida a utilização da primeira pessoa do singular. Salvo
em alguns casos, a primeira pessoa do plural aparece no texto, porém recomenda-se o uso
da impessoalidade no texto de uma forma geral. O texto dissertativo estrutura-se
basicamente em: ideia principal (introdução), desenvolvimento (argumentos e aspectos que
o tema envolve) e conclusão (síntese da posição assumida).

9.5.1.4 Texto Expositivo

Apresenta informações sobre determinados assuntos, expondo ideias, explicando e


avaliando. Como o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma
determinada situação.

As exposições orais ou escritas entre professores e alunos numa sala de aula, os


livros e as fontes de consulta, são exemplos desta modalidade.

9.5.1.5 Texto Injuntivo

Este tipo de texto indica como realizar uma determinada ação. Ele normalmente
pede, manda ou aconselha. Utiliza linguagem direta, objetiva e simples. Os verbos são, em
sua maioria, empregados no modo imperativo.

Bons exemplos deste tipo de texto são as receitas de culinária, os manuais,


receitas médicas, editais, etc.

9.5.2 Gêneros Textuais

Muitos confundem os tipos de texto com os gêneros. No primeiro, eles funcionam


como modos de organização, sendo limitados. No segundo, são os chamados textos
materializados, encontrados no cotidiano. Eles são muitos, apresentando características
sociocomunicativas definidas por seu estilo, função, composição conteúdo e canal.

Assim, quando se escreve um bilhete ou uma carta, quando se envia ou s e


recebe um e-mail ou usam-se os chats das redes sociais, utilizam-se diversos gêneros
textuais. Entrevistas, cardápios, horóscopos, telegrama, telefona, lista de compras, blogs,
agendas, são exemplos de gêneros textuais.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
212

9.6 Ortografia e Emprego de Algumas Palavras e Expressões

Esta seção apresenta, de forma sucinta, o emprego de algumas palavras e


expressões, apresentando definições e exemplos.

 Cessão/Sessão/Seção (ou Secção):

Cessão é o ato de ceder. Ex.: A cessão do terreno para a construção de uma creche
agradou a todos. Ele fez a cessão de seus direitos autorais àquela instituição; sessão é o
intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembleia. Ex.: A Câmara reuniu-se em
sessão extraordinária. Assistimos a uma sessão de cinema; e seção (ou secção) significa
parte de um todo, corte, subdivisão. Ex.: Compramos os presentes na seção de brinquedos.
Lemos na seção de Economia que a gasolina vai aumentar.

 Porquê/Porque/Por quê/Por que:

Porquê: quando for um substantivo, equivale à causa, motivo, razão, e vem


precedido dos artigos o(os), um(uns). Ex.: Não me interessa o porquê de sua ausência.
Porque: quando se introduz uma explicação. Equivale a ‘pois’. Ex.: Carlos, venha porque
preciso de você! Por quê: no final de perguntas. Ex.: Ademar não veio, por quê? Por que: a)
na frase interrogativa direta. Ex.: Por que você não veio?; b) quando equivale a ‘pelo qual’ e
suas flexões. Ex.: Esta é a rua por que meu filho e eu passamos; c) na construção igual à
anterior, no entanto, fica subentendido o antecedente do pronome relativo (razão, motivo,
causa). Ex.: Eis (a razão, o motivo) por que não te amo mais. Obs.: Lembre-se de que a
palavra QUE, em final de frase, deve ser acentuada por ser um monossílabo tônico
terminado em E. Ex.: Você vive de quê?

 Onde/Aonde:

Emprega-se aonde com os verbos que dão ideia de movimento. Equivale sempre a
‘para onde’. Ex.: Aonde você nos leva com tal rapidez? Aonde você vai com tanta pressa?
Caso o verbo não dê ideia de movimento, emprega-se onde. Ex.: Onde você mora? Não sei
onde encontrá-lo.

 Mau/Mal:

Mau é sempre um adjetivo (seu antônimo é bom). Refere-se a um substantivo. O


seu plural é ‘maus’, e a forma feminina é ‘má’. Ex.: Escolheu um mau momento para sair. O
senhor não é mau aluno. Mal pode ser: a) advérbio de modo (seu antônimo é bem). Ex.: Essa
carta está mal redigida. Na festa, ele se comportou mal; b) conjunção temporal (equivale a
assim que). Ex.: Mal começou a cantar, todos vaiaram. Mal ela chegou, o casal foi embora; c)
substantivo (nesse caso, virá precedido de artigo ou outro determinante); o seu plural é
‘males’. Ex.: Era um mal para o qual não havia remédio. Estava acometida de um mal
incurável.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
213

 Há/A/Ah:

Na indicação de tempo, emprega-se ‘Há’ para significar tempo transcorrido


(equivale a faz). Ex.: Há dois anos que ela não aparece por aqui. Luciana formou-se em
Psicologia há quatro anos. ‘A’ é empregado para indicar futuro. Ex: A formatura será daqui a
duas semanas. Daqui a um mês devo tirar férias. Embora menos usual, emprega-se ‘Ah’ em
frases exclamativas ou que demonstrem espanto, surpresa. Ex.: Ah, que lindo dia
amanheceu!

 Senão/Se não:

Senão equivale a ‘caso contrário’. Ex.: Devemos entregar o trabalho no prazo, senão
o contrato será cancelado. Espero que faça bom tempo amanhã, senão não poderemos ir à
praia. Existe também o substantivo ‘senão’, que significa mácula, defeito. Nesse caso, vem
precedido de artigo ou outro determinante. Ex.: Ele só tem um senão: não gosta de
trabalhar. Em relação a ‘se não’, equivale a caso não, se por acaso não: inicia orações
adverbiais condicionais. Ex.: A festa será amanhã à noite, se não ocorrer nenhum imprevisto.
Se não chover amanhã, poderemos ir à praia.

 Ao invés de/Em vez de:

Ao invés de significa ‘ao contrário de’. Ex.: Ao invés do que previu a meteorologia,
choveu muito ontem. Em vez de significa ‘no lugar de’. Ex.: Em vez de jogar futebol,
preferimos ir ao cinema.

 Ao encontro de/De encontro a:

Ao encontro rege a preposição de e significa estar ‘a favor de’, ‘caminhar para’. Ex.:
Aquelas atitudes iam ao encontro do que eles pregavam. De encontro rege a preposição a e
significa ‘em sentido oposto’, ‘contra’. Ex.: Sua atitude veio de encontro ao que eu desejava:
meus planos foram por ‘água abaixo’.

 Acerca de/Há cerca de:

Acerca de é uma locução prepositiva, que equivale a ‘a respeito de’. Ex.: Discutimos
acerca da melhor saída para o caso. Há cerca de é uma expressão em que o verbo haver
indica tempo transcorrido; equivale a ‘faz’. Ex.: Há cerca de uma semana, discutíamos a
melhor decisão a tomar.

 A fim de/Afim:

A fim de é uma locução prepositiva que indica finalidade. Ex.: Ele saiu cedo, a fim de
não perder a carona. Afim é adjetivo e significa ‘semelhante’, que apresenta ‘afinidade’. Ex.:
O genro é um parente afim. Tratava-se de ideias afins.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
214

 Demais/De mais:

Demais é advérbio de intensidade e equivale a ‘muito’. Ex.: Elas falam demais.


Demais também pode ser usado como substantivo (neste caso, virá precedido de artigo ou
outro determinante), significando os restantes. Ex.: Chamaram onze jogadores para jogar; os
demais ficaram no banco. De mais é locução prepositiva e possui sentido oposto a ‘de
menos’. Ex.: Não haviam feito nada de mais.

 À-toa/À toa:

À-toa é um adjetivo (refere-se, pois, a um substantivo) e significa ‘impensado’,


‘inútil’, ‘desprezível’. Ex.: Ninguém lhe dava valor, era considerada uma pessoa à-toa. À toa é
um advérbio de modo, significa ‘a esmo’, ‘sem razão’, ‘inutilmente’. Ex.: Andavam à toa
pelas ruas.

 A par/Ao par:

A par é usado, normalmente, com o sentido de estar bem informado, ter


conhecimento. Ex.: Após a confissão, ficamos a par de tudo. Ao par é usado para indicar
equivalência cambial. Ex.: O dólar e o marco estão ao par (isto é, têm o mesmo valor).

 Tampouco/Tão pouco:

Tampouco é advérbio e significa ‘também não’. Ex.: Não realizou a tarefa,


tampouco apresentou qualquer justificativa. Em Tão pouco, temos o advérbio de
intensidade ‘tão’ modificando ‘pouco’, que pode ser advérbio ou pronome indefinido. Ex.:
Estudamos tão pouco esta semana! (tão modifica o advérbio pouco). Ex.: Tenho tão pouco.

 Ter de/Ter que:

Ter de indica obrigatoriedade. Ex.: Para ser aprovado, tenho de fazer o teste.
Ter que indica permissividade. Ex.: Tenho que ser eleito para ser respeitado (é uma
probabilidade, não uma imposição).

9.7 Pontuação

Na língua escrita, certos recursos da língua oral, principalmente as pausas e


entoações, são representados pelos sinais de pontuação (FERREIRA, 2007). Observa-se a
seguir o uso da vírgula, que indica uma pausa entre as orações, e suas várias situações.

 A vírgula entre os termos da oração:

Entre os termos da oração, usa-se a vírgula nas seguintes situações:

a) para separar os núcleos de um termo. Ex.: O milharal, a horta, o pasto e a mata


ficaram mais verdes com as chuvas.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
215

b) para isolar o aposto. Ex.: Rubem Braga, o maior cronista brasileiro, nasceu no
Espírito Santo.
c) para isolar o vocativo. Ex.: Joel, você acompanhou o processo?
d) para isolar adjuntos adverbiais deslocados. Ex.: O advogado analisou o
documento com muito cuidado. Com muito cuidado, o advogado analisou o
documento.
e) para indicar a elipse do verbo. Ex.: A igreja era grande e pobre. Os altares,
humildes.
f) para isolar determinadas expressões explicativas. Ex.: Os bombeiros salvaram
toda a família, isto é, o casal e os dois filhos.
Em alguns casos, a vírgula é proibida. São eles:

a) entre o sujeito e o predicado. Ex.: A irmã de Maria não tinha interesse pelo
padeiro;
b) ente o verbo e o objeto (direto ou indireto);
c) ente o nome e seus adjuntos adnominais;
d) entre o nome e seu complemento nominal.

 A vírgula entre orações:

Dependendo da relação sintática entre duas orações em um período composto, a


vírgula pode ser obrigatória, opcional ou proibida. Quanto à obrigatoriedade, observam-se
os seguintes casos:

a) oração coordenada+oração coordenada. Ex.: Pegou um livro, procurou uma


página, fez algumas anotações. Obs.: entre duas orações coordenadas ligadas
pela conjunção e, a vírgula é proibida;
b) oração subordinada adverbial+oração principal. Ex.: Quando eles se mudaram
para lá (or. subord. adverbial), a cidade ainda era uma vila (oração principal);
c) oração principal+oração subordinada adjetiva explicativa. Ex.: Ele sonha em
visitar a Grécia (oração principal), que é o berço da civilização ocidental (oração
subord. adjetiva explicativa).

A vírgula é proibida nos seguintes casos, conforme ilustram os exemplos:

a) oração principal+oração subordinada substantiva. Ex.: Ninguém desconhece


(oração principal) que a situação da empresa é fácil (or. subord. substantiva);
b) oração principal+oração subordinada adjetiva restritiva. Ex.: Na época das
chuvas, os rios que cortam a região (or. subord. adjetiva restritiva) inundam as
pastagens.

O ponto e vírgula indica uma pausa um pouco mais longa que a vírgula e um pouco
mais breve que um ponto no texto (FERREIRA, 2007). É usado em 3 casos, conforme descrito
e exemplificado a seguir:

a) entre orações coordenadas que já apresentam vírgulas. Ex.: A juíza atribuiu ao


réu, depois de analisadas as provas constantes dos autos, a responsabilidade

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
216

pelo crime; as testemunhas foram ouvidas em separado para confrontar as


informações.
b) entre orações coordenadas longas. Ex.: Os velhos cronistas são unânimes em
dizer que o marido consolou grandemente a esposa do boticário; e notam com
perspicácia...;
c) entre os itens de leis, decretos, regulamentos, etc. Ex.: Art. 153. Compete à
União instituir impostos sobre: I. Importação de produtos estrangeiros; II.
Exportação de produtos nacionais;...

Em relação a dois pontos, estes são usados para iniciar citações, explicações,
esclarecimentos; para iniciar sequência de elementos discriminativos (enumerativos); no
discurso direto, caracterizando um diálogo (SIMÕES, 2012).

As reticências indicam uma interrupção na sequência normal da frase e são


empregadas para: indicar indecisão, surpresa ou dúvida na fala de uma pessoa; indicar em
diálogo a interrupção de uma fala; sugerir ao leitor que complete um raciocínio; indicar a
exclusão de trechos de um texto (FERREIRA, 2007).

Os parênteses são utilizados para marcar a intercalação de palavras, expressões ou


orações explicativas que se queira destacar; na transcrição de siglas após o nome da
entidade ou órgão em extenso; para indicar referências e datas (SIMÕES, 2012).

O ponto é usado para indicar o fim de um período; em abreviaturas; na separação


de casas decimais; em leis, decretos e artigos (SIMÕES, 2012).

9.7.1 Exercícios Propostos

1) Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação
que devem preencher as lacunas da frase abaixo:

“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem ser consideradas ____ uma é
a contribuição teórica que o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter”.

a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula


b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
d) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
e) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.

2) Assinale o exemplo em que há emprego incorreto da vírgula:

a) como está chovendo, transferi o passeio;


b) não sabia, por que todos lhe viravam o rosto;
c) ele, caso queira, poderá vir hoje;
d) não sabia, porque não estudou;
e) o livro, comprei-o por conselho do professor.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
217

3) Assinale o trecho sem erro de pontuação:

a) vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos informe a situação econômica da firma em
questão;
b) cientificamo-lo de que na marcha do processo de restituição de suas contribuições,
verificou-se a ausência da declaração de beneficiários;
c) o Instituto de Previdência do Estado, vem solicitar de V.Sa. o preenchimento da
declaração;
d) encaminhamos a V.Sa., para o devido preenchimento, o formulário em anexo;
e) estamos remetendo em anexo, o formulário.
4) Assinale as frases em que as vírgulas estão incorretas:

a) ora ríamos, ora chorávamos;


b) amigos sinceros, já não os tinha;
c) a parede da casa, era branquinha branquinha;
d) Paulo, diga-me o que sabe a respeito do caso;
e) João, o advogado, comprou, ontem, uma casa.

5) Observe:
1) depois de muito pedir () obteve o que desejava;
2) se fosse em outras circunstâncias () teria dado tudo certo;
3) exigiam-me o que eu nunca tivera () uma boa educação;

4) fez primeiramente seus deveres () depois foi brincar;

Assinale a alternativa que preencha mais adequadamente os parênteses:


a) (;) (,) (:) (;); d) (?) (,) (,) (:);
b) (,) (;) (:) (;); e) (,) (;) (.) (;).
c) (,) (,) (:) (;);

6) Assinale o item em que as vírgulas estão empregadas corretamente:

I - Foi ao fundo da farmácia, abriu um vidro, fez um pequeno embrulho e entregou ao


homem.
II - A sua fisionomia estava serena, o seu aspecto tranquilo.
III - E o farmacêutico, sentindo-se aliviado do seu gesto, sentira-se feliz diante de suas
lembranças.
IV - Quando, vi que não servia, dei às formigas, e nenhuma morreu.

a) I - IV
b) II - III
c) II - IV
d) I - II
e) I - III

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
218

9.8 Crase

Esta seção abordará o uso da crase. De acordo com Zambeli (2014), ocorre a crase
nas seguintes situações.

a) preposição A + artigo A. Ex.: Eles foram à praia no fim de semana;


b) preposição A + pronome relativo A QUAL. Ex.: A aluna à qual me refiro é
estudiosa;
c) preposição A + pronome demonstrativo. Ex.: A minha blusa é semelhante à de
Maria (no sentido de àquela).
d) preposição A + pronome demonstrativo AQUELE. Ex.: Ele fez referência àquele
aluno.

