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FUNDAMENTOS DE SEGURANÇA

E SAÚDE NO TRABALHO
FICHA TÉCNICA – 2ª Edição

Preparação de Conteúdo:
Professor Rogério Pinto Ferreira

Formatação e Normalização (ABNT):


Ediane Souza

Revisão Gramatical, Semântica e Estilística:


Ediane Souza

Capas: Aporte Comunicação


Folhas de Rosto: Thomas Arraes

Editoração e Revisão Técnica Final:


Ediane Souza

Diagramação:
Ediane Souza

Impressão:
Provisual Gráfica e Editora

Rua das Ninfas, 243


Soledade – Recife/PE – Brasil
CEP: 50.070-050
Telefone: (81) 4062-9222
www.grautecnico.com.br

Este material é exclusivo para uso do aluno Grau Técnico.


Para dúvidas ou sugestões, envie-nos um e-mail:
contato@grautecnico.com.br

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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REGULAMENTO INTERNO – VERSÃO 20171


Caro(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a)! Para que possamos desenvolver as atividades de formação


técnica com profissionalismo e excelência, se faz necessário o cumprimento de algumas
normas, as quais estão descritas a seguir.

1 MATRÍCULA
1.1 O(a) aluno(a) deverá, no ato da matrícula, fazer a leitura do regulamento interno e do
contrato de prestação de serviços com bastante atenção, para que possa conhecer seus
direitos e deveres no decorrer do curso.

2 DIAS/HORÁRIOS
2.1 Turmas de segunda, quarta e sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e noite.
2.2 Turmas de terça e quinta-feira, nos turmas da manhã e noite, e aos sábados, pela
manhã e tarde.
2.3 O curso de Enfermagem, exclusivamente, tem turmas de segunda à sexta, nos turnos
da manhã, tarde e noite. Em breve, terá o formato de três dias, assim como os
demais cursos.
2.4 A pontualidade e a assiduidade, bem como a postura pessoal serão pontuadas como
indicadores do processo de avaliação.
Atenção: observe em seu contrato os dias e horários das aulas.

3 ATIVIDADES COMPLEMENTARES
3.1 As atividades extraclasse (palestras, seminários, Visitas Pedagógicas Orientadas
(VPOs) serão obrigatórias para o complemento da carga horária, sendo realizados nos
mesmos horários das aulas, em dias alternados ou de acordo com a disponibilidade
da escola ou da empresa (no caso das VOPs).
3.2 As visitas pedagógicas orientadas acontecerão de acordo com a disponibilidade da
escola e das empresas parceiras. Cabe ao aluno interessado realizar o pagamento da
taxa de transporte na secretaria, se houver.
3.3 O uso do fardamento é obrigatório para todas as visitas e aulas práticas (dentro e fora
da instituição).

4 CERTIFICAÇÃO
4.1 A frequência nas aulas deve ser igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento)
em cada disciplina.
4.2 A média em cada disciplina deve ser igual ou superior a 7,0 (sete).
4.3 O(a) aluno(a) que for reprovado(a) em alguma das disciplinas deverá pagar o valor de
uma parcela para cursar novamente a disciplina, a fim de obter frequência e nota
necessárias para a aprovação e para o recebimento do certificado.
4.4 Estar com todas as parcelas pagas.
4.5 Estar com toda documentação exigida pela Secretaria Estadual de Educação,

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O regimento em vigor será sempre a última versão, informada no título deste documento.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO 1


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conforme orientado no ato da matrícula.


4.6 Solicitar, por escrito, a emissão do diploma. O prazo de entrega, após solicitação, será
de até 60 (sessenta) dias.
4.7 Os cursos que possuem estágio obrigatório terão os seus diplomas entregues após o
cumprimento da carga horária total, incluindo estágio.

5 REPOSIÇÃO DE AULA
5.1 Em caso de falta justificada, o(a) aluno(a) terá o direito de realizar a aula ou atividade
perdida em outra turma, de acordo com a disponibilidade da escola, sem custo
adicional.
5.2 A falta só poderá ser justificada perante atestado médico ou documento
comprovando o motivo da ausência.
5.3 Em caso de falta sem justificativa, o(a) aluno(a) poderá requerer na secretaria a
reposição da aula ou atividade, efetuando o pagamento referente à taxa do serviço.
5.4 Observa-se que a justificativa não anula a falta, apenas faz valer o direito de
reposição da aula ou atividade.

6 CONSERVAÇÃO
6.1 No caso de danos ao espaço da escola ou a equipamentos pertencentes à mesma,
o(a) aluno(a) ou seu representante legal será responsabilizado pelos gastos com o
reparo, bem como, se necessário, submetido(a) às medidas disciplinares quando for
cabível.
6.2 Ao término de cada aula, teórica ou prática, a sala ou laboratório utilizado deverá ser
deixado organizado para a próxima turma.

7 SAÚDE E BEM-ESTAR GERAL


7.1 Não será permitida a utilização de aparelhos celulares ou fones de ouvido na sala de
aula.
7.2 Não será permitida a permanência de pessoas em salas de aula e dependências
internas da escola, a não ser alunos, instrutores ou funcionários em seus respectivos
horários.
7.3 Não será permitida a entrada de alimentos ou bebidas nas salas de aula, laboratórios
ou biblioteca.
7.4 Deve-se manter a limpeza, organização e conservação da escola como um todo.
Devem-se utilizar os cestos de lixo disponibilizados em cada ambiente.
7.5 A escola não se responsabilizará por perdas ou danos de pertences dos alunos.
7.6 É obrigatório tratar os demais alunos, docentes e funcionários com respeito e
civilidade, sob pena de aplicação de medida disciplinar de advertência, suspensão ou
expulsão, a depender da gravidade da infração.
7.7 Temos câmeras sendo utilizadas em toda escola, a fim de proporcionar maior
segurança aos nossos alunos.

8 BIBLIOTECA/ACESSO À INTERNET
8.1 A utilização da biblioteca será mediante agendamento com a coordenação
pedagógica, fora do horário normal, com apresentação de documento para uso de
livros.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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8.2 O uso desta sala é exclusivo para estudo e pesquisa, portanto deverá ser mantido o
silêncio e a disciplina, para não interferir na concentração dos demais alunos.
8.3 O uso dos computadores para pesquisa tem o tempo máximo de 30 minutos.
8.4 Não é permitida a retirada de livros para empréstimo.

9 AVALIAÇÃO
9.1 As provas serão realizadas durante o turno que o aluno estuda e sempre na última
aula da disciplina, tendo a duração média de 1h30.
9.2 O(a) aluno(a) que faltar à prova deverá comparecer à coordenação pedagógica da
escola para requerer a avaliação em segunda chamada, agendar uma data para a
realização desta, bem como efetuar o pagamento da taxa na secretaria.
9.3 As provas de recuperação ou segunda chamada acontecem na última semana de cada
mês, conforme informado pela coordenação, no site e nos quadros de avisos.

10 CANCELAMENTO DO CONTRATO
10.1 O cancelamento do contrato poderá ocorrer a qualquer momento, sob autorização
da diretoria da escola, em caso de indisciplina por parte do(a) aluno(a). Quanto a
sua defesa, caberá aos dispositivos legais vigentes.
10.2 O cancelamento por parte do(a) aluno(a) deverá ser feito na coordenação da
escola, mediante requerimento e pagamento da multa de cancelamento, conforme
contrato de prestação de serviços.
10.3 O(a) aluno(a) que cancelar e desejar retornar ao curso poderá reverter sua multa
em pagamentos de parcelas, sendo o valor descontado das últimas parcelas
restantes.
10.4 Para o(a) aluno(a) retornar, deverá ser efetuado o pagamento do valor de uma
parcela.
10.5 O aluno que for cancelado por motivo de indisciplina não poderá voltar a estudar
no Grau Técnico.

11 PORTAL ACADÊMICO
11.1 Todos os informativos, notas, oportunidades e materiais extras serão
disponibilizados Portal Acadêmico, no Website do Grau Técnico.
11.2 O acesso ao portal acadêmico é por meio do endereço eletrônico:
www.grautecnico.com.br, no qual o(a) aluno(a) colocará o seu número de matrícula
tanto no campo ‘usuário’, como naquele referente à ‘senha’.
11.3 Para a solicitação de declarações, deve-se respeitar o prazo de até 05 dias.

12 TRANSFERÊNCIA DE TURMA/SALA/INSTRUTOR/UNIDADES
12.1 A transferência de turma estará sujeita à disponibilidade de vagas nas turmas em
andamento.
12.2 A transferência de Unidade terá o valor de uma parcela com desconto. Para tanto,
o(a) aluno(a) tem que estar com as parcelas em dia, bem como a transferência
deverá estar condicionada à confirmação da unidade destino, conforme disposição
nas turmas.
12.3 O (a) aluno(a) que requerer transferência de Unidade sem nunca ter cursado na
unidade de origem e desejar outro curso adiantará uma parcela com desconto na

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO 1


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Unidade de origem e efetuará matrícula na unidade destino, se adequando ao plano


de pagamento desta.
12.4 Para a otimização do espaço e aproveitamento das turmas, o Grau Técnico poderá
mudar de sala durante o decorrer do curso, bem como unir duas ou mais turmas.
12.5 Durante o decorrer do curso, pode haver mudança de instrutor. Tendo em vista que
os nossos cursos seguem um plano de aula, os alunos não terão nenhum prejuízo
em relação ao aprendizado.

13 DIAS E HORÁRIOS DE RECEBIMENTO DA ESCOLA


13.1 As parcelas do curso terão descontos de pontualidade, para os pagamentos
efetuados até a data de vencimento. Para pagamentos após o vencimento, será
cobrado o valor integral, mais multa acrescida de juros.
13.2 O desconto de pontualidade só será válido para pagamentos em espécie. Para todo
tipo de cartão, a parcela será cobrada em valor integral.
13.3 A solicitação de declarações, diploma e histórico escolar é gratuita para a primeira
via. As emissões extras destes documentos devem ser feitas mediante o pagamento
de taxa de serviços, cujo valor será informado na secretaria da escola.
13.4 No ato da matrícula, será impresso o primeiro boleto do seu curso. Os demais
deverão ser impressos a partir do portal acadêmico, no site www.grautecnico.com.br,
acessando-o com o seu login e senha, no item financeiro, no link ‘Impressão de
Boletos’, ou solicitando a sua impressão na secretaria da escola. O pagamento do
boleto poderá ser realizado em qualquer banco ou caixa de pagamentos diversos.

14 AGÊNCIA DE ENCAMINHAMENTO GRAU TÉCNICO


14.1 Os alunos do Grau Técnico dispõem de uma Agência de Encaminhamento
Profissional, que tem como objetivo realizar parceria com empresas para
disponibilizar vagas de estágio e/ou emprego. Para participar, basta estar dentro do
seguinte regulamento: apresentar nota igual ou superior a 7,0 (sete), ter frequência
nas aulas igual ou superior a 75%, ter idade superior a 16 anos, ter concluído o
primeiro módulo, estar em dia com as parcelas e participar de, no mínimo, 50% do
ciclo de palestras disponibilizadas pela agência de encaminhamento.
14.2 O compromisso de encaminhamento profissional não é garantia de emprego ou
de estágio, visto que a decisão da contratação é da empresa contratante e não do
Grau Técnico.
14.3 Para os cursos de estágio não obrigatório, os alunos terão acesso às vagas
disponíveis por meio da coordenação e por agências de integração entre empresa e
escola. O estágio deverá ser feito fora do horário no qual o aluno esteja estudando.
14.4 Para os cursos de estágio obrigatório, os alunos deverão seguir o planejamento,
conforme orientado pela coordenação pedagógica.

15 ENFERMAGEM/RADIOLOGIA/ANÁLISES CLÍNICAS
15.1 O estágio é obrigatório para os cursos de Enfermagem e Radiologia, podendo ser
realizado no decorrer ou ao final do curso. Ocorrerá, preferencialmente, em turnos
no qual ele esteja estudando, porém em dias diferentes. Pode ocorrer, ainda, de
acordo com a disponibilidade da unidade de saúde (hospitais, postos de saúde,

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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clínicas, etc.). Caso o aluno não conclua a disciplina do estágio, deverá realizar o
pagamento de uma taxa referente a uma parcela, para poder refazer a disciplina.
15.2 O estágio para de Análises Clínicas é opcional.
15.3 Materiais imprescindíveis para as aulas práticas (laboratório) – sob total
responsabilidade do aluno:
 No caso de Enfermagem: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas,
gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21
(verde), estetoscópio, tensiômetro, garrote, termômetro (digital).
 No caso de Análises Clínicas: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas,
gazes, esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21
(verde), garrote.
15.4 Materiais Necessários para os estágios curriculares:
 No caso de Enfermagem: todo e qualquer material necessário às atividades
práticas serão de responsabilidade do aluno e deverão ser entregues
antecipadamente para garantia dos campos, tais como: luvas de procedimento,
máscaras, propés, toucas, gorros, capote descartável, toalhas de papel, sabão ou
sabonete líquido, ou quaisquer outros materiais solicitados pela instituição de
saúde.
 No caso de Radiologia: dosímetro (disponibilizado pela escola, mas, em caso de
perda, será de responsabilidade do aluno).

Ciente e de acordo.

_____________________________________________
Aluno(a)/Responsável

Para sugestões e informações, enviar e-mail para: contato@grautecnico.com.br

SEJA BEM-VINDO(A)!

Atenciosamente,
A Direção.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO 1


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 11

2 OBJETIVO DO CURSO................................................................................................. 11

3 TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO - MÓDULO 1 ........................................... 12

4 LEGISLAÇÃO APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ............................. 15

5 INTRODUÇÃO À ÉTICA ............................................................................................... 47

6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL NO TRABALHO .......................... 71

7 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL.................................................................................... 85

8 INFORMÁTICA BÁSICA............................................................................................. 117

9 TÉCNICAS DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO.............................................. 195

10 DESENHO TÉCNICO ............................................................................................... 235

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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1 INTRODUÇÃO

O avanço tecnológico é inevitável. No mundo todo, ele vem quebrando fronteiras


econômicas, sociais e culturais, trazendo consigo toda uma facilidade no acesso à
informação, à liberdade de expressão e à inclusão social. Ao mesmo tempo, também se lida
com certa desintegração dos valores humanos, com o consumo desenfreado, a
marginalização social e a agressão ao meio ambiente.

É necessário despertar o ser humano para a importância do conhecimento técnico e


suas consequências. Também é preciso conscientizá-lo para a solidariedade, o respeito a si
mesmo e ao outro e o trabalho em equipe.

A atuação do Grau Técnico, portanto, é abrir caminho para oportunidades que


beneficiem tanto o indivíduo, quanto o coletivo. É orientar para a realização profissional e
inserção social, por meio de uma educação estimuladora e operadora de inovações na
sociedade.

2 OBJETIVO DO CURSO

O curso Técnico em Segurança do Trabalho se propõe a desenvolver uma formação


profissional por competências, habilidades e atitudes, de modo que o aluno seja capaz de
enfrentar e responder a situações problemas de forma criativa e inovadora, com autonomia,
efetividade e ética, buscando a saúde e a qualidade de vida no trabalho, preservando o meio
ambiente e respeitando a legislação vigente do País.

O curso Técnico em Segurança do Trabalho busca contribuir para a formação de


profissionais que venham atuar na prevenção de acidentes de trabalho, como forma de
salvaguardar a saúde e a integridade física do trabalhador atendendo, ao mesmo tempo, as
necessidades emergentes da sociedade.

Capacitar o aluno para fazer uso de novas tecnologias relativas ao seu campo de
atuação profissional, aliando a teoria à prática e valorizando os conhecimentos e as práticas
adquiridas ao longo do curso, além de desenvolver no aluno o espírito crítico, capaz de
compreender e atuar no contexto social, econômico e político em que vive, objetivando
consolidar sua visão de um profissional competente, com visão de futuro e responsabilidade
com a sociedade, e preparar o futuro profissional para o exercício de sua capacidade de
análise tecni9ca, de postura ética, de tomada de decisões, de visão sistêmica, de trabalho
em equipe e de atitudes proativas.

APROVEITE BEM O CURSO E TRANSFORME O CONHECIMENTO ADQUIRIDO NAS AULAS EM


OPORTUNIDADES DE TRABALHO!

Atenciosamente,

Ruy Maurício Loureiro Porto Carreiro Filho


Diretor Geral

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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3 TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO - MÓDULO 1

Neste primeiro módulo do curso (Fundamentos de Segurança e Saúde no Trabalho),


serão desenvolvidas as Habilidades e Competências descritas a seguir.

3.1 Competências

a) conhecer a legislação brasileira voltada à área de segurança e saúde no trabalho,


bem como as normas, leis e acordos internacionais que regem a mesma;
b) estabelecer plano de trabalho com regras e procedimentos para redação e
apresentação de normas e procedimentos;
c) compreender os fundamentos da estatística e sua importância na aplicação ao
campo da segurança e saúde no trabalho;
d) conhecer os princípios e extensões elementares da tecnologia e da higiene no
processo efetivo de segurança no trabalho;
e) reconhecer e permear suas ações, enquanto pessoa e futuro profissional, com
princípios éticos, como balizadores de sua vida pessoal e profissional;
f) conhecer as técnicas existentes para executar as investigações, análises e
comunicação dos acidentes; e,
g) dominar as ferramentas básicas da informática e suas extensões ao seu campo de
trabalho.

3.2 Habilidades

a) aplicar as leis de segurança do trabalho;


b) atuar dentro da responsabilidade civil e penal decorrente da atividade profissional de
saúde e segurança ocupacional;
c) pôr a serviço do seu trabalho os fundamentos da estatística;
d) utilizar as ferramentas de informática para gerenciar suas atividades funcionais;
e) exercer suas funções com ética e profissionalismo, com domínio técnico e
aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos nas áreas de saúde e segurança do
trabalho;
f) empregar adeq2uadamente os princípios de higiene e segurança às diversas
atividades funcionais vivenciadas dentro da empresa;
g) identificar a função do Desenho na sua de atuação; e,
h) interpretar desenhos de arquitetura.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


LEGISLAÇÃO APLICADA À SAÚDE
E SEGURANÇA NO TRABALHO
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4 LEGISLAÇÃO APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Toda sociedade é regida por regras e condutas comportamentais, orientadas por


meio de leis que são essenciais para a ordem social. Dentre os bens materiais sob proteção
da legislação, a vida é o mais precioso deles. Neste sentido, há regras específicas voltadas
para a garantia da segurança e sobrevivência dos indivíduos.

Em todos os segmentos há regras que visam garantir a saúde e segurança do


cidadão. No ambiente de trabalho também. No que tange ao âmbito privado, aplicam-se as
Normas Regulamentadoras (NRs), preconizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE). Quanto ao serviço público, os aspectos legais relativos aos servidores são
regulamentados por uma legislação específica, elaborada pelo Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MPOG), exceto pelas NRs 07 e 09 do MTE, Programa de Controle
Médico Ocupacional e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, respectivamente, que
se aplicam tanto ao serviço público quanto ao privado, como determina o MPOG.

Esta disciplina apresentará a legislação brasileira acerca dos acidentes de trabalho,


abordando as leis em favor da segurança e medicina do trabalho, e os principais conceitos
sobre acidentes e doenças do trabalho, sua forma de proteção, prevenção e comunicação.

4.1 Evolução da Legislação Brasileira sobre Acidentes de Trabalho

A 1ª lei que tratou sobre os acidentes de trabalho foi o Decreto legislativo nº 3724
de 15 de janeiro de 1919, que introduziu o conceito de risco profissional e determinou o
pagamento de indenização ao segurado ou à família, proporcional à gravidade das sequelas
do acidente.

O Decreto-Lei n.º 7.036, de 10 de novembro de 1944 manteve o sentido de risco


profissional, mas foi ampliada pela teoria do risco da autoridade, isto é, pregava que a
autoridade é fonte (ou causa) de responsabilidade pelos acidentes havidos.

Em 14 de setembro de 1967, a Lei 5.316, determinou o seguro obrigatório como


prerrogativa da previdência social. Adotou o conceito de acidente ocorrido no trajeto entre
residência e o trabalho e vice-versa (risco social). A previdência social adotou programas de
reabilitação profissional.

Lei 6.367, de 19 de outubro de 1976, regulamentada pelo Decreto 79.037 de 24 de


dezembro de 1976, ao lado dos acidentes de trabalho, contemplava as chamadas doenças
profissionais ou doença do trabalho.

Lei 8213, de 24 de julho de 1991, estabeleceu que a empresa é responsável pela


adoção das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do
trabalhador. Assegurou a estabilidade no emprego do segurado que se incapacitarem para o
trabalho por mais de 15 dias.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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Enfim, o parágrafo 10º do art. 201 da Constituição Federal, na redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 16 de dezembro de 1998, estabeleceu que a lei disciplinará
“a cobertura do acidente de trabalho, a ser entendida concorrentemente pelo regime geral
de previdência social e pelo setor privado”.

4.2 Capítulo V - da Segurança e da Medicina do Trabalho 2

 Seção I - Disposições Gerais:

Art. 154. A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo,


não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à
matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou
Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas
de convenções coletivas de trabalho.

Art. 155. Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de


segurança e medicina do trabalho:

I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos


preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos no artigo 200;

II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais


atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território
nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho;

III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das


decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e
medicina do trabalho3.

Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites


de sua jurisdição:

I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do


trabalho;

II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste


Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam
necessárias;

III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes


deste Capítulo, nos termos do artigo 201.

Art. 157. Cabe às empresas:


2
Nova redação dada ao Capítulo pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977; Ver a Portaria MTb nº 3.214, de 08.06.1978,
que aprova as normas regulamentadoras deste Capítulo.
3
Ver na Constituição Federal/88 o artigo VII e XXII.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a


tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;

III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional
competente;

IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Art. 158. Cabe aos empregados:

I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções


de que trata o item II do artigo anterior;

II - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.

Parágrafo único. Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:

a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do


artigo anterior;

b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.

Art. 159. Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser
delegadas a outros órgãos federais, estaduais ou municipais, atribuições de fiscalização ou
orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo.

 Seção II - Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição:

Art. 160. Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia
inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em
matéria de segurança e medicina do trabalho.

§ 1º. Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas
instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar,
prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho.

§ 2º. É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do


Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações.
Art. 161. O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço
competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando
na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão
ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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§ 1º. As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às


medidas determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho.

§ 2º. A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da


Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por
entidade sindical.

§ 3º. Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados


recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria
de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao
recurso.

§ 4º. Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após
determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do
estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o
prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.

§ 5º. O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo


técnico do serviço competente, poderá levantar a interdição.

§ 6º. Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo,


os empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.

 Seção III - Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas:

Art. 162. As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do
Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina
do trabalho.

Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo estabelecerão:

a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do


risco de suas atividades;
b) o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa,
segundo o grupo em que se classifique, na forma da alínea anterior;

c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de


trabalho;
d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança
e em medicina do trabalho, nas empresas.

Art. 163. Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho,
nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas.

Parágrafo único. O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a


composição e o funcionamento das CIPAs.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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Art. 164. Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos


empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de
que trata o parágrafo único do artigo anterior.

§ 1º. Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles


designados.

§ 2º. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em


escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical,
exclusivamente os empregados interessados.

§ 3º. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano,
permitida uma reeleição.

§ 4º. O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que,


durante o seu mandato, tenha participado de menos da metade do número de reuniões da
CIPA.

§ 5º. O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o


Presidente da CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente.

Art. 165. Os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não poderão
sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.

Parágrafo único. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de


reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos
mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado4.

 Seção IV - Do Equipamento de Proteção Individual

Art. 166. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,


equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação
e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados5.

Art. 167. O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com
a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.

 Seção V - Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho:

Art. 168. Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições
estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo
Ministério do Trabalho:

4
Ver em Atos das Disposições Constitucionais Transitórias, artigo 10, II, alínea "a".
5
Ver o Enunciado nº 289, do TST.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


20

na admissão;
II - na demissão;
III - periodicamente.

§ 1º. O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos casos em que serão
exigíveis exames:

a) por ocasião da demissão;


b) complementares.

§ 2º. Outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para
apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva
exercer.

§ 3º. O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com o risco da atividade e o


tempo de exposição, a periodicidade dos exames médicos.

§ 4º. O empregador manterá, no estabelecimento, o material necessário à


prestação de primeiros socorros médicos, de acordo com o risco da atividade.

§ 5º. O resultado dos exames médicos, inclusive o exame complementar, será


comunicado ao trabalhador, observados os preceitos da ética médica6.

Art. 169. Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas
em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de
conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.

 Seção VI - Das Edificações:

Art. 170. As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam
perfeita segurança aos que nelas trabalhem.

Art. 171. Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé-
direito, assim considerada a altura livre do piso ao teto.

Parágrafo único. Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as
condições de iluminação e conforto térmico compatíveis com a natureza do trabalho,
sujeitando-se tal redução ao controle do órgão competente em matéria de segurança e
medicina do trabalho.

Art. 172. Os pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem
depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.

Art. 173. As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam
a queda de pessoas ou de objetos.

6
Redação dada ao artigo pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


21

Art. 174. As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores,


coberturas e passagens dos locais de trabalho deverão obedecer às condições de segurança
e de higiene do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em perfeito
estado de conservação e limpeza.

 Seção VII - Da Iluminação:

Art. 175. Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural
ou artificial, apropriada à natureza da atividade.

§ 1º. A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de


evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

§ 2º. O Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos de iluminação a


serem observados.

 Seção VIII - Do Conforto Térmico:

Art. 176. Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o
serviço realizado.

Parágrafo único. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não
preencha as condições de conforto térmico.

Art. 177. Se as condições de ambiente tornarem-se desconfortáveis, em virtude de


instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada
para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento
térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as
radiações térmicas.

Art. 178. As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser
mantidas dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho.

 Seção IX - Das Instalações Elétricas:

Art. 179. O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as


medidas especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas, em qualquer
das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia.

Art. 180. Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou


reparar instalações elétricas.

Art. 181. Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas


devem estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


22

 Seção X - Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Art. 182. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre:

I - as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de


trabalho, os equipamentos a serem obrigatoriamente utilizados e as condições especiais a
que estão sujeitas a operação e a manutenção desses equipamentos, inclusive exigências de
pessoal habilitado;

II - as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem de materiais,


inclusive quanto às condições de segurança e higiene relativas aos recipientes e locais de
armazenagem e os equipamentos de proteção individual;

III - a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos


de transporte, dos avisos de proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa
ou nociva à saúde das substâncias em movimentação ou em depósito, bem como das
recomendações de primeiros socorros e de atendimento médico e símbolo de perigo,
segundo padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias armazenados
ou transportados.

Parágrafo único. As disposições relativas ao transporte de materiais aplicam-se,


também, no que couber, ao transporte de pessoas nos locais de trabalho.

Art. 183. As pessoas que trabalharem na movimentação de materiais deverão estar


familiarizadas com os métodos racionais de levantamento de cargas.

 Seção XI - Das Máquinas e Equipamentos:

Art. 184. As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de


partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do
trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental.
Parágrafo único. É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso
de máquinas e equipamentos que não atendam ao disposto neste artigo.

Art. 185. Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados com as
máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à realização do ajuste.

Art. 186. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e


medidas de segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à
proteção das partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas e
equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidas
de proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas7.

7
Ver a Lei nº 5.280, de 27.04.1967.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


23

 Seção XII - Das Caldeiras, Fornos e Recipientes Sob Pressão:

Art. 187. As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob


pressão deverão dispor de válvulas e outros dispositivos de segurança, que evitem seja
ultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência.

Parágrafo único. O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares


quanto à segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto
ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de eliminação
de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipamentos necessários
à execução segura das tarefas de cada empregado.

Art. 188. As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança,


por engenheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de
conformidade com as instruções que, para esse fim, forem expedidas.

§ 1º. Toda caldeira será acompanhada de "Prontuário", com documentação original


do fabricante, abrangendo, no mínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes, provas e
testes realizados durante a fabricação e a montagem, características funcionais e a pressão
máxima de trabalho permitida (PMTP), esta última indicada em local visível, na própria
caldeira.

§ 2º. O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar,


quando exigido pela autoridade competente, o Registro de Segurança, no qual serão
anotadas, sistematicamente, as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e
quaisquer outras ocorrências.

§ 3º. Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão


deverão ser submetidos à aprovação prévia do órgão regional competente em matéria de
segurança do trabalho.

 Seção XIII - Das Atividades Insalubres ou Perigosas:

Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos8.

Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações


insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites
de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do
empregado a esses agentes.

8
Ver os Enunciados nºs 47, 70, 80, 137, 139, 151, 162, 192, 289 e 293, do TST; Ver na Constituição Federal/88 o
artigo 7º e XXIII

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


24

Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do


organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes,
alergênicos ou incômodos.

Art. 191. A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:

I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos


limites de tolerância;

II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que


diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a
insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou
neutralização, na forma deste artigo.

Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de


tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento)
do salário mínimo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo9.

Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da


regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em
condições de risco acentuado.

§ 1º. O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um


adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
§ 2º. O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe
seja devido10.

Art. 194. O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de


periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos
termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho11.

Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade,


segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de
Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.

§ 1º. É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais


interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em
estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as
atividades insalubres ou perigosas.

9
Ver os Enunciados nº 47, 80, 137, 162 e 228, do TST; Ver na Constituição Federal/88 o artigo 7º, IV e XXIII.
10
Ver os Enunciados nº 39, 70 e 191, do TST; Ver na Constituição Federal/88 o artigo 7º e XXIII.
11
Ver os Enunciados nº 80, 139, 248 e 289, do TST.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


25

§ 2º. Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja


por Sindicato em favor de grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma
deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do
Trabalho.

§ 3º. O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do


Ministério do Trabalho, nem a realização ex oficio da perícia.

Art. 196. Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de


insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva
atividade nos quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho, respeitadas as normas do
artigo 1112.

Art. 197. Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados


nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua
composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente,
segundo padronização internacional.

Parágrafo único. Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste


artigo afixarão, nos setores de trabalho atingidos, avisos ou cartazes, com advertência
quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde.

 Seção XIV - Da Prevenção da Fadiga:

Art. 198. É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado


pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do
menor e da mulher13.

Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de


material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou
quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos,
fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas
forças.

Art. 199. Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta
ao trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução
da tarefa exija que trabalhe sentado.

Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados


terão à sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.

12
Ver o Enunciado 162, do TST.
13
Ver a Convenção OIT nº 182, promulgada pelo Decreto nº 3.597, de 12.09.2000, DOU 13.09.2000, que dispõe
sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata para sua Eliminação.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


26

 Seção XV - Das Outras Medidas Especiais de Proteção:

Art. 200. Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares


às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou
setor de trabalho, especialmente sobre:

I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual


em obras de construção, demolição ou reparos;

II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos,


bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas;

III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à


prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de
poeiras, gases etc., e facilidades de rápida saída dos empregados;

IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com


exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra fogo,
diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de
acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização;

V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho


a céu aberto com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento e profilaxia de
endemias;

VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações


ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao
ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação ou
atenuação desses efeitos, limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade da
ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios,
limites de idade, controle permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que se
façam necessárias;

VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações
sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais,
refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água
potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução, tratamento
de resíduos industriais;

VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo.
Parágrafo único. Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas a que se refere
este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão
técnico.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


27

 Seção XVI - Das Penalidades:

Art. 201. As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à medicina do trabalho


serão punidas com multa de 30 (trinta) a 300 (trezentas) vezes o valor-de-referência previsto
no artigo 2º, parágrafo único, da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975, e as concernentes à
segurança do trabalho com multa de 50 (cinquenta) a 500 (quinhentas) vezes o mesmo
valor.
Parágrafo único. Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização,
emprego de artifício ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em
seu valor máximo14.

4.3 Portaria Ministerial 3214/78 – Normas Regulamentadoras

Quando se fala em Medicina e Segurança do Trabalho, e todas as exigências legais


sobre esse tema, fala-se com base em uma Portaria do Ministério do trabalho, que entrou
em vigor em 08 de junho de 1978 e que traçou todas as diretrizes e Normas que devem ser
observadas e seguidas por todas as organizações que admitam funcionários como
empregados, cujos contratos sejam regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Ao longo desses quase 30 anos, essa Portaria foi sofrendo algumas alterações. Hoje
ela é constituída por 33 Normas Regulamentadoras. Cada uma aborda e define as diretrizes
mínimas que devem ser implantadas para se evitar acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho.

Abaixo, seguem sintetizados os temas que são tratados em cada NR. Essa Portaria
pode ser consultada e baixada, em partes ou na íntegra, diretamente no site do Ministério
do Trabalho, disponível no endereço: www.mte.gov.br.

Eventuais dúvidas também poderão ser dirimidas na Delegacia Regional do


Trabalho (DRT), ou na sede da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina
do Trabalho (Fundacentro), disponível em: www.fundacentro.gov.br.

 NR-01 - Disposições Gerais:

Esta NR trata das diretrizes básicas de medicina e segurança do Trabalho e define as


competências de cada lado envolvido, empregadores, DRT, empregados. De maneira geral
podemos extrair dessa Norma Regulamentadora um documento importantíssimo, mas
muitas vezes ignorados pelos empregadores, que é a Ordem de Serviço.

A ordem de Serviço tem por finalidade informar ao funcionário de maneira legal,


dos riscos pertinentes a sua atividade profissional e as medidas de segurança que serão
tomadas para se evitar acidentes e doenças relacionadas com o seu trabalho.

Das Responsabilidades:
1.7 Cabe ao empregador:
14
Ver a Portaria MTb nº 290, de 11.04.1997, que aprova normas para a imposição de multas administrativas
previstas na legislação trabalhista.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


28

a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança


e medicina do trabalho;

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando


ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:

I- prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

II- divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e


cumprir;

III- dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo
descumprimento das ordens de serviço expedidas;

IV- determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de


acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;

V- adotar medidas determinadas pelo MTb;

VI- adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições


inseguras de trabalho.

c) informar aos trabalhadores:

I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;

II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela


empresa;

III - os resultados dos exames médicos e de exames complementares de


diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;

IV - os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.

d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos


preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. (101.004-2 / I1)

1.8 Cabe ao empregado:

a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do


trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;

b) usar o EPI fornecido pelo empregador;

c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras -


NR;
d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR;

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


29

1.8.1 Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do


disposto no item anterior.

 NR-02 – Inspeção Prévia:

É facultado a todo empreendimento antes de iniciar suas atividades solicitar ao


órgão do ministério do trabalho, em Campinas, a DRT, que realize uma inspeção prévia do
prédio e das instalações, máquinas e condições gerais de trabalho, para que seja informado
sobre todas as Normas Regulamentadoras que incidirão sob sua atividade.

O atendimento a essa Norma é facultativo, no entanto, após iniciadas as atividades


o empresário não poderá alegar ignorância a quaisquer itens das Normas
Regulamentadoras.

Justamente por ser facultativo a imensa maioria das empresas abre mão dessa
importante oportunidade de criar um vínculo com os Fiscais do Trabalho.

 NR-03 – Embargo ou Interdição:

A NR-03 trata da incumbência do Delegado Regional do Trabalho de embargar ou


interditar uma atividade, máquina e/ou equipamento que coloque em risco iminente a vida
e/ou a integridade física de um ou mais funcionários e de terceiros.

O efeito desse ato pode ser na empresa como um todo ou em parte dela e só será
novamente liberado o trabalho após ser conferido por membro da DRT habilitado para tal,
de que a não conformidade tenha sido regularizada e não ofereça mais riscos iminentes.

 NR-04 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho

Na NR-04 o Ministério do trabalho define, á partir do número de funcionários em


um mesmo estabelecimento, sejam eles contratados diretos e/ou terceirizados e do risco
ambiental (dividido em 4 classes) quais as empresas que deverão ter contratados, como seus
funcionários, profissionais de Medicina e Segurança do trabalho e quais aquelas que
poderão terceirizar este serviço, quais são as principais atribuições de cada profissional e
quais as suas responsabilidades.

 NR-05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa):

A NR-05 trata da participação efetiva dos funcionários nas medidas preventivas,


onde serão treinados e preparados para tanto.

A exemplo da NR-04 não são todas as empresas que deverão compor uma Cipa. De
acordo com seu número de funcionários e riscos será feito pela NR-05 o enquadramento da
empresa. No entanto vale ressaltar que as empresas desobrigadas de implantar Cipa,
precisam indicar um funcionário para realizar o treinamento e ser o membro da empresa

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


30

que garantirá que as medidas de segurança sejam implantadas e seguidas por todos os
funcionários – Item 5.32.2 (NR-05).

 NR-06 – Equipamento de Proteção Individual (EPI):

A NR – 06 define quais são os equipamentos que poderão ser utilizados para se


garantir a proteção do trabalhador quando outras medidas não forem possíveis/suficientes.
Esses EPIs são classificados conforme o órgão do corpo humano que está exposto e que
deverá ser protegido (cabeça, olhos, aparelho respiratório, ouvidos, tronco, braços, mãos,
pernas, pés). Aqui valem 3 dicas:

a) todo EPI é monitorado pelo Ministério do Trabalho que emite um Certificado de


Aprovação (CA) para aqueles que atendam os requisitos mínimos exigidos pelo
órgão. Em caso de ações trabalhistas só serão aceitos como EPIs, aqueles que
tiverem o CA e que este não esteja vencido;
b) o funcionário precisa ser conscientizado da importância do uso do equipamento
e deverá receber treinamento específico sobre como e quando usar cada EPI
fornecido pela empresa, como higienizá-lo, como e onde guardá-lo;
c) todos esses procedimentos devem ser evidenciados através de protocolos de
entrega e lista de participação em treinamento.

 NR-07 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO):

Muitas empresas equivocam-se na hora de atender a NR-07, talvez por terem sido
mal informadas ou pelo alto custo, que muitas vezes tem o PCMSO. Muitas optam por
realizar apenas o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), na admissão e na demissão
(algumas o fazem periodicamente também, uma vez ao ano).

Não é isso que exige a NR-07. O PCMSO é um programa de exames médicos onde o
médico procurará antecipadamente, identificar se existem indícios de que o ambiente de
trabalho possa estar causando danos à saúde dos trabalhadores. Para isso, somente uma
avaliação clínica simples, não é suficiente.

Imaginemos um funcionário da construção civil, que opera uma serra elétrica que
emite ruídos que podem atingir até 120 decibéis (dba), o limite de tolerância do ouvido
humano ao ruído, de acordo com o tempo de exposição, é de 85 decibéis. Acima deste nível
de exposição o funcionário poderá apresentar perdas auditivas irreparáveis.
Numa avaliação clínica simples o médico não terá como identificar tal perda,
somente com um exame complementar, neste caso uma audiometria, é que o médico
poderá concluir se a pessoa está ou não apta a desenvolver ou continuar a desenvolver sua
atividade profissional.

O Mesmo raciocínio vale para os demais riscos, de acordo com o risco do trabalho,
é que o médico definirá quais exames complementares ao ASO serão necessários. Esse
acompanhamento deverá ser periódico e sua periodicidade será definida pelo médico. No
entanto, o ASO deverá ser realizado acompanhado dos exames complementares nos
seguintes casos: Admissão, periódico, mudança de função e retorno ao trabalho após

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


31

afastamento superior a 30 dias. Além disso, ele deve ser feito também na demissão do
trabalhador.

 NR-08 – Edificações:

Esta NR trata das especificações técnicas que deverão ser observadas em todo e
qualquer prédio, casa e/ou barracão onde serão executadas atividades profissionais. Apenas
cita requisitos básicos e indica que deverão ser observadas todas as Normas Técnicas de
construção e de utilização da edificação.

 NR-09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA):

Embora esteja previsto apenas na Norma Regulamentadora de número 9, está é a


mais importante e completa de todas as 33 Normas regulamentadoras. É nela que são
apontados os riscos ambientais que deverão ser identificados e monitorados pelas
empresas, a forma como deverão ser realizados esses procedimentos e sua periodicidade. É
por meio do PPRA que serão tomadas as medidas para prevenção de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho, é nele também que serão englobadas todas as demais NRs.

Note-se que se tivermos um PPRA bem elaborado, que identifique de maneira


adequada cada risco ambiental, em cada setor de trabalho e aponte as medidas de proteção
e prevenção para cada um desses riscos, o PCMSO (NR-07), apenas será uma ferramenta de
apoio que avaliará as medidas sugeridas pelo PPRA.

De maneira antecipada serão identificados os indícios que poderão originar uma


doença relacionada ao trabalho ou um acidente e serão apontadas todas as medidas que a
empresa poderá tomar para evitar tal situação.

 NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade:

A partir da 10ª, as Normas Regulamentadoras passam ser mais específicas para


cada ramo de atividade. A NR-10, por sua vez, trata dos serviços com eletricidade,
dimensiona conforme a voltagem, a tensão a que está exposto o trabalhador e aponta quais
serão as medidas que deverão ser tomadas em cada situação, tanto com relação ao
ambiente, como com relação ao funcionário.
Esta NR passou por algumas alterações importantes recentemente que
especificaram a habilitação e os treinamentos periódicos que deverão passar os
trabalhadores que estarão expostos à eletricidade.

 NR-11- Transporte Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais:

A NR-11 trata de assuntos específicos relacionados à movimentação de cargas, em


especial aquelas que são perigosas (químicas, explosivas, pesadas, contaminantes,
inflamáveis e etc..), quanto à maneia de transportar, movimentar e armazenar tais cargas
pelas empresas. A qualificação relativa à responsabilidade do trabalhador que executará a
atividade e os treinamentos periódicos pelos quais ele deverá passar.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


32

 NR-12 – Máquinas e Equipamentos:


Esta NR trata do arranjo físico e das condições mínimas de segurança do ambiente
de trabalho onde serão utilizadas máquinas e ferramentas que ofereçam risco eminente de
acidente as pessoas envolvidas, define o espaçamento entre as máquinas os tipos de
manutenção que devem ser submetidas tais máquinas, os dispositivos de segurança que
devem existir além de requisitos legais que cada equipamento deve contemplar.

 NR-13 – Caldeiras e Vasos sob Pressão:

Embora seja também uma máquina e/ou equipamento, fora desenvolvida uma NR
especificamente para tratar dos vasos sob pressão. Neles estão enquadrados máquinas
como caldeiras de todo tamanho e dimensão, compressores, autoclaves, que, devido ao
grande número de acidentes que causaram, num passado próximo, hoje têm uma NR só
para este assunto, que define as pessoas que possam usá-las os treinamentos de habilitação
que precisam ter a periodicidade e o profissional que deverá realizar as manutenções
preventivas nessas máquinas.

 Nr-14 – Trabalhos com Fornos:

A NR-14 é uma das menores e mais simples Normas Regulamentadoras, ela define
quais medidas de segurança contra radiação de calor, riscos de explosões e incêndios
dispersão de gases nocivos utilizados para originar o fogo devem ser tomadas pelas
empresas que fazem o uso de fornos.

 NR-15 – Atividades e Operações Insalubres:

Se por um lado a NR-14 é uma das menores e mais simples, a NR-15 com certeza é
uma das mais extensas e complexas. Existem alguns riscos que são apenas qualificáveis, ou
seja, ele é identificável, mas não existem meios de se quantificar, mensurar a exposição do
trabalhador a este risco. É o exemplo do risco ergonômico (posturas inadequadas por longo
período de tempo, carregamento de peso, movimentos repetitivos e etc..), existe como
identificar, mas não existe como quantificar esses riscos.

Outros riscos, além de identificáveis, também podem e devem ser mensurados, ou


seja, é necessário apontarmos a intensidade de exposição do funcionário ao agente
agressor. É o caso do ruído, gases, vapores, particulados sólidos, temperatura, radiações,
vibrações. Neste caso, é a NR-15 quem define os limites de tolerância para cada agente
agressor. Para isso precisamos quantifica-los. É por meio dessa quantificação que são
definidos os EPIs adequados e que se define também se um ambiente é insalubre ou não.

Quando temos uma situação onde a partir da quantificação do agente agressor


identificamos que é ultrapassado o Limite de tolerância para aquele risco, temos uma
situação característica de insalubridade, que pode ser desqualificada com a adoção de
medidas de controle e de proteção quanto a estes riscos. Quando isso acontece, é
necessário que se realize o Laudo Técnico de Condições do Ambiente de Trabalho (LTCAT)
evidenciando a insalubridade, ou descaracterizando-a.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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 NR-16 – Atividades e Operações Perigosas:

As atividades classificadas como perigosas, em geral são aquelas onde empresas


e/ou funcionários realizem a extração, transporte, manipulação e armazenamento de
substanciais explosivas e/ou inflamáveis, garantem ao trabalhador receberem um adicional
de 30% sobre o salário por estarem em situação de risco eminente. Medidas de prevenção
podem e devem ser observadas e tomadas, o que diminuirá as chances de acontecer algum
acidente, no entanto elas não podem ser anuladas. Essas são as atividades e operações
perigosas. A partir dessa NR são definidos os adicionais de periculosidade.

 NR-17 Ergonomia:

Esta NR trata dos assuntos relativos à adaptação do trabalhador ao seu posto de


trabalho e seu conforto para realizar atividades como carregamento de peso, trabalhos
repetitivos trabalhos em posturas inadequadas por longos períodos de tempo. Ela
estabelece os parâmetros mínimos para a adequação dos postos de trabalho para atividades
desse gênero. Ela é conhecida no mercado pela exigência do Laudo Ergonômico.

 NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção


Civil:

Como o próprio nome já diz, esta NR trata exclusivamente dos trabalhos da


indústria da construção civil. É importante salientar que ela engloba todas as atividades
desde manutenção e limpeza de edifícios até remoção, demolição, pintura e conservação em
qualquer tipo de edificação. As empresas desses ramos de atividade que contarem com 20
ou mais trabalhadores, deverão ainda implantar o Programa de Condições de trabalho na
Indústria da construção civil (PCMAT). Tanto a NR-18, quanto o PCMAT visam estabelecer os
parâmetros mínimos que devem existir num canteiro de obras, desde a organização limpeza,
vestiários, refeitórios, áreas de descanso, até medidas de segurança.

 NR-19 – Explosivos:

A NR-19 define os materiais que são classificados como explosivos e determinam as


medidas de segurança para empresas que trabalhem na produção, transporte, estocagem e
venda de materiais explosivos.

 NR-20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis:

A NR-20 define os materiais que são classificados como líquidos e gases


combustíveis e inflamáveis e determinam as medidas de segurança para empresas que
trabalhem na produção, transporte, estocagem e venda destes materiais.

 NR-21 – Trabalho a Céu Aberto:

Embora o título da NR-21 seja “trabalho em céu aberto”, sua redação se preocupa
muito mais com as condições das moradias oferecidas pelo empregador, quando desses
trabalhos, que vão desde condições de higiene e saúde até de instalações adequadas ao
número de pessoas que irão habitar nelas. Com relação ao trabalho em céu aberto ela
SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I
34

apenas prevê que este trabalho seja protegido contra intempéries do tempo, como sol e
calor excessivos. Chuva, frio e ventos.

 NR-22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração:

Nesta NR o Ministério do Trabalho se preocupa em descrever as condições mínimas


de saúde e segurança para os trabalhos realizados em minas, que muitas vezes são
confinados e apresentam uma infinidade de riscos à saúde e a integridade física aos
trabalhadores envolvidos. Ela estabelece os critérios mínimos de segurança.

 NR-23 – Proteção Contra Incêndios:

A NR-23 trata das equipes de funcionários que serão responsáveis por prevenir e
dar o primeiro combate a princípios de incêndios, e quando isso não for possível realizar a
evacuação das áreas atingidas, procurando de forma adequada e segura garantir a
integridade física dos trabalhadores envolvidos. Sobre a NR-23, é muito comum se encontrar
e se ouvir falar das equipes de brigada de incêndio. O seu trabalho é definido pela NR-23 e
pelas Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros de cada estado da Federação.

 NR-24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho:

A NR-24 trata das condições mínimas de higiene que deverão possuir sanitários e
refeitórios destinados a trabalhadores. Suas exigências vão desde características técnicas
sobre cada peça dos sanitários até dimensões apropriadas para o número de trabalhadores
envolvidos.

 NR-25 – Resíduos Industriais:

A NR-25 trata das medidas, métodos, equipamentos ou dispositivos de controle do


lançamento ou liberação dos contaminantes sólidos, líquidos e gasosos e que estes deverão
ser submetidos ao exame e à aprovação dos órgãos competentes, que tomarão e analisarão
amostras dos locais de trabalho, tratamento de resíduos e outros para fins de atendimento
às legislações municipal, estadual e federal.

