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Técnico Pleno em

Eletrotécnica
Módulo I

Rua Tabatinguera, 122

Instituto Edison
Orgulho em construir o futuro
Centro - São Paulo - SP
Tel: (11) 3106-5580
www.institutoedison.com.br
Prezado Aluno,

Parabéns por escolher a mais experiente e renomada Instituição de


Ensino na formação de técnicos para o Setor Elétrico. O Instituto Edison
tem muito orgulho em ser responsável pela formação de milhares de
profissionais desde 1946 e também em recebê-lo.

Neste momento você está recebendo o material didático do Instituto


Edison para o Curso de Técnico Pleno em Eletrotécnica. Está chegando
nas suas mãos o conteúdo que juntamente com as aulas do nosso
diferenciado e capacitado Corpo Docente, farão de você um
profissional preparado para lograr êxito no mercado profissional do
setor.

Insta salientar que serão essenciais para sua aprovação no decorrer dos
módulos: a sua disciplina no tocante ao acompanhamento das aulas,
estudo complementar fora da escola, se preparando assim, para a
realização das provas, não faltar às aulas, salvo em casos de extrema
necessidade, bem como, nunca esquecer que estas se excedidas,
serão motivo de reprovação.

Desta forma, o Instituto Edison tem certeza que você chegará ao final
dos 4 (quatro) módulos do curso com extrema facilidade, fazendo parte
do grupo de Técnicos em Eletrotécnica mais capacitados do mercado.

Seja bem-vindo e bons estudos!

Um abraço.

Victor Guiotto
Diretor de Serviços
REGIMENTO INTERNO

1 - ENTRADA E SAÍDA DE AULAS 3.2 – É expressamente proibido acessar conteúdo


impróprio nos computadores no Laboratório Jorge
1.1- As aulas terão início e término: Edo. O aluno que o fizer será advertido verbalmente
• Turmas Matutinas – 8h às 11h15m. e, no caso de reincidência, impedido de frequentar o
• Turmas Noturnas – 19h às 22h15min. mesmo por 15 dias.

1.2- Os Intervalos terão início e término: 3.3 – Todos os dispositivos, instrumentais e


• Intervalo Matutino- 9h30 às 9h45min. computadores dos laboratórios quando em uso, são
• Intervalo Noturno – 20h30 às 20h45min. de responsabilidade dos alunos que os estiverem
utilizando. Ao final das experiências, o professor
1.3 – Dado o sinal para o início da aula, o aluno realizará uma inspeção para verificar o estado dos
deverá encaminhar-se para a sala de aula o mais mesmos.
rapidamente possível, o mesmo ocorrendo no horário
do intervalo. Obs. Os componentes eletrônicos que compõe o Kit
Profissional devem ser verificados quanto ao
1.4 – Não é permitida a liberação do aluno antes do funcionamento durante a 1ª aula de laboratório. Em
horário previsto. hipótese alguma, serão realizadas trocas posteriores
a essa data.
1.5 – Qualquer mudança no horário, sala de aula ou
ordem das aulas a Direção comunicará previamente. 4 - VERIFICAÇÃO DO APROVEITAMENTO ESCOLAR

1.6 – A Instituição reserva-se ao direito de alterar 4.1 – De acordo com as determinações do Regimento
alunos de salas na promoção dos módulos, a fim de Escolar desta Instituição de Ensino a verificação do
otimizar a formatação das mesmas. aproveitamento do aluno ocorrerá da seguinte forma:

2 - SALA DE AULA • A Avaliação do Aproveitamento será expressa em


notas de zero a dez;
2.1 - Ao aluno não é permitido sair da sala de aula
sem autorização do professor. • Para a avaliação do aproveitamento de cada
componente curricular (disciplina), deverão ser
2.2 – Quando o aluno estiver nos laboratórios será utilizados no decorrer de cada módulo (trimestre),
vedado: ingerir alimento e bebidas, bem como três instrumentos elaborados pelo professor, sendo
utilizar calçados inadequados, como por exemplo, obrigatoriamente 1 (uma) Avaliação escrita e 1 (uma)
chinelos e sandálias. Avaliação Multidisciplinar.

• No final de cada módulo, essas três notas, serão


2.3 – É proibido a utilização de bonés e simulares somadas e divididas por 3 (três) resultando assim
durante as aulas. numa Média Trimestral para cada componente
curricular (disciplina);
2.4 - A Escola não se responsabiliza por objetos
perdidos nos recintos da mesma. Insistimos para que • A Média Trimestral mínima para promoção em cada
os alunos não tragam objetos de valor. componente curricular (disciplina) deverá ser igual ou
superior a 5,0 (cinco).
2.5 – Alunos que danificarem, não importando de que
modo e que forma, carteiras, móveis, instalações 4.2 - As notas trimestrais corresponderão aos
sanitárias e outros pertences da Escola, estarão seguintes meses:
obrigados a indenizá-la.
• Janeiro – Fevereiro - Março
2.6 - Os Ambientes da Instituição são monitorados e • Abril – Maio - Junho
as imagens enviadas para um servidor remoto. • Julho – Agosto - Setembro
• Outubro – Novembro - Dezembro
3 – LABORATÓRIOS
3.1 – Os ambientes dos laboratórios são filmados 24 4.2.1 - As notas trimestrais serão comunicadas
horas. As imagens ficam em poder da diretoria e através de Ficha Individual de Avaliação impressa
serão utilizadas no caso de dúvidas em relação à diretamente no site da Instituição. Cada aluno
conduta dos alunos. possuirá uma senha para garantia do sigilo das
informações.
4.3 - A Disciplina Prática terá temas e abordagens
distintas de acordo com o desenvolvimento do curso: 7.3 – O Aluno que não tenha frequência de no mínimo
75% estará automaticamente reprovado, não tendo
• 1º Módulo: Laboratório de Eletricidade Aplicada e direito à recuperação.
Eletrônica Aplicada;
• 2º Módulo: Laboratório de Projetos de Instalações 8 – PROMOÇÃO
Elétricas;
• 4º Módulo: Laboratório de Comandos Elétricos. 8.1 – O aluno será considerado promovido/aprovado,
desde que tenha média superior ou igual a 5 (cinco) e
5 – FREQUÊNCIA 75% ou mais de presença em todas as disciplinas.

5.1 - A frequência às aulas se dará regularmente com Fórmula:-


a presença em todas as aulas programadas, sem
atrasos. Excepcionalmente, será admitido o atraso de P1 + P2 = Média + P3 x 2 = Resultado
10 minutos para o ingresso na primeira aula, quando 2 3
devidamente justificado à Coordenação Pedagógica
ou a critério e análise do professor. O retorno à sala Exemplo para fechamento de notas:
com atraso após o intervalo será considerado atitude
irregular. Caso 1:

5.2 – A frequência mínima para a promoção deverá 6,5+8,0 =7,25+8,00x2 =23,25=7,75 (Promovido)
ser igual ou superior a 75% por disciplina/módulo. 2 3

5.3 – Caso o aluno fique impossibilitado de Caso 2:


frequentar as aulas, deverá comparecer na secretaria
da Instituição, a fim de preencher o formulário de 6,5+8,0 =7,25+2,00x2 =11,25= 3,75 (Recuperação)
cancelamento da matrícula que deverá constar 2 3
assinatura do responsável pelo setor Financeiro e
Diretor do curso. Para que não seja considerado 9. RECUPERAÇÃO
abandono e possa ser dada baixa em seu histórico
pedagógico e financeiro. 9.1 – O aluno deverá submeter-se a recuperação de
aprendizagem quando sua média for inferior a 5
5.4 – O aluno que por motivo de saúde ficar (cinco).
impossibilitado de comparecer as aulas, deverá
apresentar na secretaria da Instituição, documentos Fórmula:
comprobatórios de sua ausência e no prazo máximo
de 48h (quarenta e oito horas). Consulte o Média Parcial + Nota da Recuperação = Resultado
regulamento sobre faltas escolares na página 3
seguinte, nos murais de informação distribuídos nas Exemplo:
dependências da escola e no portal do aluno.
6,5 + 8,0 =7,25+ 4,0 = 11,25 (Média Parcial)
6 – AVALIAÇÃO 2

6.1 - As avaliações terão início e término: 11,25 + 5 (Nota da Recuperação) = 16,25 = 5,4
• Turmas Matutinas – 8h às 11h15m. 3
• Turmas Noturnas – 19h às 22h15min. 10. REPROVAÇÃO

6.2 – Quando houver ausência justificada por 10.1 – O aluno será considerado reprovado em duas
atestados a provas e outras avaliações, o aluno situações:
poderá recorrer à prova substitutiva previamente
agendada pela secretaria. • Quando a soma das três notas do componente
curricular (disciplina) mais a nota da recuperação,
7 - RECUPERAÇÃO resultarem em um média inferior a 5,0 (cinco);

7.1 - A cada módulo (trimestre) o aluno que obtiver a • Quando a frequência do aluno em sala de aula for
média inferior a 5,0 (cinco) em qualquer área, inferior a 75%.
poderá recorrer a Recuperação, desde que o mesmo
não tenha alcançado a média necessária no máximo
em 2(duas) disciplinas.

7.2 - As datas das aulas de recuperação constarão no


calendário escolar e a avaliação será agendada pela
secretaria e comunicada pelo professor de cada
disciplina.
INFORMATIVO - DISCIPLINAS ONLINE

Prezados Alunos, durante o curso você


2.2 Para participar dos plantões de
terá algumas disciplinas online. Estas
dúvidas, será obrigatório o
apresentarão conteúdos complementares
agendamento. Caso este não seja feito
à sua formação, sendo as seguintes:
previamente, o aluno não poderá
Técnicas de Redação, Informática
participar dos plantões.
Profissional, Comunicação Aplicada e
Liderança de Pessoas e Equipes.
2.3 Formas de agendamento –
Presencialmente no Departamento
Embora estas disciplinas não sejam as Pedagógico por meio de formulário.
principais para sua formação como
técnico no setor elétrico, são de extrema 2.4 - As vagas serão LIMITADAS para cada
importância para sua formação. plantão. Sendo assim, a medida que
forem preenchidas, serão agendadas as
A realização das disciplinas online será datas que ocorrerão tais plantões. Os
obrigatória para conclusão do seu curso e alunos que não realizarem o
seguirá as mesmas regras das disciplinas agendamento prévio, serão alocados nas
presenciais no tocante à reprovação. últimas datas disponíveis.
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM 2.5 - No caso de AUSÊNCIA não
(AVA) justificada no plantão agendado, o aluno
1 – Ao aluno será disponibilizado o login só poderá remarcar, mediante o
e senha de acesso ao AVA. pagamento de TAXA DE REAGENDAMENTO
e de acordo com a disponibilidade de
1.1 O login de acesso é de uso pessoal e vagas ofertadas pelo Instituto Edison.
intransferível.

1.2 É responsabilidade do aluno acessar o


DIRETORIA PEDAGÓGICA
Ambiente Virtual de Aprendizagem e
realizar as atividades propostas, bem
como cumprir com os prazos propostos.

2 – Ao aluno serão disponibilizados


plantões de dúvidas com o objetivo de
auxílio para acesso ao AVA, bem como,
no conteúdo estudado e se necessário,
na realização das avaliações.

2.1 Os plantões serão ministrados por um


Professor Tutor.
INFORMATIVO – FALTAS ESCOLARES

Prezados Alunos, de acordo com a É vedado ao professor abonar ou


determinação da Diretoria de Ensino, justificar faltas e consequentemente
bem como, seguindo as diretrizes do autorizar o aluno a realizar provas ou
MEC, fiquem atentos aos casos de entrega de trabalhos fora da data
abono e justificativa das faltas, estabelecida no calendário escolar
conforme lista abaixo: sem a prévia autorização da Diretoria
Pedagógica.
Falta abonada:
- Cirurgias; PRAZO PARA ENTREGA DE
- Doenças infectocontagiosas; ATESTADOS: 48 HORAS.
- Internação;
- Perda da mobilidade; EVITE FALTAR E FIQUE ATENTO AOS
- Nascimento, Falecimento (parente CASOS AQUI ELENCADOS.
de 1º grau) e Casamento(casos
excepcionais e somente o dia). NÃO SERÃO ABERTAS EXCEÇÕES!

Falta Justificada:
- Atestado de Trabalho DIRETORIA DE SERVIÇOS
- Acompanhar familiares e outros.
Nestes casos o aluno terá o direto de
realizar provas e entregas de
trabalho, desde que autorizados pela
Diretoria Pedagógica.

Observação: O MEC autoriza a escola


realizar a dispensa de alunos na sexta-
feira, desde que este comprove ser da
religião Adventista.

Vale lembrar que nos casos de abono,


não será computada falta naquela
data se apresentado o documento que
autorize a escola realizar o respectivo
abono.

No caso de documento que apenas


justifique a falta, esta será
computada para fins de reprovação e
somente ficará o aluno autorizado a
realizar provas e trabalhos após a
apreciação da Diretoria Pedagógica.
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Sumário

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 3
ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA ........................................................................................................... 3
LINGUA PORTUGUESA x LINGUAGEM EMPRESARIAL .......................................................................... 4
DIVISÃO GRAMATICAL ..................................................................................................................................... 4
MORFOLOGIA ................................................................................................................................................. 5
SINTAXE .......................................................................................................................................................... 7
SEMÂNTICA .................................................................................................................................................... 8
REGRAS GRAMATICAIS ................................................................................................................................. 10
VOCABULÁRIO ................................................................................................................................................ 10
PONTUAÇÃO ................................................................................................................................................... 12
HÍFEN................................................................................................................................................................ 15
ACENTUAÇÃO ................................................................................................................................................. 16
CRASE .............................................................................................................................................................. 19
CONCORDÂNCIA ............................................................................................................................................ 20
CONETIVO ....................................................................................................................................................... 21
COMUNICAÇÃO ESCRITA .............................................................................................................................. 21
ELABORANDO UM TEXTO ............................................................................................................................. 25
PRINCIAPAIS FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO ESCRITA ................................................................... 30
ENCERRAMENTO ........................................................................................................................................... 36
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................. 37

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INTRODUÇÃO

Você sabia que a Língua Portuguesa está entre os 10 idiomas mais falados do mundo? Que ela possui
uma significativa lista de regras e acordos coordenados pela Academia Brasileira de Letras?

O curso de hoje é sobre esse assunto: LÍNGUA PORTUGUESA. O Português pode assumir culturalmente
duas normas: língua coloquial e língua culta.
• A primeira é similar a fala cotidiana, sem muitas regras, e pode ser representada em cartaz, fábula e
cartoon.
• Já a segunda, segue as normas mais rígidas e são mais utilizadas na produção de textos para
reportagem, redação, romance e uso empresarial.

O objetivo deste curso é ajudá-lo a entender melhor o que é a Língua Portuguesa, as características de uma
boa escrita e fornecer modelos de textos, juntamente com suas características principais. Devemos sempre
ter o interesse em escrever melhor, para isso é importante conhecer os elementos básicos para uma escrita
eficiente e correta.

Podemos ajudar! Esperamos passar conhecimento de aspectos importantes para que sua comunicação
seja eficaz, clara e objetiva. Mas antes, vamos conhecer a origem da Língua Portuguesa.

ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

A língua, primeiramente, nos remete a um órgão do corpo que é usado na comunicação, e é a partir daí
que começamos a entender que o idioma escrito hoje foi, um dia, apenas falado.

A partir desse princípio de fala, nós definimos língua como o conjunto de letras que formam palavras com
sentidos diversos. E a relação dessas palavras e suas significações nós chamamos de sistema. Logo, a
língua é um sistema, ou seja, um conjunto de elementos que relacionam entre si e formam um significado.

Nossa língua recebe adjetivação de “portuguesa” porque veio de Portugal, colonizador do Brasil. Porém, o
português de Portugal não permaneceu em sua colônia de maneira pura e simples, mas recebeu uma
conotação abrasileirada e, por isso, falamos do português do Brasil.

No entanto, não só o Brasil foi colonizado pelos portugueses e fala o português, mas também outros países:
Ilha da Madeira, Arquipélago dos Açores, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e
Príncipe.

Como vimos, a língua, acima de tudo, é um código social, um acordo de letras, que em combinações entre
si adquirem significado para um determinado grupo social. Contudo, há uma convenção linguística, a qual
permanece em uma sociedade para que a comunicação possa existir entre os falantes. Porém, não quer
dizer que todo indivíduo vai escrever e falar da mesma maneira, já que cada um tem a sua particularidade e
um objetivo ao se comunicar.

Como citamos no início desse curso, há distinção da Língua Portuguesa. Ela pode aparecer como:
• Linguagem coloquial - nos remete àquela mais próxima da fala
• Linguagem culta - obediência a normas e regras da comunicação

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Por isso, há o estudo da gramática da língua portuguesa, que é a averiguação da correspondência entre o
que se fala ou escreve e as normas ou leis vigentes para o uso da comunicação de forma culta, polida.

LINGUA PORTUGUESA x LINGUAGEM EMPRESARIAL

No mercado de trabalho, principalmente profissionais de nível técnico, utilizam muito do recurso verbal e
escrito. E como todo recurso, devemos utilizá-lo da forma correta.

É de costume que nossos relatórios cheguem até a diretoria. Não podemos fazer feio frente aos nossos
gestores. Então abandone o dialeto repleto de gírias regionais. Nossa linguagem deve ser formal e não
coloquial. Com certeza irá destacar-se.

O uso incorreto da língua portuguesa traz prejuízos para a imagem da organização, além de impactar no
entendimento de uma ordem, no fechamento de um contrato ou no entendimento de um relatório.

Não precisamos ter um vocabulário com palavras de difícil entendimento, mas que pelo menos que
coloquemos as vírgulas, os acentos e os pontos nos locais corretos.

Devemos redigir textos que sejam entendidos na primeira leitura e até no modo de falar devemos prestar
atenção, pois nossos superiores hierárquicos podem querer que ministremos palestras ou treinamentos e
eles não querem ser representados, de forma alguma, por alguém que fale “você estar certo”, “para mim
fazer”, “seje”, “agente” e “pobrema”.

Quem está presenciando uma palestra percebe quando houve um erro no falar, ou pior, quando vê um erro
de escrita em um slide de apresentação. Na verdade, não só percebe, mas também em muitos casos irá
criticar a pessoa na primeira oportunidade.

Os erros mais comuns que encontramos são: conjugação dos verbos e ausência de pontuação (ponto,
vírgula e interrogação), além dos erros de letras trocadas.

DIVISÃO GRAMATICAL

A nossa língua portuguesa é um sistema de diferentes formas e significados e de seus entrelaçamentos.


Por esse motivo é sistematizada em três modos de análise de elementos que a compõe:
• Morfologia: é parte da língua que estuda os morfemas, ou seja, tudo que nos diz sobre gênero e
número dos substantivos; tempo, modo, número e pessoa de um verbo e classe gramatical.
• Sintaxe: é a parte da língua que estuda o modo como o falante transmite a informação, a maneira
com que organiza e relaciona as palavras em uma oração.
• Semântica: é a parte da língua que estuda o significado das palavras, os sentidos que elas podem
tomar de acordo com o contexto.

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MORFOLOGIA

A Morfologia é um dos assuntos mais importantes da gramática, pois seu estudo


está relacionado à estrutura das palavras, como ela é formada e como se dá sua
classificação na língua portuguesa. Na morfologia as palavras são estudadas de
forma isolada, sem que haja o contexto da frase ou período.

A Morfologia se divide em dez classes gramaticais, entre elas estão a classe de


palavras variáveis que são os substantivos, artigo, verbos, adjetivos, pronomes e
numerais. Já as palavras invariáveis são compostas pelos advérbios, preposições,
interjeições e conjunções.

SUBSTANTIVO - Nomeia pessoas, cidades, estados, países, objetos, animais, vegetais, sentimentos,
enfim, as coisas de maneira geral.
• “Maria”, “Rio de Janeiro”, “Minas Gerais”, “boné”, “cobra”, “alface”, “amor” e milhares de outras são
chamadas de substantivos.

NUMERAL - Palavras variáveis que indicam termos numéricos, atribuindo aos termos e seres quantidades
ou os situando em alguma sequência.

ARTIGO - Classe gramatical em que as palavras são variáveis em gênero e número e servem para
determinar os substantivos de modo vago ou preciso. Podem ser:
• Artigos definidos - “O menino é legal.”
• Artigos indefinidos - Lute como uma garota.”

ADJETIVO - São palavras que atribuem características positivas ou negativas a um determinado nome.
São palavras variáveis e isso significa que elas sofrem variação de número, gênero e grau.
• “Minha amiga é inteligente.” - A palavra “inteligente” é uma característica relacionada à palavra
“amiga” e, portanto, é um adjetivo.

ADVÉRBIO - Classe morfológica invariável. Isso significa que eles não sofrem flexão de número, gênero ou
pessoa. Além disso, eles são sempre utilizados próximos a verbos, adjetivos e outros advérbios, pois
modificam de alguma maneira o sentido dessas palavras dentro da oração.
• “Os alunos saíram tarde” - O advérbio “tarde” está modificando o verbo “saíram”, indicando uma
circunstância temporal.

PRONOME - Classe gramatical que sofre flexão em relação ao gênero (feminino e masculino) e ao número
(singular e plural). Usado para acompanhar, substituir ou fazer referência ao nome. Podem substituir os
substantivos, adjetivos ou toda uma oração.

Também serve para apontar uma das pessoas do discurso ou situá-lo no espaço e no tempo.
• “A Maria é superinteligente, ela é minha crush eterna.”
Neste caso, o pronome “ela” substitui Maria, para que não seja necessário repetir o seu nome.

Existem várias classes de pronomes, o que dificulta, muitas vezes, a aplicação correta dele. A seguir vamos
acompanhar algumas formas, muito comum, em que o pronome é aplicado erroneamente, inclusive em
ambiente corporativo.

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VERBO - Pode indicar:


• Estados - “Todos parecem meio loucos.” - O verbo “parecer” neste exemplo é um verbo de ligação e,
portanto, indica um estado: “meio loucos”.
• Fenômenos da natureza - “Choveu muito ontem à noite.” Nesta oração, o verbo é “choveu” e ele indica
nada mais nada menos que um fenômeno da natureza, que não depende de ninguém, ou seja, de
nenhum sujeito (ser animado) para acontecer.
• Ações - “Maria corre pela manhã.” Neste caso, o verbo é “correr” e indica de fato uma ação que Maria
faz pela manhã. Veja que essa ação é uma escolha de Maria e ela tem o poder de começar e parar de
fazê-la. Esses verbos são também conhecidos como significativos.

PREPOSIÇÃO - Grupo de palavras invariáveis que tem a função de relacionar dois termos de uma mesma
oração, subordinando um ao outro.
• “Vou à escola.” ou “Maria trabalhou com vigor.”
• “À” e “COM” são preposições porque subordinam um termo a outro dentro das sentenças

CONJUNÇÃO - Palavras invariáveis com a função de ligar sentenças e ideias dentro de um texto ou
mesmo termos de uma mesma função sintática, atribuindo a eles, um papel semântico.
• Comprei um vestido e uma saia. / Queria comprar um vestido, mas estava sem dinheiro.

INTERJEIÇÃO - São palavras invariáveis que servem para exprimir sentimentos e emoções, podem vir
acompanhadas graficamente de pontos de exclamação.
• “Ah! se já perdemos a noção da hora. Se juntos já jogamos tudo fora.” (Chico Buarque e Tom Jobim).

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SINTAXE

A Sintaxe é o ramo da Gramática que estuda a estrutura das palavras, frases e


períodos que se combinam em enunciados. Ela faz um estudo da disposição das
palavras dentro das frases, das frases nas orações e das orações nas sentenças.

Com o estudo da oração dentro do período, é possível analisar o sentido da frase


bem como a ordem correta das palavras dentro da oração.

Tanto quem lê quanto quem escreve precisa estar a par dos conhecimentos de
sintaxe, pois ele é fundamental na hora da construção e leitura dos textos.

A Sintaxe classifica os termos da língua portuguesa em sujeito, predicado, objeto,


adjunto adnominal e adverbial, complemento nominal, aposto e vocativo.

SUJEITO - É definido como o elemento sobre o qual se afirma algo. Essencial na


oração:
• Simples (apenas um núcleo) - O cachorro comeu toda a ração.
• Composto (mais de um núcleo) – O pai e a mãe de Gabriel foram viajar.
• Oculto (não está presente na frase, mas pode ser identificado pela conjugação) –
Não podemos anunciar algo de que não se tem certeza. Sujeito oculto = NÓS.
• Indeterminado (não tem como identificar) - Roubaram o carro da minha mãe – quem?
• Inexistente (quando não existe sujeito) - Era uma tarde como outra qualquer.

COMPLEMENTO - É um termo integrante da oração. Usado para completar o sentido dos verbos ou nomes.
Quando completa o verbo pode ser dividido em objeto direto, indireto e direto e indireto ao mesmo tempo.
Quando for nominal, completa o sentido dos substantivos, adjetivos ou advérbios.
• Ana comprou uma casa / uma casa: complemento verbal, objeto direto.
• Pablo era consciente de tudo / de tudo: complemento nominal.

PREDICADO - Essencial na oração. É aquilo que se diz sobre o sujeito ou a informação sem o sujeito. É
dividido em:
• Verbal: O núcleo é o verbo – Eu comi um brigadeiro.(predicado verbal em destaque) – Sujeito: EU.
• Nominal: Construído com verbo de ligação – Pedro é feliz. (predicado nominal em destaque) – Sujeito:
PEDRO.
• Verbo nominal (apresenta como núcleo o predicativo do sujeito ou objeto e um verbo que indica ação)
– A menina chegou cansada - Predicado verbo nominal está em destaque, enquanto o sujeito – A
MENINA

OBJETO DIRETO- Complemento verbal que, geralmente, não é acompanhado por preposição.
• Ana vende livros.
• O pai abraçou o filho.
• Você conhece o José?

OBJETO INDIRETO - Função de completar o verbo trânsito, o qual sozinho não consegue fornecer
informação com sentido completo.

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• Meu pai gosta de música clássica.


• O povo confiou no seu candidato.
• Desculpe, não posso ir à tua festa.

ADJUNTOS - São termos acessórios da oração. Normalmente são os últimos a aparecer: Divide-se em
adverbial, adnominal, vocativo e aposto.

Adjunto Adverbial – Função de modificar o verbo da oração.


• Dúvida - Talvez eu viaje amanhã.
• Negação - Eu não quero sair de casa
• Intensidade - Treinei muito para hoje.

Adjunto Adnominal - Atribui característica ou qualidade ao substantivo.


• Eles eram cientistas do governo.
• Os seus últimos relatórios mensais ficaram bons.

Aposto - Acrescenta informações sobre outro termo:


• Explicativo – A geologia, estudo da terra, é uma ciência.
• Enumerativo – As exigências do serviço são: clareza, velocidade e objetividade.
• Comparativo – A casa, amarela e grande, está à venda.
• Especificativo – O comediante Chico Anysio morreu.

Vocativo – Não exerce nenhuma função na sintaxe. É um chamamento ou invocação e deve ser separado
por vírgula do restante da frase.
• Ana, eu comprei seu relógio.

SEMÂNTICA

Semântica é a ciência que se dedica ao estudo do significado e a interpretação dos


significados das palavras, frases ou expressões dentro de um específico contexto.

A semântica está ligada a sintaxe, pois qualquer alteração sintática que houver em
uma sentença, em um ponto que for, todo o sentido também mudará.

Conhecida como o “estudo de significado”, a semântica tem por objetivo explicar


o sentido da mensagem que está sendo transmitida.

Assim, é a parte da linguística que estuda os significados das palavras, das frases,
dos símbolos e imagens etc.

SINONÍMIA - Duas palavras com significados diferentes, colocadas em um contexto que passam a ser
sinônimas. Não são sinônimas, mas dentro da oração têm significados iguais.
• A paz e a tranquilidade reinava na casa de Marcelo.
• A ponte da esquina quebrou porque era frágil e fraca.
“Paz", "tranquilidade", “frágil” e "fraca“, separados do contexto não são sinônimos. Mas, dentro do
contexto de cada sentença, possuem o mesmo significado.

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ANTONÍMIA - Duas ou mais palavras não são necessariamente contrárias, mas ao serem colocadas
dentro de um contexto assumem sentido de antônimos.
• Marcia é uma pessoa caridosa, já seu irmão Marcos é agressivo.
• Marcos é um homem mau, já Marcia é uma pessoa boa.
“Caridosa” e “agressivo” não são antônimos, mas transmitem esse sentido dentro desse contexto. As
palavras “mau” e “boa” também são palavras antônimas, pois o contrário de mau é bom e vice e versa.

HIPERÔNIMO - Palavras que tem um sentido mais abrangente, ou seja, englobam um conjunto de palavras
relacionadas a ela e que estão dentro do mesmo grupo semântico.
• Profissão: é um hiperônimo, pois dentro desse grupo há várias outras palavras. Como médico,
jornalista, cozinheiro, entre outros.
• Inseto: hiperônimo de barata, mosquito, mosca etc.
• Mamíferos: hiperônimo de ser humano, baleia, vaca etc.

HIPÔNIMO - Ao contrário do “hiper” que é algo mais amplo, “hipo” é mais restrito. Isto é, está relacionado
a elementos mais específicos dentro do conjunto dos hiperônimos.
• Escritor e Jornalista são hipônimos de profissão
• Mosquito e mosca são hipônimos de inseto
• Gato e cachorro são hipônimos de mamíferos.

POLISSEMIA - Quando uma mesma palavra pode ser interpretada com vários significados,
Proporciona mais de uma leitura. Apesar dos vários significados das palavras o sentido muda, conforme o
contexto em que forem inseridas.
• Pé: pode ser pé de moleque (doce), parte do corpo humano ou o pé da cadeira.
• Banco: pode ser a instituição comercial financeira ou o local de sentar-se.
• Cabo: pode ser cabo de vassoura, da faca ou o policial militar.
• Manga: pode ser a fruta ou parte da roupa.

AMBIGUIDADE - Não está atrelada a vários significados, mas sim as possíveis interpretações em uma
frase. É a abertura que uma palavra ou oração deixam para interpretações.
• O policial prendeu o suspeito em sua casa. (Casa de quem? Suspeito ou policial?).
• A estudante falou para a professora que era alemã. (Quem era alemã? Estudante ou professora?).

PARONÍMIA - Escrita e pronúncia são semelhantes, mas com diferentes significados. A relação acontece
quando duas ou mais expressões possuem significados distintos, mas são parecidas na sonoridade e
ortografia.
• Absolver (perdoar, inocentar) e absorve (aspirar, sorver).
• Recrear (divertir) e recriar (criar novamente).
• Eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente).

HOMONÍMIA - Relação presente entre duas ou mais palavras de mesma pronúncia ou escrita, mas
diferentes significados:
• Palavras homógrafas: expressões com sentidos diferentes, mas mesma escrita - sede (vontade de
beber) e sede (matriz).

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• Palavras homófonas: expressões que têm a escrita diferente, mas pronúncia é igual - Sessão,
secção, seção ou cessão e acerto (ato de acertar) e asserto (afirmação).
• Perfeitas: são palavras homógrafas e homófonas ao mesmo tempo, ou seja, tem a escrita e a
pronúncia iguais, mas diferentes significados - Gosto (substantivo) e gosto (verbo gostar).