Algumas dicas podem ajudar quanto ao emprego da crase. Observe os casos a


seguir:
a) substitua a palavra feminina por outra masculina correlata. Surgindo a
combinação AO, haverá crase. Ex.: Nunca fui indiferente às professoras (AOS
PROFESSORES);
b) substitua o demonstrativo Aquele(s), Aquela(s), Aquilo por ‘a este(s)’, ‘a esta(s)’,
‘a isto’. Mantendo-se a lógica, haverá crase. Ex.: Ele fez referência àquele aluno.
Não entregarei isso àquelas turmas;
c) antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se disser
VOLTO DA, haverá acento indicativo de crase; se disser VOLTO DE, não ocorrerá
o acento. Ex.: Vou à Bahia (volto da). Vou a São Paulo (volto de). Se o nome do
lugar estiver acompanhado de uma característica (adjunto adnominal), o acento
será obrigatório. Ex.: Vou a Portugal. Vou à Portugal das grandes navegações;
d) nas locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais. Ex.: à frente de; à espera de;
à procura de; à noite; à tarde; à esquerda; à direita; às vezes; às pressas; à
medida que; à proporção que; à toa; à vontade, etc.;
e) na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a hora pela expressão
“meio-dia”; se aparecer AO antes de “meio-dia”, deve colocar o acento,
indicativo de crase no A. Ex.: Ele saiu às duas horas e vinte minutos (ao meio dia).
Ele está aqui desde as duas horas (o meio-dia).

Observam-se a seguir alguns casos em que a crase é opcional e outros onde a


mesma não deve ocorrer.

 Uso opcional da crase:

a) antes de nomes próprios femininos. Ex.: Entreguei o presente a Ana (ou à Ana);
b) antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no singular. Ex.: Fiz alusão a
minha amiga (ou à minha amiga). Mas não fiz à sua;
c) depois da preposição ATÉ. Ex.: Fui até a escola (ou até à escola).

 Não ocorre a crase:

a) antes de palavras masculinas. Ex.: Ele saiu a pé. Só vendem a prazo nesta loja;

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
219

b) antes de verbos no infinitivo. Ex.: Estou disposto a colaborar com ele. Começou a
chover agora;
c) antes de artigo indefinido. Ex.: Fomos a uma lanchonete no centro. Encaminhou
o documento a uma gerente;
d) antes de pronomes pessoais, indefinidos e demonstrativos. Ex.: Passamos os
dados do projeto a ela. Eles podem ir a qualquer restaurante. Refiro-me a esta
aluna;
e) antes de QUEM e CUJA. Ex.: A pessoa a quem me dirigi estava atrapalhada. O
restaurante a cuja dona me referi é ótimo;
f) depois de preposição. Ex.: Eles foram para a praia. Estava perante a juíza;
g) quando o “A” estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural.
Ex.: Refiro-me a pessoas que são competentes;
h) em locuções formadas pela mesma palavra: cara a cara, lado a lado, face a face,
passo a passo, frente a frente, dia a dia, etc. Ex.: Tomei o remédio gota a gota;
i) antes de pronomes de tratamento iniciados por SUA ou VOSSA. Ex.: Enderecei a
correspondência a SUA SENHORIA.

9.8.1 Exercícios Propostos

1) (ITA – SP) Dadas as afirmações:

(1) Tudo correu as mil maravilhas.


(2) Caminhamos rente à parede.
(3) Ele jamais foi a festas.

Verificamos que o uso do acento indicador da crase no “a” é obrigatório:


a) apenas na sentença nº 1
b) apenas na sentença nº 2
c) apenas nas sentenças nº 1 e 2
d) em todas as sentenças

2) Preencha as lacunas empregando os termos que melhor se adequarem, levando em


consideração a norma padrão da linguagem:

a) Estou ____ procura de alguns amigos de infância que não vejo há anos.
b) Voltei ____ colégio depois de ter passado por tantas privações.
c) Gostei muito do frango ____ milanesa que degustamos hoje no almoço.
d) Quando vamos ____ fazenda, adoro andar ____ cavalo e ____ pé. Esta atividade é uma
ótima alternativa para aliviar ____ tensões.
e) Os sapatos ____ moda Luís XV fizeram parte do passado de muitas mulheres.

3) Assinale a frase onde a crase foi empregada incorretamente:

a) Iremos à fazenda amanhã.


b) A professora fez críticas à algumas alunas.
c) Ela está à espera de vocês.
d) Vou à biblioteca depois da aula.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
220

4) Complete as lacunas corretamente: "Ontem, assisti ___ filme com meu namorado, depois
fomos ___ lanchonete e pedimos dois lanches. Não ficamos ___ vontade quando o
garçom ficou nos rodeando enquanto olhávamos o menu, então desistimos e fomos
embora, para jantar em outro local. O problema era que ___ era ___ única lanchonete
aberta, então voltamos para minha casa e pedimos uma pizza".

a) aquele - a - à - àquela – a
b) àquele - à - há - aquela – a
c) àquele - à - à - aquela – a
d) aquele - a - há - àquela – a

9.9 Acentuação Gráfica

As regras de acentuação devem ser respeitadas na elaboração de um texto


(ZAMBELI, 2014), bem como deve ser dada atenção ao Novo Acordo Ortográfico, que
acrescentou ao alfabeto as letras, K, Y e W, aboliu o uso do trema, além alguns acentos em
casos específicos, e também modificou o uso do trema. Observem-se algumas regras a
seguir.

 Palavras proparoxítonas:

Todas as palavras proparoxítonas recebem acento. Ex.: lâmpada – rápido – córrego


– rígido – pânico.

 Palavras paroxítonas:

São acentuadas as palavras paroxítonas, de acordo com as seguintes regras:

a) palavras terminadas em ditongo crescente (seguidas ou não de “s”). Ex.: sábio –


régua – farmácia – espontâneo – mágoa;
b) palavras terminadas em: Ã, ÃS, ÃO, ÃOS. Ex.: ímã – órfãs – órgão – bênçãos;
c) palavras terminadas em: EI, EIS. Ex.: jóquei – pônei – fósseis – úteis;
d) palavras terminadas em: I, IS. Ex.: táxi – biquíni – lápis – júri – íris;
e) palavras terminadas em: ON, OM, NOS. Ex.: Nélson – rádom – próton – nêutrons;
f) palavras terminadas em: L, N, R, X, PS. Ex.: sensível – hífen – caráter – tórax –
bíceps;
g) palavras terminadas em: UM, UNS, US. Ex.: Ônus, álbum, médiuns

Atenção: é importante observar que não se acentuam os vocábulos paroxítonos


terminados em EM, ENS. Ex.: item, homem, itens, hifens, homens.

 Palavras oxítonas:

São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em: A, E, O (seguidas ou não de


“s”), EM, ENS. Ex.: sofá – café – cipó – você – porém – parabéns.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
221

 Hiato:

Acentuam-se o I e o U tônicos, quando formam sílabas sozinhos ou com “s” e vêm


precedidos de vogal. Ex.: saída – faísca – uísque – influí – reúne – egoísta – destruí-lo – baú –
juízes – saúde.

Atenção: é importante observar que não se acentuam o I e U quando seguidos de


NH: rainha, bainha, ladainha; não se acentuam o I e U quando formarem sílabas com outra
letra que não seja “s”: cairmos, juiz, ruim, defini-lo; não se acentuam o I e U quando
formarem ditongo: gratuito, fluido, fortuito, intuito. De acordo com a nova regra, as palavras
paroxítonas que têm i ou u tônicos precedidos por ditongos não serão mais acentuadas.
Assim, escreve-se feiura, baiuca. Esta regra não vale quando se trata de palavras oxítonas.
Nestes casos, o acento permanece. Assim, continua correto Piauí, teiús, tuiuiú. Observa-se
ainda que foram eliminados os acentos circunflexos nos hiatos OO/EE: enjoo, perdoo,
magoo, voo, abençoo; creem, deem, leem, releem, veem, preveem.

 Ditongos abertos:

Acentuam-se os ditongos tônicos e abertos ÉI, ÓI, ÉU. Ex.: anzóis – chapéu – troféu
– lençóis – pincéis. De acordo com a nova regra, o acento agudo foi eliminado nos ditongos
abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, tais como assembleia, boleia, epopeia, ideia,
jiboia, paleozoico, paranoia, onomatopeia.

 Trema:

O trema foi abolido de todas as palavras da língua portuguesa. Porém, o trema é


mantido em nomes próprios estrangeiros e suas derivações, tais como Bündchen,
Schönberg, Müller e mülleriano.

 Acento diferencial:

O acento diferencial, conforme o próprio nome diz, diferencia a intensidade de


alguns vocábulos com relação a seus homógrafos átonos. De acordo com a nova regras,
permanecem apenas aqueles relativos ao vocábulo ‘por’ para diferenciar o verbo (pôr) da
preposição (por), bem como na flexão verbal ‘pode’ (presente do indicativo) e ‘pôde’
(pretérito perfeito do indicativo). Deixaram de existir nos seguintes casos:

a) para (verbo), que se diferenciava da preposição para;


b) pelo (substantivo), que se diferenciava da preposição pelo;
c) polo (substantivo), que se diferenciava da preposição polo (grafia antiga, em
desuso);
d) pera (substantivo), que se diferenciava da preposição pera (grafia antiga, em
desuso).

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
222

9.9.1 Exercícios Propostos

1) (Fac. Med. Itajubá) Os dois vocábulos de cada item devem ser acentuados graficamente,
exceto:

a) herbivoro – ridiculo
b) logaritmo – bambu
c) miudo – sacrificio
d) caranauba – germen
e) Biblia – hieroglifo

2) Nos provérbios abaixo os acentos foram suprimidos. Recoloque-os quando necessário:

a) O homem que le vale mais.


b) Quem ve cara não ve coração.
c) Depois da tempestade vem a bonança.
d) Há males que vem para o bem.
e) Quem tem boca vai à Roma.

3) Analise os vocábulos abaixo agrupando-os de acordo com as regras de acentuação:

África – fóssil – método – possível – pé – coração – álbum – tórax – cajá - armazém –


lâmpada.

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9.10 Concordância e Regência

Esta seção tratará sobre concordância e regência, nominal e verbal, a partir de


definições e exercícios propostos.

9.10.1 Concordância Nominal

Refere-se à concordância nominal o princípio no qual toda palavra variável


referente ao substantivo deve se flexionar para se adaptar a ele. Como regra geral, toda
palavra variável associada a um substantivo concorda com ele. Ex.: Ganhei de presente estes
dois antigos livros italianos.

Em relação ao adjetivo, quando este vier depois de dois ou mais substantivos,


concorda com o último ou vai facultativamente para o plural, no masculino, se pelo menos
um deles for masculino, ou para o plural feminino, se todos eles estiveres no feminino. Ex.:
Ternura e amor humano; Amor e ternura humana; Ternura e amor humanos.

Quando o adjetivo vier antes de dois ou mais substantivos, concorda com o mais
próximo. Ex.: Mau lugar e hora; Má hora e lugar.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
223

Quando dois ou mais adjetivos se referirem a um substantivo, este vai para o


singular ou plural. Ex: O poder temporal e o espiritual. Os poderes temporal e espiritual.

Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um substantivo e o determinando,


este vai para o plural. Ex.: Encerraram-se as aulas das séries terceira, quarta e quinta.

As expressões ‘um e outro’, ‘nem um nem outro’ são seguidas de um substantivo


que não varia, permanecendo no singular. Ex.: Um e outro aspecto. Nem um nem outro dia.

No caso da expressão ‘um e outro’ vir antes de um substantivo e de um adjetivo, o


substantivo vai para o singular e o adjetivo vai para o plural. Ex.: Um e outro processo
arquivados.

Em relação ao particípio, este concorda com o substantivo. Ex.: Feitas as análises,


seguimos com o processo. Estabelecidas as regras, prosseguimos com o jogo.

As palavras ‘anexo’, ‘incluso’, ‘mesmo’, ‘próprio’ concordam com o substantivo a


que se referem. Ex.: Os depoimentos vão anexos aos autos. Seguem inclusos os documentos
solicitados. Ela mesma disse que não viria hoje. Eles próprios admitiram o erro.

A palavra ‘meio’, quando relativa à metade, é um adjetivo e concorda com o


substantivo a que se refere. Ex.: Tomei meio litro de soro. Ela comeu meia barra de
chocolate. No entanto, quando designa ‘um tanto’, se trata de um advérbio, referindo-se a
um adjetivo, ficando, portanto, invariável. Ex.: Ela parecia meio cansada de tanta novidade.
Ele deixou a janela meio aberta.

9.10.2 Concordância Verbal

Princípio no qual o verbo deve se flexionar para se ajustar ao sujeito da oração. Em


relação ao sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo do sujeito simples em pessoa e
número. Ex.: Ele foi à praia. Elas foram ao cinema.

Em relação ao sujeito composto, anteposto ao verbo, observam-se as regras mais


comuns:

a) como regra geral, com elementos coordenados de terceira pessoa, o verbo vai
para o plural (Água, luz e telefone terão aumento de tarifa no próximo
semestre);
b) se formado por palavras sinônimas, o verbo vai para o plural ou concorda com o
núcleo mais próximo (Desânimo e tristeza caracteriza/caracterizam aquele
paciente);
c) se formado por palavras em gradação ou numeração, idem alínea b) (Um mês,
um ano, uma década de ditadura não calou/calaram o povo brasileiro);
d) quando formado por pessoas gramaticais diferentes: eu+tu+ele, o verbo vai para
a 1ª pessoa do plural (Eu, tu e ele chegaremos primeiro à escola); eu+tu ou
eu+ele, o verbo vai para a 1ª pessoa do plural (Eu e tu vamos ao cinema; Eu e ele

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
224

vamos ao cinema); tu+ele, o verbo vai para a 2ª ou 3ª pessoa do plural (Tu e ele
voltareis logo a São Paulo; Tu e ele voltarão logo a São Paulo);
e) quando seguido de ‘tudo’, ‘nada’, ‘ninguém’, ‘nenhum’, ‘cada um’, significa um
aposto resumidor, com o verbo colocado no singular (Desvios, fraudes, roubos,
tudo acontecia naquela repartição).

Em relação ao sujeito composto, posposto ao verbo, observam-se as principais


regras:

a) como regra geral, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais
próximo (Acertaram-lhe a alma a lança e a espada; Acertou-lhe a alma a lança e a
espada);
b) quando a ação for reflexiva, o verbo vai para o plural (Deram-se as mãos a
tristeza e a saudade);
c) quando os sujeitos são ligados por ‘com’ (equivalendo a ‘e’) e a ação verbal é
atribuída a todos os elementos, o verbo vai para o plural (O diretor com os
coordenadores do curso elaboraram o conteúdo programático);
d) quando os sujeitos são ligados por ‘com’ (equivalendo a ‘em companhia de’),
realçando com a ação verbal do antecedente, o verbo concorda com este (O
diretor, com todos os professores, resolveu alterar as matrizes curriculares);
e) no caso dos sujeitos ligados por ‘nem’, o verbo vai para o plural (Nem Maria nem
Marta chegaram mais cedo).

9.10.3 Regência Nominal

Relação de interdependência entre o nome e o termo que lhe serve de


complemento (FERREIRA, 2007). Exemplos: adepto de; alheio a; ansioso por, para; apto a,
para; aversão a, por; contente com, por, de; relativo a; residente em; simpatia a, por.

9.10.4 Regência Verbal

Relação de interdependência entre o verbo e seu complemento (geralmente o


objeto). As principais regras de regência, segundo Ferreira (2007), são:

a) ir e chegar: exigem preposição a;


b) obedecer/desobedecer: exigem preposição a;
c) esquecer/lembrar: com pronome oblíquo, exigem de (Esqueci-me de
você/Lembrei-me de você); sem o pronome oblíquo, não exigem preposição
(Esqueci você/Lembrei você);
d) assistir: significando ver, exige preposição a;
e) preferir: exige 2 objetos, um sem preposição e outro com preposição a (Os
brasileiros preferem o futebol ao vôlei);
f) simpatizar/antipatizar: não admitem pronome oblíquo me, te, nos, vos, se (Por
que você não simpatizou com a nova diretora?);
g) pagar/perdoar: quando o objeto é gente, exigem a (Paguei ao dentista);
h) visar: significando “ter como meta” exige preposição a (Ele visava ao cargo de
gerente da empresa).

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
225

9.10.5 Exercícios Propostos

Em relação à concordância analise responda aos exercícios a seguir.

1) Há concordância inadequada em:

a) clima e terras desconhecidas;


b) clima e terra desconhecidos;
c) terras e clima desconhecidas;
d) terras e clima desconhecido;
e) terras e clima desconhecidos.