 NR-26 – Sinalização de Segurança:

Esta NR tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho
para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando
áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos
e gases e advertindo contra riscos.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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 NR-27 – Registro do Profissional Técnico de Segurança do Trabalho15:

O Técnico de segurança do trabalho não tem órgão de classe, como o CRM, o CREA,
a OAB, no entanto para poder exercer sua profissão, deverá ser registrado junto ao
Ministério do Trabalho, imediatamente após concluir o curso técnico e somente após esse
registro poderá exercer a profissão. Suas responsabilidades e atribuições são definidos por
esta NR.

 NR-28 – Fiscalização e Penalidades:

A NR-28 define quais as penalidades deverão ser aplicadas pelo descumprimento de


quaisquer dos itens de todas as NRs As penalidades são divididas entre medicina e segurança
do trabalho e tem uma tabela. Não são divulgados valores, pois as penalidades estão
dispostas em UFIRs. Esta fiscalização cabe ao Ministério do Trabalho, que recentemente
delegou poderes aos fiscais da ANVISA também o fazerem.

 NR-29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário:

Esta NR define as regras e condições de segurança e medicina do trabalho que


deverão ser observadas para os trabalhos em portos. Vale lembrar que se englobam nesta
NR tanto os trabalhos realizados em terra, quanto a bordo.

 NR-30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário:

A NR-30 trata dos assuntos de segurança e saúde para os trabalhadores de


embarcações, comerciais ou não obedecendo a OIT nº 147 Normas Marítimas e contempla
tanto embarcações com bandeiras nacionais como as estrangeiras.

 NR-31 – Segurança e Saúde nos Trabalhos de Agricultura, Pecuária, Silvicultura,


Exploração Florestal e Aquicultura:

Esta NR traça os parâmetros mínimos que deverão ser observados pelas empresas
que operam nos setores de agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e
aquicultura, adequando os trabalhos aos preceitos mínimos de segurança e saúde
ocupacional.

 NR-32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços da Saúde:

A NR-32 é bastante recente e nasceu da necessidade de se proteger os


trabalhadores da área da saúde aos riscos inerentes de suas atividades profissionais. De
forma geral, preocupa-se com o controle dos agentes biológicos e químicos que podem
gerar patologias decorrentes das atividades profissionais. Ela define como deverá ser os
trabalhos, sob a ótica da segurança e medicina do trabalho em todas as atividades
relacionadas à área da saúde que vai desde grandes hospitais e laboratórios, até pequenos
consultórios médicos e veterinários, inclusive os odontológicos.

15
Esta NR foi revogada de acordo com a Portaria nº 262 de 29 de maio de 2008 (DOU de 30 de maio de 2008 –
Seção 1 – Pág. 118).

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 NR-33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados:

A última NR trata das condições de segurança e saúde dos trabalhadores que


trabalham em espaços confinados. O espaço onde estiver um trabalhador, que seja superior
a sua altura, onde ele tenha que entrar com o corpo inteiro para executar sua atividade e
que tenha apenas uma saída é considerado trabalho em espaço confinado e terá de atender
aos preceitos da NR-33, que vão desde condições de segurança até treinamento específico
para cada situação.

 NR-34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e


Reparação Naval:

Esta NR trata de nove procedimentos de trabalhos executados em estaleiros:


trabalho a quente; montagem e desmontagem de andaimes; pintura; jateamento e
hidrojateamento; movimentação de cargas; instalações elétricas provisórias; trabalhos em
altura; utilização de radionuclídeos e gamagrafia; e máquinas portáteis rotativas.

 NR-35 – Trabalho em Altura:

Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o


trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com
esta atividade. Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m
(dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda.

 NR-36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento


de Carnes e Derivados:

O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação,


controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de
abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a
garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem
prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do
Ministério do Trabalho e Emprego.

4.4 Acidentes e Doenças do Trabalho

A Lei n 8213 - de 24 de julho de 1991 dispõe sobre o Plano de Benefícios da


Previdência Social, e dá outras providências. De acordo com o Art. 19, acidente do trabalho é
o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho
dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Para que uma
lesão ou moléstia seja considerada acidente do trabalho, é necessário que haja entre o
resultado e o trabalho uma ligação, ou seja, que o resultado danoso tenha origem no
trabalho desempenhado e em função do serviço.

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 Lesão corporal:

Deve ser entendida qualquer dano anatômico, por exemplo, uma fratura, um
machucado, a perda de um membro.

 Perturbação funcional:

Entende-se como o prejuízo ao funcionamento de qualquer órgão ou sentido, como


uma perturbação mental devida a uma pancada, o prejuízo ao funcionamento do pulmão
pela aspiração ou ingestão de elemento nocivo usado no trabalho. Antes de se verificar a
legislação, é preciso observar o porquê se deve priorizar a atitude prevencionista no
trabalho.

 Na postura tradicional:

Responsabilidade do setor de segurança; ação corretiva.

 Controle de perdas humanas (já na postura prevencionista):

Responsabilidade de todos; ação preventiva; controle de perdas humanas e


materiais. Comprometimento de todos junto aos programas e atividades desenvolvidas.
Pode-se adotar também a definição do ponto de vista prevencionista, “uma ocorrência não
programada e indesejada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo
normal de uma atividade, trazendo por consequência dor, perda ou morte”.

Na postura prevencionista tem-se a existência do termo incidente, usado para


designar um “quase acidente”. Em outras palavras, uma situação em que houve um risco e
uma exposição simultânea a ele, mas não houve perdas.

4.4.1 Benefícios da Previdência Social

Os benefícios da Previdência Social são concedidos:

a) quanto ao segurado: auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-


acidente; reabilitação profissional; serviço social e assistência médica; e,
b) quanto ao dependente: pensão por morte.

4.4.2 Tipos de Acidente

De acordo com o Art. 21, equiparam-se também ao acidente do trabalho, para


efeitos desta Lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação.
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em
consequência de:
SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I
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a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou


companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada
com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de
força maior.

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de


sua atividade.
IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;


b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo
ou proporcional proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por
esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado. Acidente de trajeto: deixa de caracterizar-se o acidente quando o
empregado tenha, por interesse próprio, interrompido ou alterado o percurso
normal.

O acidente típico do trabalho ocorre no local e durante o trabalho, considerando


como um acontecimento súbito, violento e ocasional, que provoca no trabalhador uma
incapacidade para a prestação de serviço.

§ 1º Nos períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da


satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o
empregado é considerado no exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão


que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior.

4.4.3 Doenças Profissionais e do Trabalho

De acordo com o Art. 20, considera-se acidente do trabalho, nos termos do artigo
anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo


exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo ministério do trabalho e da previdência social. São exemplos de doenças

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


39

profissional: a) dort: conjunto de doenças que atingem os músculos, tendões e nervos


superiores e que têm relação com as exigências das tarefas, dos ambientes físicos e da
organização do trabalho. São inflamações provocadas por atividades de trabalho que exigem
movimentos manuais repetitivos durante longo tempo; b) bissinose: ocorre com
trabalhadores que desenvolvem atividades com algodão; c) siderose: ocorre com quem
desenvolve atividades com limalha e partículas de ferro, para quem trabalha com o metal; d)
asbestose: ocorre com quem desenvolve atividades com amianto (provoca câncer no
pulmão):

II - Doença do trabalho, assim entendida a produzida ou desencadeada em função


de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I. São exemplos de doenças do trabalho: a)
estresse: nada mais é do que a resposta do organismo a uma situação de ameaça, tensão,
ansiedade ou mudança, seja ela boa ou má, pois o corpo está se preparando para enfrentar
o desafio. Significa que o organismo, em permanente situação de estresse, estará
praticamente o tempo todo em estado de alerta, funcionando em condições anormais; b)
fadiga: é um estado do organismo produzido por um trabalho de longa duração ou com
exigências acima das capacidades do operador, que, entre outros sintomas, apresenta certa
redução da capacidade e do gosto para o trabalho; c) sofrimento mental: como exemplo
deste caso tem-se a neurose das telefonistas – uma constante presença de cefaleia,
zumbidos e assobios, alteração do sono e do humor. Estas perturbações produzem-se não só
durante o trabalho, mas também fora dele.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato
direto determinado pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação


prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é
executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho. Decreto no 3.048 de 6 de maio de 1999. “Agentes patogênicos
causadores de doenças profissionais ou do trabalho, conforme previsto no artigo 20 da Lei n.
8.213, de 1991”.

4.4.4 Comunicação de Acidentes do Trabalho (CAT)

Conforme Art. 22, a empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à


Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte,
de imediato, à comunidade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e
o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências,
aplicada e cobrada pela Previdência social.

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§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado


ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.

§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio


acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou
qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.

§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de


responsabilidade pela falta de cumprimento do disposto neste artigo.

§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a


cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo.

Conforme Art. 23, considera-se como dia do acidente, no caso de doença


profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da
atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o
diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.

De acordo com o Art. 169, o segurado que sofreu acidente do trabalho tem
garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção de seu contrato de trabalho na
empresa, após a cessação do auxílio doença acidentário. Independentemente da percepção
de auxilio acidente.

Art. 173 afirma que o pagamento pela Previdência Social das prestações por
acidente do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem.

4.5 Exercícios Propostos

1- Conceitue acidente do trabalho do ponto de vista legal.

2- Quais os dados mínimos para dimensionar o SESMT?

3- Conceitue acidente do trabalho do ponto de vista prevencionista ou técnico.

4- Numa empresa de 400 funcionários, quanto em m² deve ser a área destinada às


instalações sanitárias?

5- Marque V para verdadeiro e F para falso.

( ) Consideram-se acidente do trabalho a doença degenerativa e inerente a grupo etário.

( ) Não é considerado acidente do trabalho a doença que não produza incapacidade


laborativa.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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( ) Não se considera acidente de trabalho a doença endêmica adquirida por segurado


habitante de região em que ela se desenvolva, no entanto se houver comprovação de que
é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho é
considerado acidente do trabalho.

( ) A previdência social deve considerar acidente do trabalho a doença que mesmo não
constando nas relações oficiais, resultou das condições especiais em que o trabalho é
executado e, com ele se relaciona diretamente.

6- Cite 3 situações que podem acarretar acidente do trabalho, no local e no horário de


trabalho, ou seja, equiparando-se legalmente a acidente do trabalho.

7- O que significa a sigla PCMSO?

8- Do que trata a NR-32?

9- Cite 3 atribuições da CIPA.

10- O adicional de insalubridade pode variar em que percentagens? E incide sobre que
valor?

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Ministério da Previdência e Assistência Social.


Anuário estatístico de acidentes do trabalho. Brasília, MTE/MPAS, 2002.

BRASIL. Segurança e Medicina do Trabalho. Normas regulamentadoras. São Paulo, Ed. Atlas,
2010.

CAIRO JUNIOR, J. Acidente do trabalho e a responsabilidade civil do empregador. São


Paulo, LTR, 2003.

MARTINS, S. P. Legislação previdenciária. São Paulo, LTR, 2003.

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5 INTRODUÇÃO À ÉTICA

O ser humano age no seu dia a dia em conformidade com valores pré-estabelecidos.
Dito isto, é possível afirmar que as coisas e as ações realizadas podem ser hierarquizadas de
acordo com as noções de bem e de justo, compartilhadas por um grupo de pessoas. O
homem avalia a sua conduta a partir de valores morais, ou seja, a partir da moralidade que
possui, portanto, o homem é um ser moral.

De modo geral, os termos moral e ética são usados como sinônimos, mas existe
diferença entre os conceitos, carecendo que se faça distinção entre eles. Mas o que é a
moral? E o que é a ética? E qual a diferença entre moral e ética? Estes temas serão
explorados a seguir.

5.1 Moral

A palavra moral vem do latim moralis, morale e significa o que é relativo aos
“costumes”. Trata-se do conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época,
por um determinado grupo de pessoas, cujo objetivo fundamental é obter melhor reação
em sociedade. Como as comunidades humanas são distintas entre si, tanto no espaço
quanto no tempo, os valores podem ser distintos de uma comunidade para outra, o que
origina códigos morais diferentes. Pode-se dizer, de modo simplificado, que o sujeito moral é
aquele que age bem ou mal, na medida em que acata ou transgride as regras morais.

5.2 Ética

Vinda do grego ethikos, ética significa o que é relativo ao “modo de ser”, ao


“comportamento”. A ética está presente em todas as raças. Ela é um conjunto de regras,
princípios ou maneira de pensar e expressar. É a parte da filosofia que se ocupa com a
reflexão acerca das noções e princípios que fundamentam a vida moral. A ética é uma
disciplina teórica sobre a prática humana. As reflexões éticas não estão restritas apenas à
busca pelo conhecimento teórico sobre valores humanos, cuja origem e desenvolvimento
levantam questões de caráter sociológico, antropológico, religioso e etc. A ética é uma
filosofia prática, sobre a prática humana.

Pode-se afirmar que a ética é um conjunto de valores morais e princípios que


norteiam a conduta humana na sociedade. A ética contribui para que haja um equilíbrio e
bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a
ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de
justiça social e equidade.

A ética é construída por uma sociedade, com base nos valores históricos e culturais.
Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios
morais de uma sociedade e seus grupos. Cada sociedade ou grupo possui seus próprios
códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser
ético, dentro dos princípios da bioética, que rege as pesquisas biológicas, podendo não
ocorrer em outros países, dado o fato de que esta atitude pode desrespeitar os princípios
éticos por eles estabelecidos.

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Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe
também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, citam-se: ética
médica, ética de trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética
jornalística, ética na política, etc. Uma pessoa que não segue a ética da sociedade à qual
pertence é chamada de antiética, assim como o ato praticado.

5.2.1 Fundamentos da Ética

Antes de tratar sobre qualquer elemento em que se fundamenta a ética, é


necessário entender o significado do termo. Este pode ser definido como o resultado do
julgamento da sociedade em busca da normatização dos aspectos corretos, em resposta a
diversas questões humanas. Para que se inicie um julgamento, é necessário, antes de tudo,
que existam as questões. Para tratar destas questões, é necessário um pensamento crítico e
racional, a partir do qual se estabelecerão os julgamentos, podendo, dar origem a novos
questionamentos.

Os fundamentos da ética têm como base os estudos da Filosofia, que se entende


também como a investigação crítica e racional dos princípios fundamentais relacionados ao
mundo e ao homem. Neste sentido, se entende que sem o pensamento filosófico, seria
impossível extinguir os questionamentos e definir uma ética completa e coerente.

5.2.2 Ética e Cidadania - Atitude Ética

Diz-se da pessoa ética aquela que age corretamente, sem prejudicar os outros. É a
pessoa que cumpre com os valores da sociedade em que vive, mora, trabalha, estuda etc.
Ética, portanto, é tudo aquilo que envolve a integridade, a honestidade em qualquer
situação. A pessoa dotada de conduta ética tem coragem para assumir seus erros e decisões,
com tolerância, flexibilidade e humildade.

Todo ser ético reflete sobre suas ações, pensa se fez o bem ou o mal para o seu
próximo. É ter a consciência “limpa".

5.2.3 Ética e Política

Espera-se da política que tenha como objetivo principal a vida justa e equânime
para todos. Assim sendo, não deve ser dissociada da ética. Desde a Grécia antiga, era
inconcebível a ética fora da comunidade política – apóliscomokoinonia ou comunidade dos
iguais, pois nela a natureza ou essência humana encontrava sua realização mais alta.

Ao se estudar a ética, se percebe o que Aristóteles distinguia entre teoria e prática


e, nesta, entre fabricação e ação, isto é, diferenciar a poiesis de práxis. Percebe-se também
que ele reservara à práxis um lugar mais alto do que à fabricação, definindo-a como ação
voluntária de uma gente racional em vista de um fim considerado bom. A práxis por
excelência é a política. A este respeito, na Ética a Nicômaco, escreve Aristóteles, segundo
Chauí (2000):

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


49

[...] se, em nossas ações, há algum fim que desejamos por ele mesmo e os
outros são desejados só por causa dele, e senão escolhemos
indefinidamente alguma coisa em vista de outra (pois, nesse caso, iríamos
ao infinito e nosso desejo seria fútil e vão), é evidente que tal fim só pode
ser o bem, o Sumo Bem (...). Se assim é, devemos abarcar, pelo menos em
linhas gerais, a natureza do Sumo Bem e dizer de qual saber ele provém.
Consideramos que ele depende da ciência suprema e arquitetônica por
excelência. Ora, tal ciência é manifestamente apolítica, pois é ela que
determina, entre os saberes, quais são os necessários para as cidades e que
tipos de saberes cada classe de cidadãos deve possuir (...).
A política se serve das outras ciências práticas e legisla sobre o que é preciso fazer e
do que é preciso se abster. Neste sentido, o fim buscado por ela deve englobar os fins de
todas as outras, donde se conclui que o fim da política é o bem propriamente humano.
Mesmo se houver identidade entre o bem do indivíduo e o da cidade, é manifestamente
uma tarefa muito mais importante e mais perfeita conhecer e salvaguardar o bem da cidade,
pois o bem não é seguramente amável mesmo para um indivíduo, mas é mais belo e mais
divino aplicado a uma nação ou à cidade (CHAUÍ, 2000).

A autora (Op. cit.) afirma ainda que Platão identificara a justiça no indivíduo e a
justiça na polis (cidade-estado), enquanto que Aristóteles subordinava o bem do indivíduo
ao Bem Supremo da polis. O vínculo interno observado entre ética e política significava que
as qualidades das leis e do poder dependiam das qualidades morais dos cidadãos e vice-
versa, isto é, das qualidades da cidade dependiam as virtudes dos cidadãos. Somente numa
cidade boa e justa os homens podem ser bons e justos; e somente homens bons e justos são
capazes de instituir uma cidade boa e justa, advoga Chauí (2000).

5.2.4 Principais Teorias Éticas

Os conceitos éticos são extraídos da experiência e do conhecimento da


humanidade. Baseado nas lições de estudiosos da ética, há algumas teorias a respeito da
formação dos seus conceitos, os quais também se denominam como preceitos, a saber:

 O relativismo moral:

Trata-se de uma teoria que conceitua as afirmações morais (isso é bom, aquilo é
mau) como relativas à cultura. De acordo com esta teoria, não existe algo objetivamente
bom ou mau. Algo que é considerado mau em determinada cultura pode ser considerado
bom em outra. O relativista moral tende a considerar que “bom” é aquilo que é socialmente
aprovado e “mau” é aquilo que é socialmente desaprovado em determinada cultura.

 O absolutismo moral:

De acordo com esta teoria, existem valores morais objetivos. Para o absolutista
moral, uma ação é boa ou má, independentemente da cultura à qual o sujeito pertença. O
absolutista moral parte de princípios éticos definidos, deduzindo deles suas proposições
morais.

 O utilitarismo:
SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I
50

O utilitarismo afirma que se deve buscar maximizar os benefícios e minimizar os


malefícios para a maior quantidade de pessoas. O adepto desta teoria faz uma espécie de
cálculo ético para chegar à conclusão de que uma ação é boa (aquela que maximiza os
benefícios e minimiza os malefícios) e outra é má (aquela que não maximiza os benefícios
e/ou não minimiza os malefícios).

 O fundamentalismo:

A teoria fundamentalista propõe que os conceitos éticos sejam obtidos de uma


fonte externa ao ser humano, que pode ser um livro (como a Bíblia), um conjunto de regras,
ou até mesmo outro ser humano.

 A teoria kantiana:

Defendida por Emanuel Kant, propõe que o conceito ético seja extraído do fato de
que cada um deve se comportar de acordo com princípios universais.

 A teoria contratualista:

Baseada nas ideias de John Locke e Jean Jacques Rousseau, parte do pressuposto de
que o ser humano assumiu com seus semelhantes a obrigação de se comportar de acordo
com as regras morais, para poder conviver em sociedade. Os conceitos éticos seriam
extraídos, portanto, das regras morais que conduzissem à perpetuação da sociedade, da paz
e da harmonia do grupo social.

O estudo de todas essas teorias revela que os conceitos éticos precisam ser
elaborados tendo em conta todas elas, mas sem se ater a uma em especial. Cada conceito
ético, para ser aceito como tal precisa claramente encontrar guarida em pelo menos uma
teoria. São todos relativos, e como tal devem ser entendidos. Não existem verdades
absolutas ou exatas em matéria de ética. A reflexão permanente é requerida.

 Teorias éticas – práticas:

a) a ética da convicção, entendida como deontologia (estudo dos deveres); e,


b) a ética da responsabilidade, conhecida como teleologia (estudo dos fins humanos).

Toda a atividade orientada pela ética pode estar subordinada a duas máximas
totalmente distintas e irredutivelmente opostas. Ela pode orientar-se pela ética da
responsabilidade ou pela ética da convicção. Isso, porém, não significa que a ética da
convicção seja idêntica à ausência de responsabilidade e a ética da responsabilidade à
ausência de convicção. Observa-se, no entanto, que há uma grande oposição entre a atitude
de quem age de acordo com máximas da ética da convicção. Em linguagem religiosa, se diz
que: “o cristão faz seu dever e no que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus”.
Enquanto a atitude de quem age segundo a ética da responsabilidade diz: “devemos
responder pelas consequências previsíveis de nossos atos”.

A ética da convicção é pautada por valores e normas previamente estabelecidos,

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


51

cujo efeito primeiro consiste em moldar as ações que deverão ser praticadas. Ela se
subdivide em: a do princípio e a da esperança. A primeira se restringe às normas morais
estabelecidas, num deliberado desinteresse pelas circunstâncias, e cuja máxima sentencia:
respeite as regras haja o que houver. A segunda se ancora em ideais, moldada por uma fé
capaz de mover montanhas, e cuja máxima preconiza: o sonho antes de tudo.

Essas vertentes dizem respeito a modulações de deveres, preceitos, dogmas ou


mandamentos apreendidos pelos agentes ao longo dos anos. Como exemplo da ética da
convicção, o Cônsul português Aristides de Sousa Mendes, lotado no porto francês de
Bordeaux, preferiu ter compaixão a obedecer cegamente a seu governo. Neste sentido, ele
regeu seu comportamento pela ética da convicção, priorizando, por sua conta e risco, um
valor em relação ao outro. Diante do avanço do exército alemão em junho de 1940, salvou a
vida de 30 mil pessoas, entre as quais 10 mil judeus, ao emitir vistos de entrada em Portugal
a qualquer um que pedisse, num ritmo frenético.

A ética da responsabilidade tem como característica principal considerar cada um


responsável por aquilo que faz. Os sujeitos avaliam os efeitos previsíveis que uma ação
produz; buscam obter resultados positivos para a coletividade; e ampliam o leque das
escolhas ao preconizar que “dos males, o menor”.

Exemplificando a ética da responsabilidade, diante da queda acentuada das


receitas, um dos cenários possíveis é o da forte redução das despesas com o consequente
corte de pessoal. O que fazer? Manter o dispêndio representado pela folha de pagamento e
agravar a crise (talvez até pedir concordata), ou diminuir o desembolso e devolver à
empresa o fôlego necessário para tentar ficar à tona na tormenta? Vale dizer, cabe ou não
cabe sacrificar alguns tripulantes para tentar assegurar a sobrevinda ao resto da tripulação e
ao próprio navio? E o que mais interessa do ponto de vista social? Uma empresa que feche
as portas ou uma empresa que gere riquezas?

A ética da responsabilidade, assim como a da convicção, está embasada em duas


vertentes: a utilitarista e da finalidade. A utilitarista exige que as ações produzam o máximo
de bem para o maior número, ou seja, que possam combinar a mais intensa felicidade
possível (critério da eficácia) com a maior abrangência proporcional (critério da equidade).
Sua máxima recomenda: faça o maior bem para mais gente. A da finalidade determina que a
bondade dos fins justifique as ações empreendidas e supõe que todas as medidas
necessárias serão tomadas. Sua máxima ordena: alcance os objetivos custe o que custar.

Conclui-se, então, que a doutrina enfocada, conclui-se que, enquanto aqueles que
pendem pela ética da convicção guiam-se por imperativos da consciência e os que seguem a
ética da responsabilidade guiam-se por uma análise de riscos.

É necessário lembrar-se: a moral é a consideração do que é bem ou mal. A ética é o


estudo das teorias que vão explicar a moral. A moral é a prática, a ética é a teoria.

5.2.5 Ética e Desenvolvimento Sustentável

É consenso que desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


52

necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades


das futuras gerações. Trata-se do desenvolvimento que não esgota os recursos para o
futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o
desenvolvimento econômico e a conservação ambiental (O ECO, 2014).

De acordo com O Eco (2014), para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável


exige planejamento e reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. É importante
não confundi-lo com crescimento econômico, posto que este depende do consumo
crescente de energia e de recursos naturais. Se ele fosse observado nestes termos, tornar-
se-ia insustentável, uma vez que levaria os recursos naturais, dos quais a humanidade
depende, ao esgotamento. A proposta do desenvolvimento sustentável é observar a
qualidade em vez da quantidade, reduzindo o uso de matérias-primas e de produtos, e o
aumento da reutilização e da reciclagem.

É sabido que o desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres.


Entretanto os especialistas afirmam que não se pode trilhar o mesmo caminho adotado
pelos países industrializados, até pelo fato de não ser possível, segundo eles.

Conforme O Eco (2014), o desenvolvimento sustentável tem seu campo dividido em


quatro componentes, a saber:

 Sustentabilidade ambiental:

Diz-se da manutenção das funções e componentes dos ecossistemas, para


assegurar a sua viabilidade, que sejam capazes de autorreprodução e adaptação às
alterações, de modo que mantenha a sua variedade biológica. Trata-se da capacidade que o
ambiente natural tem de manter as condições de vida para todos seres vivos, levando em
consideração o habitat, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias
renováveis.

 Sustentabilidade econômica:

Trata-se do conjunto de medidas e políticas que visam à incorporação de


preocupações e conceitos ambientais e sociais. Aqui, o lucro passa a ser também medido a
partir da perspectiva social e ambiental, levando à otimização do uso de recursos limitados e
à gestão de tecnologias de poupança de materiais e energia.

 Sustentabilidade sociopolítica:

Esta categoria é orientada para o desenvolvimento humano, a estabilidade das


instituições públicas e culturais, assim como a redução de conflitos sociais. É um veículo de
humanização da economia, e, ao mesmo tempo, pretende desenvolver o tecido social nos
seus componentes humanos e culturais.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


53

 Sustentabilidade cultural:

A sustentabilidade cultural leva em conta a forma como os povos encaram os seus


recursos naturais e, sobretudo, como são construídas e tratadas as relações com outros
povos em curto e longo prazo, com vista à criação de um mundo mais sustentável a todos os
níveis sociais. A integração das especificidades culturais na concepção, medição e prática do
desenvolvimento sustentável é fundamental, posto que assegura a participação da
população local nos esforços de desenvolvimento.

Desde a época em que Gandhi lutava paz e igualdade entre os povos, era notório
que ele deixava em suas falas a necessidade de mudança dos modelos de desenvolvimento.
Ele observava que os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial deveriam ser
reestruturados para levar em consideração o meio ambiente.

Em 2010, o Fórum de Copenhagen serviu para medir o tamanho do egoísmo dos


países desenvolvidos, especialmente no que diz respeito ao consumo de energia, que é igual
a quanto maior, mais crescimento, de parte dos países em desenvolvimento. Ficou claro que
eles podem consumir a energia que quiserem, enquanto que os países em desenvolvimento
terão que diminuir o consumo de energia, que significa diminuir a produção, gerar menos
emprego e renda, crescer menos, etc. Isto não pode ser aceito.

Preservar o meio ambiente é uma necessidade vital e um comportamento


fundamental para o ser humano. Diminuir a emissão de CO² é necessário para o planeta
como um todo. Entretanto, é importante observar que, na realidade, o problema climático,
ambiental e etc., não está localizado dentro do contexto econômico, mistificado para evitar
o avanço inexorável dos países emergentes, sobretudo aqueles relativos aos Brics, relativo
ao grupo constituído pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Nessa dimensão reflexiva, é importante pontuar a correlação ou a relação biunívoca


existente entre as ciências sociais. Assim sendo, não se pode deixar de considerar o universo
que compõe esse cenário, evidenciando os seguintes fatores básicos para o estudo da
economia:

a) dotação de recursos: compreende todos os recursos disponíveis numa economia. É o


que se usa para produzir bens;
b) tecnologia: é o menu da economia moderna, oferece todas as combinações diferentes
de recursos que podem ser utilizados para a produção de bens e serviços;
c) preferência dos indivíduos: depende dos bens e serviços que a economia deve produzir.
As preferências das pessoas determinam suas decisões; e,
d) instituições econômicas: são as normas que regulam as relações em uma determinada
economia. São formalmente codificadas em leis (leis tributárias, leis trabalhistas, leis da
propriedade, etc.).

Neste contexto de análise centrada na fundamentação econômica, se pontuam,


ainda, alguns aspectos da ação econômica e seus principais fatores condicionantes da ação,
das relações e do comportamento econômico e que podem também ser condicionados por
elas:
a) forma de organização política da sociedade;
SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I
54

b) posturas ético-religiosas;
c) modos de relacionamento social;
d) condições limitativas do meio ambiente;
e) estrutura da ordem jurídica;
f) formação cultural da sociedade;
g) padrões das conquistas tecnológicas.

Muitas vezes, as empresas são criticadas por não desenvolverem produtos


ecológicos ou porque seguem lógicas produtivas socialmente calamitosas. No entanto, se
realmente se defende a liberdade e a responsabilidade, dever-se-á, além de inquirir as
empresas, confrontar os consumidores com os seus atos e as suas opções. Não é justo nem
benéfico utilizar as empresas como bode expiatório da má consciência global e, por outro
lado, tratar os consumidores como se fossem crianças. Todos são partícipes neste processo.

A ética do consumidor é a melhor contrapartida que pode haver para uma ética da
empresa. À responsabilidade da empresa deve corresponder a responsabilidade do
consumidor, que deve se preocupar em adotar um consumo consciente e crítico em face de
políticas de contratação, higiene, segurança, transparência, honestidade no seio das
empresas que produzem os bens ou fornecem os serviços que vai adquirir.

De fato, muito da crítica ao capitalismo é uma crítica à democracia, na medida em


que é uma crítica à capacidade de escolha de cada indivíduo. A maturidade em todas as
escolhas efetuadas pelas pessoas é decisiva para formatar os estados em que vivem, as
sociedades na qual se movem e os mercados que as abastecem. Isto corresponde
precisamente à persecução do projeto iluminista numa época pós-convencional de, como
Kant afirmou, de o indivíduo ser capaz de guiar-se por si próprio, assumir o peso de sair da
menoridade confortável a que o consumo automático o restringe.

A ética do consumo não faz parte da ética empresarial, mas é a consequência lógica
da mesma, uma exigência de justiça; movendo-nos no plano da ética e não do direito, a
coação não pode ser jurídica. No entanto, a coação moral num sujeito coletivo como é a
empresa, só pode dar-se a partir de algo tangível. O consumismo (ético e ecológico) é a
recompensa prática da empresa ética e a punição da empresa que se furta a ser responsável.

5.2.6 Ética e o Mundo do Trabalho

Esta subseção abordará a importância ética no mundo do trabalho, como ela se


estabelece no ambiente empresarial.

 Ética empresarial:

Ética empresarial é o comportamento da empresa - entidade lucrativa - quando ela


age em conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela
coletividade (regras éticas) (MOREIRA, 2007). A atividade empresarial é eticamente fundada
e orientada, quando se cria emprego, se proporciona habitação, alimentação, vestuário e
educação, detendo os bens como quem os administra. Para os cristãos, a ética empresarial é
justiça e obras de misericórdia. Para muitos outros, será a lei natural que diz que ninguém

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


55

pode ser feliz (rico) no meio de infelizes (pobres). A ética empresarial, ainda, consiste na
busca do interesse comum, ou seja, do empresário, do consumidor e do trabalhador.

 A importância da ética empresarial:

Para Moreira (2007), todo sistema que diminui a relevância da ética, tornando tal
valor desprezível, tende a não respaldar os reclamos da sociedade, a tornar o Estado que o
produziu menos democrático, quando não totalitário, e termina por durar tempo menor que
os demais ordenamentos que a reconhecem.

Além de outros dispositivos constitucionais nos quais a ética permeia, observa-se


que é no capítulo VII, do título III da Constituição Federal de 1988, que se encontra de forma
mais evidente a imposição da necessidade da ética, no exercício da honrosa função de servir
a sociedade, estando esse princípio dentre os mais importantes da Administração Pública, a
saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

No âmbito da atividade empresarial, os princípios éticos que norteiam o direito,


estampados na Ordem Econômica e Financeira, fundamentam-se na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, reprimindo o abuso do poder econômico, incentivando a livre
concorrência, dando tratamento preferencial às empresas de pequeno porte, proibindo a
atuação do Estado na área específica da iniciativa privada, a não ser em caráter excepcional
(segurança nacional ou relevante interesse coletivo).

O § 4º, do art. 173, da Constituição Federal de 1988, estabeleceu as práticas que


devem ser evitadas na exploração da atividade econômica, por ferir a ética empresarial,
dispondo que: "A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos
mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros".

Como advoga Moreira (2007), evoluímos, desta forma, para uma sociedade em que
alguns denominaram "pós-capitalista" e outros "neocapitalista" ou ainda "sociedade do
saber", que se caracteriza pela predominância do espírito empresarial e pelo exercício da
função reguladora do direito. O Estado reduz-se a sua função de operador, se tornando o
catalisador das soluções, o regulador e o fiscal da aplicação da lei, quando, então, a própria
administração se desburocratiza. O espírito empresarial, por sua vez, cria parcerias que se
substituem aos antigos conflitos de interesses que existiam, de modo latente ou ostensivo,
entre empregados e empregadores, entre produtores e consumidores e entre o Poder
Público e a iniciativa privada.

A sociedade contemporânea apresenta um novo modelo para que a empresa possa


progredir e o Estado evolua adequadamente, mediante a mobilização construtiva de todos
os participantes, não só do plano político, pelo voto, mas também no campo econômico,
mediante várias formas de parceria, com base na confiança e na lealdade que devem
presidir as relações entre as partes.

Neste contexto, a empresa, abandonando a organização de forma hierarquizada,


"apoderada do mundo empresarial, com os valores que lhes são próprios, tais como
iniciativa, corresponsabilidade, comunicação, transparência, qualidade, inovação e

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


56

flexibilidade”. Neste sentido, se pode observar que a empresa, abandonando sua estrutura
de origem, sob o comando dos proprietários, agora, se sujeita, a uma nova forma de
governo, com maior poder atribuído aos acionistas e empregados e até a própria sociedade
civil, passando a ter verdadeiros deveres, não só com os seus integrantes e acionistas, mas
também com os seus consumidores, clientes e até com o meio ambiente.

A Lei n. 6.404/76 é responsável por disciplinar as sociedades por ações. Esta lei
enumera de forma precisa e detalhada os deveres e responsabilidades dos administradores,
a função social da empresa, orientando no sentido de que o administrador deve exercer as
atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para lograr os fins e no interesse da
companhia, satisfeitas as exigências do bem público e da função social da empresa (art.
154).

É preciso ressaltar que hoje, no que tange à matéria contratual, ao contrário do que
acontecia no passado, em que o direito além de exigir a completa boa-fé, proporciona
proteção mais adequada ao comerciante mais frágil, transmuta-se, assim, de um regime de
completa liberdade para uma nova ordem na qual a liberdade das partes importa
responsabilidade, devendo inspirar-se em princípios éticos, abandonando-se a igualdade
formal para atender às situações respectivas dos contratantes, ou seja, à igualdade material.
No que diz respeito à questão ambiental, é importante ressaltar que o meio ambiente se
transformou em um valor permanente para a sociedade, de forte conteúdo ético. Desta
forma, protegê-lo passou a ser um imperativo para todos os habitantes da terra, exigindo
que cada um que se conscientize dessa grande necessidade, requerendo esforço comum, em
resposta aos desafios do futuro, como afirma Moreira (2007).

É necessário que as empresas promovam o desenvolvimento sustentável, conforme


tem insistido a Câmara de Comércio Internacional. É preciso pensar e pensar e de forma
rápida, com coragem e ousadia, numa nova ética, para o desenvolvimento, que transcenda a
sociedade de mercadoria, da suposta generalização dos padrões de consumo dos países
ricos para as sociedades periféricas – promessa irrealizável de certas correntes
desenvolvimentistas do passado e dos neoliberais de hoje em dia. Tal promessa não passa
de um jogo das contas de vidro, recheado de premissas falsas, devido a obstáculos políticos
criados pelos países ricos (que brecam a generalização da riqueza) e as limitações impostas
pela base de recursos naturais. Ou seja, as limitações ecológicas inviabilizam (devido ao
efeito estufa, destruição da camada de ozônio, dilapidação das florestas tropicais etc.) a
homogeneização para toda a humanidade dos padrões dos gastos do consumo.

Hoje, as grandes entidades financeiras nacionais e estrangeiras só aprovam


financiamentos cujos projetos não afetem o meio ambiente. Dentro desse contexto,
decidindo a empresa adotar os postulados éticos em suas relações, nada mais necessário do
que estabelecer as regras de conduta a partir de um instrumento interno, ou seja, elaborar
um Código de Ética, que teria a incumbência de padronizar e formalizar o entendimento da
organização empresarial em seus diversos relacionamentos e operações. Com ele, poder-se-
á evitar que os julgamentos subjetivos deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação plena
dos princípios, além de que, pode constituir uma prova legal de determinação da
administração da empresa, de seguir os preceitos nele refletidos.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


57

 A responsabilidade social das empresas:

A empresa tem sido entendida, doutrinariamente, como uma "atividade econômica


organizada, exercida profissionalmente pelo empresário, através do estabelecimento".
Extraem-se daí os três conceitos básicos da empresariedade: o empresário, o
estabelecimento e a atividade. Para melhor entendimento da empresa sob o enfoque da
ética, traz-se à colação o pensamento de Alfredo Lamy Filho e José Luiz Bulhões Pedreira
sobre a empresa – a grande empresa – enfocando-a como a célula de base de toda a
economia industrial. Em economia de mercado, é, com efeito, no nível da empresa que se
efetua a maior parte das escolhas que comandam o desenvolvimento econômico: definição
de produtos, orientação de investimentos e repartição primária de vendas.

Este papel motor da empresa é, por certo, um dos traços dominantes de nosso
modelo econômico: por seu poder de iniciativa, a empresa está na origem da criação
constante da riqueza nacional; ela é, também, o lugar da inovação e da renovação. Os
autores vão além e afirmam que: a macroempresa envolve tal número de interesses e de
pessoas - empregados, acionistas, fornecedores, credores, distribuidores, consumidores,
intermediários, usuários -, que tende a transformar-se realmente em centro de poder tão
grande que a sociedade pode e deve cobrar-lhe um preço em termos de responsabilidade
social. Seja a empresa, seja o acionista controlador, brasileiro ou estrangeiro, todos têm
deveres para a comunidade na qual vivem.

Os autores concluem dizendo que essa revolução que se está operando nos países
da vida ocidental - como resposta, até certo ponto surpreendente e admirável, às exigências
de conciliar a eficiência insubstituível da macroempresa com a liberdade de iniciativa e a
distribuição da riqueza - não foi feita, nem poderá sê-lo, sem a compreensão e a efetiva
colaboração dos empresários - que a lideraram -, das instituições comerciais, que a
secundaram, dos investidores que a compreenderam e apoiaram, e do Estado, que a
estimularam, disciplinaram e removeram os obstáculos jurídicos para que ela se realizasse
na plenitude.

 Evolução da ética empresarial:

A doutrina no âmbito do direito empresarial tem conceituado a empresa como uma


atividade econômica organizada pelo empresário, que se utiliza dos fatores da produção - a
natureza, o capital e o trabalho - para produzir um resultado, que pode ser um serviço, um
bem ou um direito, para venda no mercado, com o objetivo final de lucro.

A história nos dá conta de que, nas sociedades primitivas e antigas, a atividade


econômica se baseava na troca de mercadoria por mercadoria, não existindo nesse período
a ideia de lucro e nem de empresa. Portanto, a ética se restringia às relações de poder entre
as partes e pelas eventuais necessidades presentes de obtenção de certos bens ou artigos.

O surgimento do conceito de lucro nas operações de natureza econômica trouxe


certa dificuldade para a moral, posto que ele (o lucro) era originariamente considerado um
acréscimo indevido, sob o ponto de vista da moralidade. Somente no século XVIII, o
economista Adam Smith, na sua obra A Riqueza das Nações, conseguiu demonstrar que o

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


58

lucro não é um acréscimo indevido, mas um vetor de distribuição de renda e de promoção


do bem-estar social, expondo pela primeira vez a compatibilidade entre ética e atividade
lucrativa.
A encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII, foi a primeira tentativa formal de
impor um comportamento ético à empresa. Esse documento papal trouxe no seu bojo
princípios éticos aplicáveis nas relações entre a empresa e empregados, valorizando o
respeito aos direitos e à dignidade dos trabalhadores.

Surge nos Estados Unidos em 1890, a Lei Shelman Act, destinada a proteger a
sociedade contra os acordos entre empresas, contrários ou restritivos da livre concorrência.
No início do século XX, foi editada a Lei Clayton, alterada pela Pattman-Robison, que
complementou a lei Shelman Act, proibindo a prática de discriminação de preços por parte
de uma empresa em relação aos seus clientes.

Em 1972, realizou-se a Conferência Internacional Sobre o Meio Ambiente, em


Estocolmo, Suécia, organizada pela Organização das Nações Unidas, que teve como
finalidade conscientizar todos os segmentos sociais, inclusive as empresas sobre a
necessidade de se preservar o planeta. Cinco anos após, o governo americano legisla sobre a
ética empresarial, por meio da edição da Lei Foreign Corrupt Practices Act, que proíbe e
estabelece penalidades às pessoas ou organizações que ofereçam subornos às autoridades
estrangeiras, com a finalidade de obter negócios ou contratos.

No Brasil, foi editada a Lei n. 4.137/62, alterada pela Lei n. 8.884/94, que reprime o
abuso do poder econômico e as práticas concorrenciais. Em diversas outras áreas, como nas
de proteção ao trabalho, do meio ambiente, do consumidor, existem leis específicas,
tratando da questão da ética.

Diante dessa preocupação mundial com a ética empresarial, pode-se afirmar que se
vive uma nova era nessa matéria. Relativamente, a evolução da ética na empresa societária,
ao que se tem notícia, até o fim da primeira metade do século XX, os conflitos societários
eram solucionados na própria empresa, sendo poucas as demandas judiciais. Prevalecia o
poder daquele que majoritariamente comandava a empresa. Esse período foi chamado de
fase monárquica da sociedade comercial. Aplicava-se a visão do banqueiro alemão, ao qual
se atribui a qualificação dos acionistas minoritários como sendo tolos e arrogantes. Tolos
porque lhe entregavam o dinheiro, e arrogantes, pois ainda pretendiam receber os
dividendos.

Paulatinamente, vai-se criando nova consciência nessas relações, e os controladores


passam a buscar o consenso junto aos demais participantes da sociedade (empregados,
minoritários etc.). No Brasil, a partir da metade do século XX, já há uma preocupação do
direito brasileiro para com os direitos dos minoritários, possibilitando-lhes o recebimento
dos dividendos, o recesso e responsabilizar os administradores e controladores da
companhia.

É o primeiro passo para a democratização e moralização da empresa, mediante a


criação de um sistema de liberdade com responsabilidade, que sucedeu ao regime da mais
completa irresponsabilidade. Verifica-se, modernamente, que a legislação brasileira

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


59

consagra os conceitos de abuso de direito e de responsabilidade pelo desvio de poderes. A


Lei n. 6.404/76, assim como a legislação do mundo inteiro, tem reconhecido que o poder do
voto deve ser exercido no interesse da sociedade, consoante dispõe o artigo 115 da citada
lei:

O acionista deve exercer o direito de voto no interesse da companhia;


considerar-se-á abusivo o voto exercido com o fim de causar dano à
companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si ou para outrem,
vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar prejuízo para
companhia ou para outros acionistas.

A obediência à ética e aos bons costumes se impôs até aos acordos de acionistas,
cujas cláusulas ilegais, abusivas ou imorais não podem ser consideradas vinculatórias para os
seus signatários.

 Valores éticos: interpretação:

Como interpretar os valores éticos? A interpretação de valores éticos pode ser


absoluta ou relativa. A primeira baseia-se na premissa de que as normas de conduta são
válidas em todas as situações, e a segunda de que as normas dependem da situação.

No que tange à ética relativa, os orientais entendem que os indivíduos devem


dedicar-se inteiramente à empresa, que constitui uma família à qual pertence a vida dos
trabalhadores. Já, para os ocidentais, o entendimento é de que há diferença entre a vida
pessoal e a vida profissional. Assim, encerrado o horário normal do trabalho, o restante do
tempo é do trabalhador e não do patrão.

Quanto à ética absoluta, parte-se do princípio de que determinadas condutas são


intrinsecamente erradas ou certas, qualquer que seja a situação, e, dessa maneira, devem
ser apresentadas e difundidas como tal. Um problema sério da ética absoluta é que a noção
de certo e errado depende de opiniões.

Como exemplo disto, os bancos suíços construíram uma reputação de


confiabilidade com base na preservação do sigilo sobre suas contas secretas. Sob a
perspectiva absoluta, para o banco, o correto é proteger a identidade e o patrimônio do
cliente. Durante muito tempo, os bancos suíços foram admirados por essa ética, até ficar
evidente que os clientes nem sempre eram respeitáveis.

Traficantes de drogas, ditadores e nazistas haviam escondido nas famosas contas


secretas muito dinheiro ganho de maneira ilícita. Os bancos continuaram insistindo em sua
política, enquanto aumentavam as pressões internacionais, especialmente dos países
interessados em rastrear a lavagem de dinheiro das drogas, ou recuperar o que havia sido
roubado pelos ditadores e nazistas. Para as autoridades destes países, a ética absoluta dizia
que o sigilo era intrinsecamente errado, uma vez que protegia dinheiro obtido de forma
desonesta. Finalmente, as autoridades suíças concordaram em revelar a origem dos
depósitos e iniciar negociações visando à devolução do dinheiro para os seus donos.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


60

 Razões para a empresa ser ética:

A maioria dos autores que estudam a questão da ética empresarial estabelece que
o comportamento ético seja a única maneira de obtenção de lucro com respaldo moral. A
sociedade tem exigido que a empresa sempre puna pela ética nas relações com seus
clientes, fornecedores, competidores, empregados, governo e público em geral.

O comportamento ético dentro e fora da empresa permite às companhias


inteligentes baratear os produtos, sem diminuir a qualidade e nem baixar os salários, porque
uma cultura ética torna possível reduzir os custos de coordenação. Além dessas, outras
razões podem ser invocadas como o não pagamento de subornos, compensações indevidas
etc. Agindo eticamente, a empresa pode estabelecer normas de condutas para seus
dirigentes e empregados, exigindo que ajam com lealdade e dedicação.

Os procedimentos éticos facilitam e solidificam os laços de parceria empresarial,


quer com clientes, quer com fornecedores, quer, ainda, com sócios efetivos ou potenciais,
Isso ocorre em função do respeito que um agente ético gera em seus parceiros. A ética da
empresa trata de mostrar, então, que optar por valores que humanizam é o melhor para a
empresa, entendida como um grupo humano, e para a sociedade em que ela opera.

A atividade empresarial não é só para ganhar dinheiro. Uma empresa é algo mais
que um negócio: é antes de tudo um grupo humano que persegue um projeto, necessitando
de um líder para levá-lo a cabo, e que precisa de um tempo para desenvolver todas as suas
potencialidades. Entende-se que a ética deve estar acima de tudo, e que a empresa que age
dentro dos postulados éticos aceitos pela sociedade só tende a prosperar.

 Ética profissional:

Um profissional deve saber diferenciar a Ética da moral e do direito. A moral


estabelece regras para garantir a ordem independente de fronteiras geográficas. O direito
estabelece as regras de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm
uma base territorial, valendo apenas para aquele lugar. As normas jurídicas obrigam os
cidadãos de forma coercitiva, ou seja, independente da vontade pessoal. Já a norma ética
não obriga coativamente a pessoa que a descumpre. Pessoas afirmam que em alguns pontos
elas podem gerar conflitos. O desacato civil ocorre quando argumentos morais impedem
que uma pessoa acate certas leis. Às vezes as propostas da ética podem parecer justas ou
injustas. Ética é diferente da moral e do direito, porque não estabelece regras concretas.