REGRAS GRAMATICAIS

Gramática é o conjunto de regras que indicam o uso mais correto de uma língua. No início, a gramática
tinha como função apenas estabelecer regras quanto à escrita e à leitura. É por isso que a palavra gramática,
de origem grega (grámma), significa “letra”. Há 4 tipos de gramáticas:
1. Normativa - É sinônimo de norma culta. Ela estabelece os usos certos e errados em oposição ao uso
popular. Isso porque, apesar de ser compreensível, no cotidiano, há sérias transgressões ao modelo
estabelecido. Essa é a gramática oficial e, que, portanto, é ensinada nas escolas.
2. Descritiva - Analisa a língua, no que respeita ao seu uso oral, num período específico do tempo, ou
seja, é sincrônica.
3. Histórica - Trata justamente da história da língua ao longo do tempo, desde a sua origem às
transformações, ou seja, é diacrônica
4. Comparativa - Estuda a gramática fazendo uma comparação com as gramáticas pertencentes às
mesmas famílias linguísticas.
Existem regras gramaticais básicas para garantir a boa qualidade das redações. A seguir, vamos ver
algumas dicas e regras básicas que ajudam a garantir a boa qualidade das redações: Vocabulário,
Pontuação, Hífen, Acentuação, Crase, Concordância e Conetivos.

VOCABULÁRIO

Vocabulário é o conjunto de termos e expressões que pertencem a uma língua, mas também pode se
referir ao grupo de palavras conhecidas de determinada pessoa ou grupo, seja ele social, etário, regional,
entre outros. O vocabulário pode ser considerado o mesmo que glossário, léxico ou dicionário, ou seja,
um acumulamento de diferentes palavras e seus significados.

O vocabulário pode ser entendido como a totalidade de palavras que pertencem ao idioma de determinado
país, assim como do dialeto de determinado povo, e como a linguagem técnica que é típica de determinado
grupo de profissionais. Cada indivíduo possui o seu vocabulário próprio, formado pela junção de todas as
palavras que conhece, utiliza e que sabe o seu significado. Quando se diz que determinada pessoa possui
um “vocabulário rico” ou um “vocabulário erudito”, quer dizer que conhece e utiliza uma grande
variedade de vocábulos (palavras), assim como as suas acepções.

A “riqueza” do vocabulário é construída de acordo com o nível de instrução educacional que a pessoa recebe
ao longo de sua vida. O ser humano está sempre em comunicação, e o bom uso do vocabulário permite
que relações pessoais e profissionais sejam construídas por meio da confiança. Além disso, é preciso
reconhecer que o diálogo e a escolha das palavras dependem do ambiente em que se está.

Utilizar as palavras corretas faz toda a diferença na vida pessoal e profissional. O vocabulário utilizado em
um texto também mostra uma imagem sobre o autor.

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Portanto, procure sempre aperfeiçoar seu vocabulário com muita leitura e um bom dicionário. A seguir, veja
alguns exemplos em que é possível optar por um vocabulário mais refinado e preciso.

Alguns erros comuns aplicados em nosso vocabulário:

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PONTUAÇÃO

A pontuação na linguagem funciona como uma espécie de sinalização, guiando e organizando o texto a ser
lido. Como num trânsito, os sinais apontam onde deve haver pausas ou o que chama a atenção. Se, mesmo
com toda a sinalização, o trânsito nas cidades já é complicado, imagine sem.

Assim como no tráfego de veículos, no texto os sinais dão ritmo, fluidez e evitam confusão. A pontuação
é superimportante. O texto mal pontuado se torna ininteligível. Não é possível compreender as ideias do
texto.

Os sinais de pontuação são recursos de linguagem empregados na língua escrita e desempenham a


função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limites de estruturas sintáticas nos
textos escritos. Assim, os sinais de pontuação cumprem o papel dos recursos prosódicos(*), utilizados
na fala para darmos ritmo, entoação e pausas e indicarmos os limites sintáticos e unidades de sentido.
Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com
nossos gestos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de
pontuação que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de
sentidos dos enunciados.

Um dos sinais mais importantes é a vírgula. Ela indica uma pequena pausa, na fala e, naturalmente, na
escrita. Como exemplo, temos: ‘um homem para ser respeitado tem que ser médico, advogado, engenheiro,
sei lá mais o que’. Veja que há várias pausas ascendentes. É a hora exata de usar vírgula”. A vírgula ainda
serve para separar o aposto explicativo, um vocativo ou adjunto adverbial deslocado. O ponto e vírgula, no
português, funciona mais como ponto do que como vírgula. Na incerteza, na dúvida, faça a opção do ponto.
É muito normal o uso após algumas vírgulas ou quando há ideias compostas.

Na hora em que se vai citar alguém, é preciso usar dois pontos. “Já afirmara Rui Barbosa: a pátria não é
ninguém, são todos”. Outra situação é quando se quer criar uma expectativa “precisamos de duas coisas:
da vida e da liberdade”. Quando são três pontos seguidos, há as reticências, usadas para indicar que a
frase não termina, que a pessoa hesita, está insegura.

Vamos conhecer melhor como aplicar os principais Sinais de Pontuação, usados em nossa Gramática:
Ponto Final, Dois pontos, Vírgula, Ponto e Vírgula, Ponto de Exclamação, Pontos de Interrogação,
Reticências, Aspas, Parêntese, Travessão.

PONTO

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DOIS PONTOS

VÍRGULA - A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que os termos por ela separados não formam
uma unidade sintática, apesar de estarem na mesma oração. Esse é o sinal de pontuação que exerce o
maior número de funções, por isso aparece em várias situações.

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PONTO E VÍRGULA

PONTO DE INTERROGAÇÃO

PONTO DE EXCLAMAÇÃO

RETICÊNCIAS

ASPAS

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OBSERVAÇÃO - Se necessário usar aspas dentro de uma sentença que já contém aspas, usar como
marcação simples ('), não dupla (").

PARENTÊSES

TRAVESSÃO

HÍFEN
+++++++-
Com a Reforma Ortográfica (2009), houve algumas mudanças em relação à aplicabilidade do hífen. Ele é
um sinal gráfico cujas funções estão associadas a uma infinidade de ocorrências linguísticas. Entre essas
funções, podemos citar:
• Ligar palavras compostas e também algumas palavras precedidas de prefixos
• Fazer a junção entre pronomes oblíquos e algumas formas verbais;
• Separar as sílabas de um dado vocábulo; etc.

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DICAS PARA USAR O HÍFEN

• Nomes de animais e plantas, com ou sem elemento de ligação


maria-sem-vergonha, tamanduá-bandeira, urso-de-óculos, pau-mulato-da terra- firme.
• Palavras que designam origem, mesmo que o nome do local não tenha hífen
belo-horizonte, norte-rio-grandense, mar-de-espanhense.
• Para ligar palavras combinadas que não formam uma palavra à parte
Brasil-França, Rio-Niterói, Penha-Lapa, verde-azul, casa-trabalho, perde-ganha.
• Sufixos de origem tupi-guarani - Açu e guaçu (grande)/ mirim (pequeno)
Jacaré-açu, cajá-mirim, amoré-guaçu

DICAS PARA NÃO USAR O HÍFEN


• Palavras repetidas unidas por “A” - dia a dia, cara a cara, passo a passo.
• Nomes de lugares - Rio Grande do Sul, Belo Horizonte, Costa do Marfim, Ilhas Salomão etc.

ACENTUAÇÃO

A acentuação serve para auxiliar a representação escrita da linguagem. Quando ouvimos, distinguimos com
facilidade uma sílaba tônica de uma sílaba átona. Quando lemos, entretanto, não é tão fácil, o que pode
dificultar a leitura.

O acento indica a forma como as palavras devem ser lidas, não permitindo que haja confusões com duas
palavras que possuem a escrita parecida, mas a pronúncia completamente diferente, como por exemplo as
palavras "dúvida" e "duvida".

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Sem o acento, as frases ficariam incompreensíveis.


• Dúvida – conjugação do verbo duvidar no presente do indicativo.
• Duvida - substantivo - significa uma questão, incerteza/hesitação que uma pessoa possui sobre.

Além disso, a acentuação nos auxilia na leitura de palavras que desconhecemos, visto que os acentos gráficos
designam as sílabas tônicas e os sons mais abertos ou fechados. Os acentos mais usados na língua
portuguesa são: Agudo, Grave, Circunflexo, Til, Cedilha.

ACENTO AGUDO (´) - Esse acento é usado por diversos idiomas com o objetivo de assinalar uma vogal
longa ou aberta. Especialmente na Língua Portuguesa, é utilizado:
• Em todas as vogais tônicas localizadas na antepenúltima e em várias na última sílaba;
• Em muitas das letras I e U dentro de um hiato (Ex.: saúde, saída);
• Em grupos de palavras oxítonas que terminam com “EM” ou “ENS” (Ex.: além, armazéns).

ACENTO CIRCUNFLEXO (^) - Tem a finalidade de marcar a posição da sílaba tônica com som fechado.
No uso formal do português, esse acento é usado sobre as vogais A, E e O quando são tônicas na
antepenúltima e na última sílaba (Ex.: pêssego, supôs).

TIL (~) - Em português, essa forma de acentuação gráfica é utilizada para indicar uma nasalização das
vogais, sendo especialmente utilizada nos ditongos ÃO, ÃE e ÕE ou de forma isolada na vogal Ã.

CEDILHA (¸) - Trata-se de um acento que indica que a consoante precisa ser pronunciada de maneira
sibilante. Na Língua Portuguesa esse acento é usado sob a letra C (Ç).

TREMA ( ̈ ) - Sinal gráfico que foi abolido da Língua Portuguesa, em 2009 com a implantação do Novo Acordo
Ortográfico, porém é usado nas línguas românicas, germânicas e no espanhol.

A exceção para essa regra são palavras estrangeiras que tenham trema no original. O sinal deve ser mantido
na palavra original, assim como nos seus derivados. Exemplo: müsli, mülleriano.

ACENTUAÇÃO TÔNICA - A acentuação tônica refere-se à intensidade em que são pronunciadas as


sílabas das palavras. Aquela que é pronunciada de forma mais acentuada é a sílaba tônica. As demais, como
são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. De acordo com a tonicidade, as
palavras são classificadas como:
• Oxítonas: são aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba.
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
• Paroxítonas: são aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na penúltima sílaba.
Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível
• Proparoxítonas: são aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na antepenúltima sílaba.
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus

REGRAS FUNDAMENTAIS
• Proparoxítonas: todas são acentuadas. - Ex.: analítico, hipérbole, jurídico, cólica.
• Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas terminadas em "A", "E", "O", "EM", seguidas ou
não do plural(s). - Ex.: Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)

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Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:


• Monossílabos tônicos terminados em "A", "E", "O", seguidos ou não de “S”. - Ex.: pá – pé – dó – há
• Formas verbais terminadas em "A", "E", "O", tônicos seguidos de LO, LA, LOS, LAS.
Ex.: respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo.
• Paroxítonas: Acentuam-se palavras paroxítonas terminadas em:
✓ I, IS - Ex.: táxi – lápis – júri
✓ US, UM, UNS - Ex.: vírus – álbuns – fórum
✓ L, N, R, X, PS - Ex.: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
✓ Ã, ÃS, ÃO, ÃOS - Ex.: ímã – ímãs – órfão – órgãos
• Ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”. - Ex.: água – pônei – mágoa – jóquei

REGRAS ESPECIAIS
• Os ditongos de pronúncia aberta "EI", "OI", que antes eram acentuados, perderam o acento com o
Novo Acordo. Veja na tabela a seguir alguns exemplos:

A exceção para essa regra são as palavras oxítonas (aquelas com acento na sílaba final), terminadas
nos ditongos abertos “ÉI”, “ÉU” e “´ÓI”, seguidos ou não de S, ficam mantidos.
Exemplo: papéis, fiéis, chapéu, véu, Bordéus, herói, dói.
Não existe acento quando esses ditongos são pronunciados fechados, como: calei, correi, lei, rei, foi
etc.
• Quando "I" e "U" tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de "s", desde
que não sejam seguidos por "-NH", haverá acento: Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
EXCEÇÃO - Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de
ditongo:

• Não se acentuam as vogais "I" e "U" dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica:
Ex.: Xiita (xi-i-ta),Paracuuba (pa-ra-cu-u-ba).
No entanto, em se tratando de palavra proparoxítona, haverá o acento, já que a regra de acentuação
das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos.
Ex.: Friíssimo (fri-ís-si-mo), Seriíssimo (se-ri-ís-si-mo).

• O acento pertencente aos hiatos “OO” e “EE” foi abolido.

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A exceção para essa regra são palavras proparoxítonas (palavras com acento na antepenúltima sílaba),
como alcoólico. Neste caso o acento não é obrigatório.

• As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz com "U" tônico precedido de "G" ou "Q" e
seguido de "E" ou "I" não serão mais acentuadas.

• Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos TER e VIR e dos seus
compostos (conter, reter, advir, convir etc.).

• Essas regras foram alteradas, pois a maior parte dos acentos diferenciais, só servem para distinguir
duas palavras, com significados diferentes, porém com a mesma grafia.
✓ Pelo (preposição), pelo (cabelo) e pelo (do verbo pelar).
✓ Apoio (substantivo) e apoio (do verbo apoiar).
✓ Para (preposição) e para (do verbo parar).

As exceções neste caso são:


✓ O verbo pôr, para distingui-lo da preposição por.
✓ A forma verbal pôde (no passado), para distingui-la da forma verbal pode (no presente).
✓ O substantivo fôrma (assadeira), para distingui-la do substantivo forma (configuração física).
Este acento é opcional, mas pode ajudar a evitar ambiguidades.
✓ As formas verbais que têm a letra “U” na sílaba tônica e uma vogal depois: Aguo (do verbo aguar),
argua (do verbo arguir), enxaguo (do verbo enxaguar), que também pode ser escrito na forma
enxáguo.

CRASE

Tem por objetivo marcar a crase. Esse tipo de acento também é utilizado com outras finalidades em idiomas
como latim, grego, italiano, francês, norueguês e romeno. A Crase é a contração entre a preposição “A” e
o artigo “A”. Sendo assim, algumas dicas são bastante eficazes. Portanto, a seguir vamos conhecer alguns
modelos de documentos. Exemplo:
• Ficou em casa devido à chuva.
• Viajarei à França na próxima semana.
DICAS:
1. Na dúvida se há crase ou não, antes de uma palavra feminina, basta trocá-la por uma masculina.
Obedeça às mães. - (Obedeça AOS pais) – apareceu AOS, então crase no A.

2. Se ao trocar, a preposição AO for utilizada, isso indica que ocorre a crase com a palavra feminina.
Entreguei a carta. - (Entreguei O cartão) – não apareceu AO, não ocorre crase.

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CONCORDÂNCIA

A regra para concordância é simples: se um substantivo ou pronome está no plural, tudo que se relaciona a
ele vai para o plural, se está no feminino, tudo vai para o feminino. A dica é procurar sempre encontrar quem
está fazendo a ação para concordar o verbo com ele. Porém os seguintes casos que merecem atenção:

• Concordância de sujeitos longos –a regra é achar o núcleo do sujeito e quem está praticando a ação.
Exemplo: O alcance das mídias tradicionais, em relação à internet, dá a elas um papel predominante.
(O que dá o papel? O alcance, não as mídias).

• Concordância com palavras femininas e masculinas – em português, quando há palavras


masculinas e femininas juntas, a concordância vai sempre para o masculino.
Exemplo: A organização, o capricho e a limpeza são valorizados.

• Concordância de sujeitos compostos com “ou” – se o sujeito tem dois ou mais núcleos unidos por
“ou”, o verbo vai para o plural se a ideia for de inclusão, e para o singular se a ideia for de exclusão.
Exemplos: Júlio ou Luísa será eleito presidente da associação.
Júlia ou Luísa têm chances de se eleger deputados.

• Concordância em frases invertidas – você sabe que as orações em português costumam ter uma
ordem direta: sujeito, verbo e complementos de verbo. Mas é possível mudar os elementos de lugar,
colocando o complemento na frente do verbo, ou o verbo na frente do sujeito. Nesse caso, a
concordância dos elementos não muda.
Exemplo: “Para manter a saúde em ordem, é necessária limpeza.” (e não: é necessário limpeza).

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CONETIVO

Quando se coloca mais de uma frase da mesma oração, geralmente é necessário o uso de uma palavrinha
que mostre a relação entre as duas: o conetivo. Os conetivos também aparecem para unir duas palavras
ou expressões que ocupam a mesma função na frase. Além disso, o uso correto das conjunções ajuda a
melhorar a clareza de seu texto. Conheça alguns a seguir:

• Conetivos que indicam oposição, contraste - Mas, porém, senão, contudo, entretanto, todavia, no
entanto, não obstante.
Exemplo: Regina dorme cedo, mas está sempre com sono.
Fomos para a praia, contudo não entramos no mar.

• Conetivos que indicam conclusão, consequência - Portanto, logo, então, assim, pois (depois do verbo),
por isso, por conseguinte.
Exemplo: Um cão é um ser vivo, logo merece ser bem tratado.
De manhã estava frio, por isso vesti um casaco.

• Conetivos que indicam causa, motivo - Porém, pois, como, já que, uma vez que, visto que, por isso que.
Exemplo: Vou me deitar porque estou com dor de cabeça.
Joana voltou para casa, já que terminara seu trabalho.

• Conetivos que indicam finalidade ou o objetivo da oração principal - Que, para que, a fim de que.
Exemplo: Envie o e-mail para que ela fique ciente do caso.
É preciso melhorar as escolas a fim de que os alunos tenham melhor formação.

Conhecer e aplicar as regras gramaticais é fundamental para o desempenho profissional. Lembre-se: “O


profissional tem a opção de escolher qualquer área para trabalhar, a única opção que ele não tem é
a de escrever mal.”

Agora que relembramos e revisamos muito sobre nossa Língua Portuguesa, vamos aplicá-la na linguagem
empresarial.

COMUNICAÇÃO ESCRITA

IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ESCRITA

Na era das tecnologias e redes sociais, multiplicaram-se as maneiras de as pessoas se comunicarem de


forma rápida e prática. Mas a principal dificuldade encontrada não é em utilizar as novas tecnologias e sim
em se fazer entender claramente, tanto na linguagem falada quanto na escrita. Não é só a forma que é
importante, mas também o conteúdo e a linguagem que será utilizado para esse fim. E, como vimos no
exemplo dos e-mails, um bom texto, com clareza e correção, é o cartão de visita tanto do profissional quanto
da empresa. Devemos perceber que essas características estão presentes em textos de todos os tipos. Por
isso, vamos entender um pouco melhor desse assunto, abordando alguns exemplos de cinema.

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A ideia é apresentar algumas características e técnicas para que seus textos sejam seus aliados
profissionais. Na era das tecnologias e redes sociais, multiplicaram-se as maneiras de as pessoas se
comunicarem de forma rápida e prática. Mas a principal dificuldade encontrada não é em utilizar as novas
tecnologias e sim em se fazer entender claramente, tanto na linguagem falada quanto na escrita. Não é só
a forma que é importante, mas também o conteúdo e a linguagem que será utilizado para esse fim.

Por isso, vamos entender um pouco melhor desse assunto, abordando alguns exemplos de cinema. A ideia
é apresentar algumas características e técnicas para que seus textos sejam seus aliados profissionais. A
seguir veja o que você acha dos dois textos apresentado nos exemplos de e-mail.

Prezado sr Souza

Venho p/ meio desta enviar meu cv.

Tenho experiência com trab em equipe pq fui coordenados


durante anos e cuidei de projetos integrando soluções p/ prob
logísticos.

Ao seu inteiro dispor. Abs.....


E-mail 1

Prezado Sr. Silva,


Envio anexo meu currículo para a vaga de
Coordenador.
Tenho experiência como coordenador em projetos que
integram soluções logísticas.
Estou à disposição para esclarecimentos.
Att,
João José. E-mail 2

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Qual e-mail é mais adequado?

Se você escolheu o e-mail 2, está perfeito. Ele está mais bem estruturado. Mostra que o remetente é um
bom profissional. Escreveu um bom texto, com clareza e correção, já que o e-mail pode ser o cartão de
visita. Tanto do profissional quanto da empresa. Importante que essas características estejam presentes em
textos de todos os tipos.

Já o e-mail 1, do remetente Mauro Sergio, está descuidado. Sem organização ou clareza, cheio de erros
ortográficos e com diversos outros erros. Dessa forma, pode não ser animador para que o destinatário, leia
o currículo deste profissional. A linguagem escrita obriga alguns cuidados por parte de quem escreve, como
levar em consideração a quem se destina o texto, tipo de vocabulário que vai utilizar a clareza do texto etc.

O autor do texto deve garantir que a comunicação será eficiente. Para tanto, ele deve levar em consideração
o Sistema de Comunicação. E, como vimos no exemplo dos e-mails, um bom texto, com clareza e correção,
é o cartão de visita tanto do profissional quanto da empresa.

Devemos perceber que essas características estão presentes em textos de todos os tipos. O Sistema de
Comunicação funciona, basicamente com os seguintes elementos:
• Emissor - aquele que emite a mensagem
• Mensagem - conteúdo da informação transmitida
• Código - sistema linguístico utilizado para a transmissão e recepção da mensagem
• Receptor / destinatário - a quem se destina a mensagem
• Canal de comunicação - meio utilizado para transmitir a mensagem
• Referente - contexto, as condições em que se encontram o emissor e o receptor.

TIPOS DE DISCURSOS PRESENTES NA COMUNICAÇÃO

Todo o Sistema de Comunicação é constituído por esse conjunto de elementos, que são fundamentais para
assegurar a troca de informações. Na comunicação escrita não é diferente. Por isso, vamos entender um
pouco melhor desse assunto, abordando alguns exemplos de cinema. A ideia é apresentar algumas
características e técnicas para que seus textos sejam seus aliados profissionais.

No processo de construção de sentido dos textos, a escrita se baseia em formas padrão e relativamente
estáveis de estruturação. Geralmente, a redação pode ser dividida em três principais tipos:
• Descrição
• Narração
• Argumentação

Vamos conhecer as características de cada um:

DESCRIÇÃO

Descrição é o texto em que se descreve algo ou alguém. Então, sempre que você
mostra com detalhes um objeto, uma pessoa ou uma paisagem a alguém, está
fazendo uso da descrição. Veja um exemplo:

“Uma jovem, bonita e desengonçada jornalista está à procura de emprego e seu


currículo acaba parando na Runoff, maior revista de moda do país, e ela, que não
entendia nada de moda, se vê em um universo totalmente diferente com Valentinos,
Pradas etc. Para piorar tudo, ela ainda vai ser a segunda assistente da
poderosíssima Mary Prick”.

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Esse tipo de texto também aparece em seus negócios. Veja o trecho de um e-mail:

“Esse objeto que estamos tratando tem três metros de diâmetro, é azul escuro, pesa oito toneladas e será
utilizado na fabricação de embalagens descartáveis.
Fico à disposição para maiores esclarecimentos.”

Num texto descritivo podem ocorrer:


• Caracterizações objetivas (físicas, concretas) – como o exemplo acima.
• Caracterizações subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se
referem às características não físicas do caracterizado) – como o exemplo abaixo:

Uma jovem, bonita e desengonçada jornalista.


Repare que a presença de adjetivos é uma característica de um texto descritivo.

NARRAÇÃO

Narração é o texto que conta um fato, um episódio. Todo discurso


em que algo é narrado, possui os seguintes elementos: fato, onde,
quando, com quem e como. Na composição narrativa, o enredo
gira em torno de um fato acontecido. Veja um exemplo:

“Com a invenção do Dr. Robert, Marvin acidentalmente volta


aos anos 50, quando ainda não havia nascido. Ele reencontra
muitas pessoas que conhece, só que bem mais jovens, como
sua mãe. Ela, sem saber de nada, se apaixona por ele.”

Até em uma ata de reunião pode haver uma narração:

“Aos vinte e três de janeiro de 2018, às dezessete horas e trinta minutos, sob o comando do diretor
Jorge Marc, da gerente Lúcia Mota e demais colaboradores, realizou-se a primeira reunião referente
ao 1º bimestre, tendo por objetivo a análise do rendimento de todos os profissionais.
Dentre as propostas sugeridas pelo diretor, se destacam as medidas a serem tomadas no que diz
respeito às possíveis falhas obtidas mediante o processo avaliativo, com vistas e contorná-las.
Constatados e discutidos os propósitos, a reunião se encerrou. Eu, Joana da Silva, lavrei a ata, lida e
assinada por todos os presentes.”

Nota que um texto narrativo utiliza os seguintes elementos Verbos de ação, Personagens, Advérbios de
lugar e Advérbios de tempo.

ARGUMENTAÇÃO

Argumentação é o texto que discute, reflete, questiona e opina de maneira


convincente sobre um determinado tema. No texto argumentativo, o autor
expressa seu ponto de vista em relação ao assunto. Esse tipo de texto, por meio
da organização de palavras, frases e testos, apresenta ideias, desenvolve
raciocínio, análise contextos, dados e fatos.

A todo instante nos deparamos com situações que exigem a exposição de ideias,
argumentos e pontos de vista e, muitas vezes, precisamos expor aquilo que
pensamos sobre determinado assunto.

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Veja como o autor expõe sua opinião no exemplo de uma crítica de filme:

Em um ambiente corporativo, a argumentação também é muito utilizada. Afinal de contas, você encontrará
momentos em que terá que discutir um tema e defender sua opinião. No e-mail abaixo, é relatado o porquê
de uma medida não ser tomada.

O aumento dos custos no setor será prejudicial aos negócios. Os


dados mostram que a folha de pagamento está inchada desde a
última análise. Portanto, dar subsídios a esse tipo de decisão
será uma intensidade mortal.

Em um ambiente corporativo, a argumentação também é muito utilizada. Afinal de contas, você encontrará
momentos em que terá que discutir um tema e defender sua opinião. Algumas expressões indicadoras de
causa e consequência são muito importantes em uma argumentação:
• Causa – por causa de, graças a, em virtude de, em dista de, devido a, por motivo de.
• Consequência – consequentemente, em decorrência de, como resultado, como efeito de.

ELABORANDO UM TEXTO

Para uma comunicação escrita eficaz, é importante levarmos em consideração o seguinte:


1. Estrutura Básica de um texto
Independentemente de qual pessoa vá escrever, os textos têm uma estrutura básica de apresentação:
• Introdução –início do texto, onde se apresenta o assunto que será desenvolvido com muita clareza.
• Desenvolvimento – é o corpo do texto, onde se organiza o pensamento, expõe as novas
informações, discute, comprova, compara, contradiz ou justifica a procedência do que está no
assunto.
• Conclusão – sintetiza os pontos relevantes, reafirma as novas informações e/ou expõe o ponto de
vista do autor.

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2. Qualidade do texto

Conhecendo a estrutura básica de um texto é importante que o autor consiga se comunicar de maneira
eficaz com seu leitor.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM TEXTO
INTRODUÇÃO

É um bom início de texto que desperta no leitor vontade de continuar a lê-lo. Na introdução é que se define
o que será dito, e é nessa parte que o escritor deve mostrar para o leitor que seu texto merece atenção. O
assunto a ser tratado deve ser apresentado de maneira clara, existem assuntos que abrem espaço para
definições, citações, perguntas, exposição de ponto de vista oposto, comparações, descrição.
A introdução pode apresentar uma:
• Afirmação geral sobre o assunto
• Consideração do tipo histórico-filosófico
• Citação
• Comparação
• Uma ou mais perguntas
• Narração

DESENVOLVIMENTO - Na dissertação a persuasão aparece de forma explícita, essa se faz presente no


desenvolvimento do texto. É nesse momento que o escritor desenvolve o tema, seja através de
argumentação por citação, comprovação ou raciocínio lógico, tomando sua posição a respeito do que está
sendo discutido. O conteúdo do desenvolvimento pode ser organizado de diversas maneiras, dependerá das
propostas do texto e das informações disponíveis.

CONCLUSÃO - A conclusão é a parte final do texto, um resumo forte e breve de tudo o que já foi dito, cabe
também a essa parte responder à questão proposta inicialmente, expondo uma avaliação final do assunto.

QUALIDADE DO TEXTO

O ato de redigir, perante a concepção de muitos, representa algo complexo. O emissor, vendo-se diante de
uma folha em branco, sente-se atordoado com tal procedimento: as ideias parecem escapar-lhe à mente.

A competência? Essa também parece se esvair a cada instante. Afinal, será que o que nos resta é deixar
tudo de lado, ou fazer de tais obstáculos um trunfo para que possamos aprimorar nosso desempenho?

Diante desse impasse, cabe ressaltar a importância de estarmos aptos mediante o cumprimento da referida
incumbência. Estabelecer familiaridade com a leitura no sentido de aprimorar o vocabulário, bem como o
conhecimento de mundo, revelam sua palavra de ordem. Para isso, alguns fatores são essenciais à boa
qualidade de todo e qualquer texto: Clareza, Coerência, Precisão, Concisão, Objetividade e Coesão.

CLAREZA - É a expressão do assunto de maneira que ela seja entendida rapidamente pelo leitor. Para
que a redação seja clara, os seguintes aspectos devem ser seguidos:
• Utilizar frases curtas, pois muita informação pode ficar confusa.
• Evitar frases ambíguas (imprecisas, com mais de um sentido).
• Evitar palavras desconhecidas. Utilize palavras simples para facilitar o entendimento.
• Interligar as ideias: não se esqueça de que deve haver começo, meio e fim.
• Utilizar conetivos: eles são essenciais na ligação das ideias.
• Utilizar a ordem direta da frase: sujeito, verbo e complemento.

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COERÊNCIA - É a articulação das ideias por meio da conexão lógica dos fatos na redação. Para que a
ligação dos acontecimentos seja harmoniosa, deve-se dar atenção ao encadeamento lógico dos fatos e,
para isso, levar em consideração as relações:
• De tempo,
• De espaço,
• De causa e consequência etc.

Assim, os parágrafos terão sentido


entre um e outro.

PRECISÃO - É a característica de um texto dinâmico, que não desperdiça tempo com palavras
desnecessárias. Um bom texto precisa utilizar frases curtas, como dito anteriormente, e vocábulos
conhecidos pelo leitor. A simplicidade é sempre o melhor caminho em uma redação. Evite o emprego de
palavras vagas que causam imprecisão, como: diversos, muitos, vários, poucos, quase todos, alguns, há
tempos.

CONCISÃO - É a característica de um texto que possui equilíbrio: a redação não é muita extensa e nem
resumida demais, pois, em ambos os casos, a compreensão do texto fica comprometida. Um texto conciso
é agradável, possui palavras bem selecionadas e frases claras. Para escrever um texto com concisão, evite
os seguintes itens:
• Uso excessivo de pronomes pessoais (eu, nós, ele etc.) e conjunções (mas, porém, portanto etc.).
• Repetições desnecessárias
• Pleonasmos: subir para cima, fato real, panorama geral, consenso geral, etc.