2) Há erro de concordância na opção:


a) calças e chapéus surradas;
b) poder e força mágica;
c) arreios e sela velhos;
d) rifles e alpercata nova;
e) cangaceiros e capitão temidos.

3) A concordância nominal está correta, exceto em:

a) o vento agitou as flores lilases da paineira;


b) esperança é necessário para viver;
c) a candidata estava meio nervosa;
d) os filhos são tais qual o pai;
e) as crianças estavam alerta.

4) Assinale a opção que preenche as lacunas:

Vão _________ aos processos várias fotografias.


Paisagens as mais belas ________.
Ela estava _________ narcotizada.

a) anexas-possíveis - meio;
b) anexas-possível - meio;
c) anexo-possíveis - meia;
d) anexo-possível - meio;
e) anexo-possível - meia.

5) Assinale a opção que preenche as lacunas:

Vai _________ à carta minha fotografia. Essas pessoas


cometeram crime de ________ patriotismo.
Elas __________ não quiseram colaborar.

a) incluso – leso – mesmo;


b) inclusa – leso – mesmas;

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
226

c) inclusa – lesa – mesmas;


d) incluso – leso – mesmas;
e) inclusa – lesa – mesmo.

6) Assinale a opção com erro de construção:

a) vocês próprios entenderão a matéria;


b) há bastantes exemplos nesta lição;
c) ela adora pérola;
d) vocês vieram só ou acompanhados?
e) nenhuns obstáculos conseguirão impedir nossa vitória.

7) Assinale a opção com erro de construção:

a) um e outro aluno desistiu de terminar a prova;


b) estas crianças eram as mais espertas possíveis;
c) cerveja pode ser mau para a saúde;
d) a aluna regredia olhos vistos;
e) as literaturas francesa e a inglesa são vastíssimas.

8) Assinale a opção com erro de construção:

a) água é bom para a saúde;


b) achamos estas paisagens as mais belas possível;
c) suas forças definhavam a olhos vistas;
d) é proibido entrada a pessoas estranhas ao serviço;
e) deve ser um bom livro, haja vista as suas edições sucessivas.

9) Assinale a opção com erro de construção:

a) nem um nem outro aluno conseguiram aprovação;


b) não conheço nem uma nem outra hipótese;
c) acredito que um e outro funcionário serão promovidos;
d) é claro que sou seu amigo; hajam vista das minhas declarações;
e) foi acusado de grave crime: lesa-pátria.

10) Assinale a opção com erro de construção:

a) estes alunos são os mais estudiosos possível;


b) sua aplicação ao estudo crescia a olhos vistos;
c) suas blusas rosas eram “chiquérrimas” ;
d) suas virtudes cresciam a olhos vistos;
e) ele não sabe raciocinar, haja vista os argumentos apresentados.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
227

9.11 Leitura, Interpretação e Produção de Texto

Ler é uma atividade muito além da simples interpretação dos símbolos gráficos, pois
exige que o indivíduo seja capaz de interpretar o material lido, comparando-o e
incorporando-o a sua bagagem pessoal. É necessário que haja maturidade para a
compreensão do material lido, senão tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado na
memória, sem uso. Há etapas ou níveis em toda leitura: Primeiro nível (é preciso ter um bom
domínio da língua), segundo nível (é a pré-leitura ou leitura superficial, podendo aplicar a
técnica da leitura dinâmica), terceiro nível (leitura analítica e efetiva, onde o livro será lido
até o fim), quarto nível (nível de controle, ou seja, acabar com qualquer dúvida que tenha
ficado da leitura, como significados de palavras, e destacar pontos importantes), quinto nível
(etapa de repetição aplicada; momento de associar o assunto lido com alguma experiência já
vivida, fazer um resumo ou tentar exemplificá-lo com algo concreto, como se fosse um
professor e o estivesse ensinando para uma turma de alunos interessados) (CTPAC, 2014).

Existem vários procedimentos que podem ser adotados para tirar o maior
rendimento possível da leitura de um texto. Para uma leitura proveitosa, além do
conhecimento linguístico propriamente dito, é necessário também um repertório de
informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo
(CTPAC, 2014).

Uma maneira para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a três
questões básicas: a) Qual é a questão de que o texto está tratando? O leitor será obrigado a
distinguir as questões em torno da qual gira o texto inteiro. b) Qual é a opinião do autor
sobre a questão posta em discussão? Pelo texto aparecem vários indicadores da opinião de
quem escreve, portanto não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura
desatenta e dispersiva. c) Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a
opinião dada? Argumento é todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor
de que ele está falando a verdade (CTPAC, 2014).

Redação é o ato de exprimir ideias, por escrito, de forma clara e organizada.


Inicialmente é necessário conhecer a gramática do idioma e do tema sobre o qual se
escreve, contemplando os seguintes passos: escolha da forma que se pretende dar à
composição, organização das ideias sobre o tema, escolha do vocabulário adequado e
concatenação das ideias segundo as regras linguísticas e gramaticais. É preciso também
considerar o perfil do leitor a quem o texto se dirige, quanto à faixa etária, nível cultural e
escolar e interesse específico pelo assunto, para permitir a escolha do vocabulário ideal
(CTPAC, 2014).

As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura


de livros de lado, o que resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros,
possuindo vocabulários cada vez mais pobres. A leitura é algo crucial para a aprendizagem
do ser humano, pois proporciona enriquecimento do vocabulário, obtenção de
conhecimento, e torna dinâmico o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não
ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito (CORREIA, 2013).

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
228

9.11.1 Roteiro para Elaboração de Texto

A produção de textos escritos é uma prática de linguagem e uma prática social, do


mesmo modo que a leitura. Isto significa dizer que em várias circunstâncias da vida textos
são escritos para diferentes interlocutores, com distintas finalidades, organizados nos mais
diversos gêneros, para circularem em vários espaços sociais. Para se produzir um bom texto,
é necessário que alguns aspectos sejam revistos: o tema geral é o assunto a ser tratado que
normalmente abre espaço a outras vertentes; o tema específico trata-se da delimitação do
assunto proposto. Quanto mais o escritor especificar o tema geral, mais focado em um
objetivo estará e, portanto, mais seguro (CORREIA, 2013).

Dez mandamentos para que sua redação surpreenda o leitor (CORREIA, 2013):

a) não escreva difícil. Prefira uma linguagem mais simples;


b) críticas sem fundamento devem ser evitadas. A análise sobre algo deve ser
realizada baseada em fatos, acontecimentos reais, apontando soluções
coerentes para os problemas levantados;
c) uso de palavrões, jargões, gírias e coloquialismo é proibido;
d) a linguagem do MSN ou Facebook, por exemplo, deve ficar em casa;
e) nunca abrevie palavras, como por exemplo: vc, qdo, msm, dentre outras;
f) cuidado com a repetição exagerada de palavras. Se for o caso, use sinônimos;
g) seja objetivo, claro. Melhor qualidade do que quantidade;
h) faça um parágrafo para introdução, um para o desenvolvimento e um para a
conclusão, pelo menos.
i) não esqueça a cedilha no “c”, o cortado do “t”, o pingo do “i”, as letras
maiúsculas em nomes próprios;
j) se começou um novo argumento, coloque ponto final e não vírgula.
k) faça a concordância verbal. Se o sujeito está no plural, o verbo também deverá
estar.
l) releia o texto. É impossível tentar organizar melhor o texto e corrigir os erros
sem reler o que se escreveu. Coloque-se no lugar do leitor.

9.11.2 Coerência Textual

Ocorre com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição,


substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais,
elipses), quando se constroem frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto. A
coerência resulta da relação harmoniosa entre os pensamentos ou ideias apresentadas num
texto sobre um determinado assunto. Refere-se à sequência ordenada das opiniões ou fatos
expostos. Não havendo o emprego correto dos elementos de ligação (conectivos), faltará a
coesão e, logicamente, a coerência ao texto será afetada (CORREIA, 2013).

9.12 Respostas aos Exercícios:

Exercício sobre pontuação:


1c; 2d; 3d; 4c; 5c; 6e

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
229

Exercícios sobre crase:


1c
2 a) à
b) ao
c)à
d) à; a; a; as
e) à
3b
4c
Exercícios sobre acentuação:
1) b;
2) a) lê; b) vê em ambos os casos; d) vêm
3) proparoxítonas: África, método, lâmpada
Paroxítonas: fóssil, possível, álbum, tórax
Oxítonas: pé, coração, cajá, armazém

Exercícios sobre concordância:


1c; 2a; 3c; 4a; 5b; 6d; 7e; 8b; 9d; 10c.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
230

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724: Informação e


documentação - trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro, 2011.

______. NBR 6023: Informação e documentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro,


2002.

______. NBR 10520: Informação e documentação - citações em documentos - apresentação.


Rio de Janeiro, 2002.

CORREIA, A. Português instrumental. Instituto Formação: cursos técnicos


profissionalizantes, Técnico em Segurança do Trabalho, 2013. Disponível em:
http://www.ifcursos.com.br Acesso em 30/10/2014.

CURSOS TÉCNICOS E PROFISSIONALIZANTES COSTA (CTPAC). Apostila de português


instrumental. Módulo 1. Disponível em: www.ctpac.com.br Acesso em 30/11/2014.

FERNADES, C.S.; DOURADO, M.S. Português ao alcance de todos: Gramática e redação


comercial sem mistérios. São Paulo: iEditora, 2002. Disponível em:
http://minhateca.com.br/marcosmribeiro/Documentos/Apostilas/Portugues/Apostila+de+e
xercicios+Portugues+instrumental,50532214.PDF Acesso em 31/10/2014.

FERREIRA, M. Aprender e praticar gramática. Edição renovada. São Paulo: FTD, 2007.

MONTEIRO, C.G.; MONTEIRO, G. Português instrumental. Programa Escola Técnica Aberta


do Brasil - E-Tec Brasil. Curso Técnico de Manutenção e Suporte em Informática, Manaus:
Universidade Federal do Amazonas, 2009. Disponível em:
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_infor_comun/tec_man_sup/081112_p
ort_instrum.pdf Acesso em 30/10/2014.

SIMÕES, S. A pontuação sem segredo. Série palavra final, v.9. Universidade Nove de Julho
(Uninove), 2012.

ZAMBELI, C. Português. Casa do concurseiro. BNDES. Disponível em:


www.acasadoconcurseiro.com.br Acesso em 30/10/2014.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
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ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________
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ESTATÍSTICA APLICADA
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10 ESTATÍSTICA APLICADA

A estatística é um ramo da matemática aplicada que fornece métodos para coleta,


organização, descrição, análise e interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na
tomada de decisões. A coleta, a organização, a descrição dos dados, o cálculo e a
interpretação de coeficientes pertencem à estatística descritiva, enquanto a análise e a
interpretação dos dados, associados a uma margem de incerteza, ficam a cargo da
estatística indutiva ou inferencial, também chamada como a medida da incerteza ou
métodos que se fundamentam na teoria da probabilidade.

Na antiguidade, os povos já registravam o número de habitantes, nascimentos,


óbitos. Faziam "estatísticas". Na Idade Média, as informações eram tabuladas com
finalidades tributárias e bélicas. As primeiras análises sistemáticas surgiram no século XVI,
bem como as primeiras tabelas e os números relativos. No século XVIII a estatística
enquanto feição científica foi batizada por Godofredo Achenwall, proporcionando mais
completude às tabelas, fazendo surgir as primeiras representações gráficas e os cálculos de
probabilidades. Neste sentido, a estatística deixou de ser uma simples tabulação de dados
numéricos para se tornar "O estudo de como se chegar à conclusão sobre uma população,
partindo da observação de partes dessa população (amostra)".

10.1 Método Estatístico

Pode-se conceituar o método como uma forma mais eficaz para se atingir
determinada meta. Dentre os métodos científicos destacam-se o experimental e o
estatístico.

a) método experimental: consiste em manter constante todas as causas, menos


uma, que sofre variação para se observar seus efeitos, caso existam. Ex: Estudos
da Química, Física, etc.;
b) método estatístico: diante da impossibilidade de manter as causas constantes
(nas ciências sociais), admitem todas essas causas presentes, variando-as,
registrando essas variações e procurando determinar, no resultado final, que
influências cabem a cada uma delas. Ex: quais as causas que definem o preço de
uma mercadoria quando a sua oferta diminui?

10.2 Organização de Dados Estatísticos: Fases do Método Estatístico

Na organização dos dados, são seis as fases pelas quais passam o método
estatístico, a saber:

1º - Definição do problema: saber exatamente aquilo que se pretende pesquisar é


o mesmo que definir corretamente o problema.

2º - Planejamento: como levantar informações? Que dados deverão ser obtidos?


Qual levantamento a ser utilizado? Censitário? Por amostragem? E o cronograma de
atividades? Os custos envolvidos? Etc.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
236

3º - Coleta de Dados: fase operacional. É o registro sistemático de dados, com um


objetivo determinado.

a) dados primários: quando são publicados pela própria pessoa ou organização que os
haja recolhido. Ex: tabelas do censo demográfico do IBGE;
b) dados secundários3: quando são publicados por outra organização. Ex: quando
determinado jornal publica estatísticas referentes ao censo demográfico
extraídas do IBGE;
c) coleta direta: quando é obtida diretamente da fonte. Ex: Empresa que realiza uma
pesquisa para saber a preferência dos consumidores pela sua marca. As coletas
diretas podem ser:
i) coleta contínua: registros de nascimento, óbitos, casamentos;
ii) coleta periódica: recenseamento demográfico, censo industrial;
iii) coleta ocasional: registro de casos de dengue.
d) coleta indireta: é feita por deduções a partir dos elementos conseguidos pela
coleta direta, por analogia, por avaliação, indícios ou proporcionalização.

4º - Apuração dos Dados: resumo dos dados por meio de sua contagem e
agrupamento. É a condensação e tabulação de dados.

5º - Apresentação dos Dados: há duas formas de apresentação, que não se excluem


mutuamente. A apresentação tabular, ou seja, é uma apresentação numérica dos dados em
linhas e colunas distribuídas de modo ordenado, segundo regras práticas fixadas pelo
Conselho Nacional de Estatística. A apresentação gráfica dos dados numéricos constitui uma
apresentação geométrica permitindo uma visão rápida e clara do fenômeno.

6º - Análise e Interpretação dos Dados: a última fase do trabalho estatístico é a


mais importante e delicada. Está ligada essencialmente ao cálculo de medidas e
coeficientes, cuja finalidade principal é descrever o fenômeno (estatística descritiva).

10.3 Definições Básicas da Estatística

 Fenômeno estatístico: um fenômeno estatístico é qualquer evento que se


pretenda analisar, cujo estudo seja possível à aplicação do método estatístico. São
divididos em três grupos:

a) fenômenos de massa ou coletivo: são aqueles que não podem ser definidos por
uma simples observação. A estatística dedica-se ao estudo destes fenômenos.
Ex: a natalidade, na Grande Vitória; o preço médio da cerveja, no Espírito Santo,
etc.;
b) fenômenos individuais: são aqueles que irão compor os fenômenos de massa. Ex:
cada nascimento, na Grande Vitória; cada preço de cerveja, no Espírito Santo,
etc.;
c) fenômenos de multidão: quando as características observadas para a massa não se

3
É mais seguro trabalhar com fontes primárias. O uso da fonte secundária traz o grande risco de erros de
transcrição.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
237

verificam para o particular.


 Dado estatístico: é um dado numérico, considerado a matéria-prima sobre a qual
se aplicam os métodos estatísticos.

 População: é o conjunto total de elementos portadores de, pelo menos, uma


característica comum.

 Amostra: é uma parcela representativa da população que é examinada com o


propósito de se tirar conclusões sobre a essa população.

 Parâmetros: são valores singulares que existem na população e que servem para
caracterizá-la. Para definir um parâmetro, deve-se examinar toda a população. Ex:
os alunos do 2º ano da Facev têm, em média, 1,70 metros de estatura.

 Estimativa: é um valor aproximado do parâmetro, calculado com o uso da


amostra.

 Atributo: quando os dados estatísticos apresentam um caráter qualitativo, o


levantamento e os estudos necessários ao tratamento desses dados são
designados genericamente de estatística de atributo.

 Variável: é o conjunto de resultados possíveis de um fenômeno.

 Variável qualitativa: quando seus valores são expressos por atributos: sexo, cor da
pele, etc.