A Ética profissional se inicia com a reflexão. Quando se escolhe uma profissão,


passa-se a ter deveres profissionais obrigatórios. Os jovens quando escolhem sua carreira,
escolhem pelo dinheiro e não pelos deveres e valores. Ao completar a formação em nível
superior, a pessoa faz um juramento, que significa seu comprometimento profissional. Isso
caracteriza o aspecto moral da ética profissional. Mesmo que não se exerça uma atividade
dentro da área de interesse do profissional, isto não o isenta dos deveres e obrigações que
este tem a cumprir.

Ser um profissional ético nada mais é do que ser profissional mesmo nos momentos

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


61

mais inoportunos. Para ser uma pessoa ética, devemos seguir um conjunto de valores. Ser
ético é proceder sem prejudicar os outros. Algumas das características básicas de como ser
um profissional ético é ser bom, correto, justo e adequado. Além de ser individual, qualquer
decisão ética tem por trás valores fundamentais, tais como:

a) ser honesto em qualquer situação - é a virtude dos negócios;


b) ter coragem para assumir as decisões - mesmo que seja contra a opinião alheia;
c) ser tolerante e flexível - deve-se conhecer para depois julgar as pessoas;
d) ser íntegro - agir de acordo com seus princípios; e,
e) ser humilde - só assim se consegue reconhecer o sucesso individual.

 Ética virtual:

A Internet está mudando o comportamento ético das empresas. A Internet muda a


velocidade dos acontecimentos, a forma de remuneração dos funcionários e o ambiente de
trabalho. Mas se deve tomar cuidado com o uso que se faz dessa ferramenta no ambiente
de trabalho. Utilidades com bate-papo e sites de relacionamentos não compreendem um
comportamento profissional ético, exceto se for para uso da empresa. Downloads e e-mails
pessoais também não devem ser acessados.

Como afirma Robert Henry Srour: "difícil não é fazer o que é certo, é descobrir o
que é certo fazer".

5.2.6 Problemas Morais

De acordo com Alencastro (1997), a ética não é algo superposto à conduta humana,
dado que todas as nossas atividades envolvem uma carga moral. O que define a nossa
realidade são as ideias sobre o bem e o mal, o certo e o errado, o permitido e o proibido.

Nas relações do dia a dia apresentam-se problemas do tipo: deve-se sempre dizer a
verdade ou existem ocasiões em que se pode mentir? Será que é correto tomar tal atitude?
Deve-se ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de vida? Existe alguma ocasião
em que seria correto atravessar um sinal de trânsito vermelho? Os soldados que matam
numa guerra, podem ser moralmente condenados por seus crimes ou estão apenas
cumprindo ordens? Como tratar a questão do aborto? Como lidar com a eutanásia, com o
assédio moral?

Essas perguntas evocam problemas cujas soluções, normalmente, não envolvem


apenas a pessoa que os propõe, mas também outras pessoas que poderão sofrer as
consequências das decisões e ações, consequências que poderão muitas vezes afetar uma
comunidade inteira.

Diante dos dilemas da vida, temos a tendência de conduzir nossas ações de


forma quase que instintiva, automática, fazendo uso de alguma "fórmula"
ou "receita" presente em nosso meio social, de normas que julgamos mais

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


62

adequadas de serem cumpridas, por terem sido aceitas intimamente e


reconhecidas como válidas e obrigatórias. Fazemos uso de normas,
praticamos determinados atos e, muitas vezes, nos servimos de
determinados argumentos para tomar decisões, justificar nossas ações e
nos sentirmos dentro da normalidade (ALENCASTRO, 1997, p. 2).
As normas sobre as quais se fala têm relação com valores morais. São os meios
pelos quais os valores morais de um grupo social são manifestos e acabam adquirindo um
caráter normativo e obrigatório.

Quando os valores e costumes estabelecidos numa determinada sociedade são bem


aceitos, não há muita necessidade de reflexão sobre eles. Mas, quando surgem
questionamentos sobre a validade de certos costumes ou valores consolidados pela prática,
surge a necessidade de fundamentá-los teoricamente, ou, para os que discordam deles,
criticá-los (ALENCASTRO, 1997).

5.3 Exercícios Propostos

1 Quais as diferenças entre ética e ética empresarial?


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____________________________________________________________________
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2 Conceitue ética e formule qual a importância desta para o profissional Técnico de


Administração de Empresas.
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____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

3 Quais são as teorias éticas citadas no texto?


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____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

4 Descreva os motivos que justificam uma empresa ética.


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

5 O que são valores éticos?


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____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
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6 A moral é o conjunto de normas e condutas reconhecidas como adequadas ao


comportamento humano por uma dada comunidade humana. A moral estabelece
princípios de vida capazes de orientar o homem para uma ação moralmente correta.
Embora os termos ética e moral por vezes sejam usados como sinônimos, há uma
pequena distinção entre eles. Neste sentido, ética seria:

a) um estudo sistematizado das diversas morais;


b) um conjunto de normas e condutas;
c) um conjunto de regras religiosas;
d) um estudo idealizado sobre a vida do indivíduo;
e) um conjunto de regras jurídicas.

7 Todo ato moral é passível de sofrer apreciação valorativa. Não existe ato moral fora das
relações humanas. É no agir (nas ações) que podemos avaliar moralmente alguém. A
inveja e a generosidade, por exemplo, são vício e virtude respectivamente. Moralmente,
só são possíveis de ser avaliados em nós mesmos. Nos outros só teremos condições de
perceber tais sentimentos e avaliá-los a partir da ação concreta de inveja e generosidade.
A partir do texto acima podemos afirmar que:

a) só o agir humano pode ser avaliado moralmente.


b) a inveja é algo considerado moralmente correto.
c) o ato moral não é algo no qual podemos atribuir valores.
d) a generosidade é um ato considerado moralmente incorreto.
e) a generosidade e a inveja são virtudes.

8 É sabido que o homem é um ser que avalia as suas ações a partir de valores. Marque a
alternativa que corresponde a um juízo moral:

a) este homem é belo.


b) esta garota é elegante.
c) este colar é amarelo.
d) este menino agiu corretamente.
e) esta turma é organizada.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


64

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ANOTAÇÕES: ______________________________________________________________
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MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA
E INDIVIDUAL NO TRABALHO
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6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL NO TRABALHO

Para prevenir os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho, a ciência e as


tecnologias colocam a nossa disposição uma série de medidas e equipamentos de proteção
coletiva e individual, que visam proteger os trabalhadores e, ao mesmo tempo, otimizar o
ambiente de trabalho, proporcionando mais rentabilidade, durabilidade e longevidade às
empresas.

Esta disciplina abordará as medidas de controle, os principais equipamentos de


proteção coletiva e individual, bem como as técnicas de prevenção dos riscos a que estão
sujeitos os profissionais.

6.1 Medidas de Controle

De acordo com Souza e Quelhas (2003), medidas de controle são as barreiras de


segurança que impedem ou minimizam as exposições ao risco. O controle visa à eliminação
ou redução dos agentes presentes no ambiente de trabalho, até concentrações que não
resultem em danos para a saúde da maioria dos trabalhadores expostos, ou ainda a
eliminação ou a limitação da exposição a tais agentes.

Os sistemas de controle (barreiras de segurança) introduzidos no projeto


devem ser previstos para manter os agentes de risco em níveis tão reduzidos quanto
possível, preferencialmente abaixo do nível de ação (50% do Limite de Exposição). Existem
três tipos de controle, de acordo com os autores acima citados:

a) controle na fonte: impede a formação ou a dispersão do agente de risco


no ambiente de trabalho;
b) controle no meio: impede que o agente de risco atinja os locais de trabalho,
em concentração preocupante para a exposição dos trabalhadores;
c) controle no receptor: é o conjunto de procedimentos que tem por
objetivo proteger a integridade física do trabalhador: pelo controle da saúde, a
partir de exames médicos; por treinamentos; e pelo uso de equipamentos de
proteção individual.

6.2 Conscientização e Treinamento

Uma das principais missões do profissional de Segurança e Medicina do Trabalho é


conscientizar empregados e empregadores em relação á importância de se adotarem
posturas que visem à plena preservação da saúde, conforto laboral e qualidade de vida do
trabalhador, proporcionando a melhoria das condições de trabalho e o aumento da
produtividade.

É importante que tanto empregados quanto empregadores tenham amplo


conhecimento das consequências de ambientes de trabalho nocivos à segurança e à saúde
do trabalhador e de tarefas executadas de maneira imprópria.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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Também não é suficiente conscientizar trabalhadores quanto à necessidade


prevencionista de manutenção da segurança e saúde laboral se este não sabe como agir ou
o que deve ser feito para esta preservação. Por exemplo, não é suficiente fornecer
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em operações onde haja a possibilidade de
ocorrência de acidentes ou doenças ocupacionais, sem que haja critérios técnicos rigorosos
para a especificação destes EPIs e sem que medidas mais amplas de controle dos riscos
sejam tomadas.

Após uma intervenção ambiental por barreiras de controle, é necessário haver um


completo treinamento, onde são expostos os perigos inerentes às atividades, como executar
as tarefas de modo plenamente seguro e como utilizar e manter os equipamentos de
proteção. Essa conscientização e treinamento devem englobar toda a empresa, desde os
mais altos postos (diretores, gerentes e supervisores) aos funcionários de operação,
manutenção e limpeza.

A participação efetiva dos trabalhadores em programas de prevenção de acidentes


é atingida quando estes tiverem consciência da importância da segurança em sua vida no
trabalho, na rua e em casa.

6.3 Medidas ou Equipamentos de Proteção Coletiva

Equipamentos de Proteção Coletiva (MPCs ou EPCs) são todos os dispositivos


instalados ou decisões gerenciais tomadas com o objetivo de proteger a integridade física e
a saúde dos trabalhadores, mediante eliminação, isolamento ou diminuição dos efeitos
de um agente de risco agressivo, permitindo como máxima exposição os níveis legalmente
aceitos.

As medidas ou equipamentos de proteção coletiva devem ser sempre prioritários


em relação à adoção de equipamentos de proteção individual e devem possuir caráter
técnico, administrativo e/ou educacional.

Ao contrário dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que visam proteger a


integridade física do trabalhador que os utiliza, as Medidas ou Equipamentos de Proteção
Coletiva têm por objetivo proteger a coletividade dos trabalhadores, visitantes, da
comunidade e do meio ambiente, quando aplicável. Geralmente os EPCs atuam de duas
maneiras básicas:

a) na fonte: agindo diretamente sobre a origem do problema. Por exemplo, a


substituição de peças de um equipamento ruidoso, para torná-lo mais silencioso;
e,
b) na trajetória: impedindo que o agente atinja os trabalhadores. Por exemplo, a
utilização de cabines acústicas em ambientes ruidosos.

São exemplos de EPCs ou MPCs:

a) adequação das instalações para a atividade;


b) distribuição física dos equipamentos;

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


73

c) proteção dos equipamentos;


d) iluminação eficiente;
e) sinalização;
f) proteção contra incêndio;
g) manutenção, limpeza e conservação do ambiente e dos equipamentos;
h) treinamento de segurança;
i) programas de prevenção.
j) corrimões: que são fabricados com materiais rígidos e resistentes e têm uma
altura mínima de 90 cm;
k) protetores: são os componentes de uma máquina que são utilizados como uma
barreira material para garantir a proteção. Por exemplo, tampas, coberturas,
painéis, muros, carcaças e barreiras.

6.4 Prevenção de Riscos Profissionais

Apresentam-se a seguir algumas medidas utilizadas na prevenção dos riscos


profissionais.

 Disjuntor diferencial:

Conforme ilustrado pela Figura 1, é um dispositivo de segurança que desliga


automaticamente a eletricidade quando se produz uma derivação com intensidade superior
à previamente estabelecida.

Figura 1 - Disjuntor diferencial

Fonte: Disponível em: http://www.eletricametasol.com/ Acesso em outubro 2014

Seguem-se também alguns exemplos de aplicação da proteção coletiva ao


ambiente de trabalho.

 Ventilação geral:

É uma medida de proteção coletiva que é aplicada ao meio de propagação dos


contaminantes químicos. Considera-se que só é adequada nos casos em que os
contaminantes são de baixa toxicidade e existem em pequenas concentrações. É uma
medida a ser adotada nos locais em que se pretenda, basicamente, eliminar o ar viciado
(escritórios, oficinas de produção, etc.) e também como melhoria do conforto térmico.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


74

 Ventilação localizada ou extração localizada:

Tem como objetivo captar o contaminante químico no ponto em que é gerado,


evitando que se espalhe no ambiente geral do local.

 Isolamento de máquinas ruidosas:

É uma medida de proteção coletiva complexa e que, na medida do possível, deve


ser concebida de modo a que o trabalhador não fique no interior do compartimento,
conforme ilustra a Figura 2 a seguir.

Figura 2 - Isolamento de máquinas ruidosas

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

6.5 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são todos os dispositivos de uso


individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Os EPIs são
tratados pela Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6), que define os critérios de fabricação,
comercialização, utilização, restrições ao uso, fiscalização, entre outros.

Os Equipamentos de Proteção Individual devem ser vistos como último recurso a


ser adotado em programas de prevenção à saúde e segurança dos trabalhadores. Deve-se
sempre priorizar a adoção de medidas de caráter geral, como EPCs e MPCs, que têm por
objetivo controlar o agente de risco e proteger a coletividade dos trabalhadores, visitantes,
da comunidade e do meio ambiente.

A adoção de EPIs reporta a várias observações às quais de deve dar total atenção:

a) EPIs não constituem ações corretivas no ambiente de trabalho, pois não


eliminam o risco, apenas têm por objetivo reduzir a percepção do risco pelo
trabalhador;
b) EPIs não evitam acidentes. Quando utilizados corretamente, podem proteger o
trabalhador de um dano, mas tem sua eficácia limitada em muitas situações;
c) EPIs devem ser especificados com critérios técnicos, feitos com base em análises
qualitativas e quantitativas dos riscos aos quais o trabalhador está exposto;
d) a utilização eficaz do EPI está diretamente relacionada ao treinamento e à
MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO
75

manutenção deste equipamento;


e) a especificação ou uso inadequados do EPI também pode causar danos ao
trabalhador pela não neutralização do risco;
f) não é suficiente fornecer EPI aos trabalhadores, mesmo que este seja
corretamente especificado;
g) é obrigação da empresa treinar os funcionários e fiscalizar correta utilização
dos EPIs, bem como é obrigação dos funcionários utilizar e manter
adequadamente o EPI.

Ao especificar um EPI, é necessário observar todos os critérios técnicos de


aplicabilidade e efetiva redução do risco ao qual o trabalhador está exposto. Por exemplo,
especificar ou utilizar máscara de proteção respiratória não adequada ao risco (poeira, gás
químico, vapor tóxico, agente biológico, etc.) com o filtro não adequado às características e
concentração do agente (poeiras de diâmetros variados, etc.) pode fazer com que o
trabalhador se “sinta” protegido sem efetivamente estar, já que a utilização de um EPI
inadequado ao risco e as suas características não neutraliza o risco.

A pior forma de proteção é a falsa proteção, já que o trabalhador pensa que está
protegido e, muitas vezes, deixa de tomar outras medidas preventivas, uma vez que se
imagina garantido pela falsa proteção de um EPI especificado ou utilizado erradamente.

A NR-6 determina que (BRASIL, 2001):

[6.3] A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI


adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento,
nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
e, c) para atender a situações de emergência.

6.5.1 Escolha Correta dos EPIs

A utilização dos EPIs será mais eficiente e trará melhores resultados quanto mais
precisa for a sua escolha. Esta especificação deve passar por várias etapas, que devem ser
criteriosamente seguidas. Todas as etapas para a especificação, aquisição, entrega,
treinamento e fiscalização de EPIs devem ser documentadas e estes documentos devem ser
guardados na empresa e permanecer à disposição da fiscalização da Delegacia Regional do
Trabalho (DRT). Tais etapas são descritas a seguir:

 1ª etapa: identificar os agentes de risco existentes no ambiente de trabalho;


 2ª etapa: mensurar a intensidade ou concentração dos agentes e comparar
esses valores com os Limites de Tolerância definidos na NR-15 ou, na omissão
desta, em outras normas internacionais (ISO, ACGIH, etc.);
 3ª etapa: com base nos resultados obtidos, devem ser escolhidos dentre os
EPIs disponíveis no mercado aqueles que mais se adaptem aos problemas
levantados, levando-se em consideração fatores como eficiência do EPI, qualidade,

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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facilidade de utilização e limpeza, durabilidade, facilidade de adaptação do usuário


e relação custo/benefício;
 4ª etapa: adquirir os EPIs com CA (Certificado de Aprovação), com as
características especificadas e escolhidas de acordo com a 3ª Etapa;
 5ª etapa: fornecer gratuitamente aos trabalhadores os EPIs especificados
segundo os critérios técnicos anteriores;
 6ª etapa: treinar os trabalhadores e conscientizá-los quanto à necessidade
da correta utilização dos EPIs;
 7ª etapa: fiscalizar o uso dos EPIs.

6.5.2 Responsabilidades Quanto aos EPIs

Segundo o item 6.2 da NR-6 (BRASIL, 2001):

[6.2] O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou


importada, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do
Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do
Trabalho e Emprego.

Segundo o item 6.6 da NR-6, são obrigações das empresas com relação aos EPIs
(BRASIL, 2001):

[6.6.1] Cabe ao empregador quanto ao EPI:


a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

Segundo o item 6.7 da NR-6, são obrigações dos empregados com relação aos EPIs:

[6.7.1] Cabe ao empregado quanto ao EPI:


a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne
impróprio para uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

6.5.3 Responsabilidades Quanto aos Certificados de Aprovação (CA)

Os subitens do item 6.8 (BRASIL, 2001) da NR-6 estabelecem as obrigações dos


fabricantes e dos importadores de EPIs quanto ao CA, Certificado de Aprovação. Entre estas
obrigações, destacam-se:

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


77

[6.8.1] O fabricante nacional ou o importador deverá:


b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO II;
e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu
origem ao Certificado de Aprovação - CA;
f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional,
orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais
referências ao seu uso;
i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação.

Observação: o desempenho de um EPI é de responsabilidade civil e criminal de


quem o especifica.

6.5.4 Tipos de EPIs

Existe uma grande variedade de EPIs disponíveis no mercado. Eles podem ser
classificados de acordo com o tipo de proteção que oferecem, conforme ilustram os Quadros
1a e 1b a seguir.

Quadro 1a - Classificação dos EPIs

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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Quadro 1a - Classificação dos EPIs

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

6.6 Exercícios Propostos

1) Existem três tipos de controle, quais são?


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2) Defina equipamentos de proteção coletiva?


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____________________________________________________________________

3) Defina equipamentos de proteção individual?


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____________________________________________________________________

4) Explique o critério de priorização entre EPIxEPC?


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MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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5) Explique um tipo de EPC?


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6) Qual a norma que define os critérios de utilização do EPI?


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7) O EPI previne acidente, explique?


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8) Cite duas obrigações da empresa em relação ao EPI;


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____________________________________________________________________

9) Cite duas obrigações dos empregados e relação ao empregador?


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10) Quais os critérios que o técnico em segurança usa na escolha de um EPI?


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


80

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR 6: Equipamento de


proteção individual. Ministério do Trabalho e Emprego: Brasília, 2001.

OLIVEIRA, C. A. D. Passo a passo dos procedimentos técnicos. São Paulo: LTr, 2002.

ZOCCHIO, Á. Segurança em trabalho com maquinaria. São Paulo: LTr, 2002.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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ANOTAÇÕES: ______________________________________________________________
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PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
85

7 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

A disciplina Português Instrumental tem o objetivo de estimular o estudante para a


leitura e a escrita, não apenas de textos técnicos importantes para o campo de trabalho, mas
também para a vida além de discutir a língua em diversidade; proceder à leitura analítica e
crítico-interpretativa de textos; ampliar o contato do aluno com os processos de leitura e
produção textual, visando capacitá-lo a analisar variadas estruturas textuais e elaborar
gêneros textuais/discursivos diversos.

Com o surgimento e popularização das redes sociais e o uso cada vez maior da
internet para pesquisa e diversão, tornou-se imprescindível preparar o estudante e
conscientizá-lo da importância de escrever e se expressar bem. Um bom profissional deve
ter o estímulo de melhorar a forma como escreve e, para isso, deve ler muito, vários tipos de
literaturas.

7.1 Comunicação

Comunicação é o processo de transmitir a informação e compreensão de uma


pessoa para outra; senão houver esta compreensão, não ocorre a comunicação. Se uma
pessoa transmitir uma mensagem e esta não for compreendida pela outra pessoa, a
comunicação não se efetivou.

7.1.1 O Processo de Comunicação

O processo de comunicação é composto de três etapas, assim subdivididas:

 Emissor: a pessoa que envia a mensagem. Pode ser chamada de fonte ou de


origem. Apresenta o significado, que corresponde à ideia, ao conceito que o
emissor deseja comunicar, e o codificador, que é constituído pelo mecanismo
vocal para decifrar a mensagem.

 Mensagem: a ideia que o emissor deseja comunicar. Contém o canal, também


chamado de veículo, que é o espaço situado entre o emissor e o receptor, e o
ruído, que ser refere à perturbação dentro do processo de comunicação.

 Receptor: é aquele que recebe a mensagem, a quem esta é destinada. Apresenta o


decodificador, que é estabelecido pelo mecanismo auditivo para decifrar a
mensagem, para que o receptor a compreenda; a compreensão, que é o
entendimento da mensagem pelo receptor; e regulamentação, que é quando o
receptor confirma a mensagem recebida pelo emissor. É o retorno da mensagem
enviada.

Tome-se como exemplo: uma pessoa (emissor) tem uma ideia (significado) que
pretende comunicar. Para tanto, se vale de seu mecanismo vocal (codificador), que
expressa sua mensagem em palavras. Essa mensagem, veiculada pelo ar (canal), é
interpretada pela pessoa com a qual se comunica (receptor), após sua decifração por seu
mecanismo auditivo (descodificador). O receptor, após constatar que entendeu a

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


86

mensagem (compreensão), esclarece a fonte acerca de seu entendimento


(regulamentação).

Pode-se, portanto, dizer que a comunicação só pode ser considerada eficaz


quando a compreensão de receptor coincide com o significado pretendido pelo emissor.

7.2 Linguagem e Língua

Que a linguagem escrita e a linguagem oral não constituem modalidades


estanques, apesar de apresentarem diferenças devido à condição de produção, é um fato
incontestável; contudo, há particularidades de outras ordens que as tornam modalidades
específicas da língua.

Tais particularidades são, de fato, elementos exclusivos de cada uma delas,


como a gesticulação, por exemplo, na linguagem oral, e a reedição de texto, com
apagamento do texto anterior, na linguagem escrita.

Certamente, as pessoas não escrevem exatamente do mesmo modo que falam,


uma vez que se trata de processos diferentes. Essas diferentes condições de produção
para usos de diferentes intenções propiciam a criação de diferentes tipos de linguagem,
que se agrupam nas duas modalidades da língua.

Fatores como o contexto, a intenção do usuário e a temática são responsáveis


pelas diferenças entre a linguagem oral e a linguagem escrita, que nem por isso são
estanques.

7.2.1 Linguagem

Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a


comunicação e a interação entre as pessoas. Esta se compõe de:

 Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra.


 Linguagem não verbal: tem outros tipos de unidade, como gestos, o
movimento, a imagem, etc.
 Linguagem mista: como as histórias em quadrinhos, o cinema e a TV, que
utilizam a imagem e a palavra.

7.2.2 Língua

É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias, por meio do qual as
pessoas se comunicam e interagem entre si.

7.2.3 Variações Linguísticas

Um dos traços de identificação de uma nação é a sua língua, que varia de acordo
com fatores diversos, tais como tempo, espaço, nível cultural e a situação em que um
indivíduo se manifesta verbalmente. Dito de outra forma, são as variações que uma língua

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


87

apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é


utilizada.

São exemplos de variações linguísticas a norma culta (língua padrão), os dialetos,


socioletos, idioletos, registros, etnoletos e ecoletos. Tais variações serão explicitadas a
seguir:

a) norma culta (língua padrão): a variedade linguística de maior prestígio social. É


padronizada em função da comunicação pública e da educação;
b) dialetos: variações faladas por comunidades geograficamente definidas,
originadas das diferentes entre região, idade, sexo, classes ou grupos sociais,
incluindo a própria evolução histórica da língua;
c) socioletos: variações faladas por comunidades socialmente definidas;
d) idioletos: variação linguística particular de uma pessoa;
e) registros: o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou
profissões;
f) etnoletos: variações linguísticas adotadas por um grupo étnico; e,
g) ecoletos: idioleto adotado por uma casa.

As variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidas não


apenas por seu vocabulário, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na
versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma
diferente em muitos dialetos. Outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes
socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.

As variedades linguísticas levam em consideração, ainda, a intencionalidade


discursiva, que dizem respeito às intenções, explícitas ou não, existentes na linguagem dos
interlocutores que participam de uma situação comunicativa.

Algumas definições são importantes para entender um pouco sobre comunicação,


segundo Monteiro & Monteiro (2009):

a) linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a


comunicação e a interação entre as pessoas;
b) língua é um sistema abstrato de regras, não só gramaticais, mas também
semânticas e fonológicas, por meio das quais a linguagem (ou fala) se revela;
c) variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo
com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada;
d) norma culta é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social;
e) norma popular são todas as variedades linguísticas diferentes da língua padrão.

O emissor envia uma mensagem, que tanto pode ser visual quanto escrita, a um
receptor. O receptor recebe a mensagem e, geralmente, dá uma resposta ao emissor. A
necessidade de resposta faz parte do processo de comunicação entre os seres humanos,
pois quando uma pessoa envia a mensagem e não recebe a resposta do receptor, o processo
de comunicação não se completa (MONTEIRO & MONTEIRO, 2009).

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


88

A gramática da Língua Portuguesa está dividida em grandes campos de estudo: a


fonética, a morfologia, a semântica e a sintaxe. A fonética estuda os sons da fala. A
morfologia estuda a forma das palavras e a representação gráfica. A semântica preocupa-se
não só com a representação gráfica do vocábulo, mas com seu significado. A sintaxe estuda
os termos que compõem uma oração. A oração pode apresentar um sujeito, terá sempre um
predicado, e pode ter ou não complementos (MONTEIRO & MONTEIRO, 2009).

7.3 Língua Oral e Língua Escrita

A língua oral e a língua escrita têm propriedades distintas, que variam de acordo
com o indivíduo que a utiliza, levando-se em conta a influência da cultura e do meio social
em que este vive. Porém, ambas se completam em determinados aspectos. No momento em
que cada indivíduo consegue se comunicar, conforme suas particularidades, a linguagem
tem, então, a sua função exercida.

O falante não escreve do mesmo modo que fala. Enquanto fala, a linguagem
apresenta maior liberdade no discurso, uma vez que não exige planejamento, podendo ser
enfática, redundante, com variados timbres e entonações. Na língua oral, de modo geral, o
falante não se prende à norma culta.

A escrita, por sua vez, mantém contato indireto entre escritor e leitor. A linguagem
escrita é mais objetiva, portanto, necessita de grande atenção e obediência às normas
gramaticais, caracterizando-se, assim, por frases completas, bem elaboradas e revisadas,
explícitas, vocabulário distinto e variado, clareza no diálogo e uso de sinônimos. Devido a
estes traços, esta é uma linguagem conservadora aos padrões estabelecidos pelas regras
gramaticais.

Tanto por meio da língua oral como da língua escrita, o indivíduo participa
efetivamente do seu meio social, comunicando-se, buscando acesso à informação,
expressando e defendendo seus pontos de vista, dividindo e/ou construindo visões de
mundo, produzindo novos conhecimentos.

Há particularidades na língua oral que, mais do que a diferenciam da língua escrita,


a tornam específica. São elementos exclusivos, tais como: gesticulação, fluidez das ideias
expostas, eficácia na correção da informação, dado que o falante tem o controle da
comunicação no momento de sua fala.

No que tange à linguagem escrita, além de esta ter como característica principal o
fato de ser, como ela própria se anuncia, escrita, reproduzida por textos, ela também
apresenta particularidades que a diferenciam da linguagem oral. A mais importante delas é a
correção gramatical, sobre a qual recaem a objetividade, a clareza e a coesão. Estas são
essenciais para que a comunicação ocorra, dado que emissor e receptor estão distantes,
podendo, inclusive, ser desconhecidos um do outro. Por isso a correção gramatical é tão
importante. Um texto apresentado de forma objetiva, com ideias claras, concisas é mais
facilmente compreendido pelo receptor e nele provocar o efeito desejado pelo emissor. A
produção do texto escrito se dá de forma coordenada, uma vez requer planejamento,
transformando sua estrutura sintática elegante, bem formada.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


89

Uma diferença que chama atenção entre a linguagem oral e a escrita é que na
primeira as falas podem se apresentar fragmentadas, desordenadas, incompletas, enquanto
que na segunda isto não ocorre. Outra característica particular que as difere é que na
linguagem escrita o vocabulário é muito variado e essencialmente conservador e
dependente do grau do nível de formalismo.

Enfim, pode-se afirmar que a fala e a escrita são dois modos bem diferentes, e em
alguns momentos complementares, de o usuário representar as suas experiências
linguísticas.

7.4 Funções da Linguagem

Por meio da linguagem, também se realizam diferentes ações: transmitem-se


informações, tenta-se convencer o outro a fazer (ou dizer) algo, assumem-se
compromissos, ordena-se, pede-se, demonstram-se sentimentos, constroem-se
representações mentais sobre o mundo. Enfim, pela linguagem organiza-se a vida em
diferentes aspectos.

Diferenciar que objetivo predomina em cada situação de comunicação auxilia a


compreender melhor o que foi dito.

As funções da linguagem estão centradas nos elementos da comunicação. Toda


comunicação apresenta uma variedade de funções, mas elas se apresentam hierarquizadas,
sendo uma dominante, de acordo com o enfoque que o destinador quer dar ou do efeito
que quer causar no receptor. A linguagem pode ter função emotiva, referencial, conativa,
fática, metalinguística ou poética. Sobre cada uma delas será tratado a seguir.

7.4.1 Função Emotiva (ou expressiva)

Centra-se no sujeito emissor e suscita a impressão de um sentimento


verdadeiro ou simulado. Observe-se o texto ilustrado pelo Quadro 1 a seguir.

Quadro 1 - Exemplificando a função emotiva

Não só baseado na avaliação do Guia da Folha, mas também por iniciativa própria,
assisti cinco vezes a “Um filme falado”. Temia que a crítica brasileira condenasse o
filme por não ser convencional, mas tive uma satisfação imensa quando li críticas
unânimes da imprensa. Isso mostra que, apesar de tantos enlatados, a nossa crítica
é antenada com o passado e o presente da humanidade e com as coisas que
acontecem no mundo. Fantástico! Parabéns, Sérgio Rizzo, seus textos nunca me
decepcionam”.

Luciano Duarte. Guia da Folha, 10 a 16 de junho 2005.


Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

Nota-se no texto ilustrado acima que o emissor emprega a primeira pessoa (eu):
(assisti, temia, tive, li...), aponta qualidades subjetivas, utilizando adjetivos (satisfação
imensa, críticas unânimes, fantástico...), advérbios (nunca me decepcionam), além de

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


90

recursos gráficos que indicam ênfase, ao utilizar ponto de exclamação (fantástico!). Destaca-
se aqui o ponto de vista do emissor, a sua percepção dos acontecimentos, característica da
função emotiva da linguagem.

7.4.2 Função Referencial (ou denotativa ou cognitiva)

Esta é a função da linguagem que aponta para o sentimento real das coisas. O texto
ilustrado pelo Quadro 2 revelará as nuances características da função referencial.

Quadro 2 - Exemplificando a função referencial

**** UM FILME FALADO – Idem. França/Itália/Portugal, 2003.

Direção: Manoel de Oliveira. Com: Leonor Silveira, John Malkovich,


Catherine Deneuve, Stefania Sandrelli e Irene Papas. Jovem
professora de história embarca com a filha em um cruzeiro que vai
de Lisboa a Bombaim. 96 min. 12 anos. Cinearte 1, desde 14. Frei
Caneca Unibanco Arteplex 7, 13h, 15h10, 17h20, 19h30 e 21h50.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

Observam-se neste segundo texto outros procedimentos colocados em destaque,


tais como: o uso da terceira pessoa, explicitado no trecho: ‘jovem professora de história
(ela)’; ausência de adjetivos, dado que a indicação de que o filme é bom aparece ilustrado
com 4 estrelinhas; ausência de expressões que indiquem a opinião do emissor (tais como,
‘eu acho, eu desejo,...’); emprego de um conjunto de informações que dizem respeito a
coisas do mundo real, tais como a exatidão dos horários, o endereço, os nomes próprios.
Este conjunto de procedimentos dá ao emissor a impressão de objetividade, como se a
informação traduzisse verdadeiramente o que acontece no mundo real, caracterizando a
função referencial ou informativa da linguagem.

7.4.3 Função Conativa (ou apelativa ou imperativa)

Este tipo de função centra-se no sujeito receptor e é eminentemente persuasória.


Observe-se o texto a seguir, apresentado no Quadro 3.

Quadro 3 - Exemplificando a função conativa

RESERVA CULTURAL

Você nunca viu cinema assim.


Não perca a retrospectiva especial de inauguração, com 50% de
desconto, apresentando cinco filmes que foram sucesso de público.
E, claro, de crítica também.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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Neste texto, o destaque está no destinatário. Para tanto, o emissor se valeu de


procedimentos, tais como: o uso da segunda pessoa (você); o uso do imperativo (Não perca!).
O resultado é a interação com o destinatário, procurando convencê-lo a realizar uma ação (ir
ao espaço cultural). Este tipo de função é característico dos textos publicitários, que, em geral,
procuram convencer ou persuadir o destinatário a dar uma resposta, que pode ser a mudança
de comportamento, de hábitos, como abrir conta em banco, frequentar determinados tipos
de lugares ou consumir determinado produto.

7.4.4 Função Fática (ou de contato)

A função fática da linguagem visa estabelecer, prolongar ou interromper a


comunicação e serve para verificar a eficiência do canal. É muito comum em conversações
cotidianas. Aqui o emissor usa procedimentos para manter o contato físico ou psicológico
com o interlocutor, como, por exemplo, ao iniciar uma conversa telefônica (‘Alô!’) ou ainda
utilizando fórmulas prontas para dar continuidade à conversa, como no caso de: ‘aham,
hum, bem, como?, pois é’. Este tipo de mensagem serve para manter o contato, sustentar
ou alongar (ou mesmo interromper) a conversa.

7.4.5 Função Metalinguística

Este tipo de função consiste numa recodificação e passa a existir quando a


linguagem fala dela mesma. Checa se o emissor e receptor estão usando o mesmo
repertório. Por exemplo, quando o emissor quer precisar, esclarecer o que está querendo
dizer e utiliza ‘eu quis dizer que’, ‘que quero dizer que esta palavra poder ser substituída por
outra mais precisa, que desse a entender que...’. Um exemplo comum da aplicação da
função metalinguística está no preenchimento de palavras cruzadas, na consulta a um
dicionário. Aqui, faz uso da linguagem (o código) para falar, explicar, descrever o próprio
código linguístico.

7.4.6 Função Poética

A função poética da linguagem é aquela em que o emissor valoriza o texto na sua


elaboração, utilizando a combinação de palavras, figuras de linguagem, exploração dos
sentidos e sentimentos. Embora mais comum nos textos literários, especialmente nos
poemas, dada a sua subjetividade, é bastante utilizada em anúncios publicitários, além de
aliar-se também aos demais tipos de função, sobretudo a emotiva. A função poética ocupa-
se mais em como dizer o que se deseja do que o que dizer. Atente-se para o texto a seguir,
ilustrado pelo Quadro 4.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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Quadro 4 - Exemplificando a função poética

Subi a porta e fechei a escada.


Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.
Desliguei a cama e deitei-me na luz
Tudo porque ele me deu um beijo de boa noite...

[Autor anônimo]

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

Observa-se a falta de lógica no texto, a tentativa de o autor fugir das formas


habituais, dando ênfase a sua forma de expressão, não levando em conta apenas ‘o que’,
mas ‘como’ ele queria dizer.

7.5 Tipologia Textual e Gêneros Textuais

Tipologia é a ciência que estuda os tipos. É muito utilizada para definir diferentes
categorias. No que diz respeito ao texto, a tipologia busca estudar as suas características,
sua composição, como ele vai ser apresentado no seu processo de criação, se por uma
narração, descrição, argumentação ou exposição, por exemplo. Quanto ao gênero textual,
este se refere às mais variadas formas de expressão de um texto.

7.5.1 Tipos Textuais

O texto é uma unidade linguística concreta, percebida tanto pela audição, a fala,
quanto pela visão, a escrita, composto por unidade de sentido e intencionalidade
comunicativa. Há dois elementos essenciais que devem ser observados na produção
textual: a coesão – que diz respeito às articulações gramaticais existentes entre palavras,
orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto, que garantem sua conexão
sequencial; e a coerência – que é o resultado da articulação das ideias de um texto, a sua
estruturação lógica semântica, que permite que numa situação discursiva palavras e frases
componham um todo significativo para os interlocutores.

Quando se fala em tipologia textual, normalmente atenta-se para a divisão


tradicional dos textos: a descrição, a narração e a dissertação. Entretanto, os tipos de textos
extrapolam esta tríade.

7.5.1.1 Texto Descritivo

A descrição usa um tipo de texto em que se faz um retrato falado de uma pessoa,
animal, objeto ou lugar. A classe de palavras mais utilizada nesta produção é o adjetivo,
pela sua função caracterizadora, dando ao leitor uma grande riqueza de detalhes. A
descrição, ao contrário da narração, não supõe ação. É uma estrutura pictórica, em que os
aspectos sensoriais predominam. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior
em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens, conforme permita sua
sensibilidade.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


93

7.5.1.2 Texto Narrativo

Esta é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou real, ocorrido
num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de
anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.

Em geral, a narrativa se desenvolve em prosa. O narrar surge da busca de


transmitir, de comunicar qualquer acontecimento ou situação. A narração em primeira
pessoa pressupõe a participação do narrador (narrador enquanto personagem) e em terceira
pessoa mostra o que ele viu ou ouviu (narrador enquanto observador). Na narração
encontram-se, ainda, os personagens (principais ou secundários), o espaço (cenário) e o
tempo da narrativa.

7.5.1.3 Texto Dissertativo

Neste tipo de texto há posicionamentos pessoais e exposição de ideias. Tem por


base a argumentação, apresentada de forma lógica e coerente, a fim de defender um
ponto de vista. É a conhecida “redação” de cada dia. É a modalidade mais exigida nos
concursos, já que requer dos candidatos um conhecimento de leitura do mundo, como
também um bom domínio da norma culta. Embora o texto dissertativo exponha os
posicionamentos de quem escreve, é importante salientar que estes devem aparecer
implícitos no texto, não sendo permitida a utilização da primeira pessoa do singular. Salvo
em alguns casos, a primeira pessoa do plural aparece no texto, porém recomenda-se o uso
da impessoalidade no texto de uma forma geral. O texto dissertativo estrutura-se
basicamente em: ideia principal (introdução), desenvolvimento (argumentos e aspectos que
o tema envolve) e conclusão (síntese da posição assumida).

7.5.1.4 Texto Expositivo

Apresenta informações sobre determinados assuntos, expondo ideias, explicando e


avaliando. Como o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma
determinada situação.

As exposições orais ou escritas entre professores e alunos numa sala de aula, os


livros e as fontes de consulta, são exemplos desta modalidade.

7.5.1.5 Texto Injuntivo

Este tipo de texto indica como realizar uma determinada ação. Ele normalmente
pede, manda ou aconselha. Utiliza linguagem direta, objetiva e simples. Os verbos são, em
sua maioria, empregados no modo imperativo.

Bons exemplos deste tipo de texto são as receitas de culinária, os manuais,


receitas médicas, editais, etc.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


94

7.5.2 Gêneros Textuais

Muitos confundem os tipos de texto com os gêneros. No primeiro, eles funcionam


como modos de organização, sendo limitados. No segundo, são os chamados textos
materializados, encontrados no cotidiano. Eles são muitos, apresentando características
sociocomunicativas definidas por seu estilo, função, composição conteúdo e canal.

Assim, quando se escreve um bilhete ou uma carta, quando se envia ou s e


recebe um e-mail ou usam-se os chats das redes sociais, utilizam-se diversos gêneros
textuais. Entrevistas, cardápios, horóscopos, telegrama, telefona, lista de compras, blogs,
agendas, são exemplos de gêneros textuais.

7.6 Ortografia e Emprego de Algumas Palavras e Expressões

Esta seção apresenta, de forma sucinta, o emprego de algumas palavras e


expressões, apresentando definições e exemplos.

 Cessão/Sessão/Seção (ou Secção):

Cessão é o ato de ceder. Ex.: A cessão do terreno para a construção de uma creche
agradou a todos. Ele fez a cessão de seus direitos autorais àquela instituição; sessão é o
intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembleia. Ex.: A Câmara reuniu-se em
sessão extraordinária. Assistimos a uma sessão de cinema; e seção (ou secção) significa
parte de um todo, corte, subdivisão. Ex.: Compramos os presentes na seção de brinquedos.
Lemos na seção de Economia que a gasolina vai aumentar.

 Porquê/Porque/Por quê/Por que:

Porquê: quando for um substantivo, equivale à causa, motivo, razão, e vem


precedido dos artigos o(os), um(uns). Ex.: Não me interessa o porquê de sua ausência.
Porque: quando se introduz uma explicação. Equivale a ‘pois’. Ex.: Carlos, venha porque
preciso de você! Por quê: no final de perguntas. Ex.: Ademar não veio, por quê? Por que: a)
na frase interrogativa direta. Ex.: Por que você não veio?; b) quando equivale a ‘pelo qual’ e
suas flexões. Ex.: Esta é a rua por que meu filho e eu passamos; c) na construção igual à
anterior, no entanto, fica subentendido o antecedente do pronome relativo (razão, motivo,
causa). Ex.: Eis (a razão, o motivo) por que não te amo mais. Obs.: Lembre-se de que a
palavra QUE, em final de frase, deve ser acentuada por ser um monossílabo tônico
terminado em E. Ex.: Você vive de quê?

 Onde/Aonde:

Emprega-se aonde com os verbos que dão ideia de movimento. Equivale sempre a
‘para onde’. Ex.: Aonde você nos leva com tal rapidez? Aonde você vai com tanta pressa?
Caso o verbo não dê ideia de movimento, emprega-se onde. Ex.: Onde você mora? Não sei
onde encontrá-lo.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


95

 Mau/Mal:

Mau é sempre um adjetivo (seu antônimo é bom). Refere-se a um substantivo. O


seu plural é ‘maus’, e a forma feminina é ‘má’. Ex.: Escolheu um mau momento para sair. O
senhor não é mau aluno. Mal pode ser: a) advérbio de modo (seu antônimo é bem). Ex.: Essa
carta está mal redigida. Na festa, ele se comportou mal; b) conjunção temporal (equivale a
assim que). Ex.: Mal começou a cantar, todos vaiaram. Mal ela chegou, o casal foi embora; c)
substantivo (nesse caso, virá precedido de artigo ou outro determinante); o seu plural é
‘males’. Ex.: Era um mal para o qual não havia remédio. Estava acometida de um mal
incurável.

 Há/A/Ah:

Na indicação de tempo, emprega-se ‘Há’ para significar tempo transcorrido


(equivale a faz). Ex.: Há dois anos que ela não aparece por aqui. Luciana formou-se em
Psicologia há quatro anos. ‘A’ é empregado para indicar futuro. Ex: A formatura será daqui a
duas semanas. Daqui a um mês devo tirar férias. Embora menos usual, emprega-se ‘Ah’ em
frases exclamativas ou que demonstrem espanto, surpresa. Ex.: Ah, que lindo dia
amanheceu!

 Senão/Se não:

Senão equivale a ‘caso contrário’. Ex.: Devemos entregar o trabalho no prazo, senão
o contrato será cancelado. Espero que faça bom tempo amanhã, senão não poderemos ir à
praia. Existe também o substantivo ‘senão’, que significa mácula, defeito. Nesse caso, vem
precedido de artigo ou outro determinante. Ex.: Ele só tem um senão: não gosta de
trabalhar. Em relação a ‘se não’, equivale a caso não, se por acaso não: inicia orações
adverbiais condicionais. Ex.: A festa será amanhã à noite, se não ocorrer nenhum imprevisto.
Se não chover amanhã, poderemos ir à praia.

 Ao invés de/Em vez de:

Ao invés de significa ‘ao contrário de’. Ex.: Ao invés do que previu a meteorologia,
choveu muito ontem. Em vez de significa ‘no lugar de’. Ex.: Em vez de jogar futebol,
preferimos ir ao cinema.

 Ao encontro de/De encontro a:

Ao encontro rege a preposição de e significa estar ‘a favor de’, ‘caminhar para’. Ex.:
Aquelas atitudes iam ao encontro do que eles pregavam. De encontro rege a preposição a e
significa ‘em sentido oposto’, ‘contra’. Ex.: Sua atitude veio de encontro ao que eu desejava:
meus planos foram por ‘água abaixo’.

 Acerca de/Há cerca de:

Acerca de é uma locução prepositiva, que equivale a ‘a respeito de’. Ex.: Discutimos
acerca da melhor saída para o caso. Há cerca de é uma expressão em que o verbo haver

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


96

indica tempo transcorrido; equivale a ‘faz’. Ex.: Há cerca de uma semana, discutíamos a
melhor decisão a tomar.

 A fim de/Afim:

A fim de é uma locução prepositiva que indica finalidade. Ex.: Ele saiu cedo, a fim de
não perder a carona. Afim é adjetivo e significa ‘semelhante’, que apresenta ‘afinidade’. Ex.:
O genro é um parente afim. Tratava-se de ideias afins.

 Demais/De mais:

Demais é advérbio de intensidade e equivale a ‘muito’. Ex.: Elas falam demais.


Demais também pode ser usado como substantivo (neste caso, virá precedido de artigo ou
outro determinante), significando os restantes. Ex.: Chamaram onze jogadores para jogar; os
demais ficaram no banco. De mais é locução prepositiva e possui sentido oposto a ‘de
menos’. Ex.: Não haviam feito nada de mais.

 À-toa/À toa:

À-toa é um adjetivo (refere-se, pois, a um substantivo) e significa ‘impensado’,


‘inútil’, ‘desprezível’. Ex.: Ninguém lhe dava valor, era considerada uma pessoa à-toa. À toa é
um advérbio de modo, significa ‘a esmo’, ‘sem razão’, ‘inutilmente’. Ex.: Andavam à toa
pelas ruas.

 A par/Ao par:

A par é usado, normalmente, com o sentido de estar bem informado, ter


conhecimento. Ex.: Após a confissão, ficamos a par de tudo. Ao par é usado para indicar
equivalência cambial. Ex.: O dólar e o marco estão ao par (isto é, têm o mesmo valor).

 Tampouco/Tão pouco:

Tampouco é advérbio e significa ‘também não’. Ex.: Não realizou a tarefa,


tampouco apresentou qualquer justificativa. Em Tão pouco, temos o advérbio de
intensidade ‘tão’ modificando ‘pouco’, que pode ser advérbio ou pronome indefinido. Ex.:
Estudamos tão pouco esta semana! (tão modifica o advérbio pouco). Ex.: Tenho tão pouco.

 Ter de/Ter que:

Ter de indica obrigatoriedade. Ex.: Para ser aprovado, tenho de fazer o teste. Ter
que indica permissividade. Ex.: Tenho que ser eleito para ser respeitado (é uma
probabilidade, não uma imposição).

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


97

7.7 Pontuação

Na língua escrita, certos recursos da língua oral, principalmente as pausas e


entoações, são representados pelos sinais de pontuação (FERREIRA, 2007). Observa-se a
seguir o uso da vírgula, que indica uma pausa entre as orações, e suas várias situações.

 A vírgula entre os termos da oração:

Entre os termos da oração, usa-se a vírgula nas seguintes situações:

a) para separar os núcleos de um termo. Ex.: O milharal, a horta, o pasto e a mata


ficaram mais verdes com as chuvas.
b) para isolar o aposto. Ex.: Rubem Braga, o maior cronista brasileiro, nasceu no
Espírito Santo.
c) para isolar o vocativo. Ex.: Joel, você acompanhou o processo?
d) para isolar adjuntos adverbiais deslocados. Ex.: O advogado analisou o
documento com muito cuidado. Com muito cuidado, o advogado analisou o
documento.
e) para indicar a elipse do verbo. Ex.: A igreja era grande e pobre. Os altares,
humildes.
f) para isolar determinadas expressões explicativas. Ex.: Os bombeiros salvaram
toda a família, isto é, o casal e os dois filhos.