OBJETIVIDADE - É a qualidade da redação que possui apenas informações relevantes. Aqui é importante
que o autor defina as principais informações que deseja transmitir, pois as informações desnecessárias
podem tirar o foco do assunto abordado e confundir o leitor. As mesmas dicas dadas anteriormente, nesse
ponto, são importantes:
• Construa frases curtas e independentes
• Escolha vocábulo simples.

COESÃO - É a articulação gramatical entre palavras, orações, frases e parágrafos. A coesão é uma maneira
de recuperar/retomar um termo citado na frase anterior. Por exemplo: “Por favor, verifique os memorandos.
Depois, prenda-os com um clipe de papel”. O pronome “os” recupera a expressão “os memorandos”. Em
geral, as palavras responsáveis pela coesão são os pronomes e as palavras de ligação. Os pronomes podem
ser:
• Pessoais: ela, ele, nós, o, a, lhe
• Possessivos: seu, teu, meu, nosso
• Demonstrativos: aquele, aquilo, esse, este

As palavras de ligação podem ser:


• Advérbios de lugar: ali, lá, aqui
• Artigos definidos: a/as, o/os
• Conetivos: mas, porque, portanto, embora, pois etc.

Ainda tratando das qualidades de um texto, há alguns problemas muito comuns que atrapalham na hora de
deixar um texto com uma compreensão eficaz. São eles: o paralelismo, o queísmo e as abreviações.

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PARALELISMO - O paralelismo é a semelhança entre os termos de uma frase que estão na mesma
situação. Por exemplo, em um texto escrito com verbos presente, espera-se que todos os verbos estejam
no mesmo tempo e modo verbal. Isso tem a ver com a coerência do texto: estruturas semelhantes
representam ideias semelhantes. Frases sem paralelismo perdem a elegância e podem até mesmo dar a
impressão de que estão erradas. Por isso ele é importante em vários casos. Veja a seguir:
1. Quando há vários termos relacionados a outro
2. Em certas estruturas de frase
3. Numa lista em tópicos
1. Quando há vários termos relacionados a outro
• Uso de substantivos, adjetivos, verbos: Se estão enumerando substantivos, é importante que não
haja nenhum adjetivo ou verbo.
Assim: “Na alegria, na tristeza, na saúde ou na doença.”
E não: “Na alegria, na tristeza, na saúde ou doente.”

• Uso do mesmo tempo verbal: As frases devem ter construção equivalente e combinar umas com as
outras. Se um verbo está no passado, por exemplo, o outro não pode estar no presente.
Assim: “Disse que iria para casa e depois passaria na festa.”,
E não: “Disse que iria para casa e depois passará na festa.”

• Uso de artigos: Se você começa usando artigos, use-os até o fim ou então somente no início.
Assim: “Na alegria, na tristeza, na saúde ou na doença.” ou “Na alegria, tristeza, saúde ou doença”.
E não: “Na alegria, tristeza, na saúde ou doença”.

2. Em certas estruturas de frase


• Quando se usa termos comparativos como: tanto, quanto, seja, não só, como, mas, por um lado,
por outro, é importante que as duas ou mais partes atendam a essa estrutura.
Assim: “Tanto gostamos de ir ao cinema quanto de ficar em casa.”
E não: “Tanto gostamos de ir ao cinema e de ficar em casa.”

3. Numa lista em tópicos


Quando usar uma estrutura de tópicos, preste atenção se cada um dos itens está escrito de forma
semelhante aos outros. As frases devem ser todas completas ou todas com o uso de expressões.
Assim: As recomendações de economia são estas:
• Apague as luzes ao sair.
• Feche a torneira ao escovar os dentes.
• Abra as janelas. Não use o ar-condicionado.
OU As recomendações são:
• Apagar as luzes ao sair.
• Fechar a torneira ao escovar os dentes.
• Abrir as janelas. Não usar o ar-condicionado.

E não: As recomendações de economia são estas:


• Apagar as luzes ao sair.
• Feche a torneira ao escovar os dentes.
• Janelas abertas.

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QUEISMO

O queísmo é o uso excessivo do pronome relativo “que”. O “que” serve para ligar orações, entretanto,
quando se tem um vocabulário inadequado, pobre, uma das tendências é se apoiar no “que” de forma
exagerada. E como eliminar o “queísmo” das frases? Abaixo algumas dicas:

• Substituição da oração adjetiva por substantivos seguidos de complemento.


Exemplo: “O repórter, que escreveu a matéria sobre o presidente da república, foi bastante incisivo”.
“O repórter, autor da matéria sobre o presidente da república, foi bastante incisivo”

• Substituição por adjetivo.


Exemplo: “Este é um alvo que não pode ser atingido”.
“Este é um alvo inatingível”.

• Substituição da oração desenvolvida por uma oração reduzida de gerúndio.


Exemplo: “Escreveu-se um relatório que denuncia a corrupção no governo”.
“Escreveu-se um relatório denunciando a corrupção no governo”.

• Substituição da oração desenvolvida por uma oração reduzida de particípio.


Exemplo:
“Soube-se da corrupção no governo por meio de uma reportagem que foi publicada pelo jornal”.
“Soube-se da corrupção no governo por meio de uma reportagem publicada pelo jornal.”

ABREVIAÇÕES

As abreviações são muito comuns atualmente, sendo que a maioria delas


foi criada para facilitar a comunicação pela Internet, encurtando as
palavras: você – vc / também = tbm.

Entretanto, não se pode esquecer que isso só pode ser utilizado em uma
comunicação casual e não é aconselhável utilizá-la em uma comunicação
formal.

Abreviações existem e podem ser usadas, mas nem tudo deve ou pode ser
abreviado. Existe a forma correta para as abreviações e, em alguns casos,
é utilizado um símbolo.

Veja ao lado algumas abreviações comuns e usadas em textos formais:

Hora ou horas:
• Abreviado sempre em minúsculo, sem ponto nem espaço: 1h.
• Para abreviar horas e minutos, utiliza-se em minúsculo, sem ponto:
10h15min.

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PRINCIAPAIS FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO ESCRITA

E-mails, cartas, relatórios, memorandos, atas etc. fazem parte das atividades que são desenvolvidas em
uma empresa. Eles possibilitam a formalização da escrita, ou seja, representam o registro da comunicação
interna e externa.

Além disso, vale mencionar que as pessoas não dispõem de tempo para decifrar possíveis truncamentos
feitos por causa de uma comunicação que não se realizou de forma plena. Sendo assim, algumas dicas são
bastante eficazes. Portanto, a seguir vamos conhecer alguns modelos de documentos.

E-MAILS CORPORATIVOS

O quão dependente do e-mail é nosso trabalho hoje em dia? Poucas são as profissões em que e-mails
diários não ditam a rotina laboral. Por isso, ter um e-mail com o nome da companhia é fundamental para
qualquer negócio, seja ele pequeno, médio ou grande. O endereço personalizado passa credibilidade aos
clientes e fornecedores e permite a inserção de uma assinatura profissional.

Além de transmitir mais credibilidade, o endereço de e-mail com o nome da companhia pode oferecer alguns
benefícios para o negócio. Tão importante como ter um e-mail corporativo, é saber usá-lo adequadamente
e redigir os textos com clareza e objetividade. Veja a seguir algumas dicas:

1. DESTINATÁRIOS

Ao enviar um e-mail formal, é preciso decidir quem deve estar incluído no e-mail. Envie o e-mail somente
para aqueles para quem o e-mail é relevante, seja porque você espera uma ação da pessoa ou porque
ela precisa saber que este e-mail foi enviado.

O ideal é conhecer seus destinatários para saber se eles se importam em estar copiados em e-mails
que não precisa tomar ações. Se você não os conhece, uma boa prática é colocar nos destinatários do
e-mail somente quem precisa tomar uma ação ao ler a mensagem, e colocar em cópia quem deve
apenas saber que o e-mail foi enviado.

2. ASSUNTO

O assunto do e-mail é importantíssimo. Muita gente julga se deve ou não abrir um e-mail baseando-
se no assunto. No assunto, deixe claro do que se trata e a importância da mensagem. Tente comunicar:
• A urgência, importância, tema;
• Se há uma ação para ser tomada ou se é apenas informativo.

3. ANEXOS

Ao anexar um arquivo no seu e-mail, preste atenção nos seguintes pontos:


• Nome do arquivo: o nome do documento deve deixar claro o que a pessoa encontrará ao abri-lo;
• Corpo do e-mail: comente na mensagem sobre o anexo, e explique o motivo pelo qual o está
enviando. Deixe claro, também, o que espera que o destinatário faça com aquele arquivo.
• Tamanho: enviar arquivos grandes por e-mail pode ser complicado.

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• Formato: tente utilizar um formato de arquivo que será facilmente aberto em qualquer tipo de
computadores ou celulares (sugere-se os aplicativos do Office ou IOS). Envie em PDF se não é
para o arquivo ser editado.
• Segurança: se estiver enviando dados confidenciais, sejam seus ou de outras pessoas/empresas,
é importantíssimo se preocupar com isso. “Zipe” o arquivo, coloque uma senha e envie encriptado.
Não envie a senha no corpo do mesmo e-mail, e de preferência dê a senha por telefone.

4. SAUDAÇÃO

Ao contrário das mensagens que você troca com amigos, os e-mails formais necessitam de uma
saudação apropriada. Evite começar com “oi” ou “olá”, a não ser que conheça o destinatário e saiba
que ele estará confortável com essa saudação. Comece o e-mail com “Caro [nome]”, “Prezado
[nome]”, “Senhor [nome]” ou “Senhora [nome]”.

Sempre tente encontrar o nome de quem vai ler seu e-mail, pois isso torna a mensagem mais pessoal
e garante que a pessoa lerá com atenção. Se não for possível encontrar o nome de quem lerá o e-mail,
use outras saudações formais como: “Ao diretor de recursos humanos da [nome da empresa]”, ou em
último caso “A quem possa interessar”.

5. INTRODUÇÃO

Se você está enviando um e-mail formal e não conhece a pessoa que vai ler, é necessário se apresentar,
para que a pessoa entenda quem você é e por que está enviando o e-mail. Pode ser algo simples como:

Não inclua dados confidenciais no e-mail, sempre assume que alguém que você não espera pode ler a
mensagem.

6. MENSAGEM E CORPO DO E-MAIL


Ao escrever o corpo do e-mail, certifique-se que ele está bem estruturado, seguindo um raciocínio lógico
com começo, meio e fim. Não esquecer da objetividade e educação. Veja algumas dicas:
• Utilize a mensagem para comunicar exatamente o que precisa ser comunicado, nada menos e nada
mais que isso. Deixe claro o que é esperado do recipiente e o prazo.
• Evite gírias e jargões técnicos ao escrever um e-mail formal. Não use abreviações nem gírias de
internet. Não use emojis nem emoticons.
• A mensagem deve ser o mais curta possível. Explique o máximo possível em menos linhas.
Objetividade e clareza devem ser seu foco ao enviar um e-mail formal.
• Não estilize. Use letra preta e uma fonte séria. Normalmente, a fonte padrão do e-mail já é
profissional o suficiente. Não escreva tudo em caps lock (maiúsculo), itálico ou negrito.
• Não use reticências. Muita gente é viciada em terminar frases com reticências, mas os três
pontinhos não têm lugar em um e-mail formal.
• Use bem os parágrafos. Ninguém gosta de ler um bloco de texto.
• Prefira listar itens tópicos do que listá-los em um parágrafo. Isso torna qualquer texto mais simples
de ler e mais “mapeável”.

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7. ENCERRAMENTO

No parágrafo de encerramento do e-mail, inclua suas expectativas em relação a prazos e um


agradecimento. Para um e-mail formal, a melhor despedida é sempre formal também. Veja exemplo ao
lado.

Na maior parte dos provedores de e-mail, é possível incluir uma assinatura automática. Assim você
economizará tempo, ao invés de ter que assinar todos os seus e-mails.

8. REVISÃO

Muita gente tem a mania de, assim que envia um e-mail, ir para a seção de enviados e ler a mensagem
algumas vezes, procurando erros. Ao invés disso, é sempre uma boa ideia revisar seu e-mail formal
lendo e relendo antes de enviar. Nesta etapa três problemas comuns em e-mails que você deve revisar
especialmente são: quem está em cópia; ortografia; se o anexo está lá.

2 Orientação de Estudo
4 Caros alunos,
5 Sou Monica Klemps, a tutora do curso de Segurança do Trabalho. Irei acompanha-los até a
formação.
6 Nosso curso é composto de 4 módulos, com duração de 3 meses cada um. A média de aprovação é
5 para cada disciplina, composta da seguinte forma:

• P1 – Prova 1 – Realizada no AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem


• P2 – Prova 2 – Participação nas aulas presenciais e nos trabalhos/fóruns enviados
• P3 – Prova 3 – Avaliação presencial multidisciplinar. Acontece ao final de cada
trimestre.
Me coloco à disposição para auxiliá-lo sempre que necessário.
7 Atenciosamente

Monica Klemps - Tutora

Lembrando que:
1 - Destinatários 5 - Introdução
2 - Assunto 6 - Mensagem
3 - Anexos 7 - Encerramento

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CARTA

Diferente das cartas de amor, uma carta formal pode ser uma correspondência profissional, motivacional,
atestado, sumário, relatório de estágio, um comunicado formal, uma carta formal para embaixada, dentre
outras possibilidades.

Fato é que para escrever uma carta formal, independente da motivação, é necessário um ter um estilo
formal, quer seja para cartas de negócios ou para ocasiões em que se pretende mostrar respeito pela
pessoa com a qual se mantém correspondência ao mesmo tempo em que se passa uma mensagem clara
e cordial para evitar qualquer mal-entendido.

Além da escrita impecável, é importante ter em conta as orientações padrão para escrever uma carta
formal. Escrever uma carta formal, começa pela escolha um formato de papel estilizado e de alta qualidade
para este tipo de carta.

Deverá ser de uma cor neutra como o branco, o creme ou bege. Evite os desenhos de fundo com cores
brilhantes ou distrações com elementos gráficos. Se a carta é para estabelecer um negócio, utilize papel
timbrado da empresa. A seguir, algumas dicas para a elaboração de uma carta formal:
1. No cabeçalho você deverá incluir o seu endereço (remetente) no canto superior esquerdo da carta.
Acrescente também o endereço do destinatário.
2. Deixe duas linhas em branco e escreva cidade (com abreviatura do Estado entre parênteses) e a
data. Certifique-se de escrever também o mês e o ano.
3. Deixe novamente duas linhas em branco e comece a carta com uma saudação apropriada. Todas
as cartas precisam começar com um vocativo, ou seja, um chamado ao destinatário.
4. Pule duas linhas e comece a escrever a
introdução. No primeiro parágrafo da
carta formal você deve se identificar ou Cabeçalho LOGO
se apresentar, principalmente se o
destinatário não te conhece, de acordo
com a situação ou pedido da carta.
5. Próximo passo é indicar o propósito da
carta formal, quer seja para solicitar
informação sobre um trabalho, Destinatário
apresentar uma queixa ou informar
Saudação Corpo da carta
sobre alguma necessidade. Não seja
vago ou impreciso.
6. No corpo principal da carta formal
inclua informação relevante que apoie o
propósito da carta e os justifique.
7. Crie um parágrafo final onde você
comunica ao receptor o que espera dele.
8. A simpatia final é muito importante Encerramento
então finalize a carta formal usando as
palavras cordiais. Não esqueça de Assinatura
assinar.

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RELATÓRIO

Um relatório traz informações sobre um decreto, uma decisão, um projeto, uma atividade, uma pesquisa ou
algo semelhante com a finalidade de prestas contas, sejam financeiras ou administrativas. Verifique a quem
se dirige as informações que deseja transmitir. De acordo com o destinatário, você deve adotar o estilo de
linguagem mais adequado: protocolar, formal ou informal, sintético ou analítico. O texto de um relatório deve
ser claro, objetivo, conciso e exato. O redija com começo, meio e fim:

1. Começo - deve ser bem criativo e trazer as informações principais que interessam ao leitor.
2. Meio - deve convencer o leitor sobre a informação transmitida. Para isso, utilize depoimentos, dados
estatísticos, entre outros argumentos para dar consistência ao se relatório.
3. Fim - precisa ser marcante, assim como o começo. Faça um breve resumo do que foi apresentado e
conclua com as assinaturas e dados complementares necessários para garantir a veracidade da
informação.
1 – Destinatário

2 – Saudação e Introdução

3 – Corpo do E-mail

4 – Encerramento, data e assinatura

Existem alguns relatórios que são elaborados em


formulários específicos das Empresas. Nesses casos, os
campos com as informações necessárias são direcionados.

Apesar desse formato, é importante inserir as informações


necessárias, de forma clara, objetiva, sem erros de
gramática ou interpretação

Relatórios desse tipo, costumam ser de interesse geral da


Empresa. É importante conhecer as rotinas, procedimentos
e relatórios de sua responsabilidade na empresa.

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MEMORANDO

Um memorando tem a linguagem breve, precisa e


direta, visto que faz parte de uma comunicação
veiculada no meio comercial. O memorando é
um texto profissional de curto tamanho utilizado para
enviar ágeis mensagens para todos os funcionários,
para determinados setores da empresa ou ainda para
filiais e parcerias. Sua principal característica é a
rapidez e objetividade na comunicação. A sua
estrutura, apesar de variável de acordo com a
necessidade de cada empresa ou com a função dele,
basicamente é composta por:
• Timbre da instituição;
• Número do memorando;
• Remetente;
• Destinatário, mencionado pelo cargo que ocupa;
• Timbre da instituição;
• Número do memorando;
• Remetente;
• Destinatário, mencionado pelo cargo que ocupa;

ATA

A ata tem como intencionalidade ou objetivo a realização de registros de ideias, informações e decisões
tomadas por uma coletividade. É um importante e eficiente recurso para se documentar tudo o que foi
discutido e deliberado em assembleias, congressos, conferências, e, principalmente, reuniões. Trata-se de
um documento de caráter formal e que pode gerar efeitos jurídicos.

A ata deve registrar tanto as


discussões quanto as
deliberações realizadas pelo
grupo. Em regra, o texto é
manuscrito em livro próprio e
assinado por todos os presentes.
Para que não haja perigo de
fraude, o texto não é redigido em
parágrafo e nem se saltam linhas,
sendo, portanto, texto corrido, e as
assinaturas são dispostas uma
depois da outra, na sequência do
texto, uma vez que a estrutura da
ata não admite que haja espaços
em branco.

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As atas são produzidas geralmente por uma pessoa que assume um cargo específico em uma corporação,
instituição, condomínio ou entidade – chamada, muitas vezes, de secretário-geral – e que possui a
atribuição de escrever o texto, realizar a leitura ao final do evento, colher as assinaturas, guardar o livro
ata e, se for o caso, registrar o documento em cartório.

Como as atas não podem sofrer qualquer tipo de modificação posteriormente à sua redação, é fundamental
que todas as possíveis correções sejam realizadas no ato da escrita, não se admitindo, portanto, rasuras
ou o uso de corretivos.

Independentemente do tipo de reunião, em todas as atas devem constar data e local de realização do
evento, além de informações como a pauta que foi discutida, as decisões sobre cada ponto da reunião,
bem como os assuntos mais relevantes tratados pelo grupo e as assinaturas.

Embora a estrutura textual da ata seja simples, exige-se que o(a) redator(a) domine a norma-padrão da
língua portuguesa, por se tratar de texto técnico, e que também saiba articular de forma eficiente
sequências narrativas e descritivas, a fim de ser fiel ao que foi exposto durante o evento.

ENCERRAMENTO

É importante ter em mente que na redação empresarial a escrita é coletiva, ou seja, você está falando
em nome da organização que trabalha. Assim, na hora de escrever qualquer documento, pense que você
está escrevendo junto com a Empresa, em nome da dela. Então pense em “nós” e não mais em primeira
pessoa. Algumas dicas para te ajudar com esse pensamento:

1. Se preocupe com o interlocutor da outra empresa, busque entender a forma que ele pensa e se há
especificidades ou limitações, reflita a forma como ela vai reagir ao conteúdo do texto produzido por
você e enviado por sua empresa.

2. Reforçando, no seu texto você está representando toda a empresa, a apresentação é primordial,
cuidado com uma carta sem clareza, rasurada, mal formatada, sem correção, demonstrando uma
imagem pouco confiável.

3. Dentre as orientações para a produção textual está sempre apresentar o foco da conversa logo no
início, deixando tudo muito claro e facilitando o entendimento, para isso escreva o texto com frases
curtas, elas são mais fáceis de processar.

4. Não complique. Use palavras simples, elas são facilmente compreendidas e também utilize uma
diagramação arejada, ou seja, parágrafos curtos, o que faz com o que o texto não se torne cansativo.

5. Antes de escrever, se tiver dificuldade, pontue todos os temas que deseja abordar, se forem muito
distintos estabeleça subtítulos. Por fim, leia tudo o que escreveu e revise, achando possíveis erros e
expressões incorretas. Lembre-se: quanto mais escrever, mais se aprimorará.

Na guia de Download do AVA, você encontrará uma lista de exercícios sobre o aprendizado de hoje. Veja
com seu Tutor a forma e o prazo para a entrega desse trabalho.

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BIBLIOGRAFIA

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 6ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013.
800 p.

CEGALLA, D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48ª ed. São Paulo: Companhia Editora
Nacional. 2009. 696 p.

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Acentuação"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/acentuacao.htm. Acesso em 13 de março de 2021.

APOSTILA TÉCNICAS DE REDAÇÃO: MicroPower

Desenvolvimento e Elaboração;
Monica Klemps

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ÍNDICE

1- NOÇÕES DE ELETROSTÁTICA ........................................................................................................ 05


1.1 Átomos e sua estrutura .............................................................................................................. 05
1.2 Carga Elétrica.............................................................................................................................. 06
1.3 Campo Eletrostático .................................................................................................................. 06
1.4 Potencial elétrico........................................................................................................................ 07
1.5 Exercícios .................................................................................................................................... 11
2- MULTIPLOS E SUBMULTIPOS (revisão) ........................................................................................ 12
2.1 Potência de base 10 (revisvão)................................................................................................... 13
2.2 Padrões elétricos e convenções ................................................................................................. 15
2.3 Outras unidades derivadas do SI ................................................................................................ 16
3- DIFERENÇA DE POTENCIAL - DDL ................................................................................................. 16
4- TIPOS DE TENSÃO......................................................................................................................... 17
4.1 Tensão contínua ......................................................................................................................... 17
4.2 Tensão alternada ........................................................................................................................ 18
5- CORRENTE ELÉTRICA .................................................................................................................... 18
5.1 Fluxo da corrente ....................................................................................................................... 19
5.2 Corrente contínua ...................................................................................................................... 20
5.3 Corrente alternada ..................................................................................................................... 20
6- RESISTORES ................................................................................................................................. 21
6.1 Tipos de resistores ..................................................................................................................... 21
6.2 Simbologias ................................................................................................................................ 22
6.3 Código de cores de resistores .................................................................................................... 22
6.4 Exercícios .................................................................................................................................... 23
6.5 Associações de resistores ........................................................................................................... 30
6.6 Associação de série .................................................................................................................... 30
6.7 Exercícios .................................................................................................................................... 30
6.8 Associação Paralelo de resistores .............................................................................................. 31
6.9 Exercícios .................................................................................................................................... 31
6.10 Associação Mista de resistores .................................................................................................33
6.11 Exercícios .................................................................................................................................. 33
7- CIRCUITOS ELÉTRICOS .................................................................................................................. 35
8- LEI DE OHM ...................................................................................................................................40
8.1 Primeira lei de OHM ................................................................................................................... 40
8.2 Exercícios .................................................................................................................................... 41
8.3 Segunda lei de OHM ................................................................................................................... 47

Eletricidade Aplicada
8.4 Exercícios ....................................................................................................................................48
9- POTÊNCIA ELÉTRICA ..................................................................................................................... 49
9.1 Exercícios .................................................................................................................................... 49
10- DIVISOR DE TENSÃO E CORRENTE ..............................................................................................50
10.1 Divisor de tensão ...................................................................................................................... 50
10.2 Exercícios .................................................................................................................................. 52
10.3 Divisor de corrente ................................................................................................................... 53
10.4 Exercícios ..................................................................................................................................54
11- LEIS DE KIRCHHOFF .................................................................................................................... 62
11.1 Primeira lei de Kirchhoff........................................................................................................... 63
11.2 Segunda lei de Kirchhoff ...........................................................................................................65

Eletricidade Aplicada
PROCEDIMENTOS NA UTILIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE LABORATÓRIO

Em primeiro lugar, é necessário que você seja cuidadoso e aja sempre com
segurança:

• Antes de manipular qualquer circuito, certifique-se de que a fonte de alimentação


está desligada.
• Uma vez implementado um determinado circuito, verifique se a polarização de todos
os componentes está correta para evitar danos que podem prejudicar o andamento da
experiência.
• Use cabos de alimentação de cores diferentes e verifique sempre se não estão
invertidos! Na dúvida, meça a saída da fonte com o multímetro, antes de conectar.
 Verifique se sua bancada está em ordem e limpa, antes e depois do
experimento. Entre outras coisas, ela deve conter os equipamentos.
Cada grupo é responsável pelos equipamentos disponíveis na sua bancada. Se algum
equipamento não estiver operando em virtude de uso incorreto, a responsabilidade é da
equipe que os estiver manuseando.
Equipamentos com defeito devem ser deixados na própria bancada. Cabos, cabinhos
e outros acessórios que se danificarem, devem ser entregues ao professor, juntamente
com a Comunicação de Defeito .
Não pegue algo de outra bancada sem a autorização do professor. Caso seja
autorizado, devolva à bancada de origem no final da experiência.

Eletricidade Aplicada
1. NOÇÕES DE ELETROSTÁTICA

1.1 Átomos e sua estrutura

A unidade fundamental da matéria é o átomo, sendo assim, constitui-se da menor


partícula de um elemento. O átomo é composto de um núcleo central contendo prótons
(carga positiva) e nêutrons (carga nula). A região ao redor do núcleo, chamada de
eletrosfera, orbitam os elétrons (carga negativa), tal como ilustra-se na Figura 1.1:

Figura 1.1: Constituição do átomo

O módulo da carga elétrica de um próton, ou de um elétron, é a menor quantidade de


carga possível de se encontrar na natureza, por isso, essa carga é denominado de carga
elétrica elementar, que é dada por:
1,6 10 19 e   [C] (coulomb)

Como o valor da carga elétrica do próton e do elétron são diferentes apenas em


polaridade (sinal), tem-se que a carga elétrica de um próton é  e e do elétron é - e.
Desta forma, conhecendo-se a quantidade de prótons ou elétrons que um corpo qualquer
tem em excesso, pode-se calcular o valor da carga elétrica deste corpo:
Q = ±e  n [C] - sendo n a quantidade de prótons ou elétrons excedentes no corpo.

EXEMPLO: Um corpo que inicialmente tem carga elétrica equilibrada (carga nula) é
submetido a um processo de eletrização no qual perde 5 elétrons. Calcule a carga
elétrica deste corpo após a eletrização.

Eletricidade Aplicada 5
RESPOSTA: Um corpo que tem carga elétrica nula possui a mesma quantidade de
prótons e elétrons. Se o corpo perdeu 5 elétrons, significa que agora ele possui 5 prótons
a mais do que a quantidade de elétrons. Sendo assim, aplica-se a equação Q  e  n [C]
escolhendo o sinal positivo (pois trata-se de prótons em excesso) e fazendo n = 5:

1.2 - CARGA ELÉTRICA

Como certos átomos são capazes de ceder elétrons e outros capazes de receber
elétrons, é possível produzir uma transferência de elétrons de um corpo para outro.
Portanto, um corpo conterá um excesso de elétrons e a sua carga terá uma polaridade
elétrica negativa, ou excesso de prótons e a sua carga terá uma polaridade positiva.
Quando um par de corpos contém a mesma carga, isto é, ambas positivas (+) ou
ambas negativas (-), diz se que os corpos têm cargas iguais, e quando têm cargas
diferentes, um tem carga (+) e outro carga (-), nesse caso apresentam cargas desiguais
ou opostas. Portanto a lei das cargas elétricas pode ser enunciada da seguinte forma:
CARGAS IGUAIS SE REPELEM, E CARGAS OPOSTAS SE ATRAEM ENTRE SI.
A quantidade de carga elétrica que um corpo possui é determinada pela diferença
entre o número de prótons e o número de elétrons que o corpo contém. O símbolo que
representa a quantidade de carga elétrica de um corpo é Q, que é expresso numa
unidade chamada de Coulomb (C). A carga de um coulomb negativo, -Q, significa que o
corpo contém uma carga de 6,25x10+18 mais elétrons do que prótons.

1.3 - O CAMPO ELETROSTÁTICO

A característica fundamental de uma carga elétrica é a sua capacidade de exercer


uma força. Esta força está presente no campo eletrostático que envolve cada corpo
carregado. Quando dois corpos de polaridade oposta são colocados próximos um do
outro, o campo eletrostático se concentra na região compreendida entre eles e se for
colocado um elétron (-) nessa região será repelido pela carga negativa e atraído pela
carga positiva, ou seja, o sentido de movimento do elétron será da carga negativa ou pólo
N para carga positiva ou polo S., que será representada pela Linhas de força
eletrostática.

Eletricidade Aplicada 6
Quando duas cargas idênticas são colocadas próximas uma da outra, as linhas de
força repelem-se mutuamente como mostra a figura abaixo.

Um corpo carregado manter-se-á carregado temporariamente, se não houver


transferência imediata de elétrons para o outro corpo, diz se que a carga está em
repouso. A eletricidade em repouso é chamada de eletricidade estática.

1.4 - Potencial elétrico

É a medida associada ao nível de energia potencial de um ponto de um campo


elétrico. Ao tomarmos uma carga de prova q e a coloquemos em um ponto P de um
campo elétrico. Ela adquire uma energia associada ao quanto pré-disposta ela está a
entrar em movimento a partir unicamente do campo que está interagindo com ela.
Definimos por v o potencial elétrico associado a uma carga, temos que:

Eletricidade Aplicada 7
Unidade de potencial elétrico:

Onde:
V= Tensão (V)
Epot= Energia Potencial (J)
q= Carga (C)

Em 1745 nasceu Alessandro G. A. Volta, na Itália cidade de Como, que aos 24 anos
escreveu seu primeiro livro Da força magnética, do fogo elétrico e dos fenômenos daí
dependentes. Sendo que sua maior contribuição à física foi a invenção da pilha elétrica.
Analisando as equações abaixo podemos encontrar uma equação que defina melhor o
potencial elétrico para alguns casos.