 Variável quantitativa: quando os dados são de caráter nitidamente quantitativo, e


o conjunto dos resultados possui uma estrutura numérica. Trata-se, portanto, da
estatística de variável e se dividem em:

a) variável discreta ou descontínua: seus valores são expressos geralmente por


meio de números inteiros não negativos. Resulta normalmente de contagens.
Ex: Nº de alunos presentes às aulas de introdução à estatística econômica no 1º
semestre de 2007: mar = 18, abr = 30, mai = 35, jun = 36;
b) variável contínua: resulta normalmente de uma mensuração, e a escala
numérica de seus possíveis valores corresponde ao conjunto R dos números
Reais, ou seja, podem assumir, teoricamente, qualquer valor entre dois limites.
Ex.: quando se vai medir a temperatura do corpo com um termômetro de
mercúrio, o que ocorre é o seguinte: o filete de mercúrio, ao dilatar-se, passará
por todas as temperaturas intermediárias até chegar à temperatura atual do
seu corpo.

 Exemplos:
 Cor dos olhos das alunas: qualitativa;
 Índice de liquidez nas indústrias capixabas: quantitativa contínua;
 Produção de café no Brasil: quantitativa contínua;
 Número de defeitos em aparelhos de TV: quantitativa discreta;

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
238

 Comprimento dos pregos produzidos por uma empresa: quantitativa contínua;


 O ponto obtido em cada jogada de um dado: quantitativa discreta.

10.4 Amostragem

A amostragem é um campo da estatística bastante sofisticado, que estuda


técnicas de planejamento de pesquisa, para possibilitar inferências sobre um
universo a partir do estudo de uma pequena parte de seus componentes,
denominada de amostra.

Os métodos probabilísticos exigem que cada elemento da população


possua determinada probabilidade de ser selecionado. Normalmente, possuem a
mesma probabilidade. Assim, se N for o tamanho da população, a probabilidade de
cada elemento ser selecionado será 1/N. Trata-se do método que garante
cientificamente a aplicação das técnicas estatísticas de inferências. Somente com
base em amostragens probabilísticas é que se podem realizar inferências ou
induções sobre a população a partir do conhecimento da amostra. A seguir, serão
descritos os diversos tipos de amostragem.

 Amostragem casual ou aleatória simples4: é o processo mais elementar e


frequentemente utilizado. É equivalente a um sorteio lotérico. Pode ser realizada
numerando-se a população de 1 a n e sorteando-se, a seguir, por meio de um
dispositivo aleatório qualquer, x números dessa sequência, os quais
corresponderão aos elementos pertencentes à amostra. Ex: obtendo-se uma
amostra, de 10%, representativa para a pesquisa da estatura de 90 alunos de uma
escola: 1º - numeram-se os alunos de 1 a 90; 2º - escrevem-se os números dos
alunos, de 1 a 90, em pedaços iguais de papel, colocam-se na urna e após misturá-
los, retiram-se, um a um, nove números que formarão a amostra.

 Amostragem proporcional estratificada: quando a população se divide em estratos


(subpopulações), convém que o sorteio dos elementos da amostra leve em consideração
tais estratos. Daí se obtêm os elementos da amostra, proporcional ao número de
elementos desses estratos. Ex.: obtendo-se uma amostra proporcional estratificada, de
10%, do exemplo anterior, supondo, que, dos 90 alunos, 54 sejam meninos e 36 sejam
meninas. São, portanto, dois estratos (sexo masculino e sexo feminino). Logo, tem-se:

SEXO POPULACÃO 10 % AMOSTRA


MASC. 54 5,4 5
FEMIN. 36 3,6 4
Total 90 9,0 9

Numeram-se, então, os alunos de 01 a 90, sendo 01 a 54 meninos e 55 a 90, meninas e


procede-se o sorteio casual com urna ou tabela de números aleatórios.

4
Quando o número de elementos da amostra é muito grande, esse tipo de sorteio torna-se muito trabalhoso.
Neste caso utiliza-se uma Tabela de números aleatórios, construída de modo que os algarismos de 0 a 9 são
distribuídos ao acaso nas linhas e colunas.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
239

 Amostragem sistemática: quando os elementos da população já se acham ordenados, não


há necessidade de construir o sistema de referência. São exemplos os prontuários médicos
de um hospital, os prédios de uma rua, etc. Nestes casos, a seleção dos elementos que
constituirão a amostra pode ser feita por um sistema imposto pelo pesquisador. Ex.:
suponha-se uma rua com 900 casas, das quais se deseja obter uma amostra formada por
50 casas para uma pesquisa de opinião. Pode-se, neste caso, usar o seguinte
procedimento: como 900/50 = 18, escolhem-se por sorteio casual um número de 01 a 18, o
qual indicaria o primeiro elemento sorteado para a amostra; os demais elementos seriam
periodicamente considerados de 18 em 18. Assim, suponha-se que o número sorteado seja
4, a amostra seria: 4ª casa, 22ª casa, 40ª casa, 58ª casa, 76ª casa, etc.

 Amostragem por conglomerados (ou agrupamentos): algumas populações não permitem,


ou tornam extremamente difícil, que se identifiquem seus elementos. Não obstante, pode
ser relativamente fácil identificar alguns subgrupos da população. Em tais casos, uma
amostra aleatória simples desses subgrupos (conglomerados) pode ser colhida, e uma
contagem completa deve ser feita para o conglomerado sorteado. Agrupamentos típicos são
quarteirões, famílias, organizações, agências, edifícios etc. Ex.: num levantamento da
população de determinada cidade, pode-se dispor do mapa indicando cada quarteirão e não
dispor de uma relação atualizada dos seus moradores. Pode-se, então, colher uma amostra
dos quarteirões e fazer a contagem completa de todos os que residem naqueles quarteirões
sorteados.

 Métodos não probabilísticos: são amostragens em que há uma escolha deliberada dos
elementos da amostra. Não é possível generalizar os resultados das pesquisas para a
população, pois as amostras não probabilísticas não garantem a representatividade da
população.

 Amostragem acidental: trata-se de uma amostra formada por aqueles elementos que vão
aparecendo, que são possíveis de se obter até completar o número de elementos da
amostra. Geralmente utilizada em pesquisas de opinião, em que os entrevistados são
acidentalmente escolhidos. Ex.: Pesquisas de opinião em praças públicas, ruas de grandes
cidades.

 Amostragem intencional: de acordo com determinado critério, é escolhido


intencionalmente um grupo de elementos que irão compor a amostra. O investigador se
dirige intencionalmente a grupos de elementos dos quais deseja saber a opinião. Ex.: numa
pesquisa sobre preferência por determinado cosmético, o pesquisador se dirige a um grande
salão de beleza e entrevista as pessoas que ali se encontram.

 Amostragem por quotas: um dos métodos de amostragem mais comumente usados em


levantamentos de mercado e em prévias eleitorais. Ele abrange três fases: 1ª - classificação
da população em termos de propriedades que se sabe, ou presume, serem relevantes para a
característica a ser estudada; 2ª - determinação da proporção da população para cada
característica, com base na constituição conhecida, presumida ou estimada, da população;
3ª - fixação de quotas para cada entrevistador a quem tocará a responsabilidade de
selecionar entrevistados, de modo que a amostra total observada ou entrevistada contenha
a proporção e cada classe tal como determinada na 2ª fase. Ex.: numa pesquisa sobre o

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
240

"trabalho das mulheres na atualidade", provavelmente se terá interesse em considerar: a


divisão cidade e campo, a habitação, o número de filhos, a idade dos filhos, a renda média,
as faixas etárias etc. A primeira tarefa é descobrir as proporções (porcentagens) dessas
características na população. Imagina-se que haja 47% de homens e 53% de mulheres na
população. Logo, uma amostra de 50 pessoas deverá ter 23 homens e 27 mulheres. Então o
pesquisador receberá uma "quota" para entrevistar 27 mulheres. A consideração de várias
categorias exigirá uma composição amostral que atenda ao número determinado e às
proporções populacionais estipuladas.

10.5 Séries Estatísticas

Uma série estatística é qualquer tabela que apresenta a distribuição de um


conjunto de dados estatísticos em função da época, do local ou da espécie.

A tabela5 é um quadro que resume um conjunto de dados dispostos segundo linhas


e colunas de maneira sistemática. De acordo com a Resolução 886 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), nas casas ou células da tabela devem-se colocar:

a) um traço horizontal (-) quando o valor é zero;


b) três pontos (...) quando não se tem os dados;
c) zero (0) quando o valor é muito pequeno para ser expresso pela unidade
utilizada;
d) um ponto de interrogação (?) quando há dúvida quanto à exatidão de
determinado valor.

As séries homógradas são aquelas em que a variável descrita apresenta variação


discreta ou descontínua. Podem ser do tipo temporal, geográfica ou específica.

a) série temporal: identifica-se pelo caráter variável do fator cronológico. O local e a


espécie (fenômeno) são elementos fixos. Esta série também é chamada de
histórica ou evolutiva, como ilustra a Tabela 1 a seguir.

Tabela 1 - Série temporal das vendas no 1º bimestre de 2006 da ABC Veículos Ltda.

Período Unidades vendidas


jan/06 20.000
fev/06 10.000
Total 30.000

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)


b) série geográfica: apresenta como elemento variável o fator geográfico. A época e o
fato (espécie) são elementos fixos. Também é chamada de espacial, territorial ou
de localização. A Tabela 2 a seguir ilustra uma exemplo desta série.

5
O lado direito e esquerdo de uma tabela oficial deve ser aberto. Do contrário, tem-se um quadro.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
241

Tabela 2 - Série geográfica das vendas no 1º bimestre de 2006 da ABC Veículos Ltda.

Filiais Unidades vendidas


São Paulo 13.000
Rio de Janeiro 17.000
Total 30.000

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

c) série específica: o caráter variável é apenas o fato ou espécie. Também é chamada


de série categórica, como ilustra a Tabela 3 a seguir.

Tabela 3 - Série específica das vendas no 1º bimestre de 2006 da ABC Veículos Ltda.

Marca Unidades vendidas


Fiat 18.000
GM 12.000
Total 30.000

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

As séries conjugadas, também chamadas de tabelas de dupla entrada, são


apropriadas à apresentação de duas ou mais séries de maneira conjugada, havendo duas
ordens de classificação: uma horizontal e outra vertical. O exemplo ilustrado pela Tabela 4
abaixo é de uma série geográfica-temporal.

Tabela 4 - Série geográfica-temporal das vendas no 1º bimestre de 2006 da ABC Veículos Ltda.

Filiais jan/06 fev/06


São Paulo 10.000 3.000
Rio de Janeiro 12.000 5.000
Total 22.000 8.000

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

10.6 Gráficos Estatísticos6

São representações visuais dos dados estatísticos que devem corresponder, mas
nunca substituir as tabelas estatísticas. Caracterizam-se pelo uso de escalas, sistemas de
coordenadas, com simplicidade, clareza e veracidade. Os gráficos podem ser de informação
ou de análise.

 Gráficos de informação: são gráficos destinados principalmente ao público em


geral, objetivando proporcionar uma visualização rápida e clara. São gráficos
tipicamente expositivos, dispensando comentários explicativos adicionais. As
legendas podem ser omitidas, desde que as informações desejadas estejam

6
O uso indevido dos gráficos pode trazer uma ideia falsa dos dados que estão sendo analisados, chegando
mesmo a confundir o leitor. Trata-se, na realidade, de um problema de construção de escalas.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
242

presentes.

 Gráficos de análise: são gráficos que se prestam melhor ao trabalho estatístico,


fornecendo elementos úteis à fase de análise dos dados, sem deixar de ser
também informativos. Os gráficos de análise frequentemente vêm acompanhados
de uma tabela estatística. Inclui-se, muitas vezes um texto explicativo, chamando
a atenção do leitor para os pontos principais revelados pelo gráfico.

Os gráficos classificam-se em: diagramas, estereogramas, pictogramas e


cartogramas.
.
 Diagramas: são gráficos geométricos dispostos em duas dimensões. São os mais
usados na representação de séries estatísticas. Eles podem ser:

a) gráficos em barras horizontais: são aqueles com os valores localizados no eixo


das abscissas. Muito útil quando os rótulos para cada barra excede a largura da
barra;

b) gráficos em barras verticais (colunas): quando as legendas não são breves


usam-se de preferência os gráficos em barras horizontais. Nesses gráficos, os
retângulos têm a mesma base e as alturas são proporcionais aos respectivos
dados:
i) a ordem a ser observada é a cronológica, se a série for histórica; e a
ii) decrescente, se for geográfica ou categórica.

c) gráficos em barras compostas: é um gráfico constituído por um único retângulo


base, subdividido em várias porções, cujos comprimentos são proporcionais às
partes no qual se divide o todo;

d) gráficos em colunas superpostas: eles diferem dos gráficos em barras ou colunas


convencionais apenas pelo fato de apresentar cada barra ou coluna segmentada
em partes componentes. Servem para representar comparativamente dois ou
mais atributos;

e) gráficos em linhas ou lineares: são frequentemente usados para representação


de séries cronológicas com um grande número de períodos de tempo. As linhas
são mais eficientes do que as colunas, quando existem intensas flutuações nas
séries ou quando há necessidade de se representarem várias séries em um
mesmo gráfico. Quando se representa, em um mesmo sistema de coordenadas,
a variação de dois fenômenos, a parte interna da figura formada pelos gráficos
desses fenômenos é denominada de área de excesso;

f) gráficos em setores: este gráfico é construído com base em um círculo, e é


empregado sempre que se deseja ressaltar a participação do dado no total. O
total é representado pelo círculo, que fica dividido em tantos setores quantas
são as partes. Os setores são tais que suas áreas são respectivamente
proporcionais aos dados da série. O gráfico em setores só deve ser empregado

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
243

quando há, no máximo, sete dados. Observa-se que as séries temporais


geralmente não são representadas por este tipo de gráfico.

 Estereogramas: são gráficos geométricos dispostos em três dimensões, pois


representam volume. São usados nas representações gráficas das tabelas de dupla
entrada. Em alguns casos, este tipo de gráfico fica difícil de ser interpretado, dada
a pequena precisão que oferecem.

 Pictogramas: são construídos a partir de figuras representativas da intensidade do


fenômeno. Este tipo de gráfico tem a vantagem de despertar a atenção do público
leigo, pois sua forma é atraente e sugestiva. Os símbolos devem ser
autoexplicativos. A desvantagem dos pictogramas é que apenas mostram uma
visão geral do fenômeno, e não de detalhes minuciosos.

 Cartogramas: são ilustrações relativas a cartas geográficas (mapas). O objetivo


deste gráfico é o de figurar os dados estatísticos diretamente relacionados com
áreas geográficas ou políticas.

 Distribuição de frequência: é um tipo de tabela que condensa uma coleção de


dados conforme as frequências (repetições de seus valores):

a) tabela primitiva ou dados brutos: é uma tabela ou relação de elementos que não
foram numericamente organizados. É difícil formar uma ideia exata do
comportamento do grupo como um todo, a partir de dados não ordenados. Ex.:
45, 41, 42, 41, 42 43, 44, 41, 50, 46, 50, 46, 60, 54, 52, 58, 57, 58, 60, 51;
b) rol: é uma tabela obtida após a ordenação dos dados (crescente ou
decrescente). Ex.: 41, 41, 41, 42, 42 43, 44, 45, 46, 46, 50, 50, 51, 52, 54, 57, 58,
58, 60, 60;
c) distribuição de frequência sem intervalos de classe: é a simples condensação
dos dados conforme as repetições de seus valores. Para um rol de tamanho
razoável esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exige muito
espaço, conforme exemplo ilustrado pela Tabela 5 a seguir:

Tabela 5 - Distribuição de frequência sem intervalo de classe (continua)

Dados Frequência
41 3
42 2
43 1
44 1
45 1
46 2
50 2
51 1
52 1
54 1
57 1
58 2

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
244

Dados Frequência
60 2
Total 20
Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

d) distribuição de frequência com intervalos de classe: quando o tamanho da


amostra é elevado, é mais racional efetuar o agrupamento dos valores em
vários intervalos de classe, como ilustra a Tabela 6 a seguir.