Em alguns casos, a vírgula é proibida. São eles:

a) entre o sujeito e o predicado. Ex.: A irmã de Maria não tinha interesse pelo
padeiro;
b) ente o verbo e o objeto (direto ou indireto);
c) ente o nome e seus adjuntos adnominais;
d) entre o nome e seu complemento nominal.

 A vírgula entre orações:

Dependendo da relação sintática entre duas orações em um período composto, a


vírgula pode ser obrigatória, opcional ou proibida. Quanto à obrigatoriedade, observam-se
os seguintes casos:

a) oração coordenada+oração coordenada. Ex.: Pegou um livro, procurou uma


página, fez algumas anotações. Obs.: entre duas orações coordenadas ligadas
pela conjunção e, a vírgula é proibida;
b) oração subordinada adverbial+oração principal. Ex.: Quando eles se mudaram
para lá (or. subord. adverbial), a cidade ainda era uma vila (oração principal);
c) oração principal+oração subordinada adjetiva explicativa. Ex.: Ele sonha em
visitar a Grécia (oração principal), que é o berço da civilização ocidental (oração
subord. adjetiva explicativa).

A vírgula é proibida nos seguintes casos, conforme ilustram os exemplos:

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


98

a) oração principal+oração subordinada substantiva. Ex.: Ninguém desconhece


(oração principal) que a situação da empresa é fácil (or. subord. substantiva);
b) oração principal+oração subordinada adjetiva restritiva. Ex.: Na época das
chuvas, os rios que cortam a região (or. subord. adjetiva restritiva) inundam as
pastagens.

O ponto e vírgula indica uma pausa um pouco mais longa que a vírgula e um pouco
mais breve que um ponto no texto (FERREIRA, 2007). É usado em 3 casos, conforme descrito
e exemplificado a seguir:

a) entre orações coordenadas que já apresentam vírgulas. Ex.: A juíza atribuiu ao


réu, depois de analisadas as provas constantes dos autos, a responsabilidade
pelo crime; as testemunhas foram ouvidas em separado para confrontar as
informações.
b) entre orações coordenadas longas. Ex.: Os velhos cronistas são unânimes em
dizer que o marido consolou grandemente a esposa do boticário; e notam com
perspicácia...;
c) entre os itens de leis, decretos, regulamentos, etc. Ex.: Art. 153. Compete à
União instituir impostos sobre: I. Importação de produtos estrangeiros; II.
Exportação de produtos nacionais;...

Em relação a dois pontos, estes são usados para iniciar citações, explicações,
esclarecimentos; para iniciar sequência de elementos discriminativos (enumerativos); no
discurso direto, caracterizando um diálogo (SIMÕES, 2012).

As reticências indicam uma interrupção na sequência normal da frase e são


empregadas para: indicar indecisão, surpresa ou dúvida na fala de uma pessoa; indicar em
diálogo a interrupção de uma fala; sugerir ao leitor que complete um raciocínio; indicar a
exclusão de trechos de um texto (FERREIRA, 2007).

Os parênteses são utilizados para marcar a intercalação de palavras, expressões ou


orações explicativas que se queira destacar; na transcrição de siglas após o nome da
entidade ou órgão em extenso; para indicar referências e datas (SIMÕES, 2012).

O ponto é usado para indicar o fim de um período; em abreviaturas; na separação


de casas decimais; em leis, decretos e artigos (SIMÕES, 2012).

7.7.1 Exercícios Propostos

1) Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação
que devem preencher as lacunas da frase abaixo:

“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem ser consideradas ____ uma é
a contribuição teórica que o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter”.

a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula


b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


99

c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;


d) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
e) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.

2) Assinale o exemplo em que há emprego incorreto da vírgula:

a) como está chovendo, transferi o passeio;


b) não sabia, por que todos lhe viravam o rosto;
c) ele, caso queira, poderá vir hoje;
d) não sabia, porque não estudou;
e) o livro, comprei-o por conselho do professor.

3) Assinale o trecho sem erro de pontuação:

a) vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos informe a situação econômica da firma em
questão;
b) cientificamo-lo de que na marcha do processo de restituição de suas contribuições,
verificou-se a ausência da declaração de beneficiários;
c) o Instituto de Previdência do Estado, vem solicitar de V.Sa. o preenchimento da
declaração;
d) encaminhamos a V.Sa., para o devido preenchimento, o formulário em anexo;
e) estamos remetendo em anexo, o formulário.

4) Assinale as frases em que as vírgulas estão incorretas:

a) ora ríamos, ora chorávamos;


b) amigos sinceros, já não os tinha;
c) a parede da casa, era branquinha branquinha;
d) Paulo, diga-me o que sabe a respeito do caso;
e) João, o advogado, comprou, ontem, uma casa.

5) Observe:
1) depois de muito pedir () obteve o que desejava;
2) se fosse em outras circunstâncias () teria dado tudo certo;
3) exigiam-me o que eu nunca tivera () uma boa educação;

4) fez primeiramente seus deveres () depois foi brincar;

Assinale a alternativa que preencha mais adequadamente os parênteses:


a) (;) (,) (:) (;); d) (?) (,) (,) (:);
b) (,) (;) (:) (;); e) (,) (;) (.) (;).
c) (,) (,) (:) (;);

6) Assinale o item em que as vírgulas estão empregadas corretamente:

I - Foi ao fundo da farmácia, abriu um vidro, fez um pequeno embrulho e entregou ao


homem.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


100

II - A sua fisionomia estava serena, o seu aspecto tranquilo.


III - E o farmacêutico, sentindo-se aliviado do seu gesto, sentira-se feliz diante de suas
lembranças.
IV - Quando, vi que não servia, dei às formigas, e nenhuma morreu.

a) I - IV
b) II - III
c) II - IV
d) I - II
e) I - III

7.8 Crase

Esta seção abordará o uso da crase. De acordo com Zambeli (2014), ocorre a crase
nas seguintes situações.

a) preposição A + artigo A. Ex.: Eles foram à praia no fim de semana;


b) preposição A + pronome relativo A QUAL. Ex.: A aluna à qual me refiro é
estudiosa;
c) preposição A + pronome demonstrativo. Ex.: A minha blusa é semelhante à de
Maria (no sentido de àquela).
d) preposição A + pronome demonstrativo AQUELE. Ex.: Ele fez referência àquele
aluno.

Algumas dicas podem ajudar quanto ao emprego da crase. Observe os casos a


seguir:

a) substitua a palavra feminina por outra masculina correlata. Surgindo a


combinação AO, haverá crase. Ex.: Nunca fui indiferente às professoras (AOS
PROFESSORES);
b) substitua o demonstrativo Aquele(s), Aquela(s), Aquilo por ‘a este(s)’, ‘a esta(s)’,
‘a isto’. Mantendo-se a lógica, haverá crase. Ex.: Ele fez referência àquele aluno.
Não entregarei isso àquelas turmas;
c) antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se disser
VOLTO DA, haverá acento indicativo de crase; se disser VOLTO DE, não ocorrerá
o acento. Ex.: Vou à Bahia (volto da). Vou a São Paulo (volto de). Se o nome do
lugar estiver acompanhado de uma característica (adjunto adnominal), o acento
será obrigatório. Ex.: Vou a Portugal. Vou à Portugal das grandes navegações;
d) nas locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais. Ex.: à frente de; à espera de;
à procura de; à noite; à tarde; à esquerda; à direita; às vezes; às pressas; à
medida que; à proporção que; à toa; à vontade, etc.;
e) na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a hora pela expressão
“meio-dia”; se aparecer AO antes de “meio-dia”, deve colocar o acento,
indicativo de crase no A. Ex.: Ele saiu às duas horas e vinte minutos (ao meio dia).
Ele está aqui desde as duas horas (o meio-dia).

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


101

Observam-se a seguir alguns casos em que a crase é opcional e outros onde a


mesma não deve ocorrer.

 Uso opcional da crase:

a) antes de nomes próprios femininos. Ex.: Entreguei o presente a Ana (ou à Ana);
b) antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no singular. Ex.: Fiz alusão a
minha amiga (ou à minha amiga). Mas não fiz à sua;
c) depois da preposição ATÉ. Ex.: Fui até a escola (ou até à escola).

 Não ocorre a crase:

a) antes de palavras masculinas. Ex.: Ele saiu a pé. Só vendem a prazo nesta loja;
b) antes de verbos no infinitivo. Ex.: Estou disposto a colaborar com ele. Começou a
chover agora;
c) antes de artigo indefinido. Ex.: Fomos a uma lanchonete no centro. Encaminhou
o documento a uma gerente;
d) antes de pronomes pessoais, indefinidos e demonstrativos. Ex.: Passamos os
dados do projeto a ela. Eles podem ir a qualquer restaurante. Refiro-me a esta
aluna;
e) antes de QUEM e CUJA. Ex.: A pessoa a quem me dirigi estava atrapalhada. O
restaurante a cuja dona me referi é ótimo;
f) depois de preposição. Ex.: Eles foram para a praia. Estava perante a juíza;
g) quando o “A” estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural.
Ex.: Refiro-me a pessoas que são competentes;
h) em locuções formadas pela mesma palavra: cara a cara, lado a lado, face a face,
passo a passo, frente a frente, dia a dia, etc. Ex.: Tomei o remédio gota a gota;
i) antes de pronomes de tratamento iniciados por SUA ou VOSSA. Ex.: Enderecei a
correspondência a SUA SENHORIA.

7.8.1 Exercícios Propostos

1) (ITA – SP) Dadas as afirmações:

(1) Tudo correu as mil maravilhas.


(2) Caminhamos rente à parede.
(3) Ele jamais foi a festas.

Verificamos que o uso do acento indicador da crase no “a” é obrigatório:


a) apenas na sentença nº 1
b) apenas na sentença nº 2
c) apenas nas sentenças nº 1 e 2
d) em todas as sentenças

2) Preencha as lacunas empregando os termos que melhor se adequarem, levando em


consideração a norma padrão da linguagem:

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


102

a) Estou ____ procura de alguns amigos de infância que não vejo há anos.
b) Voltei ____ colégio depois de ter passado por tantas privações.
c) Gostei muito do frango ____ milanesa que degustamos hoje no almoço.
d) Quando vamos ____ fazenda, adoro andar ____ cavalo e ____ pé. Esta atividade é uma
ótima alternativa para aliviar ____ tensões.
e) Os sapatos ____ moda Luís XV fizeram parte do passado de muitas mulheres.

3) Assinale a frase onde a crase foi empregada incorretamente:

a) Iremos à fazenda amanhã.


b) A professora fez críticas à algumas alunas.
c) Ela está à espera de vocês.
d) Vou à biblioteca depois da aula.

4) Complete as lacunas corretamente: "Ontem, assisti ___ filme com meu namorado, depois
fomos ___ lanchonete e pedimos dois lanches. Não ficamos ___ vontade quando o
garçom ficou nos rodeando enquanto olhávamos o menu, então desistimos e fomos
embora, para jantar em outro local. O problema era que ___ era ___ única lanchonete
aberta, então voltamos para minha casa e pedimos uma pizza".

a) aquele - a - à - àquela – a
b) àquele - à - há - aquela – a
c) àquele - à - à - aquela – a
d) aquele - a - há - àquela - a

7.9 Acentuação Gráfica

As regras de acentuação devem ser respeitadas na elaboração de um texto


(ZAMBELI, 2014), bem como deve ser dada atenção ao Novo Acordo Ortográfico, que
acrescentou ao alfabeto as letras, K, Y e W, aboliu o uso do trema, além alguns acentos em
casos específicos, e também modificou o uso do trema. Observem-se algumas regras a
seguir.

 Palavras proparoxítonas:

Todas as palavras proparoxítonas recebem acento. Ex.: lâmpada – rápido – córrego


– rígido – pânico.

 Palavras paroxítonas:

São acentuadas as palavras paroxítonas, de acordo com as seguintes regras:

a) palavras terminadas em ditongo crescente (seguidas ou não de “s”). Ex.: sábio –


régua – farmácia – espontâneo – mágoa;
b) palavras terminadas em: Ã, ÃS, ÃO, ÃOS. Ex.: ímã – órfãs – órgão – bênçãos;
c) palavras terminadas em: EI, EIS. Ex.: jóquei – pônei – fósseis – úteis;
d) palavras terminadas em: I, IS. Ex.: táxi – biquíni – lápis – júri – íris;

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


103

e) palavras terminadas em: ON, OM, NOS. Ex.: Nélson – rádom – próton – nêutrons;
f) palavras terminadas em: L, N, R, X, PS. Ex.: sensível – hífen – caráter – tórax –
bíceps;
g) palavras terminadas em: UM, UNS, US. Ex.: Ônus, álbum, médiuns

Atenção: é importante observar que não se acentuam os vocábulos paroxítonos


terminados em EM, ENS. Ex.: item, homem, itens, hifens, homens.

 Palavras oxítonas:

São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em: A, E, O (seguidas ou não de


“s”), EM, ENS. Ex.: sofá – café – cipó – você – porém – parabéns.

 Hiato:

Acentuam-se o I e o U tônicos, quando formam sílabas sozinhos ou com “s” e vêm


precedidos de vogal. Ex.: saída – faísca – uísque – influí – reúne – egoísta – destruí-lo – baú –
juízes – saúde.

Atenção: é importante observar que não se acentuam o I e U quando seguidos de


NH: rainha, bainha, ladainha; não se acentuam o I e U quando formarem sílabas com outra
letra que não seja “s”: cairmos, juiz, ruim, defini-lo; não se acentuam o I e U quando
formarem ditongo: gratuito, fluido, fortuito, intuito. De acordo com a nova regra, as palavras
paroxítonas que têm i ou u tônicos precedidos por ditongos não serão mais acentuadas.
Assim, escreve-se feiura, baiuca. Esta regra não vale quando se trata de palavras oxítonas.
Nestes casos, o acento permanece. Assim, continua correto Piauí, teiús, tuiuiú. Observa-se
ainda que foram eliminados os acentos circunflexos nos hiatos OO/EE: enjoo, perdoo,
magoo, voo, abençoo; creem, deem, leem, releem, veem, preveem.

 Ditongos abertos:

Acentuam-se os ditongos tônicos e abertos ÉI, ÓI, ÉU. Ex.: anzóis – chapéu – troféu
– lençóis – pincéis. De acordo com a nova regra, o acento agudo foi eliminado nos ditongos
abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, tais como assembleia, boleia, epopeia, ideia,
jiboia, paleozoico, paranoia, onomatopeia.

 Trema:

O trema foi abolido de todas as palavras da língua portuguesa. Porém, o trema é


mantido em nomes próprios estrangeiros e suas derivações, tais como Bündchen,
Schönberg, Müller e mülleriano.

 Acento diferencial:

O acento diferencial, conforme o próprio nome diz, diferencia a intensidade de


alguns vocábulos com relação a seus homógrafos átonos. De acordo com a nova regras,
permanecem apenas aqueles relativos ao vocábulo ‘por’ para diferenciar o verbo (pôr) da

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


104

preposição (por), bem como na flexão verbal ‘pode’ (presente do indicativo) e ‘pôde’
(pretérito perfeito do indicativo). Deixaram de existir nos seguintes casos:

a) para (verbo), que se diferenciava da preposição para;


b) pelo (substantivo), que se diferenciava da preposição pelo;
c) polo (substantivo), que se diferenciava da preposição polo (grafia antiga, em
desuso);
d) pera (substantivo), que se diferenciava da preposição pera (grafia antiga, em
desuso).

7.9.1 Exercícios Propostos

1) (Fac. Med. Itajubá) Os dois vocábulos de cada item devem ser acentuados graficamente,
exceto:

a) herbivoro – ridiculo
b) logaritmo – bambu
c) miudo – sacrificio
d) caranauba – germen
e) Biblia – hieroglifo

2) Nos provérbios abaixo os acentos foram suprimidos. Recoloque-os quando necessário:

a) O homem que le vale mais.


b) Quem ve cara não ve coração.
c) Depois da tempestade vem a bonança.
d) Há males que vem para o bem.
e) Quem tem boca vai à Roma.

3) Analise os vocábulos abaixo agrupando-os de acordo com as regras de acentuação:

África – fóssil – método – possível – pé – coração – álbum – tórax – cajá - armazém –


lâmpada.

_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

7.10 Concordância e Regência

Esta seção tratará sobre concordância e regência, nominal e verbal, a partir de


definições e exercícios propostos.

7.10.1 Concordância Nominal

Refere-se à concordância nominal o princípio no qual toda palavra variável


referente ao substantivo deve se flexionar para se adaptar a ele. Como regra geral, toda

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


105

palavra variável associada a um substantivo concorda com ele. Ex.: Ganhei de presente estes
dois antigos livros italianos.

Em relação ao adjetivo, quando este vier depois de dois ou mais substantivos,


concorda com o último ou vai facultativamente para o plural, no masculino, se pelo menos
um deles for masculino, ou para o plural feminino, se todos eles estiveres no feminino. Ex.:
Ternura e amor humano; Amor e ternura humana; Ternura e amor humanos.

Quando o adjetivo vier antes de dois ou mais substantivos, concorda com o mais
próximo. Ex.: Mau lugar e hora; Má hora e lugar.

Quando dois ou mais adjetivos se referirem a um substantivo, este vai para o


singular ou plural. Ex: O poder temporal e o espiritual. Os poderes temporal e espiritual.

Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um substantivo e o determinando,


este vai para o plural. Ex.: Encerraram-se as aulas das séries terceira, quarta e quinta.

As expressões ‘um e outro’, ‘nem um nem outro’ são seguidas de um substantivo


que não varia, permanecendo no singular. Ex.: Um e outro aspecto. Nem um nem outro dia.

No caso da expressão ‘um e outro’ vir antes de um substantivo e de um adjetivo, o


substantivo vai para o singular e o adjetivo vai para o plural. Ex.: Um e outro processo
arquivados.

Em relação ao particípio, este concorda com o substantivo. Ex.: Feitas as análises,


seguimos com o processo. Estabelecidas as regras, prosseguimos com o jogo.

As palavras ‘anexo’, ‘incluso’, ‘mesmo’, ‘próprio’ concordam com o substantivo a


que se referem. Ex.: Os depoimentos vão anexos aos autos. Seguem inclusos os documentos
solicitados. Ela mesma disse que não viria hoje. Eles próprios admitiram o erro.

A palavra ‘meio’, quando relativa à metade, é um adjetivo e concorda com o


substantivo a que se refere. Ex.: Tomei meio litro de soro. Ela comeu meia barra de
chocolate. No entanto, quando designa ‘um tanto’, se trata de um advérbio, referindo-se a
um adjetivo, ficando, portanto, invariável. Ex.: Ela parecia meio cansada de tanta novidade.
Ele deixou a janela meio aberta.

7.10.2 Concordância Verbal

Princípio no qual o verbo deve se flexionar para se ajustar ao sujeito da oração. Em


relação ao sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo do sujeito simples em pessoa e
número. Ex.: Ele foi à praia. Elas foram ao cinema.

Em relação ao sujeito composto, anteposto ao verbo, observam-se as regras mais


comuns:

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


106

a) como regra geral, com elementos coordenados de terceira pessoa, o verbo vai
para o plural (Água, luz e telefone terão aumento de tarifa no próximo
semestre);
b) se formado por palavras sinônimas, o verbo vai para o plural ou concorda com o
núcleo mais próximo (Desânimo e tristeza caracteriza/caracterizam aquele
paciente);
c) se formado por palavras em gradação ou numeração, idem alínea b) (Um mês,
um ano, uma década de ditadura não calou/calaram o povo brasileiro);
d) quando formado por pessoas gramaticais diferentes: eu+tu+ele, o verbo vai para
a 1ª pessoa do plural (Eu, tu e ele chegaremos primeiro à escola); eu+tu ou
eu+ele, o verbo vai para a 1ª pessoa do plural (Eu e tu vamos ao cinema; Eu e ele
vamos ao cinema); tu+ele, o verbo vai para a 2ª ou 3ª pessoa do plural (Tu e ele
voltareis logo a São Paulo; Tu e ele voltarão logo a São Paulo);
e) quando seguido de ‘tudo’, ‘nada’, ‘ninguém’, ‘nenhum’, ‘cada um’, significa um
aposto resumidor, com o verbo colocado no singular (Desvios, fraudes, roubos,
tudo acontecia naquela repartição).

Em relação ao sujeito composto, posposto ao verbo, observam-se as principais


regras:

a) como regra geral, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais
próximo (Acertaram-lhe a alma a lança e a espada; Acertou-lhe a alma a lança e a
espada);
b) quando a ação for reflexiva, o verbo vai para o plural (Deram-se as mãos a
tristeza e a saudade);
c) quando os sujeitos são ligados por ‘com’ (equivalendo a ‘e’) e a ação verbal é
atribuída a todos os elementos, o verbo vai para o plural (O diretor com os
coordenadores do curso elaboraram o conteúdo programático);
d) quando os sujeitos são ligados por ‘com’ (equivalendo a ‘em companhia de’),
realçando com a ação verbal do antecedente, o verbo concorda com este (O
diretor, com todos os professores, resolveu alterar as matrizes curriculares);
e) no caso dos sujeitos ligados por ‘nem’, o verbo vai para o plural (Nem Maria nem
Marta chegaram mais cedo).

7.10.3 Regência Nominal

Relação de interdependência entre o nome e o termo que lhe serve de


complemento (FERREIRA, 2007). Exemplos: adepto de; alheio a; ansioso por, para; apto a,
para; aversão a, por; contente com, por, de; relativo a; residente em; simpatia a, por.

7.10.4 Regência Verbal

Relação de interdependência entre o verbo e seu complemento (geralmente o


objeto). As principais regras de regência, segundo Ferreira (2007), são:

a) ir e chegar: exigem preposição a;


b) obedecer/desobedecer: exigem preposição a;

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


107

c) esquecer/lembrar: com pronome oblíquo, exigem de (Esqueci-me de


você/Lembrei-me de você); sem o pronome oblíquo, não exigem preposição
(Esqueci você/Lembrei você);
d) assistir: significando ver, exige preposição a;
e) preferir: exige 2 objetos, um sem preposição e outro com preposição a (Os
brasileiros preferem o futebol ao vôlei);
f) simpatizar/antipatizar: não admitem pronome oblíquo me, te, nos, vos, se (Por
que você não simpatizou com a nova diretora?);
g) pagar/perdoar: quando o objeto é gente, exigem a (Paguei ao dentista);
h) visar: significando “ter como meta” exige preposição a (Ele visava ao cargo de
gerente da empresa).

7.10.5 Exercícios Propostos

Em relação à concordância analise responda aos exercícios a seguir.

1) Há concordância inadequada em:

a) clima e terras desconhecidas;


b) clima e terra desconhecidos;
c) terras e clima desconhecidas;
d) terras e clima desconhecido;
e) terras e clima desconhecidos.

2) Há erro de concordância na opção:


a) calças e chapéus surradas;
b) poder e força mágica;
c) arreios e sela velhos;
d) rifles e alpercata nova;
e) cangaceiros e capitão temidos.

3) A concordância nominal está correta, exceto em:

a) o vento agitou as flores lilases da paineira;


b) esperança é necessário para viver;
c) a candidata estava meio nervosa;
d) os filhos são tais qual o pai;
e) as crianças estavam alerta.

4) Assinale a opção que preenche as lacunas:

Vão _________ aos processos várias fotografias.


Paisagens as mais belas ________.
Ela estava _________ narcotizada.

a) anexas-possíveis - meio;
b) anexas-possível - meio;

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


108

c) anexo-possíveis - meia;
d) anexo-possível - meio;
e) anexo-possível - meia.

5) Assinale a opção que preenche as lacunas:

Vai _________ à carta minha fotografia. Essas pessoas


cometeram crime de ________ patriotismo.
Elas __________ não quiseram colaborar.

a) incluso – leso – mesmo;


b) inclusa – leso – mesmas;
c) inclusa – lesa – mesmas;
d) incluso – leso – mesmas;
e) inclusa – lesa – mesmo.

6) Assinale a opção com erro de construção:

a) vocês próprios entenderão a matéria;


b) há bastantes exemplos nesta lição;
c) ela adora pérola;
d) vocês vieram só ou acompanhados?
e) nenhuns obstáculos conseguirão impedir nossa vitória.

7) Assinale a opção com erro de construção:

a) um e outro aluno desistiu de terminar a prova;


b) estas crianças eram as mais espertas possíveis;
c) cerveja pode ser mau para a saúde;
d) a aluna regredia olhos vistos;
e) as literaturas francesa e a inglesa são vastíssimas.

8) Assinale a opção com erro de construção:

a) água é bom para a saúde;


b) achamos estas paisagens as mais belas possível;
c) suas forças definhavam a olhos vistas;
d) é proibido entrada a pessoas estranhas ao serviço;
e) deve ser um bom livro, haja vista as suas edições sucessivas.

9) Assinale a opção com erro de construção:

a) nem um nem outro aluno conseguiram aprovação;


b) não conheço nem uma nem outra hipótese;
c) acredito que um e outro funcionário serão promovidos;
d) é claro que sou seu amigo; hajam vista das minhas declarações;
e) foi acusado de grave crime: lesa-pátria.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


109

10) Assinale a opção com erro de construção:

a) estes alunos são os mais estudiosos possível;


b) sua aplicação ao estudo crescia a olhos vistos;
c) suas blusas rosas eram “chiquérrimas” ;
d) suas virtudes cresciam a olhos vistos;
e) ele não sabe raciocinar, haja vista os argumentos apresentados.

7.11 Leitura, Interpretação e Produção de Texto

Ler é uma atividade muito além da simples interpretação dos símbolos gráficos, pois
exige que o indivíduo seja capaz de interpretar o material lido, comparando-o e
incorporando-o a sua bagagem pessoal. É necessário que haja maturidade para a
compreensão do material lido, senão tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado na
memória, sem uso. Há etapas ou níveis em toda leitura: Primeiro nível (é preciso ter um bom
domínio da língua), segundo nível (é a pré-leitura ou leitura superficial, podendo aplicar a
técnica da leitura dinâmica), terceiro nível (leitura analítica e efetiva, onde o livro será lido
até o fim), quarto nível (nível de controle, ou seja, acabar com qualquer dúvida que tenha
ficado da leitura, como significados de palavras, e destacar pontos importantes), quinto nível
(etapa de repetição aplicada; momento de associar o assunto lido com alguma experiência já
vivida, fazer um resumo ou tentar exemplificá-lo com algo concreto, como se fosse um
professor e o estivesse ensinando para uma turma de alunos interessados) (CTPAC, 2014).

Existem vários procedimentos que podem ser adotados para tirar o maior
rendimento possível da leitura de um texto. Para uma leitura proveitosa, além do
conhecimento linguístico propriamente dito, é necessário também um repertório de
informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo
(CTPAC, 2014).

Uma maneira para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a três
questões básicas: a) Qual é a questão de que o texto está tratando? O leitor será obrigado a
distinguir as questões em torno da qual gira o texto inteiro. b) Qual é a opinião do autor
sobre a questão posta em discussão? Pelo texto aparecem vários indicadores da opinião de
quem escreve, portanto não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura
desatenta e dispersiva. c) Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a
opinião dada? Argumento é todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor
de que ele está falando a verdade (CTPAC, 2014).

Redação é o ato de exprimir ideias, por escrito, de forma clara e organizada.


Inicialmente é necessário conhecer a gramática do idioma e do tema sobre o qual se
escreve, contemplando os seguintes passos: escolha da forma que se pretende dar à
composição, organização das ideias sobre o tema, escolha do vocabulário adequado e
concatenação das ideias segundo as regras linguísticas e gramaticais. É preciso também
considerar o perfil do leitor a quem o texto se dirige, quanto à faixa etária, nível cultural e
escolar e interesse específico pelo assunto, para permitir a escolha do vocabulário ideal
(CTPAC, 2014).

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


110

As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura


de livros de lado, o que resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros,
possuindo vocabulários cada vez mais pobres. A leitura é algo crucial para a aprendizagem
do ser humano, pois proporciona enriquecimento do vocabulário, obtenção de
conhecimento, e torna dinâmico o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não
ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito (CORREIA, 2013).

7.11.1 Roteiro para Elaboração de Texto

A produção de textos escritos é uma prática de linguagem e uma prática social, do


mesmo modo que a leitura. Isto significa dizer que em várias circunstâncias da vida textos
são escritos para diferentes interlocutores, com distintas finalidades, organizados nos mais
diversos gêneros, para circularem em vários espaços sociais. Para se produzir um bom texto,
é necessário que alguns aspectos sejam revistos: o tema geral é o assunto a ser tratado que
normalmente abre espaço a outras vertentes; o tema específico trata-se da delimitação do
assunto proposto. Quanto mais o escritor especificar o tema geral, mais focado em um
objetivo estará e, portanto, mais seguro (CORREIA, 2013).

Dez mandamentos para que sua redação surpreenda o leitor (CORREIA, 2013):

a) não escreva difícil. Prefira uma linguagem mais simples;


b) críticas sem fundamento devem ser evitadas. A análise sobre algo deve ser
realizada baseada em fatos, acontecimentos reais, apontando soluções
coerentes para os problemas levantados;
c) uso de palavrões, jargões, gírias e coloquialismo é proibido;
d) a linguagem do MSN ou Facebook, por exemplo, deve ficar em casa;
e) nunca abrevie palavras, como por exemplo: vc, qdo, msm, dentre outras;
f) cuidado com a repetição exagerada de palavras. Se for o caso, use sinônimos;
g) seja objetivo, claro. Melhor qualidade do que quantidade;
h) faça um parágrafo para introdução, um para o desenvolvimento e um para a
conclusão, pelo menos.
i) não esqueça a cedilha no “c”, o cortado do “t”, o pingo do “i”, as letras
maiúsculas em nomes próprios;
j) se começou um novo argumento, coloque ponto final e não vírgula.
k) faça a concordância verbal. Se o sujeito está no plural, o verbo também deverá
estar.
l) releia o texto. É impossível tentar organizar melhor o texto e corrigir os erros
sem reler o que se escreveu. Coloque-se no lugar do leitor.

7.11.2 Coerência Textual

Ocorre com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição,


substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais,
elipses), quando se constroem frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto. A
coerência resulta da relação harmoniosa entre os pensamentos ou ideias apresentadas num
texto sobre um determinado assunto. Refere-se à sequência ordenada das opiniões ou fatos
MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO
111

expostos. Não havendo o emprego correto dos elementos de ligação (conectivos), faltará a
coesão e, logicamente, a coerência ao texto será afetada (CORREIA, 2013).

7.12 Respostas aos Exercícios:

Exercício sobre pontuação:


1c; 2d; 3d; 4c; 5c; 6e

Exercícios sobre crase:


1c
2 a) à
b) ao
c)à
d) à; a; a; as
e) à
3b
4c
Exercícios sobre acentuação:
1) b;
2) a) lê; b) vê em ambos os casos; d) vêm
3) proparoxítonas: África, método, lâmpada
Paroxítonas: fóssil, possível, álbum, tórax
Oxítonas: pé, coração, cajá, armazém

Exercícios sobre concordância:


1c; 2a; 3c; 4a; 5b; 6d; 7e; 8b; 9d; 10c.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


112

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724: Informação e


documentação - trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro, 2011.

______. NBR 6023: Informação e documentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro,


2002.

______. NBR 10520: Informação e documentação - citações em documentos - apresentação.


Rio de Janeiro, 2002.

CORREIA, A. Português instrumental. Instituto Formação: cursos técnicos


profissionalizantes, Técnico em Segurança do Trabalho, 2013. Disponível em:
http://www.ifcursos.com.br Acesso em 30/10/2014.

CURSOS TÉCNICOS E PROFISSIONALIZANTES COSTA (CTPAC). Apostila de português


instrumental. Módulo 1. Disponível em: www.ctpac.com.br Acesso em 30/11/2014.

FERNADES, C.S.; DOURADO, M.S. Português ao alcance de todos: Gramática e redação


comercial sem mistérios. São Paulo: iEditora, 2002. Disponível em:
http://minhateca.com.br/marcosmribeiro/Documentos/Apostilas/Portugues/Apostila+de+e
xercicios+Portugues+instrumental,50532214.PDF Acesso em 31/10/2014.

FERREIRA, M. Aprender e praticar gramática. Edição renovada. São Paulo: FTD, 2007.

MONTEIRO, C.G.; MONTEIRO, G. Português instrumental. Programa Escola Técnica Aberta


do Brasil - E-Tec Brasil. Curso Técnico de Manutenção e Suporte em Informática, Manaus:
Universidade Federal do Amazonas, 2009. Disponível em:
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_infor_comun/tec_man_sup/081112_p
ort_instrum.pdf Acesso em 30/10/2014.

SIMÕES, S. A pontuação sem segredo. Série palavra final, v.9. Universidade Nove de Julho
(Uninove), 2012.

ZAMBELI, C. Português. Casa do concurseiro. BNDES. Disponível em:


www.acasadoconcurseiro.com.br Acesso em 30/10/2014.

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INFORMÁTICA BÁSICA
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8 INFORMÁTICA BÁSICA

A Informática atua em todas as áreas do conhecimento humano. A sua utilização


passou a ser um diferencial para pessoas e empresas, uma vez que o controle da informação
tornou-se algo essencial para a obtenção de maior flexibilidade no mercado. Assim, o
profissional que melhor integrar sua área de atuação com a informática, atingirá mais
rapidamente os seus objetivos e, como consequência, o seu sucesso. Este caderno objetiva
introduzir os conceitos básicos de informática, bem como seus componentes funcionais e
periféricos.

8.1 Windows

As versões do Windows para os usuários foram as seguintes: Windows 1.0 (1985),


Windows 2.0 (1987), Windows 3.0 (1990), Windows 3.1 (1992, WindowsNT 3.1 (1993),
Windows For Workgroups 3.11 (1993), WindowsNT Workstation 3.51 (1993), Windows 95
(1995), Windows 98 (1998), WindowsNT Workstation 4.0 (1996), Windows 2000 (2000),
Windows ME (2001), Windows XP (2002), Windows Vista (2007), Windows 7 (2009),
Windows 8 (2012) e Windows 8.1 (2013).

O Windows 7 é um sistema muito bem aceito, uma vez que é estável. Tem um
visual intuitivo e boa performance em grande gama de computadores, de configurações
variadas.

8.1.1 Unidades de Medida

A unidade representativa de medida da informática é o Byte, que é simbolizado


pela letra (B). Porém, esta unidade inicia-se pela medida de bit, que tem como símbolo a
letra (b).

Byte é um grupo de 8 bits. Cada byte armazena o equivalente a um caractere de


nossa linguagem. É a unidade de medida básica e universal para a capacidade de
armazenamento de informações que o computador e todos os seus dispositivos utilizam e,
sendo assim, possui os seguintes múltiplos:

a) kilobyte: 1.024 bytes. Pode ser designada também por Kbyte ou Kb;
b) megabyte: 1.024 kilobytes, isto é, 1.048.576 bytes. Pode ser designada também
por Mbytes ou Mb;
c) gigabyte: 1.024 megabytes, ou seja, 1.073..741.824 bytes. É também
denominada de Gbytes ou Gb; e,
d) terabyte: 1.024 gigabytes, que equivale a um valor aproximado a um trilhão de
bytes.

A Tabela 1 a seguir ilustra as principais unidades de medida.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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Tabela 1 - Principais unidades de medida

Unidade Símbolo Valor


Bit b
Byte B 8 bits
Kilobyte KB 1024 Bytes
Megabyte MB 1024 Kilobytes
Gigabyte GB 1024 Megabytes
Terabyte TB 1024 Gigabytes
Fonte: Elaborada pelo autor (2015)

8.1.2 Sistemas operacionais

Sistema operacional, também conhecido como “SO”, consiste de um conjunto de


programas que compõem o software básico do computador. Tem como finalidade executar
os programas, aplicativos e servir de “mediador” (interface) entre o computador e o usuário.
Os sistemas operacionais podem ser divididos em várias categorias como: em tempo real,
multiusuário, distribuídos, para dispositivos móveis entre outros.

Os sistemas operacionais mais utilizados são: Windows, Linux, Mac OS, Android. A
seguir, a Figura 1 mostrará as respectivas logo marcas.

Figura 1 - Principais sistemas operacionais

Fonte: Elaborada pelo autor (2015)

8.1.3 Iniciando o Windows

Ao iniciar o Windows 7, a primeira tela que se apresenta é a de logon, onde o


usuário que irá utilizar o computador é selecionado, conforme ilustrado pela Figura 2 a
seguir.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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Figura 2 - Tela inicial do Windows

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Ao entrarmos com o nome do usuário, o Windows efetuará o Logon (entrada no


sistema) e nos apresentará a área de trabalho. A Figura 3 a seguir apresenta a área de
trabalho do Windows ou Desktop.

Figura 3 - Área de trabalho do Windows

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Na Área de trabalho encontram-se os seguintes itens:

 Ícones:

Figuras que representam recursos do computador. Um ícone pode representar um


texto, música, programa, fotos, etc. Por padrão, o Windows 7 vem com apenas o ícone da
Lixeira na área de trabalho. Mas é possível adicionar ícones na área de trabalho, assim como
excluí-los.

 Barra de tarefas:

A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas no momento, mesmo que
algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo, assim, alternar entre
estas janelas ou entre programas com rapidez e facilidade.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das maiores ferramentas de


produtividade do Windows. Observa-se a seguir o seu comportamento, a partir da abertura
de aplicativos.

 O botão Iniciar:

O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu


Iniciar, de onde se podem acessar recursos do Windows e outros menus que, por sua vez,
acionam programas deste. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com
várias opções. Alguns comandos do Menu Iniciar têm uma seta para a direita, significando
que há opções adicionais disponíveis em um menu secundário. Ao se posicionar o ponteiro
sobre um item com uma seta, será exibido outro menu.

O botão Iniciar, ilustrado pela Figura 4 a seguir, é a maneira mais fácil de iniciar um
programa que estiver instalado no computador, ou fazer alterações em suas configurações,
localizar um arquivo, abrir um documento.

Figura 4 - Menu iniciar

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

O menu Todos os Programas, conforme ilustrado pela Figura 5, ativa


automaticamente outro submenu, no qual aparecem todas as opções de programas. Para
entrar neste submenu, arrasta-se o mouse em linha reta para a direção em que o submenu
foi aberto. Assim, se poderá selecionar o aplicativo desejado.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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Figura 5 - Caixa de pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Conforme ilustrado pela Figura 6, pode-se usar a caixa de pesquisa no menu iniciar
para localizar os arquivos, pastas, programas e mensagens de e-mail armazenados no
computador.

Figura 6 - Menu ‘todos os programas’

Fonte: Microsoft (2015)

Para executar, por exemplo, o Paint, basta posicionar o ponteiro do mouse sobre a
opção ‘Todos os Programas’, depois se clica com o botão esquerdo do mouse em
‘Acessórios’ que, então, será aberto. Em seguida, aponta-se para Paint e clica-se para o
programa abrir.

Logon e logoff:

Como ilustrado pela Figura 7 a seguir, para efetuar ‘troca de usuário (logon) e
logoff’, abre-se uma janela onde se poderá optar por fazer logoff ou mudar de usuário.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


122

Figura 7 - Acionando ‘troca de usuário (logon) e logoff’

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Em relação ao comando ‘Trocar usuário’, clicando nesta opção, os programas que o


usuário atual está usando não serão fechados, e uma janela com os nomes dos usuários do
computador será exibida para que a troca de usuário seja feita. Usa-se esta opção na
seguinte situação: quando outro usuário vai usar o computador, embora o usuário anterior
retorne posteriormente e continue a usá-lo, o Windows não fechará os arquivos e
programas que estão sendo usados pelo primeiro usuário. Quando este retornar, a área de
trabalho estará exatamente como ele deixou.

Fazer logoff: este caso é também para a troca de usuário. A grande diferença é que,
ao efetuar o logoff, todos os programas do usuário atual serão fechados, e só depois aparece
a janela para escolha do usuário.

Desligando o Windows 7:

Clicando-se em Iniciar, e depois em desligar. O computador encerrara todas as


atividades, e será desligado.

Figura 8 - Opções para desligar o Windows 7

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

8.1.4 Acessórios do Windows

O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para


edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramentas para melhorar a performance do
computador, calculadora, entre outros.

Se fossem analisados cada um dos acessórios disponíveis, encontrar-se-iam várias

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


123

aplicações. Serão citadas aqui as mais usadas e importantes. Na hipótese da construção de


um manual para ajudar as pessoas a trabalharem com um determinado programa do
computador, exibem-se a seguir os seguintes procedimentos. Neste manual, com certeza
seria acrescentada a imagem das janelas do programa. Para copiar as janelas e retirar só a
parte desejada, utiliza-se o Paint, que é um programa para trabalhar com imagens. As
pessoas que trabalham com criação de páginas para a Internet utilizam o acessório Bloco de
Notas, que é um editor de texto muito simples. Assim, observaram-se duas aplicações para
dois acessórios diferentes.

A pasta ‘Acessórios’ é acessível clicando no botão Iniciar na Barra de tarefas,


escolhendo a opção Todos os Programas e no submenu que aparece escolha ‘Acessórios’,
conforme ilustrado pela Figura 9 a seguir.

Figura 9 - Acessando a pasta ‘Acessórios’

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

 Janelas:

Para exemplificar uma janela, observa-se a seguir a janela de um aplicativo do


Windows: o Bloco de Notas. Para abri-lo, clica-se no botão Iniciar / Todos os Programas /
Acessórios / Bloco de Notas. Na janela são acionados itens tais como: barra de título, onde
se encontram os botões ‘minimizar’, ‘maximizar’ e ‘fechar’, sobre os quais será descrito a
seguir.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


124

 Barra de título:

Esta barra mostra o nome do arquivo (Sem Título) e o nome do aplicativo (Bloco de
Notas) que está sendo executado na janela, como ilustrado na Figura 10. A partir desta
barra, consegue-se mover a janela quando a mesma não está maximizada. Para isso, clica-se
na barra de título, mantendo o clique e arrastando-o. Assim, se moverá a janela para a
posição desejada. Depois é só soltar o clique.

Figura 10 - Barra de título do ‘bloco de notas’

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Na Barra de Título encontram-se os botões de controle da janela, conforme descrito


a seguir.

O botão ‘Minimizar’ oculta a janela da Área de trabalho e mantém o botão


referente à janela na Barra de Tarefas. Para visualizar a janela novamente, clica-se em seu
botão na Barra de tarefas.

O botão ‘Maximizar’ aumenta o tamanho da janela até que ela ocupe toda a Área
de Trabalho. Para que a janela volte ao tamanho original, o botão na Barra de Título, que era
o maximizar, alternou para o botão Restaurar. Clica-se, então, neste botão e a janela será
restaurada ao tamanho original.

O botão ‘Fechar’, como o próprio nome diz, fecha o aplicativo que está sendo
executado na janela. Esta mesma opção poderá ser utilizada pelo menu Arquivo/Sair. Se o
arquivo que estiver sendo criado ou modificado dentro da janela não foi salvo antes de
fechar o aplicativo, o Windows emitirá uma tela de alerta perguntando se se deseja ou não
salvar o arquivo, ou cancelar a operação de sair do aplicativo.

8.1.5 Salvando Arquivos

Salvar um arquivo é gravá-lo no disco rígido ou qualquer outra unidade de


armazenamento, para que não seja perdido com a falta de energia ou desligamento

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


125

acidental (lembrando que, quando se cria um arquivo, ele está armazenado na memória
RAM, por isso a necessidade de salvá-lo). Desta forma, poder-se-á utilizá-lo posteriormente.
A primeira vez que se salva um arquivo, é necessário dar um nome para o mesmo e escolher
uma pasta (um local no disco) onde o mesmo será armazenado. Depois que o arquivo ganha
um nome, o comando ‘Salvar’ só atualizará as alterações que forem sendo feitas.

Quando se cria um arquivo no editor de texto ou em uma planilha eletrônica, estes


arquivos estão sendo guardados temporariamente na memória RAM. Para transferi-los para
o disco rígido, estes devem ser salvos. Para isso, executam-se os passos descritos a seguir,
quando for salvar um arquivo pela primeira vez.

Imagina-se o Bloco de Notas aberto. Então, digita-se a frase “meu primeiro texto”.
Agora, grava-se este pequeno texto que foi digitado. Clica-se no menu Arquivo/Salvar. A tela
que será exibida corresponde à ilustrada pela Figura 11 a seguir.

Figura 11 – Janela ‘Salvar como’

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

A janela ‘Salvar Como’ no Windows 7 traz uma barra de navegação de pastas à


esquerda da janela (como se pode observar, ainda, na Figura 11 acima). Esta barra fornece
atalhos para locais em seu computador ou na rede, tais como: a pasta ‘Documentos
recentes’ (ou Histórico), que mostra as últimas pastas e arquivos que foram acessados; o
‘Desktop’ (Área de Trabalho); a pasta ‘Documentos’; ‘Computador’, que permite acessar as
unidades disponíveis no micro, como Disco Rígido, disquete e unidade de CD; e, por último, a
pasta ‘Rede’. Quando se clicar em um local, ele aparecerá em ‘Salvar em’, e os arquivos e
pastas no local selecionado serão listados à direita. Se, por exemplo, se deseja salvar o
arquivo na pasta ‘Documentos’, não será necessário localizar esta pasta na caixa ‘Salvar em’.
Basta clicar no ícone ‘Documentos’ na barra de navegação de pastas e está já estará
selecionada.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


126

Como é a primeira vez que se está salvando o arquivo, será aberta a tela do ‘Salvar
como’ para se definir o local e o nome do arquivo. Na caixa ‘Salvar em’, escolhe-se a unidade
de disco na qual se deseja gravar o arquivo. Na caixa ‘Nome do arquivo’, digita-se um nome
para o arquivo. Este nome não poderá conter os caracteres: *, /, \,?. Pode haver um espaço
de um arquivo. Em seguida, clica-se no botão ‘Salvar’.

Observação: o nome do arquivo aparecerá na barra de título e no seu botão na


barra de tarefas.

8.1.6 Computador

No Windows 7, tudo o que há dentro do computador – programas, documentos,


arquivos de dados e unidades de disco, por exemplo – torna-se acessível em um só local
chamado ‘Computador’. Quando se inicia o Windows 7, o Computador aparece como um
ícone na parte esquerda da tela, ou Área de Trabalho, já ilustrada pela Figura 3.

‘Computador’ é a porta de entrada para o usuário navegar pelas unidades de disco


(rígido, flexíveis e CD-ROM). Em ‘Computador’, encontram-se as pastas e subpastas de
trabalho, conforme descrito a seguir.

 Pasta:

A pasta é um local onde se podem guardar os arquivos. Este local pode ser criado
no computador, a fim de que sejam organizados os arquivos. Normalmente, nas empresas
existem vários departamentos como administração, compras, estoque, entre outros. Para
que os arquivos de cada departamento não se misturem, utiliza-se a criação de pastas para
organizá-los. Em casa, se mais de uma pessoa utiliza o computador, também se criam pastas
para organizar os arquivos que cada um cria.

 Subpasta:

Uma pasta criada dentro de outra pasta é chamada de subpasta. Para maior
organização, podem-se criar subpastas, a fim de separar arquivos de naturezas diferentes.
Por exemplo, ao se criar uma pasta de Contas, para organizar as contas a pagar e a receber,
basta criar duas subpastas correspondentes a elas. O Windows possui três pastas padrão, ou
seja, que já são criadas na instalação: ‘Documentos’ (como pasta) e, dentro dela, as
subpastas ‘Imagens’ e ‘Músicas’.

 Exibir o conteúdo de uma pasta:

Para que se tenha uma ideia prática de como exibir o conteúdo de uma pasta (estas
são utilizadas para organizar os arquivos, como se fossem gavetas de um armário), visualiza-
se, por exemplo, o conteúdo de pasta Windows. Para tanto, observam-se os seguintes
passos: clica-se sobre a pasta correspondente ao disco local (C:) em ‘Computador’, como
ilustrado pela Figura 12 a seguir. Será aberta uma janela com a unidade de disco local ‘C’.
Nesta janela, aparecem as pastas correspondentes às “gavetas” existentes neste local, bem
como os ícones referentes aos arquivos gravados na unidade ‘C’ (raiz).