Temos que:
Onde:
q2 é a valor da carga elétrica que gera o campo (C).
k é a constante elétrica do meio.
d a distância entre as cargas dado em metros.
Exemplo:

Vamos supor que temos uma partícula carregada com carga q = 4 μC e que ela seja
colocada em um ponto A de um campo elétrico cujo potencial elétrico seja igual a 60 V.
Se essa partícula ir, espontaneamente, para um ponto B, cujo potencial elétrico seja 20

Eletricidade Aplicada 8
V, qual será o valor da energia potencial dessa carga quando ela estiver no ponto A e
posteriormente no ponto B?

a) 2,4 x 10-4 J e 8 x 10-5J


b) 2,2 x 10-5 J e 7 x 10-4J
c) 4,5 x 10-6 J e 6 x 10-1J
d) 4,2x 10-1 J e 4,5 x 10-7J
e) 4 x 10-3 J e 8,3 x 10-2J

Resposta:

Por definição, a energia potencial elétrica armazenada pela carga elétrica em qualquer
ponto do campo elétrico é dada pela relação E = q.V. Sendo assim, temos:

Para o ponto A:

Epot A = 4 .10-6 .60 ⇒ Epot A = 2,4 .10-4 J

Para o ponto B

Epot B = 4 .10-6 .20 ⇒ Epot B = 8 .10-5 J

Resposta: Alternativa A

Eletricidade Aplicada 9
Para o caso de diversas cargas interagindo em um determinado campo temos que o
potencial resultante no ponto P é dado pela soma dos potenciais parciais assim obtidos,
levando em consideração os respectivos sinais, pois cada potencial será convertido em
uma grandeza escalar.
vresultante = v1 + v2 ... + vn

Uma carga elétrica gera em seu redor um campo elétrico. Dá-se o nome de potencial
elétrico a medida associada ao nível de energia potencial de um ponto de um campo
elétrico. Colocando uma carca de prova q em um ponto P de um campo elétrico, essa
carga adquire uma energia devido ao potencial elétrico deste ponto. A unidade de medida
do potencial elétrico é o volt (V) Apresenta-se na Figura abaixo uma carga elétrica e o
seu potencial elétrico.

Figura : Potencial elétrico

Eletricidade Aplicada 10
1.5 EXERCÍCIOS

1- Considerando duas cargas elétricas positivas e idênticas com valores de 1µC, que se
repelem no vácuo com uma força de 3,6 .10-2N, calcule qual a distância entre essas
duas cargas elétricas.

2- Determine a energia potencial elétrica de uma carga elétrica colocada em um ponto P


cujo potencial elétrico é 2 x 104 V. Seja a carga igual a -6 μC.

a) -12 J
b) 0,012 J
c) -0,12 J
d) -12 x 10-6
e) 1,2 x 10-3 J

3- Uma carga de 2,0 . 10-7C encontra-se isolada, no vácuo, distante 6,0cm de um ponto
P. Dado: K0 = 9,0 . 109 unidades SI Qual a proposição correta?
a) O vetor campo elétrico no ponto P está voltado para a carga.
b) O campo elétrico no ponto P é nulo porque não há nenhuma carga elétrica em P.
c) O potencial elétrico no ponto P é positivo e vale 3,0 . 104
d) O potencial elétrico no ponto P é negativo e vale -5,0 . 104
e) Em P são nulos o campo elétrico e o potencial, pois aí não existe carga elétrica.

4- No campo elétrico criado no vácuo, por uma carga Q puntiforme de 4,0 . 10-3C, é
colocada uma carga q também puntiforme de 3,0 . 10-3C a 20cm de carga Q. A energia
potencial adquirida pela carga q é:

a) 6,0. 10-3 joules


b) 8,0. 10-2 joules
c) 6,3 joules
d) 5,4. 105 joules
e) n.d.a.

5- Quando se aproximam duas partículas que se repelem, a energia potencial das duas
partículas:

Eletricidade Aplicada 11
a) Aumenta
b) diminui
c) fica constante
d) diminui e, em seguida, aumenta;
e) aumenta e, em seguida, diminui.

2- MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPOS (REVISÃO)

Às vezes, é necessário usar unidades maiores ou menores do que as do SI.


Observe abaixo a formação dos múltiplos e submúltiplos das unidades de medida
mediante o emprego dos prefixos SI.

Figura de Múltiplos e Submúltiplos

Eletricidade Aplicada 12
2.1- Potências de base 10 (Revisão)

Já vimos que frequentemente é necessário ou conveniente converter uma unidade de


medida em outra unidade que pode ser maior ou menor. Nesta seção e determina – se
valores por um prefixo métrico ou notação de engenheiro, ou seja, o expoente é múltiplo
de três.

Potências de 10

Número Potência de 10 Leitura usual


10-6
0,000 001 Dez elevado a menos seis
10-5
0,000 01 Dez elevado a menos cinco
10-4
0,000 1 Dez elevado a menos quatro
10-3
0,001 Dez elevado a menos tres
10-2
0,01 Dez elevado a menos dois
10-1
0,1 Dez elevado a menos um
0
10
1 Dez elevado a zero
1
10
10 Dez elevado a mais um
2
10
100 Dez elevado a mais dois
3
10
1000 Dez elevado a mais tres
4
10
10.000 Dez elevado a mais quatro
5
10
100.000 Dez elevado a mais cinco
6
10
1.000.000 Dez elevado a mais seis

Regra 1: Para se escrever números maiores do que 1 na forma de um número pequeno


vezes uma potência de 10, desloca-se a casa decimal para a esquerda tantos algarismos
quantos os desejados. A seguir, multiplica-se o número obtido por 10 elevado a uma
potência igual ao número de casas deslocadas, exemplo:.

3.000 = 3000, = 3, x 1000 = 3 x 103 => a vírgula é deslocada três casas para a esquerda.

6.500 = 6500, = 65, x 100 = 65 x 102 => a vírgula é deslocada duas casas para a
Eletricidade Aplicada 13
esquerda.

880.000 = 880.000, = 88, x 10.000 = 88 x 104 => a vírgula é deslocada quatro casas para
a esquerda.

42,56 = 4,256 x 10 = 4,256 x 101 = a vírgula é deslocada uma casa para a esquerda.

Regra 2: Para se escrever números menores do que 1 como um número inteiro vezes
uma potencia de 10, desloca-se a casa decimal para a direita tantos algarismos quantos
forem necessários. A seguir, multiplica-se o número obtido por 10 elevado a uma
potência negativa igual ao níumero de casas decimais deslocadas, exemplo:.

0,006 = 6, x 0,001 = 6 x 10-3

0,435 = 4,35 x 0,1 = 4,35 x 10-1

0,00092 = 92, x 0,00001 = 92 x 10-5

Regra 3: Para converter um número expresso como uma potência positiva de 10 num
número decimal, desloca-se a casa decimal para a direita tantas casas ou posições
quanto o valor do expoente, Exemplo:.

0,615 x 103 = 615, = 615 => ( a vírgula deslocou 3 casas a direita (expoente +3))

0,615 x 106 = 615.000, = 615.000 => ( a vírgula deslocou 6 casas a direita (expoente +6))

Regra 4: Para converter um número expresso como uma potência negativa de 10 num
número decimal, desloca-se a vírgula para a esquerda tantas casas quanto o valor do
expoente.
70 x 10-3 = 0,070 = 0,07 => (desloca-se a vírgula três casas para a esquerda). 82,4 x 10-2
= 0,824 => (desloca-se a vírgula duas casas para a esquerda)

Regra 5: Para se multiplicar dois ou mais números expressos como potências de 10,
multiplica-se os coeficientes para se obter o novo coeficiente e soma-se os expoentes
para se obter o novo expoente de 10.

=>102 x 104 = 10(2+4) = 10+6 = 106.


Eletricidade Aplicada 14
=>10-1 x 104 = 10(-1+4) = 10(+3) = 103.

Regra 6: Para se dividir por potências de 10, utiliza-se a fórmula


Notação científica Em notação científica, o coeficiente da potencia de 10 é sempre
expresso com uma casa decimal (expresso de 1 a 9), seguido da potencia de 10
adequada. Alguns exemplos esclarecerão esse procedimento.

300000 = 3 x 105

871 8,71 x 100 = 8,71 x 102

2.2 - Padrôes elétricos e convenções

Em eletricidade usa-se o sistema métrico internacional de unidades conhecido por SI


(Sistema internacional), as unidades básicas são:

GRANDEZA UNIDADE FUNDAMENTAL SIMBOLO

Comprimento Metro m

Massa Quilograma Kg

Tempo Segundo s

Corrente elétrica Ampere A

Temperatura termodinâmica Kelvin K

Intensidade luminosa Candela cd

Quantidade de matéria Mole Mol

Angulo plano Radiano Rad

Angulo sólido Estereorradiano sr

Eletricidade Aplicada 15
2.3 - Outras unidades derivadas do SI

Grandeza Unidade Simbolo

Energia Joule J

Força Newton N

Potencia Watt W

Carga elétrica Coulomb C

Potencial elétrico Volt V

Resistencia elétrica Ohm

Condutância elétrica Siemens S

Capacitância elétrica Farad F

Indutância elétrica Henry H

Frequencia Hertz Hz

Fluxo magnético Weber Wb

Densidade de fluxo magnético Tesla T

3. DIFERENÇA DE POTENCIAL – DDP

Tensão elétrica, também conhecida como diferença de potencial (DDP), é a diferença


de potencial elétrico entre dois pontos ou a diferença em energia elétrica potencial por
unidade de carga elétrica entre dois pontos.

Sua unidade de medida é o volt – homenagem ao físico italiano Alessandro Volta – ou


em joules por coulomb.

A diferença de potencial é igual ao trabalho que deve ser feito, por unidade de carga
contra um campo elétrico para se movimentar uma carga qualquer.

Uma diferença de potencial pode representar tanto uma fonte de energia (força
eletromotriz), quanto pode representar energia "perdida" ou armazenada (queda de
Eletricidade Aplicada 16
tensão).

A unidade fundamental de diferença de potencial é o volt (V). O símbolo usado para a


diferença de potencial é V, que indica a capacidade de realizar trabalho ao se forçar os
elétrons a se deslocarem.
A diferença de potencial é chamada de tensão (V).

Analogia a Tensão Elétrica (V), Corrente (A) e Condutor (Ohm)

4. TIPOS DE TENSÃO ELÉTRICA

Resumidamente a tensão elétrica é a diferença de potencial entre dois pontos. Sua


unidade é o volt (V) e é representada nas equações e circuitos geralmente pelas letras U
e V.
Ela é fornecida ao circuito através de um gerador. Geralmente nos circuitos
eletrônicos os geradores são baterias, que transformam a energia química em elétrica.
Há também geradores mecânicos, solares, térmicos, magnéticos, etc.
Existem dois tipos de tensão elétrica:

4.1 - Tensão Contínua (C.C)

É a tensão que não muda sua polaridade em relação ao tempo, este tipo de tensão
pode ser armazenada em forma de baterias.
Neste tipo de tensão existem dois tipos:

a) Tensão continua pura:

Eletricidade Aplicada 17
b) Tensão continua variável:

4.2 - Tensão Alternada (C.A)

É a tensão cujo sua polaridade é invertida periodicamente em relação ao tempo.

5. CORRENTE ELÉTRICA

O movimento ou o fluxo de elétrons é chamado de corrente. Para se produzir a


corrente, os elétrons devem se deslocar pelo efeito de uma diferença de potencial. A
corrente é representada pela letra I. A unidade fundamental com que se mede a corrente
é o Ampere (A). Um ampere de corrente é definido como o deslocamento de um coulomb
através de um ponto qualquer de um condutor durante um intervalo de tempo de um
segundo.

1A = Q / T, onde:

I = corrente (A)

Q = carga, (C)

Eletricidade Aplicada 18
T = tempo, (s)

Q=I.T

A carga difere da corrente, pois Q representa um acúmulo de carga, enquanto I mede


a intensidade das cargas em movimento.

5.1 - Fluxo de Corrente

Num condutor como, por exemplo, num fio de cobre, os elétrons livres são cargas que
podem ser deslocadas com relativa facilidade ao ser aplicada uma diferença de potencial.
Se ligarmos às duas extremidades de um fio de cobre uma diferença de potencial, a
tensão aplicada (1,5V) faz com que os elétrons livres de desloquem.

Essa corrente consiste num movimento dos elétrons a partir do ponto de carga
negativa, -Q, numa das extremidades do fio, seguindo através do fio, e voltando para a
carga positiva, +Q, na outra extremidade.

O sentido do movimento dos elétrons é do lado negativo da bateria, passando através


do fio, e de volta ao lado positivo da bateria. O sentido do fluxo de elétrons é de um ponto
de potencial negativo para um ponto de potencial positivo. A seta contínua indica o
sentido da corrente em função do fluxo de elétrons.

O sentido do movimento das cargas positivas, oposto ao fluxo de elétrons, é


considerado como o fluxo convencional da corrente e é indicado pela seta tracejada. Em
eletricidade básica, os circuítos são geralmente analisados em termos da corrente
convencional. Portanto, o sentido da corrente convencional é o sentido das cargas
positivas em movimento.

Qualquer circuito pode ser analisado tanto através do fluxo de elétrons como do fluxo
convencional em sentido oposto. Para nosso estudo vamos adotar sentido de fluxo
convencional.

Eletricidade Aplicada 19
5.2 - Corrente Contínua

A corrente continua (DC ou CC) é a corrente que passa através de um condutor ou de


um circuíto somente num sentido.
A razão dessa corrente unidirecional se deve ao fato das fontes de tensão, como as
pilhas e as baterias, manterem-se a mesma polaridade da tensão de saída durante o
tempo todo. Uma fonte de tensão contínua pode variar o valor de sua tensão de saída,
mas se a polaridade for mantida, a corrente fluirá somente num sentido.

5.3 - Corrente Alternada

Uma fonte de corrente alternada (Corrente CA) inverte ou alterna periodicidade a sua
polaridade, o exemplo típico é a energia usada nas residências e indústrias e comércios.

Eletricidade Aplicada 20
6. RESISTORES

Os resistores são dispositivos eletrônicos cuja função é a de transformar energia


elétrica em energia térmica.
Também chamados de resistências, estão presentes em aparelhos como chuveiros,
televisores, computadores, aquecedores, ferro de passar roupa, rádios, lâmpadas
incandescentes, dentre outros.
Os resistores são componentes que se opõem a passagem de corrente elétrica, ou
seja, “resistem” a passagem de corrente elétrica, limitando sua intensidade.
São representados pela letra R e no Sistema Internacional de Unidades (SI) são
medidos em Ohm (Ω)

6.1 - Tipos de resistores

Há dois tipos de resistores, fixos e variáveis.


Os resistores fixos são constituídos de filme carbono, filme metálico, fio de precisão,
dentre outros e não é possível mudar o seu valor.
Os resistores variáveis podem ser ajustados manualmente.
São exemplos potenciômetros, LDR (light depend resistor), PTC (coeficiente de
temperatura positivo), NTC (coeficiente de temperatura negativo), Magnetorresistores,
reostato, dentre outros.

Eletricidade Aplicada 21
6.2 - Simbologias dos resistores

Resistor fixo Resistor variável

6.3 - Código de cores de resistores

É possível determinar o valor da resistência de um resistor de duas maneiras, uma


utilizando equipamentos de medição de resistência, como o multímetro, e de outro modo
utilizando uma tabela de cores. Para a segunda opção a identificação por meio da tabela
de cores, se da através das cores contidas no corpo do resistor.
Visando uma fácil interpretação, o código de cores de resistores é analisado através
de faixas, sendo cada faixa com sua função. Pode se ter códigos para resistores de 3
faixas, 4 faixas, 5 faixas e 6 faixas. Siga as tabelas para os tipos de faixas, e veja alguns
exemplos.
A 1ª faixa é sempre a que estiver mais próxima de um dos terminais do resistor.
Código de cores resistores 4 faixas
Para resistores de 3 faixas é utilizada a tabela abaixo seguindo as orientações citadas.

1ª Faixa: mostra o primeiro algarismo do valor da resistência.


2ª Faixa: mostra o segundo algarismo da resistência.
3ª Faixa: mostra quantos zeros devem ser adicionados a resistência (fator multiplicador).
4ª Faixa Tolerância: mostra a tolerância que o componente terá.

Eletricidade Aplicada 22
6.4 - Exercícios

1- Quais os tipos de resistores? Explique suas diferenças.

2- Colocar os respectivos valores dos resistores abaixo:

AMARELO-AMARELO-AMARELO-VERDE

AZUL-VERDE-AMARELO-VERDE

VERDE-VERMELHO-VERDE-SEM COR

MARROM-PRETO-MARROM-MARROM

VERMELHO-VERMELHO-VERMELHO-VERMELHO

AMARELO-PRETO-AMARELO-PRATEADO

MARROM-VERDE-DOURADO-DOURADO

Eletricidade Aplicada 23
VIOLETA-BRANCO-PRATEADO-PRATEADO

BRANCO-CINZA-PRETO-DOURADO

LARANJA-LARANJA-VERDE-SEM COR

VERMELHO-LARANJA-LARANJA-PRATEADO

VIOLETA-BRANCO-DOURADO-SEM COR

CINZA-VERDE-AZUL-DOURADO

AZUL-BRANCO-LARANJA-VERDE

VERDE-VIOLETA-AZUL-DOURADO

BRANCO-LARANJA-LARANJA-PRATEADO

VERMELHO-PRETO-PRETO-MARROM

AMARELO-BRANCO-MARROM-SEM COR

AZUL-VIOLETA-VERMELHO-VERMELHO

CINZA-VERMELHO-LARANJA-VERDE

3 - Colocar as respectivas cores dos resistores abaixo:

10KΩ/10% ______________________________________________________________
8,2Ω/5% ______________________________________________________________
4,7Ω/20% ______________________________________________________________
3,3KΩ/1% ______________________________________________________________
56KΩ/20% ______________________________________________________________
96KΩ/10% ______________________________________________________________
0,22MΩ/1%______________________________________________________________
100Ω/20%_______________________________________________________________
0,82KΩ/5%______________________________________________________________
Eletricidade Aplicada 24
470KΩ/10% _____________________________________________________________
22KΩ/0,5%______________________________________________________________
100KΩ/10% _____________________________________________________________
10Ω/1% ________________________________________________________________
470Ω/2% _______________________________________________________________
820Ω/5% _______________________________________________________________
1MΩ/10%_______________________________________________________________
560KΩ/5%______________________________________________________________
39KΩ/2%_______________________________________________________________
57KΩ/10%______________________________________________________________
28KΩ/0,5%______________________________________________________________

Experiência nº 01 - Medida de resistência - resistores e código de cores

Objetivos

 Conhecer a Matriz de Pontos, medindo a resistência entre diversos pontos.


 Compreender o que é resistência elétrica.
 Conhecer o componente resistor.
 Aprender a usar o código de cores para ler o valor da resistência de um resistor.
 Aprender a usar o multímetro para medir resistência elétrica.

Material Experimental

 1 Multímetro digital
 1 Matriz de pontos (Protoboard)
 Resistores de diversos valores

Medindo Continuidade na Matriz de Pontos

A parte do multímetro usada para medir resistência elétrica é chamada de


ohmímetro. Uma das aplicações de um ohmímetro é medir a continuidade entre dois
pontos de um circuito, verificando se existe um curto circuito (resistência nula) ou se o
circuito está aberto (resistência infinita). Os materiais que apresentam resistência baixa
são chamados de condutores e os que apresentam resistência muito alta são chamados
de isolantes.

Procedimento Experimental

Curto Circuito

Um curto circuito entre dois pontos representa uma resistência nula.

Eletricidade Aplicada 25
1. Selecione a menor escala de resistência (200Ω). Enrole em cada ponta de prova do
multímetro um pedaço de fio rígido que possa ser introduzido no furo da matriz de
pontos.
2. Insira os fios em furos na mesma vertical como indicado no desenho e foto a seguir.

Anote o valor medido.

R = __________

3. Insira os terminais em duas horizontais (da parte de cima ou da parte de baixo) como
no desenho visto.

Anote o valor medido.

R = __________

Circuito Aberto

4. Insira os fios em furos de verticais diferentes.

Observe a indicação no display. Experimente mudar de escala (2000, 20K, 200K, 2000K).

5. Insira os fios em furos na mesma vertical mas separadas pelo "fosso".

Lendo o Valor de um Resistor através do Código de Cores


O código de cores, utilizado nos resistores, é ilustrado pela figura abaixo, que está
associada com a Tabela seguinte.

Eletricidade Aplicada 26
Código decores
1° 2° Fator
Cor Tolerância
Algarismo Algarismo Multiplicador
Preto - 0 X100 -
Marrom 1 1 X101 ±1%
Vermelho 2 2 X102 ±2%
Laranja 3 3 X103 -
Amarelo 4 4 X10 4 -
Verde 5 5 X105 ±0,50%
Azul 6 6 X106 ±0,25%
Roxo/Violeta 7 7 - ±0,10%
Cinza 8 8 - ±0,05%
Branco 9 9 - -
Ouro - - X10-1 ±5%
Prata - - X10-2 ±10%

Observações

1- A ausência da faixa de tolerância indica que esta é de ± 20%.


2- Os resistores de precisão apresentam cinco faixas, onde as três primeiras
representam o primeiro, segundo e terceiro algarismos significativos e as demais,
respectivamente, o fator multiplicativo e a tolerância.
3- Existe uma padronização baseada nos níveis de tolerância dos mesmos. Os padrões
de tolerância são: 1%, 5%, 10% e 20%.
4- Quando o resistor for de precisão, apresenta 5 faixas coloridas. Como a última faixa
destes resistores normalmente é marrom ou vermelha, pode haver uma confusão a
respeito de onde é o lado certo para iniciar a leitura, já que a primeira faixa que
representa o valor do resistor também pode ser marrom ou vermelha. Sendo assim, a
exemplo do resistor de 4 faixas, o melhor fazer é
5- observar a faixa que está mais próxima do extremo do resistor. Esta será a primeira
faixa, por onde se deve iniciar a leitura. Outra dica é verificar a faixa que está mais
afastada das outras. Esta é a última faixa de cor.
6- Quando a quinta faixa for preta fará referência ao coeficiente de temperatura, ou seja,
como a resistência varia de acordo com a temperatura ambiente.

Medindo a Resistência de um Resistor

Dicas:

 Não segure os terminais com as duas mãos, você pode estar medindo a resistência do

Eletricidade Aplicada 27
corpo também.
 Use uma escala adequada, isto é se estiver medindo 10K não use a escala de 2000K
(a precisão diminui) ou a escala de 2K (não será possível medir). Use a escala de 20K
 Caso encontre dificuldade para inserir o terminal do componente, use um alicate de
bico para facilitar a inserção do terminal no furo.
 Aperte bem as pontas de prova contra os terminais do resistor.

PARTE PRÁTICA

 Selecione 10 resistores diferentes (as 3 primeiras faixas de cores diferentes).


 Calcule os limites (máximo e mínimo) a partir da tolerância.
 Selecione uma escala adequada baseada no valor nominal.
 Meça o valor da resistência e anote na tabela (Valor Medido).

FAIXA Valor
Resistor 1ª 2ª 3ª 4ª Nominal Má Mín Medido
x
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

Potenciômetro Linear

O potenciômetro que será usado nesta experiência é linear, isto é, a variação da


resistência é proporcional ao deslocamento angular.
Vamos chamar de A, B e C os terminai do potenciômetro sendo que o central (cursor)
é o C.

Potenciômetro de filme de carvão

1. Coloque o cursor todo no sentido horário e em seguida meça as resistências entre A


e C, entre C e B, e entre A e B e anote.

Eletricidade Aplicada 28
RAC=________ RCB=_________ RAB=________

Medindo a resistência entre uma extremidade e o cursor - circuito esquemático

2. Coloque o cursor todo no sentido anti-horario e em seguida meça as resistências


entre A e C, entre C e B, e entre A e B e anote.

RAC=________ RCB=_________ RAB=________

3. Coloque o cursor aproximadamente no meio e em seguida meça as resistências entre


A e C, entre C e B, e entre A e B e anote.

RAC=________ RCB=_________ RAB=________

Conclusão:

Eletricidade Aplicada 29
6.5 - Associação resistores

Em um circuito é possível organizar conjuntos de resistores interligados, chamada


associação de resistores.
O comportamento desta associação varia conforme a ligação entre os resistores,
sendo seus possíveis tipos: em série, em paralelo e mista.

6.6 - Associação série de resistores

Associar resistores em série significa ligá-los em um único trajeto, ou seja:

Req = R1 + R2+ RN

6.7 - EXERCÍCIOS

Calcular a resistência equivalente das associações em série abaixo:

a) R1= 30ohm, R2=400 ohm__________________________________________

b) R1= 3,5K ohm, R2= 70 ohm________________________________________

c) R1= 300 ohm, R2= 750 ohm, R3=2K5 ohm____________________________

d) R1= 2200 ohm, R2= 650 ohm_______________________________________

e) R1= 620 ohm, R2= 3k3, R3= 1200 ohm_______________________________

Eletricidade Aplicada 30
6.8 - Associação Paralela de resistores

Na associação de resistores em paralelo, a resistência equivalente é igual à soma dos


inversos das resistências dos resistores individuais que formam o circuito elétrico.

6.9 - EXERCÍCIOS

a) Três resistores idênticos de R = 30Ω estão ligados em paralelo . Pode-se afirmar que a
resistência equivalente do circuito é de
a) Req = 10Ω.
b) Req = 20Ω.
c) Req = 30Ω .
d) Req = 40Ω .
e) Req = 60Ω .

b) No circuito abaixo, qual o valor de Req?

Eletricidade Aplicada 31
c) Calcular REQ nos circuitos abaixo:

Eletricidade Aplicada 32
6.10 - Associação mista de resistores

Neste tipo de associação utilizaremos as analyses do circuito em série e paralelo

6.11 - EXERCÍCIOS

a) No circuito abaixo, R1=300 ohm, R2= 150 ohm, R3= 300 ohm, calcular o valor de

Req

Eletricidade Aplicada 33
b) Nos circuitos abaixo, calcular o valor de Req

Eletricidade Aplicada 34
7 - CIRCUITOS ELÉTRICOS

Circuito elétrico é um conjunto formado por uma fonte, um condutor em circuito


fechado e uma carga capaz de utilizar a energia produzida pela fonte.

Experiência nº 02 - Voltímetro e amperímetro

OBJETIVOS

 Utilizar o voltímetro para medida de tensão contínua. Familiarizar com as escalas do


voltímetro.

 Utilizar o amperímetro para medida decorrente contínua. Familiarizar com as escalas do


amperímetro.

MATERIAL EXPERIMENTAL

2 pilhas de 1,5volts;
1 bateria de 9volts;
1 conjunto de resistores;
1 potenciômetro;
Multímetro;
Protoboard;
Fonte de Alimentação.

Eletricidade Aplicada 35
Multímetro

Um Multímetro é um aparelho para testes e medição de grandezas elétricas


extremamente popular entre técnicos, devido à sua grande utilidade, permitindo, mesmo
nos modelos mais simples, efetuar a medição de Corrente, Tensão e Resistência
Elétricas, possibilitando assim realizar diversos tipos de diagnósticos em circuitos
elétricos. Alguns modelos mais incrementados permitem realizar medições adicionais,
como Capacitância, Frequência, Temperatura, Indutância e outras.

Partes de um Multímetro

Um multímetro possui três partes principais:


 Display (Visor)
 Botão de Seleção (Chave Seletora)
 Bornes onde são conectadas as Pontas de Prova (Ponteiras)
O Visor é onde os resultados das medições são exibidos. Dependendo do modelo do
multímetro, pode ter 3 ou mais dígitos, e um dígito adicional para representar o sinal de
negativo. O botão de seleção é um botão rotativo, de múltiplas posições, que usamos para
selecionar a função que desejamos medir, e a precisão da escala de medição, e também
para desligar o multímetro quando não em uso, para economizar sua bateria, que
geralmente é uma bateria de 9 V. As ponteiras são conectadas em bornes específicos
presentes no multímetro, sendo uma ponteira geralmente na cor vermelha para
representar a polaridade positiva, e outra ponteira na cor preta, para representar a
polaridade negativa.
Comumente, um multímetro possui mais de dois bornes de conexão para as ponteiras,
os quais permitem a medição de outras grandezas quando as ponteira são trocadas de
conector

Eletricidade Aplicada 36
Voltímetro

O voltímetro é conectado em paralelo com o elemento para o qual se pretende medir a


tensão (veja Figura ),devendo o circuito deve estar ativo no ato da medida.

Amperímetro

Além de analógico ou digital,um amperímetro pode ser também classificado como


convencional ou de alicate. O amperímetro de alicate normalmente é fabricado para
medir correntes mais altas.
É geralmente utilizado em redes elétricas de alta tensão e em circuitos onde não é
possível a interrupção da passagem de corrente elétrica.
Para se efetuar uma medida de corrente com um amperímetro convencional é
necessário interromper o circuito para se intercalar o amperímetro, fazendo com que toda
a corrente passe através do mesmo (vejaFigura). Obviamente o circuito deve estar ativo

Eletricidade Aplicada 37
no a toda medição.

Circuito Simples

Chamamos de circuito elétrico ao caminho percorrido por uma corrente elétrica. O


circuito mais simples deve ter ao menos um gerador e um receptor. Nesta experiência
usaremos como uma Fonte de Alimentação e como receptor um resistor.

PARTE PRÁTICA

1. Ajuste o seletor de escala para medida de tensão continua (DCV) em 20 como na


figura a seguir.

2. Meça a tensão de cada uma das pilhas e da bateria e anote.

Pilha1: U = __________ Pilha 2: U = __________ Bateria: U = _________

3. Inverta a pilha. Qual a indicação?

U = __________

4. Use a menor escala de tensão (200mV) para a medir a tensão da pilha. Qual a
indicação?

Eletricidade Aplicada 38
5. Meça a tensão da fonte e complete a tabela

Posição da Tensão Medida (V) Escala Utilizada do


Fonte Multímetro
1,5V
3,6V
4,8V
6,0V
7,2V

6. Mudar o botão seletor para a escala CA para a medida da tensão da rede comercial.
Medir a ddp nas tomadas disponíveis no laboratório.

V = ________volts.

7. Use a escala de tensão contínua para medir a tensão da rede comercial. Qual a indicação
e por quê?

8. Identificar pelas cores as resistências presentes no Kit Didático. A seguir, medir a


corrente em cada uma das resistências utilizando o amperímetro e preencher a tabela.
Utilize uma tensão de 5V na fonte.

Resistor Corrente medida Escala Utilizada


1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

Conclusão:

Eletricidade Aplicada 39
8 - LEI DE OHM

A Lei de Ohm, assim designada em homenagem ao seu formulador, o físico


alemão Georg Simon Ohm (1789-1854), afirma que, para um condutor mantido à
temperatura constante, a razão entre a tensão entre dois pontos e a corrente elétrica é
constante.
Essa constante é denominada de resistência elétrica
A resistência elétrica de um circuito é a razão entre a d.d.p.(diferença de
potencial),(V), aplicada aos seus extremos e a corrente,(I), são os elétrons que o
percorre.

8.1 - Primeira lei de ohm

A primeira Lei de Ohm afirma que a corrente elétrica que atravessa um dispositivo
qualquer é sempre diretamente proporcional à diferença de potencial aplicada a esse
dispositivo.
Imagine um aparelho submetido a uma diferença de potencial (ddp) em que flui uma
corrente elétrica de intensidade i.
Caso o gráfico da ddp e da corrente seja retilíneo, a resistência do dispositivo
independerá da variação da ddp, e esse equipamento será reconhecido como ôhmico.