Tabela 5 - Distribuição de frequência sem intervalo de classe

Classes Frequência
41 |------- 45 7
45 |------- 49 3
49 |------- 53 4
53 |------- 57 1
57 |------- 61 5
Total 20

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

 Elementos de uma distribuição de frequência (com intervalos de classe): são


aqueles caracterizados por: classe, limites de classe, amplitude do intervalo de
classe, amplitude total de distribuição, amplitude total da amostra, ponto médio
de classe, os quais serão descritos a seguir:

a) classe: são os intervalos de variação da variável e é simbolizada por i e o


número total de classes simbolizada por k. Ex.: na tabela anterior k = 5 e 49|-----
-- 53 é a 3ª classe, onde i = 3;
b) limites de classe: são os extremos de cada classe. O menor número é o limite
inferior de classe (li) e o maior número, limite superior de classe (Li). Ex.: em 49
|------- 53,... l3 = 49 e L3 = 53. O símbolo |------- representa um intervalo
fechado à esquerda e aberto à direita. O dado 53 do ROL não pertence à classe
3 e sim a classe 4 representada por 53 |------- 57;
c) amplitude do intervalo de classe: é obtida por meio da diferença entre o limite
superior e inferior da classe e é simbolizada por hi = Li - li. Ex.: na tabela anterior
hi = 53 - 49 = 4. Observa-se que na distribuição de frequência com classe o hi
será igual em todas as classes.
d) amplitude total da distribuição: é a diferença entre o limite superior da última
classe e o limite inferior da primeira classe. AT = L(max) - l(min). Ex.: na tabela
anterior AT = 61 - 41= 20.
e) amplitude total da amostra (rol): é a diferença entre o valor máximo e o valor
mínimo da amostra (ROL). Onde AA = Xmax - Xmin. Neste exemplo AA = 60 - 41 =
19. Observa-se que AT sempre será maior que AA.
f) ponto médio de classe: é o ponto que divide o intervalo de classe em duas
partes iguais. Ex: em 49 |------- 53 o ponto médio x3 = (53+49)/2 = 51, ou seja
x3=(l3 + L3)/2.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
245

Observa-se a seguir um método prático para construção de uma distribuição de


frequências de classe:

a) organizam-se os dados brutos em um rol;


b) calcula-se a amplitude amostral AA (neste exemplo, AA = 60-41= 19);
c) calcula-se o número de classe por meio da Regra de Sturges:

n I – no de classes
3 |-------| 5 3
6 |-------| 11 4
12 |-------| 22 5
23 |-------| 46 6
47 |-------| 90 7
91 |-------| 181 8
182 |-------| 362 9

Observa-se que qualquer regra para determinação do nº de classes da tabela não


leva a uma decisão final; esta vai depender, na realidade, de um julgamento pessoal, que
deve estar ligado à natureza dos dados. No exemplo: n = 20 dados, então, em princípio, a
regra sugere a adoção de 5 classes.

d) decidido o nº de classes, calcula-se, então, a amplitude do intervalo de classe h >


AA/i. No exemplo: AA/i = 19/5 = 3,8. Observa-se que, como h > AA/i um valor
ligeiramente superior para haver folga na última classe. Utilizaremos então h = 4;
por fim,
e) tem-se, então, o menor nº da amostra, o nº de classes e a amplitude do
intervalo. Podem-se montar a tabela, com o cuidado para não aparecer classes
com frequência = 0 (zero). No exemplo: o menor nº da amostra = 41 + h = 45,
logo a primeira classe será representada por 41 |------- 45. As classes seguintes
respeitarão o mesmo procedimento.

O primeiro elemento das classes seguintes sempre será formado pelo último
elemento da classe anterior.

10.7 Representação Gráfica de uma Distribuição

Consideram-se representação gráfica de uma distribuição: histograma, polígono de


frequência e polígono de frequência acumulada. Em todos estes gráficos utiliza-se o primeiro
quadrante do sistema de eixos coordenados cartesianos ortogonais. Na linha horizontal (eixo
das abscissas), colocam-se os valores da variável e na linha vertical (eixo das ordenadas), as
frequências.

 Histograma: é formado por um conjunto de retângulos justapostos, cujas bases se


localizam sobre o eixo horizontal, de tal modo que seus pontos médios coincidam
com os pontos médios dos intervalos de classe. A área de um histograma é
proporcional à soma das frequências simples ou absolutas.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
246

 Frequências simples ou absoluta: são os valores que realmente representam o


número de dados de cada classe. A soma das frequências simples é igual ao
número total dos dados da distribuição.

 Frequências relativas: são os valores das razões entre as frequências absolutas de


cada classe e a frequência total da distribuição. A soma das frequências relativas é
igual a 1 (100 %).

 Polígono de frequência: é um gráfico em linha, sendo as frequências marcadas


sobre perpendiculares ao eixo horizontal, levantadas pelos pontos médios dos
intervalos de classe. Para que se obtenha, realmente, um polígono (linha fechada),
deve-se completar a figura, ligando os extremos da linha obtida aos pontos
médios da classe anterior à primeira e da posterior à última da distribuição.

 Polígono de frequência acumulada: é traçado marcando-se as frequências


acumuladas sobre perpendiculares ao eixo horizontal, levantadas nos pontos
correspondentes aos limites superiores dos intervalos de classe.

 Frequência simples acumulada de uma classe: é o total das frequências de todos


os valores inferiores ao limite superior do intervalo de uma determinada classe.

 Frequência relativa acumulada de uma classe: é a frequência acumulada da


classe, dividida pela frequência total da distribuição, conforme ilustra a Tabela 6 a
seguir:

Tabela 6 - Frequência relativa cumulada de uma classe

...CLASSE fi xi fri Fi Fri


50 |-------- 54 4 52 0,100 4 0,100
54 |-------- 58 9 56 0,225 13 0,325
58 |-------- 62 11 60 0,275 24 0,600
62 |-------- 66 8 64 0,200 32 0,800
66 |-------- 70 5 68 0,125 37 0,925
70 |-------- 74 3 72 0,075 40 1,000
Total 40 1,000

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Legenda: fi = frequência simples; xi = ponto médio de classe; fri = frequência simples acumulada;
Fi = frequência relativa e Fri = frequência relativa acumulada.

Observa-se que uma distribuição de frequência sem intervalos de classe é


representada graficamente por um diagrama onde cada valor da variável é representado por
um segmento de reta vertical e de comprimento proporcional à respectiva frequência.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
247

10.8 Medidas de Posição

São as estatísticas que representam uma série de dados que orientam quanto à
posição da distribuição em relação ao eixo horizontal do gráfico da curva de frequência.

As medidas de posições mais importantes são as medidas de tendência central ou


promédias (verifica-se uma tendência dos dados observados a se agruparem em torno dos
valores centrais). As medidas de tendência central mais utilizadas são: média aritmética,
moda e mediana. Outros promédios menos usados são as médias: geométrica, harmônica,
quadrática, cúbica e biquadrática. As outras medidas de posição são as separatrizes, que
englobam: a própria mediana, os decis, os quartis e os percentis.

10.8.1 Média Aritmética

A média aritmética   . É igual ao quociente entre a soma dos valores do conjunto


e o número total dos valores.    xi/ n , onde xi são os valores da variável e n o número
de valores.

 Dados não agrupados: quando se deseja conhecer a média dos dados não
agrupados em tabelas de frequências, determina-se a média aritmética simples.
Por exemplo: sabendo-se que a venda diária de arroz tipo A, durante uma semana,
foi de 10, 14, 13, 15, 16, 18 e 12 kilos, tem-se, para venda média diária na semana
de:  .= (10+14+13+15+16+18+12) / 7 = 14 kilos. O desvio em relação à média é a
diferença entre cada elemento de um conjunto de valores e a média aritmética,
ou seja: di  xi   . No exemplo anterior têm-se sete desvios: d1 = 10 - 14 = - 4,
d2 = 14 - 14 = 0, d3 = 13 - 14 = - 1, d4 = 15 - 14 = 1, d5 = 16 - 14 = 2,.d6 = 18 - 14 = 4
e d7 = 12 - 14 = - 2.
As propriedades da média aritmética são:

a) a soma algébrica dos desvios em relação à média é nula. No exemplo anterior:


d1+d2+d3+d4+d5+d6+d7 = 0;
b) somando-se (ou subtraindo-se) uma constante (c) a todos os valores de uma
variável, a média do conjunto fica aumentada (ou diminuída) dessa constante. Se
no exemplo original for somada a constante 2 a cada um dos valores da variável,
tem-se: Y = 12+16+15+17+18+20+14 / 7 = 16 kilos ou Y = .+ 2 = 14 +2 = 16
kilos; e,
c) multiplicando-se (ou dividindo-se) todos os valores de uma variável por uma
constante (c), a média do conjunto fica multiplicada (ou dividida) por essa
constante. Se no exemplo original for multiplicada a constante 3 a cada um dos
valores da variável, tem-se: Y = 30+42+39+45+48+54+36 / 7 = 42 kilos ou Y = x
3 = 14 x 3 = 42 kilos.

 Dados agrupados: sem intervalos de classe. Considere-se a distribuição relativa a


34 famílias de quatro filhos, tomando para variável o número de filhos do sexo
masculino. Exemplo: calculando a quantidade média de meninos por família,

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
248

conforme Tabela 7 a seguir:

Tabela 7 - Calculando dados agrupados sem intervalos de classe

No de meninos Frequência = fi
0 2
1 6
2 10
3 12
4 4
Total 34

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Como as frequências são números indicadores da intensidade de cada valor da


variável, elas funcionam como fatores de ponderação, o que leva a calcular a média
aritmética ponderada, dada pela fórmula:    xi. fi /  fi . Assim:

xi fi xi.fi
0 2 0
1 6 6
2 10 20
3 12 36
4 4 16
Total 34 78

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Onde 78 / 34 = 2,3 meninos por família.


 Dados agrupados com intervalos de classe: neste caso, convencionou-se que todos
os valores incluídos em um determinado intervalo de classe coincidem com o seu
ponto médio, e determina-se a média aritmética ponderada por meio da fórmula:
   xi. fi /  fi , onde xi é ponto médio da classe. Exemplo: calculando a
estatura média de bebês conforme dados da Tabela 8 abaixo:

Tabela 8 - Calculando dados agrupados com intervalos de classe

Estatura (cm) Frequência = fi Ponto médio = xi xi.fi


50 |------------ 54 4 52 208
54 |------------ 58 9 56 504
58 |------------ 62 11 60 660
62 |------------ 66 8 64 512
66 |------------ 70 5 68 340
70 |------------ 74 3 72 216
Total 40 2.440

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Aplicando a fórmula acima, tem-se: 2.440/40 = 61. Logo,   61cm


MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
249

10.8.2 Média Geométrica

A média geométrica é = g . É a raiz enésima do produto de todos eles. Classifica-


se em média geométrica simples e média geométrica ponderada.

A média geométrica simples é representada pela fórmula: g  n X 1. X 2... Xn ou


g   X 1. X 2... Xn
1/ n
. Exemplo: calculando a média geométrica dos conjuntos de números
abaixo:

a) {10, 60, 360} = (10 x 60 x 360) ^ (1/3), tem-se:.60


b) {2, 2, 2}.= (2 x 2 x 2) ^ (1/3), tem-se: 2
c) {1, 4, 16, 64} = (1 x 4 x 16 x 64) ^(1/4), tem-se: 8

A média geométrica ponderada é representada pela fórmula: gp   X 1 fi. X 2 f 2... Xi fi


fi

ou gp  X 1 f 1. X 2 f 2... Xi fi  1 . Exemplo: calculando a média geométrica dos valores da Tabela


 fi
9 abaixo:
Tabela 9 - Calculando a média geométrica ponderada

xi fi
1 2
3 4
9 2
27 1
Total 9

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Onde, (12 x 34 x 92 x 271) (1/9), tem-se: 3,8296.

10.8.3 Média Harmônica

A média harmônica é: h . É o inverso da média aritmética dos inversos. Classifica-


se como média harmonia simples e média harmônica ponderada.
.
A média harmônica simples (para dados não agrupados) é representada pela
1 n
fórmula: h  ou X h 
1 / X 1  1 / X 2  ...  1 / Xn 1 / X 1  1 / X 2  ...  1 / Xn
n

A média harmônica ponderada (para dados agrupados em tabelas de frequências) é


representada pela fórmula: X hp   fi . Exemplo: calculando a média harmônica
 fi xi
ponderada dos valores da Tabela 10 abaixo:

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
250

Tabela 10 - Calculando a média harmônica ponderada

Classe ...fi... ...xi... ...fi/xi...


1 |--------- 3 2 2 2/2 = 1,00
3 |--------- 5 4 4 4/4 = 1,00
5 |--------- 7 8 6 8/6 = 1,33
7 |--------- 9 4 8 4/8 = 0,50
9 |--------- 11 2 10 2/10 = 0,20
Total 20 4,03

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Assim, tem-se: 20/4,03 = 4,96. Observa-se que a média harmônica não aceita
valores iguais a zero como dados de uma série. A igualdade g  h   só ocorrerá
quando todos os valores da série forem iguais. Quando os valores da variável não forem
muito diferentes, verifica-se aproximadamente a seguinte relação: g    h / 2 .  
Demonstra-se a relação acima com os seguintes dados: z = {10,1; 10,1; 10,2; 10,4;
10,5}:

a) média aritmética = 51,3 / 5 = 10,2600


b) média geométrica = 10,2587
c) média harmônica = 5 / 0,4874508 = 10,2574

Comprovando, então, a relação: 10,2600 + 10,2574 / 2 = 10,2587 = média


geométrica.

10.8.4 Moda

Em moda, tem-se: - Mo. É o valor que ocorre com maior frequência em uma série
de valores. Desse modo, o salário modal dos empregados de uma fábrica é o salário mais
comum, isto é, o salário recebido pelo maior número de empregados dessa fábrica.

Quando os dados não estão agrupados, a moda é facilmente reconhecida. Basta, de


acordo com definição, procurar o valor que mais se repete. Exemplo: na série {7, 8, 9, 10, 10,
10, 11, 12} a moda é igual a 10.

Há séries nas quais não exista valor modal, isto é, nas quais nenhum valor apareça
mais vezes que outros. Exemplo: a série {3, 5, 8, 10, 12} não apresenta moda. A série é
amodal. Em outros casos, pode haver dois ou mais valores de concentração. Diz-se, então,
que a série tem dois ou mais valores modais. Exemplo: a série {2, 3, 4, 4, 4, 5, 6, 7, 7, 7, 8, 9}
apresenta duas modas: 4 e 7. A série é bimodal.

Quando os dados estão agrupados, a moda, então, se comporta da seguinte forma:

a) sem intervalos de classe: uma vez agrupados os dados, é possível determinar


imediatamente a moda: basta fixar o valor da variável de maior frequência.
Exemplo: calculando a temperatura mais comum mediana no mês na Tabela 11

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
251

abaixo:

Tabela 11 - Calculando a moda nos dados agrupados sem intervalos de classe

Temperatura Frequência
0º C 3
1º C 9
2º C 12
3º C 6

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Tem-se, então: 2º C é a temperatura modal, pois é a de maior frequência.

b) com intervalos de classe: a classe que apresenta a maior frequência é


denominada classe modal. Pela definição, pode-se afirmar que a moda, neste
caso, é o valor dominante que está compreendido entre os limites da classe
modal. O método mais simples para o cálculo da moda consiste em tomar o
ponto médio da classe modal. Dá-se a esse valor a denominação de moda bruta:
Mo = (I* + L*+)/2, onde I*= limite inferior da classe modal e L*= limite superior da
classe modal. Exemplo: calculando a estatura modal, conforme a Tabela 12
abaixo:

Tabela 12 - Calculando a moda nos dados agrupados com intervalos de classe

Classes (em cm) Frequência


54 |------------ 58 9
58 |------------ 62 11
62 |------------ 66 8
66 |------------ 70 5

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Tem-se, então: a classe modal é 58|-------- 62, pois é a de maior frequência. l* = 58


e L* = 62. Mo = (58+62) / 2 = 60 cm (este valor é estimado, pois não conhecemos o valor real
da moda).

No caso do método mais elaborado pela fórmula de CZUBER: Mo = l* +


(d1/(d1+d2)) x h*, onde:

a) l* = limite inferior da classe modal.e L* = limite superior da classe modal;


b) d1 = frequência da classe modal - frequência da classe anterior à da classe
modal;
c) d2 = frequência da classe modal - frequência da classe posterior à da classe
modal;
d) h* = amplitude da classe modal.

Então, Mo = 58 + ((11-9) / ((11-9) + (11 – 8)) x 4  Mo = 59,6


Observa-se que a moda é utilizada quando se deseja obter uma medida rápida e

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
252

aproximada de posição ou quando a medida de posição deva ser o valor mais típico da
distribuição. Já a média aritmética é a medida de posição que possui a maior estabilidade.

10.8.5 Mediana

A mediana (Md) de um conjunto de valores, dispostos segundo uma ordem


(crescente ou decrescente), é o valor situado de tal forma no conjunto que o separa em dois
subconjuntos de mesmo número de elementos. A mediana apresenta tanto dados não
agrupados quanto dados agrupados, e estes pode ser com ou sem intervalos de classe, como
e observa a seguir.