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


127

Figura 12 - Unidade de disco local (C:)

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Figura 13 - Clicando sobre a pasta Windows

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Clica-se sobre a pasta ‘Windows’. Ela será aberta como uma janela cujo título é
Windows, mostrando todas as pastas (“gavetas”) e ícones de arquivos existentes na pasta
Windows, conforme ilustrado pela Figura 13 acima.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


128

 Criando pastas:

Em alguns casos, haverá a necessidade de criar novas pastas ou subpastas. Para


criar uma pasta, devem-se seguir os passos abaixo descritos, e ilustrados pela Figura 14.

a) abre-se a pasta ou unidade de disco que deverá conter a nova pasta que será
criada;
b) clica-se na opção “Nova Pasta”(aparecerá na tela uma ‘Nova Pasta’ selecionada,
para que se digite um nome);
c) digita-se o nome, tecla-se ‘ENTER’, a pasta, então, está criada.

Figura 14 - Procedimentos para a criação de pastas

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

8.1.7 Windows Explorer

O ‘Windows Explorer’ tem a mesma função do ‘Computador’: organizar e


possibilitar trabalhar com os arquivos fazendo, por exemplo, cópia, exclusão e mudança no
local dos arquivos, de forma mais abrangente. Enquanto o ‘Computador’ traz como padrão a
janela sem divisão, observa-se que o Windows Explorer traz a janela dividida em duas
partes. Mas tanto no primeiro como no segundo, esta configuração pode ser mudada.

Podem-se criar pastas para organizar os arquivos de uma empresa, copiar, apagar
arquivos ou pastas indesejáveis e muito mais. No Windows Explorer, pode-se ver a
hierarquia das pastas no computador e todos os arquivos e pastas localizados em cada pasta
selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mover arquivos.

Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis, conforme se pode observar
na Figura 15 abaixo: o painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra
todas as unidades de disco – a área de trabalho ou Desktop (também tratada como uma

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


129

pasta); o painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de


maneira idêntica às janelas do ‘Computador’.

Figura 15 - Janela do Windows Explorer

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Para abrir o Windows Explorer, clica-se no botão ‘Iniciar’, e em seguida na opção


‘Todos os programas/acessórios’ e, então, clica-se sobre ‘Windows Explorer’ ou clica-se
sobre o botão iniciar com o botão direito do mouse e seleciona-se a opção ‘Abrir o Windows
Explorer’.

Atenção deve ser dada, como ilustrado pela Figura 15, anteriormente exibida, ao
painel da esquerda, cujas pastas apresentam um símbolo de > (maior que). Estes indicam
que as pastas contêm outras pastas. As pastas que não contêm o símbolo indicam que já
foram expandidas (ou seja, visualizam-se as subpastas).

8.1.8 Lixeira do Windows

A ‘Lixeira’ é uma pasta especial do Windows, que se encontra na ‘Área de trabalho’,


como já mencionado. Quando se está trabalhando com janelas maximizadas, não se
consegue visualizar a lixeira. Usa-se, então, o botão direito do mouse para clicar em uma
área vazia da ‘Barra de tarefas’. Em seguida, clica-se em ‘Minimizar’ todas as Janelas. Para
verificar o conteúdo da lixeira, clica-se duplamente sobre o ícone, surgindo, então, a janela
onde se encontra a lixeira, conforme ilustrado pela Figura 16 a seguir.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


130

Figura 16 - Lixeira do Windows

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Todos os arquivos ou pastas que são excluídos do computador são enviados para a
lixeira. O procedimento a seguir simulará o comando ‘apagar um arquivo’, para poder
comprovar que o mesmo será colocado na lixeira. Para isso, criar-se-á um arquivo de texto
vazio com o bloco de notas, que será salvo em ‘Documentos’. Após este procedimento, abre-
se a pasta, e seleciona-se o arquivo recém-criado, e então se pressiona a tecla ‘Delete’.
Surgirá uma caixa de diálogo, conforme ilustrado pela Figura 17 a seguir.

Figura 17 - Confirmando a exclusão de um arquivo

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Clica-se em ‘Sim’ e então o arquivo será enviado para a Lixeira. Observação: os


arquivos excluídos de pen drives, disquetes ou qualquer unidade de armazenamento que
não seja o HD local não são enviados para a lixeira.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


131

 Esvaziando a lixeira:

Ao esvaziar a lixeira, excluem-se definitivamente os arquivos do computador. Estes


não poderão mais ser recuperados pelo Windows. Neste sentido, a Lixeira só deve ser
esvaziada quando houver a certeza de que não haverá mais necessidade dos arquivos ali
encontrados.

 Abrindo a lixeira:

No Menu ‘Arquivo’, clica-se em ‘Esvaziar lixeira’, como ilustrado na Figura 18. É


possível também esvaziar a Lixeira sem precisar abri-la. Para tanto, basta clicar com o botão
direito do mouse sobre o ícone da Lixeira e selecionar no menu de contexto ‘Esvaziar lixeira’.

Figura 18 - Esvaziando a lixeira

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

8.1.9 Wordpad

O Windows traz junto com ele um programa para edição de textos: o WordPad.
Com ele é possível digitar textos, deixando-os com uma boa aparência. WordPad é um editor
de textos básico que auxilia na criação de vários tipos de documentos. Diz-se que ele é uma
versão muito simplificada do Microsoft Word. Os usuários do Microsoft Word vão se sentir
familiarizados, pois ele possui menus e barras de ferramentas similares. Porém, o Microsoft
Word tem um número muito maior de recursos. A vantagem do WordPad é que ele já vem
com o Windows. Então, se não há no computador o Microsoft Word, poder-se-á usar o
WordPad na criação de seus textos. Os documentos que podem ser criados no WordPad são:
fax, memorandos, avisos, lista de compras, dentre outros.

Para abrir o WordPad, deve-se acessar a pasta de ‘Acessórios’, no Menu Iniciar,


como já foi estudado. Ao abrir o programa, será exibida uma janela tal qual a ilustrada pela
Figura 19 a seguir.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


132

Figura 19 - Tela do aplicativo WordPad

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

8.1.10 Paint

O Paint é um acessório do Windows que permite o tratamento de imagens e a


criação de vários tipos de desenhos para os trabalhos. A partir deste acessório, podem-se
criar logomarcas, papel de parede, copiar imagens, capturar telas do Windows e usá-las em
documentos de textos. A grande vantagem do Paint é que as pessoas que estão iniciando no
Windows podem se aperfeiçoar nas funções básicas de outros programas, tais como: abrir,
salvar, novo, desfazer, além de desenvolver a coordenação motora no uso do mouse.

Para abrir o Paint, deve-se seguir até os ‘Acessórios do Windows’. Será exibida uma
janela, conforme ilustrado pela Figura 20 a seguir.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


133

Figura 20 - Janela do Paint

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

8.1.11 Calculadora

A calculadora do Windows contém muito mais recursos do que uma calculadora


comum, pois além de efetuar as operações básicas, pode ainda trabalhar como uma
calculadora científica, conforme ilustra a Figura 21. Para abri-la, após acionar o botão
‘Iniciar’, clica-se em ‘Acessórios’.

Figura 21 - Calculadoras do Windows

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

A calculadora padrão contém as funções básicas, enquanto que a calculadora


científica é indicada para cálculos mais avançados. Para alternar entre elas, clica-se no menu
‘Exibir’.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


134

8.1.12 Extensões

Uma extensão, como exemplifica o Quadro 1, é um conjunto de caracteres


que ajudam Windows a entender qual tipo de informação está em um arquivo e qual
programa deve abri-lo. Ela é chamada de extensão porque aparece no final do nome do
arquivo, após um ponto. No nome de arquivo meuarquivo.txt, a extensão é txt. Ela diz ao
Windows que este é um arquivo de texto que pode ser aberto por programas associados a
esta extensão, como WordPad ou Bloco de Notas.

Quadro 1 – Principais extensões dos formatos dos arquivos

Extensão Significado
É um arquivo de texto. O TXT é um formato que indica um texto sem
TXT
formatação, que pode ser aberto ou criado no bloco de notas.
É um tipo de arquivo usado no Windows para designar um programa
EXE
ou aplicativo executável.
É utilizada para indicar um arquivo de códigos da linguagem HTML, é a
HTML
principal tecnologia para criação de sites.
Indica um arquivo compactado com outros arquivos ou pastas. É
muito usado quando necessitamos enviar para outros locais uma
ZIP
grande quantidade de conteúdo ou pastas, então para diminuir o
tamanho e facilitar o processo usa-se a compactação
Formato de arquivos DOC é de propriedade da Microsoft e usado no
Microsoft Word como padrão na gravação de arquivos textos. As
DOC E DOCX
versões mais recentes do Word incorporaram a extensão DOCX como
evolução do DOC.
O formato PPT faz parte também do Microsoft Office e é usado no
Power Point como padrão dos arquivos de apresentação que ele gera.
PTT E PPS Para gravar e ler um arquivo PPT é necessário ter o Power Point
instalado e no caso do arquivo PPTX é necessário a versão 2007 ou
superior
Este tipo de arquivo é usado pelo Excel para criar e editar planilhas. O
XLS E XLSX XLS foi usado até a versão 2003, a partir da versão 2007 passou a usar
o formato XLSX
É basicamente o principal formato de arquivos de imagens digitais
JPG
atualmente.
São formatos de arquivos de áudio. MID e WAV já foram muito
MP3, WAV e MID
usados, mas recentemente com o surgimento do MP3.
AVI,MPG, WMV e São arquivos de vídeos. WMV, por exemplo, é o formato padrão do
MOV Windows Media Player, mas outros também são bastante populares.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)

8.1.13 Exercícios Propostos

1- Windows é?
a) Uma ferramenta
b) Um menu
c) Um aplicativo
d) Um sistema operacional

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


135

2- Qual dessas versões é a mais recente do Windows?


a) Windows 7
b) Windows Vista
c) Windows Xp
d) Windows 8.1

3- Como são chamados os “desenhos” que ficam na área de trabalho?


a) Ícones
b) Aparência
c) Word
d) Desktop

4- Se tratando de unidade de medidas, o que representa a a sigla (KB)?


a) Byte
b) Gigabyte
c) Terabyte
d) Kilobyte

5- Como proceder para criar uma Nova Pasta, dentro de Documentos?


a) Abra o Windows Explorer, depois abra a pasta "Documentos", depois clique no
menu clique na opção “Nova Pasta”.
b) Clicar no botão "Iniciar", depois "Executar", na opção pasta, digite o nome e tecla
Enter.
c) Abra o ícone "Computador", depois abra o Disco C:, depois clique no menu clique
na opção “Nova Pasta”.
d) No Windows Explorer, clique no menu "Ferramentas", opção "Localizar...",
"Arquivo ou pastas".

6- Qual a finalidade do aplicativo Paint?


a) Digitar um texto para posterior alteração.
b) Fazer planilhas.
c) Editar e criar imagens.
d) Criar comandos para o computador.

7- No computador para que serve a Lixeira?


a) Armazenar os vírus detectados pelo Anti-Virus.
b) Salvar os arquivos.
c) Para limpar o computador.
d) Para recuperar dados deletado do sistema.

8- Qual editor de texto já vem padrão no Windows?


a) Microsoft Word
b) WordPad
c) Paint
d) Microsoft Excel

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


136

9- Qual extensão é designada para arquivos executáveis?


a) Doc
b) JPG
c) XLS
d) EXE

10- Onde fica localizado o botão iniciar?


a) Área de trabalho
b) Barra de tarefas
c) Documentos
d) Computador

6.2 Internet

A internet é um sistema global de redes de computadores interligadas que utilizam


o conjunto de protocolos de comunicação padrão da internet TCP/IP, o qual permite o
acesso a informações e todo tipo de transferência de dados, para servir vários bilhões de
usuários no mundo inteiro. É uma rede de várias outras redes, que consiste de milhões de
empresas privadas, públicas, acadêmicas e de governo, com alcance local e global e que está
ligada por uma ampla variedade de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas.

A Internet já está presente no cotidiano de grande parte da população e,


provavelmente, para estas pessoas seria muito difícil imaginar como seria a vida sem poder
usufruir das diversas facilidades e oportunidades trazidas por esta tecnologia.

Por meio da Internet você pode:

a) encontrar antigos amigos, fazer novas amizades, encontrar pessoas que


compartilham seus gostos e manter contato com amigos e familiares distantes
por meio das redes sociais, como, por exemplo, o Facebook, o Skype, programas
que nos permitem fazer videoconferência, entre outros;
b) acessar sites de notícias e de esportes, participar de cursos à distância, pesquisar
assuntos de interesse e tirar dúvidas em listas de discussão, fóruns;
c) efetuar serviços bancários, como transferências, pagamentos de contas e
verificação de extratos;
d) fazer compras em supermercados e em lojas de comércio eletrônico, pesquisar
preços e verificar a opinião de outras pessoas sobre os produtos ou serviços
ofertados por uma determinada loja;
e) acessar sites dedicados a brincadeiras, passatempos e histórias em quadrinhos,
além de grande variedade de jogos, para as mais diversas faixas etárias;
f) enviar a sua declaração de Imposto de Renda, emitir boletim de ocorrência,
consultar os pontos em sua carteira de habilitação e agendar a emissão de
passaporte;
g) consultar a programação das salas de cinema, verificar a agenda de espetáculos
teatrais, exposições e shows, podendo, inclusive, adquirir seus ingressos
antecipadamente;
h) consultar acervos de museus e sites dedicados a obras de grandes artistas, onde

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


137

é possível conhecer a biografia e as técnicas empregadas por cada um;


i) acessar um computador à distância, por meio de programas como, por exemplo,
o TeamView, que nos permite ter acesso à um computador de forma remota.

8.2.1 Os Endereços Eletrônicos

Nesta seção abordar-se-á como são formados os endereços eletrônicos, ou seja, por
que existe o http, www,.com,.br,.org etc. Veja abaixo o exemplo:
http://www.grautecnico.com.br.

No exemplo acima, se apresenta um endereço (URL), iniciado com o protocolo web


HTTP, situado na "www", com fins comerciais (.com), e localizado no Brasil (.br), cujo nome
da empresa é Grau Técnico, que representa o domínio.

Hyper Text Transfer Protocol (http://) significa Protocolo de transferência de


hipertexto. É o protocolo utilizado para transferências de páginas Web. O www significa que
esta é uma página Web, ou seja, aqui é possível visualizar imagens, textos formatados, ouvir
sons, músicas, participar de aplicações desenvolvidas em Java ou outro script. Resumindo, é
a parte gráfica da Internet.

 Categorias:

a) org: indica que o Website é uma organização;


b) edu: indica que o Website é uma instituição educacional;
c) gov: indica que o Website é uma instituição governamental; e,
d) com: indica que o Website é uma instituição comercial.

 País:

a) .br: indica que o Website é uma organização localizada no Brasil;


b) .fr: indica que o Website é uma organização localizada na França;
c) .us: indica que o Website é uma organização localizada nos EUA, e assim por
diante.

Quando não houver o indicador de país, diz-se que se trata de um site internacional,
como por exemplo: http://www.grautecnico.com

 Navegador ou browser:

Navegador, como ilustra a Figura 22, ou browser, é um programa de computador


que habilita seus usuários a interagirem com documentos virtuais da internet, também
conhecidos como páginas da web. O Google Chrome, Mozilla Firefox, Internet Explore e
Safari são alguns exemplos de browser. Para navegar, basta abrir o navegador, e, acessando
a barra de endereços, digitar o endereço do site (URL), dando um “enter” em seguida.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


138

Figura 22 - Conhecendo o navegador

Fonte: Google Chrome (2015)

 Navegação Privada (Private Browsing):

É um recurso de privacidade já presente no navegador Safari há algum tempo. O


Safari é considerado como o pioneiro em navegação privada. Aqui podemos navegar sem
deixar vestígios de conteúdo.

Assim como o navegador Safari, temos o "Incognito", modo de navegação


privada presente no Google Chrome; "InPrivate", no Internet Explorer 8; e "Navegação
Privativa" no Mozilla Firefox, entre outros.

8.2.2 Sites de Busca

Sites de buscas visam nos ajudar a pesquisar por algo em toda a internet, a fim de
obtermos informações pertinentes ao que estamos pesquisando. A pesquisa na Internet se
dá a partir do acesso aos sites eletrônicos de busca, tais como “www.google.com”,
“www.bing.com”, entre outros. Por meio deles é possível fazer pesquisas sobre qualquer
tipo de assunto ou conteúdo.

O Google é atualmente o serviço de busca mais usado, e a busca na Internet se dá a


partir da inserção de palavras que exprimam sentido geral do assunto a ser procurado.
Algumas regras são necessárias para tornar a busca eficiente e objetiva:

a) para procurar por uma palavra-chave, como futebol, basta digitar a palavra e
mandar procurar;
b) para procurar por palavras-chave compostas, faz-se necessário o uso de aspas
nos extremos da palavra tal como “futebol de campo”. Desta forma, o search

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


139

(busca) irá procurar exatamente pela palavra FUTEBOL DE CAMPO e não mais
que isso;
c) caso se tenha procurado por futebol de campo sem a utilização das aspas, a
busca irá procurar por futebol e campo, separadamente, tornando assim uma
procura por dois assuntos diferentes.

Figura 23 - Exemplos de sites de busca: Bing e Google

Fonte: Bing e Google (2015)

8.2.3 Redes Sociais

Uma rede social é uma estrutura composta por pessoas ou organizações,


conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns. As
redes sociais online podem operar em diferentes níveis, como, por exemplo, redes de
relacionamentos (Facebook, Twitter), redes profissionais (Linkedin), dentre outras.

Redes sociais de relacionamentos, tais como Facebook e o Twitter, são serviços


online, plataforma ou site, que focam em construir relações sociais entre pessoas, as quais
compartilham interesses e/ou atividades. No Facebook, por exemplo, por meio de uma
conta, o usuário poderá ter um serviço de bate papo, mensagens, e troca de informações em
tempo real. Já no Twitter, podemos em textos de até 140 caracteres, conhecidos como
"tweets", receber e enviar atualizações para usuários que assinem e se tornem ‘seguidores’.

Redes profissionais, também chamadas de networking, tal como o Linkedin, procura


fortalecer a rede de contatos de um indivíduo, visando futuros ganhos pessoais ou
profissionais.

8.2.4 Os Recursos da Internet

Resumidamente, os principais recursos da Internet são: File Transfer Protocol (FTP);


correio eletrônico; World Wide Web (WWW); e Telnet.

 FTP ou File Transfer Protocol:

Protocolo de Transferência de Arquivos é uma forma bastante rápida e versátil de


transferir arquivos (Portugal: conhecidos como ficheiros), sendo uma das mais usadas na
Internet.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


140

 Correio eletrônico e Webmail:

Correio eletrônico, ou e-mail, é um dos serviços mais elementares e mais


importantes disponíveis na Internet. É um método que permite compor, enviar e receber
mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação. O termo "e-mail" é aplicado
tanto aos sistemas que utilizam a Internet e que são baseados nos
protocolos POP3, IMAP e SMTP, protocolos de envio e recebimento das mensagens, como
àqueles sistemas conhecidos como intranets, que permitem a troca de mensagens dentro de
uma empresa ou organização e que são, normalmente, baseados em protocolos
proprietários.

O e-mail não é considerado um serviço online, pois para isso as duas “pontas”
devem estar conectadas simultaneamente, como em um “chat”, por exemplo, que funciona
em tempo real. Quando enviamos um e-mail para alguém, estamos, na verdade, mandando
para o Servidor de E-mail, onde podemos citar o Hotmail.

Com a popularização da Internet, por meio dos provedores gratuitos,


muitos sites começaram a oferecer endereços de e-mail sem cobrar por isso. Essas
mensagens podem ser lidas com o uso do próprio navegador, sem a necessidade de um
programa específico, sendo por isso também chamado webmail. O e-mail dispõe de algumas
funções básicas onde o usuário pode, desde enviar e receber mensagens a enviar arquivos.
O Hotmail, Outlook, Gmail e Yahoo Mail! são exemplos de servidores de e-mail.

Para ter uma conta de e-mail, o usuário precisa escolher o servidor de e-mail e fazer
um cadastro com seus dados pessoais, criando ainda um login e senha. Após efetuar a
inscrição no serviço, o usuário disporá de um endereço eletrônico, exemplo
“joao@outlook.com”, e será possível utilizá-lo após a autenticação do usuário no site do
servidor de e-mail. A seguir analisaremos o webmail da Microsoft, o Outlook, versão atual
(fevereiro de 2015).

O endereço de e-mail é constituído da seguinte forma:


“identificador@servidordeemail”. Ao analisarmos, por exemplo, o endereço
“joao@outlook.com”, significa que em algum lugar do mundo existe uma máquina servidora
de e-mail chamada de “outlook.com” e nesta máquina existe uma caixa postal, que é um
diretório, chamado “joao”. A mensagem enviada a João estará sendo depositada nessa
“caixa postal” e quando for conveniente a João, ele estará acessando a máquina servidora de
e-mail (outlook.com), por meio da internet, com seu login e senha, e visualizando a
mensagem. A Figura 24 a seguir ilustra um formulário de inscrição para uma cona no
Outlook, enquanto que a Figura 25 ilustra o acesso a uma conta de e-mail.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


141

Figura 24 - Formulário de inscrição para uma conta no Outlook

NOTA: A interface do
site pode variar ao longo
do tempo.

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

Figura 25 - Como entrar na sua conta de e-mail

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

 Pastas essenciais do e-mail:

São pastas essenciais do e-mail, como ilustra a Figura 26 : caixa de entrada,


enviados e excluídos.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


142

Figura 26 - Pastas essenciais do e-mail

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

 Pasta Caixa de Entrada:

A caixa de entrada (Figura 27) de um e-mail é onde encontramos as mensagens que


nos foram enviadas. Para verificar basta acessar, por meio de um clique, a pasta “Caixa de
Entrada” e clicar na mensagem que deseja ler.

Figura 27 - Caixa de entrada

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

 Pasta ‘Enviados’:

As mensagens que nós destinamos a alguém ficam armazenadas na pasta Enviados.


Para verificar, basta acessar com um clique a pasta “Enviados” e clicar na mensagem que
deseja ler. Esta pasta pode estar em outros servidores como “Enviadas”.

 Pasta ‘Excluídos’:

Esta pasta, também conhecida como lixeira, é para onde vão as mensagens que
excluímos. Podemos ainda esvaziá-la – por meio da função “Esvaziar”- para que as
mensagens contidas nela sejam apagadas definitivamente. Apenas esta pasta dispõe deste
recurso. Podemos recuperar a mensagem excluída acidentalmente da Caixa de Entrada com
um “Ctrl+Z”, imediatamente após a exclusão.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


143

Figura 28 - Pasta ‘excluídos’

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

Principais funções do e-mail:

a) responder um e-mail;
b) encaminhar um e-mail;
c) escrever e enviar uma nova mensagem;
d) anexar um arquivo;
e) excluir uma mensagem.

 Respondendo um e-mail:

Para responder um e-mail, basta clicar em “Responder” e, então, abrirá uma caixa de texto já
contendo o endereço de e-mail do usuário a quem destina a resposta do e-mail. Poderá o usuário
digitar o texto da forma desejada e logo em seguida clicar em “Enviar”.

Em alguns e-mails esta função está associada a "uma seta”, que indica a função “responder e-mail”.
O usuário também poderá responder a um conjunto de pessoas, por meio da função “Responder a
todos”, desde que estejam na lista de destinatários da mensagem recebida. Esta função está
disponível clicando na seta ao lado de “Responder”.

 Encaminhando um e-mail:

Encaminhar uma mensagem significa repassar a mesma mensagem recebida para outras pessoas.
Para encaminhar um e-mail, basta clicar na seta ao lado de “Responder” e em seguida clicar em
“Encaminhar”, e digitar a quem se destina. O usuário ainda pode escrever algum texto caso deseje, e
logo após clicar em “Enviar”.

Figura 29 - Encaminhando um e-mail

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


144

 Escrevendo um novo e-mail:

Esta opção serve para quem deseja enviar um novo e-mail, sem que
necessariamente tenha recebido um anterior. Desta forma, pode-se clicar no ícone “+”, e em
seguida digita-se o endereço de e-mail do destinatário, o assunto, e o texto.

 Anexando um arquivo:

Com esta função, podemos enviar um arquivo a alguém, que pode ser uma foto,
uma música ou um documento de texto, entre outros.

Para anexar um arquivo, devemos estar na janela de formulação do e-mail, e clicar


na opção “Inserir”. Em alguns servidores de e-mail, este recurso pode estar associado a um
ícone de "um clips".

 Excluir mensagem:

São as mensagens que não nos servem mais e que não desejamos mais guardar na
caixa de entrada. Ao serem excluídas, estas mensagens vão direto para a pasta “Excluídos”.
Para excluir um e-mail, basta marcar o quadrado da mensagem que deseja excluir e clicar
em “excluir”, como ilustra a Figura 29, ou simplesmente navegar o mouse em cima da
mensagem e clicar diretamente no ícone da lixeira.

Figura 29 - Encaminhando um e-mail

Fonte: Site do Outlook, acesso em fevereiro de 2015

 World Wide Web (WWW):

A World Wide Web (que em português se traduz literalmente por teia mundial),
também conhecida como Web e WWW, é um sistema de documentos em hipermídia que
são interligados e executados na internet.

A World Wide Web é uma rede virtual "sobre" a Internet, que torna os serviços da
grande rede disponíveis e totalmente transparentes para o usuário, possibilitando ainda a
manipulação multimídia da informação. Assim, qualquer usuário pode, somente usando o
mouse, ter acesso a uma quantidade enorme de informações na forma de imagens, textos,
sons, gráficos, vídeos etc., navegando por meio de palavras-chave e ícones.

 Telnet:

Telnet é um protocolo cliente-servidor usado para permitir a comunicação entre

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


145

computadores ligados numa rede (ex: rede local / LAN / Internet), baseado em TCP. E é um
protocolo também utilizado na comunicação entre computadores de forma remota.

8.2.5 Internet das Coisas e o Endereço de IP

A “Internet das Coisas” é a uma grande revolução tecnológica que tem como
objetivo conectar os itens usados do dia a dia à internet.

Assim como todos nós temos um RG, número de identificação, cada computador,
ou dispositivo, na internet possui um IP (Protocolo de internet) único, que é o meio que as
máquinas usam para se comunicarem na Internet.

O endereço IP-IPv4 é um número de 32 bits escrito com quatro octetos (Bytes) e


representados no formato decimal, como o exemplo: "192.168.2.10", sendo a primeira parte
do endereço uma rede específica na Internet, e a segunda um host dentro dessa rede. A
terceira e a quarta identificação representam a identificação do computador na rede, e esta
deve ser diferente de zero, 127 e 255 (endereços de difusão). Devemos notar que um
endereço IP não identifica uma máquina individual, mas uma conexão à Internet.

O Endereço IP-IPv6 é a versão mais atual do Protocolo de Internet, e o principal


motivo para a implantação do IPv6 na Internet é a necessidade de mais endereços, porque a
disponibilidade de endereços livres IPv4 terminou. Ele foi criado para a "nova geração do IP.
Em longo prazo, o IPv6 tem como objetivo substituir o IPv4, que só suporta cerca de 4
bilhões (4x109) de endereços IP, contra cerca de 3,4x1038 endereços do novo protocolo.

Imagina-se que, em um futuro onde a computação seja onipresente, a tecnologia


estará presente em vários dispositivos, hoje não inteligentes, que serão capazes de interagir
autonomamente entre si. Computadores invisíveis interligados à Internet, embutidos nos
objetos usados no dia a dia, tornando a vida ainda mais líquida. Podem-se imaginar
eletrodomésticos conectados, automóveis, edifícios inteligentes, equipamentos de
monitoramento médico, etc. Dezenas, talvez mesmo centenas ou milhares de equipamentos
estarão conectados em cada residência e escritório. Com o IPv6, com endereços abundantes,
fixos, válidos, é necessário para fazer desse futuro uma realidade.

8.2.6 Compras na internet

Comércio na internet é uma prática de comércio eletrônico (e-commerce), onde os


consumidores compram bens ou mercadorias diretamente de um vendedor na Internet, que
pode ser também uma loja online, ou loja virtual, sem que haja necessariamente uma loja
física. São exemplos desta prática o Mercado livre, o Submarino, Peixe Urbano, Groupon,
entre outros. Os compradores on-line dispõem de uma gama de opções para pagar, tais
como: cartão de crédito, cartão de débito, transferência bancária, boleto bancário, entre
outros meios alternativos de pagamento.

8.2.7 Segurança na internet

Você pode achar que não corre riscos, pois supõe que ninguém tem interesse em

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


146

utilizar o seu computador ou que, entre os diversos computadores conectados à Internet, o


seu dificilmente será localizado. É justamente este tipo de pensamento que é explorado
pelos atacantes, pois, ao se sentir seguro, você pode achar que não precisa se prevenir.

Esta ilusão, infelizmente, costuma terminar quando os primeiros problemas


começam a acontecer. Muitas vezes os atacantes estão interessados em conseguir acesso a
grandes quantidades de computadores, independente de quais são, e para isto, podem
efetuar varreduras na rede e localizar grande parte dos computadores conectados à
Internet, inclusive o seu.

Um problema de segurança em seu computador pode torná-lo indisponível e


colocar em risco a confidencialidade e a integridade dos dados nele armazenados. Além
disto, ao ser comprometido, seu computador pode ser usado para a prática de atividades
maliciosas como, por exemplo, servir de repositório para dados fraudulentos, lançar ataques
contra outros computadores (e assim esconder a real identidade e localização do atacante),
propagar códigos maliciosos e disseminar spam.

Os principais riscos relacionados ao uso da Internet são: golpes na Internet, ataques


na internet, programas maliciosos (Malware), spam e outros riscos. Para tentar reduzir os
riscos e se proteger, é importante que você adote uma postura preventiva e que a atenção
com a segurança seja um hábito incorporado a sua rotina, independente de questões como
local, tecnologia ou meio utilizado. Para ajudá-lo nisto, há diversos mecanismos de
segurança como contas com senhas, criptografia e antivírus.

8.2.8 Antivírus

Os antivírus são programas com objetivo de prevenir, detectar e eliminar vírus dos
computadores. Recomenda-se utilizar apenas um antivírus. Entre os antivírus gratuitos mais
conhecidos estão: AVG, Avast, Avira e Microsoft Security Essentials.

 Tipos de ameaças:

Os tipos mais comuns de ameaças pelos vírus são:

a) adware: normalmente é um aplicativo que exibe ou baixa sem autorização,


anúncios indesejáveis na tela do computador;
b) backdoor: é uma porta de entrada para programas maliciosos. São falhas no
sistema operacional ou em aplicativos que permitem que invasores tenham
controle remoto sobre o equipamento infectado;
c) bots e cavalo de troia – Trojan Horse: são softwares projetados para serem
recebidos como “presentes”, um cartão virtual, por exemplo. Porém, além de
executar as funções para as quais foram programados, eles executam outras sem
o conhecimento do usuário;
d) keyloggers: capturam e armazenam as teclas digitadas no computador infectado.
Assim, as informações de um e-mail ou senhas bancárias, por exemplo, correm
riscos de serem descobertas;
e) spywares: designa uma categoria de programas maliciosos que têm como

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


147

objetivo principal monitorar as atividades de um sistema, enviando os dados e as


informações coletadas;
f) rootkits: é um conjunto de programas que permite que um invasor se esconda e
tenha acesso contínuo ao computador infectado. Estes programas, de modo
geral, dificultam a localização do invasor, pois o escondem em usuários e
backdoors, por exemplo;
g) worms: é um tipo de malware (programa malicioso) capaz de se propagar
automaticamente por meio de redes, enviando cópias de si para outros
computadores, a partir de brechas e falhas em softwares instalados
incorretamente.

8.2.9 Exercícios Propostos

1 O que você entende por Internet?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2 O que é uma URL?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3 O que é um Navegador? Cite dois exemplos:


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4 Para que servem os "sites de busca"? Cite exemplos:


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5 O que você entende por Internet das coisas?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

6 Qual a diferença entre o IPv4 e o IPv6 e o porquê da importância do IPv6?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


148

7 São exemplos de redes sociais:

a) Facebook e Telnet
b) Twitter e Facebook
c) TeamView e Twitter
d) Trojan e Horse

8 O que é um Antivírus?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

9 Qual a ameaça captura tudo o que digitamos?

a) Trojan Horse
b) Spyware
c) Keyloggers
d) Worms

10 Como podemos ter acesso às nossas mensagens no servidor de e-mail?

a) Digitando uma palavra específica para pesquisa.


b) Acessando apenas a WWW.
c) Digitando www.servidordeemail.com
d) Através do site do servidor de e-mail, digitando o Login e Senha.

8.3 Microsoft Word 2013

O Word 2013 é um processador de texto e constitui uma poderosa ferramenta de


auxílio à elaboração de arquivos, que nele são chamados de documentos. Com este
aplicativo, você pode criar uma grande diversidade de documentos, utilizando recursos
como tabelas, gráficos, imagens, índices, som, vídeo e texto em colunas, entre muitos
outros.

Na primeira vez que abrir o Word 2013, verá que tem várias opções para começar a
utilizá-lo – pode utilizar um modelo, um ficheiro recente ou um documento em branco. A
Figura 30 a seguir ilustra a tela inicial do Word.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


149

Figura 30 – Iniciando o Word pela primeira vez

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Descrevendo-se os passos ilustrados pela Figura acima, observa-se que:

1- Possibilita ao usuário abrir um documento já existente em seu computador ou


dispositivo.
2- Exibe os documentos trabalhados recentemente e os disponibiliza para edição.
3- Barra de busca para modelos de documentos.
4- Criar novos documentos
5- Opção para fazer o Login de sua conta Microsoft e utilizar todos os recursos
online.

8.3.1 Guia Arquivo

Principal guia quando se faz necessário abrir um documento existente, criar ou


buscar por modelos pré-definidos online, como ilustram as Figuras 31 e 32.

Figura 31 – Opção Novo Figura 32 – Opção Abrir

Fonte: Elaborada pelo autor Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft
baseado em Microsoft (2015) (2015)

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


150

Neste guia, podem ser encontradas as seguintes opções:

a) informações: exibe dados sobre o documento em questão, bem como sua


localização. Exemplo: F:\Documentos\Pesquisa.docx;
b) novo: inicia um novo documento em branco ou modelo do Office 2013;
c) abrir: inicia um documento já existente no computador ou dispositivo;
d) salvar: salva alterações feitas em documento já existente;
e) salvar como: salva pela primeira vez um documento ou cria outro documento a
partir de um já existente;
f) imprimir: inicia diversas configurações de impressão como escolher impressa
utilizada e número cópias;
g) compartilhar: possibilita que o usuário compartilhe para outras pessoas, envie
por e-mail, poste num blog entre outras opções;
h) exportar: possibilita que o usuário possa gerar outro tipo de arquivo a partir do
documento Word, como por exemplo no formato PDF;
i) fechar: finaliza a exibição do documento utilizado;
j) conta: permite ao usuário fazer Login com sua conta Microsoft;
k) opções: inicia um menu de configurações avançadas como idioma, entre outras.

8.3.2 Guia Página Inicial

Aqui o usuário encontra tudo que for necessário para formatação do seu texto.
Observemos a seguir os grupos: fontes, parágrafo e estilo.

 Grupo fonte:

Figura 33 - Grupo fonte

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Os passos ilustrados na Figura acima descrevem:

1- Define tipo de fonte;


2- Refere-se aos estilos de fonte, nele são encontradas as opções “negrito”,
”itálico”, “sublinhado”, “tachado”, “subscrito” e “sobrescrito”;
MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO
151

3- Define tamanho de fonte;


4- Nesse quadro encontram-se as opções de “aumentar gradativamente a fonte”,
“diminuir gradativamente” e “manipular o texto selecionado entre maiúsculo e
minúsculo, entre outras regras”;
5- Nesse quadro encontram-se as opções de “adicionar efeitos no texto
selecionado”, “Definir cor de realce” e “definir cor da fonte”;
6- Torna-se possível remover toda e qualquer formatação aplicada no texto
selecionado.

 Grupo parágrafo:

Grupo responsável por toda formatação de parágrafo do documento, conforme


ilustrado pela Figura 34 e descrito em seus passos a seguir.

Figura 34 - Grupo parágrafo

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

1-Adicionar Marcadores;
2-Adicionar Numeração;
3-Adicionar Lista de Vários níveis;
4-Adicionar ou Remover Recuo de parágrafo;
5-Classificar texto;
6-Exibir Parágrafos;
7-Nesse quadro encontram-se as opções de alinhamento, “esquerda”,
“centralizado”, “Direita” e “Justificado”;
8- Configurar espaçamento entre linhas;
9- Sombreamento;
10- Bordas de “texto”, “parágrafo” e “página”.

 Grupo estilo:

Neste grupo, ilustrado pela Figura 35, é possível encontrar diversas formatações
pré-definidas, além do recurso de poder adicionar estilos personalizados pelo próprio
usuário.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


152

Figura 35 - Grupo estilo

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

8.3.3 Guia Inserir

Possibilita a inserção de vários itens como imagens, formas, gráficos entre outros. É
composta pelo grupo de ilustrações, tabelas, pelas ferramentas WordArt e símbolo, e pelo
grupo de páginas, conforme descrito e ilustrado a seguir.

 Grupo ilustrações:

Grupo responsável pela inserção de ilustrações, conforme exemplifica a Figura 36 e


descrevem os passos nela contido.

Figura 36 - Grupo ilustrações

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

1- Torna possível inserir imagem no documento salva em seu computador ou


dispositivo.
2- Torna possível inserir imagens salvas em sua conta Microsoft.
3- Exibe um menu com diversas figuras e formas.
4- Insere elementos dos quais facilitará o entendimento do leitor sobre uma
determinada hierarquia ou processo. Como os estados da água ilustrados pela
Figura 27 a seguir.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


153

Figura 37 - Exemplo de SmartArt

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

1- Como o próprio nome sugere, ele insere na tela um gráfico de acordo com as
informações disponibilizadas.
2- Possibilita que o usuário insira diretamente em seu documento uma imagem
capturada por sua Webcan, por exemplo.

 Grupo tabelas:

Nesse grupo o usuário pode escolher entre diversas formas de inserir uma ou mais
tabelas em seu documento. O recurso tabelas (Figura 38) tem como finalidade exibir para o
leitor de forma organizada listas ou qualquer que seja o tipo de informação.

Figura 38 - Grupo tabelas

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

 Ferramenta WordArt:

O nome WordArt é caracterizado por ser um texto decorativo, utilizado para dar
efeito especial aos documentos, como faixadas e trabalhos escolares. Esta ferramenta é
ilustrada pela Figura 39 a seguir.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


154

Figura 39 - Ferramenta WordArt

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

 Ferramenta símbolo:

Não é incomum utilizar uma série de símbolos nos textos. No entanto, nem sempre
você os encontra no teclado, especialmente quando se trata daqueles necessários para
representar uma moeda estrangeira, por exemplo, ou até mesmo coisas mais comuns, como
o ícone para uma marca registrada, que também não está presente na forma de atalhos.
Para tanto, utiliza-se a ferramenta ‘símbolo’, conforme ilustra a Figura 40 a seguir.

Figura 40 - Ferramenta símbolo

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


155

 Grupo páginas:

Neste grupo, ilustrado pela Figura 41, encontramos ferramentas que são
extremamente úteis para construção de documentos com várias páginas.

Figura 41 - Grupo páginas

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Nessa ferramenta agrupada podem-se encontrar as seguintes opções:

a) folha de rosto: insere uma folha de rosto completamente formatada;


b) página em branco: adiciona uma folha em branco em qualquer lugar do
documento;
c) quebra de página: move todo conteúdo após o cursor para a próxima página.

8.3.4 Guia Design

O Guia Design no Word 2013, como ilustra a Figura 42, consolida todas as
ferramentas de design em um só lugar, tornando-as mais fáceis de encontrar. A Microsoft
também adicionou um elemento visual à ferramenta de formatação de documentos, para
que se possa ver como um tema ou estilo vai ficar em no documento (basta pairar o cursor
do mouse sobre ele) antes de aplicá-lo. Também é possível modificar os temas, cores e
fontes conforme se deseja, e quando chegar ao que se quer, basta clicar na opção Definir
como padrão, dentro da aba Design, para que esta combinação se torne padrão para todos
os novos documentos.

Figura 42 - Guia design

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

 Grupo plano de fundo da página:

Neste grupo, como ilustra a Figura 43, encontramos ferramentas que são usadas
para personalizar as páginas do documento que estamos trabalhando, deixando-os com um
visual mais agradável e profissional.
SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I
156

Figura 43 - Plano de fundo da página

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)


Legenda: marca d’água: adiciona uma imagem ou texto fantasma por trás do conteúdo da página; cor da
página: adiciona uma cor na página do documento; e bordas de página: adiciona ou altera bodas ao redor da
página, para deixar seu documento com um visual diferenciado.

8.3.5 Guia Layout da Página

Nesta guia se torna possível encontra diversas ferramentas capazes de formatar as


margens do documento, entre outras funcionalidades, como se observa na Figura 44.

Figura 44 - Grupo configurar página

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

As opções a seguir se tornam as mais necessárias:

a) margens: seleciona as margens do documento inteiro ou seção atual;


b) orientação: encontramos duas opções, “retrato”, que dispõe o documento na
posição vertical, e “paisagem”, que o apresenta na posição horizontal;
c) colunas: possibilitam com que o texto seja divido em duas ou mais colunas;
d) quebras: têm como função adicionar páginas, seção ou quebras de coluna.

8.3.6 Guia Revisão

Nesta guia (Figura 45) é possível corrigir erros de ortografia em todo o documento
ou em parte dele. Este recurso pode ser desabilitado ou habilitado em qualquer momento.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


157

Figura 45 - Correção ortográfica

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

8.3.7 Exercícios Propostos

1- Cite nome da ferramenta no qual tem como função remover as formatações aplicadas em
determinando texto:
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
2- Qual a importância do recurso de correção ortográfico?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
3- Qual a importância no uso dos marcadores?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
4- Cite qual ferramenta torna possível uma captura da imagem da webcam diretamente
para o documento do Word?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
5- Para qual finalidade existe a ferramenta SmartArt?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

6- Digite o seguinte texto e formate, de acordo com as especificações a seguir:

Visão da Microsoft
Disponibilizar às pessoas software de excelente qualidade – a qualquer momento, em
qualquer local e em qualquer dispositivo:

Titulo:
 Fonte Arial
 Tamanho 18
 Estilo de fonte Negrito
 Alinhamento Centralizado

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


158

Corpo do Texto:
 Fonte Comic Sans MS
 Tamanho 14
 Estilo de fonte Itálico
 Alinhamento na esquerda

7- Crie as seguintes tabelas:

Boletim Escolar
Aluno 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4 Unidade
Pedro 8 7 7 6
João 8 5 6 7
Lucas 9 8 9 7

Item Janeiro Fevereiro Março


Água R$ 50,00 R$ 45,00 R$ 60,00
Orçamento

Luz R$ 80,00 R$ 92,00 R$ 75,35

Telefone R$ 40,00 R$ 30,00 R$ 32,80

8- Reproduza o seguinte Texto:

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


159

8.4 Microsoft Power Point 2013

Este poderoso aplicativo é usado para criar apresentações de slides, que


apresentações podem conter textos, imagens, vídeos, diversos objetos gráficos, tabelas,
músicas, e muito mais. Normalmente usamos o Power Point quando precisamos apresentar
ao público um conteúdo de forma interativa e dinâmica, seja uma aula, uma palestra, uma
reunião de negócios e muito mais.

8.4.1 Novidades no PowerPoint 2013

O Microsoft PowerPoint 2013 possui uma aparência totalmente nova: está mais
limpo e voltado principalmente para uso em tablets e telefones e, portanto, você pode
deslizar e tocar para se movimentar pelas apresentações. O Modo de Exibição do
Apresentador se adapta automaticamente à sua configuração de projeção e você pode até
usá-la em um único monitor. Os temas agora possuem variações, fazendo com que fique
mais fácil aprimorá-los para que tenham a aparência desejada. E quando você estiver
trabalhando com outras pessoas, será possível adicionar comentários para fazer perguntas e
obter respostas.

Em vez de abrir com uma apresentação em branco, o PowerPoint 2013 oferece


várias maneiras de iniciar sua próxima apresentação usando um modelo, um tema, uma
apresentação recente, uma apresentação não tão recente ou uma apresentação em branco,
conforme ilustra a Figura 46.

Figura 46 - Tela inicial do Power Point

Fonte: Microsoft (2015)

O Modo de Exibição do Apresentador permite que você veja suas anotações em seu
monitor, enquanto que a audiência vê somente o slide. Nas versões anteriores, era difícil
descobrir o que cada um via em que monitor. O Modo de Exibição do Apresentador (Figura
47) corrige esta dor de cabeça e simplifica o trabalho.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


160

Figura 47 - Modo de exibição apresentador

Fonte: Microsoft (2015)

Observemos a seguir as principais características do Power Point 2013:

a) usar o modo de exibição do apresentador em um monitor: o modo de exibição


do apresentador não exige mais vários monitores. Agora se pode ensaiar no
Modo de Exibição do Apresentador sem se conectar a nada mais;
b) ampliar um slide: é possível clicar na lupa para ampliar gráficos, diagramas ou
que você quiser enfatizar para sua audiência;
c) ir para um slide: pode-se usar o Navegador de Slides para procurar outros slides
da apresentação;
d) configuração automática: o PowerPoint pode detectar automaticamente a
configuração de seu computador e escolher o monitor certo para o modo de
exibição do Apresentador.

8.4.2 Criar e Compartilhar Apresentações Interativas Online

O Office Mix é uma nova solução gratuita para o PowerPoint, que torna mais fácil a
criação e o compartilhamento de apresentações online interativas ou "combinações", que
são reproduzidas como vídeos da Web, mas com suporte a animações, links ao vivo e muito
mais.

Para obter o Office Mix, baixe e instale o suplemento gratuito. Ao abrir o


PowerPoint 2013, você vê a nova guia do Mix. Você pode gravar anotações do orador em
áudio ou vídeo para cada slide da sua apresentação. Também é possível inserir
questionários, vídeos auxiliares e muito mais. Grave facilmente o que está em sua tela
enquanto faz anotações com áudio. Quando terminar, visualize a combinação e carregue-a
para o OfficeMix.com para compartilhá-la.

 Compatibilidade:

Muitas das TVs e vídeos do mundo adotaram os formatos widescreen e HD, e assim
também o fez o PowerPoint. Há um layout 16:9 e novos temas projetados para aproveitar as
vantagens das possibilidades do widescreen, como ilustra a Figura 47 a seguir.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


161

Figura 47 - Formatos widescreen e HD

Fonte: Microsoft (2015)

8.4.3 Iniciar uma Reunião Online a Partir do PowerPoint

Agora você possui diversas maneiras de compartilhar uma apresentação do


PowerPoint pela Web (Figura 48). É possível enviar um link para os slides ou iniciar uma
reunião completa do Lync que exiba os slides com áudio e IM. Sua audiência poderá se
associar a você de qualquer local, em qualquer dispositivo usando o Lync ou o Office
Presentation Service.

Figura 48 - Compartilhando uma apresentação

Fonte: Microsoft (2015)

8.4.4 Melhoria nas Ferramentas de Criação

As ferramentas, conforme descrito a seguir, de criação do Power Point 2013 foram


ampliadas, de modo a permitir melhores apresentações e maior facilidade de uso.

 Variações de tema:

Agora os temas possuem um conjunto de variações (Figura 49), como diferentes


paletas e famílias de cores. O PowerPoint 2013 oferece novos temas para widescreen, além
dos tamanhos-padrão. Para tanto, deve-se escolher um tema e uma variação na tela inicial
ou na guia Design.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


162

Figura 49 - Temas e variações

Fonte: Microsoft (2015)

 Alinhar e espaçar os objetos de maneira uniforme:

Não é mais preciso ficar analisando os objetos em seus slides para ver se eles estão
alinhados. As Guias Inteligentes, como ilustra a Figura 20, aparecem automaticamente
quando seus objetos, como imagens, formas, entre outros, estiverem muito próximos, além
de mostrarem quando eles estiverem espaçados de forma irregular.

Figura 50 - Alinhamento de objetos

Fonte: Microsoft (2015)

 Aprimoramentos nas trajetórias de animação:

Agora, quando você cria uma trajetória de animação, o PowerPoint mostra onde
seu objeto ficará. Seu objeto original fica parado, e uma imagem "fantasma" se move pela
trajetória até o ponto de extremidade, como ilustrado pela Figura 51.

Figura 51 - Melhoria na trajetória de animação

Fonte: Microsoft (2015)

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


163

 Mesclar formas comuns:

Como se observa na Figura 52, é possível selecionar duas ou mais formas comuns
no slide e combiná-las para criar novas formas e ícones.

Figura 52 - Mesclando formas

Fonte: Microsoft (2015)

 Suporte aprimorado a vídeo e áudio:

O PowerPoint 2013 é compatível com mais formatos de multimídia, como.mp4


e.mov com vídeo H.264 e áudio AAC (Advanced Audio Coding), além de mais conteúdo de
alta definição. O PowerPoint inclui, ainda, mais codecs internos, de modo que você não
precisa instalá-los para que determinados formatos de arquivo funcionem.