Gráfico da corrente versus a ddp

Eletricidade Aplicada 40
A razão entre a corrente elétrica e a ddp no gráfico acima fornece a inclinação da reta,
que é a mesma para qualquer valor de ddp. Logo, podemos dizer que o material que foi
submetido à voltagem obedece à lei de Ohm, pois a corrente elétrica que o atravessa é
proporcional à ddp e a sua resistência é constante.
Dispositivos que não apresentam um valor de corrente elétrica proporcional à ddp são
denominados de não ôhmicos. Na Microeletrônica, a maior parte das tecnologias é feita
com dispositivos que não obedecem à chamada Primeira lei de Ohm, como celulares,
calculadoras etc.
A equação U = R.i é frequentemente denominada de 1ª lei de Ohm, mas essa
equação é utilizada para definir o conceito de resistência e pode ser também aplicada
para materiais não ôhmicos.

Fórmula da lei de Ohm:

onde:
V é a diferença de potencial elétrico (ou tensão, ou d.d.p.) medida em volt (V);
I é a intensidade da corrente elétrica medida em ampère (A)
R é a resistência elétrica medida em ohm (Ω).

8.2 - Exercícios

1) Os valores nominais de uma lâmpada incandescente, usada em uma lanterna, são: 6,0
V; 20 mA. Isso significa que a resistência elétrica do seu filamento é de:

a) 150 Ω.
b) 300 Ω.
c) 30 Ω.
d) 100 Ω.
e) 180 Ω

2) Um resistor de 10 Ω no qual flui uma corrente elétrica de 3,0 ampères está associado
em paralelo com outro resistor. Sendo a corrente elétrica total, na associação, igual a 4,5
ampères, o valor do segundo resistor, em ohms, é:

a) 5,0

Eletricidade Aplicada 41
b) 10
c) 20
d) 30
e) 60

3) Complete os valores da tabela abaixo

V= 10V R= 300 Ohm I=


R= I= 30 mA
V= 50V
R= 70 Ohm I= 400 mA
V=
R= I= 1,2 A
V= 380V
R= 100 Ohm I=
V= 127V
R= 6K7 Ohm I= 6,5 mA
V=

Experiência nº 03 - Lei de ohm e potência elétrica

OBJETIVO

 Verificar, na prática, a Lei de Ohm

MATERIAL EXPERIMENTAL

1 conjunto de resistores;
Multímetro;
Protoboard;
Fonte de Alimentação;
Calculadora;

Lei de Ohm

Um bipolo é todo elemento de um circuito elétrico que possui dois terminais.


A resistência elétrica de um circuito é a razão entre a d.d.p.(diferença de potencial),V,
aplicada aos seus extremos e a corrente,I,que o percorre.

Eletricidade Aplicada 42
Para alguns materiais, o valor da sua resistência elétrica R,independe dos valores de V
e I, isto é,para estes materiais V/I é uma constante. Esses materiais são denominados de
ôhmico se a representação gráficada tensão,V, versus a corrente,I, (ou VxI)é uma função
linear.
Esta relação entre VxI é uma descoberta experimental de Georg Simon Ohm que foi
um físico e matemático alemão e a reta característica é mostrada a seguir:

Porém há muitos materiais que não obedecem à lei de ohm, esses materiais são
chamados de dispositivos não lineares.

Potência nos resistores

Quando a corrente elétrica circula através de resistores, especificamente, e nos


condutores, em geral, esses sempre se aquecem. Neles ocorre conversão de energia
elétrica em energia térmica. Essa energia térmica produzida, via de regra, é transferida
para fora do corpo do resistor sob a forma de calor.
Isso se torna óbvio se examinarmos o que acontece no filamento da lâmpada da
Eletricidade Aplicada 43
lanterna. Seu filamento comporta-se como um resistor de resistência elevada (em
confronto com as demais partes condutoras do circuito). Nele a energia elétrica
proveniente das pilhas, via corrente elétrica, é convertida em energia térmica. Essa
quantidade aquece o filamento até que ele adquira a cor branca e passa a ser transferida
para o ambiente sob a forma de calor e luz. A lâmpada é um transdutor de saída,
convertendo energia elétrica em energia térmica e posteriormente em calor (parcela inútil
e indesejável) e luz (parcela útil).
Embora não tão evidente como na lâmpada e em alguns resistores de fonte de
alimentação, esse aquecimento devido à passagem de corrente elétrica ocorre com todos
os componentes eletrônicos, sem exceção. A maior ou menor quantidade de energia
elétrica convertida em térmica num componente depende apenas de dois fatores: a
resistência ôhmica do componente e a intensidade de corrente elétrica que o atravessa.
Esses dois fatores são fundamentais para se conhecer a rapidez com que a energia
elétrica converte-se em térmica.
A rapidez de conversão de energia, em qualquer campo ligado à Ciência, é
conhecida pela denominação de potência. A potência de um dispositivo qualquer nos
informa "quanto de energia" foi convertida de uma modalidade para outra, a cada
"unidade de tempo" de funcionamento.

Potência = Energia convertida / Tempo para a conversão

As unidades oficiais para as grandezas da expressão acima são: Potência em watt


(W), Energia em joule (J) e Tempo em segundo (s).
Em particular, na Eletrônica, a potência elétrica nos informa quanto de energia elétrica,
a cada segundo, foi convertida em outra modalidade de energia. Em termos de
grandezas elétricas a expressão da potência pode ser posta sob a forma:

Potência elétrica = tensão x intensidade de corrente

Ou

P=V.I

Aplicando a Lei de Ohm:

P= (R.I). I

P= R . I2.

Eletricidade Aplicada 44
Para os resistores, onde a energia elétrica é convertida exclusivamente em energia,
essa potência passa a ser denominada potência dissipada no resistor. Desse modo,
podemos escrever:

P=V.I

Aplicando a Lei de Ohm:

P= (R.I). I

P= R . I2.

Ou
P= v² / R

Lembre-se disso: para calcular a potência dissipada por resistores podemos usar as
expressões:
● P = V.I ou
● P = R.I2 ou

● P= V²/R

PARTE PRÁTICA

Monte o circuito a seguir, faça as medições solicitadas e preencha a tabela com os


valores obtidos. Depois, complete a tabela teórica com os valores calculados. Por fim,
escolha um dos resistores da tabela prática e esboce o gráfico VxI.

Eletricidade Aplicada 45
TABELA PRÁTICA
R1 R2 R3
TENSÃO V(V) I(A) P(W) V(V) I(A) P(W) V(V) I(A) P(W)
DA
FONTE

1,5V

3,6 V

4,8 V

6V

7,2V

TABELA TEÓRICA
R1 R2 R3
TENSÃO V(V) I(A) P(W) V(V) I(A) P(W) V(V) I(A) P(W)
DA
FONTE

1,5V

3,6 V

4,8 V

6V

7,2V

Conclusão:

Eletricidade Aplicada 46
8.3 - Segunda lei de ohm

A segunda lei de Ohm descreve as grandezas que influenciam na resistência elétrica


de um condutor homogêneo.
Foi através de experimentos que Ohm verificou que a resistência elétrica de um
determinado condutor dependia basicamente de quatro variáveis: comprimento, material,
área de secção transversal e temperature.

Fórmula

Onde:
R é a resistência elétrica do condutor (Ω)
L é o comprimento desse condutor (m)
A é a área da secção transversal do condutor (m²)
ρ é uma constante de proporcionalidade característica do material, conhecida como
resistividade elétrica. (Ω.m)

No sistema internacional de unidades (SI), a unidade da resistividade é ohm.metro (Ω.m).


É possível obter essa igualdade da seguinte forma:

Eletricidade Aplicada 47
Sendo assim, podemos concluir que quanto melhor condutor for o material, menor
será sua resistividade. De uma maneira geral, a resistividade de um material aumenta
com o aumento da temperatura.

8.4 – Exercícios

1- Analise as afirmações a seguir sobre a segunda lei de Ohm.

I ) A resistência é inversamente proporcional à área de secção transversal do material;


II ) A resistência é diretamente proporcional ao comprimento do material;
III) A unidade de medida da resistividade é o ohm por metro (Ω/m);
IV) A resistividade é uma grandeza adimensional.
Marque a alternativa que indica somente as afirmações verdadeiras.
a) I e II
b) II e III
c) Apenas IV
d) I e IV
e) III e IV

2- Você constrói três resistências elétricas, RA, RB e RC, com fios de mesmo comprimento
e com as seguintes características:
I. O fio de RA tem resistividade 1,0·10–6 Ω·m e diâmetro de 0,50 mm.
II. O fio de RB tem resistividade 1,2·10–6 Ω·m e diâmetro de 0,50 mm.
III. O fio de RC tem resistividade 1,5·10–6 Ω·m e diâmetro de 0,40 mm.
Pode-se afirmar que:
a) RA > RB > RC.
b) RB > RA > RC.
c) RB > RC > RA.
d) RC > RA > RB
.e) RC > RB > RA.

3- Um cabo feito de liga de cobre possui área de secção transversal correspondente a 10


mm2. Sabendo que a resistividade da liga de cobre é de 2,1 x 10-2 Ω .mm2/m, determine a
resistência para 5 m desse fio.

a) 1,05 X 102
b) 2,05 X 10- 2

Eletricidade Aplicada 48
c) 1,05 X 10-2
d) 1,05 X 102
e) 1,05 X 102

4- Em um fio metálico, a aplicação de uma d.d.p. entre seus extremos provoca, nele, uma
corrente de 10A durante 10 minutos. O número de elétrons que chegam ao pólo positivo,
nesse tempo, é, aproximadamente:

a) 3,75 x 1022
b) 2,67 x 1022
c) 2,67 x 1019
d) 3,75 x 1016
e) 375 x 1016

9 - POTÊNCIA ELÉTRICA

Potência elétrica é definida como a rapidez com que um trabalho é realizado. Ou


seja, é a medida do trabalho realizado por uma unidade de tempo.
A unidade de potênciano sistema internacional de medidas é o watt (W), em
homenagem ao matemático e engenheiro James Watts que aprimorou a máquina à
vapor.

9.1 - EXERCÍCIOS

1- Um chuveiro elétrico está instalado numa casa onde a rede elétrica é de 110 V. Um
eletricista considera aconselhável alterar a instalação elétrica para 220 V e utilizar um
chuveiro de mesma potência que o utilizado anteriormente, pois, com isso, o novo
chuveiro:
a) consumirá mais energia elétrica.
b) consumirá menos energia elétrica.
c) será percorrido por uma corrente elétrica maior
d) será percorrido por uma corrente elétrica menor
e) dissipará maior quantidade de calor.
2- Um resistor, submetido à diferença de potencial de 8,0 V, é percorrido por uma
corrente elétrica de intensidade i = 0,4 A. Determine:
a) a potência dissipada por esse resistor;
b) a potência dissipada por esse resistor quando ele é percorrido por uma corrente de
intensidade i = 2,0 A, supondo que sua resistência seja constante.

Eletricidade Aplicada 49
3- Ao aplicarmos uma diferença de potencial 9,0 V em um resistor de 3,0Ώ, podemos
dizer que a corrente elétrica fluindo pelo resistor e a potência dissipada, respectivamente,
são:
a) 1,0 A e 9,0 W
b) 2,0 A e 18,0 W
c) 3,0 A e 27,0 W
d) 4,0 A e 36,0 W
e) 5,0 A e 45,0 W

4- Um resistor submetido a uma diferença de potencial de 15 V através de seus terminais


pode desenvolver uma energia térmica com uma taxa igual a 327 W.
a) Qual é sua resistência?
b) Qual é a corrente que passa no resistor?

5- Para dar um choque em sua presa, o peixe-elétrico Electrophorus electricus gera


pulsos de corrente elétrica de 0,80 A ao longo de sua pele. Essa corrente flui através de
uma diferença de potencial igual a 650V. Com que taxa o Electrophorus fornece energia
para sua presa?

6- Um aquecedor de 1 kW está projetado para operar a 240 V.

(a) Qual a sua resistência e qual a corrente de operação?


(b) Que potência será dissipada no resistor se estiver operando a 120 V? Admitir que a
resistência permaneça constante.

10 - DIVISOR DE TENSÃO E CORRENTE

A solução de circuitos, ou partes deles, pode ser simplificada por meio da aplicação de
técnicas conhecidas como divisor de tensão e divisor de corrente, as quais são descritas
nesta apostila. As regras de aplicação dos divisores são obtidas a partir das regras de
associação série e paralela de resistors.

10.1 - Divisor de tensão

A regra do divisor de tensão se aplica a componentes (resistores) conectados em


série, como no caso do circuito mostrado abaixo, e destina-se a determinar a tensão
sobre cada componente individual.

Eletricidade Aplicada 50
A resistência equivalente do circuito é dada pela relação:
Req = R1 + R2 + R3 + …Rn (ohm)

A corrente em todos os componentes é a mesma, sendo dada pela equação:

I= V/Req (A)

Desta forma, a tensão sobre cada resistor será dada pelas seguintes equações:

VR1= R1 x I (V)
VR2= R2 x I (V)
VR3= R3 x I (V)
E assim por diante…

Eletricidade Aplicada 51
10.2 – Exercícios

Eletricidade Aplicada 52
10.3 - Divisor de corrente

Analogamente ao caso de resistências em série, a regra do divisor de corrente se


aplica a componentes (resistores) conectados em paralelo, como no caso do circuito
mostrado abaixo, e destina-se a determinar a corrente circulando cada componente
individual.
A tensão em todos os resistores é a mesma, e a corrente se divide.

Desta forma, a corrente em cada um dos resistores será dada pelas seguintes
equações:

I1= V/R1 (A)


I2= V/R2 (A)
I3= V/R3 (A)

Eletricidade Aplicada 53
I4= V/R4 (A)
I= I1+I2+I3+I4 (A)

E assim por diante…

As equações anteriores permitem, assim, determinar diretamente a corrente em cada


resistor a partir da corrente total (I) que entra pelos terminais.

10.4 - Exercícios

1- No circuito abaixo, calcular os valores de I, I1, I2, I3

2- No circuito abaixo, calcular os valores das correntes nos resistore R1, R2, R3, R4

3- No circuito abaixo, calcular os valores de: Is, I1e I2

Eletricidade Aplicada 54
Experiência nº 04 - Circuito série e circuito paralelo de resistores

OBJETIVO
Entender e verificar na prática o funcionamento e as características de um circuito em
série e de um circuito em paralelo de resistores.

MATERIAL EXPERIMENTAL

1 conjunto de resistores;
Multímetro;
Protoboard;
Fonte de Alimentação;
Calculadora;

Associação de Resistores
Em um circuito é possível organizar conjuntos de resistores interligados, o que
chamamos de associação de resistores. O comportamento desta associação varia
conforme a ligação entre os resistores, sendo seus possíveis tipos:série e paralelo.
Para o resultado de uma associação de resistores atribuímos o nome de:
Resistência total = RT ou Resistência equivalente = Req
Para suprimirmos as palavras série e paralelo, atribuímos símbolos: Associação em
série, utilizamos o símbolo de +.

Exemplo: R1 em série com R2=R1+R2


Associação em paralelo,utilizamos o símbolo de//. Exemplo: R1 em paralelo com
R2=R1//R2
Para facilitar a exemplificação de circuitos, a simbologia de resistores poderá aparecer
das seguintes formas:

Eletricidade Aplicada 55
Circuito Série de Resistores

Associar resistores em série significa ligá-los em umúnico trajeto, ou seja:

Como existe apenas um caminho para a passagem da corrente elétrica esta é mantida
por toda a extensão do circuito. Já a diferença de potencial entre cada resistor irá variar
conforme a resistência deste, para que seja obedecida a 1ªLeide Ohm,assim:

Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos inicial e final do circuito é igual à:

Já para calcular a resistência total ou resistência equivalente do circuito utilizamos a


seguinte fórmula:

Uma associação em série de resistores apresenta várias propriedades. As principais


são:
a) A corrente elétrica é a mesma em todos os resistores.
b) A ddp nos extremos da associação é igual à soma das ddps em cada resistor.
c) A resistência equivalente é a soma das resistências de cada resistor.
d) A potência e a tensão são maiores no resistor de maior resistência.

Circuito Paralelo de Resistores:

Num Circuito Paralelo, a Tensão V nos terminais de cada componente é a mesma,


mas a Corrente que atravessa cada componente é diferente, dependendo da Resistência
do componente.
Eletricidade Aplicada 56
Usualmente as ligações em paralelo são representadas por:

Seja resistores associados em paralelo teremos:

Para o caso de dois resistores associados em paralelo, podemos calcular o valor do


resistor total ou equivalente através da seguinte fórmula:

E para o caso de resistores ligados em paralelo e de mesmo valor podemos utilizar a


seguinte fórmula:

Uma associação em paralelo de resistores apresenta várias propriedades. As principais


são:

1. Há mais de um caminho para a corrente elétrica;


2. A corrente elétrica se divide entre os componentes do circuito;
3. A corrente total que circula na associação é a somatória da corrente de cada resistor;
4. O funcionamento de cada resistor é independente dos demais;
5. A diferença de potencial (ddp) é a mesma em todos os resistores;

Eletricidade Aplicada 57
PARTE PRÁTICA

Fazendo uso do protoboard,da fonte, dos resistores e do multímetro,monte e faça as


medições e cálculos solicitados para as seguintes associações:

Req Req
SÉRIE V1(V) I1(A) P1(W) V2(V) I2(A) P2(W)
Calculada (Ω) Medida (Ω)
A) R1+R2
B) R1+R3
C) R7+R7
D) R4+R5

Req Req
PARALELA V1(V) I1(A) P1(W) V2(V) I2(A) P2(W)
Calculada (Ω) Medida (Ω)

E) R1//R2
F) R1//R3
G) R7//R7
H) R4//R5

Conclusão:

Eletricidade Aplicada 58
Experiência nº 05 - Circuito misto de resistores

OBJETIVO

Entender e verificar na prática o funcionamento e as características de um circuito


misto de resistores

MATERIAL EXPERIMENTAL

1 conjunto de resistores;
Multímetro;
Protoboard;
Fonte de Alimentação;
Calculadora;

Circuito Misto

Dá-se o nome de circuito misto de resistores à associação que contém,


simultaneamente, associações de resistores em série e em paralelo. O cálculo do resistor
equivalente deve ser feito a partir das associações, em série ou em paralelo, dependendo
do circuito,tendo em mente que devemos ir, pouco a pouco, simplificando o esquema da
associação.

Exemplo 1:

No caso da associação mista do exemplo 1, primeiramente deve ser calculado o


resultado da associação em paralelo dos resistores e em seguida adicionado o valor do
resistor que está em série.

Eletricidade Aplicada 59
RA = 50 Ω

REQ = 50 + 100 REQ = 150 Ω

Exemplo 2:

No caso da associação mista do exemplo 2, primeiramente deve ser calculado o


resultado das associações em série dos resistores e em seguida calcula do o valor dos
resistores queestão em paralelo.

Eletricidade Aplicada 60
RA = R 1 + R2 RA = 10 + 20 RA = 30 Ω

RB = R3 + R4 RB = 15 + 15 RB = 30 Ω

REQ = 15 Ω

PARTE PRÁTICA

Fazendo uso do protoboard,da fonte, dos resistores e do multímetro,monte e faça as


medições e cálculos solicitados para a sseguintes associações:

Req Req V1 I1 P1 V2 I2 P2 V3 I3 P3 V4 I4 P4
MISTO
calculada(Ω) medida(Ω) (V) (A) (W) (V) (A) (W) (V) (A) (W) (V) (mA) (mW)
R1+(R3//R3)
I
)
R1+(R3//R3//R
J
)
3)
R1//(R3+R3)
K
)L
R1//(R3+R3+R
)3)
Conclusão:

Eletricidade Aplicada 61
11 - LEIS DE KIRCHHOFF

No estudo de circuitos elétricos, estudamos muitas formas de análise com o intuito de


descobrirmos qual é a corrente e a tensão nos diversos pontos do circuito e em seus
diversos componentes.
Há no entanto casos relativamente simples com os quais temos uma certa dificuldade
em lidar como por exemplo o caso de duas baterias ligadas a um mesmo circuito.
Aparecem então as chamadas LEIS DE KIRCHHOFF, que são duas Leis destinadas a
dar uma nova visão ao circuito e facilitar cálculos anteriormente considerados difíceis.
As Leis de Kirchhoff têm este nome em homenagem a GUSTAV ROBERT
KIRCHHOFF, físico alemão (Königsberg, 1824 – Berlim, 1887), que descobriu a análise
espectral, em colaboração com Bunsen, e enunciou as leis das correntes derivadas, e
podem ser enunciadas da seguinte maneira:

1. A soma algébrica de todas as diferenças de potencial dentro de uma malha fechada é


nula;
2. Em qualquer ponto do circuito onde a corrente se divida, a soma de todas as
correntes que estejam chegando ou saindo deste ponto é igual a zero.
Primeiramente para aplicarmos as leis de Kirchhoff de circuitos devemos ter a
percepção de conceitos básicos presentes nas configurações de circuitos, como nós,
malhas e ramos.
Nó: ponto do circuito em que dois ou mais terminais estejam ligados, podendo ser
terminais de quaisquer elementos do circuito.

Ramo: é o caminho entre dois nós, sendo que ao ao longo do ramo, a corrente elétrica é
a mesma.
Malha: caminho fechado seguido sobre ramos.

Observando a figura acima podemos observar:


Nós

Eletricidade Aplicada 62
O ponto a é um nó, pois ligam os terminais da fonte de tensão de 10V e a resistência de
5 Ω.
O ponto b também é um nó, pois liga os terminais das resistências de 5 Ω, 2 Ω, 3 Ω e a
fonte de tensão de 2 A, o mesmo ocorre com o ponto c.

Ramos:
Do ponto a à b temos um ramo, os 3 caminhos do ponto b até o ponto c formam 3 ramos
e o caminho do ponto a ao ponto c forma outro ramo.

Malhas:
A primeira malha é formada pela fonte de tensão de 10V e resistências de 5Ω e 2Ω.
A segunda malha é formada pelas resistências de 2Ω e 3 Ω;
A terceira malha é formada pela resistência de 3Ω e fonte de corrente 2A.

Exercício:

No circuito abaixo quantos nós, ramos e malhas existem?

11.1 - Primeira Lei de Kirchhoff (Lei das Correntes ou Leis dos Nós)
Em qualquer nó, a soma das correntes que o deixam (aquelas cujas apontam para
fora do nó) é igual à soma das correntes que chegam até ele, isto é em um nó, a soma
das correntes elétricas que entram é igual à soma das correntes que saem, ou seja, um
nó não acumula carga.
A Lei é uma consequência da conservação da carga total existente no circuito. Isto é
uma confirmação de que não há acumulação de cargas nos nós.

Eletricidade Aplicada 63
Vejamos a ilustração abaixo:

A primeira Lei de Kirchhoff, afirma que a soma das intensidades das correntes que
chegam a um nó é igual à soma das intensidades das correntes que dele saem.
É o que explica a figura acima (I1= I2 + I3)

Esquema representativo da Lei dos Nós

A Lei dos Nós determina que, em qualquer instante, é nula a soma algébrica das
correntes que entram num qualquer nó.

De acordo com as correntes representadas na Figura 1, a lei dos nós permite obter a
equação:

Note-se que se considerou o simétrico das correntes e uma vez que o seu sentido
de referência representado é o de saída do nó. Obter-se-ia uma equação equivalente se,
no enunciado da lei dos nós, a palavra “entram” fosse ser substituída pela palavra
“saem”.
Se, em algum instante, a soma das correntes que entram no nó não fosse nula, isso
quereria dizer que o nó estava a acumular carga (pois corrente, é um deslocamento de
cargas). Contudo, um nó é um condutor perfeito e, portanto, não pode armazenar carga.

Eletricidade Aplicada 64
Figura - Correntes do circuito

Relativamente ao circuito representado na figura correntes do circuito, a aplicação da


Lei dos nós conduz :

 No nó A
 No nó B
 No nó C

11.2 - Segunda Lei de Kirchhoff (Lei das Tensões ou Lei das Malhas)

A soma algébrica da d.d.p (Diferença de Potencial Elétrico) em um percurso fechado é


nula.
Ou seja, a soma de todas as tensões (forças electromotrizes) no sentido horário é igual a
soma de todas as tensões no sentido anti-horário, ocorridas numa malha, é igual a zero.

Segunda lei de Kirchhoff v1 + v2 + v3 - v4 = 0

Características do circuito em série

O circuito em série apresenta três características importantes:


1. Fornece apenas um caminho para a circulação da corrente elétrica;
2. A intensidade da corrente é a mesma ao longo de todo o circuito em série;

Eletricidade Aplicada 65
3. O funcionamento de qualquer um dos consumidores depende do funcionamento dos
consumidores restantes.

Experiência nº 06 - Lei de Kirchhoff

OBJETIVOS
● Conhecer as duas leis de Kirchhoff
● Comprovar experimentalmente as leis de Kirchhoff

MATERIAL EXPERIMENTAL
● 1 Multímetro digital
● 1 Matriz de pontos
● 1 Pilha de 9V com terminais
● 2 Pilhas de 1,5V com suporte
● Resistores diversos valores
Procedimento Experimental
1. Monte o circuito a seguir na matriz de pontos.

Fig 01: Leis de Kirchhoff - Circuito esquemático

A Primeira Lei de Kirchhoff

1. Meça as correntes nos resistores e anote o valor e o sentido das mesmas (coloque a
ponta das setas para indicar o sentido).

I R1 =________(afastando/aproximando de A)

I R2 =________(afastando/aproximando de A)

I R3 =________(afastando/aproximando de A)

Eletricidade Aplicada 66
2. Para o nó A escreva:

Soma das correntes que se aproximam no nó=_________

Soma das correntes que se afastam no nó=___________

3. Verifique se a soma das correntes que se aproximam no nó é igual à Soma das


correntes que se afastam no nó

4. Conclusão

A Segunda Lei de Kirchhoff

1. Meça a tensão em todos os resistores, na bateria, na pilha e anote.

U 1=_______ U 2=______ U 3=______ U Bateria =_______ U Pilha =_______

2. Indique no esquema abaixo o valor e a polaridade das tensões (dentro dos


retângulos). Observe que na orientação da tensão a ponta da seta representa o polo
positivo. Observe que a tensão da bateria está orientada no sentido horário na malha 1,
enquanto a tensão da pilha está orientada no sentido anti-horário na malha 2.

Eletricidade Aplicada 67
Fig 02: Esquema das tensões nas malhas

3. Para a malha 1 escreva:


Soma das tensões horárias =_____________
Soma das tensões anti-horário =__________

4. Para a malha 2 escreva:


Soma das tensões horárias = _____________
Soma das tensões anti-horário = __________

5. Verifique se a soma das tensões horárias é igual à soma das tensões anti-horário.

Eletricidade Aplicada 68
ÍNDICE

1- FÍSICA DOS SEMICONDUTORES ............................................................................ 04


1.1 A estrutura do Átomo ................................................................................................ 04
1.2 Materiais condutores de eletricidade ........................................................................ 04
1.3 Materiais isolantes .................................................................................................... 04
1.4 Material semicondutor ............................................................................................... 04
1.5 Resistividade dos materiais ...................................................................................... 05

2- ESTUDO DOS SEMICONDUTORES ......................................................................... 05


2.1 Impurezas ................................................................................................................. 07
2.2 Impureza doadora ....................................................................................................... 07
2.3 Impureza aceitadora ................................................................................................. 07
2.4 Semicondutor tipo N .................................................................................................. 08
2.5 Semicondutor Tipo P................................................................................................. 08

3- DIODO ........................................................................................................................ 08
3.1 Polarização do Diodo ................................................................................................ 09
3.2 Polarização direta ..................................................................................................... 09
3.3 Polarização reversa .................................................................................................. 10

4- CURVA CARACTERÍSCIA DE UM DIODO ................................................................ 10


4.1 Polarização direta ..................................................................................................... 10
4.2 Tensão de joelho ...................................................................................................... 10
4.3 Polarização reversa do Diodo ................................................................................... 11
4.4 Especificações de Potência de um Diodo ................................................................. 11
4.5 Resistor limitador de corrente ................................................................................... 12

5- RETA DE CARGA ...................................................................................................... 12

6- DIODO EMISSOR DE LUZ E FOTODIODO ............................................................... 13


6.1 Fotodiodo .................................................................................................................. 14

7- MODELAMENTO PARA DIODO ................................................................................ 14


7.1 1ª Aproximação (Diodo Ideal) Associação de série ................................................... 14
7.2 2ª Aproximação......................................................................................................... 15
7.3 3ª Aproximação......................................................................................................... 15
7.4 Resistência CC de um Diodo .................................................................................... 16

Eletrônica Aplicada
7.5 Resistência Direta ...................................................................................................... 16
7.6 Resistência Reversa ................................................................................................. 17

8- O TRANSFORMADOR ............................................................................................... 19

9- RETIFICADORES DE MEIA ONDA E ONDA COMPLETA ......................................... 20


9.1 Onda Senoidal ........................................................................................................... 20
9.2 Retificador de meia onda ........................................................................................... 22
9.3 Retificador de onda completa.................................................................................... 25
9.4 Retificador de onda completa em ponte .................................................................... 28

10- CAPACITOR............................................................................................................. 32
10.1 Detalhes sobre os capacitores ................................................................................ 33
10.2 Carga e descarga do capacitor ............................................................................... 34
10.3 Circuitos com capacitor e resitor ............................................................................. 34

11- FILTRO PARA O RETIFICADOR .............................................................................. 35


11.1 Corrente de surto (impulsiva) .................................................................................. 37

12- DIODO ZENER .......................................................................................................... 40


12.1 Diodo Zener Ideal ................................................................................................... 41
12.2 Segunda aproximação ............................................................................................ 42
12.3 Corrente máxima no Zener ..................................................................................... 42

13- REGULADOR DE TENSÃO COM ZENER ............................................................... 43


13.1 Cálculo do resistor de carga Rs .............................................................................. 44

14- EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ..................................................................................... 49

Eletrônica Aplicada
1. DIODOS, SEMICONDUTORES E RETIFICAÇÃO.
FÍSICA DOS SEMICONDUTORES
1.1 A Estrutura do Átomo

O átomo é formado basicamente por 3 tipos de partículas elementares: Elétrons,


prótons e nêutrons. A carga do elétron é igual a do próton, porém de sinal contrário.
Os elétrons giram e torno do núcleo distribuindo-se em diversas camadas, num total
de até sete camadas. Em cada átomo, a camada mais externa é chamada de valência,
e geralmente é ela que participa das reações químicas.
Todos os materiais encontrados na natureza são formados por diferentes tipos de
átomos, diferenciados entre si pelo número de prótons, elétrons e nêutrons que deles
fazem parte. Cada material tem uma infinidade de características que os define, mas
uma tem uma infinidade de características que os define, mas uma especial em
eletrônica é o comportamento à passagem da corrente elétrica. Esses materiais
podem ser divididos em três tipos principais:

1.2 Materiais condutores de Eletricidade


Os materiais considerados condutores elétricos possuem excesso de elétrons em
sua camada de valência, que é a última camada a receber elétrons em um átomo. Os
elétrons presente na camada de valência são denominados de elétrons livres, e a
força de atração entre eles e o núcleo atômico é pequena, logo, eles possuem
facilidade de se movimentar pelo material, tornando a substância em questão um bom
condutor de eletricidade. De modo geral, os metais são excelentes condutores
elétricos.