No caso da mediana em dados não agrupados, dada uma série de valores como, por
exemplo: {5, 2, 6, 13, 9, 15, 10}, de acordo com a definição de mediana, o primeiro passo a
ser dado é o da ordenação (crescente ou decrescente) dos valores: {2, 5, 6, 9, 10, 13, 15}. O
valor que divide a série acima em duas partes iguais é igual a 9, logo a Md = 9.

O método prático para o cálculo da mediana é o seguinte: se a série dada tiver


número ímpar de termos, o valor mediano será o termo de ordem dado pela fórmula:
(n+1)/2. Exemplo: calculando a mediana da série {1, 3, 0, 0, 2, 4, 1, 2, 5}, primeiro deve-se
ordenar a série {0, 0, 1, 1, 2, 2, 3, 4, 5}; n = 9, logo (n + 1)/2 é dado por (9+1) / 2 = 5, ou seja,
o 5º elemento da série ordenada será a mediana. A mediana será o 5º elemento = 2. Se a
série dada tiver número par de termos, o valor mediano será o termo de ordem dado pela
fórmula: [(n/2)+(n2/+1)]/2.

Observa-se que n/2 e (n/2 + 1) serão termos de ordem e devem ser substituídos pelo
valor correspondente. Exemplo: calculando a mediana da série {1, 3, 0, 0, 2, 4, 1, 3, 5, 6},
deve-se primeiro ordenar a série {0, 0, 1, 1, 2, 3, 3, 4, 5, 6}; n = 10, logo a fórmula ficará:
[(10/2) + (10/2 + 1)] / 2; [(5 + 6)] / 2 será, na realidade, (5º termo+ 6º termo) / 2, onde 5º
termo = 2 e 6º termo = 3. A mediana será = (2+3) / 2, ou seja, Md = 2,5. A mediana no
exemplo será a média aritmética do 5º e 6º termos da série.

Deve-se atentar para as seguintes observações:

a) quando o número de elementos da série estatística for ímpar, haverá


coincidência da mediana com um dos elementos da série;
b) quando o número de elementos da série estatística for par, nunca haverá
coincidência da mediana com um dos elementos da série. A mediana será
sempre a média aritmética dos 2 elementos centrais da série;
c) em uma série, a mediana, a média e a moda não têm, necessariamente, o
mesmo valor;
d) a mediana depende da posição e não dos valores dos elementos na série
ordenada. Esta é uma das diferenças marcantes entre mediana e média (que se
deixa influenciar, e muito, pelos valores extremos). Observe-se: em {5, 7, 10, 13,
15} a média = 10 e a mediana = 10; em {5, 7, 10, 13, 65} a média = 20 e a
mediana = 10;
e) isto é, a média do segundo conjunto de valores é maior do que a do primeiro,
por influência dos valores extremos, ao passo que a mediana permanece a

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
253

mesma.

A mediana em dados agrupados se comporta da seguinte forma:


a) sem intervalos de classe: neste caso, é o bastante identificar a frequência
acumulada imediatamente superior à metade da soma das frequências. A
mediana será aquele valor da variável que corresponde a tal frequência
acumulada, conforme se pode observar na Tabela 13 a seguir:

Tabela 13 - Mediana em dados agrupados, sem intervalo de classe

Variável xi Frequência fi Frequência acumulada


0 2 2
1 6 8
2 9 17
3 13 30
4 5 35
Total 35

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Quando o somatório das frequências for ímpar o valor mediano será o termo de

ordem dado pela fórmula: 


fi  1
. Como o somatório das frequências = 35, a fórmula
2
ficará: (35+1) / 2 = 18º termo = 3. Quando o somatório das frequências for par, o valor

mediano será o termo de ordem dado pela fórmula: 


( fi / 2)  ( fi / 2  1)
. Exemplo:
2
calculando a Tabela 14 abaixo ilustrada:

Tabela 14 - Calculando a mediana em dados agrupados, sem intervalo de classe

Variável xi Frequência fi Frequência acumulada


12 1 1
14 2 3
15 1 4
16 2 6
17 1 8
20 1 8
Total 8

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Aplicando-se fórmula acima ter-se-á: [(8/2)+ (8/2+1)]/2 = (4º termo + 5º termo) / 2


= (15 + 16) / 2 = 15,5.

b) com intervalos de classe, devem-se seguir os seguintes passos: i) determinar as


frequências acumuladas; ii) calcular ∑fi/2; iii) marcar a classe correspondente à
frequência cumulada imediatamente superior a ∑fi/2, sabendo-se que tal classe

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
254

será a classe mediana; iv) calcular a mediada pela seguinte fórmula: Md =


I*+*(∑fi/2 - FAA) x h*]/f*, onde I* é o limite inferior da classe mediana, FAA é a
frequência acumulada da classe anterior à classe mediana, f* é a frequência
simples da classe mediana, e h* é a amplitude do intervalo da classe mediana.
Observe-se, então, a Tabela 15 abaixo:

Tabela 15 - Calculando a mediana em dados agrupados, com intervalo de classe

Classes Frequência fi Frequência acumulada


50 |------------ 54 4 4
54 |------------ 58 9 13
58 |------------ 62 11 24
62 |------------ 66 8 32
66 |------------ 70 5 37
70 |------------ 74 3 40
Total 40

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Então, ∑fi/2 = 40 / 2 = 20. Logo,.a classe mediana será 58 |---------- 62, onde l* = 58;
FAA = 13; f* = 11; e h* = 4. Substituindo esses valores na fórmula, obtém-se: Md = 58 + [(20 -
13) x 4] / 11 = 58 + 28/11 = 60,54. Observe-se que esta mediana é estimada, pois não se têm
os 40 valores da distribuição.

Emprega-se a mediana quando se deseja obter o ponto que divide a distribuição em


duas partes iguais; quando há valores extremos, que afetam de maneira acentuada a média
aritmética; e quando a variável em estudo é um salário.

10.8.6 Separatrizes

Além das medidas de posição estudadas, há outras que, consideradas


individualmente, não são medidas de tendência central, mas estão ligadas à mediana,
relativamente a sua característica de separar a série em duas partes que apresentam o
mesmo número de valores. Essas medidas - os quartis, os decis e os percentis - são,
juntamente com a mediana, conhecidas pelo nome genérico de separatrizes.

Denominam-se quartis (Q) os valores de uma série que a dividem em quatro partes
iguais. Precisam-se, portanto, de 3 quartis (Q1, Q2 e Q3) para dividir a série em quatro
partes iguais. Observa-se que o quartil 2 (Q2) será sempre igual à mediana da série. Os
quartis se dividem em dados agrupados e não agrupados em classe, como descrito a seguir.

a) quartis em dados não agrupados: o método mais prático é utilizar o princípio do


cálculo da mediana para os 3 quartis. Na realidade, serão calculadas "3
medianas" em uma mesma série. Exemplo: calculando os quartis da série {5, 2,
6, 9, 10, 13, 15}, o primeiro passo a ser dado é o da ordenação (crescente ou
decrescente) dos valores: {2, 5, 6, 9, 10, 13, 15}. O valor que divide esta série em
duas partes iguais é igual a 9, logo a Md = 9 que será = Q2 = 9. Tem-se, então, {2,
5, 6} e {10, 13, 15} como sendo os dois grupos de valores iguais proporcionados
MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
255

pela mediana (quartil 2). Para o cálculo do quartil 1 e 3, basta calcular as


medianas das partes iguais provenientes da verdadeira Mediana da série
(quartil 2). Logo, em {2, 5, 6} a mediana é = 5, ou seja, será o quartil 1 = Q1 = 5
em {10, 13, 15} a mediana é =13. Então, será o quartil 3 = Q = 13. No caso do
cálculo dos quartis da série {1, 1, 2, 3, 5, 5, 6, 7, 9, 9, 10, 13}, observa-se que a
série já está ordenada, então calcular-se-á o Quartil 2 = Md = (5+6)/2 = 5,5, onde
o quartil 1 será a mediana da série à esquerda de Md: {1, 1, 2, 3, 5, 5}, ou seja,
Q1 = (2+3)/2 = 2,5; e o quartil 3 será a mediana da série à direita de Md: {6, 7, 9,
9, 10, 13}, ou seja, Q3 = (9+9)/2 = 9.

b) no caso de quartis para dados agrupados em classes, usa-se a mesma técnica do


cálculo da mediana, bastando substituir, na fórmula da mediana, ∑fi/2
por k.∑fi/4, sendo k o número de ordem do quartil. Assim, tem-se: Q1 = l* + [(∑ fi
/ 4 - FAA) x h*] / f*; Q2 = l* + [(2. ∑ fi / 4 - FAA) x h*] / f*; e Q3 = l* + [(3. ∑ fi / 4
- FAA) x h*] / f*. Calculando os quartis da Tabela 16 a seguir:

Tabela 16 - Calculando os quartis em dados agrupados em intervalo de classe

Classes Frequência fi Frequência acumulada


50 |------------ 54 4 4
54 |------------ 58 9 13
58 |------------ 62 11 24
62 |------------ 66 8 32
66 |------------ 70 5 37
70 |------------ 74 3 40
Total 40

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

O quartil 2 = Md, logo: ∑fi/2 = 40/2 = 20. Então, a classe mediana será 58 |--------62,
onde: l* = 58; FAA = 13; f* = 11; e h* = 4. Deste modo: Q2 = l* + [(2. ∑ fi / 4 - FAA) x h*] / f*.
Substituindo esses valores na fórmula, obtém-se: Md = 58 + [(20 - 13) x 4] / 11 = 58 + 28/11 =
60,54 = Q2. Então, o quartil 1: ∑ fi / 4 = 10, sendo Q1 = l* + [(∑ fi / 4 - FAA) x h*] / f* e Q1 =
54 + [ (10 - 4) x 4] / 9 = 54 + 2,66 = 56,66 = Q1; e o quartil 3: 3. ∑ fi / 4 = 30, sendo Q3 = l* +
[(3. ∑ fi / 4 - FAA) x h*] / f* e Q3 = 62 + [(30 -24) x 4] / 8 = 62 + 3 = 65 = Q3.

A definição dos decis (D) obedece ao mesmo princípio dos quartis, com a
modificação da porcentagem de valores, que ficam aquém e além do decil, que se pretende
calcular. A fórmula básica será: k.∑fi/10, onde k é o número de ordem do decil a ser
calculado. Indicam-se os decis: D1, D2,..., D9. Deste modo, precisam-se de 9 decis para se
dividir uma série em 10 partes iguais.

De especial interesse é o quinto decil, que divide o conjunto em duas partes iguais.
Assim sendo, o quinto decil é igual ao segundo quartil, que, por sua vez, é igual à mediana.
Para D5, tem-se: 5.∑fi/10 = ∑ fi / 2. Exemplo: calculando o 3º decil da tabela 16,
anteriormente exibida, com classes k= 3 onde 3. ∑ fi / 10 = 3 x 40 / 10 = 12. Este resultado
corresponde a 2ª classe, onde D3 = 54 + [ (12 - 4) x 4] / 9 = 54 + 3,55 = 57,55 = D3.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
256

Denominam-se percentis ou centis como sendo os noventa e nove valores que


separam uma série em 100 partes iguais. Indicam-se: P1, P2,..., P99. É evidente que P50 =
Md; P25 = Q1 e P75 = Q3. O cálculo de um centil segue a mesma técnica do cálculo da
mediana, porém a fórmula será: k. ∑ fi / 100, onde k é o número de ordem do centil a ser
calculado.

Dispersão ou Variabilidade: é a maior ou menor diversificação dos valores de uma


variável em torno de um valor de tendência central (média ou mediana) tomado como
ponto de comparação.

A média – ainda que considerada como um número que tem a faculdade de


representar uma série de valores – não pode, por si mesma, destacar o grau de
homogeneidade ou heterogeneidade que existe entre os valores que compõem o conjunto.
Considerem-se os seguintes conjuntos de valores das variáveis X, Y e Z:

 X = {70, 70, 70, 70, 70}


 Y = {68, 69, 70,71,72}
 Z = {5, 15, 50, 120, 160}

Observa-se, então, que os três conjuntos apresentam a mesma média aritmética =


350/5 = 70. Entretanto, é fácil notar que o conjunto X é mais homogêneo que os conjuntos
Y e Z, já que todos os valores são iguais à média. O conjunto Y, por sua vez, é mais
homogêneo que o conjunto Z, pois há menor diversificação entre cada um de seus valores e
a média representativa. Conclui-se, então, que o conjunto X apresenta dispersão nula e que
o conjunto Y apresenta uma dispersão menor que o conjunto Z.

10.9 Medidas de Dispersão Absoluta

Fazem parte do conjunto de medidas de dispersão absoluta: a amplitude total, o


desvio quartil, o desvio médio absoluto, o desvio padrão e a variância, os quais serão
descritos a seguir.

10.9.1 Amplitude Total

Amplitude total é a única medida de dispersão que não tem na média o ponto de
referência. Quando os dados não estão agrupados, a amplitude total é a diferença entre o
maior e o menor valor observado: AT = X máximo - X mínimo. Exemplo: para os valores 40,
45, 48, 62 e 70, a amplitude total será: AT = 70 - 40 = 30. Quando os dados estão agrupados
sem intervalos de classe, se tem, ainda: AT = X máximo - X mínimo, como no exemplo
abaixo.

xi Fi
0 2
1 6
3 5
4 3

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
257

Observando-se o exemplo acima, percebe-se que AT = 4 - 0 = 4. Com intervalos de


classe, a amplitude total é a diferença entre o limite superior da última classe e o limite
inferior da primeira classe. Então: AT = L máximo - l mínimo, como se pode ver no exemplo a
seguir:
Classes fi
4 |------------- 6 6
6 |------------- 8 2
8 |------------- 10 3

A leitura do exemplo acima é AT = 10 - 4 = 6. A amplitude total tem o inconveniente


de só levar em conta os dois valores extremos da série, descuidando do conjunto de valores
intermediários. Faz-se uso da amplitude total quando se quer determinar a amplitude da
temperatura em um dia, no controle de qualidade ou como uma medida de cálculo rápido
sem muita exatidão.

10.9.2 Desvio Quartil

O desvio quartil é também chamado de amplitude semi-interquatílica e é baseado


nos quartis. Seu símbolo é: Dq e a sua fórmula: Dq = (Q3 - Q1) / 2. Deve-se atentar para as
seguintes observações:

a) o desvio quartil apresenta como vantagem o fato de ser uma medida fácil de
calcular e de interpretar. Além do mais, não é afetado pelos valores extremos,
grandes ou pequenos, sendo recomendado, por conseguinte, quando entre os
dados figurem valores extremos que não se consideram representativos;
b) o desvio quartil deverá ser usado preferencialmente quando a medida de
tendência central for a mediana;
c) trata-se de uma medida insensível à distribuição dos itens menores que Q1,
entre Q1 e Q3 e maiores que Q3.

Por exemplo, para os valores 40, 45, 48, 62 e 70, o desvio quartil será: Q1 =
(45+40)/2 = 42,5; Q3 = (70+62)/2 = 66; e Dq = (66 - 42,5) / 2 = 11,75.

10.9.3 Desvio Médio Absoluto

O desvio médio absoluto é representado por Dm. Para dados brutos é a média
aritmética dos valores absolutos dos desvios tomados em relação a uma das seguintes
medidas de tendência central: média ou mediana.

Para a média = Dm  E | Xi   | / n e para a mediana = Dm  E | Xi  Md | / n . As


barras verticais indicam que são tomados os valores absolutos, prescindindo do sinal dos
desvios. Exemplo: calculando o desvio médio do conjunto de números {- 4, - 3, - 2, 3, 5},  =
-2,0 e Md = -2. A Tabela 17 a seguir apresenta-se como auxiliar para o cálculo do desvio
médio.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
258

Tabela 17 - Tabela auxiliar para cálculo do desvio médio

Xi Xi -  | Xi   | Xi – Md |Xi – Md|
-4 (- 4) - (-0,2) = -3,8 3,8 (- 4) - (-2) = - 2 2
-3 (- 3) - (-0,2) = -2,8 2,8 (- 3) - (-2) = - 1 1
-2 (- 2) - (-0,2) = -1,8 1,8 (- 2) - (-2) = 0 0
3 3 - (-0,2) = 3,2 3,2 3 - (-2) = 5 5
5 5 - (-0,2) = 5,2 5,2 5 - (-2) = 7 7

E= 16,8 E= 15

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Pela Média: Dm = 16,8/5 = 3,36; pela Mediana: Dm = 15 / 5 = 3.