Use o recurso Reproduzir no plano de fundo para reproduzir uma música enquanto
as pessoas visualizam a sua apresentação de slides.

 Novo conta-gotas para correspondência de cores:

Você pode capturar a cor exata de um objeto em sua tela e então aplicá-la a
qualquer forma. O conta-gotas (Figura 53) faz o trabalho de correspondência para você.

Figura 53 - Ferramenta Conta Gotas

Fonte: Microsoft (2015)

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


164

 PowerPoint em dispositivos de toque:

Agora é possível interagir com o PowerPoint na maioria dos dispositivos, incluindo


PCs com o Windows 8. Usando gestos de toque típicos (Figura 54), você pode passar o dedo,
tocar, rolar, fazer zoom e panorâmicas nos slides e realmente sentir a apresentação.

Figura 54 - Power Point em dispositivos de toque

Fonte: Microsoft (2015)

 Compartilhar e salvar:

É possível compartilhar e salvar os arquivos em nuvens, como exemplifica a Figura


55. A nuvem é como um armazenamento de arquivos no céu. Você pode acessá-lo a
qualquer momento que estiver online. Agora é fácil salvar seus arquivos do Office no seu
OneDrive ou no site da sua organização. De lá, você pode acessar e compartilhar suas
apresentações do PowerPoint e outros arquivos do Office. Você pode até mesmo trabalhar
com seus colegas no mesmo arquivo ao mesmo tempo.

Figura 55 - Compartilhamento de arquivos

Fonte: Microsoft (2015)

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


165

 Comentários:

Agora você pode fazer comentários no PowerPoint com o novo painel Comentários
(Figura 56), e pode mostrar ou ocultar comentários e revisões.

Figura 56 - Utilização de comentários

Fonte: Microsoft (2015)

 Trabalhar em conjunto na mesma apresentação:

Você e seus colegas podem trabalhar juntos na mesma apresentação, com as


versões de área de trabalho e online do PowerPoint, além de ver as alterações uns dos
outros.

O Quadro 2 a seguir apresenta um comparativo entre os recursos disponíveis em


versões anteriores do Power Point e a versão atual (2013).

Quadro 2 - Comparativo dos recursos disponíveis entre as versões do Power Point (continua)

Recurso Em versões anteriores do PowerPoint No PowerPoint 2013


Você pode exibir uma apresentação,
Use o PowerPoint Online para exibir
Visualizador do PowerPoint. mesmo se não tiver o PowerPoint para
uma apresentação. É gratuito!
desktop instalado.
Agora, você pode adicionar um local
Quando você não conseguir exibir um do OneDrive e usar o visualizador
Salvar como página da Web
arquivo do PowerPoint, salve-o como nesse local. Consulte Salvar e
(HTML).
uma página da Web e exiba-o em HTML. compartilhar uma apresentação no
OneDrive.
O novo formato de arquivo padrão
para vídeo éH.264; o novo formato
de arquivo padrão para áudio é AAC.
Para vídeos, o formato de arquivo padrão
Formatos padrão de arquivos OBSERVAÇÃO Alguns formatos de
era WMV; para áudio, o formato de
de vídeo e de áudio. arquivo de mídia herdados exigirão
arquivo padrão era WMA.
que você os otimize para ter
compatibilidade com o PowerPoint
2013.
Essa funcionalidade foi movida para
Criar cores para tema Os temas personalizados estavam na
o Modo de Exibição de Slide
personalizado. guia Design.
Mestre na guia Exibir. Consulte Criar

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


166

Recurso Em versões anteriores do PowerPoint No PowerPoint 2013


seu próprio tema no PowerPoint.
Agora, você pode encontrar esse
Ocultar imagens de plano de recurso no painel de
Esse recurso estava na guia Design.
fundo. tarefas Formatar Plano de Fundo,
que você pode obter na guia Design.
Você ainda pode reproduzir
animações clicando em
Para reproduzir animações, no Painel de
Reproduzir no Painel de Animação.
Animação, você clicava em Reproduzir. A
Reproduzir animações. A exceção é que agora a animação
animação iniciava com a animação da
inicia com a animação que está
primeira posição no painel de tarefas.
selecionada no momento, em vez da
que está na primeira posição.
O Editor de Equações, um editor de
fórmulas, permite que você crie Ele não está mais disponível no
Editor de Equações.
equações matemáticas e científicas em PowerPoint 2013.
um ambiente WYSIWYG.
Você pode localizar e inserir
conteúdo do Bing Imagens e de
outras fontes online, como o
YouTube, o Flickr e a sua página do
Você usou a Media Gallery para coletar e
OneDrive ou
armazenar clip-art, fotos, animações,
Microsoft Media Gallery e Facebook.ClipArtDeprecation_2013
vídeos e outras mídias para uso em suas
clip-art online. Se precisar ver clip-arts armazenados
apresentações e você pesquisou clip-art
no Organizador de Clipes, e se tiver o
no Office.com.
Office 2010, você poderá fazer uma
instalação personalizada do Office
2010 para reinstalar o componente
Organizador de Clipes.
Você usava o Picture Manager para Esse recurso não está mais está
Microsoft Office Picture gerenciar, editar, compartilhar e exibir as incluído no Office 2013. Ele foi
Manager. imagens armazenadas em seu substituído pela Galeria de Fotos do
computador. Windows.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)

Este programa é utilizado para criação de apresentações de Slides. Para iniciá-lo,


basta clicar no botão ‘Iniciar’ da barra de tarefas do Windows, apontar para ‘Todos os
Programas’, selecionar ‘Microsoft Office’ e clicar em ‘Microsoft Office PowerPoint 2013’.
Recursos descontinuados ou alterados do PowerPoint 2013. A Figura 57 a seguir ilustra a tela
de apresentação do Power Point.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


167

Figura 57 - Tela de apresentação do Power Point

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

8.4.5 Elementos da Tela do Power Point

Os elementos da tela do Power Point serão descritos e ilustrados nesta subseção.

 Botão Arquivo:

Ao clicar no Botão do Arquivo, serão exibidos comandos básicos, tais como: Novo,
Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e Fechar.

 Barra de ferramentas de acesso rápido:

A barra de ferramentas de acesso rápido localiza-se no canto superior esquerdo em


cima do Botão Arquivo (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de comandos
independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões que representam
comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais possíveis.

 Barra de título:

Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e também o nome do


documento ativo.

 Botões de comando da janela:

Acionando estes botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do


programa Power Point, como ilustrado pela Figura 58 a seguir.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


168

Figura 58 - Botões de comando da janela do Power Point

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

 Faixa de opções:

A Faixa de opções, como ilustrado pela Figura 59, é usada para localizar
rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são
organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade, como gravação ou disposição de uma página. Para diminuir a desorganização,
algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia ‘Ferramentas
de Imagem’ somente é exibida quando uma imagem é selecionada.

Figura 59 - Faixa de opções do Power Point

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Legenda: (1) guias; os grupos em cada guia dividem a tarefa em subtarefas; (3) os botões de comando em cada grupo
executam um comando ou exigem um menu de comandos.

 Painel de anotações:

No Painel de anotações é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um


slide.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


169

 Barra de status:

Figura 60 - Barra de status do Power Point

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

A Barra de status, ilustrada pela Figura 60 acima, exibe várias informações úteis na
confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

 Nível de zoom:

No Power Point 2013, é possível ajustar o nível de zoom diretamente na sua barra
inferior, como ilustrado pela Figura 61 abaixo.

Figura 61 - Barra de ajuste do nível de zoom do Power Point

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

8.4.6 Criação de Apresentações

Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 engloba: iniciar com um


design básico; adicionar novos slides e conteúdo; escolher layouts; modificar o design do
slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de
estrutura, e criar efeitos, como transições de slides animados.

Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão Arquivo, e em seguida
clicar em ‘Novo’. Em seguida, deve-se, então, escolher um modelo para a apresentação (Em
Branco, Modelos Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento existente ou
Modelos do Microsoft Office Online), como se pode observar na Figura 62.

Figura 62 - Criando uma nova apresentação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


170

 Selecionar slide:

Para selecionar um slide, basta clicar na guia ‘Slide’ no painel à esquerda, conforme
ilustra a Figura 63.

Figura 63 - Selecionando slide

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

 Layout:

Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na guia ‘Início’ e depois no
botão ‘Layout’, onde se escolhe o layout desejado clicando sobre o mesmo, como se pode
observar na Figura 64 ilustrada a seguir.

Figura 64 - Alterando o layout do slide

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

 Inserir texto:

Antes de inserir o primeiro texto, é necessário conhecer a aplicação de algumas


teclas, conforme ilustra o Quadro 3 a seguir.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


171

Quadro 3 - Aplicação das teclas

Tecla Descrição
Barra de espaços Permite a inserção de espaços em branco.
Funciona apenas quando pressionada simultaneamente com outra tecla.
Serve para fazer letras maiúsculas e acessar a segunda função da tecla.
Shift
Por exemplo, para digitar o sinal ‘@’, deve-se pressionar
simultaneamente as teclas ‘Shift e 2’.
Del ou Delete Apaga os caracteres que estão à direita do ponto de inserção.
Backspace Apaga os caracteres que estão à esquerda do ponto de inserção.
←→↑↓ Setas que movimenta o ponto de inserção (cursos) pelo texto.
Trava as letras maiúsculas. Todas as letras digitadas aparecerão em caixa
Caps Lock
alta.
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Figura 65 - Inserindo texto no slide

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Para inserir um texto no slide, clica-se com o botão esquerdo do mouse no


retângulo (Clique para adicionar um título) e em seguida clica-se no ponto de inserção
(quando o cursor será exibido), como ilustra a Figura 65 acima.

 Inserir novo slide:

Para inserir um novo slide aciona-se a guia ‘Início’ e clica-se no botão ‘Novo slide’.
Em seguida, clica-se em ‘Layout’ e escolhe-se a opção de layout desejada para o slide, como
se pode observar na Figura 66 a seguir.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


172

Figura 66 - Opções de layout para os slides

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

 Excluir slide:

Para excluir um slide, basta selecionar um slide, clicar com botão direito e escolher
a opção excluir, como ilustra a Figura 67 a seguir.

Figura 67 - Opções de layout para os slides

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

É possível colocar um design em nossa apresentação. Para tanto, clica-se na opção


‘Design’ na barra de ferramentas e escolhe-se dentre aquelas de sua preferência, de acordo
com os objetivos de sua apresentação, como exemplifica a Figura 68.

Figura 68 - Opções de design

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


173

8.4.7 Trabalhando com Transições e Animações

Figura 69 - Opções de transições

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

As transições de slide, como ilustra a Figura 69 acima, são os efeitos semelhantes às


animações que ocorrem no modo de exibição Apresentação de Slides quando você move de
um slide para o próximo. É possível controlar a velocidade de cada efeito de transição de
slides e também adicionar som.

 Animações:

É possível inserir animações a sua apresentação, de modo que esta se torne mais
lúdica, como exemplifica a Figura 70.

Figura 70 - Animações

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Quando quiser transmitir uma mensagem, crie e reproduza efeitos de animação


personalizados durante sua apresentação. Também é possível usar modelos animados
profissionalmente projetados em suas apresentações.

No PowerPoint, efeitos de animação não são o mesmo que transições. Uma


transição anima a maneira que um slide passa para o próximo. Para adicionar uma transição
entre slides, consulte Adicionar transições entre slides.

 Aplicar vários efeitos de animação a um único objeto:

Você pode aplicar vários efeitos de animação (Figura 71) a uma só cadeia de
caracteres de texto ou um objeto, como uma imagem, forma, elemento gráfico SmartArt e
muito mais.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


174

Figura 71 – Escolhendo efeitos de animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

É importante observar que: ao trabalhar com vários efeitos de animação, trabalhe


no Painel de Animação. Para tanto:

a) selecione o objeto do slide que você deseja animar;


b) na guia Animações, clique em Painel de animação (Figura 72);

Figura 72 – Painel de animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

c) clique em Adicionar animação (Figura 73) e escolha um efeito de animação.

Figura 73 – Adicionar animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

d) Para aplicar efeitos de animação adicionais ao mesmo objeto, selecione-o, clique


em Adicionar animação e escolha outro efeito de animação.

É importante observar que depois de aplicar o primeiro efeito de animação, se você


tentar adicionar mais efeitos de animação de outra maneira que não seja clicando
em Adicionar Animação, não será aplicado um efeito adicional. Em vez disso, você
substituirá o efeito existente por aquele que está adicionando.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


175

 Definir o tempo de início e a duração de um efeito de animação:

Quando você desejar controlar o intervalo de seus efeitos de animação, faça o


seguinte para cada efeito de animação:

a) no Painel de Animação, clique na seta para baixo ao lado do efeito de animação


(Figura 74) e, em seguida, clique em Intervalo;

Figura 74 - Intervalo para o efeito de animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

b) na guia Intervalo clique na seta para baixo Iniciar e escolha entre os seguintes
tempos de início:
i) para reproduzir quando você clicar com o mouse, escolha ao clicar;
ii) para reproduzir ao mesmo tempo que o efeito de animação anterior, escolha
com o anterior.
c) para reproduzir após o efeito de animação anterior, escolha Após o anterior.

O efeito de animação "anterior" é aquele listado na ordem de reprodução no Painel


de Animação (normalmente localizado logo acima da animação para a qual você está
definindo o intervalo). A Figura 75 ilustra a caixa de diálogo para opções de efeito.

Figura 75 – Opções de efeito

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

a) para atrasar o início do efeito de animação, clique na seta para cima Demora até
obter a quantidade de segundos desejada;

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


176

b) para alterar a velocidade do efeito de animação, defina a Duração para o nível


desejado;
c) para ver como os efeitos de animação funcionam juntos, clique em Visualizar na
guia Animação.

 Dicas para trabalhar com vários efeitos de animação:

Quando você trabalha com vários objetos em um slide, pode ser difícil diferenciar
cada objeto e os efeitos de animação aplicados a cada um. Como se observa na Figura 76
abaixo, os nomes de objeto-padrão não fornecem muita descrição, portanto, é difícil dizer
qual objeto tem o efeito de animação aplicado a ele.

Figura 76 - Objetos-padrão de animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

No Painel de Seleção, você pode dar um nome distinto a cada objeto para facilitar o
trabalho com eles quando estiver aplicando animações. Veja a seguir na Figura 77.

Figura 77 - Nomeando os objetos de animação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

a) para alterar os nomes-padrão dos objetos, na guia Página Inicial clique


em Selecionar e clique em Painel de Seleção, como ilustra a Figura 78 a seguir.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


177

Figura 78 - Painel de seleção

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

b) No Painel de Seleção, clique duas vezes no nome de objeto padrão para abrir a caixa
e digite um novo nome para o objeto.

Figura 79 - Selecionando um nome para novo objeto

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

8.4.8 Reproduzir música durante a apresentação de slides

Para reproduzir uma música em segundo plano na apresentação de slides, atente


para os passos descritos a seguir. Se você usa música de um site online, baixe-a no disco
rígido do seu computador primeiro e depois a insira no PowerPoint a partir dele.

a) na guia Inserir, clique em Áudio e clique em Áudio em meu PC;


b) localize o arquivo de música e clique duas vezes nele;
c) na guia Reprodução, clique em Tocar em Segundo Plano.

Figura 80 - Ferramenta de áudio

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


178

 Reproduzindo várias músicas em vários slides:

Se a apresentação de slides for mais demorada do que uma música, é possível adicionar mais
músicas. Se estiver tendo problemas para sincronizar a música à apresentação de slides, use uma
ferramenta de edição de áudio de terceiros, como o Audacity®, para unir as músicas em um arquivo
de forma que elas toquem continuamente durante a apresentação de slides.

 Reproduzindo vídeos nos slides:

Na guia Inserir clique em vídeos, para adicionar um vídeo a sua apresentação em


slides, conforme ilustra a Figura 81 a seguir.

Figura 81 – Ferramenta de vídeos

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

O PowerPoint 2013 trouxe suporte nativo aos vídeos do YouTube. Dessa forma, o
usuário pode usar o banco de dados do maior site de vídeos do mundo e adicionar conteúdo
audiovisual em suas apresentações em poucos passos. Não é necessário baixar e nem
converter o vídeo para incluir conteúdo multimídia no seu slide.

8.4.9 Exercícios Propostos

1 – Para que server o PowerPoint?

2 – O que é slide?

3 – Cite 3 diferenças de versões anteriores:

4 - Cite algumas opções do botão arquivo:

5 – O que é painel de anotações?

6 – Como faço para iniciar uma nova apresentação?

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


179

6 – Complete o quadro a seguir:

Tecla Descrição
Barra de espaços
Funciona apenas quando pressionada simultaneamente com outra tecla.
Serve para fazer letras maiúsculas e acessar a segunda função da tecla.
Por exemplo, para digitar o sinal ‘@’, deve-se pressionar
simultaneamente as teclas ‘Shift e 2’.
Del ou Delete
Apaga os caracteres que estão à esquerda do ponto de inserção.
←→↑↓
Trava as letras maiúsculas. Todas as letras digitadas aparecerão em caixa
alta.

8 – O que é transição entre slides?

9 – O que é animação de objeto no PowerPoint?

10 – Quais métodos de aplicar vídeo na apresentação?

11 – O que é OneDrive?

12 – O que é painel de comentário?

13 – Qual a importância do PowerPoint em relação ao seu curso?

8.5 Microsoft Excel 2013

O Microsoft Excel 2013 é um poderoso aplicativo que trabalha com planilhas


eletrônicas, que podem ser usadas para as mais diversas tarefas. Nestas planilhas podemos
elaborar tabelas simples ou ainda planilhas complexas para controles de mercadorias,
estoque, cálculos de lucros, entre outras aplicações. Ele pode ser usado para realizar cálculos
de porcentagem, gráficos, formatações especiais, dependendo dos valores das células,
Filtros de dados, classificações, fórmulas, funções, entre várias outras atividades.

Esta versão do Microsoft Excel trouxe várias melhorias na utilização dos seus
recursos e ferramentas. As suas características visuais (interface) também foram
melhoradas, deixando ainda mais intuitiva e dinâmica sua utilização. Com todos esses
recursos fica fácil criar planilhas de qualidade sem grande esforço.

8.5.1 Tela Inicial e Área de Trabalho do Microsoft Excel 2013

O visual do Microsoft Excel 2013 continuou muito parecido com as versões 2007 e
2010. Dessa forma, quem já está acostumado com uma dessas versões já se sente
familiarizado com a versão 2013. A tela inicial do Excel 2013 é ilustrada na Figura 82 a seguir.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


180

Figura 82 - Tela inicial do Microsoft Excel 2013

Fonte: Microsoft (2015)

8.5.2 Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Esta barra de ferramentas fica localizada no canto superior esquerdo do Microsoft


Excel 2013. Ela exibe alguns dos comandos mais utilizados, para facilitar o acesso a eles de
forma mais rápida (Figura 83).

Figura 83 – Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Fonte: Microsoft (2015)

8.5.3 Caixa de Nome e Barra de Fórmulas

A Caixa de Nome é um local onde é exibido o nome da célula ou área que está
selecionada, e a Barra de Fórmulas exibe o que foi digitado dentro da célula. Por meio dela
também é possível editar o conteúdo das células, e se existir uma fórmula na célula
selecionada o Excel irá mostrá-la nessa barra (Figura 84).

Figura 84 - Caixa de Nome e Barra de Fórmulas

Fonte: Microsoft (2015)

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


181

8.5.4 Identificando as Células

Para entender o funcionamento do Excel, é extremamente importante entender


como as células são identificadas. No exemplo ilustrado pela Figura 85 abaixo, a célula
selecionada recebe o nome C4, pois está na coluna C e na linha 4. Observe que o nome da
célula é exibido na Caixa de Nome.

Figura 85 - Identificando células

Fonte: Microsoft (2015)

8.5.5 Operadores Matemáticos

Mais adiante trabalharemos com as fórmulas no Excel, e veremos que elas


trabalham com operadores matemáticos e referências de células. Verifique abaixo os
Quadros 4 a 6, que mostram como os operadores são representados e como podemos
utilizá-los.

Quadro 4 - Operadores matemáticos

Operador Função Exemplo


+ Adição =B2+B3
- Subtração =B2-B3
* Multiplicação =B2*B3
/ Divisão =B2*B3
% Porcentagem =B2*10%
^ Exponencial =B2^2
Fonte: Microsoft (2015)

Operadores Lógicos, utilizados em vários casos quando precisamos realizar


comparações de valores.

Quadro 5 - Operadores lógicos

Operador Descrição Exemplo Resultado


= Igualdade =8=8 Verdadeiro
<> Diferente =8<>8 Falso
> Maior que =8>6 Verdadeiro
< Menor que =8<10 Verdadeiro
>= Maior ou igual =8>=8 Verdadeiro
<= Menor ou igual =8<=5 Falso
Fonte: Microsoft (2015)

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


182

6.5.6 Ordem de Execução

O Microsoft Excel 2013 é um aplicativo que trabalha com cálculos matemáticos, e


por conta disso ele obedece à ordem de execução dos operadores definida na matemática.
Dessa forma, multiplicações e divisões são realizadas primeiro que as somas e as subtrações,
por exemplo. Abaixo exibe-se o Quadro 6 com a sequência correta dos operadores.

Quadro 6 - Tabela de ordem de execução

Ordem de Execução Descrição


: Dois Pontos – Seleção de intervalo
; Ponto e vírgula
- Negação
% Porcentagem
^ Exponencial
*/ Multiplicação e Divisão
+- Adição e Subtração
& Concatenação (Juntar valores)
< <= = >= > Operadores de comparação
Fonte: Microsoft (2015)

Dica!
Você pode utilizar parênteses para informar que determinado cálculo deve ser realizado
primeiro.
Ex.: a fórmula =10+20/2 terá o resultado 20, pois será realizada primeiro a divisão. Se
usarmos a fórmula =(10+20)/2, teremos o resultado 15, pois a soma que está entre
parênteses será realizada primeiro.

8.5.7 Construção de Planilhas

Para exemplificar alguns dos vários recursos disponíveis no Excel, iremos construir
uma tabela que será usada como controle de compras de uma empresa. Para isso, iremos
digitar primeiramente as informações abaixo, ilustradas na Figura 86.

Figura 86 - Planilha controle de compras sem formatação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


183

Depois das informações digitadas, iremos realizar a formatação da tabela, para


deixá-la com um visual mais agradável, e também melhorar o entendimento das
informações. O instrutor irá lhe ajudar a realizar as alterações necessárias, e você verá que
são opções simples, inclusive muitas delas já devem ser conhecidas.

Figura 87 - Planilha controle de compras com formatação

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Depois da tabela devidamente formatada, iremos preencher as informações que


estão faltando. Para encontrar o valor da coluna “Total”, precisamos realizar uma
multiplicação entre o “Valor Unitário” e a “Quantidade”. Para isso, devemos utilizar uma
fórmula, para que esse cálculo seja feito de forma automática.

Sempre que vamos criar uma formula no Excel, devemos iniciá-la com o sinal de
igual (=). Em nosso exemplo realizaremos a multiplicação do “Valor Unitário” com a
“Quantidade” como na fórmula exibida na Figura 88 a seguir.

Figura 88 - Multiplicando valor unitário com quantidade

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

O resultado da multiplicação ilustrada na Figura acima apresenta um valor de R$


700,00. Perceba que precisaremos realizar o mesmo cálculo para encontrar o total para os
demais produtos, porém não será necessário digitar a função novamente para os outros

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


184

itens. Como já temos o primeiro cálculo pronto, basta utilizar a alça de preenchimento
(AutoPreenchimento) para copiar a formula digitada para as outras células. Para isso,
devemos clicar na célula onde a fórmula foi digitada (D4), posicionar o cursor do mouse no
canto inferior direito da mesma, depois basta clicar e arrastar o cursor para as demais
células. Dessa forma, os outros cálculos serão realizados de forma automática, como se
observa na Figura 89.

Figura 89 - Usando a alça de preenchimento

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Para encontrar o “Total a Pagar” precisaremos realizar a soma de todos os valores


contidos na coluna “Total”, para isso podemos utilizar a formula =D4+D5+D6+D7+D8+D9
como mostrado na Figura 90 a seguir.

Figura 90 - Somando valores com uma fórmula

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Com esta fórmula encontramos o valor de R$ 10.961,40. Este valor está correto,
porém esta não foi a melhor forma de encontrá-lo, pois se tivéssemos que somar muitos
valores, esta fórmula ficaria gigante. Para acabar com esse problema, podemos utilizar a
função SOMA, como ilustra a Figura 91, que é usada quando queremos somar alguns valores
em uma tabela de forma mais prática.

A maior vantagem de utilizar essa função é que precisamos definir apenas a


primeira e a última célula do intervalo que será somado. Com isso, o tamanho da função

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


185

pode ficar bem menor, não importa se estamos somando da célula D4 a D9 ou da célula D4 a
D100, o tamanho da função ficará o mesmo.

Figura 91 - Usando a função SOMA

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Perceba que dentro da função, o D4 e o D9 (referências das células que serão


usadas pela função) estão separados por dois pontos (:), pois os dois pontos têm uma função
de “até”. Portanto, a função SOMA irá somar da célula D4 até a célula D9, englobando as
células que estão entre elas. Se você trocar os dois pontos (:) por um ponto e vírgula (;),
apenas as células D4 e D9 serão somadas.

Para preencher o campo “Valor”, na tabela de parcelamento do pedido, devemos


preenchê-la com o mesmo valor contido na célula D10. Para isso iremos clicar na célula B14,
e digitar =D10. Dessa forma, estamos informando ao Excel que queremos exibir o conteúdo
da célula D10 também na célula B14. Se o valor de D10 for alterado, B14 também será.

Para encontrar o “Valor das Parcelas”, basta realizar a divisão do Valor pela Qtd de
Parcelas. Lembre-se que para realizar uma divisão, devemos usar o operador barra(/).

6.5.8 Construção de Planilhas (Parte 2)

Para exemplificarmos outros recursos do Microsoft Excel 2013, iremos desenvolver


a planilha a seguir, ilustrada pela Figura 92, e depois iremos aplicar as funções necessárias
para preencher os campos vazios.

Figura 92 - Planilha controle de notas

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


186

Depois da planilha criada, precisamos encontrar a média aritmética dos alunos. Se


fôssemos realizar esse cálculo manualmente, teríamos que somar as notas de cada aluno e
dividir o resultado por 4, porém o Excel disponibiliza a função MÉDIA, que já faz todo esse
trabalho. Para tanto, precisamos apenas informar as células que serão usadas para
encontrar a média.

Abaixo temos um exemplo de sua utilização ilustrado na Figura 93. Perceba que a
estrutura da função MÉDIA é idêntica à função SOMA, mudando apenas o nome da função.
Lembre-se também que não é necessário digitar essa função para todos os alunos, basta
criar a função uma vez, e depois utilizar a Alça de Preenchimento para copiar a função para
as demais células.

Figura 93 - Usando a função MÉDIA

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Agora que já encontramos a média dos alunos, poderemos preencher a coluna


Situação, onde iremos informar se cada aluno está APROVADO ou REPROVADO, com o
auxílio da função SE, que será vista a seguir.

8.5.9 Função SE

Com toda certeza essa é uma das funções mais importantes que estudaremos.
Trata-se de uma função lógica, que trabalha com um “Teste Lógico”, um “valor verdadeiro”
e um “valor falso”, que pode ser aplicada em diversas situações.

Abaixo temos a sintaxe e um fluxograma da função SE, para que você possa
entender melhor o seu funcionamento.

=SE(teste_lógico; [valor_se_verdadeiro]; [valor_se_falso])

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


187

Figura 94 - Fluxograma da função SE

Dica!
No valor Verdadeiro ou Falso,
podemos colocar um texto, um
valor numérico, uma referência
de célula, um cálculo que deve
ser realizado, entre outras
possibilidades.

Fonte: Elaborada pelo autor (2015)

Para preencher as células da coluna Situação, primeiramente precisamos definir


uma lógica para função SE, que será a seguinte:

Se a média do aluno for menor que 7, o aluno será REPROVADO, se a média do aluno não for
menor que 7, o aluno será APROVADO.

A seguir, temos a função que será usada na célula G4. Repare que as palavras
REPROVADO (Valor se Verdadeiro) e APROVADO (Valor se Falso) foram digitadas entre aspas
duplas, isso porque sempre que formos usar um texto nessa função precisaremos colocá-lo
desta forma.

=SE(F4<7;”REPROVADO”;”APROVADO”)

Observe a função sendo usada na planilha abaixo, ilustrada na Figura 95. A maior
vantagem de usar essa função é que caso o valor da média seja alterado, a situação do aluno
já é alterada automaticamente, evitando um retrabalho. Também podemos usar a Alça de
Preenchimento para copiar a função para as outras células.

Figura 95 - Utilizando a função SE

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Este foi apenas um exemplo das várias possibilidades onde essa função pode ser
aplicada. O entendimento dessa função é obtido com mais velocidade por meio da prática
em situações diferentes, portanto, não deixe de praticar.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


188

6.5.10 Inserir um Gráfico

Existem várias formas de inserir gráficos em uma planilha, todas são muito simples.
Veremos agora como inserir gráficos por meio da Guia Inserir. Primeiramente, precisamos
selecionar as informações que serão exibidas no gráfico, depois devemos acessar a Guia
Inserir, e dentro do Grupo de Ferramentas Gráficos, selecionar o tipo de gráfico que
desejamos. Temos opções de gráficos de Colunas, Linhas, Barras, Área, entre outros.

Figura 96 - Inserindo gráficos

Assim que posicionamos o


cursor do mouse sobre
algum dos botões
mostrados, o gráfico já
aparecerá na planilha. Para
confirmar, basta clicar no
botão correspondente.

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

Dica!
Caso você precise criar um gráfico com informações que estejam distantes uma da outra
(ex.: um gráfico relacionando os alunos e as médias), você pode selecionar a primeira
coluna, e depois manter pressionada a tecla Ctrl e selecionar a segunda coluna. Depois
disso, é possível selecionar o tipo de gráfico.

Uma grande novidade no Microsoft Excel 2013 é a possibilidade de inserir os


gráficos por meio do botão Análise Rápida (Figura 97). Assim que selecionamos as células,
esse botão é exibido no canto inferior direito da seleção, e com ele podemos acessar as
ferramentas mais usadas, dentre elas os gráficos.

Figura 97 - Inserindo gráficos pelo botão Análise Rápida

Fonte: Elaborada pelo autor baseado em Microsoft (2015)

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


189

8.5.11 Exercícios Propostos

1- Descreva algumas das utilidades do Microsoft Excel 2013.


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2- Cite 4 operadores matemáticos que são usados no Excel, e seus respectivos significados.
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3- Explique com suas palavras o procedimento para copiar uma formula ou função para
outras células através da Alça de Preenchimento.
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
4- Supondo que da célula A1 até a célula A20 existam alguns valores numéricos, como ficaria
uma função para realizar a soma de todos esses valores?
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
5- Supondo que na célula A1 exista o valor 10, e na célula A2 exista o valor 20, e na célula A3
foi digitada a formula =A1+A2/2, qual será o resultado exibido por essa função? Justifique
sua resposta.
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
6- Supondo que na célula A10 de uma planilha, exista o valor total de vendas de uma
empresa qualquer, e que a meta de vendas dessa empresa seja R$ 6.000,00 reais, crie
uma função que informe se a empresa atingiu a meta de vendas ou não.
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_______________________________________________________________________________
7- Qual o procedimento para criar uma gráfico no Microsoft Excel 2013?
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8- Cite 4 tipos de gráficos que podem ser inseridos no Microsoft Excel 2013.
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SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


190

REFERÊNCIAS

CAPRON, H.L.; JOHNSON, J. A. Introdução à informática. São Paulo: Pearson/Prentice Hall, 2010.

CERT, B.R. A Cartilha de Segurança para Internet. São Paulo, 2006.

MARILYN, M.; ROBERTA, B & PFAFFENBERGER, B. Nosso futuro é o computador. 3ªed. Rio de
Janeiro: Bookman, 2009.

MICROSOFT. Microsoft Office: Excel 2013. EUA: Microsoft Corporation, 2013.

MINK, C. Microsoft Office 2007. Rio de Janeiro: Editora Makron Books Ltda., 2007.

NORTON, P. Introdução à informática. Rio de Janeiro: Editora Makron Books, 2008.

SANTOS, A. A. Informática na empresa. São Paulo: Ed. Atlas, 2003.

SILVA, M.G. Tecnologia básica: Windows ME/Word. São Paulo: Ed. Érica, 2001.

VELLOSO, F. de C. Informática: conceitos básicos. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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ANOTAÇÕES: ______________________________________________________________
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TÉCNICAS DE PREVENÇÃO
E COMBATE A INCÊNDIO
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9 TÉCNICAS DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

Esta disciplina tem por objetivo apresentar uma abordagem histórica sobre o fogo,
sua origem os benefícios e malefícios por ele trazidos, as suas formas de propagação, bem
como aquelas relativas à prevenção e combate a incêndios e os equipamentos mais
utilizados para este fim.

9.1 O Fogo: Abordagem Histórica

Um dos grandes marcos da história da civilização humana foi o domínio do fogo


pelo homem. A partir daí, o homem pôde aquecer cozer seus alimentos, fundir o metal para
a fabricação de utensílios, instrumentos e máquinas, que tornaram possível o
desenvolvimento do presente (LIMA, 2010).

Mas, o fogo que tanto constrói pode também destruir muito. Por sua própria ação,
ele pode destruir tudo aquilo o que construiu. E quando isso acontece, quando ele nos
ameaça, a reação do homem de hoje ainda é igual à do homem primitivo – ele foge, assim
como o primeiro homem fugiu ao vê-lo.

Os primeiros homens, ao verem o fogo, fugiram por desconhecer sua natureza. Não
viam que um simples punhado de terra bastaria para apagar uma pequena chama. Por falta
de conhecimento de como combatê-lo, fugiam, deixando que ele se expandisse e tomasse
grandes proporções.

Hoje, porém o homem não precisa mais fugir, pois conhece o fogo como fenômeno
químico, tendo descoberto, a partir daí, como lutar contra ele, utilizando métodos e
equipamentos adequados (LIMA, 2010). O homem sabe (por experiência e observação) que
fuga, como primeira reação, é sempre uma atitude errada, tendo em vista que: o homem
conhece a natureza do fogo; o fogo sempre começa pequeno (exceto em grandes
explosões); e, o homem possui os equipamentos necessários para combater o fogo.

O fogo é conhecido desde a pré-história e desde então tem trazido inúmeros


benefícios ao homem, nos aquecendo e servindo para o preparo dos alimentos. Mas,
quando este foge ao controle do homem, recebe o nome de Incêndio, e causa inúmeros
danos para as pessoas, exigindo pessoas preparadas e material especializado para extingui-
lo.

O fogo é um processo químico de transformação, também chamado combustão,


dos materiais combustíveis e inflamáveis, que, se forem sólidos ou líquidos, serão
primeiramente transformados em gazes, para se combinarem com o comburente
(geralmente o oxigênio), e, ativados por uma fonte de calor, iniciarem a transformação
química, gerando mais calor e desenvolvendo uma reação em cadeia. O produto dessa
transformação, além do calor, é a luz. Nessa definição, diz-se que os gases provenientes da
combustão combinam-se com um comburente, geralmente o oxigênio, porque existem
combustíveis que queimam sem a presença dele, como o antimônio em atmosfera de cloro.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


196

O triângulo do fogo, ilustrado pela Figura 1 a seguir, corresponde à tríade: calor,


comburente e combustível.

Figura 1 - Triângulo do fogo

Fonte: Lima (2010)

 O calor: é o elemento que fornece a energia de ativação necessária para iniciar a


reação entre o combustível e o comburente, mantendo e propagando a
combustão, como a chama de um palito de fósforos.
 O comburente: normalmente, o oxigênio combina-se com o material combustível,
dando início à combustão. Genericamente, o comburente é definido como
(mistura gasosa que contém o oxidante em concentração suficiente para que em
seu meio se desenvolva a reação de combustão);
 O combustível: é o elemento que serve de propagação do fogo, pode ser sólido,
líquido ou gasoso.

Ao se inserir um quarto elemento, a reação química em cadeia, observa-se o


tetraedro do fogo, conforme ilustra a Figura 2 a seguir.

Figura 2 - Tetraedro do fogo

Fonte: Lima (2010)

 Reação em cadeia: torna a queima autossustentável. O calor irradiado das chamas


atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


197

combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o


combustível, formando um ciclo constante.

A combinação dos três elementos do triângulo do fogo sob condições propícias


permite a ignição e a continuação das reações química, dando origem à combustão.

9.2 As Diferentes Formas de Propagação da Combustão

A velocidade de propagação é definida como a velocidade de deslocamento da


frente de reação, ou a velocidade de deslocamento da fronteira entre a área já queimada
(zona dos produtos da reação) e a área ainda não atingida pela reação (zona não destruída).
A seguir, descrevem-se as principais formas de propagação da combustão.

 Oxidação lenta:

A energia dispendida na reação é dissipada no meio ambiente sem criar um


aumento de temperatura na área atingida (não ocorre a reação em cadeia). É o que ocorre
com a ferrugem (oxidação do ferro) ou com o papel, quando fica amarelecido. A propagação
ocorre lentamente, com velocidade praticamente nula.

 Combustão simples:

Há percepção visual do deslocamento da frente de reação, porém a velocidade de


propagação e inferior a 1 metro por segundo (m/s). Tratam-se dos incêndios normais, como
a combustão simples, onde a energia desprendida na reação é dissipada, indo parte para o
ambiente e sendo parte utilizada para manter a reação em cadeia, ativando a mistura
combustível-comburente. A Figura 3 a seguir ilustra um exemplo de combustão simples.

Figura 3 - Madeira em combustão

Fonte: Lima (2010)

 Deflagração:

A velocidade de propagação é superior a 1m/s, mas inferior a 400m/s. Surge o fenômeno


de elevação da pressão com valores limitados entre 1 e 10 vezes a pressão inicial. Ocorre a
deflagração com a pólvora, misturas de pós-combustíveis e vapores de líquidos inflamáveis.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


198

 Detonação:

A velocidade de propagação é superior a 400 m/s. Pela descontinuidade das ondas


de pressão geradas, cria-se uma onda de choque que pode atingir até 100 vezes a pressão
inicial. Ocorre com explosivos industriais, como a nitroglicerina, e em circunstâncias
especiais, com mistura de gases e vapores em espaços confinados. A detonação pode ser
observada na Figura 4 a seguir.

Figura 4 - Detonação

Fonte: Lima (2010)

 Explosão:

O termo pode ser aplicado genericamente aos fenômenos onde o surgimento de


ondas de pressão produzem efeitos destrutivos. Deve-se observar que muitos autores
denominam como explosão a ocorrência de deflagração ou detonação, pois em qualquer dos
dois casos aparecerão efeitos destrutivos, quando o ambiente onde ocorre a reação não
pode suportar a pressão gerada.

 Combustão Espontânea:

Acontece com certos materiais, geralmente de origem vegetal, que tendem a


fermentar no caso de longos armazenamentos e em determinadas condições.

Dessa fermentação resulta o calor que, ao se elevar gradativamente, faz o


combustível atingir seu ponto de ignição. Além disso, determinados produtos, quando
estocados juntos, reagem quimicamente, gerando calor e, consequentemente, uma
combustão.

É uma reação exotérmica ao entrar em contato com o oxigênio do ar ou com


agentes oxidantes, que também ocorre com algumas substâncias como metais pirofóricos.
Por um processo de aquecimento espontâneo, ao atingir a sua temperatura de ignição, há a
combustão.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


199

 Dilatação dos corpos pela ação do calor:

Todos os corpos, quando aquecidos e submetidos a uma temperatura alta, se


dilatam proporcionalmente a cada grau. Esse fenômeno é responsável pelo
desmoronamento de edificações durante os incêndios, quando a temperatura é elevada.

Uma viga de concreto é composta de cimento, areia e pedra, ficando no seu interior
a armação de ferro. Exposta à ação do fogo, esta armação poderá aquecer-se vindo a dilatar-
se, e arrebentar-se do concreto já enfraquecido pelo próprio calor.

9.3 Incêndios: Principais Causadores

 Eletricidade:

A maioria dos grandes incêndios já ocorridos teve início devido a problemas


elétricos, sobrecarga, curto-circuito, entre outros. Por isso, é muito importante que todas as
instalações sejam vistoriadas e bem dimensionadas por profissionais especializados na área
quanto à carga que irão suportar. A fiscalização é a melhor ação preventiva, e a manutenção
adequada, sempre que necessária, é a arma contra o sinistro.

Eletricidade estática é o acúmulo de potencial elétrico de um corpo em relação a


outro, e surge em máquinas em movimento. Evita-se o seu acúmulo estabelecendo “terra”
às máquinas. A formação de potencial elétrico não pode ser evitada, podendo-se, porém,
evitar o acúmulo. Ex.: a descarga elétrica do raio.

 Propagação do fogo:

O fogo se propaga por contato direto da chama com materiais combustíveis, pelo
deslocamento de partículas incandescentes, que se desprendem de outros materiais já em
combustão, e pela ação do calor.

O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do atrito


dos corpos. Ele se propaga por três processos de transmissão.

 Classes de incêndio:

Os materiais combustíveis têm características diferentes e, portanto, queimam de


modos diferentes. Conforme o tipo de material existe quatro classes de incêndio, como
ilustra o Quadro 1 a seguir.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


200

Quadro 1 - Classes de incêndio

Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Lima (2010)

9.4 Estado Físico dos Combustíveis

Em seu estado físico os combustíveis se apresentam enquanto: sólido, líquido,


gasoso, quanto à teoria de craking, de acordo com a temperatura, o ponto de fulgor e
combustão, a temperatura de ignição, a condução, a convecção e a irradiação, flashover e
backdraft, conforme se descreve a seguir.

 Combustível sólido:

Em condições normais, o aquecimento de um combustível no estado sólido provoca


inicialmente a vaporização da umidade, obtendo-se um resíduo sólido (carbono fixo);
posteriormente, pela ação do calor, são liberados compostos gasosos que reagirão com o oxigênio
em presença do calor, até que seja consumida toda a matéria combustível (LIMA, 2010).

 Combustível líquido (teoria da hidroxilização):

Os hidrocarbonetos pulverizados são decompostos, quando sob a ação do oxigênio e do


calor, em compostos hidroxilados (tipo aldeído) de cadeia menor. A ação continua do calor e do
oxigênio acaba por transformar estes compostos em espécies químicas mais simples, como
monóxido de carbono e hidrogênio, que sofrerão nova combustão, produzindo, finalmente, dióxido
de carbono e água. Assim a chama azul produzida no bico de bunsem, indicativa de combustão de
monóxido de carbono e hidrogênio, teria explicação através desta teoria, pois no interior do bico
teríamos um gradiente de temperatura e a consequente formação de compostos hidroxilados
complexos.

 Teoria do “craking”:

Os hidrocarbonetos pulverizados, em mistura com o ar, ao serem submetidos a um


aquecimento brusco, cindem, produzindo diretamente carbono e hidrogênio, que reagirão
com o oxigênio, resultando dióxido de carbono e água como produtos finais. Esta teoria
pode ser explicada por meio da queima de uma vela, pois a parafina liquefeita, ao se
vaporizar no pavio, cinde diretamente em carbono e hidrogênio, quando em contato com a
MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO
201

chama. A presença do carbono pode ser facilmente detectada por meio da introdução de
uma superfície fria no interior da chama, o que implicará um depósito de fuligem (carbono)
sobre aquela. Convém notar que, na prática, esses dois processos ocorrem
simultaneamente, com predominância de um sobre o outro, dependendo do caso.

 Combustível gasoso:

Em mistura com o oxigênio em proporções adequadas pode entrar em combustão


pela ação de um pequeno arco voltaico, ou faísca gerada por atrito. Pelas teorias
apresentadas, conclui-se que o combustível sólido ou líquido entra em combustão somente
após a vaporização ou produção de gás, a partir de sua decomposição, resultante da ação do
calor e do oxigênio.

No entanto, há substâncias que são excluídas da regra geral, como: o carvão vegetal
e os metais pirofóricos, que expostos ao oxigênio entram espontaneamente em combustão.

 Temperatura:

Todo material possui certas propriedades que o diferenciam de outros, em relação


ao nível de combustilidade. Por exemplo, pode-se incendiar a gasolina com a chama de um
isqueiro, não ocorrendo o mesmo em relação ao carvão coque. Isso porque o calor gerado
pela chama não seria suficiente para elevar a temperatura necessária para que ele liberasse
vapores combustíveis. Cada material, dependendo da temperatura a que estiver submetido,
liberará maior ou menor quantidade de vapores.

 Ponto de fulgor:

É a temperatura mínima em que um combustível começa a desprender vapores


que, se entrarem com alguma fonte externa de calor, se incendeiam. Só que as chamas não
se mantêm, não se sustentam, por não existirem vapores suficientes. Se aquecermos
pedaços de madeira dentro de um tubo de vidro de laboratório, a certa temperatura, a
madeira desprenderá vapor de água; esse vapor não pega fogo. Aumentando-se a
temperatura, em certo ponto começarão a sair gases pela boca do tubo aproximando-se um
fósforo aceso, esses gases transformar-se-ão em chamas. Portanto, nota-se que um
combustível (madeira), a certa temperatura, desprende gases que se misturam ao oxigênio
(comburente) e que se inflamam em contato com a chama do fósforo aceso. O fogo não
continua porque os gases são insuficientes, formam-se pequena quantidade. O fenômeno
observado indica o “ponto de fulgor” da madeira (combustível sólido), que é de 150°C. O
ponto de fulgor varia de combustível a combustível: para a gasolina ele é de -42°C; já para o
asfalto é de 204°C.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


202

 Ponto de combustão:

Na experiência da madeira, se o aquecimento prosseguir, a quantidade de gás


expelida pelo tubo aumentará entrando em contato com a chama do fósforo, e então
ocorrerá a ignição, que continuará, mesmo que o fósforo seja retirado. A queima, portanto,
não para. Foi atingido o “ponto de combustão”. No ponto de combustão acontece um fato
diferente: as chamas continuam.

 Temperatura de ignição:

Continuando o aquecimento da madeira, os gases, naturalmente, continuarão se


desprendendo. Em certo ponto, ao saírem do tubo, entrando em contato com o oxigênio
(comburente), eles pegarão fogo sem mais a necessidade da chama do fósforo. Ocorre então
um fato novo: não há mais necessidade da fonte externa de calor. Os gases desprendidos do
combustível, apenas ao contato com o comburente, pegam fogo e, evidentemente mantêm-
se em chamas. Foi atingida a “temperatura de ignição”, que é a temperatura mínima em que
gases desprendidos de um combustível se inflamam, pelo simples contato com o oxigênio do
ar. O éter atinge sua temperatura de ignição a 180°C e o enxofre a 232°C.

Uma substância só queima quando atinge pelo menos o ponto de combustão.


Quando ela alcançar a temperatura de ignição, bastará que seus gases entrem em contato
com o oxigênio para pegar fogo, não havendo necessidade de chama ou de outra fonte de
calor para provocá-lo. Convém lembrar que, mesmo que o combustível esteja no ponto de
combustão, se não houver chama ou outra fonte de calor não se verificará o fogo.

Grande parte dos materiais sólidos orgânicos, líquidos e gases combustíveis contêm
grandes quantidades de carbono e/ou de hidrogênio. Citamos como exemplo o gás propano,
cujas porcentagens em peso são, aproximadamente, 82% de carbono e 18% de hidrogênio.
O tetracloreto de carbono, considerado não combustível, tem aproximadamente, em peso,
8% de carbono e 92% de cloro.

 Condução:

Quando o calor se transmite de molécula a molécula ou de corpo a corpo, ocorre o


que se chama de condução. Para que haja transmissão por condução ou contato, é
necessário que os corpos estejam juntos. Por exemplo, se colocarmos a ponta de uma barra
de ferro sobre o fogo, após algum tempo, podemos verificar que a outra ponta não exposta
à ação do fogo estará aquecida. Neste caso, o calor se transmitiu de molécula a molécula até
atingir a outra extremidade da barra de ferro.