1.3 Materiais isolantes


São materiais que possuem uma resistividade muito alta, bloqueando a passagem
da corrente elétrica. Os elétrons de valência estão rigidamente ligados aos seus
átomos, sendo que poucos elétrons conseguem desprender-se de seus átomos para
se transformarem em elétrons livres. Consegue-se isolamento maior (resistividade)
com substâncias compostas (borracha, mica, baquelita, etc.).

1.4 Material Semicondutor


Materiais que apresentam uma resistividade elétrica intermediária. Como exemplo
temos o germânio e silício.

Eletrônica Aplicada 4
1.5 Resistividade dos Materiais
Na tabela está apresentado um quadro com os valores das resistividades de
diversos materiais. Embora não haja uma separação bem definida entre os
semicondutores e os condutores e isolante, observa-se que os semicondutores

apresentam uma resistividade que varia de 1 0 - 2 a 1 0 6 o h m c m

SUBSTÂNCIA RESISTIVIDADE
(ohm cm)

Prata 1,6x10-6
Cobre 1,7x10-6
Ouro 2,3x10-6
Alum ínio 2,8x10-6
Germânio (puro) 47
Silício ( pur o) 21,4x10 4
Vidro 1012 a1013
Âmbar 5x1016
Mica 9x1016
Quart zo fundido 75x1018

2. ESTUDO DOS SEMICONDUTORES


Os átomos de germânio e silício têm uma camada de valência com 4 elétrons.
Quando os átomos de germânio (ou silício) agrupam-se entre si, formam uma
estrutura cristalina, ou seja, são substânciais cujos átomos se posicionam no espaço,
formando uma estrutura ordenada. Nessa estrutura, cada átomo une-se a quatro
outros átomos vizinhos, por meio de ligações covalentes, e cada um dos quatro
elétrons de valência de um átomo é compartilhado com um átomo vizinho, de modo
que dois átomos adjacentes compartilham os dois elétrons, ver figura 1-1.

Eletrônica Aplicada 5
Figura 1-1
Se nas estruturas com germânio ou silício não fosse possível romper as ligações
covalentes, elas seriam materiais isolantes. No entanto com o aumento da
temperatura algumas ligações covalentes recebem energia suficiente para se
romperem, fazendo com que os elétrons das ligações rompidas passem a se
movimentar livremente no interior do cristal, tornando-se elétrons livres.

Figura 1-2

Com a quebra das ligações covalentes, no local onde havia um elétron de valência,
passa a existir uma região com carga positiva, uma vez que o átomo era neutro e um
elétron o abandonou. Essa região positiva recebe o nome de lacuna, sendo também
conhecida como buraco. As lacunas não têm existência real, pois são apenas espaços
vazios provocados por elétrons que abandonam as ligações covalentes rompidas.
Sempre que uma ligação covalente é rompida, surgem simultaneamente um elétron e
uma lacuna. Entretanto, pode ocorrer o inverso, um elétron preencher o lugar de uma
lacuna, completando a ligação covalente (processo de recombinação). Como tanto os
elétrons como as lacunas sempre aparecem e desaparecem aos pares, pode-se
afirmar que o número de lacunas é sempre igual à de elétrons livres. Quando o cristal
de silício ou germânio é submetido a uma diferença de potencial, os elétrons livres se
movem no sentido do maior potencial elétrico e as lacunas por consequência se
movem no sentido contrário ao movimento dos elétrons.

Eletrônica Aplicada 6
2.1 Impurezas
Os cristais de silício (ou germânio. Mas não vamos considera-lo, por
simplicidade e também porque o silício é de uso generalizado em eletrônica) são
encontrados na natureza misturados com outros elementos. Dado a dificuldade de se
controlar as características destes cristais é feito um processo de purificação do cristal
e em seguida é injetado através de um processo controlado, a inserção proposital de

impurezas na ordem 1 para cada 10 6 átomos do cristal, com a intenção de se alterar


produção de elétrons de dopagem.
As impurezas utilizadas na dopagem de um cristal semicondutor podem ser de
dois tipos: impurezas doadoras e impurezas aceitadoras.

2.2 Impureza Doadora


São adicionadas átomos pentavalentes (com 5 elétrons na camada de
valência. Ex.: Fósforo e Antimônio). O átomo pentavalente entra no lugar de um átomo
de silício dentro do cristal absorvendo as suas quatro ligações covalentes, e fica um
elétron fracamente ligado ao núcleo do pentavalente (uma pequena energia é
suficiente para se tornar livre).

Figura 1-2

2.3 Impureza Aceitadora


São adicionados átomos trivalentes (tem 3 elétrons na camada de valência.
Ex.: Boro, alumínio e gálio). O átomo trivalente entra no lugar de um átomo de silício
dentro do cristal absorvendo três das suas quatro ligações covalentes. Isto significa
que existe uma lacuna na órbita de valência de cada átomo trivalente.

Eletrônica Aplicada 7
Figura 1-3
Um semicondutor pode ser dopado para ter um excesso de elétrons ou
excesso de lacunas. Por isso existem dois tipos de semicondutores:

2.4 Semicondutor Tipo N


O cristal que foi dopado com impureza doadora é chamado semicondutor tipo
N, onde N está relacionado com negativo. Como os elétrons livres excedem em
número as lacunas num semicondutor tipo N, os elétrons são chamados portadores
majoritários e as lacunas, portadores minoritários.
2.5 Semicondutor Tipo P
O cristal que foi dopado com impureza aceitadora é chamado semicondutor
tipo P, onde P está relacionado com positivo. Como as lacunas excedem em números
os elétrons livres num semicondutor tipo P, as lacunas são chamadas portadores
majoritários e os elétrons livres, portadores minoritários.

3. DIODO
Na união de um cristal tipo P e um cristal tipo N, obtém-se uma junção PN, que
é um dispositivo de estado sólido simples: o diodo semicondutor de junção.

Figura 1-5
Devido à repulsão mútua os elétrons livres do lado N espalham-se em todas
direções, alguns atravessam a junção e se combinam com as lacunas. Quando isto

Eletrônica Aplicada 8
ocorre, a lacuna desaparece e o átomo associado torna-se carregado negativamente.
(um íon negativo)

Figura 1-6
Cada vez que um elétron atravessa a junção ele cria um par de íons. Os íons
estão fixo na estrutura do cristal por causa da ligação covalente. À medida que o
número de íons aumenta, a região próxima à junção fica sem elétrons livres e lacunas.
Chamamos esta região de camada de depleção.
Além de certo ponto, a camada de depleção age como uma barreira impedindo
a continuação da difusão dos elétrons livres. A intensidade da camada de depleção
aumenta com cada elétron que atravessa a junção até que se atinja um equilíbrio. A
diferença de potencial através da camada de depleção é chamada de barreira de
potencial. A 25º, esta barreira é de 0,7V para silício e 0,3V para o germânio.
O símbolo mais usual para o diodo é mostrado a seguir:

3.1 Polarização do Diodo


Polarizar um diodo significa aplicar uma diferença de potencial às suas
extremidades. Supondo uma bateria sobre os terminais do diodo, há uma polarização
direta se o pólo positivo da bateria for colocado em contato com o material tipo P e o
pólo negativo em contato com material tipo N.

3.2 Polarização Direta


No material tipo N os elétrons são repelidos pelo terminal da bateria e
empurrado para a junção. No material tipo P as lacunas também são repelidas pelo
terminal e tendem a penetrar na junção, e isto diminui a camada de depleção. Para

Eletrônica Aplicada 9
haver fluxo livre de elétrons a tensão da bateria tem de sobrepujar o efeito da camada
de depleção.

3.3 Polarização Reserva


Invertendo-se as conexões entre a bateria e a junção PN, isto é, ligando o pólo
positivo no material tipo N e o pólo negativo no material tipo P, a junção fica polarizada
inversamente. No material tipo Nos elétrons são atraídos para o terminal positivo,
afastando-se da junção. Fato análogo ocorre com as lacunas do material do tipo P.
Podemos dizer que a bateria aumenta a camada de depleção, tornando praticamente
impossível o deslocamento de elétrons de uma camada para outra.

4. CURVA CARACTERÍSTICA DE UM DIODO


4.1 Polarização Direta

Figura 1- 4
Figura 1-5
Nota-se pela curva que o diodo ao contrário de, por exemplo, um resistor, não é um
componente linear. A tensão no diodo é uma função do tipo:

4.2 Tensão de Joelho


Ao se aplicar a polarização direta, o diodo não conduz intensamente até que se
ultrapasse a barreira potencial. A medida que a bateria se aproxima do potencial da
barreira, os elétrons livres e as lacunas começam a atravessar a junção em grandes
quantidades. A tensão para a qual a corrente começa a aumentar rapidamente é
chamada de tensão de joelho. (No Si é aprox. a,7V).

Eletrônica Aplicada 10
4.3 Polarização Reserva do Diodo

Figura 1-6
Figura 1-7

O diodo polarizado reversamente passa uma corrente elétrica extremamente


pequena, (chamada de corrente de fuga). Se for aumentando a tensão reserva
aplicada sobre o diodo, chega um momento em que atinge a tensão de ruptura (varia
muito de diodo para diodo) a partir da qual a corrente aumenta sensivelmente.
Salvo o diodo feito para tal, os diodos não podem trabalhar na região de ruptura.
GRÁFICO COMPLETO

Figura 1-8

4.4 Especificações de Potência de um Diodo


Em qualquer componente, a potência dissipada é dada pelo produto da tensão
aplicada pela corrente que o atravessa e isto vale para o diodo:
P = U.I Equação 1-2

Não se pode ultrapassar a potência máxima, especificada pelo fabricante, pois


haverá um aquecimento excessivo do componente causando sua destruição. Os
fabricantes em geral indicam a potência máxima ou corrente máxima suportada por
um diodo.
Ex.: 1N914 – PMAX = 250 mW
1N4001 – IMAX = 1A
Usualmente os diodos são divididos em duas categorias, os diodos para pequenos
sinais (potência especificada abaixo de 0,5W) e os retificadores (PMAX > 0,5W).

Eletrônica Aplicada 11
4.5 Resistor Limitador de Corrente
Num diodo polarizado diretamente, uma pequena tensão aplicada pode gerar uma
alta intensidade de corrente. Em geral um resistor é usado em série como diodo para
limitar a corrente elétrica que passa através deles. Rs é chamado de resistor limitador
de corrente. Quanto maior o Rs, menor a corrente que atravessa o diodo e o resistor
Rs.

Figura 1-9

5. RETA DE CARGA

Sendo a curva característica do diodo não linear, torna-se complexo determinar o


valor exato da corrente e da tensão sobre o diodo, é o uso da reta de carga. Baseia-se
no uso gráfico das curvas do diodo e da curva do resistor. Na figura 1-13, a corrente I
através do circuito é a seguinte:

Equação 1-3

No circuito em série a corrente é a mesma no diodo e no resistor. Se forem dados a


tensão da fonte e a resistência Rs então são desconhecidas a corrente e a tensão sob
o diodo. Se, por exemplo, no ciruito da Figura 1-12 o valor de Us = 2V e Rs = 100Ω,
então:

Equação 1-4
Se UD = 0V → I=20mA. Esse ponto é chamado de ponto de saturação, pois o
máximo valor que a corrente pode assumir. E se I=0A → UD = 2V. esse ponto é

Eletrônica Aplicada 12
chamado corte, pois representa a corrente mínima que atravessa o resistor e o diodo.
a equação 1-4 indica uma relação linear entre a corrente e a tensão (y – ax + b).
Sobrepondo esta curva com a curva do diodo tem-se:

Figura 1-10

Representa a corrente através do diodo e do resistor. Sobre o diodo existe uma


tensão de 0,78V.

6. DIODO EMISSOR DE LUZ E FOTODIODO


O diodo emissor de luz (LED) é um diodo que quando polarizado diretamente emite
luz visível (amarela, verde, vermelha, laranja ou azul) ou luz infravermelha. Ao
contrário dos diodos comuns não é feito de silício, que é um material opaco, e sim, de
elementos como gálio, arsênico e fósforo. É amplamente usada em equipamentos
devido a sua longa vida, baixa tensão de acionamento e boa resposta em circuitos de
chaveamento.

Figura 1-11

Eletrônica Aplicada 13
A polarização do LED é similar ao um diodo comum, ou seja, acoplado em série
com um resistor limitador de corrente, como mostrado na Figura 1-15 o LED é
esquematizado como um diodo comum com a seta apontando para fora como símbolo
de luz irradiada. A corrente que circula no LED é dada pela expressão:

𝐕𝐂𝐂−𝐕𝐋𝐄𝐃
𝑰𝑳𝑬𝑫 = Equação 1-5
𝑹𝑳𝑬𝑫

Para a maioria dos LED’s disponíveis no mercado, a queda de tensão típica de 1,5
a 2,5V para correntes entre 10 e 50 mA.

6.1 Fotodiodo
É um diodo com encapsulamento transparente, reversamente polarizado que é
sensível a luz. Nesse componente, o aumento da intensidade luminosa, aumenta a
corrente reversa. Num diodo polarizado reversamente, circula somente os portadores
minoritários.
Esses portadores existem porque a energia térmica fornece energia suficiente para
que alguns elétrons de valência saiam fora de suas órbitas, criando elétrons e lacuna,
contribuindo, assim, para o aumento da corrente reversa. Quando uma energia
luminosa incide numa junção PN, fornece energia para os elétrons de valência e com
isto criam-se mais elétrons livres. Quanto mais intensa for a luz na junção, maior será
corrente reversa num diodo.
Ao analisar ou projetar circuitos com diodos se faz necessário conhecer as curvas
características dos diodos utilizados. Mas em muitos casos práticos dependendo da
aplicação pode-se fazer aproximações para facilitar os cálculos.

7. MODELAMENTO PARA DIODO


7.1 - 1ª Aproximação (Diodo Ideal)
Um diodo ideal se comporta como um condutor ideal quando polarizado no sentido
reverso, ou seja, funciona como uma chave aberta.

Eletrônica Aplicada 14
Figura 1-12

7.2 - 2ª Aproximação
Leva-se em conta o fato de o diodo precisar de 0,7V para iniciar a conduzir.

Figura 1-13
Considera-se o diodo como uma chave em série com uma bateria de 0,7V.

7.3 - 3ª Aproximação
Na terceira aproximação considera a resistência interna do diodo.

Figura 1-14

Obs.:. Ao longo do curso será usada a 2ª aproximação.

Eletrônica Aplicada 15
Exemplo 1-1
Utilizar a 2ª aproximação para determinar a corrente do diodo no circuito da Figura
1-19:

Figura 1-15

Solução:
O diodo está polarizado diretamente, portanto age como uma chave fechada em
série com uma bateria.

7.4 Resistência CC de um Diodo


É a razão entre a tensão total do diodo e a corrente total do diodo. Pode-se
considerar dois casos:

 RD – Resistência cc no sentido direto


 RR – Resistência cc no sentido reverso

7.5 Resistência CC de um Diodo


É a resistência quando é aplicada uma tensão no sentido direto sobre o diodo. é
variável, pelo fato do diodo ter uma resistência não linear. Por exemplo, no diodo
1N914 se for aplicada uma tensão de 0,65V entre seus terminais existirá uma corrente
I=10mA. Caso a tensão aplicada seja de 0,75V a corrente correspondente será de
30mA. Por último se a tensão for de 0,85V a corrente será de 50mA. Com isto pode-se
calcular a resistência direta para cada tensão aplicada:
RD1 = 0,65/10mA = 65Ω
RD2 = 0,75/30mA = 25Ω
RD3 = 0,85/50mA = 17Ω
Nota –se que a resistência cc diminui com o aumento da tensão

Eletrônica Aplicada 16
7.6 Resistência Reversa
Tomando ainda como exemplo o 1N914. Ao aplicar uma tensão de -20V a corrente
será de 25nA, enquanto uma tensão de -75V implica numa corrente de 5 µA. A
resistência reversa será de:
Rs1 = 20/25nA = 800M Ω
Rs2 = 75/5µ = 15M Ω

A resistência reversa diminui à medida que se aproxima da tensão de ruptura.

EXPERIÊNCIA Nº1 – DIODO E LED

OBJETIVO
Entender e verificar na prática o funcionamento e as características de um diodo
retificador e do diodo emissor de luz – LED.

Material Experimental
 1 Conjunto de resistores;
 Multímetro;
 Protoboard;
 Fonte de Alimentação;
 Diodo 1N4007;
 Led (cores).

Parte Prática
1) Meça com o multímetro e anote no quadro a resistência direta e reversa do diodo

RDIRETA

RREVERSA

Eletrônica Aplicada 17
2) Monte o circuito

3) Ajuste a tensão da fonte de tal forma a ter no diodo os valores de tensão do quadro.
Para cada caso, meça e anote a corrente no circuito.

VD (V) 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,75

ID (A)

4) Inverta a polaridade do diodo

5) Repita o item 3 para os valores do quadro

VD (V) 0 2 4 6 8 10 12 14

ID (A)

6) Monte o circuito

Eletrônica Aplicada 18
7) Ajuste a tensão da fonte para os valores especificados na tabela. Para cada caso,
meça a tensão no resistor, no LED e a corrente do circuito.

V (V) 0 2 4 6 8 10 12 14
I (A)
VR (V)
VL (V)

8. O TRANSFORMADOR
As fontes de tensões utilizadas em sistemas eletrônicos em geral são menores que
30VCC enquanto a tensão de entrada de energia elétrica costuma ser de 127VRMS ou
220VRMS. Logo é preciso um componente para abaixar o valor desta tensão alternada.
O componente utilizado é o transformador. O transformador é grosso modo constituído
por duas bobinas (denominadas de enrolamentos). A energia passa de uma bobina
para outra através do fluxo magnético. Abaixo um exemplo de transformador:

Figura 1-16

A tensão de entrada U1 está conectada ao que se chama de enrolamento primário e


a tensão de saída ao enrolamento secundário. No transformador ideal:

Equação 1-6
Onde:
U1 tensão no primário
U2 tensão no secundário
N1 número de espiras no enrolamento primário
N2 número de espiras no enrolamento secundário
A corrente elétrica no transformador ideal é:

Eletrônica Aplicada 19
Equação 1-7

Exemplo 1-2 Se a tensão de entrada for 115 VRMS, a corrente de saída de 1,5ARMS e
a relação de espiras 9:1. Qual a tensão no secundário em valores de pico a pico? E a
corrente no primário?
Solução:

obs.: as potências elétricas de entrada e de saída num transformador ideal são


iguais.

9. RETIFICADORES DE MEIA ONDA E ONDA COMPLETA


É comum em circuitos eletrônicos o uso de baterias de alimentação. Devido ao alto
custo de uma bateria se comparado com a energia elétrica, torna-se necessária à
criação de um circuito que transforme a tensão alternada de entrada em uma tensão
contínua compatível com a bateria. O diodo é um componente importante nesta
transformação. É que se verá neste item.

9.1 Onda Senoidal

A onda senoidal é um sinal elétrico básico. Sinais mais complexos podem ser
representados por uma soma de sinais senoidais.

Eletrônica Aplicada 20
Figura 1-17

A equação que representa a curva da Figura 1-21 é a seguinte:


Onde:

Equação 1-8

Algumas maneiras de se referir aos valores da onda:


Valor de pico Up → Valor máximo que a onda atinge
Valor de pico a pico (Upp) → Diferença entre o máximo e mínimo que a onda
atinge

Equação 1-9

Valor eficaz (URMS) (Root Mean Square)


O valor rms é o valor indicado pelo voltímetro quando na escala ca. O valor rms de
uma onda senoidal, é definido como a tensão cc que produz a mesma quantidade de
calor que a onda senoidal. Pode-se mostrar que:

Equação 1-10

Valor médio
O valor médio é quantidade indicada em um voltímetro quando na escala cc. O
valor médio de uma onda senoidal ao longo de um ciclo é zero. Isto porque cada valor
da primeira metade do ciclo, tem um valor igual mas de sinal contrário na segunda
metade do ciclo.

Eletrônica Aplicada 21
9.2 Retificador de Meia Onda
O retificador de meia onda converte a tensão de entrada (USECUNDÁRIO) CA numa
tensão pulsante positiva UR. Este processo de conversão de CA para CC é conhecido
como “retificação”. Na Figura 1-18 é mostrado um circuito de meia onda.

Figura 1-18

Considerando o diodo como ideal, as curvas são as mostrada na Figura 1-19. A


saída do secundário tem dois ciclos de tensão: um semiciclo positivo e um negativo.
Durante o semiciclo positivo o diodo está ligado no sentido direto e age como uma
chave fechada e pela lei das malhas toda a tensão do secundário incide no resistor R.
Durante o semiciclo negativo o diodo está polarizado reversamente e não há corrente
circulando no circuito.

Sem corrente elétrica circulando implica em não ter tensão sob o resistor e toda a
tensão do secundário fica no diodo. Este circuito é conhecido como retificador de meio
ciclo porque só o semiciclo positivo é aproveitado na retificação.

Figura 1-19

Eletrônica Aplicada 22
O Resistor R indicado no circuito representa a caga ôhmica acoplada ao retificado,
podendo ser tanto um simples resistor como um circuito complexo e normalmente ele
é chamado de resistor de carga ou simplesmente de carga.

Valor CC ou Valor médio

A tensão média de um retificador de meia onda mostrada por um voltímetro é dada


por:
para diodo ideal → Vcc = 0,318 Up
Equação 1-11
diodo 2ª aproximação → Vcc = 0,318 (Up – Vƴ)
Equação 1-11

EXPERIÊNCIA Nº2 – Retificador de meia onda

OBJETIVO
Entender e verificar na prática o funcionamento e as características de um
retificador de meia onda.

Material Experimental
 Transformador 110v/12+12
 Diodo 1N4007
 Capacitador eletrolítico 1000 µF
 Resistor Rled 1kΩ/2W
 Resistor RL = 1kΩ/2W
 Diodo emissor de luz “led”
 Protoboard

Instrumentos: multímetro digital, osciloscópio pc


Procedimento: monte o circuito abaixo:

Eletrônica Aplicada 23
XSC1

Ext Trig
+
_
A B
+ _ + _

XMM1

T2 D3
120 Vrms
60 Hz 1N4007
0° RLED
1kΩ
RL
1000uF 1kΩ

LED1

Com multímetro digital


Medir secundário do Trafo: VRMS =
Calcular tensão de pico do secundário VP2 =
Medir a carga sem capacitor VCC =
Calcular vcc sem capacitor Vcc =
Medir a carga com capacitor VCC =
Medir a corrente na carga IL =

Com osciloscópio medir forma de onda conforme circuito:


Forma de onda na carga RL: com capacitor e sem capacitor

Eletrônica Aplicada 24
9.3 Retificador de Onda completa

A Figura 1-20 mostra um retificador de onda completa. Observe a tomada central


no enrolamento secundário. Por causa dessa tomada, o circuito é equivalente a dois
retificadores de meia onda. O retificador superior retifica o semiciclo positivo da tensão
do secundário, enquanto o retificador inferior retifica o semiciclo negativo da tensão do
secundário.

Figura 1-20

As duas tensões denominadas de U2/2 na Figura 1-20 são idênticas em amplitude e


opostas em fase. O transformador ideal pode ser, portanto, substituído por duas fontes
de tensão idênticas, como mostra a Figura 1-24 à direita, sem alteração no
funcionamento elétrico da rede. Quando U2/2 é positiva D1 está diretamente polarizado
e conduz, mas D2 está reversamente polarizado e cortado. Considerando os dois
diodos ideais, temos a curva de tensão sobre o resistor de carga mostrada na Figura
1-21.

Valor CC ou Valor Médio


A tensão média de um retificador de meia onda mostrada por um voltímetro é
similar o do retificador de meia onda com a observação de que agora tem-se um ciclo
completo e o valor será o dobro. É dado por:

Equação 1-13

Eletrônica Aplicada 25
Equação 1-14

FREQUÊNCIA E SAÍDA
A frequência de saída de onda completa é o dobro da frequência de entrada, pois a
definição de ciclo completo diz que uma forma de onda completa seu ciclo quando ela
começa a repeti-lo. Na figura 1-21, a forma de onda retificada começa a repetição
após um semiciclo da tensão dos secundário. Supondo que a tensão de entrada tenha
uma frequência de 60 Hz, a onda retificada terá uma frequência de 120Hz e um
período de 8,00ms.

Figura 1-21

Eletrônica Aplicada 26
EXPERIÊNCIA Nº3 – Retificador de onda completa com Center tape

OBJETIVO
Entender e verificar na prática o funcionamento e as características de um
retificador de meia onda completa com Center tape e sua derivação central.

Material Experimental
 Componentes
 Transformador 110v/12+12
 Diodo 1N4007
 Capacitador eletrolítico 1000 µF
 Resistor Rled 1kΩ/2W
 Resistor RL = 1kΩ/2W
 Diodo emissor de luz “led”
 Protoboard

Instrumentos: multímetro digital, osciloscópio pc


Procedimento: monte o circuito abaixo:

XSC1

Ext Trig
+
_
A B
+ _ + _

T1
120 Vrms XMM1
60 Hz

0 Rled
1kΩ

RL
1kΩ
1000µF
LED1

Eletrônica Aplicada 27
Com multímetro digital
Medir secundário do Trafo: VRMS=
Calcular tensão de pico do secundário VP2=
Medir a carga sem capacitor VCC=
Calcular vcc sem capacitor Vcc=
Medir a carga com capacitor VCC=
Medir a corrente na carga IL=

Com osciloscópio medir forma de onda conforme circuito:

Forma de onda na carga RL: com capacitor e sem capacitor

9.4 Retificador de Onda completa em Ponte

Na figura 1-22 é mostrado um retificador de onda completa em ponte. Com o uso


de quatro diodos no lugar de dois, elimina-se o uso da tomada central do
transformador. Durante o semiciclo positiva da tensão U2, o diodo D3 recebe um
potencial positivo em seu anodo, e o D2 um potencial negativo no catodo. Dessa
forma, D2 e D3 conduzem, D1 e D4 ficam reversamente polarizado e o resistor de carga
R recebe todo o semiciclo positivo da tensão U2.

Eletrônica Aplicada 28
Durante o semiciclo negativo da tensão U2, o diodo D4 recebe um potencial
negativo no catodo, devido à inversão da polaridade de U2. Os diodos D1 e D4
conduzem e os diodos D2 e D3 ficam reversamente polarizado.

Figura 1-22

A corrente I percorre o resistor de caga sempre num mesmo sentido. Portanto a


tensão UR é sempre positiva. Na figura 1-23 é mostrada a forma de ondas sobreo
resistor de carga e os diodos, considerando os diodos ideais. Na tabela 1-1 é feita uma
comparação entre os três tipos de retificadores. Para diodos ideais.

Tabela 1-1
MEIA ONDA ONDA COMPLETA PONTE

Nº de Diodos 1 2 4
Tensão Pico de Saída Up 0,5Up Up
Tensão cc de Saída 0,318Up 0,318 UP 0,636 Up
Tensão Pico Inversa no Up Up Up
Diodo
Frequência de Saída fent 2 fent 2 fent

Eletrônica Aplicada 29
Tensão de saída (rms) 0,45 Up 0,45 Up 0,9 Up

Figura 1-23

EXPERIÊNCIA Nº4 – Retificador de onda completa em Ponte

OBJETIVO
Entender e verificar na prática o funcionamento e as características de um
retificador de meia onda completa em ponte.

Material Experimental
 Transformador 110v/12+12
 Ponte retificadora 2w10
 Capacitador eletrolítico 1000 µF
 Resistor Rled 1kΩ/2W
 Resistor RL = 1kΩ/2W
 Diodo emissor de luz “led”
 Protoboard

Eletrônica Aplicada 30
Instrumentos: multímetro digital, osciloscópio pc
Procedimento: monte o circuito abaixo:

XSC1

Ext Trig
+
_
A B
+ _ + _
V1 8 2 D1
120 Vrms T1
60 Hz 4 1 XMM1
0° 10
3 1B4B42
RLED
1kΩ
0 1000uF RL
1kΩ

LED1

Com multímetro digital


Medir secundário do Trafo: VRMS=
Calcular tensão de pico do secundário VP2=
Medir a carga sem capacitor VCC=
Calcular vcc sem capacitor Vcc=
Medir a carga com capacitor VCC=
Medir a corrente na carga IL=

Com osciloscópio medir forma de onda conforme circuito:


Forma de onda na carga RL: com capacitor e sem capacitor

Eletrônica Aplicada 31
10. CAPACITOR

Componente eletrônico, constituído por duas placas condutoras, separadas por um


material isolante.

Figura 1-24

Ao ligar uma bateria com um capacitor descarregado, haverá uma distribuição de


cargas e após um certo tempo as tensões na bateria e no capacitor serão as mesmas.
E deixa de circular corrente elétrica.

Figura 1-25

Se capacitor for desconectado da bateria, as cargas elétricas acumuladas


permanecem no capacitor e portanto é mantida a diferença de potencial no capacitor.

Figura 1-26

O capacitor pode armazenar carga elétrica.


O capacitor se opõe a variação de tensão elétrica.
A capacidade que tem um capacitor para armazenar cargas depende da sua
capacitância.

Eletrônica Aplicada 32
Equação 1-15

Onde:
ε = constante dielétrica (F/m)
S = área de uma das placas (são iguais) (m2)
d = Espessura do dielétrico em metro (m)
C = Capacitância em Farads (F)

em geral se usa submúltiplos do Farad: F, nF, pF

10.1 Detalhe sobre os capacitores

TIPOS DE CAPACITORES
papel cerâmica
mica eletrolítico
tântalo variável (distância / área) → (Padder; Trimmer)

DISPOSIÇÃO DAS PLACAS

Figura 1-27

Eletrônica Aplicada 33
10.2 Carga e descarga do capacitador

Suponha que o capacitor esteja descarregado e em t=0s a chave do circuito abaixo


é fechada.

Figura 1-28

As tensões no capacitor e resistor seguem as seguintes equações:

Equação 1-16

Equação 1-17

Onde T = RC e é chamada de constante de tempos do circuito. Quando t= T


, a
tensão no capacitor atinge 63% da tensão da fonte.

10.3 Circuitos com Capacitor e Resistor

Figura 1-29

Eletrônica Aplicada 34
Resistor em paralelo com o capacitor

Figura 1-30

Resistor em série com capacitor e com um gerador de onda quadrada.

Figura 1-31

11. CAPACITOR
A tensão de saída de um retificador sobre um resistor de carga é pulsante como
mostrador por exemplo na Figura 1-33. Durante um ciclo completo na saída, a tensão
no resistor aumenta a partir de zero até um valor de pico e depois diminui de volta a
zero. No entanto a tensão de uma bateria deve ser estável. Para obter esse tipo de
tensão retificada na carga, torna-se necessário o uso de filtro.
O tipo demais comum de filtro para circuitos retificadores é o filtro com capacitor
mostrado na Figura 1-32. O capacitor é colocado em paralelo ao resistor de carga.
Para o entendimento do funcionamento do filtro supor o diodo como ideal e que, antes
Eletrônica Aplicada 35
de ligar o circuito, o capacitor esteja descarregado. Ao ligar, durante o primeiro quarto
de ciclo da tensão no secundário, o diodo está diretamente polarizado. Idealmente, ele
funciona como uma chave fechada. Como o diodo conecta o enrolamento secundário
ao capacitor, ele carrega até o valor da tensão de pico Up.