10.4.4 Desvio Padrão

O desvio padrão é a medida de dispersão mais geralmente empregada, pois leva


em consideração a totalidade dos valores da variável em estudo. É um indicador de
variabilidade bastante estável. O desvio padrão baseia-se nos desvios em torno da média
aritmética e a sua fórmula básica pode ser traduzida como: a raiz quadrada da média
aritmética dos quadrados dos desvios e é representada por S. A sua fórmula é:
( i  ) 2
S . Esta fórmula é empregada quando se trata de uma população de dados
n
não agrupados. Por exemplo, ao se calcular o desvio padrão da população representada por
- 4, -3, -2, 3,5, conforme exibe a Tabela 18 (2) a seguir:

Tabela 18 (2)- Calculando o desvio padrão

Xi  ( i   ) ( i  ) 2
-4 - 0,2 - 3,8 14,44
-3 - 0,2 - 2,8 7,84
-2 - 0,2 - 1,8 3,24
3 - 0,2 3,2 10,24
5 - 0,2 5,2 27,04

E= 62,8

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Sabe-se que n = 5 e 62,8 / 5 = 12,56. A raiz quadrada de 12,56 é o desvio padrão =


3,54. Deve-se observar que quando interesse não se restringe à descrição dos dados mas,
partindo da amostra, visa-se tirar inferências válidas para a respectiva população, convém
efetuar uma modificação, que consiste em usar o divisor n - 1 em lugar de n. A fórmula
( i  ) 2
ficará, então: S 
n 1

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
259

Se os dados -4, -3, -2, 3, 5 representassem uma amostra, o desvio padrão amostral
seria a raiz quadrada de 62,8 / (5 -1) = 3,96. O desvio padrão goza de algumas propriedades,
dentre as quais se destacam: a) somando-se (ou subtraindo-se) uma constante a todos os
valores de uma variável, o desvio padrão não se altera; e b) multiplicando-se (ou dividindo-
se) todos os valores de uma variável por uma constante (diferente de zero), o desvio padrão
fica multiplicado (ou dividido) por essa constante.

Quando os dados estão agrupados (tem-se a presença de frequências), a fórmula do


[( i  )2 . fi] [( i  )2 . fi]
desvio padrão ficará: S  ou S  , quando se trata de
 fi  fi  1
uma amostra. Exemplo: ao se calcular o desvio padrão populacional da Tabela 19 a seguir:
Tabela 19 - Calculando o desvio padrão populacional

Xi fi Xi.fi  ( i   ) ( i  ) 2 ( i  ) 2 .fi
0 2 0 2,1 -2,1 4,41 8,82
1 6 6 2,1 -1,1 1,21 7,26
2 12 24 2,1 -0,1 0,01 0,12
3 7 21 2,1 0,9 0,81 5,67
4 3 12 2,1 1,9 3,61 10,83

Total 30 63 E= 32,70

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Sabe-se que E fi = 30 e 32,7 / 30 = 1,09. A raiz quadrada de 1,09 é o desvio padrão =


1,044. Se se considerarem os dados como sendo de uma amostra, o desvio padrão seria: a
raiz quadrada de 32,7 / (30 -1) = 1,062.

Observa-se que nas tabelas de frequências com intervalos de classe, a fórmula a ser
utilizada é a mesma do exemplo anterior.

10.9 Variância

É o desvio padrão elevado ao quadrado. A variância é uma medida que tem pouca
utilidade como estatística descritiva, porém é extremamente importante na inferência
estatística e em combinações de amostras. É representada por S2.

10.10 Exercícios Propostos

1- Em uma pesquisa realizada em uma escola, identificaram-se os seguintes indicadores:

(1) idade
(2) anos de estudo
(3) ano de escolaridade
(4) renda
(5) sexo

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
260

local de estudo
conceito obtido na última prova de biologia
(8) Quantidade de livros que possui

Pergunta-se:
a) das variáveis acima, quais são as quantitativas e quais são as qualitativas?
b) das variáveis quantitativas, diga quais são discretas?
2- Organize os dados abaixo em uma tabela de distribuição de frequência, contendo o
intervalo de classe, a frequência absoluta, a frequência acumulada, a frequência relativa
e a frequência relativa acumulada.

20,4 22,3 23,1 23,5 23,8 24,1 24,3 24,3 24,6


26,0 25,0 25,1 25,3 25,3 25,4 25,6 25,7 25,8
26,0 26,1 26,2 26,2 26,3 26,5 26,6 26,7 26,8
27,1 27,1 27,3 25,7 27,7 27,9 28,0 28,3 28,7

3- Ao procurar emprego, um determinado cidadão, teve que optar por duas ofertas
dispostas em um caderno de classificados. Qual a que representa a melhor opção? Por
quê?

Oferta 1 Oferta 2
Média
890,00 950,00
Salarial
Mediana 800,00 700,00
Desvio
32,00 38,00
Padrão

4- As notas finais de um curso de Estatística foram as seguintes: 7, 5, 4, 5, 6, 1, 8, 4, 5, 4, 6,


4, 5, 6, 4, 6, 6, 4, 8, 4, 5, 4, 5, 5,6. Assim:

a) determine a mediana e os quartis.


b) separe o conjunto de dados em dois grupos denominados “aprovados”, com nota
igual ou maior que 5, e “reprovados”. Compare a variabilidade destes dois grupos
a partir de seus coeficientes de variação.

5- Numa pesquisa realizada com 100 peças escolhidas ao acaso da linha de produção de
uma indústria, levantaram-se as seguintes informações:

Nº de defeitos 0 1 2 3 4 5 7
Nº de peças 17 20 28 19 7 4 5

Pergunta-se:
a) qual a mediana do número de defeitos? E a moda?

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
261

b) que problema você enfrentaria para calcular a média? Faça alguma suposição e
encontre-a.

6- Uma empresa está planejando diminuir o tempo de entrega de um produto que


comercializa. Para tal, fez um levantamento das últimas 50 entregas obtendo a
informação sobre o número de dias que o produto levou para ser entregue. Os dados, já
ordenados, são apresentados a seguir: 1, 1, 1, 2, 2, 2, 2, 2, 2, 2, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 3, 3, 3, 3, 3,
3, 3, 3, 3, 3, 3, 3, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 5, 5, 5, 5, 6, 7, 7, 8 e 15.

a) calcule média, moda e mediana.


b) determine o desvio padrão e os quartis.

7- Faça um gráfico do tipo colunas com o resultado da 2ª questão.


8- Faça um gráfico do tipo linha com o resultado da 2ª questão.
9- Faça um gráfico do tipo setores com os dados da 4ª questão.
10- Faça um gráfico do tipo barras com os dados da 5ª questão.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
262

REFERÊNCIAS

COSTA NETO, Pedro L. O. Estatística. São Paulo, Edgard Blucher, 2002.

CAMPOS, A. A. M. Cipa: uma nova abordagem. Ed. SENAC, São Paulo, 2000;

BUSSACOS, M. A. Estatística aplicada à saúde ocupacional. São Paulo, Fundacentro, 1997.

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
263

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NOÇÕES DE LOGÍSTICA
267

11 NOÇÕES DE LOGÍSTICA

Antes de adentrar nos conceitos sobre logística, é importante observar o texto a


seguir, retirado de um Case: “Relatório dos consumidores de camarão dos Estados Unidos”:

Por que o camarão, o produto mais valorizado da indústria


pesqueira, é tão decepcionante? Se olharmos com detalhes a jornada
do camarão desde o mar até a mesa do consumidor, a resposta ficará
evidente.
Os métodos de pesca variam conforme a distância do porto, os
equipamentos disponíveis nos barcos de pesca e a capacidade do
porão desses barcos. Geralmente, a rede é esvaziada no convés,
onde o camarão é separado de alguns peixes e outros itens
indesejáveis. Nas águas mais ao sul, onde as temperaturas tanto do
ar como do convés podem ser extremamente elevadas, o camarão
tem a cabeça retirada imediatamente, é lavado com água do mar e
colocado no gelo, dentro do porão da embarcação.
Se os pesqueiros forem tão pequenos que tenham de retornar ao
porto toda noite, pode ser que o resultado do dia tenha sido
guardado no gelo. No próprio cais, ele é vendido imediatamente aos
agentes das indústrias. Muitos dos barcos maiores carregam gelo
picado em quantidade suficiente para permanecer nas áreas de
pesca por uma semana ou mais de cada vez. As embarcações mais
modernas dispõem de porões refrigerados.
Apesar da variação dos procedimentos de pesca, fica óbvio que, uma
vez que o frágil camarão é retirado do mar, ele é objeto de manuseio
inadequado. Exposto ao ar durante longo tempo no convés, ele pode
desenvolver pontos pretos. Posteriormente, dentro dos pequenos
depósitos do porto, ocorrer outros defeitos que prejudicam parcial
ou totalmente a qualidade e a salubridade do pescado.
Novamente, o tempo e a temperatura são fatores críticos. Os
defeitos têm mais chance de se desenvolver quando o camarão é
refrigerado por tempo demais ou por ter sido mantido num período
mais curto, mas a temperaturas maiores. Como todo o pescado de
vários dias de um barco é muitas vezes industrializado de uma única
vez, todos os defeitos da safra não vêm necessariamente juntos em
uma só caixa ou saco do produto. Um consumidor pode pegar
simplesmente um ou dois dos camarões que ficaram no canto do
depósito.
Quando o camarão chega à fábrica, ele é lavado e colocado em uma
esteira, onde inspetores retiram os pescados danificados, descorados
ou em decomposição. Na mesma esteira, em seguida, dispositivos
mecânicos separam o camarão pelo tamanho. A partir deste ponto, o
camarão com casca é simplesmente empacotado em caixas de papel-

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
268

cartão encerado, pesado e congelado. Após o congelamento, o


camarão é normalmente submetido a um borrifamento d'água a
mais, formando um bloco de gelo com a finalidade de evitar perda de
umidade. O camarão descascado passa por diversos estágios
adicionais.
Existem muitas chances para surgirem problemas durante o
processamento. A inspeção casual do camarão que será processado
pode não eliminar todo o camarão ruim. O manuseio descuidado
pode deixar camarão danificado, pedaços de casca ou tripa, e mesmo
cabeças ou pernas inteiras entrar no pacote final.
Uma vez que o camarão sai da planta industrial, ele deve ser
armazenado - em depósitos refrigerados, durante o transporte em
caminhões também refrigerados e, finalmente, nos congeladores dos
varejistas. Em cada estágio do ciclo de distribuição, é essencial que
as temperaturas de estocagem sejam mantidas abaixo de 18°C
negativos.
Sob boas condições, mesmo um camarão cuidadosamente
processado deteriora com o tempo. Sob condições casuais de
estoque e temperatura flutuante, a salubridade e a qualidade
decaem muito rapidamente.
Este é apenas um exemplo dos problemas logísticos que
permanecem. Neste caso, a qualidade do produto é afetada pela
maneira como o sistema logístico é administrado. Histórias
semelhantes podem ser contadas para virtualmente todo produto no
qual atividades logísticas afetam o serviço ao cliente (disponibilidade
e condição das mercadorias, preço e qualidade do produto). Da
mesma forma que os problemas permanecem, também surgem
oportunidades para aqueles capazes de tratá-los (BALLOU, 2009, p.
20 e 21).
11.1 Introdução

“Hoje, a logística desvinculou-se da figura do armazém e das docas de transporte e


se faz presente em salas de aula, congressos e mesas de reuniões, com a real importância
que lhe é merecida” (FERNANDES, 2012, p. 10).

Como se pode observar pela citação acima, o tema “logística” tornou-se corriqueiro
nos dias atuais dentro das organizações, sejam elas escolas, hospitais, lojas de departamento,
etc. E o que vem a ser a logística dentro destes contextos? A logística representa, segundo
Fernandes (2012) o elo entre as expectativas geradas pelos diversos departamentos: vendas,
marketing, finanças, custos, pesquisa e desenvolvimento (P&D), produção e demais setores
envolvidos, todos voltados para um único objetivo: o sucesso de suas metas.

Para Fernandes (2012), pode-se comparar a logística ao lubrificante nas


engrenagens de uma máquina, cuja importância é quase que esquecida, posto que ele está
lá desenvolvendo o seu trabalho e só é notado quando se esquece de alimentar a máquina

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
269

com mais lubrificante, ocasionando sua parada total. Neste sentido, tal como o lubrificante,
como exemplifica a analogia do autor, a logística interrompe qualquer fase ou etapa de
todos os processos de o mercado percebe isto, uma vez que a demanda e o consumo de
bens e serviços aumentam concomitantemente ao número de habitantes no planeta.

11.2 Origem e Definição

A logística, enquanto verbete, tem sua origem na língua francesa, logistique.


Larousse (1990, p. 269 apud FERNANDES, 2012, p. 10) define-a como “parte da arte da
guerra que visa garantir provisões, transporte, alojamento, hospitalização etc., aos efeitos
militares em operação". Por outro lado, muitos historiadores preconizam que a logística
tenha origem no grego antigo, logos, isto é, razão, cálculo, pensar e analisar.

Várias são as definições de logísticas para os autores. O Counsil of Logistics


Management (grupo dedicado aos estudos da logística nos EUA) defende que a logística é o
processo de planejar, implementar, controlar com eficiência o custo correto, o fluxo, a
armazenagem de matéria-prima, além de cuidar do estoque durante a produção e produtos
acabados, bem como as informações relativas a estas atividades, desde sua origem ao ponto
de consumo, com o propósito de atender aos requisitos dos clientes (FERNANDES, 2012).

Por outro lado, para Bowersox et al. (2007 apud FERNANDES, 2012), a logística é
responsável por projetar e administrar sistemas para controle do transporte e da localização
geográfica dos estoques de materiais, produtos inacabados e produtos acabados, utilizando-
se para tanto o menor custo total.

Conforme ilustrado pela Figura 1 a logística possui fases, cujo objetivo é formar
uma estratégia operacional desenvolvida por três atividades: armazenar, transportar e
distribuir. Para a soma dessas atividades, é necessária uma gestão integrada, de modo que
se forme um conjunto denominado de logística. A integração dessas fases requer sincroniza,
para que não haja rupturas ou desencontros de informações que possam ocasionar
problemas para toda a operação.

Figura 1 - Estrutura e fases da operação logística

Fonte: Fernandes (2012)

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
270

Fernandes (2012) afirma que a logística está presente em todos os momentos,


sejam eles profissionais ou pessoais, desde o armazenamento dos produtos, o transporte, a
distribuição, os recursos envolvidos, as informações, os suprimentos utilizados, até mesmo
uma simples comunicação via e-mail ou telefone. A estrutura organizacional se compõe de
metas a cumprir, bem como suas fases a serem desenvolvidas e, para tanto, requer uma
logística que permita o desenvolvimento deste todas elas.

O Quadro 1 a seguir ilustra a importância e influência da logística no dia a dia,


apresentando o exemplo de um representante de vendas que, durante sua rotina, pode
melhorar seu desempenho ou mesmo piorá-lo diante de ações de logística que não foram
devidamente planejadas.

Quadro 1 - Exemplo da rotina de um representante comercial

Rotinas de um representante comercial


Horário Atividade Caracterização logística
7h00 Acordar e tomar café Um simples café da manha exige a disponibilidade do recurso, no
da manhã. caso, os alimentos e bebida. A produção do café, por exemplo, é
composta de uma aquisição de um semiproduto (pó de café),
que foi transportado de um fornecedor, no caso, um varejo
(supermercado), e será armazenado, posteriormente
transformado em produto acabado (café), distribuído até o
ponto de consumo (xícara de café) – cliente final.
8h00 Saída de casa e início Para sair de casa e ir trabalhar, um itinerário é previamente
das atividades. planejado, utilizando-se do transporte para visitar seus clientes.
Durante o transporte, as amostras grátis de seus produtos estão
armazenadas em quantidade suficiente para atender à demanda
de distribuição para aquele dia.
12h00 Almoço. A escolha e a localização de um restaurante para o almoço será
fundamental no cumprimento dos horários previstos para o dia.
Administrar o tempo é mais uma característica fundamental para
garantir o just-in-time7 de toda a operação do dia.
13h00 Retorno às atividades. No retorno às atividades, o transporte eficiente é fundamental,
pois o tempo perdido em qualquer fase não poderá ser
recuperado, interferindo em todo o planejamento desenvolvido
para o dia, podendo até comprometer os próximos dias.
18h00 Encerramento das Após os contatos realizados no dia, as informações serão
atividades e retorno armazenadas e fundamentais para o planejamento das próximas
para casa. ações, programações de visitas e futuros negócios, que
obedecerão a uma nova distribuição dos recursos vinculados
com o conhecimento adquirido.