 Convecção:

Quando o calor se transmite a partir de uma massa de ar aquecida, que se desloca


em chamas, levando para outros locais, quantidade de calor suficiente para que os materiais
combustíveis aí existentes atinjam seu ponto de combustão, originando outro foco de fogo,
acontece a convecção. Um exemplo de transmissão do calor por convecção e o ar quente
projetado pelo secador de cabelo.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


203

Essa forma de transmissão do calor é característica dos líquidos e gases. Ela se dá


pela formação de correntes ascendentes e descendentes no meio da massa de ar, devido à
dilatação e à consequente perda de densidade da porção de ar mais próxima da fonte de
calor. Durante um incêndio, a convecção é responsável pelo seu alastramento muitas vezes a
compartimentos distantes do local de origem do fogo.

Toda abertura vertical (como o poço de elevador, duto de ar-condicionado. Lixeira,


poço de escada) funciona como verdadeira chaminé. As chamas, fumaça (gases e vapores) e
fuligem sobem por convecção e levam o incêndio para o alto, internamente. O ar que sobe
na chaminé de sua casa, ou de uma fábrica, leva calor para cima. Monte dois tubos de
cartolina em aberturas de uma caixa de papelão e coloque uma vela acesa debaixo de uma
delas, como na figura abaixo.

Observa-se a seguir a Figura 5, onde ar mais frio em B, sendo mais denso que o ar
em A, descerá para a caixa e empurrará o ar quente para fora da chaminé, produzindo
circulação do ar. Você pode provar a descida do ar em B, mantendo um pedaço de papel ou
pano fumacento sobre essa chaminé.

Figura 5 - Exemplificando a convecção

Fonte: Lima (2010)

No forno de ar quente, por exemplo, o ar frio da sala desce pelo tubo de ar frio até
o forno. Este ar frio, mais pesado, força o ar mais quente, menos denso, a subir pelos tubos
de ar quente. No sistema de ar quente, a água fria desce pelo tubo de retorno e força a água
quente a subir da caldeira para os radiadores.

 Irradiação:

A irradiação se dá quando o calor se transmite por ondas pelo espaço, sem utilizar
qualquer meio material. É o processo de transmissão de calor por meio de ondas
eletromagnéticas (ondas de calor). A energia emitida por um corpo (energia radiante) se
propaga até o outro, através do espaço que os separa.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


204

 Flashover:

O termo flashover foi introduzido pelo cientista britânico P.H. Thomas, nos anos 60,
e foi usado para descrever a teoria do crescimento de um fogo até o ponto onde se torna
um incêndio totalmente desenvolvido. Ainda que os cientistas e pesquisadores definam o
termo flashover de diferentes formas, a maioria deles se baseia no conceito da temperatura
resultante da ignição simultânea dos materiais combustíveis de um determinado ambiente.

A teoria do flashover diz que durante o crescimento do incêndio, o calor da


combustão poderá aquecer gradualmente todos os materiais combustíveis presentes no
ambiente e fazer com que eles alcancem, simultaneamente, seu ponto de ignição,
produzindo a queima instantânea e concomitante desses materiais (dita, ignição súbita
generalizada ou inflamação generalizada). Isso acontece porque a camada de gases do
incêndio (gases aquecidos) que se cria no teto da edificação durante a fase de crescimento
do fogo irradia calor para os materiais combustíveis situados longe da origem do fogo (zona
de pressão positiva). Esse calor irradiado produz a pirólise dos materiais combustíveis do
ambiente. Os gases que se produzem durante este período se aquecem até a temperatura
de ignição e ocorre o flashover, ficando toda a área envolvida pelas chamas (LIMA, 2010).

 Backdraft:

Na fase de queima lenta em um incêndio, a combustão é incompleta porque não há


oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Contudo, o calor da queima livre permanece, e as
partículas de carbono não queimadas (bem como outros gases inflamáveis, produtos da
combustão) estão prontas para incendiar-se rapidamente assim que o oxigênio for
suficiente. Na presença de oxigênio, esse ambiente explodirá. A essa explosão chamamos
“Backdraft” (GOMES, 1998).

As condições a seguir podem indicar uma situação de “Backdraft”:

a) fumaça sob pressão, num ambiente fechado;


b) fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada) e saindo
do ambiente em forma de lufadas;
c) calor excessivo (nota-se pela temperatura na porta);
d) pequenas chamas ou inexistência destas;
e) resíduos da fumaça impregnando o vidro das janelas;
f) pouco ruído;
g) movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura é feita
(em alguns casos ouve-se o ar assoviando ao passar pelas frestas).

 Comparação entre flashovers e backdrafts:

De acordo com Gomes (1998), o termo backdraft é usado por bombeiros para
descrever um evento onde o ar (oxigênio) entra repentinamente num espaço que contém
um incêndio controlado pela falta de ventilação e acaba provocando uma ignição explosiva
ou explosão por fluxo reverso, portanto a causa principal do backdraft está ligada a uma

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


205

abertura e a repentina oferta de ar (oxigênio). Já o efeito disparador ou a causa de um


flashover é o calor e não o ar.

As ignições explosivas tipo backdraft ocorrem nos estágios do incêndio onde


existem muito calor e ventilação limitada, seguida de nova ventilação. Já os flashovers
ocorrem nos estágios onde surge um calor crescente com ventilação permanente.

Os backdrafts não ocorrem muito frequentemente em incêndios. Já os flashovers


acontecem com maior frequência. Um backdraft é um fenômeno explosivo (com a liberação
de ondas de choque que podem romper e lançar estruturas) e o flashover não. O flashover é
apenas o desenvolvimento acelerado do fogo, ou seja, um fenômeno que resulta numa
transição repentina e sustentada de um fogo crescente para um incêndio totalmente
desenvolvido.

9.5 Métodos de Extinção do Fogo

A maioria dos incêndios começa com um pequeno foco, fácil de debelar. Em todo
incêndio ocorre um reação de combustão, envolvendo três elementos: o combustível, o
comburente e o calor. Os métodos de extinção do fogo consistem em "atacar" cada um
desses elementos, conforme ilustra o Quadro 2 a seguir.

Quadro 2 - Métodos de extinção do fogo

Fonte: Lima (2010)

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


206

9.6 Extintores

Como é sabido, os extintores de incêndio são equipamentos indicados para


controlar princípio de incêndio. A seguir, apresentam-se alguns tipos de extintores.

9.6.1 Extintores de Água

Esta subseção apresenta os extintores de água, seus tipos e formas de uso.

 Extintor de água pressurizada:

Este tipo de extintor não é provido de cilindro de gás propelente, visto que a água
permanece sob pressão dentro do aparelho. Para funcionar, necessita apenas da abertura
do registro de passagem do líquido extintor.

 Extintor de água – pressão injetada:

Fixado na parte externa do aparelho está um pequeno cilindro, conforme ilustra a


Figura 6, contendo o gás propelente, cuja válvula deve ser aberta no ato da utilização do
extintor, a fim de pressurizar o ambiente interno do cilindro permitindo o seu
funcionamento.

Figura 6 - Extintor de água – pressão injetada

Fonte: Lima (2010)

O elemento extintor é a água, que atua mediante resfriamento da área do material


em combustão. O agente propulsor (propelente) é o gás carbônico (CO 2). Aprovado pela
norma EB-149, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Existem dois tipos: o de
pressão injetada e o pressurizado.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


207

 Pressão injetada (pressurizável):

São aparelhos formados por cilindro metálico contendo água e outro cilindro de aço
anexo contendo C02, provido de válvula, que quando aberta libera o CO2 para o cilindro que
contém água, possibilitando a expulsão da mesma sobre pressão.

 Pressurizado: extintor de água (pressurizado):

Suas principais características são: capacidade de 10 litros; unidade extintora de 10


litros; aplicação para incêndios Classe “A”; com 10 metros para alcance médio do jato. Em
seu funcionamento, a pressão interna expele a água, quando o gatilho é acionado.

Aparelho formado por cilindro metálico contendo água que é diretamente


pressurizado por gás carbônico, nitrogênio ou ar comprimido possui um manômetro
indicativo da pressão, que com uma simples consulta pode se verificar se está carregado ou
não. A sua descarga pode ser controlada pelo operador, e para acioná-lo basta soltar o pino
de segurança que prende o gatilho existente em sua parte inferior. Com uma mesma carga
pode ser utilizado várias vezes. Atuando a água como agente extintor por resfriamento, é
recomendado para combates a incêndios da classe "A".

Possui vantagens sobre a espuma dado o seu poder de penetração em combustíveis


sólidos, de combustão lenta. Totalmente contra indicado em incêndios da classe "B" e "C",
no primeiro caso, por aumentar o volume do líquido em combustão, além do que a força do
jato pode espalhar mais o fogo. No segundo, a água é boa condutora de eletricidade se o
material estiver carregado pode colocar a vida do bombeiro em risco.

A água é o agente extintor de uso mais comum e é um extintor muito usado por ser
encontrado em abundância. Age por resfriamento, quando aplicada sob a forma de jato
sólido, neblina nos incêndios de Classe A ou vapor, é difícil extinguir o fogo em líquidos
inflamáveis com água por ser ela mais pesada que eles. É boa condutora de energia elétrica,
o que a torna extremamente perigosa nos incêndios de Classe C. Tem capacidade variável
entre 10 e 18 litros.

9.6.1.1 Métodos de uso dos extintores portáteis

 Resfriamento:

Incêndios que envolvam líquidos em chamas, somente poderão ser extintos pelo
método do resfriamento. Ex.: absorve a temperatura do fogo, o que irá promover a extinção
total do incêndio.

 Abafamento:

Quando o vapor é gerado em volume suficiente, o ar poderá ser deslocado e o fogo


poderá ser extinto.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


208

 Diluição e emulsionamento:

O fogo em materiais inflamáveis, que são solúveis em água, poderá ser extinto por
este processo que, no entanto, é pouco utilizado. Nunca deve ser empregada em:

a) fogos de classe B, salvo quando pulverizada sob a forma de neblina;


b) fogos da classe C, salvo quando se tratar de água pulverizada;
c) fogos da classe D.

Existem extintores portáteis de 10 litros e carretas de vários tamanhos, com cilindro


de gás externo ou internos de CO2 ou ar comprimido. As válvulas de comando se localizam
nos cilindros de gás onde possuem manômetros e redutores de pressão para tipos maiores.
As carretas possuem mangueiras de 8 a 15 metros com esguichos.

Os aparelhos devem ser distribuídos de modo que o seu emprego seja o mais fácil
possível, levando-se em consideração os elementos que poderão manejá-los e as condições
do trabalho e local para as instalações dos aparelhos, leva-se em conta que o operador não
percorra, em caso de princípio de incêndio, uma distância maior do que:

a) 20 m para local de pequeno risco;


b) 15 m para local de risco médio;
c) 10 m para local de risco elevado.

Observam-se a seguir os procedimentos gerais em relação ao manuseio dos


aparelhos extintores portáteis, conforme ilustram a Figura 7.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


209

Figura 7 - Procedimentos para manuseio dos extintores

Fonte: Lima (2010)

9.6.1.2 Inspeção e Manutenção

a) semanalmente: verificar acesso ao aparelho;


b) mensalmente: verificar se o extintor está carregado, observando o nível de água
dos extintores de água pressurizada;
c) semestralmente: pesar a cápsula de gás carbônico, substituindo-a caso o peso
esteja baixo do indicado;
d) anualmente: esvaziar e levar o extintor para testá-lo hidraulicamente, e
examinar o vasilhame, verificando se o mesmo está corroído ou acidentado.
Trocar a cápsula se estiver corroída ou selo de válvula violado. Verificar o
mangontinho contra obstruções e o substituir, se for o caso;
e) cada três anos: descarregar fazendo funcionar e inspecionar. Recolocar nova
cápsula de gás e recarregar, neste extintor colocar uma etiqueta com a data e
nome de quem fez a verificação e peso da cápsula. Verificar se o mecanismo de
percussão ou a válvula, segundo o tipo, estão funcionando bem;
f) cada cinco anos: submeter os extintores a testes hidrostáticos NBR 142/70 ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas).

9.6.2 Extintor de Gás (CO2)

O gás carbônico é material não condutor de energia elétrica. O mesmo atua sobre o
FOGO onde este elemento (eletricidade) esta presente. Ao ser acionado o extintor, o gás é
liberado formando uma nuvem que abafa e resfria. É empregado para extinguir PEQUENOS

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


210

focos de fogo em líquidos inflamáveis (classe B) e em pequenos equipamentos energizados


(classe C).

Aprovado pela norma EB-150 da ABNT. Compõe-se especialmente de um cilindro de


aço, uma válvula e um esguicho com ou sem mangueira. A válvula de funcionamento destes
aparelhos localiza-se na sua parte superior e os mesmos funcionam na posição vertical que é
a normal do aparelho. Estes extintores têm grande sucesso na extinção de incêndios da
classe "B" e "C", devido o CO2 agir como agente de abafamento e resfriamento e não ser
condutor de eletricidade.

O CO2 não é corrosivo, não deixa resíduos, não é condutor de eletricidade, não se
estraga com o tempo, não tem nenhuma ação química em condições normais. É
particularmente eficiente em incêndios de numerosos líquidos inflamáveis que dissolvem a
espuma comum. Sua ação é de extrema rapidez independentemente da temperatura; por se
tratar de um gás pode atingir pontos normalmente inacessíveis, devido a formação de uma
nuvem na descarga, podem facilmente dominar incêndios em escapamento de gases. Este
extintor é o preferido para incêndios em equipamentos elétricos, por isso o esguicho difusor
deve ser de material isolante ou no mínimo isolado.

Entre suas limitações observa-se a não possibilidade de verificação imediata da


carga, o que obriga uma constante verificação para se detectar um possível vazamento ou
mesmo a ruptura do disco de segurança; tem que retornar ao fornecedor para ser
recarregado.

Como não forma uma cobertura permanente sobre o inflamável ou qualquer


superfície incendiada, permite o retorno das chamas, quando estas não forem totalmente
extintas, por este motivo quando se extingui um incêndio em líquido inflamável com o CO2,
mesmo depois da extinção, deve-se continuar a usar o gás por mais alguns segundos,
dirigindo-o contra as bordas da vasilha, pois, estas poderão estar aquecidas acima do ponto
de ignição do inflamável que poderá ter seus vapores novamente incendiados.

Possuem diversos e diferentes tamanhos, os quais correspondem à capacidade em


peso de gás liquefeito que admite o cilindro. Obs.: para tempo de descarga: 1 Kg – 19 Seg., 2
Kg – 22 Seg., 4 Kg – 25 Seg., 7 Kg – 27 Seg., 10 kg – 30 Seg., 25 Kg – 57 Seg. Estes extintores
devem estar localizados em locais acessíveis, próximos ao risco a proteger, para a proteção
de equipamentos elétricos volumosos, recomendam-se extintores de 7 Kg e 10 Kg,
laboratórios ou similar aos de 4 Kg, em automóveis os de 1 Kg a 2 Kg.

Gás insípido, inodoro, incolor, inerte e não condutor de eletricidade. Pesa cerca de
1,5 vezes mais do que o ar atmosférico e é armazenado, sob a pressão de 850 libras, em
tubos de aço. As unidades de tipo maior de 60 a 150 Kg devem ser montadas sobre rodas.

É o agente extintor mais indicado para dar combate a incêndio em equipamentos


elétricos energizados. Sendo um gás inerte, não é inflamável, nem bom condutor de
eletricidade. É eficiente também nos incêndios de Classes B. Não dá bons resultados nos de
Classe A. O gás carbônico, como agente extintor, tem, poucas restrições, não devendo ser
utilizado sobre superfícies quentes e brasas, materiais contendo oxigênio e metais

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


211

pirofosfóricos. Quando aplicado sobre os incêndios, age por abafamento, suprimindo e


isolando o oxigênio do ar. É importante atentar para as seguintes observações:

a) asfixia - embora o CO2 não seja tóxico, poderá causar desmaios e até morte por
asfixia mecânica, quando estiver presente em ambientes confinados para
extinção de incêndios.
b) reinício de incêndios - incêndios, aparentemente extintos com uso de gás
carbônico, podem reiniciar-se caso permaneçam brasas vivas ou superfícies
metálicas aquecidas.
c) substâncias químicas - o gás carbônico também não é eficaz como agente
extintor de incêndios envolvendo substâncias químicas que contêm oxigênio.
d) metais pirofosfóricos - incêndios pirofosfóricos, tais como sódio, potássio,
magnésio, titânio, zircônio e incêndios que envolvam hidratos de metais, não
podem ser extintos com gás carbônico. Estas substâncias decompõem o CO2.

9.6.2.1 Métodos de uso dos extintores de Gás (CO2)

O uso dos extintores de gás (CO2) deve ser orientado pelos procedimentos descritos
a seguir:

a) remover o pino de segurança quebrando o lacre;


b) segurar o difusor com a mão direita e comprimir o gatilho da válvula com a mão
esquerda;
c) acionar a válvula dirigindo o jato para a base do fogo;
d) pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.

9.6.2.2 Inspeção e manutenção

a) semanalmente: verificar a acessibilidade, se o pino de segurança, e o selo de


lacração está sem alteração;
b) cada seis meses: pesar o aparelho e registrar na etiqueta, recarregar o mesmo se
a perda de gás for superior a 10%;
c) cada 5 anos: descarregar o aparelho e submeter ao teste hidrostático, se
aprovado deve ser remarcado no recipiente, recarregado, receber selo azul, da
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) de vistoriado.

O agente extintor pode ser o bicarbonato de sódio ou de potássio que recebem um


tratamento para torná-los em absorvente de umidade. O agente propulsor pode ser o gás.

9.6.3 Extintor de Pó Químico Seco (Pó)

Carbônico ou nitrogênio. O agente extintor forma uma nuvem de pó sobre a chama


que visa a exclusão do oxigênio; posteriormente são acrescidos à nuvem, gás carbônico e o
vapor de água devido a queima do pó.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


212

Aprovado pela norma EB-148 da Associação Brasileira de Normas Técnicas. O


extintor de pó químico utiliza como agente extintor o bicarbonato de sódio, bicarbonato de
potássio, cloreto de potássio, tratados com estereato, a fim de torná-los anti-higroscópios e
de fácil descarga. O agente propulsor pode ser o dióxido de carbono ou o nitrogênio. Os
extintores de pó químico podem ser: pressurizado, pressurizável e sobre rodas.

 Extintor de pó químico pressurizado:

Consta de um único recipiente onde fica o pó continuamente pressurizado por CO 2,


ar comprimido ou nitrogênio; uma válvula que comanda a saída do pó, equipada com
manômetro que indica a pressão interna; uma mangueira.

 Extintor de pó químico pressurizável:

Consta de dois recipientes, um para o pó químico e outro para o gás excedente;


uma mangueira para a saída do pó com válvula para abrir e fechar o jato; outra válvula no
cilindro do gás para comandar e controlar sua saída.

O pó químico comum é fabricado com 95% de bicarbonato de sódio,


micropulverizado e 5% de estearato de potássio, de magnésio e outros, para melhorar sua
fluidez e torná-lo repelente à umidade e ao empedramento.

Age por abafamento e, segundo teorias mais modernas, age por interrupção da
reação em cadeia de combustão, motivo pelo qual é o agente mais eficiente para incêndios
de Classe B.

Os produtos químicos secos são agentes extintores indicados para dar combate
eficiente a incêndios que envolvam líquidos inflamáveis. Podem ser utilizados naqueles
ocorridos em equipamentos elétricos energizados (fogo de Classe C), pois são maus
condutores de eletricidade. Contudo, deve-se evitá-lo em equipamentos eletrônicos onde,
aliás, o CO2 é mais indicado. Não dá bons resultados nos incêndios de Classe A.

O efeito do agente químico seco não é prolongado, caso exista no local fonte de
reignição, como, por exemplo, superfícies metálicas aquecidas, o incêndio poderá ser
reativado. Não deve ser usado em painéis de relés e contatos elétricos, como centrais
telefônicas, computadores, etc.

9.6.3.1 Métodos de uso dos extintores de pó químico seco

a) retirar o pino de segurança.


b) empunhar a pistola difusora.
c) atacar o fogo acionando o gatilho.
d) pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.
e) utilizar o pó químico em materiais eletrônicos, somente em último caso.
f) abrir a ampola de gás.
g) apertar o gatilho e dirigir a nuvem de pó à base do fogo.
h) pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


213

i) utilizar o pó químico em materiais eletrônicos, somente em último caso.

9.6.3.2 Inspeção e manutenção:

a) semanalmente: verificar o acesso ao extintor, o pino de segurança e o lacre;


b) mensalmente: verificar o estado geral do aparelho para ver se ele não apresenta
avarias;
c) semestralmente: extintor pó químico pressurizado ler manômetro: i) vermelho:
descarregado; ii) verde: campo de operação normal; iii) amarelo: excesso de
carga ou pressão; e iv) no extintor de pó químico pressurizável deve-se verificar o
peso do cilindro de gás, se for constatado um peso de 10% para menos, é
necessário recarregá-lo;
d) anualmente: examinar o estado do pó químico, se constatado empedramento do
pó, o extintor deve ser recarregado;
e) cada 3 anos: descarregar o extintor e trocar a carga, nesta fase aconselha-se usar
o mesmo para se ministrar instrução;
f) cada 5 anos: submeter o aparelho extintor a teste hidrostático.

 Extintores sobre rodas (carretas):

São aparelhos com maior quantidade de agentes extintor, montados sobre rodas
para serem conduzidos com facilidade.

As carretas recebem o nome de agente extintor que transportam, como os


extintores portáteis. Devido ao seu tamanho e a sua capacidade de carga, a operação destes
aparelhos obriga o emprego de pelo menos dois operadores. As carretas podem ser:

a) de água: com capacidade de 75 a 150 litros, aplica-se a incêndios Classe A. Tem


alcance médio do de jato de 13 metros. Funciona acoplado ao corpo da carreta,
onde há um cilindro de gás comprimido que, quando aberto, a pressuriza,
expelindo a agua depois de acionado o gatilho;
b) de pó químico seco: tem capacidade de 20 a 100 kg. Aplica-se a incêndios
Classes, B, C e D, utilizando PQS especial. Junto ao corpo do extintor há um
cilindro de gás comprimido que, ao ser aberto, o pressuriza, expelindo o pó
quando acionado o gatilho – assim, se dá o seu funcionamento;
c) de gás carbônico: tem capacidade de 25 a 50kg, aplicando-se a incêndios Classes
B e C. Tem alcance médio do jato de 3 metros. Para o seu funcionamento, o gás
carbônico, sob pressão, é liberado quando acionado o gatilho. Deve-se observar
que, independentemente da área ocupada, deverão existir pelo menos dois
extintores para cada pavimento.

As carretas podem ser, ainda, de espuma mecânica e de espuma química.

A unidade extintora é calculada conforme ilustra a Tabela 1 a seguir.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


214

Tabela 1 - Unidades de extintores – quantidade

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

 Observação:

a) os locais designados aos extintores devem ser assinalados por um círculo


vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas;
b) deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a
qual não poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no
mínimo de 1,00 x 1,00 m (um metro por um metro).

Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60 m (um metro e
sessenta centímetros) acima do piso. O Quadro 3 apresenta um resumo das propriedades
dos agentes extintores.

Quadro3 - Resumo das propriedades dos agentes extintores

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

O Quadro 4 a seguir ilustra onde deve ser usados os agentes extintores.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


215

Quadro 4 - Onde usar os agentes extintores

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

9.7 Hidrantes

São terminais de canalizações metálicas que conduzem a água sob pressão (por
gravidade ou pressurizada por bombas) desde os reservatórios (elevados ou subterrâneos),
até os seus terminais simples ou múltiplos, onde são acoplados seus acessórios. Há hidrantes
de coluna, de subterrâneo e de parede.

Figura 8 - Hidrante de coluna urbano

Fonte: Lima (2014)

A Figura 8 acima ilustra um hidrante de coluna. Também denominados emergentes,


os hidrantes de coluna combinam as formas permanentes de hidrantes e aparelhos de
hidrantes, sendo dotados de meios de conexão direta às mangueiras.

Hidrantes de subterrâneo são aqueles que estão ligados a uma rede hidráulica,
situados abaixo do nível do solo, com suas partes constitutivas (expedição e comando de
registro) em caixa de alvenaria e fechada com uma tampa de ferro fundido.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


216

Hidrantes de parede são aqueles utilizados a um metro e meio de um piso, podendo


ser disposto em abrigo especial, onde também se acham os seus acessórios.

9.7.1 Distribuição e Instalação de Hidrantes

O número de hidrantes será determinado pela quantidade de pavimentos e


extensão da área a proteger, localizados de tal maneira que qualquer ponto da edificação
possa ser atingido por um jato de água. Devem ser distribuídos de forma a proteger toda a
área da edificação por dois jatos simultâneos, dentro de um raio de 40 metros (30 m das
mangueiras e 10 m do jato). A altura do hidrante em relação ao piso não deve ultrapassar
1,50 m.

Todo hidrante deve ser constituído de:

a) registro (Globo) de 63 mm (2½");


b) conexões de engate rápido de 63 mm (2½") acoplado ao registro previsto no
item anterior;
c) uma redução de 2½" a 1½" do tipo engate rápido;
d) os hidrantes devem ser vermelhos, protegidos por caixa de ferro ou de alvenaria
nas seguintes dimensões internas: 0,60 x 0,60 m;
e) além da tubulação (1½" ou 2½"), dos registros das mangueiras (30 m ou 15 m),
deve-se escolher requintes que possibilitem a utilização da água em jato pleno
ou sob a forma de neblina (requinte tipo universal).

Os hidrantes devem ser utilizados nos incêndios de classe A: madeira, papel,


cadeira, poltronas, etc. Observa-se que os hidrantes não devem ser empregados em
equipamentos elétricos energizados, do tipo: televisores, geladeira, ferros de engomar,
aparelhos de ar-condicionado, etc.

9.7.2 Métodos de uso dos hidrantes

a) abra a caixa;
b) abra o registro (torneira);
c) estenda a mangueira e coloque-se a uma distância segura;
d) ataque o fogo, dirigindo jato para a base das chamas.

Devem-se observar os seguintes cuidados:

a) o hidrante só deve ser utilizado no combate a incêndios;


b) em hipótese alguma o hidrante deve ser utilizado na lavagem de pisos, paredes,
carros ou outros fins;
c) a mangueira deve permanecer constantemente ligada ao registro e no esguicho;
d) o registro de manobra geral, situado logo abaixo do reservatório superior d’água
e acima da válvula de retenção, deve permanecer aberto para que a canalização
fique sempre cheia;
e) a caixa de incêndio (hidrante de fachada), com tampa de ferro; tendo gravada a
palavra incêndio, localizada na calçada principal da edificação, é destinada ao

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


217

uso exclusivo do Corpo de Bombeiros, por isso deve permanecer sempre limpa e
desobstruída;
f) não estacione veículos sobre a caixa de incêndio (hidrante de fachada) evitando
obstruir o acesso.

9.8 Mangueiras

Mangueiras (Figura 9) são tubos flexíveis, constituídos em sua maioria,


internamente de borracha e protegidos externamente com lona. Possuem em suas
extremidades (acoplados) duas peças metálicas chamadas de Engate rápido, destinadas
interligá-las e a outros acessórios. Podem ainda vir com as bitolas de 2”½ ou 1”½ e com 15,
20 ou 30 metros de comprimento.

Figura 9 - Mangueiras

Fonte: Lima (2014)

9.9 Caixas de Incêndio

As caixas de incêndio são comumente encontradas nos halls e corredores. O seu


acesso deverá estar permanentemente desimpedido e não devem ser transformados em
depósitos de objetos ou de lixos.

Em seu interior deverão estar enroladas as mangueiras e outros acessórios, tais


como uniões de engate.

Outros acessórios são necessários no combate ao incêndio, conforme descrito a


seguir:

 Esguicho: dispositivo destinado a formar e orientar o jato de água.


 Esguicho Cônico: tipo de jato – sólido (alta densidade e baixa expansão).
 Esguicho Universal: tipos de jatos – sólido; (alta densidade e baixa expansão) e,
Neblina (alta expansão e baixa densidade).
 Requinte: bocal rosqueado ao esguicho, destinado a dar forma ao jato de água.
 Redução: é uma peça metálica de engate rápido utilizada para reduzir o diâmetro
dos hidrantes ou mangueiras de 2” ½ para 1” ½.
 Chave Storz: peça metálica utilizada para facilitar e acoplamento e
desacoplamento quando a força física não for suficiente:
SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I
218

 Derivante: aparelho metálico com registros, introdução de 2” ½ e expedições de


1” ½, todas de engate rápido. É utilizado no término da linha adutora,
possibilitando a armação de suas linhas de ataque, quando existe certa distância
entre o mais próximo e o local do incêndio.
 Chave Múltipla e Pino de Registro.
 Sprinkler - é um dispositivo especial, distribuídos em linha de encanamento, do
qual saem ramificações de tubos cujos diâmetros diminuem à medida que se
afastam da linha principal.

9.10 Sistemas de Dilúvio

As instalações de sprinklers de dilúvio são um conjunto de sprinklers abertos ou


boquilhas difusoras instaladas num sistema de tubagem ligado a um fornecimento de água.
A válvula de dilúvio é aberta mediante um sinal do sistema de detecção instalado na mesma
zona dos sprinklers ou das boquilhas. Quando a válvula de dilúvio é aberta, a água enche a
tubagem e é produzida a descarga por todos os sprinklers ou boquilhas.

O sistema de dilúvio é utilizado normalmente para altos riscos que requeiram uma
descarga de água imediata sobre a zona a proteger.

9.11 Equipamentos Fixos de Combate ao Fogo

Todo e qualquer dispositivo ou equipamento, disposto ou fixado nas instalações de


um prédio, é considerado equipamento fixo de combate ao fogo, quando objetiva o
combate imediato as chamas. Os mais empregados são:

a) sistema de sprinklers;
b) sistema mulsifyre;
c) sistema protectospray;
d) portas corta fogo;
e) rede de hidrantes.

 Chuveiros automáticos (sprinklers):

Como o próprio nome diz, a palavra sprinkler significa borrifar ou espargir, este
sistema possui bicos especiais que, quando em funcionamento aplicam um jato borrifado,
sobre uma área determinada.

O sistema de extinção de incêndios por chuveiros automáticos consiste na


distribuição de encanamentos cujo diâmetro diminui à proporção que se afastam do
equipamento central. Os bicos sensíveis ao calor, à fumaça ou a gases resultantes de um
princípio de combustão, são distribuídos pelas instalações da edificação. Automaticamente
se abrem, permitindo passagem do agente extintor que pode ser água, gás carbônico ou
halogenado.

Os sprinklers ou chuveiros automáticos são aparelhos instalados, normalmente, no


teto dos andares ao longo das tubulações. Em determinadas temperaturas fixas

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


219

(aproximadamente 68ºC nas ampolas que contém líquidos de cor vermelha, e 79ºC nas que
contém líquidos de cor amarela), são acionados por meio de fusão ou do rompimento de um
elemento, criando-se assim, passagem livre para o agente extintor (água da rede de
distribuição, gás carbônico ou halogenado), espalhar-se pelo ambiente, apagando o foco de
incêndio.

É importante observar que, embora de alta eficiência, este é um sistema com custo
inicial de instalação elevado, e que há unidades extintoras individuais, compreendendo o
cilindro com o agente extintor e o bico de abertura automática.

 Sistema mulsifyre:

A finalidade deste sistema é a de apagar incêndios em óleos ou em líquidos


inflamáveis, também utilizados nos equipamentos elétricos. O agente extintor é a água
pulverizada, não sendo condutora de eletricidade por estar em alta velocidade na forma de
gotículas finas infinitamente divididas.

Nesse sistema existe apenas um tipo de bico, chamado de “projetor” que, como o
próprio nome diz, projeta violentamente a água sobre as chamas.

 Sistema protectospray:

Este sistema é bastante utilizado, para oferecer proteção nas instalações de gases
liquefeitos do petróleo. O agente extintor é a água pulverizada, que tem a função específica
de oferecer proteção mais do que propriamente apagar incêndios.

 Portas corta-fogo:

São vários os modelos existentes de portas corta-fogo, contudo o objetivo é sempre


o mesmo: evitar a propagação do fogo, ou em última análise, retardar a ação do fogo.

Muito comum, é o modelo suspenso em plano inclinado e seguro por um cabo


resistente, que se encontra unido por um fusível especial. O cabo de aço tem uma de suas
pontas ligadas a uma das extremidades do fusível e a outra a um contrapeso, que a faz
manter aberta. A outra extremidade do fusível está ligada a porta. O acionamento se dá,
quando o fusível é aquecido a uma determinada temperatura, vindo a fundir-se e pondo a
porta em descida por gravidade.

O fusível consta de uma união entre duas chapas, interligadas por um meio de solda
especial que se funde a baixa temperatura (esta deve ser calculada em função do risco). O
fusível nunca deve ser substituído por outro de resistência maior, ou principalmente por
outro meio, tais como: parafusos, soldas aplicadas na união do cabo com a porta, etc.

 Rede de hidrante:

Como já dissemos, todo estabelecimento com mais de 50 empregados deve possuir


rede de hidrantes. O sistema consiste num conjunto de canalizações, possuindo um ponto

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


220

de abastecimento d’água, distribuídos entre vários hidrantes (tomadas de água) que são
controlados por válvulas e registros para manobras. Cada hidrante deverá possuir no
mínimo, um lance de mangueiras e um esguicho.

 Reservatórios de incêndio:

O sistema de hidrantes terá um suprimento d’água permanente. Sendo feito


preferencialmente por ação da gravidade, isto é, por reservatório elevado ou quando
necessário por reservatório subterrâneo, sendo a adução feita por bombas exclusivas ao
sistema. Poderá ser usado o mesmo reservatório para consumo normal e para o de combate
ao incêndio, desde que fique a reserva prevista (reserva técnica) para cada caso, não sendo
permitida a utilização da reserva de incêndio pelo emprego conjugado de reservatórios
subterrâneo ou elevado.

9.12 Normalização e Legislação

A Norma Regulamentadora n.º 23 (NR-23), do Ministério do Trabalho (ver anexos),


apresenta os requisitos exigidos em relação à Proteção contra Incêndio.

Em termos de legislação, deve-se também procurar conhecer o que estabelece a


legislação estadual, municipal, inclusive as normas do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB)
do Corpo de Bombeiros da localidade, da ABNT, entre outros. Os aspectos principais
abordados pela NR-23 são:

a) saídas;
b) portas;
c) escadas;
d) ascensores;
e) portas corta-fogo;
f) combate ao fogo;
g) exercícios de alerta;
h) classes de fogo;
i) extinção por meio de água;
j) extintores (tipo, inspeção, quantidade, localização, sinalização);
k) sistemas de alarme.

Em relação a extintores, existe obrigatoriedade de manutenção de uma ficha de


controle, com um mínimo de informações. Esta ficha pode ser guardada no setor de
Segurança, e dever ser apresentada sempre que solicitada pela fiscalização.

Concluímos que o fogo, quando controlado pelo homem é um instrumento de


grande valor. Há casos, porém, em que o fogo torna-se um agente destruidor, fugindo ao
controle do homem. Para isso devemos, portanto, conhecer os aspectos básicos de
prevenção, proteção e combate ao incêndio para nossa própria segurança.

A prevenção de incêndio consiste em evitar que ocorra fogo, utilizando-se certas


medidas básicas, que envolvem a necessidade de conhecer, entre outros:

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


221

a) característica do fogo;
b) propriedade dos riscos dos materiais;
c) causas dos incêndios;
d) estudos dos combustíveis.

E quando, apesar da prevenção de incêndio, ocorrer o incêndio, é importante que


este seja combatido de forma eficiente, para que sejam minimizadas as consequências, para
isso e importante conhecer:

a) agentes extintoras;
b) saber utilizar os equipamentos de combate a incêndio;
c) saber determinar a melhor atitude a ser tomada quando ocorrer o incêndio.

Visando então, uma conscientização da sociedade para importância de saber que o


homem é o mais importante elemento do sistema, pois nenhum sistema de prevenção de
incêndio funciona ou será eficaz se não houver o elemento humano para operá-lo de
maneira racional.

9.13 Brigada de Incêndio – Requisitos

Devem-se estabelecer requisitos mínimos para a composição, formação,


implantação e reciclagem de Brigadas de Incêndio, preparando-as para atuar na prevenção e
no combate ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros socorros, visando, em
caso de sinistro, proteger a vida e o patrimônio, reduzir as consequências sociais do sinistro
e os danos ao meio ambiente. Para tanto, são elencadas as definições básicas a seguir:

 Altura da edificação  distância compreendida entre o ponto que caracteriza a


saída situada no nível de descarga do prédio e o ponto mais alto do piso do último
pavimento;
 Atestado de brigada de incêndio  atestado emitido pelo responsável da brigada
de incêndio, certificando que a brigada está de acordo com a Norma NBR-14276 e
NBR-15219;
 Auxiliar de instrutor de incêndio  pessoa com conhecimento teórico e prático
em prevenção e combate ao incêndio,, com experiência compatível com o nível do
treinamento e com o nível da instalação de treinamento;
 Auxiliar de instrutor em primeiros socorros  pessoa com conhecimento teórico
e prático em primeiros socorros, com experiência compatível com o nível do
treinamento;
 Bombeiro  pessoa treinada e capacitada que presta serviços de prevenção e
atendimento a emergências, atuando na proteção da vida, do meio ambiente e do
patrimônio;
 Bombeiro profissional civil ou privado  bombeiro que presta serviço em uma
planta ou evento;
 Bombeiro público  bombeiro pertencente a uma Corporação governamental
militar ou civil de atendimento a emergências públicas;
 Bombeiro voluntário  bombeiro pertencente a uma Organização Não

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


222

Governamental (ONG) ou Organização de Sociedade Civil de Interesse Público


(OSCIP) que presta serviços de atendimento a emergências públicas;
 Brigada de incêndio  grupo organizado de pessoas, preferencialmente
voluntárias ou indicadas, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no
combate ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros socorros, dentro
de uma área preestabelecida na planta;
 Brigadista de incêndio  pessoa pertencente à brigada de Incêndio;
 Carga de incêndio  soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas
pela combustão completa de todos os materiais combustíveis contidos em um
espaço, inclusive o revestimento das paredes, divisórias, pisos e tetos, cujo cálculo
é feito conforme o Anexo D da NBR-14276:2006;
 Chefe da edificação ou do turno  brigadista responsável pela coordenação e
execução das ações de emergência de uma determinada edificação da planta;
 Combate a incêndio  conjunto de ações destinadas a extinguir ou isolar o
princípio de incêndio com uso de equipamentos manuais ou automáticos;
 Compartimentação horizontal  subdivisão do pavimento em duas ou mais
unidades autônomas, executada por meio de paredes e portas resistentes ao fogo,
objetivando dificultar a propagação do fogo e facilitar a retirada de pessoas e
bens;
 Compartimentação vertical  conjunto de medidas de proteção contra incêndio
que tem por finalidade evitar a propagação do fogo, fumaça ou gases de um
pavimento para outro, interna ou externamente;
 Compartimento  divisão do pavimento em ambientes que estejam totalmente
isolados por meio de paredes e portas resistentes ao fogo;
 Coordenador geral da brigada  brigadista responsável pela coordenação e
execução das ações de emergência de todas as edificações que compõem uma
planta, independentemente do número de turnos;
 Emergência / perigo  situação com potencial de provocar lesões pessoais ou
danos à saúde, ao meio ambiente ou ao patrimônio, ou a combinação destes;
 Evento  acontecimento programado em determinado local, que reúne grande
quantidade de pessoas;
 Exercício simulado  exercício prático realizado periodicamente para manter a
equipe de emergência (brigada, bombeiro profissional civil ou privado, grupo de
apoio, etc) e os ocupantes das edificações em condições de enfrentar uma
situação real de emergência;
 Exercício simulado parcial  exercício simulado abrangendo apenas uma parte da
planta, respeitando-se os turnos de trabalho;
 Grupo de apoio  grupo de pessoas composto por terceiros (p. ex. pessoal de
manutenção, patrimonial, telefonista, limpeza, etc) ou não, treinados e
capacitados, que auxiliam na execução dos procedimentos básicos na emergência
contra incêndio;
 Instrutor de incêndio  profissional com formação em prevenção e combate a
incêndio e abandono de área, com carga horária mínima de 60 h para risco baixo
ou médio, ou 100 h para risco alto, e formação em técnicas de ensino com carga
horária mínima de 40 h;
 Instrutor em primeiros socorros  profissional com formação em técnicas de

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


223

emergência pré-hospitalar, com carga horária mínima de 100 h para risco baixo,
médio ou alto, e formação em técnicas de ensino com carga horária mínima de 40
h;
 Líder do setor  brigadista responsável pela coordenação e execução das ações
de emergências de um determinado setor, compartimento, pavimento da planta;
 Pessoa com mobilidade reduzida  aquela que, temporária ou
permanentemente, tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de
utilizá-lo. Entende-se por pessoa com mobilidade reduzida pessoas com
deficiência, idosa, obesa, gestante, bebês, entre outros;
 População fixa  Aquela que permanece regularmente na edificação,
considerando-se os turnos de trabalho e a natureza da ocupação, bem como os
terceiros nestas condições;
 População flutuante  Aquela que NÃO permanece regularmente na edificação.
Deve ser sempre considerado o número máximo diário de pessoas;
 Prevenção de incêndio  uma série de medidas destinadas a evitar o surgimento
de um princípio de incêndio, dificultar sua propagação e facilitar sua extinção;
 Responsável pela brigada de incêndio da planta  é o responsável pela ocupação
da planta ou quem ele designar, por escrito;
 Responsável pela ocupação da planta  detentor da posse direta de toda planta
ou representante legal;
 Risco  propriedade de um perigo promover danos, com possibilidade de perdas
humanas, ambientais, materiais e/ou econômicas, resultante da combinação entre
frequência esperada e consequência destas perdas;
 Risco alto  planta com carga de incêndio acima de 1.200 MJ/m2;
 Risco baixo  planta com carga de incêndio até 300 MJ/m2;
 Risco iminente  risco que requer ação imediata;
 Risco médio  planta com carga de incêndio entre 300 a 1.200 MJ/m2;
 Setor  espaço delimitado por elementos construtivos ou risco;
 Sinistro  ocorrência proveniente de risco que resulte em prejuízo ou dano;
 Terceiros  pessoal pertencente a uma empresa prestadora de serviço;
 Vítima  pessoa ou animal que sofra qualquer tipo de lesão ou dano.

O organograma da brigada de incêndio varia, na planta, conforme descrito abaixo e


ilustrado pelas Figuras 10 a 13 a seguir:

a) número de edificações;
b) número de pavimentos em cada edificação;
c) número de empregados (população fixa) em cada setor, pavimento,
compartimento, turno.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


224

Figura 10 - Planta com 01 edificação, 01 pavimento e 04 brigadistas

Fonte: Lima (2014)

Figura 11 - Planta com 01 edificação, 03 pavimentos e 03 brigadistas por pavimento

Fonte: Lima (2014)

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


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Figura 12 - Planta com 02 edificações, a primeira com 03 pavimentos e 02 brigadistas por pavimento,
e a segunda com 01 pavimento e 04 brigadistas por pavimento

Fonte: Lima (2014)

Figura 13 - Planta com 02 edificações, com 03 turnos de trabalho e 03 brigadistas por edificação

Fonte: Lima (2014)

Os critérios básicos para seleção dos brigadistas são:

a) permanecer na edificação durante seu turno de trabalho;


b) possuir boa condição física e boa saúde;
c) possuir bom conhecimento das instalações da empresa;

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


226

d) ter mais de 18 anos;


e) ser alfabetizado;

Para a formação da brigada observa-se que:

a) os brigadistas têm que frequentar curso de formação, conforme Anexo A e B;


b) a validade do treinamento completo é de no máximo 12 meses;
c) terá direito ao Certificado de brigadistas aqueles obtiverem, no mínimo, 70% de
aproveitamento nas avaliações teórica e prática, expedido por instrutor em
incêndio e instrutor em primeiros socorros, com validade de 01 ano.

Devem constar no certificado de brigadista os seguintes dados:

a) nome completo do treinando e nº do RG;


b) carga horária total;
c) período do treinamento;
d) nome completo, formação, RG e CPF do instrutor;
e) informação que o certificado está em conformidade com a NBR-14276:2006.

É importante observar na certificação:

a) para a reciclagem, o brigadista pode ser dispensado de participar da parte


teórica do treinamento de incêndio e/ou primeiros socorros, desde que seja
aprovado em pré-avaliação onde obtenha 70% ou mais de aproveitamento;
b) a avaliação teórica é realizada na forma escrita, podendo ser em múltipla
escolha, conforme o anexo B;
c) a avaliação prática é realizada de acordo com o desempenho do treinando nos
exercícios realizados, conforme o anexo B.

São atribuições da brigada de incêndio as ações de prevenção e de emergência,


conforme descrito a seguir:

 Ações de prevenção:

a) conhecer o plano de emergência contra incêndio da planta;


b) avaliar os riscos existentes;
c) inspecionar os equipamentos de combate a incêndio, primeiros socorros e
outros existentes na edificação da planta;
d) inspecionar as rotas de fuga;
e) elaborar relatório das irregularidades encontradas;
f) encaminhar o relatório aos setores competentes;
g) orientar a população fixa e flutuante;
h) participar dos exercícios simulados.

 Ações de emergência:

a) aplicar os procedimentos básicos estabelecidos no Plano de Emergência contra

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


227

incêndio da planta até o esgotamento dos recursos destinados aos brigadistas.

Para a implantação da brigada de incêndio, deve-se observar o anexo E da NBR-


14276:2006.

Em relação ao controle da brigada de incêndio, as reuniões ordinárias, as reuniões


extraordinárias e os exercícios simulados devem ser realizados pelos membros da Brigada de
Incêndio, conforme Plano de Emergência contra incêndio da planta e NBR-15219.

Quanto aos procedimentos básicos, a brigada deve atuar conforme o Plano de


Emergência contra incêndio da planta, que deve estar de acordo com a NBR-15219:2005.
Listam-se a seguir alguns procedimentos complementares da brigada de incêndio.

a) divulgação e identificação dos brigadistas;


b) equipamento de proteção individual;
c) comunicação interna e externa;
d) ordem de abandono;
e) ponto de encontro dos brigadistas.

Observam-se, ainda, as recomendações gerais para a população da planta em caso


de abandono:

a) acatar as orientações dos brigadistas;


b) manter a calma;
c) caminhar em ordem, sem atropelos;
d) permanecer em silêncio;
e) pessoas em pânico: se não puder acalmá-las, deve-se evitá-las. se possível avisar a
um brigadista;
f) nunca voltar para apanhar objetos;
g) ao sair de um lugar, fechar as portas e janelas sem trancá-las;
h) não se afastar dos outros e não parar nos andares;
i) levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;
j) ao sentir cheiro de gás, não produzir faíscas, fogo ou acender ou apagar luzes;
k) deixar a rua e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de
socorro médico;
l) encaminhar-se ao ponto de encontro e aguardar novas instruções.

Em situações extremas:

a) evitar retirar as roupas e, se possível, molhá-las;


b) se houver necessidade de atravessar uma barreira de fogo, molhar todo o corpo,
roupas, sapatos e cabelo;
c) proteger a respiração com um lenço molhado junto à boca e nariz e manter-se
sempre o mais próximo do chão;
d) antes de abrir uma porta, verificar se ela não está quente;
e) se ficar preso em algum ambiente, aproximar-se de aberturas externas e tentar
de alguma maneira informar sua localização;

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


228

f) nunca saltar do prédio. Lembre-se: sempre tem alguém tentando lhe salvar!

9.14 Exercícios Propostos

1) Com relação ao fogo, qual o elemento que alimenta o fogo?


() O Calor;
() O Combustível;
() O Comburente;
() Nenhuma das Respostas (NDR)

2) Com relação ao fogo, qual o elemento ativador do fogo?


() O Calor;
() O Combustível;
() O Comburente;
() NDR.

3) Com relação ao fogo, qual o elemento que dá início ao fogo?


() O Calor;
() O Combustível;
() O Comburente;
() NDR.

4) Quais as formas em que o combustível pode se apresentar?


() Sólido;
() Líquido;
() Gasoso;
() Todas as respostas (TAR);
() NDR

5) O fogo é um processo químico de?


() fusão, também denominado Combustão, que atinge os materiais combustíveis e
inflamáveis;
() solubilização, também denominado Combustão, que atinge os materiais combustíveis e
inflamáveis;
() transformação, também denominado Combustão, que atinge os materiais combustíveis e
inflamáveis;
() NDR.

6) A propriedade mais importante do oxigênio é sua capacidade de oxidar outras


substâncias, e esta ação pode ser lenta ou rápida. São exemplos de oxidação rápida:
() ferro formando a ferrugem;
() queima da gasolina;
() queima do álcool;
() somente as alternativas a e b estão corretas;
() somente as alternativas b e c estão corretas.