Figura 1-32

Figura 1-33

Logo após o pico positivo, o diodo para de conduzir, o que significa uma chave
aberta. Isto devido ao fato de o capacitor ter uma tensão de pico Up. Como a tensão no
secundário é ligeiramente menor que Up, o diodo fica reversamente polarizado e não
conduz. Com o diodo aberto, o capacitor se descarrega por meio do resistor de carga.
A ideia do filtro é a de que o tempo de descarga do capacitor seja muito maior que o
período do sinal de entrada. Com isso, o capacitor perderá somente uma pequena
parte de sua carga durante o tempo que o diodo estiver em corte.
O diodo só voltará a conduzir no momento em que a tensão no secundário inicar a
subir e seja igual a tensão no capacitor. Ele conduzirá deste ponto até a tensão no
secundário atingir o valor de pico Up. O intervalo de condução do diodo é chamado de
ângulo de condução do diodo. Durante o ângulo de condução do diodo, o capacitor é
carregado novamente até Up. Nos retificadores sem filtro cada diodo tem um ângulo de
condução de 180º.

Eletrônica Aplicada 36
Na Figura 1-33 é mostrada na tensão sob a carga. A tensão na carga é agora uma
tensão CC mais estável. A diferença para uma tensão CC pura é uma pequena
ondulação (Ripple) causada pela carga e descarga do capacitor. Naturalmente, quanto
menor a ondulação, melhor. Uma forma de reduzir a ondulação é aumentar a
constante de tempo de descarga (R.C.). Na prática é aumentar o valor do capacitor.
Outra forma de reduzir a ondulação é optar pelo uso de um retificador de onda
completa, no qual a frequência de ondulação é o dobro do de meia onda. Neste caso o
capacitor é carregado duas vezes a cada ciclo da tensão de entrega e descarrega-se
só durante a metade do tempo de um meia onda. Pode-se relacionar a tensão de
ondulação na seguinte fórmula:

Equação 1-18
Onde:

UOND = tensão de ondulação pico a pico


I = corrente cc na carga
f = frequência de ondulação
C = capacitância

A escolha de um capacitor de filtro depende, então, do valor da tensão de


ondulação. Quanto menor, melhor. Mas não é viável que a tensão de ondulação seja
zero. Como regra de projeto, o habitual é escolher a tensão de ondulação como sendo
10% da tensão de pico do sinal a ser retificado.

11.1 Circuitos com Capacitor e Resistor

Instantes antes de energizar o circuito retificador, o capacitor do filtro está


descarregado. No momento em que o circuito é ligado, o capacitor se aproxima de um
curto. Portanto, a corrente inicial circulando no capacitor será muito alta. Este fluxo alto
de corrente é chamado corrente de surto. Neste momento o único elemento que limita
a carga é a resistência dos enrolamentos e a resistência interna dos diodos. O pior
caso, é o capacitor estar totalmente descarregado e o retificador ser ligado no instante
em que a tensão da linha é máxima. Assim a corrente será:

Eletrônica Aplicada 37
Equação 1-19

Esta corrente diminui tão logo o capacitor vá se carregando. Em um circuito


retificador típico, a corrente de surto não é uma preocupação. Mas, quando a
capacitância for muito maior do que 1000uF, a constante de tempo se torna muito
grande e pode levar vários ciclos para o capacitor se carregar totalmente. Isto tanto
pode danificar os diodos quanto o capacitor.
Um modo de diminuir a corrente de surto é incluir um resistor entre os diodos e o
capacitor. Este resistor limita a corrente de surto porque ele é somado ao enrolamento
e à resistência interna dos diodos. A desvantagem dele é, naturalmente, a diminuição
da tensão de carga CC.

EXPERIÊNCIA Nº5 – Capacitor com Regime DC

OBJETIVO
Entender e verificar na prática o funcionamento e as características de um capacitor
em Regime DC levantando os tempos de carga e descarga.

Material Experimental
 1 conjunto de resitores
 Multímetro
 Protoboard
 Fonte de alimentação
 Cronômetro
 Capacitor 100µF
 Resistor 27kΩ

Parte prática
1) Monte o circuito a seguir:

Eletrônica Aplicada 38
2) Com o capacitor descarregado, acione a chave S e o cronômetro similtaneamente.
Determine e anote o instante em que cada tensão for atingida, conforme a tabela
abaixo:

3) Com o capacitor carregado, monte o circuito a seguir:

4) Acione a chave S e o cronômetro simultaneamente. Determine e anote o instante


em que cada tensão for atingida, conforme a tabela abaixo:

5) Repita os itens 1 e 2 substituindo o resistor de 27 KΩ por um de 100 KΩ.

Eletrônica Aplicada 39
6) Repita os itens 3 e 4 utilizando o resistor de 100 KΩ.

12. DIODO ZENER

O diodo zener é um diodo construído especialmente para trabalhar na tensão de


ruptura. Na figura 1-34 são mostradas, a curva característica do diodo zener e sua
simbologia.

Figura 1-34

O diodo zener se comporta como um diodo comum quando polarizado diretamente.


Mas ao contrário de um diodo convencional, ele suporta tensões reversas próximas a
tensão de ruptura.
A sua principal aplicação é a de conseguir uma tensão estável (tensão de ruptura).
Normalmente ele está polarizado reversamente e em série com um resistor limitador
de corrente. Graficamente é possível obter a corrente elétrica sob o zener com o uso
de reta de carga.

Eletrônica Aplicada 40
Figura 1-35

12.1 DIODO ZENER IDEAL

O zener ideal é aquele que se comporta como uma chave fechada para tensões
positivas ou tensões negativas menores que VZ. Ele se comportará como uma chave
aberta para tensões negativas entre zero e – VZ. Veja o gráfico a seguir:

Figura 1-36

Eletrônica Aplicada 41
12.2 Segunda Aproximação

Uma segunda aproximação é considerá-lo como ideal mas que a partir da tensão
de ruptura exista uma resistência interna.

Figura 1-37

12.3 Corrente máxima no Zener

Equação 1-20

Exemplo 1-3: Se um diodo zener de 12V tem uma especificação de potência máxima
de 400mW, qual será a corrente máxima permitida?
Solução:

Este zener suporta até 33,3mA

Eletrônica Aplicada 42
13. REGULADOR DE TENSÃO COM ZENER
Objetivo: manter a tensão sobre a carga constante e de valor Vz.

Figura 1-38

Tensão na carga enquanto o diodo cortado

Equação 1-21

Com o diodo conduzindo reversamente

Equação 1-22

Corrente sob Rs

Equação 1-23
sob RL

Equação 1-24

sob o zener

Eletrônica Aplicada 43
Equação 1-25

Tensão de Ripple na carga (ΔL)


Considerando RZ << RL, RS

Equação 1-26

13.1 Cálculo de Resistor de Carga RS.

Equação 1-27

Garante a corrente mínima para a carga

Equação 1-28

Garante que sob o zener não circule uma corrente maior que IZMAX
Exemplo 1-4: Um regulador zener tem uma tensão de entrada de 15V a 20V e a
corrente de carga de 5 a 20mA. Se o zener tem VZ=6,8V e IZMAX = 40mA, qual o valor
de RS?

Solução
RS <(15-66,8) / (20m+4m) = 342 Ω e RS> (20-6,8) / (5m+40m) = 293Ω
293Ω<RS <342Ω

EXPERIÊNCIA Nº6 – Diodo zener como regulador de tensão

OBJETIVO
Entender e verificar na prática o funcionamento do diodo zener como regulador de
tensão

Material Experimental

Eletrônica Aplicada 44
 Componentes
 Diodo
 Resistores 1k Ohm
 Capacitores 1000 µF
 Transformador 110v/12+12 v
 Protoboard

Instrumentos: multímetro digital, osciloscópio pc.


Procedimento: monte o circuito abaixo:

XSC1

Ext Trig
+
_
A B
+ _ + _

V1 1 XMM1
T1 RS
120 Vrms
60 Hz 1kΩ

Rled
1kΩ

RL
1kΩ
1000µF
LED1

Com multímetro digital


Medir secundário do Trafo: VRMS=
Calcular tensão de pico do secundário VP2=
Medir a carga sem capacitor VCC=
Calcular vcc sem capacitor Vcc=
Medir a carga com capacitor VCC=
Medir a corrente na carga IL=
Medir a carga com zener VZ=

Eletrônica Aplicada 45
Medir corrente do zener Ismax =

Com osciloscópio medir forma de onda conforme circuito:

Forma de onda na carga RL: COM ZENER SEM ZENER

EXPERIÊNCIA Nº7 – Polarização do Diodo Zener

OBJETIVO
Entender e verificar na prática o funcionamento e as características de um diodo
zener.

Material Experimental
 Fonte de alimentação
 Resistor de 160 Ohm
 Resistor de 560 Ohm
 Potenciômetro 4.7 k Ohm
 Diodo Zener de 12V
 Protoboard

Parte prática
Monte o circuito proposto abaixo:

Eletrônica Aplicada 46
P1
4.7 k
RS
160

VCC Tensão Tensão


18 V Entrada D1 Saída
V(in) 12V - 1/2 W V(out)

Varie a tensão de entrada (Vin), através do trimpot (P1), de um em um volt,


começando por 1 volt até a tensão máxima (18 V), efetuando para cada nível de
tensão ajustada a medição das grandezas na tabela abaixo.

Monte o circuito proposto abaixo e meça as grandezas indicadas:

EXPERIÊNCIA Nº8 – Retificador de onda completa em ponte com diodo


zener

Eletrônica Aplicada 47
OBJETIVO
Entender e verificar na prática o funcionamento e as características de um
retificador de onda completa em ponte com o regulador de tensão (diodo zener)

Material Experimental
 Transformador 110v/12+12v
 Ponte retificadora
 Capacitor eletrolítico 1000µF
 Resistor Rled 1KΩ
 2 Resistores =1KΩ/2W
 Diodo emissor de luz “led”
 Protoboard

120Vrms
60 Hz

5
1kΩ

1kΩ
1KΩ
1000μF 6

LED1 5V
0
0

Com multímetro digital


Medir secundário do Trafo: VRMS=
Calcular tensão de pico do secundário VP2=
Medir a carga sem capacitor VCC=
Calcular vcc sem capacitor Vcc=
Medir a carga com capacitor VCC=
Medir a corrente na carga IL=
Medir a carga com zener VZ=
Medir corrente do zener Ismax =

Eletrônica Aplicada 48
Com osciloscópio medir forma de onda conforme circuito:

Forma de onda na carga RL:

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Ex. 1-1) Num dado circuito, quando um diodo está polarizado diretamente, sua
corrente é de 50mA. Quando polarizado reversamente, a corrente cai para 20nA. Qual
a razão entre a corrente direta e a reversa?

Ex. 1-2) Qual a potência dissipada num diodo de silício com polarização direta se a
tensão de diodo for de 0,7V e a corrente de 100mA?

Ex. 1-3) Faça o gráfico I V de um resistor de 2KΩ marque o ponto onde a corrente é
de 4mA.

Ex. 1-4) Suponha VS = 5V e que a tensão através do diodo seja 5V. o diodo está
aberto ou em curto?

Eletrônica Aplicada 49
Ex. 1-5) Alguma coisa faz com que R fique em curto no circuito ao lado. Qual será a
tensão do diodo? O que acontecerá ao diodo?

Ex. 1-6) Você mede OV através do diodo do circuito ao lado. A seguir você testa a
tensão da fonte, e ela indica uma leitura de +5V com relação à terra (-). O que há de
errado com o circuito?

Ex. 1-7) Uma fonte de tensão de 2,5V leva o diodo a ter um resistor limitador de
corrente de 25Ω. Se o diodo tiver a característica IxV abaixo, qual a corrente na
extremidade superior da linha de carga: a tensão na extremidade mais baixa da linha
de carga? Quais os valores aproximados da tensão e da corrente no ponto Q?

Ex. 1-8) Repita o exercício anterior para uma resistência de 50. Descreva o que
acontece com a linha de carga.

Ex. 1-9) Repita o Ex. 1-7 para uma fonte de tensão de 1,5V o que acontece com a
linha de carga?

Ex. 1-10) Um diodo de silício tem uma corrente direta de 50mA em 1V. Utilize a
terceira aproximação para calcular sua resistência de corpo.

Eletrônica Aplicada 50
Ex. 1-11) A tensão da fonte é de 9V e da resistência da fonte é de 1K. Calcule a
corrente através do diodo.

Ex. 1-12) No circuito acima, a tensão da fonte é de 100V e a resistência da fonte de


220Ω. Quais os diodos relacionados abaixo podem ser utilizados?

Ex. 1-13) E se eu inverter a polaridade da fonte?

Ex. 1-14) No circuito acima qual deverá ser o valor de R para se obter uma corrente de
diodo de 10mA? (suponha VS = 5V)

Ex. 1-15) Alguns sistemas como alarme contra roubo, computadores, etc. utilizam uma
bateria auxiliar no caso da fonte de alimentação principal falhar. Descreva como
funciona o circuito abaixo

Eletrônica Aplicada 51
Ex. 1-16) Encontre a capacitância de um capacitor de placas paralelas se a dimensão
de cada placa retangular é de 1x0,5 cm, a distância entre as placas é 0,1mm e o
dielétrico é o ar. Depois, encontre a capacitância tendo a mica como dielétrico.

Ex. 1-17) Encontre a distância entre as placas deum capacitor de 0,01 F de placas
paralelas, se a área de cada placa é 0,07 m2 e o dielétrico é o vidro.

Ex. 1-18) Um capacitor possui como dielétrico um disco feito de cerâmica com 0,5 cm
de diâmetro e 0,521 mm de espessura. Esse disco é revestido dos dois lados com
prata, sendo esse revestimento as placas. Encontre a capacitância.

Ex. 1-19) Um capacitor de placas paralelas de 1 F possui um dielétrico de cerâmica de


1mm de espessura. Se as placas são quadradas, encontre o comprimento do lado de
uma placa.

Ex. 1-20) No instante t = 0s, uma fonte de 100V é conectada a um circuito série
formado por um resistor de 1KΩ e um capacitor de 2µF descarregado. Qual é: A
tensão inicial do capacitor? A corrente inicial? O tempo necessário para o capacitor
atingir a tensão de 63% do seu valor máximo?

Ex. 1-21) A ser fechada, uma chave conecta um circuito série formado por uma fonte
de 200V, um resistor de 2M e um capacitor de 0,1F descarregado. Encontre a tensão
no capacitor e a corrente no instante t = 0,1s após o fechamento da chave.

Ex. 1-22) Para o circuito usado no problema 6, encontre o tempo necessário para a
tensão no capacitor atingir 50V. Depois encontre o tempo necessário para a tensão no
capacitor aumentar mais 50V (de 50V para 100V). Compare os resultados.

Ex. 1-23) Um simples temporizador RC possui uma chave que quando fechada
conecta em série uma fonte de 300V, um resistor de 16M e um capacitor
descarregado de 10F. Encontre o tempos entre a abertura e o fechamento.

Eletrônica Aplicada 52
Ex. 1-24) Um retificador em ponte com um filtro com capacitor de entrada, tem uma
tensão de pico na saída de 25V. Se a resistência de carga for de 220 e a capacitância
de 500µF, qual a ondulação de pico a pico (Ripple)?

Ex. 1-25) A figura abaixo mostra uma fonte de alimentação dividida. Devido à
derivação central aterrada, as tensões de saída são iguais e com polaridade oposta.
Quais as tensões de saída para uma tensão do secundário de 17,7Vac e C=500µF?
qual a ondulação pico a pico? Quais as especificações mínimas de ID e VZ? Qual a
polaridade de C1 e C2?

Ex. 1-26) Você mede 24 Vac através dos secundário da figura abaixo. Em seguida
você mede 21,6 Vac através do resistor de carga. Sugira alguns problemas possíveis.

Eletrônica Aplicada 53
Ex. 1-27) Você está construindo um retificador em ponte com um filtro com capacitor
de entrada. As especificações são uma tensão de carga de 15V e uma ondulação de
1V para uma resistência de carga de 68. Qual a tensão em rms no enrolamento do
secundário? Qual deve ser o valor do capacitador de filtro?

Ex. 1-28) A fonte de alimentação dividida do exercício 1-25 tem uma tensão do
secundário de 25Vac. Escolha os capacitores de filtro, utilizando a regra dos 10 por
cento para ondulação.

Ex. 1-29) A tensão do secundário na figura abaixo é de 25Vac. Com a chave na


posição mostrada, qual a tensão de saída ideal? Com a chave na posição mais alta,
qual a tensão de saída ideal?

Ex. 1-30) O amperímetro da figura abaixo tem uma resistência de medidor de 2KΩ e
uma corrente para fundo de escala de 50µA. Qual a tensão através desse
amperímetro quando ele indicar fundo de escala? Os diodos às vezes são ligados em
derivação (Shunted) através do amperímetro, como mostra a figura abaixo Se o
amperímetro estiver ligado em série com um circuito, os diodos podem ser de grande
utilidade. Para que você acha que eles podem servir?

Ex. 1-31) Dois reguladores zener estão ligados em cascata. O primeiro tem um RS =
680Ω. O Segundo tem um RS = 1,2KΩ e RZ = 6. Se o Ripple da fonte for e 9V de pico a
pico, qual Ripple na saída?

Eletrônica Aplicada 54
Ex. 1-32) Na figura abaixo, o 1N1594 tem uma tensão de zener de 12V e uma
resistência zener de 1,4Ω. Se você medir aproximadamente 20V para a tensão de
carga, que componente você sugere que está com defeito? Explique por quê?

Ex. 1-33) Projete um regulador zener que preencha as seguintes especificações:


tensão da carga é de 6,8V, tensão da fonte de 20V → 20%, e corrente de carga é de
30mA → 50%.

Ex. 1-34) Para VRL = 4,7V e IZMAX = 40mA. Quais valores VS podem assumir?

Ex. 1-35) No exercício anterior qual a tensão na carga para cada uma das seguintes
condições: (a) diodo zener em curto; (b) diodo zener aberto; (c) resistor em série
aberto; (d) resistor de carga em curto; O que ocorre com VL e como diodo zener se o
resistor em série estiver em curto?

Ex. 1-36) Qual o sinal de saída?

Eletrônica Aplicada 55
Ex. 1-37) Qual o sinal sob VL?

Ex. 1-38) Um regulador zener tem VZ = 15V e IZMAX = 100Ma. VS pode variar de 22 a
40V. RL pode variar de 1KΩ a 50KΩ. Qual o maior valor que a resistência série pode
assumir?

Ex. 1-39) Um diodo zener tem uma resistência interna de 5Ω. Se a corrente variar de
10 a 20mA, qual a variação de tensão através do zener?

Ex. 1-40) Uma variação de corrente de 2mA através do diodo zener produz uma
variação de tensão de 15mV. Qual o valor da resistência?

Ex. 1-41) Qual o valor mínimo de RS para o diodo não queimar (VZ=15V e
PZMAX=0,5W)?

Ex. 1-42) No exercício anterior, se RS = 2K, qual a corrente sobre o zener, e qual a
potência dissipada no zener?

Ex. 1-43) Qual o valor de IZ para RL = 100kΩ e 1KΩ?

Eletrônica Aplicada 56
Ex. 1-44) No exercício anterior suponha que a fonte tenha um Ripple de 4V. Se a
resistência zener for de 10Ω, qual o Ripple de saída.

Ex. 1-45) Dois reguladores zener estão ligados em cascata. O primeiro tem uma
resistência em série de 680Ω e um RZ = 6Ω. O segundo tem uma resistência série de
1,2KΩ e RZ = 6Ω. Se a ondulação da fonte for 9V de pico a pico, qual a ondulação na
saida?

Eletrônica Aplicada 57
ÍNDICE

1- MULTIPLICAÇÃO(TABUADA)……………………………………………………… 3

2- SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES…………………………………….. 4

3- SISTEMA MÉTRICO DECIMAL……………………………………………………..6

4- MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DAS GRANDEZAS ELÉTRICAS…………….8

5- USO DA CALCULADORA CIENTÍFICA…………………………………………..12

6- POTÊNCIA DE 10…………………………………………………………………...13

7- NOTAÇÃO CIENTÍFICA…………………………………………………………… 21

8- ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS………………………………………………… 22

9- ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS…………………………………………... 24

10- NOÇÕES DE TRIGONOMETRIA………………………………………………….28

11- NÚMEROS COMPLEXOS………………………………………………………….35

12- OPERAÇÕES COM NÚMEROS COMPLEXOS………………………………… 38

Introdução à Matemática
1. TABUADA

Ela é o primeiro passo pra quem quer aprender matemática, assim que entramos na
escola (ensino fundamental), uma das primeiras coisas que aprendemos, é justamente a
tabuada, pois ela não se aplica apenas as contas matemáticas, mas sim ao nosso dia a
dia.
Mas a ideia não é nova, Pitágoras, filósofo e matemático grego, do século IV a.C, criou
uma 'tabuada' bem mais interessante, que dar condições para que o aluno a
compreenda. Nela é possível efetuar todas as operações de multiplicação, tudo num
único lugar.

Observe a composição da tabela, é bem simples: na coluna zero encontram-se “os


resultados da tabuada do 0″, na coluna um encontram-se “os resultados da tabuada do
1″, na dois “os resultados da tabuada do 2″, e assim por diante.
Para se calcular, por meio desta tabela, o produto de dois números, por exemplo, 7 x
6, basta localizar o multiplicando (7) na primeira linha e o multiplicador (6) na primeira
coluna. O resultado do produto (42) está no encontro da linha com a coluna (Observe a
Tabela 2 acima).

Introdução à Matemática 3
2. SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI)

2.1 - INTRODUÇÃO
Qualquer atividade do conhecimento humano para a sua perfeita execução, requer
ferramental específico. A Física não constitui, a exceção. Os fenômenos físicos são
observados através de experiências. Para sua melhor compreensão, é feita através da
análise de dados tabelados, gráficos e respectivas relações matemáticas.
A Matemática, é uma ferramenta necessária ao estudo da Física. Veremos adiante,
que uma fórmula matemática, antes de ser assustadora num fenômeno físico, em
muito ajudará na simplificação e compreensão deste. Evidente, entretanto, que
precisamos dominar com precisão a linguagem na qual vem expresso e fenômeno
físico, isto é, a matemática.
A eletricidade, usa o sistema métrico internacional de unidades, conhecido comumente
por SI. A abreviação SI, assim usada também em inglês, decorre das palavras Système
Internationale.

As sete unidades básicas do SI, são:


a) comprimento - metro (m) massa - quilograma (kg) tempo - segundo (s)
b) corrente elétrica - ampère (A) temperatura termodinâmica - kelvin (K)
c) intensidade luminosa - candela (cd) quantidade de matéria - mol (mol)

Antigamente usava-se o sistema MKS, onde M representava o metro (comprimento), K


o quilograma (massa) e S o segundo (tempo). As duas unidades suplementares do SI
são o ângulo plano e o ângulo sólido.
As tabelas a seguir, mostram as unidades fundamentais do SI, as unidades
suplementares e as unidades derivadas do SI.

Tabela 1 – Unidades funfamentais do SI

Grandeza Unidade Fundamental Símbolo


Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Corrente elétrica ampère A
(1)
Temperatura termodinâmica kelvin K
Intensidade luminosa candela cd
Quantidade de matéria mole mol

Introdução à Matemática 4
Tabela 2 - Unidades Suplementares do SI

Grandeza Unidade Símbolo


Ângulo plano radiano rad
Ângulo sólido esterorradiano sr

Tabela 3 - Unidades derivadas do SI

Grandeza Unidade Símbolo


Energia joule J
Força newton N
Potência watt W
Carga elétrica coulomb C
Potencial elétrico volt V
Resistência elétrica ohm
Condutância elétrica siemens S
Capacitância elétrica farad F
Indutância elétrica henry H
Freqüência hertz Hz
Fluxo magnético weber Wb
Densidade do fluxo magnético tesla T

2.2 REGRAS GERAIS PARA REPRESENTAÇÃO DAS UNIDADES

2.1 Quando as unidades forem escritas por extenso devem ter a letra inicial escrita em
minúscula mesmo que sejam nomes de pessoas.
Exemplos: segundo, metro, joule, newton, etc.

2.2 Os símbolos das unidades de nomes de pessoas deverão ser escritos em


maiúscula e os demais em minúscula:
Exemplos: s (segundo), m (metro), J (joule), N (newton), etc.
Também definida no SI como temperatura absoluta

2.3 Os plurais das unidades são dados com o créscimo de s, embora algumas vezes
contrariem as regras gramaticais. Os símbolos não se flexionam, no plural.
Exemplos: pascal = pascals mol = mols
OBS: as unidades terminadas em s, x e z não flexionam no plural siemens, luz, hertz
Exemplos: 1 siemens, 2 siemens, etc.

Introdução à Matemática 5
Não se deve grafar as unidades, misturando-se as notações por extenso com
símbolos ou abreviações.
Exemplos: metro por segundo deve ser escrito m/s, portanto, é errado escrever
m/segundo, m/seg ou metro/s.

3. SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Até meados do século XVIII, as unidades de medida eram definidas de maneira


arbitrária, variando de um país para outro, o que trazia enormes transtornos nas
conversões.
Por causa disso, os cientistas propuseram unidades de medida definidas com maior
rigor e adotadas universalmente.
Em 1.795, introduziu-se na França o Sistema Métrico Decimal, que pela sua
racionalidade, logo se espalhou por todo o mundo. Vários sistemas foram utilizados
desde então (MKS, CGS, MTS, etc.) que usavam as bases do sistema métrico
decimal, até que em 1.960, durante a 11ª CONFERÊNCIA DE PESOS E MEDIDAS
realizadas em Paris, formulou-se um novo sistema, baseado também do Sistema
Métrico Decimal, ao qual se denominou SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES
(SI).

3.1 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA MÉTRICO DECIMAL


a) Seu sistema tem base decimal;
b) Apresenta múltiplos e submúltiplos, racionalmente escolhidos, utilizando
prefixos gregos e latinos, segundo potências de dez, a saber:

Tabela 4 - Prefixos Métricos

VALOR PREFIXO SÍMBOLO


18
10 exa E
1015 peta P
1012 tera T
109 giga G
6
10 mega M
103 quilo k
102 hecto h
101 deca d
100 1 (U.F) (2)

Introdução à Matemática 6
10-1 deci d
10-2 centi c
10-3 mili m
10-6 micro
10-9 nano n
10-12 pico p
10-15 femto f
10-18 atto a

2
U.F. - Unidade Fundamental
3
Multiplica-se por 3,6 para transformar m/s para km/h

NOTA: Å (angstron) equivale a 10-10 m 1 ano-luz equivale


a distância percorrida pela luz em um ano:= 365 dias x 24h x 3.108 m/s x 3,6 (3)
= 9,46.1012
km. Como base de medida de comprimento tomou-se a Terra. O metro foi definido
inicialmente como sendo 10-7 da distância do equador ao polo.
Posteriormente, em 1.889, adotou-se como 1m a distância entre duas marcas
sucessivas, constantes numa barra de platina iridiada - o metro padrão - guardada na
Repartição Internacional de Pesos e Medidas, em Sèvres, na França.
Atualmente o metro padrão, define-se no SI, como sendo 1.650.763,73 comprimentos
de onda da radiação eletromagnética emitida pelo isótopo de criptônio (Kr- 86), em sua
transição entre os estados 2 p10 e 5 d5.
Para massa, inicialmente o governo francês adotou o grama (g), como sendo a massa
de 1 centímetro cúbico (1 cm3) de água destilada a 4ºC (nessa temperatura, a água
apresenta a máxima densidade). A partir daí, construiu-se em bloco de platina com
massa de 1.000g, que passa a ser o quilograma padrão, agora sem qualquer referência a
água. Lembrar que 1.000g equivalem a 1 kg.
Para unidades de área e volume, foram definidas, a partir do metro, o metro quadrado
(m ) e o metro cúbico (m3) respectivamente. Ainda de acordo com o C.I.P.M.
2 (4)
, tem-se
como unidade de capacidade de volume o litro ( l ), que vale aproximadamente 1
decímetro cúbico (1 dm3) 1 l (litro) = 1,000027 dm3
Dessas definições decorre que, para a água pura a 4ºC, vale: 10-3 m3 = 1dm3 = 10cm3
= 1 l = 1kg.
A unidade de tempo, de acordo com a União Internacional Astronômica é o segundo
(s), igual a 1/31.556.925,975 da duração do ano do trópico de 1.900. O ano trópico é o
tempo decorrido entre duas passagens sucessivas da Terra pelo equinócio vernal
(ocorre por volta do dia 21 de março de cada ano). Era ainda definido como 1/86.400 do

Introdução à Matemática 7
dia solar médio e que corresponde ao intervalo de tempo entre duas passagens
sucessivas de um ponto da Terra em frente ao Sol. Entretanto, face as ações das marés
que aumentam o período de rotação da Terra, alterando assim o valor definido para o
segundo, arbitrariamente adotou-se o ano de 1.900 como referência.
4
C.I.P.M. - Conferência Internacional de Pesos e Medidas

Atualmente, vale a definição dada pelo SI, que foi adotada a partir de 1.964, pelo
Comitê Internacional de Pesos e Medidas, como sendo a duração de 9.192.631.770
períodos da radiação correspondente a transição entre os dois níveis hiperfinos do
estado fundamental do átomo de Cs-133 (esta adoção se deu definitivamente em
13/10/67, pela 13ª Conferência Geral de Pesos e Medidas).
1 hora (h) = 60 minutos (min) = 3.600 segundos (s)
As recomendações quanto a grafia dos nomes são dadas pela resolução 7 da 9ª
C.G.P.M. de 1.948, a saber:
a) os símbolos das unidades serão escritos em caracteres minúsculos do alfabeto
latino;
b) os símbolos das unidades derivadas de nomes próprios serão grafados com a
primeira letra em maiúsculo do mesmo alfabeto;
c) os símbolos não são seguidos de ponto e nem flexionam no plural.
Veja abaixo algumas unidades do sistema inglês e sua correspondência com
valores mais comuns:
1 pol (polegada) = 2,54cm 1 jarda = 0,914m
1 pé = 30,48cm
1 milha marítima = 1.852m 1 milha terrestre 1.609m

4. Múltiplos e submúltiplos das grandezas elétricas

Em eletricidade básica algumas, algumas unidades elétricas são pequenas demais ou


grande demais para serem expressas convenientemente. Por exemplo, no caso de
resistência freqüentemente são utilizados valores de resistência da ordem de milhares de
ohms. O prefixo “k” (kilo) mostrou-se uma forma conveniente de se representar mil,
enquanto que, o prefixo “M” (mega) é uma forma conveniente de representar milhão.
Dessa forma, um resistor de 12.000Ω pode ser representado convenientemente por
12kΩ, e um resistor de 1.000.000 de ohms pode ser representado por 1M. Os prefixos
kilo e mega, referem-se aos múltiplos da unidade fundamental.
No caso da corrente elétrica, por exemplo, é muito freqüente a utilização de milésimos
ou milionésimos de ampères. Assim, uma corrente de 0,001A pode ser representada por

Introdução à Matemática 8
1mA (miliampère), que é um submúltiplo da unidade fundamental, enquanto que uma
corrente de 0,000002A pode ser representada por 2 µA (microampère). µ

Vejamos alguns exemplos:

Frequentemente torna-se necessário converter uma unidade de medida maior em


outra menor ou uma unidade de medida menor em outra maior, principalmente quando se
deseja efetuar operações como soma e subtração.
Assim, para se somar 0,23V com 2mV é necessário que as unidades de medidas
sejam iguais, ou V (volt) ou mV (milivolt).
Assim:
0,23V = 230mV
Logo:
230mV + 2mV = 232mV,
ou ainda: 2mV = 0,002V
0,23V + 0,002V = 0,232V.