Fonte: Fernandes (2012)

7
Estratégia de administração do tempo, administrando-se os recursos na quantidade certa, no momento exato
e no local correto (FERNANDES, 2012, p. 11)

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
271

11.3 A Evolução Histórica e os Mestres da Logística

Remontando à história da humanidade, se pode observar que a logística sempre


esteve associada às grandes estratégias de guerra e conquistas territoriais, a exemplo das
batalhas comandadas por Alexandre, o Grande, e Napoleão Bonaparte. Entretanto, como
afirma Fernandes (2012), embora o homem não soubesse como, tacitamente ele já
executava ações de logística desde a antiguidade. Os grandes povos antigos como egípcios,
gregos, romanos, chineses, vikings, incas, astecas, por exemplo, desempenharam papéis
importantes em suas eras, constituindo um poder de organização notório em sua sociedade.
A história da navegação é outro exemplo que merece destaque, dado que, sem nenhuma
ferramenta eletrônica ou qualquer outra maravilha tecnológica, o homem conseguiu
descobrir e explorar todo o planeta, permitindo o que hoje se conhece por globalização.

Como já citado anteriormente, Alexandre, o Grande, e Napoleão fizeram história ao


utilizarem aprimoradas técnicas logísticas em suas estratégias de batalha. “*...+ da conduta
de cada um depende o destino de todos”, frase célebre de Alexandre, o Grande, que
demonstra como ele entendia o valor de todos os envolvidos em um processo, cujo
resultado final representava o bom trabalho de todos. Napoleão, que vivera em outra época,
foi um grande estrategista militar, cujos sucessos de suas estratégias dependiam da
organização logística de seus soldados, equipamentos e suprimentos. “Na estratégia,
decisiva é a aplicação”, afirmava Napoleão, sintetizando os objetivos a serem alcançados a
partir da perfeita execução de todas as suas fases, de maneira integrada, garantindo o
sucesso de todos (FERNANDES, 2012).

O mundo dos negócios de hoje é um campo de batalha, tal como na era desses dois
líderes marcantes da história. Neste sentido, as empresas dependem também da
contribuição dos seus colaboradores para que, a partir de uma gestão entre as operações e a
logística, possam conquistar o mercado e os seus clientes.

11.4 A Importância da Logística

Segundo Dornier et al. (2000 apud FERNANDES, 2012), as empresas estão sendo
compelidas a projetar seus produtos para um mercado global e racionalizar seus processos
produtivos de forma a maximizar os recursos corporativos. Isto advém de uma tendência
rumo à economia mundial integrada e à arena competitiva global. Entretanto, no que diz
respeito à estratégia corporativa, grande parte das funções de operações e logística
permanece vinculada aos papéis tradicionais, onde a alta direção considera as operações de
logística como de natureza tática, dando-lhe um mero papel voltado para a minimização de
custos.

É importante salientar que a logística precisa participar do processo de decisão da


estratégia corporativa e não ser apenas um departamento que executa, visto que as decisões
já foram tomadas, conforme orienta Fernandes (2012). De acordo com o autor, o
crescimento recente do mercado, em nível global, expandiu a capacidade e a complexidade
das operações logísticas, sendo vista também como um diferencial competitivo para o
sucesso da empresa.

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
272

Kotler (1986 apud FERNANDES, 2012) afirma que um produto é tudo aquilo capaz
de satisfazer um desejo. Mas é importante que o conceito aqui não se limite apenas a
objetos físicos. O produto deve ser visto pela importância do serviço que ele presta. Um
batom, por exemplo, conforme o autor, não é comprado observando-se seu aspecto físico,
mas pela possibilidade de beleza que ele pode evocar. O produto é, na verdade, um
instrumento para resolver o problema do consumidor.

Em contrapartida, Fernandes (2012) advoga que o os consumidores da atualidade


não são mais os “fregueses” das vendas e mercearias do passado. Eles se comportam hoje
como tendo direitos e poder de decisão e interferem diretamente no desenvolvimento das
estratégias de determinados segmentos e produtos. O produto da logística é o serviço e
todos esperam dela eficácia e eficiência para com os seus produtos. Neste sentido, para que
ela seja considerada eficiente, terá que apresentar a capacidade de dispor de bens e
recursos, que comprovem efetivamente que trarão os resultados pretendidos pela
organização. Para tanto, a logística deve comprovar, em todas as etapas, a sua eficácia,
realizando as tarefas com segurança, pontualidade e qualidade.

11.5 Os Produtos e seus Critérios

De acordo com Fernandes (2012), na aquisição de um produto, o consumidor


espera deste soluções para os seus problemas, como já mencionado anteriormente. Isto
reafirma o aumento significativo do nível de exigência dos clientes, expondo o seu objeto de
desejo a critérios competitivos. Neste sentido, Paiva et al. (2004, p. 44-45 apud FERNANDES,
2012) preconizam que existem cinco critérios competitivos na área de operações,
relacionados às estratégias de negócios. São eles:

a) custo: a principal decisão diz respeito produzir com margens de lucro maiores ou
produzir grandes volumes com margens reduzidas;
b) qualidade dos produtos oferecidos, de forma que estes tenham desempenho
superior aos de seus competidores;
c) desempenho de entrega: a relação estabelecida entre fornecedor e cliente. Uma
das formas para a empresa competir com base em desempenho de entrega é ser
capaz de mobilizar recursos para garantir o trabalho prometido, entregar dentro
do prazo e corrigir rapidamente alguma eventual falha ocorrida [...];
d) flexibilidade: a empresa que compete com flexibilidade deve ser capaz de
absorver rapidamente mudanças em lotes de produção não padronizados, bem
como a mudanças no tipo de produto a produzir; e,
e) inovação: critério tradicionalmente definido como a habilidade da empresa em
lançar novos produtos e/ou serviços em curto espaço de tempo.

Conforme afirmam os autores, tais critérios competitivos classificam-se como:

a) critérios qualificadores: aqueles que devem estar em um patamar mínimo


exigido pelo mercado, satisfazendo a um padrão de desempenho e sendo
definidos por um nível mínimo necessário para participar de uma concorrência.
Este critério é o primeiro estágio que o produto atravessará, visto que o mesmo
pode ser qualificado pelo cliente, mas ainda não venceu os produtos

MÓDULO 1 ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA
273

concorrentes que também foram qualificados; ou


b) critérios ganhadores de pedidos, que distinguem uma empresa em relação à sua
concorrência, apresentando características que permitem a competitividade e a
possibilidade de ganhar o mercado. Quando o cliente escolhe o produto,
significa que este ofereceu um critério ganhador de pedido.

Diante desses dois critérios, a logística possui uma parcela importante na efetivação
da estratégia desenvolvida para o produto.

A Figura 2 a seguir ilustra um modelo competitivo para a logística integrar os cinco


critérios competitivos acima descritos, oferecendo ao cliente rápida resposta diante das
oportunidades de mercado disputadas pela empresa e pela concorrência.

Figura 2 - Compatibilização dos critérios competitivos na logística

Fonte: Adaptado de Dornier et al. (2000, p. 93 apud FERNANDES, 2012, p. 17)

11.6 Programas Voltados ao Desenvolvimento das Operações Logísticas

De acordo com Fernandes (2012), as empresas preocupadas em reduzir custos de


produção e custos logísticos ao longo da cadeia de suprimentos, reconhecendo, ao mesmo
tempo, a importância da manutenção da qualidade para com os seus produtos. Neste
sentido, originaram-se ao longo das décadas de 1980 e 1990 diversas iniciativas com
propósitos semelhantes, tais como:

 Programas institucionais:
Efficient Consumer Response (ECR): resposta eficiente ao consumidor; e
Quick Response (QR): resposta rápida

 Procedimentos operacionais:
Continuous Replenishment Program (CRP): programa de reposição contínua;
Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment (CPFR): previsão,
planejamento e reabastecimento colaborativo; e,
Vendor Managed Inventory (VMI): estoque gerenciado pelo fornecedor.

Todos estes programas visam à criação e ao desenvolvimento de um conjunto de

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
274

princípios e medidas (ou à estruturação conjunta de componentes e processos) necessários


para viabilizar uma estratégia de otimização do tempo no fluxo de informações entre cliente
e fornecedor. O Quadro 2 a seguir descreve melhor suas definições, vantagens e
desvantagens.

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275
Quadro 2 - Ferramentas de respostas rápidas nas operações logísticas

Programas institucionais Definição Vantagens Desvantagens


 Melhora na gestão da demanda;
Modelos estratégicos de negócios nos quais fornecedores  Melhor desempenho de entregas;  Mudança de tradicionais paradigmas
Efficient Consumer
e varejistas trabalham de forma integrada, visando  Diminuição da depreciação e obsolescência dos dentro das empresas;
Response (ECR): resposta
melhorara eficiência da cadeia logística e entregando estoques;  Grandes necessidades de convencimento,
eficiente ao consumidor
maior valor ao consumidor.  Melhora da imagem da marca; comunicação e educação dos envolvidos.
 Coordenação eficaz de promoções e negociações.
Sistema de ligação de todos os elementos da cadeia de
abastecimento, eletronicamente, podendo utilizar
expedições diretas dos fornecedores para os usuários  Redução dos níveis de estoque;  Elevado custo de implementação;
Quick Response (QR): finais. Sistema para relacionar vendas finais no varejo às  Melhoria nas programações de operações de  Custo elevado do compartilhamento e
resposta rápida programações de produção e expedição com a cadeia de produção; manutenção do compartilhamento
abastecimento. Emprega escaneamento no ponto de  Menores ciclos de fases de armazenagem. eletrônico de dados.
vendas e troca eletrônica de dados, também pode usar
expedições diretamente da fábrica.
Programas operacionais Definição Vantagens Desvantagens
Constitui iniciativa de empresas para controle dos níveis
Continuous Replenishment
de estoque e maior liberdade para determinação das  Sincronização das empresas no desenvolvimento  Fortes investimentos em EDI7 entre as
Program (CRP): programa
políticas de da gestão da cadeia de suprimentos. empresas.
de reposição contínua
ressuprimento.
Collaborative Planning,
Permite a comunicação aberta e segura, em tempo real, e  Sólida relação entre as empresas envolvidas;  Substancial investimento em tempo e em
Forecasting and
apoia um conjunto de requisitos, possibilitando que  Ciclos de atendimentos a pedidos mais pessoas para preparar o processo;
Replenishment (CPFR):
fornecedores e clientes contribuam na geração de previsíveis;  Mudanças necessárias na cultura das
previsão, planejamento e
previsões e participem das etapas do processo para  Aumento no nível de serviço ao cliente; empresas parceiras, ou seja, incremento
reabastecimento
melhorar a acuracidade.  Redução nos custos de estoques e no geral. de uma cultura de colaboração.
colaborativo
Sistema de parceria em que o fornecedor, por iniciativa  Melhor gestão da demanda;
 Custo do estoque mantido no cliente;
própria, repõe de forma contínua os estoques do cliente  Melhor conhecimento do mercado;
Vendor Managed Inventory  Custo da gestão do sistema;
com base em informações de estoque, obtidas via internet  Menor custo dos estoques e capital de giro;
(VMI): estoque gerenciado  Maior dependência do fornecedor;
ou por outros meios. Estratégia que permite que o  Melhor atendimento por parte do fornecedor;
pelo fornecedor  Perda do controle sobre seu
fornecedor veja a disponibilidade de seu produto no  Simplificação da gestão dos estoques e das
abastecimento.
cliente, eletronicamente. compras.
Fonte: Adaptado de Moura et al. (2004); Pires (2004) (apud FERNANDES, 2012)

ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
276

11.7 Logística no Ambiente Organizacional

A logística engloba todas as fases dos sistemas produtivos das empresas, conforme
anteriormente citado. Fernandes (2012) afirma que o profissional de logística assumiu
diversos codinomes ao longo do tempo: o pessoal do estoque, o cara do armazém, o pessoal
do transporte. Porém, a realidade das operações logísticas dentro das organizações vem
mudando há tempos. A logística avança de forma tal dentro das empresas, que não cabe
mais ser classificada como um setor de ‘apaga os incêndios’, mas que caminha voltado para
uma estratégia empresarial integrada, cujo objetivo maior é o de apoiar as necessidades
operacionais dos diversos setores, tais como compras, produção e atendimento às
expectativas do cliente.

De acordo com Bowersox; Closs (2007), a melhor forma de atingir excelência em


logística é ter como estratégia fundamental um desempenho melhor que aquele dos
concorrentes, com uma boa relação custo-benefício. Além disto, um desafio neste sentido se
dá em relação à quebra dos paradigmas que devem ser enfrentados para a promoção da
integração da logística em todas as fases da cadeia de suprimentos a que a empresa
pertence. Segundo os autores, as empresas devem definir métodos específicos de gestão e
organização, de modo a possibilitar as integrações geográficas, setoriais e funcionais.

Outro desafio para se atingir a excelência logística dentro da organização é


promover a integração setorial. Alguns modelos tradicionais trabalham de forma
individualizada, onde cada setor atua preocupando-se apenas com a sua operação logística.
Os resultados insatisfatórios logo aparecem, elevando, inclusive, os custos e provocando
descontentamento em toda a cadeia produtiva. Para evitar isto, as empresas começaram a
perceber a necessidade de promover a cooperação além de suas fronteiras, integrando
todos os setores. Desta forma, a logística se torna eficiente e promove a diminuição dos
custos no sistema total em que o produto está inserido.

É sabido que cada departamento tem suas responsabilidades, mas estas podem ser
desenvolvidas a partir da gestão do conhecimento partilhado entre as outras áreas,
permitindo a integração funcional. Desta forma, os departamentos podem equalizar as
dificuldades de cada um e promover particularidades que não seriam capazes de fazê-lo
individualmente. Isto também contribui para a economia em escala dentro do processo de
criação, até a distribuição do produto ao seu consumidor final.

11.8 Exercícios Propostos

1- O mercado reconhece a relevância dos estudos e investimentos em logística, que


começa a ganhar importância significativa no desenvolvimento das estratégias das
empresas. Sintetize uma definição para logística e sua importância para as empresas.
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2- Assinale a alternativa que apresente as três operações que formam a logística:

a) transportar, estocar e distribuir


b) armazenar, estocar e transportar
c) transportar, armazenar e estocar
d) armazenar, transportar e distribuir

3- Assinale a alternativa que represente exclusivamente programas de respostas rápidas nas


operações logísticas.

a) ECR, VMI, EDI, WMS


b) ECR, VMI, CPFR, QR
c) ECR, ERP, EDI, CPFR, QR
d) ECR, CPFR, QR, ERP

4- Qual a origem da palavra “logística”


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5- Relacione as colunas:

CPFR () Modelo estratégico de negócios no qual fornecedores e varejistas trabalham de forma


integrada, visando melhorar a eficiência da cadeia logística e entregando maior valor ao
consumidor.

VMI () Sistema de parceria em que o fornecedor, por iniciativa própria, repõe de forma contínua os
estoques do cliente com base em informações de estoque, obtidas via internet ou por outros
meios. Estratégia que permite que o fornecedor veja a disponibilidade de seu produto no
cliente, eletronicamente.

ECR () Permite a comunicação aberta e segura, em tempo real, e apoia um conjunto de requisitos,
possibilitando que fornecedores e clientes contribuam na geração de previsões e participem
das etapas do processo para melhorar a acuracidade.

6- Voltando a épocas passadas, nomeie os grandes nomes da logística, e qual área os


mesmos se destacaram:
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ADMINISTRAÇÃO/LOGÍSTICA MÓDULO 1
278

REFERÊNCIAS

BALLOU, R.H. Logística empresarial. São Paulo: Ed. Atlas, 1993.

________. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição


física. São Paulo: Editora Atlas, 2009.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Gestão da cadeia de suprimentos. Rio de Janeiro: Elsevier,


2007.

COOPER, M; BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Gestão da cadeia de suprimentos e logística. Rio de


Janeiro: Campus, 2007.

FERNANDES, K. dos. S. Logística: fundamentos e processos. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro:


Campus, 2007.

SEVERO FILHO, João. Administração de logística integrada. Rio de Janeiro: E-Papers, 2006.

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ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________
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