7) A combustão pode classificar-se, quanto à sua velocidade, em:

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


229

() combustão ativa;
() combustão lenta;
() Explosão;
() TAR.

8) Quais são os pontos de calor, do menor para o maior?


() Ponto de combustão, ignição e fulgor;
() Ponto de ignição, fulgor e combustão;
() Ponto de Fulgor, combustão e ignição;
() NDR.

9) Incêndios em materiais líquidos combustíveis e inflamáveis pertencem a que classe?


() A;
() B;
() C;
() D.

10) Incêndios em materiais sólidos pertencem a que classe?


() A;
() B;
() C;
() D.

11) Incêndios em equipamentos elétricos energizados pertencem a que classe?


() A;
() B;
() C;
() D.

12) Qual é forma de propagação de um incêndio, através de uma parede fechada?


() Convecção;
() Condução;
() Radiação;
() NDR.

13) Em um incêndio de um edifício, tendo a janela do andar superior aberta, qual a forma
de propagação do incêndio para o andar superior?
() Convecção;
() Condução;
() Radiação;
() NDR.

14) Consiste em diminuir a taxa de oxigênio ambiente até abaixo do limite necessário para
existência do fogo. Qual o método de extinção descrito?
() Resfriamento;
() Abafamento;
() Isolamento;

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


230

() NDR.

15) O princípio é o de reduzir o calor gerado, provocando uma queda de temperatura até
abaixo do Ponto de Combustão ou de Ignição e, em certos casos, abaixo do Ponto de
Fulgor. Qual o método de extinção descrito?
() Resfriamento;
() Abafamento;
() Isolamento;
() NDR.

16) As moléculas dos agentes extintores se dissociam pela ação do calor e se combinam
com a mistura inflamável, formando outra mistura NÃO inflamável. Qual o método de
extinção descrito?
() Resfriamento;
() Abafamento;
() Isolamento;
() NDR.

17) São três as classificações das causas de incêndio.


Causas Naturais: são aquelas que provocam incêndios sem a intervenção do homem. Dê
exemplos? A)____________________B)________________C)______________
Causas Acidentais: São inúmeras.
Dê exemplos? A)____________________B)________________C)______________
Causas Criminosas: são os incêndios propositais ou criminosos.
Dê exemplos? A)____________________B)________________C)______________

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


231

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR-14608:2000 – Bombeiro


profissional civil. Rio de Janeiro, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR-14787:2001 – Espaço


confinado (prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção). Rio de Janeiro,
2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR-15219:2005 – Plano de


emergência contra incêndio (requisitos). Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR-14277:2005 – Instalações e


equipamentos para treinamento de combate a incêndio (requisitos). Rio de Janeiro, 2005.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR 6: Equipamento de


proteção individual. Ministério do Trabalho e Emprego: Brasília, 2001.

GOMES, A. G. Cartilha da prevenção contra incêndio. São Paulo: Ed. Interciência, 2001.

GOMES, A. G. Sistemas de prevenção contra incêndios. São Paulo: Ed. Interciência, 1998.

LIMA, T.C. (Org.). Brigada de incêndio: prevenção e combate a incêndio. Corpo de Bombeiros Militar
do Espírito Santo. Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo. Vitória, 2010.

PEREIRA, A.G. – Segurança contra incêndio. São Paulo: Ed. Manuais Técnicos, 2000.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


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ANOTAÇÕES: ______________________________________________________________
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DESENHO TÉCNICO
235

10 DESENHO TÉCNICO

Ementa: função e importância do desenho. Instrumentos, materiais e normas


técnicas aplicadas ao desenho. Razão e proporção de objetos. Principais vistas do objeto.
Convenções básicas do desenho de Arquitetura. Este material didático não aborda
ferramenta CAD (Computer Aided Design). A aplicação das técnicas de desenho Técnico
deverá ser desenvolvida livremente pelo estudante com base na ferramenta CAD de sua livre
escolha.

Conteúdo programático: normas técnicas e materiais de desenho; traçado de linhas


(à mão livre) e caligrafia técnica; traçado de linhas (com os materiais de desenho); noções de
desenho geométrico (traçado geométrico); normas técnicas (formatos, legendas, linhas,
cotagem, escalas); projeções ortogonais (sistema europeu), vistas principais; perspectiva
isométrica e cavaleira; cortes.

10.1 Função e Importância do Desenho: Síntese Histórica

O desenho pode ser entendido como uma das primeiras formas de comunicação e
de expressão do homem. Já na pré-história registros eram feitos usando-se as rochas para
representações gráficas. Em diferentes épocas os recursos utilizados têm sido os mais
variados. Na Mesopotâmia, por exemplo, os desenhos de mapas e plantas das cidades eram
traçados em placas de argila. Cem anos antes de Cristo traçava-se em pergaminhos com
auxílio de bastões de chumbo. Por volta do século XVI, após a utilização do chumbo junto ao
estanho e à prata, chegou-se a grafite. O mesmo, à época, era envolvido por porta-mina
artisticamente trabalhado. No século XVII, na Alemanha, foi desenvolvida a ideia de colar
tiras de grafite em madeira, proporcionando maior firmeza para o traçado e fazendo surgir
então o lápis.

Em 1795, o mecânico francês Nicolas Jacques Conté (Sées, 1755- Paris, 1805), foi
um dos fundadores do Conservatório de Artes e Ofícios. Fundou uma fábrica de lápis após
descobrir o grafite artificial. Aperfeiçoou o seu uso por meio de uma mistura de grafite
moído com cerâmica desenlameada e posteriormente submetida a um processo de
estiramento por pressão. Dependendo da proporção de grafite e cerâmica, eram obtidos os
diferentes graus de dureza que conhecemos hoje tanto pelos números nos lápis (1, 2, 3),
como pelas letras (H, B, F).

Durante alguns séculos, o desenho, hoje entendido como técnico, foi um


conhecimento e um processo grafo-representativo de acesso restrito, e por isso mesmo
descomprometido com regras e normas de execução. Um dos maiores complicadores residia
na dificuldade de se demonstrar à volumetria das formas em superfícies planas, problema
que foi minimizado no século XV, quando foi desenvolvido um estudo relativo à teoria do
desenho e a representação gráfica de inúmeros inventos por Leonardo da Vinci (Vinci, 1452-
Castelo de Cloux, 1519), pintor, escultor, inventor, engenheiro e arquiteto italiano.

Mas as técnicas de representação basicamente só passariam a ter maior


fundamentação e importância a partir do final do século XVIII, quando então foi criada a
Geometria Descritiva com o objetivo de tirar a nação francesa da dependência até então da

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


236

indústria estrangeira por Gaspard Monge (Blaune, 1746- Paris, 1818), matemático francês,
foi um dos fundadores da Escola Politécnica de Paris. A Exposição Universal de Desenho,
1828 na França e a Exposição Industrial de Londres em 1851 colaboraram para que o
desenho fosse aceito como um potencial instrumento de autonomia e de desenvolvimento
tecnológico.

Hoje o desenho técnico assume uma posição difusa e multidisciplinar e, aliado a


importantes recursos, como os computadores, auxilia na produção do mundo material no
qua se vive, utilizando-se de uma linguagem normalizada e universal. Das ideias preliminares
aos estágios finais de representação, sua complicação se faz presente em projetos
mecânicos; mobiliários; arquitetônico; aeroespaciais; navais e em inúmeras outras áreas. O
conhecimento que se pretende transmitir em neste curso é, apenas, a parte básica
necessária para um aprofundamento específico posterior.

10.2 A Comunicação Gráfica pela Escrita e pelo Desenho

Graficamente, é possível se comunicar pela escrita ou pelo desenho. A escrita, que


não deixa de ser um desenho de letras, sob o ponto de vista gramatical, empresta à
semântica um valor superior ao que é fornecida à caligrafia. Tanto que a força de uma
palavra está no seu significado, pouco importando o formato de suas letras.

Na comunicação pelo desenho, há de se considerar suas diversas modalidades, cada


um com instruções metodológicas de estudo próprias e especificadas em função dos seus
objetivos. Genericamente, o desenho se comunica pela imagem, o que facilita a percepção.
A leitura e a interpretação nem sempre são imediatas. A percepção tridimensional, a partir
de uma representação plana, é indispensável. Igualmente importante é o conhecimento da
estrutura e funcionamento do processo utilizado na execução do desenho.

10.2.1 Acabando com o Medo de Desenhar

Uma coisa é dizer que há a necessidade de se expressar bem graficamente; a outra


é dizer que há necessidade de desenhar bem. Sabe-se que de uma forma ou de outra, diz-se
a mesma verdade. Acontece que a primeira sentença é aceita sem muitas restrições, por não
explicitar a transitividade do verbo desenhar, “fatal” para muitos. Ter que desenhar, na
maioria das pessoas, causa reações psicológicas, geram bloqueios, inibições. Aciona
mecanismos de defesa. Tudo isso aliviado por justificativas do tipo “não nasci com jeito para
desenhar”, “não nasci com este dom” ou ainda “desenhar é coisa pra artista”, e por aí vai. É
fato que existem os privilegiados. O que não se aceita é a exclusividade, por ser possível a
qualquer pessoa, adquirir o jeito para o desenho. E o primeiro passo é acabar com o medo
de desenhar.

10.2.2 Como Desenhar Bem

Todos os nossos cinco sentidos favorecem a aprendizagem, pois e por meio deles
que se percebe o mundo. “Quanto maior o número de sentidos que empregamos na
investigação da natureza ou das qualidades de um objeto, tanto mais exato é o
conhecimento que adquirimos deste objeto” (Pestalozzi). É necessário empenhar o maior

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


237

número de sentidos ao momento que se vive, às situações que se enfrenta, até porque
nenhum sentido existe independentemente dos demais; antes, ao contrário, eles se
interpenetram e se completam.

De todos os sentidos, o da visão parece ser o mais solicitado. O ser humano é


naturalmente condicionado à aquisição de conhecimentos por meio da visão. Exercitá-la
ajuda a compreender melhor as relações do espaço tridimensional em que se vive. Favorece
o espírito de observação, a percepção visual, a memória visual e o raciocínio. Numa
experiência visual plena, não basta olhar simplesmente. É preciso ver com todos os sentidos
os detalhes da forma, a simetria existente, a textura da matéria, as cores existentes, a luz, a
sombra, as distâncias, a proporção. É preciso atingir o objeto-alvo curiosamente, analisando
o movimento, o volume, o contorno, o efeito perspectivo, o clima, a temperatura.

10.2.3 A Percepção Visual

Percepção significa conhecer, por meio dos sentidos, objetos e situações. A


abrangência do verbo conhecer demonstra que as pessoas não possuem o mesmo grau de
percepção. Tal faculdade depende de vários fatores e pode variar da simples e imediata
identificação ou reconhecimento de um objeto, até a constatação de detalhes de suas
partes. De todas as formas de percepção a visual é extraordinariamente importante para
quem desenha, isto é para quem executa, lê ou interpreta um desenho. Seu aprimoramento
se consegue mediante exercício do ver, em primeiro lugar. Ver com curiosa atenção e
inteligência. A percepção, seja ela qual for, depende do estado emocional de cada ser, do
seu condicionamento psicológico: ansiedades, expectativa e motivações. Existem,
entretanto, outras considerações sobre as quais se devem ponderar no processo perceptivo:
a posição do observador em relação ao evento é uma delas.

Quando se olha um determinado objeto, a luz penetra em nos olhos, atravessando


a córnea, o humor aquoso, a pupila, o cristalino e o humor vítreo, levando a imagem até a
retina, onde ela é fixada. Na retina, a imagem fica invertida. Da retina, a imagem é
transmitida ao cérebro onde é endireitada. O que se vê, portanto, vem a ser uma resposta
do cérebro ao estímulo recebido pela retina. A retina situa-se na parte posterior do globo
ocular, numa superfície aproximadamente esférica.

A visão exerce grande importância na aprendizagem. Aprende-se quando a


retenção da aprendizagem é seguida de aplicação. A exercitação imediata favorece a
sedimentação dos conhecimentos adquiridos. Aprende-se: 1% a partir do gosto; 1,5% do
tato; 3,5% a partir do olfato; 11% pelo ouvido e 83% por meio da vista (Socondy-Vacum
OilCoStudies, 0000).

10.2.4 A Necessidade de Desenhar

O interesse do homem em repassar suas experiências visuais por meio do desenho


data da pré-história. O homem primitivo, assim como a criança, se deixa envolver pelo poder
mágico da imagem e pratica um desenho espontâneo, onde a síntese, transparência e o uso
intuitivo do rebatimento são características marcantes. Durante séculos, artistas tentam
desenvolver técnicas capazes de permitir a representação gráfica de objetos, figuras e

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


238

paisagens à maneira como eram vistos, estudando os efeitos da distância e da luz sobre o
tamanho e a forma dos motivos. Paralelamente, engenheiros e arquitetos desenvolviam
procedimentos que permitissem desenhar seus projetos para posterior construção.

Experiências acumuladas, o desenho evolui como resultado das descobertas e


conquistas culturais da humanidade, sendo hoje valioso instrumento de comunicação e de
expressão. O desenho é uma linguagem. Favorece o entendimento entre as pessoas que
concebem e as que executam um trabalho de natureza tecnológica. Cumpre lembrar que o
“desenhar” compreende três fases: a execução, a leitura e a interpretação. Aos
computadores se pode emprestar a autoria da execução de um desenho, não é nada mais
que um instrumento de desenho; ao homem, entretanto, caberá sempre a leitura e a
interpretação. Na Figura 1 a seguir, no primeiro desenho, é possível fazer referências a um
simples triedro e não ao hexaedro regular. No segundo desenho, o valor perceptivo das
arestas invisíveis torna mais evidente o volume do sólido. No terceiro desenho, o plano
horizontal acolhe a base do sólido que passa a ser um hexaedro.

Figura 1 - Exemplos de desenhos e suas referências

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

10.3 Desenho Técnico – Definição

A arte de representar os contornos dos objetos por meio de linhas ou sombras. O


desenho representa uma técnica para apropriação da natureza, e faz uso desta técnica para
a realização do que a mente cria dentro de si mesma. Os desenhos técnicos se classificam,
didaticamente, em artístico ou expressivo, onde o artista expressa sentimento e imaginação;
técnico-científico, cuja finalidade é resolver graficamente os problemas, utilizando
instrumental próprio.

Nos cursos técnicos serão desenvolvidos os desenhos técnico-científicos: Desenho


Geométrico (estuda os problemas da geometria plana); Geometria Descritiva (Mongeana,
Cotada, Axonométrica) (estuda os problemas da geometria espacial); e Desenho Técnico
(tem a finalidade de representar objetivos, permitindo aos projetistas transmitir aos
executantes a forma, as dimensões e a posição relativa do que se está representando, bem
como seu aspecto e material).

Conforme a natureza do objeto a ser representado e do tipo de representação, o


Desenho Técnico pode ser subdividido em: Mecânico, Arquitetônico, Eletrotécnico,
MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO
239

Topográfico, de Estruturas, Cartográfico, Naval, Aeronáutico, etc. Os desenhos técnicos se


classificam segundo os seguintes critérios:

 Quanto ao aspecto geométrico: desenho projetivo e desenho não projetivo.


a) desenho projetivo: desenho resultante de projeções da peça sobre um ou mais
planos, compreendendo as projeções ortogonais e as perspectivas, conforme
ilustrado pela Figura 2 a seguir;

Figura 2 - Desenho projetivo

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

b) desenho não projetivo: diagramas, esquemas, fluxograma, organograma,


gráficos, etc., como ilustra a Figura 3 logo abaixo.

Figura 3 - Desenho não projetivo

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

 Quanto ao grau de elaboração: croquis, desenho preliminar e desenho definitivo.


a) croquis: representação gráfica aplicada habitualmente aos estágios iniciais da
elaboração de um projeto ou à representação de elementos existentes em uma
peça ou à execução da obra, como se pode observar na Figura 4 a seguir. É
executado à mão livre ou com instrumentos;

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


240

Figura 4 - Croquis

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

b) desenho preliminar: representação gráfica empregada nos estágios


intermediários da elaboração da peça ou do projeto, sujeito ainda às
alterações. Corresponde ao anteprojeto, como ilustra a Figura 5. Dados:
Diâmetro da Flange = 60; Espessura = 15; Diâmetro do Cilindro = 30;

Figura 5 - Desenho preliminar

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

c) desenho definitivo: desenho integrante da solução final da peça ou do projeto,


contendo os elementos necessários à sua compreensão, de modo a poder
servir à execução, conforme ilustrado pela Figura 6 a seguir.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


241

Figura 6 - Desenho definitivo

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

 Quanto à finalidade: construção, montagem e ilustração.


 Quanto ao material empregado: desenho confeccionado a lápis, desenho
confeccionado à tinta em papel comum, manteiga ou vegetal (transparente).
 Quanto à técnica de execução: desenho à mão livre ou feito com instrumentos.
 Quanto à natureza: original ou cópia (heliográfica Xerox).

10.4 A Função do Desenho Técnico e sua Importância na Execução dos Projetos de


Engenharia e Tarefas Industriais

O projeto é uma das principais atribuições do engenheiro. O desenho é a


ferramenta fundamental para o seu desenvolvimento. Um novo produto, seja ele uma
máquina, uma estrutura ou sistema, deve existir na cabeça do engenheiro ou projetista
antes de se tornar realidade. Essa ideia é colocada no papel, para que os outros elementos
da equipe de trabalho a compreendam, por meio de uma linguagem gráfica, por intermédio
de croquis desenhados à mão livre. Esses croquis serão seguidos por outros, até o
desenvolvimento completo da ideia, quando então se passa para a fase de detalhamento.

O engenheiro projetista deve ser capaz de criar os croqui dentro da ideia concebida
e supervisionar a preparação dos desenhos e especificações, que irão controlar os
numerosos detalhes de produção e manutenção do produto. Para executar ou supervisionar
a execução de desenhos, é necessário um treinamento intenso nas técnicas de desenho com
instrumentos e um grande conhecimento da linguagem gráfica.

Um projeto apresenta uma quantidade inumerável de documentos entre plantas,


memoriais, especificações, etc. O desenvolvimento de um projeto pode levar, desde a sua
concepção até o produto final acabado, pouco ou longo tempo, por diversos motivos, tais
como complexidade, atrasos, falta de recursos. O projeto completo de um edifício de dez
andares, com os projetos de arquitetura, fundação, estrutura, instalações, etc., envolve um
número muito grande de plantas. O projeto completo de um automóvel com todas as peças
detalhadas ultrapassa a cifra dos cinco mil desenhos. Uma indústria siderúrgica de grande
porte possui um acervo da ordem de quinhentos mil desenhos, onde estão todos os prédios,
equipamentos e reformas.
O desenho nada é do que uma forma de linguagem, servindo, portanto para
comunicar ideias e conceitos. Essa linguagem traz sempre como mensagem a representação

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


242

de um objeto qualquer tridimensional, por meio de um veículo bidimensional: a folha de


papel, o quadro, uma transparência, etc. Como toda forma de linguagem, também o
desenho apresenta uma série de regras a serem obedecidas, para que ocorra de forma
correta a transmissão da informação entre o emissor – projetista, engenheiro, arquiteto,
etc., e o receptor, que deve ter condições de interpretá-la de forma unívoca.

O objetivo, portanto, é o de estudar essas regras, pois elas já se encontram


definidas, de tal forma que no término do curso os alunos saibam tanto emitir quanto
interpretar informações na linguagem gráfica.

10.5 Instrumentos, Materiais e Seu Uso no Desenho Técnico

Os desenhos técnico-científicos são executados com instrumentos gráficos


apropriados. Esse instrumental pode ser separado num conjunto de materiais permanentes
e noutro de materiais renováveis, conforme será descrito a seguir.

10.5.1 Material Permanente

Para o traçado de linhas horizontais são utilizados dois instrumentos: a régua T (em
desuso) e a régua paralela, conforme ilustra a Figura 7.

Figura 7 - Traçado de linhas horizontais

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Para o traçado de linhas verticais e inclinadas, utiliza-se o par de esquadros, onde o


cateto maior do esquadro de 60o é igual à hipotenusa do esquadro de 45o, como se pode
observar na Figura 8 a seguir.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


243

Figura 8 - Traçado de linhas verticais

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Para o traçado de curvas que não sejam arcos de circunferências, utilizam-se as


curva francesa e a curva flexível (ambas em desuso).

Para o traçado de circunferências e seus arcos, utiliza-se o compasso, seja aquele


em estojo com articulações, seja o compasso escolar, com ponta seca, ponta para adaptação
de mina de grafite e tira linha, conforme ilustra a Figura 9 a seguir.

Figura 9 - Traçado de circunferências – compassos

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Para tomadas de medidas de distâncias, utiliza-se o escalímetro, conforme ilustra a


Figura 10, réguas ou escalas graduadas, como ilustra a Figura 11.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


244

Figura 10 - Tomadas de medidas de distância - escalímetro

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Figura 11 - Tomadas de medidas de distância – réguas e escala graduada

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Para tomada de medida de ângulos, utiliza-se o transferidor (180o ou 360o),


ilustrado pela Figura 12 a seguir.

Figura 12 - Tomada de medida de ângulos – transferidor de 360o

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Para o traçado a lápis, podem ser usados os lápis cilíndricos comuns (n o 1, 2, 3, 4, 5)


e as lapiseiras espessuras (0,3; 0,5; 0,7; 0,9), ilustrados pelas Figuras 13 e 14 a seguir.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


245

Figura 13 - Traçado a lápis – lápis cilíndrico no 2

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Figura 14 - Traçado a lápis – lapiseira pentel espessura 0,9

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Para o traçado à tinta, utilizam-se penas cilíndricas, como ilustra a Figura 15 abaixo.

Figura 15 - Traçado à tinta – estojo de canetas rotring

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Como instrumentos de apoio encontram-se: gabaritos, prancheta, banco,


tecnígrafo, luminária, normógrafo (Figura 16), computador.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


246

Figura 16 - Instrumentos de apoio – normógrafo vazado (E) e estojo de normografia (D)

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

10.5.2 Material Renovável

Os materiais renováveis são: grafite para lapiseira, borrachas, apontador para


grafite ou lixa, tinta nanquim, fita adesiva, gilette, escova bigode, álcool, benzina, pano para
limpeza ou flanela.

10.5.3 O Uso do Material de Desenho

Os projetos se caracterizam por um conjunto de desenhos cuja elaboração e boa


apresentação dependem de dois aspectos. O primeiro é o uso das Normas e dos Métodos de
Projeções convencionados; o segundo é mais uma arte, cuja técnica de execução depende
da segurança adquirida no manuseio dos instrumentos. A execução tanto pode ser a lápis
como à tinta.

 Desenho com grafite: para se obter uma boa qualidade num desenho com grafite
deve-se, antes de qualquer coisa, utilizar a dureza apropriada. Além disso, convém
preparar a ponta do grafite em cone ou espátula (lápis) segundo a preferência do
desenhista. A ponta do compasso deve ficar chanfrada pelo lado externo à haste
do compasso.
 Desenho com régua: o traçado de linhas deve ter um sentido cômodo para o
desenhista. O traço das horizontais convém que seja da esquerda para a direita, e
as verticais de baixo para cima, deixando o grafite apoiado no esquadro ou na
régua formando ângulo de 60° com a folha de desenho. A régua T ou régua
paralela, quando for utilizada deve ser manejada pela mão esquerda, o corpo deve
ficar paralelo à direção dos traços.
 Desenho com esquadros: os esquadros podem se combinar entre si, formando
diversos ângulos. Convém sempre verificar o par e a exatidão dos esquadros ao
comprá-los ou ao usar com outro acidentalmente.
 Desenho com curva francesa: os ramos traçados devem continuar tangentes (sem
ponto de interseção) entre si, escolhendo os trechos mais convenientes e
observando a simetria.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


247

 Desenho com compasso: observar as formas adequadas de uso dos diversos tipos
de compassos:
a) escolar simples;
b) compasso de ponta seca (em desuso);
c) compasso bailarino (em desuso);
d) adaptador para uso da caneta para tinta nanquim, acoplada ao compasso.

10.6 Normas Técnicas Aplicadas ao Desenho

O desenvolvimento tecnológico atual impõe, cada vez mais, a necessidade de serem


estabelecidas e respeitadas normas e padrões universais, que dentre outros objetivos visam,
tanto facilitar o processo de intercâmbio de produtos e informações, como também,
resguardar a qualidade do que é produzido. É de grande importância a conscientização por
parte dos estudantes quanto à necessidade de obediência às normas técnicas vigentes nas
mais diferentes áreas, e, neste caso particular, com relação à área de desenho técnico. De
acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), as normas técnicas aplicadas
ao desenho são as descritas a seguir (ABNT, 1984):

 NBR 8402 – da execução de caracteres para escrita em desenho técnico: os tipos


de letras e algarismos usados em cotas, legendas e anotações devem ser bem
legíveis, de rápida execução e proporcionais ao desenho, podendo ser verticais ou
inclinadas a 75°, executadas à mão livre ou com auxílio de ferramentas por meio
da normografia ou digitação.
 NBR 8403 – aplicação de linhas em desenho técnico – tipos de linhas – larguras: as
linhas utilizadas em desenho técnico são grossa, média e fina: A linha grosa é
empregada em arestas e contornos visíveis; a linha média é empregada para
representar arestas e contornos invisíveis, linha de ruptura; e a linha fina é
empregada para representar linha de cota, linha de chamada, linha de centro, eixo
de simetria e demais linhas básicas.

Por determinação da ABNT, as linhas do desenho técnico são regulamentadas pela


NBR 8403 quanto à aplicação e largura. Descrição das linhas: linha de contorno visível
representa todas as arestas visíveis do objeto que está sendo representado (vide as linhas
horizontais e inclinadas da Figura 17). Linha de contorno invisível representa as linhas que
estão encobertas por outras partes do objeto em relação ao observador. Usa-se a linha
tracejada para a indicação destas partes encobertas (Figura 17). Linha de centro e eixo de
simetria representa as partes simétricas, onde um lado é igual ao inverso do outro, e
também o centro das figuras. Na representação da linha de centro e eixo de simetria usa-se
uma linha fina formada por traços e pontos alternados (vide linha vertical formada por traço
e ponto no centro da peça). Linha de chamada é uma linha fina, que não deve tocar na linha
de contorno, que é utilizada para auxiliar a linha de cota. É recomendável que a linha de
chamada não deva encostar-se ao contorno dos objetos. Linha de cota é uma linha fina
limitada por flechas agudas que tocam nas linhas de chamadas. Em alguns casos especiais
nas linhas de cotas são utilizados pontos ou traços inclinados em substituição às flechas. O
numeral 297 representa o valor real da dimensão o qual passa a ser chamado de cota.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


248

Figura 17 - Descrição das linhas

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Quando necessário, podem ser utilizados outros tipos de linhas. Deve-se recorrer à
representação de arestas e contornos invisíveis (tracejado) apenas nos casos de maior
clareza do desenho.

 NBR 10068 – folha de desenho – layout e dimensões: a folha de desenho se


enquadra em um formato de papel da série A, como ilustrado pela Figura 18.

a) o formato básico cujo símbolo é o A0 (zero): um retângulo de 841 mm x 1189


mm com área de 1m²;

Figura 18 - Folha do desenho – layout e dimensões

A1

A0

A3
A2

A4 A4

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

b) características dos formatos derivados do formato básico: cada um é obtido


pela bipartição do anterior, segundo uma linha paralela ao menor lado do
retângulo bipartido. São geometricamente semelhantes entre si. Guardam
entre os seus lados a mesma razão existente entre o lado de um quadrado e a
MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO
249

sua diagonal. As áreas dos formatos derivados são múltiplas ou submúltiplas da


área do formato básico (1m²). Cada formato é representado pelas dimensões
dos seus lados ou pelo seu símbolo. Ex.: 210 mm x 297 mm ou A4(quatro);
c) tabela: dimensões do papel, ilustradas pela Figura 19 a seguir;

Figura 19 - Tabela de dimensões do papel

Margem
Formato Dimensões (mm)
Esquerda Direita

A0 841 x 1189 10

A1 594 x 841 10

A2 420 x 594 25 10

A3 297 x 420 7

A4 210 x 297 7

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

d) podem ser usados formatos compostos obtidos pela conjugação de formatos iguais
ou consecutivos. Por exemplo, 4 A4 (840 x 297), como ilustra a Figura 20 a seguir;

Figura 20 - Formato conjugado 4 A4

A4 A4 A4 A4

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

e) no lado vertical esquerdo, recomenda-se uma margem de 25 mm, no caso de


arquivamento do desenho em classificadores conforme a tabela apresentada no item
3.

 NBR 13142 – dobramento e cópias: sendo necessário o dobramento de folhas, o


formato final deve ser o A4 de modo a deixar visível o quadro destinado à legenda.
O dobramento das folhas pode ser efetuado da seguinte maneira:
a) efetua-se o dobramento a partir do lado direito em dobras verticais de 185
mm; a parte final é dobrada ao meio;
b) em seguida a folha será dobrada segundo a altura, em dobras horizontais de
297 mm;
c) aconselhamos assinalar nas margens, as posições das dobras, a fim de facilitar o
dobramento.

 NBR 10582 – procedimento – espaço para desenho, texto e legenda no desenho


técnico: toda folha desenhada deve levar no canto inferior direito, um quadro
destinado à legenda conforme modelos abaixo:

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


250

a) espaço para o desenho, conforme ilustra a Figura 21 deve seguir as seguintes


recomendações:
i) os desenhos devem ser dispostos tanto no sentido vertical como no sentido
horizontal;
ii) o desenho principal deve ocupar o local acima e à esquerda na folha;
iii) o desenho, se possível, deve ser executado observando-se as dobras da folha
do papel;
iv) a legenda deve ter 178 mm de comprimento nos formatos A2, A3 e A4 e 175
mm nos A0 e A1;

Figura 21 - Orientações para o desenho na folha

Espaço para o Espaço para Espaço para o


desenho o texto desenho

Espaço para o texto

Legenda Legenda

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

b) lista de peças, relação de materiais, descrição de modificações e indicações


suplementares, quando necessárias, devem ser apresentadas preferivelmente
acima ou então à esquerda da legenda.

 NBR 8196 – emprego de escalas em desenho técnico: a escala do desenho deve,


obrigatoriamente, ser indicada na legenda; constando na mesma folha desenhos
em escalas diferentes, estas devem ser indicadas tanto na legenda como junto aos
desenhos a que correspondem; as escalas são três: natural (1:1) um por um é a
leitura. Além da escala natural as recomendadas são a escala para redução (1:2;
1:2,5; 1:5; 1:10; 1:20; 1:25; 1:50; 1:100; 1:200; 1:250; 1:500; 1:1000) e escala para
ampliação (2:1; 5:1; 10:1; 20:1; 100:1; 200:1; 500:1; 1000:1).

 NBR 10067 – princípios gerais de representação em desenho técnico – vistas e


cortes.

10.7 Projeções

O desenho geométrico é plano quando estuda a representação de figuras de até


duas dimensões; é projetivo, quando representa figuras do espaço tridimensional. O
primeiro, o desenho geométrico, é de fácil execução pela compatibilidade dimensional que
existe entre as figuras a serem desenhadas e o plano sobre o qual serão representadas; já o
segundo, o desenho projetivo, está sujeito a um conjunto de regras e de convenções que
promovem, como num “passe de mágica” a redução dimensional do objeto, de tal forma

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


251

que se garanta a reversibilidade do sistema, isto é, do espaço para o plano e vice versa. Para
que se possa fazer esta “mágica”, a geometria projetiva fundamenta-se na teoria das
projeções.

A representação no plano de uma figura do espaço tridimensional é realizada graças


à existência dos Sistemas de Representação, que podem ser agrupados em duas
modalidades, em função dos seus objetivos: na primeira, os desenhos de apresentação, são
as perspectivas; na segunda, são os desenhos operacionais ou de precisão. São os seguintes
os Sistemas de Representação: Perspectiva Cônica; Perspectiva Axonométrica; Perspectiva
Cavaleira; Sistema Mongeano; Sistema dos Planos Cotados.

Na perspectiva cônica merecem destaque os desenhos com uma ou com duas


fugas. Na perspectiva Axonométrica, serão destacadas a perspectiva isométrica. No
presente trabalho não serão abordado os Planos Cotados, dado que não favorecem aos seus
objetivos imediatos.

10.10.1 Diferentes Maneiras de Projetar – Noções Elementares

Para que se possa definir um sistema projetivo, não necessários de três entes: o
objeto a ser projetado, o centro da projeção e do plano que acolherá a projeção, a imagem
do objeto. Todos esses elementos são indispensáveis. O Desenho Técnico de um objeto é
expresso por meio de vistas ortográficas e perspectivas. Ambas as formas de representação
gráfica são aplicações do estudo de projeções.

A operação geométrica projeção supõe a existência de uma superfície onde se


realizam as projeções, pontos onde retas que passam pelos diversos pontos a serem
projetados “furam” essa superfície. Entende-se por projeção de uma figura como a projeção
de todos os seus pontos. Pode-se pensar na projeção como sendo a sombra de um ou mais
pontos em um determinado plano.

10.10.2 Sistemas de projeção e perspectivas

Os sistemas de projeção são divididos em: projeção cônica, projeção cilíndrica,


projeção cilíndrica ortogonal, que serão descritas abaixo.

 Projeção cônica: o centro dos raios projetantes é um ponto. A distância do ponto


ao plano é finita, é conhecida. O centro de projeção, obviamente não pode
pertencer ao objeto nem ao plano de projeção. As projetantes divergem do centro
de projeção ou foco, interceptando o plano de projeção, como se pode observar
na Figura 22 abaixo.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


252

Figura 22 - Projeção cônica

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

 Projeção cilíndrica: o centro de projeção não é conhecido, está no infinito. Desse


ponto se conhece apenas sua direção (d). As projetantes seguem-se
paralelamente à referida direção que pode ser, em relação ao plano de projeção,
oblíqua ou ortogonal. A figura 23 a seguir ilustra a projeção cilíndrica oblíqua ou
simplesmente projeção oblíqua.

Figura 23 - Projeção cilíndrica oblíqua

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

 Projeção cilíndrica ortogonal: tudo o que acontecer é igual ao sistema de projeção


cilíndrica só que a direção dos raios projetantes é perpendicular ao plano de
projeção, como ilustra a figura 24 a seguir.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


253

Figura 24 - Projeção cilíndrica ortogonal

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

Quanto às perspectivas, estas podem ser: desenhos de ilustração, perspectiva


cônica de uma fuga, perspectiva cavaleira, perspectiva cônica de duas fugas, perspectiva
isométrica, e projeção ortogonal de um ou mais pontos num plano por meio de vistas.

 Desenhos de ilustração: é fácil se compreender a razão porque as perspectivas são


chamadas de desenhos de apresentação, de ilustração. Um objeto desenhado em
perspectiva, seja ela qual for, é de rápida compreensão, uma vez que o volume
definido traz de imediato as dimensões da figura objeto. As distorções que possam
ocorrer são facilmente administráveis. Pode-se, em breve resumo, dizer que a
diferença de uma perspectiva para outra reside em dois fatores: a posição do sólido
em relação ao plano de projeção, e o(s) sistema(s) de projeção utilizado.

 A perspectiva cônica de uma fuga: o sólido é colocado de tal forma que uma face
fique paralela ou contido no plano de projeção. Utiliza-se inicialmente projeção
ortogonal, seguindo-se de uma projeção cônica. Observa-se na Figura 25 que as
arestas perpendiculares ao plano de projeção, convergem para o único ponto de
fuga.

Figura 25 - Perspectiva cônica de uma fuga

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


254

 A perspectiva cavaleira: o sólido é colocado de tal forma que uma face fique
paralela ou contida no plano de projeção. Utiliza-se inicialmente a projeção
ortogonal, seguindo-se de uma projeção oblíqua. Observa-se que as arestas
perpendiculares ao plano de projeção projetam-se paralelamente entre si,
segundo a direção determinada pelo ângulo assinalado na Figura 26 a seguir.

Figura 26 - Perspectiva cavaleira

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

 A perspectiva cônica de duas fugas: o sólido é colocado de tal forma que suas
arestas laterais ficam paralelas ao plano de projeção, podendo uma delas estar ou
não contida no plano. Utiliza-se inicialmente uma projeção ortogonal, seguindo-se
de uma projeção cônica. Observa-se que as arestas não paralelas ao plano
convergem para a direita ou para a esquerda, com encontro nos pontos de fuga. A
perspectiva cônica de uma ou de duas fugas aproxima-se do que ocorre com a
visão conforme Figura 27 abaixo.

Figura 27 - Perspectiva cônica de duas fugas

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

 A perspectiva isométrica: o sólido é colocado de tal forma que as arestas que


partem de um mesmo vértice fiquem inclinadas em relação ao plano de projeção.
Utiliza-se sempre a projeção ortogonal, como ilustra a Figura 28. No caso
específico da isometria, a deformação ocorrerá igualmente para todas as
dimensões. A projeção ortogonal das arestas que concorrem no mesmo vértice,
forma entre si ângulos de 120° de amplitude.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


255

Nota: o prisma ao ser construído com o auxílio da régua paralela deve utilizar
ângulos de 30°.

Figura 28 - Perspectiva isométrica

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

A Figura 29 a seguir ilustra a Projeção ortogonal de um ou mais pontos num plano


por meio de vistas.

Figura 29 - Projeção ortogonal de um ou mais pontos num plano por meio de vistas

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

As representações por meio de vistas serão obtidas, essencialmente, pelo


rebatimento sobre o plano do desenho das projeções ortogonais da peça sobre as 3 faces
internas de um triedro tri retangular:

a) nos casos das vistas essenciais em posição normal, dispensam-se as suas


denominações (Figura 30);

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


256

Figura 30 - Vistas essenciais em posição normal

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

b) as peças devem ser representadas na posição que melhor as caracteriza: em


geral na sua posição de montagem, podendo, todavia, para desenho de detalhe,
adotar-se qualquer posição conveniente;
c) é permitida a representação das peças com menos de três vistas essenciais
quando isso não afetar a sua clareza (Figura 31);

Figura 31 - Peças com menos de três vias essenciais

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

d) como elemento complementar, para melhor compreensão da peça


representada, podem-se também usar as perspectivas (Figura 32);

Figura 32 - Peças com perspectivas

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


257

e) além das três vistas essenciais, outras poderão ser usadas. Quando isso for
necessário, estas vistas deverão ser denominadas e assinaladas por letras e
flechas.

10.10.3 Visualização de Vistas Ortográficas

A visualização de vistas ortográficas pode ser feita pelo método de obtenção da


vista frontal e pelo método de obtenção da vista de cima ou superior.

10.10.4 Cortes no Desenho Técnico

Uma vista exterior mostra a peça como ela aparece aos olhos do observador.
Detalhes internos dessa peça aparecem no desenho por meio de linhas indicando contornos
invisíveis. Quando os detalhes no interior de uma peça se tornam complexos, mais e mais
linhas invisíveis são necessárias para mostrar com precisão, e tais detalhes e o desenho se
tornam difíceis de interpretar. Uma técnica que se utiliza nos desenhos em tais casos é
cortar uma parte da peça e expor as partes internas. Em tais seccionamentos, todas as
partes que estavam invisíveis tornam-se representadas por contornos visíveis. Os cortes das
peças são destacados por meio de hachura que varia de acordo com os diversos materiais:

a) as hachuras são habitualmente a 45° com o eixo da peça e devem ser feitas com
linhas finas e paralelas;
b) nas áreas hachuradas não se deve representar arestas invisíveis, excetuando-se
os casos que requeiram maior clareza;
c) o corte registra tanto a interseção do plano secante com a peça, como a
projeção da parte desta peça situada além desse plano secante. Note-se que o
corte é indicado em uma vista e representado em outra.
d) a posição do plano secante e o sentido da visada são indicados por linhas de
traço e ponto, flechas e letras.

Conforme a extensão em que se supõe cortada a peça tem-se:

 Corte total: quando o plano secante atinge toda a extensão da peça. O corte total
pode ser dado nos dois sentidos: longitudinal quando é indicado no sentido
horizontal; e transversal quando é indicado no sentido vertical.
 Corte com desvio: a direção do corte normalmente passa pelo eixo principal da
peça, mas pode também, quando isso se fizer necessário, mudar a direção para
passar por detalhes fora do eixo principal da peça.
 Meio corte: é o corte que se emprega, às vezes, no desenho de peças simétricas,
onde somente meia vista aparece em corte.
 Corte parcial: é o corte aplicado em trecho delimitado por ruptura para exibir
detalhes internos do trecho seccionado.

A NBR 6492 diz respeito à representação de projetos de arquitetura. Ela aborda as


seguintes definições:

 Planta baixa: é um corte horizontal demonstrando a distribuição das


dependências.
SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I
258

 Cortes: podendo ser transversal ou longitudinal, representa o que está seccionado


pelo plano vertical.
 Fachadas: são as vistas exteriores da edificação.
 Locação: é a disposição da edificação em relação aos limites do terreno.
 Coberta: trata da disposição do telhado e as respectivas quedas d’água.
 Situação: trata da posição do lote em relação à quadra, ruas, avenidas e aos
limites e confrontantes.

A Figura 33 a seguir apresenta modelos de plantas com projeto de arquitetura.

Figura 33 - Plantas que compõem um projeto de arquitetura: leitura e interpretação

Fonte Oberg (1979)

As normas que trata das terminologias foram canceladas e ainda não têm
substitutas. No entanto, os termos mais empegados (e suas definições) em desenho técnicos
são:

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


259

 Altura – é universalmente designada pela letra h, por ser esta letra com que a
palavra citada se inicia em alguns idiomas> em inglês, heihgt; em francês, hauter;
e em alemão höhe.
 Boleado – que não possui canto vivo ou aresta viva.
 Chanfro – corte oblíquo efetuado no extremo de uma peça.
 Esboço – fase inicial de um desenho ou projeto. O mesmo que croquis.
 Escareado – configuração existente em algumas peças.
 Furo cego – furo que não vaza a peça, isto é, não é passante.
 Hachurar – representar hachuras (do francês hachure).
 Longitudinal – diz respeito ao comprimento.
 Nervura – reforço de uma peça, com função de oferecer maior resistência à parte
dela.
 Ortogonal – que forma ângulo reto (do grego orthos = reto e gonia = ângulo).
 Passante – diz-se do furo que vaza a peça.
 Rebaixo – configuração de um furo com dimensão maior em certa profundidade.
 Ressalto – parte mais elevada existente em algumas peças. Pode ser chamado de
espiga.
 Simétrico – que possui ambas as partes iguais.
 Transversal – que diz respeito à largura em desenho técnico, na aplicação de um
corte.

10.8 Traçado de Linhas: Prática de Desenho à Mão Livre

Promover o necessário adestramento manual, para que o aluno seja capaz de


esboçar formas diversas, praticando um desenho espontâneo, guardando as relações de
proporcionalidade é o objetivo desta proposta de trabalho. Com este enfoque,
promoveremos o adestramento manual por meio da prática de pequenos traços à mão livre,
aplicados a situações em que se exercite a Percepção Visual.

Por meio da leitura e interpretação de textos, mostra-se a necessidade de se


desenvolver a Percepção Visual pelo exercício do ver. A consciência de se empregar o maior
número de sentidos na observação de um evento favorece o conhecimento, a imaginação, a
criatividade e a inteligência. Os Sistemas de Representação serão mostrados com o mínimo
de informação possível, mas que seja capaz de conter indicações técnicas suficientes para se
distinguir um processo do outro. Breve noção do Sistema Mongeano deverá ser ministrada
como exercício de abstração e redução dimensional.

A possibilidade de se desenhar no plano uma figura do espaço tridimensional


justifica a consciência da necessidade de se obter uma projeção e sua correta interpretação,
permitindo maior desenvolvimento na percepção do aluno. Acredita-se que o futuro da
expressão gráfica esteja no desenho à Mão Livre e no pleno desenvolvimento da Percepção
Visual e do consequente raciocínio espacial. Juntá-las é um dever.

10.10.1 Traçado de Linhas à Mão Livre

O desenho à mão livre não é desenho artístico. O primeiro busca o adestramento


manual para execução de esboços. Sua beleza reside no traçado de linhas descontraídas,

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


260

espontâneas e uniformes, onde se observa atentamente as proporções do objeto


desenhado. O desenho artístico, por sua vez, busca a plasticidade, a composição e a
expressão. A prática do desenho à mão livre é realizada pelo exercício do traço.

O indivíduo não deve, numa fase inicial de treinamento, desenhar uma linha que
seja maior do que seu traço. O seu traço tem o comprimento correspondente a um único
impulso dado à mão, numa única direção. Obtém-se o seu traço horizontal, apoiando-se a
mão sobre o papel, deslocando-se o antebraço num único impulso da esquerda para a
direita. Imprim-se ao lápis uma velocidade e pressão constante e moderada, do início ao fim.
Para o seu traço vertical, a mão, que está apoiada sobre o papel, permanece fixa. O impulso
é obtido pela contração dos dedos de cima para baixo. O lápis nunca deve ser empurrado.
Para o seu traço oblíquo, procede-se como no caso anterior, deixando imóvel o antebraço.
O impulso obtido pela contração dos dedos deve ser dado de cima para baixo, da direita
para a esquerda ou da esquerda para a direita.

Na prática do desenho à mão livre, a folha de papel deve permanecer fixa. Discretos
movimentos na postura permitem encontrar posições confortáveis e elegantes. Observação:
“a beleza do desenho à mão livre reside na simples constatação de que fora realizado à mão
livre”.

10.9 Exercícios Propostos

Observando a ilustração acima, representar graficamente as questões do exercício


da caligrafia técnica, utilizada em desenho técnico:

1-Representar as letras retilíneas maiúsculas:


____________________________________________________________
2-Representar as letras retilíneas minúsculas:
____________________________________________________________
3-Representar as letras mistas maiúsculas:
____________________________________________________________
4-Representar as letras mistas minúsculas:
____________________________________________________________
5-Escrever com letras minúsculas centro de ensino grau técnico:
____________________________________________________________
6-Escrever com letras maiúsculas frankstein firmino black Jack:
____________________________________________________________
7-Escrever com numerais arábicos: XXIII – LIV – CXXIX – MMXII:
____________________________________________________________

8-Escrever duas palavras formadas apenas por letras retilíneas:

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261

____________________________________________________________
9-Escrever duas palavras: uma formada por letras curvilíneas e a outra por letras mistas
____________________________________________________________

10- O desenho mostra um hexaedro dividido em quatro regiões, por dois planos
perpendiculares entre si. O primeiro é horizontal e o segundo vertical. A interseção
define a reta comum aos dois planos. Reproduzir na coluna da esquerda as peças da
coluna da direita. Fazer a mão Livre.

11- O desenho a seguir mostra um hexaedro dividido em oito regiões, por três planos
perpendiculares entre si. A interseção define o ponto comum aos três planos.
Reproduzir na coluna da direita as peças da coluna da esquerda. Fazer a mão Livre para
desenvolver a percepção visual.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


262

12- Reproduzir na coluna da esquerda as peças da coluna da direita. Utilizar instrumentos.

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263

13- Reproduzir na coluna da esquerda as peças da coluna da direita. Utilizar instrumentos.

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


264

14- O desenho mostra um hexaedro dividido em oito regiões, por três planos
perpendiculares entre si. A interseção define o ponto comum aos três planos.
Reproduzir na coluna da direita as peças da coluna da esquerda. Fazer a mão Livre para
desenvolver a percepção visual.

MÓDULO I SEGURANÇA DO TRABALHO


265

15- Exercício de fixação NBR 8403 - linhas do desenho técnico.

TIPO IDENTIFICAÇÃO TIPO IDENTIFICAÇÃO


A I
B J
C L
D M
E N
F O
G P
H Q

SEGURANÇA DO TRABALHO MÓDULO I


266

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 8402: Execução de caráter para escrita
em desenho técnico – procedimento. Rio de Janeiro, 1994.

________. NBR 8403: Tipos de linhas - larguras das linhas - procedimento. Rio de Janeiro, 1984.

________. NBR 10068: Folha de desenho - leiaute e dimensões - padronização. Rio de Janeiro, 1987.

________. NBR 13142: Desenho técnico - dobramento de cópia. Rio de Janeiro, 1999.

________. NBR 10582: Apresentação da folha para desenho técnico - procedimento. Rio de Janeiro,
1988.

________. NBR 8196: Desenho técnico - emprego de escalas. Rio de Janeiro, 1999.

________. NBR 10067: Princípios gerais de representação em desenho técnico - procedimento. Rio
de Janeiro, 1995.

OBERG, L. Desenho arquitetônico. 22ª Edição. Ao Livro Técnico: Rio de Janeiro,


1979.

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ANOTAÇÕES: ______________________________________________________________
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