Para a conversão de uma unidade de medida maior para uma menor e vice-versa, o
processo é bem simples.
Tome como referência a tabela 4. Adote como procedimento o deslocamento no
sentido vertical, ou para cima ou para baixo e tenha sempre em mente:
I) Quando o deslocamento no sentido vertical for para cima, desloque a vírgula para a
esquerda;
II) Quando o deslocamento no sentido vertical for para baixo, desloque a vírgula para a
direita;
III) Considere sempre a unidade fundamental (UF) = 100
IV) Lembre-se de que qualquer número inteiro, pode ser mentalizado como um número
precedido de uma vírgula e zeros, de conformidade com a aproximação desejada.

Introdução à Matemática 9
5
No caso, a representação 3,8nA é mais conveniente
6
No caso, a representação 14mA é mais conveniente

Por exemplo: 120 = 120,0 ou 120,000 e assim por diante.


V) Lembre-se de que qualquer número inteiro, pode ser mentalizado como um número
precedido de uma vírgula e zeros, de conformidade com a aproximação desejada.
Por exemplo: 120 = 120,0 ou 120,000 e assim por diante.

Exemplos:
a) converter 12.000mV em V (volt):
Solução: analisando a tabela 4, verifica-se que para converter 12.000mV para V (volt), o
deslocamento no sentido vertical ocorre para cima. Isto significa que devemos deslocar a
vírgula para esquerda.
Mas, quantas casas devemos deslocar à esquerda?
-3 0
A diferença entre os expoentes do mV (10 ) para a unidade fundamental (10 ) é 3. Logo,
deverão ser deslocadas 3 casas à esquerda.
Assim: 12.000mV = 12V
Veja como foi o procedimento para se chegar a esse resultado:
Levando-se em conta que 12.000 pode ser escrito como 12.000,00... E deslocando-se a
vírgula 3 casas à esquerda, teremos então 12,000 que é representado por 12.

b) converter 4.500V em kV (kilovolt):


Solução: neste caso o deslocamento vertical também é para cima e por isso a vírgula
deve ser deslocada a esquerda.A diferença entre os expoentes também é 3, logo:4.500V
= 4,5kV

c) converter 0,005kV em V (volt):


Solução: agora, o deslocamento no sentido vertical é para baixo; a diferença entre os
expoentes é 3, devendo portanto, a virgula ser deslocada à direita.
Logo:0,005kV = 5V

d) converter 0,0025kV em mV (milivolt):


Solução: verifica-se que para converter kV em mV, o sentido de deslocamento vertical é
para baixo e, portanto, casas devem ser deslocadas à direita.
Mas, quantas casas?
Basta calcular a diferença entre os expoentes. Veja como é simples:
kV = 103 mV = 10-3

Introdução à Matemática 10
3 - (-3) 3+3
10 = 10 , portanto a diferença entre os expoentes é 6.
Assim, deslocando 6 casas à direita termos: 0,0025kV = 2.500mV

e) converter 165.000.000 µV em kV (kilovolt):


Solução: o deslocamento no sentido vertical é para cima.Para saber quantas casas
deverão ser deslocadas à esquerda, devemos calcular a diferença entre os expoentes:
µV = 10-6 kV = 103
-6 – 3 -9
10 = 10 , a diferença é -9.
Assim, deslocando 9 casas à esquerda teremos:
165.000.000µV = 0,165kV.

NOTA: Uma outra forma para se determinar se o deslocamento de casas de deve ser à
esquerda ou à direita, é observar atentamente o sinal resultante da operação com os
expoentes. Se o resultado da diferença entre os expoentes for positivo, o deslocamento
da virgula será à direita; se for negativo, o deslocamento será à esquerda.

Lista 1 de exercícios

Efetue as seguintes conversões na Tabela 6:

25,575V para MV
6.000V para mV
12.500.000 para M
1.200k para M
900nA para mA
65.600nA para A
600mV para V
0,000048MV para mV
78.000kV para GV
12.560.000pV para nV
0,0065V para mV
7ª para mA
0,08A para mA
4.750? para k?
0,0095m? para?

Tabela 6 - Exercícios de conversão de unidades

Introdução à Matemática 11
Lista 2 de exercícios

Efetue as operações:

1) 23mV + 0,004V + 0,00007kV =

2) 235uA + 0,045mA =

3) 1,35kΩ + 560 + 0,0005MΩ =

4) 5600Ω + 47kΩ =

5) 0,0068V + 45.500pV + 5600nV =

6) 600V + 0,006MV + 3,55k

5. USO DA CALCULADORA CIENTÍFICA

Tecla C  Clear  Limpa um número;


Tecla AC  Limpa todos os processos em execução.

5.1 Potência com expoentes positivos


AO QUADRADO - Exemplo
DIGITE: 9 X2 = DISPLAY  81;

AO CUBO - Exemplo
DIGITE: 7 X3 = DISPLAY  343;

5.2 Potências com expoentes negativos


Elevando numerous a -1 – Exemplo
DIGITE: 6 X-1 = DISPLAY  0,166…

5.3 Seno, Cosseno e Tangente


Seno – DIGITE: sin 45 = DISPLAY  0,707…

Introdução à Matemática 12
Cosseno – DIGITE: cos 60 = DISPLAY  0,5
Tangente – DIGITE: tan 30 = DISPLAY  0,577…

5.4 Raizes
Quadrada
DIGITE: Ѵ64 = DISPLAY  8

Cúbica
DIGITE: SHIFT X3 125 = DISPLAY  5

5.5 Pi
DIGITE: SHIFT EXP = DISPLAY  3,141

5.6 Frações
Exemplo: 1/5 + 1/2 = DIGITE: 1 ab/c 5 + 1 ab/c 2 = DISPLAY  7/10

5.7 Parenteses( )
DIGITE: 4 – (7) = DISPLAY  11

5.8 Notação científica


Exemplo: 6 x 10-6 x 2-9 DIGITE: 6 EXP – 6 X 2 EXP – 9 = DISPLAY  1,2-14

5.9 Porcentagem
Exemplo: 15% de 500 DIGITE: 500 X 15 SHIFT = = DISPLAY  75

6. POTÊNCIAS DE 10

Uma das formas também utilizada para a conversão de uma unidade de medida maior
para outra menor e vice-versa, é a utilização da potência de 10, muitas vezes referida
como “notação de engenheiro”.
A potência de 10 é de grande utilidade quando se deseja expressar números muito
grandes ou extremamente pequenos, como por exemplo:
(7)
● velocidade da luz no vácuo = 300.000.000m/s
(8)
● carga elétrica elementar = 0,00000000000000000016C
Não bastasse o inconveniente apresentado pela quantidade de algarismos a escrever,
devemos efetuar ainda, cálculos com esses números, o que nos traz números com mais
algarismos ainda e via de regra, desprovidos de precisão.

Introdução à Matemática 13
6.1 PROPRIEDADES:
m n (m+n)
P.1) a xa =a
m n m n (m-n)
P.2) a :a =a /a =a (a ≠ 0)

P.3) (am)n = a(m.n)


m m m
P.4) (a x b) = a x b
m m m m m m
P.5) (a:b) = (a / b) = a / b = a : b (b 0)

Decorrem ainda as seguintes propriedades:

-1
D.2) =1/a (a ≠ 0)
-n -1 n n
D.3) a = (a ) = 1 / a (a ≠ 0)
7
velocidade da luz no vácuo é representada pela letra minúscula
“c”
8
A carga elementar é representada pela letra minúscula “e”

Particularmente, quando a base é 10, podemos escrever:

a) 10n = 10 x 10 x 10 x 10....... x 10
nº de fatores
-n -1 n n
b) 10 = (10 ) = 1 / 10

Desta forma, seja 10n a potência n-ésima de dez:

I. - Quando n ≥ 0

100 = 1

101 = 10

102 = 10 x 10 = 100
3
10 = 10 x 10 x 10 = 1.000

“n” indica o número de zeros, ou melhor, quantas vezes multiplicamos um


número pela base dez.

I. - Quando n < 0

10-1 = 1 / 101 = 1 / 10 = 0,1

Introdução à Matemática 14
-2 2
10 = 1 / 10 = 1 / 100 = 0,01
-3 3
10 = 1 / 10 = 1 / 1.000 = 0,001

“n” indica o número de casas decimais, ou melhor, quantas vezes dividimos um


número pela base dez.

REGRA 1:
Para se escrever números maiores do que 1 na forma de um número pequeno vezes
uma potência de 10, desloca-se a casa decimal para a esquerda, tantos algarismos
quanto desejados. A seguir, multiplica-se o número obtido por 10 elevado a uma potência
igual ao número de casas deslocadas.

Exemplo:
Escrever o número 3.000 em potência de 10.

1ª opção: 3.000 = 3 x 103


2
2ª opção: 3.000 = 30 x 10

Na primeira opção, o número 10 foi elevado a um expoente 3, pois a vírgula foi


deslocada 3 casas para a esquerda.
Na segunda opção no entanto, em virtude da vírgula ter sido deslocada apenas 2
casas para a esquerda, a número 10 foi elevado a um expoente 2. Isto significa que,
na 1ª opção o número 3 é multiplicado por 1.000, enquanto que, na 2ª opção o número
30 é multiplicado por 100.

Assim: 3 x 1.000 = 3.000 e 30 x 100 = 3.000


Vejamos outros exemplos:

a) escrever o número 9.600 em potência de 10.

9.600 = 96 x 102

b) escrever o número 660.000 em potência de 10.

660.000 = 66 x 104

c) escrever o número 678,56 em potência de 10.

Introdução à Matemática 15
2
678,56 = 6,7856 x 10 ou

678,56 = 67,856 x 10 e assim por diante NOTA:

O expoente 101 é expresso simplesmente por 10, pois 101 = 10.

d) escrever a velocidade da luz em potência de 10.

8 7 6
c = 300.000.000m/s; portanto c = 3 x 10 m/s ou 30 x 10 m/s ou ainda 300 x 10 m/s

REGRA 2:
Para se escrever números menores do que 1 como um número inteiro vezes uma
potência de 10, desloca-se a casa decimal para a direita, tantos algarismos quantos
forem necessários. A seguir, multiplica-se o número obtido por 10 elevado a uma
potência negativa igual ao número de casas decimais deslocadas. Vejamos um
exemplo:
Escrever 0,008 em potência de 10.

-3
1ª opção: 0,008 = 8 X 10

2ª opção: 0,008 = 0,8 x 10-2

Na primeira opção o número 10 foi elevado ao expoente -3, pois a vírgula foi
deslocada 3 casas para a direita, enquanto que, na segunda opção o número 10 foi
elevado ao expoente -2 uma vez que, a vírgula foi deslocada para a direita apenas 2
casas. Isto significa que, na 1ª opção o número 8 foi dividido por 1.000 enquanto que, na
2ª opção o número 0,8 foi dividido por 100.

Assim: 8 / 1.000 = 0,008 e 0,8 / 100 = 0,008

Vejamos outros exemplos:

a) escrever o número 0,00098 em potência de 10.

0,00098 = 98 x 10-5

Introdução à Matemática 16
b) escrever o número 0,668 em potência de 10.

-2
0,668 = 66,8 x 10

c) escrever a carga elementar em potência de 10.

-18
d) 0,00000000000000000016C; portanto, e = 0,16 x 10 C

-19 -20
ou 1,6 x 10 C ou ainda 16 x 10 C

REGRA 3:
Para converter um número expresso como uma potência positiva de 10 num número
decimal, desloca-se a casa decimal para a direita tantas casas ou posições quanto o
valor do expoente.

Exemplos:

3
a) 0,565 x 10 = 565
(como o expoente é 3, desloca-se a vírgula 3 casas para a direita)
6
b) 0,565 x 10 = 565.000 ( neste caso, como o expoente é 6, a vírgula é deslocada 6
casas para a direita)
c) 0,00067 x 103 = 0,67
3
d) 0,0088 x 10 = 8,8

REGRA 4:
Para converter um número expresso como uma potência negativa de 10 num número
decimal desloca-se a vírgula para a esquerda tantas casas quanto o valor do expoente.

Exemplos:

a) 50 x 10-3 = 0,05
(como o expoente é -3, desloca-se a vírgula 3 casas à esquerda)

b) 45.000 x 10-5 = 4,5 ( neste caso, como o expoente é -5, a vírgula é deslocada 5 casas
para a esquerda).

d) 0,008 x 10-4 = 0,0000008

Introdução à Matemática 17
-2
e) 76,3 x 10 = 0,763

6.2 OPERAÇÕES ARITMÉTICAS COM POTÊNCIAS DE 10:

6.2.01 MULTIPLICAÇÃO

Para se multiplicar dois ou mais números expressos em potência de 10, multiplica- se


os coeficientes para se obter o novo coeficiente e soma-se os expoentes para obter o
novo expoente de 10.

Exemplos:

6 3
a) multiplicar: 2 . 10 x 4 . 10
6+3 9
(2 x 4). 10 = 8 . 10
-3 2 4
b) multiplicar: 2 . 10 x 3 . 10 x 1,2 . 10
-3 + 2 + 4 3
(2 x 3 x 1,2). 10 = 7,2 . 10
-4 -2 -3
c) multiplicar: 2,2 . 10 x 3 . 10 x 0,2 . 10
-4 + (-2) + (-3) -9
(2,2 x 3 x 0,2). 10 = 1,32 . 10

6.2.02 DIVISÃO

Para se dividir dois números expressos como potência de 10, divide-se os coeficientes
para se obter o novo coeficiente e subtrai-se os expoentes para se obter o novo expoente
de 10. Exemplos:

a) dividir: 45 . 10-6 : 3 . 10-3


(45 : 3). 10-6 - (-3) = 15 . 10-6 + 3 = 15 . 10-3

b) dividir: 60 . 10-4 : 12 . 10-6


(60 : 12). 10-4 - (-6) = 5 . 10-4 + 6 = 5 . 102

c) dividir: 72 . 108 : 12 . 1012 12). 108 - 12 = 6 . 10-4

6.2.03 SOMA E SUBTRAÇÃO

Para somar ou subtrair números expressos em potência de 10, opera-se normalmente


os coeficientes, desde que os expoentes sejam iguais. Exemplos:

a) somar: 12 . 10-6 + 4 . 10-5

I - optando por igualar ao expoente -6, teremos: 4 . 10-5 = 40 . 10-6

Introdução à Matemática 18
-6 -5
II - optando por igualar ao expoente -5, teremos: 12 . 10 = 1,2 .10

Logo:
-6 -6
(12 + 40). 10 = 52 . 10 ou (1,2 + 4).

10-5 = 5,2 . 10-5

2 -2
b) subtrair: 25,6 . 10 - 12 . 10

igualando ao expoente 2, teremos: 12 . 10-2 = 0,0012 . 102, logo

(25,6 - 0,0012). 102 = 25,5988 . 102

Lista 3 de Exercícios

1. - Representar em potências de 10
a) 35.535

b) 66.666

c) 45.000.000

d) 567,9

e) 1.500.000.000.000

f) 680

g) 0,0087

h) 0,489

i) 0,000000987

Introdução à Matemática 19
j) 0,0606

k) 0,00000000000000088765

l) 0,098

m) 0,997

2. - Converter para número decimal


a) 3,45 x 106

b) 0,00098 x 108

c) 0,008 x 104

d) 824 x 10-2

e) 0,07 x 10-2

f) 0,415 x 10-1

g) 0,5678 x 10-2

h) 1.600.000 x 10-7

i) 0,000678876789 x 109

j) 0,876 x 103

k) 1,234 x 10-1

l) 2345,6789 x 102

m) 4558976,5674 x 10-6

3. - Efetuar as operações:

Introdução à Matemática 20
a) 0,007 + 0,98 + 1,34

-6 5
b) 23 . 10 x 2,34 . 10

c) 23 . 102 + 2,34 . 103 + 125456 . 10-5

d) 0,00897 + 23 . 10-2 + 1230.10-4

e) 0,0009 : 0,000000003

8 6
f) 23 . 10 : 2,5 . 10

-2
g) (0,005 + 0,025 + 0,001) : 1,23 x 10

-4 -3 -1 2 3
h) {[(1,2 . 10 + 23 . 10 - 20 . 10 )] x 12 . 10 } : 2 . 10

i) 0,08 + 0,008 + 0,0008 + 0,00008

j) 0,000000085 : 500

k) 55 : 55 . 10-4

l) 155,555 x 2,5 . 10-5

m) (25 . 10-6 x 2 . 106) + 25 . 102

7. NOTAÇÃO CIENTÍFICA

Em notação científica, o coeficiente da potência de 10 é sempre expresso com uma


casa decimal seguido da potência de 10 adequada. Abaixo, alguns exemplos:

a) escrever em notação científica o número 224.400

224.400 = 2,244 x 105

Introdução à Matemática 21
b) escrever em notação científica o número 0,000345

-4
0,000345 = 3,45 x 10

6
c) escrever em notação científica o número 26 x 10

6 7
26 x 10 = 2,6 x 10

d) escrever em notação científica o número 0,001 x 10-3

0,001 x 10-3 = 1 x 10-6

e) escrever em notação científica o número 0,0015685

-3
0,0015685 = 1,5685 x 10

f) escrever em notação científica o número 12.500.000.000

12.500.000.000 = 1,25 x 1010

As regras para operações aritméticas com números expressos em notação científica


são as mesmas adotadas com relação à potência de 10.
Na verdade, a única diferença que existe entre a forma de se representar um número
em potência de 10 e notação científica é que, em notação científica o coeficiente a ser
precedido da potência de 10 é expresso apenas com uma casa decimal, conforme já dito
anteriormente.

8. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

8.1 NOÇÕES SOBRE ERROS

Medir, entre outras definições prováveis, é comparar quantidades semelhantes.


Assim, devemos ter em mente que toda medida vem afetada de erro; o verdadeiro
valor da grandeza a medir, em princípio indeterminável, cai dentro de um intervalo
centrado no valor numérico da medida.
A preocupação de quem mede é então, tornar esse intervalo o menor possível. Isto
depende de alguns tipos de erros costumeiros.

Introdução à Matemática 22
Chamamos de ERRO de uma medida a diferença entre o valor real (ou suposto
verdadeiro) e o efetivamente obtido.

8.2 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS


Os erros que podem ocorrer numa dada medição podem ser:
a) GROSSEIROS (enganos): Decorrem da falta de cuidado do observador ao realizar
a medida;
b) SISTEMÁTICOS (constantes): Decorrem da falta de precisão ou sensibilidade do
instrumento, do método empregado na experiência, bem como, do próprio observador;
c) ACIDENTAIS (fortuitos): Esses decorrem de várias causas, conhecidas ou não, que
se acumulam de maneira imperceptível; são em geral aleatórios, não podendo
portanto ser evitados.

8.3 VALOR MAIS PROVÁVEL DE UMA GRANDEZA


O valor mais provável de uma grandeza, medida diversas vezes, é obtido pela média
das medidas encontradas, feitas todas com a mesma precisão (mesmo observador
mesmo instrumento e mesmo método de obtenção).

8.4 ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS


Na medida de uma grandeza, chamamos ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS aos
algarismos corretos, mais o primeiro duvidoso.
Assim por exemplo, seja a medida feita com uma régua, que tem como menor
divisão o décimo de centímetro. Serão confiáveis os algarismos até a ordem do
décimo de centímetro; a partir daí serão avaliados e portanto, destituídos de precisão.

Se adotarmos L (comprimento) = 19,8cm ou L = 19,9cm estaremos alterando o valor


real, por falta ou excesso, respectivamente. Aproxima-se então, avaliando a segunda
casa decimal:

Introdução à Matemática 23
De uma maneira geral, qualquer algarismo necessário para definir um determinado
valor, é chamado de significativo. Por exemplo, uma tensão de 115V tem três algarismos
significativos: 1, 1 e 5.
Uma tensão de 115,8 por exemplo, possui 4 algarismos significativos, onde o número
8 pode ser considerado duvidoso ou não, dependendo da precisão do aparelho que foi
usado para obter essa medição.

9. ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS

Um número é arredondado suprimindo-se um ou mais algarismos da sua direita.

REGRA 1:
Se o algarismo a ser suprimido for menor do que 5, deixamos o algarismo como está.
Exemplo:
Arredondar o número 4,2634 para quatro e três algarismos respectivamente: 4,2634 =
4,263 ( arredondamento para 4 algarismos)
4,2634 = 4,26 ( arredondamento para 3 algarismos )

REGRA 2:

Se o algarismo a ser suprimido for maior do que 5, aumentamos o algarismo da sua


esquerda de uma unidade. Exemplo:
Arredondar o número 9,1478 para quatro e três algarismos respectivamente 9,1478 =
9,148 ( arredondamento para 4 algarismos) 9,1478 = 9,15 ( arredondamento para 3
algarismos)

REGRA 3:
Se o algarismo a ser suprimido for exatamente 5, procedemos da seguinte forma:
a) aumentamos o algarismo da sua esquerda de uma unidade, se este for um número
ímpar:

Introdução à Matemática 24
Exemplo: arredondar para 3 algarismos os números: 1,875 e 2,655
1,875 = 1,88
2,655 = 2,66
a) se o algarismo da sua esquerda for um número par, deixamos como está.
Exemplo: arredondar para 3 algarismos os números: 1,885 e 2,665
1,885 = 1,88
2,665 = 2,66

NOTA: A maioria das calculadoras científicas aumenta de uma unidade o algarismo


da esquerda, seja este ímpar ou par.

REGRA 4:
No arredondamento de números, o zero não é contado se ele aparecer imediatamente
após a casa decimal e se for seguido por outros algarismos significativos. Esses zeros
devem ser mantidos e a contagem dos algarismos significativos deve começar pelo
primeiro algarismo significativo além deles.
O número 0,0000012, por exemplo, tem dois algarismos significativos, que são 1 e 2,
e os zeros precedentes não são contados.

Exemplos:
9.1 arredondar o número 0,003844 para 3 algarismos significativos
0,003844 = 0,00384
9.2 arredondar o número 0,000000129 para 2 algarismos significativos
0,000000129 = 0,00000013

No entanto, o número 22,0 por exemplo, tem três algarismos significativos; neste caso,
o zero é significativo porque ele não é seguido por outros algarismos significativos.

Lista 4 de Exercícios

Arredonde para 4 algarismos significativos os números abaixo:


a) 2345,634

b) 0,02345

c) 234,577

Introdução à Matemática 25
d) 0,003567

e) 1,8665

f) 2,8875

g) 234,667

h) 305,4222

i) 496,705

j) 5,6428855

k) 0,004476565

l) 45,6222

m) 124,665 x 10-5

n) 1,0003 x 105

o) 3,86544 x 102

p) 5678,377 x 10-3

q) 0,01645 x 10-6

r) 0,000045768

s) 0,00083234

t) 0,00034459 x 10-5

u) 23,0000564

Introdução à Matemática 26
v) 2.340,9875

x) 367,00076

Introdução à Matemática 27
10. NOÇÕES DE TRIGONOMETRIA

A trigonometria é a parte da matemática cujo objetivo é a resolução dos triângulos por


meio do cálculo.
TRIÂNGULO é um polígono de três ângulos e três lados, que podem ser assim
classificados:

a) EQÜILÁTERO: três lados iguais

b) ISÓSCELES: dois lados iguais

c) ESCALENO: três lados diferentes

d) RETÂNGULO: dois lados iguais ou três lados diferentes e que tenha um dos ângulos
internos 90 ( lê-se noventa graus).

A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é igual a 180º. No caso do


triângulo retângulo, como um ângulo é reto (90º ), os outros dois juntos valem 90º ; um é
complemento do outro.

Introdução à Matemática 28
10.1 DETERMINAÇÃO DOS LADOS DE UM TRIÂNGULO RETÂNGULO:

Conhecendo-se dois lados de um triângulo retângulo, pode-se determinar a outro com


o auxílio do Teorema de Pitágoras.
ENUNCIADO: “O quadrado da hipotenusa é igual a soma do quadrado dos catetos”

Em relação ao ângulo α, temos:

a = cateto oposto(α)

b = cateto adjacente

c = hipotenusa

Em relação ao ângulo, temos:

a = cateto adjacente

b = cateto oposto

c = hipotenusa

Introdução à Matemática 29
Conclui-se que:

HIPOTENUSA: é sempre o lado maior e oposto ao ângulo reto.

CATETO OPOSTO: é o lado que se opõe ao ângulo que foi considerado.

CATETO ADJACENTE: é o lado que se une com a hipotenusa para formar o ângulo
considerado.

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS BÁSICAS:

As quatro primeiras funções trigonométricas são:

seno = cateto oposto / hipotenusa

co-seno = cateto adjacente / hipotenusa tangente = cateto oposto / cateto adjacente

co-tangente = cateto adjacente / cateto oposto

Através do triângulo retângulo abaixo, passaremos a estudar as quatro primeiras


funções:

Com relação ao α ângulo, temos:


Sen α = cateto oposto / hipotenusa = a / c
Cos α = cateto adjacente / hipotenusa = b / c
Tg α = cateto oposto / cateto adjacente = a / b
Cotg α = cateto adjacente / cateto oposto = b / a

Com relação ao β ângulo, temos:


Sen β = cateto oposto / hipotenusa = b / c
Cos β = cateto adjacente / hipotenusa = a / c
tg β = cateto oposto / cateto adjacente = b / a
cotg β = cateto adjacente / cateto oposto = a / b

Conhecendo-se dois valores em um triângulo retângulo, aplicando-se o Teorema de

Introdução à Matemática 30
Pitágoras, pode-se determinar outros valores faltantes, como lados e ângulos. Vejamos
alguns exemplos, considerando o triângulo retângulo abaixo:

a) Supondo: a = 3 e b = 5

Calcule α e β

Solução:

Como dispomos apenas dos valores dos catetos oposto e adjacente, usaremos a
fórmula: tgα = tgβ = cateto oposto / cateto adjacente

Logo:

= a / b = α 3 / 5 = 0,6 ; portanto: α = 30,964º

= b / a = β 5 / 3 = 1,66667; portanto: = 59,036º

onde: α + β = 90º.

OBS: Para se obter o valor do ângulo em graus, utiliza-se nas calculadoras científicas
as funções: sen-1, cos-1 e tg-1 (sin-1, cos-1 e tan-1).
O valor do ângulo α foi calculado introduzindo-se 0,6 na calculadora, pressionando-se
logo a seguir a tecla tan-1. β Idêntico procedimento foi adotado para calcular o valor do
ângulo, ou seja, foi introduzido na calculadora 1,66667, pressionando-se logo após a
tecla tan-1.
Na impossibilidade da utilização de uma calculadora para tal fim, os ângulos podem
ser determinados com o auxílio de tabelas trigonométricas disponíveis na maioria dos
livros didáticos destinados ao ensino de matemática. No entanto, precisão melhor se
obtém quando da utilização de calculadoras, uma vez que, as tabelas fornecidas
incrementam os ângulos a cada 1 , o que impossibilita precisão na determinação de
ângulos fracionários.

Introdução à Matemática 31
b) Considerando o mesmo triângulo retângulo, calcular o valor de “c”.

Solução: “c” é a hipotenusa e como já temos o valor do senα, então:


sen = a / c ===> 0,5145 = 3 / c ===> c = 3 / 0,5145
portanto: c = 5,83

Partindo do valor do senβ , teremos:


sem β = b / c ===> 0,8575 = 5 / c ===> c = 5 / 0,8575
portanto: c = 5,83

O valor de “c” pode ainda ser determinado através do Teorema de Pitágoras:

c) Dado um triângulo retângulo, onde: α = 55 e hipotenusa = 3,5.

Calcule o cateto adjacente e cateto oposto

Solução:
Para calcular o cateto adjacente, a fórmula adequada a ser utilizada é:

cos α = cateto adjacente / hipotenusa

cos α = 0,5736 logo:

0,5736 = cateto adjacente / 3,5 ==> cateto adjacente = 0,5736 x 3,5

cateto adjacente = 2,008

Para calcular o cateto oposto, a fórmula adequada a ser utilizada é:

senα = cateto oposto / hipotenusa

Introdução à Matemática 32
senα = 0,8192 logo:

0,8192 = cateto oposto / 3,5 ==> cateto oposto = 0,8192 x 3,5

cateto oposto = 2,867

10.2 RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS BÁSICAS

Dado o triângulo retângulo abaixo, podemos estabelecer as relações trigonométricas


básicas:

tg = sen / cos
2 2
sen + cos =1

10.2 LEI DOS SENOS

Exemplo de aplicação da lei dos senos:

Seja:

Β = 30

b = 15

a = 10

Introdução à Matemática 33
Calcule:

I) o α seno de α e seu respectivo ângulo

II) o ângulo ƴ

Solução:

I) sen = β α a.senβ / b ==> senα = α 10 . 0,5 / 15 = 5 / 15 = 0,3333


Sen α = 0,3333 = 19,47º

OBS: o ângulo α foi calculado introduzindo-se 0,3333 na calculadora, pressionando-se


-1.
logo a seguir a tecla sen

10.3 LEI DOS CO-SENOS

Exemplo de aplicação da lei dos co-senos: Seja: α = 50


b=4

c=7

calcule o lado “a”

Solução:

a2 = b2 + c2 - 2bc.cos α ==> a2 = 42 + 72 - 2.4.7 x cos 50º =

a2 = 16 + 49 - 2 x 4 x 7 x 0,6428 = 16 + 49 - 35,9968 ==> a2 = 29,002

Introdução à Matemática 34
11. Números complexos

É uma forma na qual se inclui ângulo de fase e magnitude de uma ou mais grandezas.
Uma expressão complexa compreende uma parte real e uma parte imaginária,
conforme mostra a figura abaixo.

j é um operador que varia de 0º a 360º, em ângulos de 90º.


O ângulo de 90º é de grande importância na análise de circuitos AC.

1) + 4 indica 4 unidades a 0º

2) 4 indica 4 unidades a 180º

3) j4 indica 4 unidades a 90º

Como j é um operador a 90º, isto significa que em 180º ele é repetido 2 vezes, em
270º é repetido 3 vezes e assim por diante.

Introdução à Matemática 35
Resumindo
0º = 1

90º = + j
2
180º = j = - 1
3 2
270º = j = j . j = - 1. j = - j

360º = 0º = 1

A expressão complexa deve ser escrita da seguinte forma: parte real parte
complexa onde j é sempre escrito antes do número. Exemplo:

5
± j2

11.1 RELAÇÃO DO FASOR COM A FORMA RETANGULAR

3 representa um número real ( neste caso uma resistência de valor


igual a 3Ω;

o ângulo de 90º ou +j é usado para representar XL (4Ω ); portanto: Z

= 3 + j4

como no caso anterior, 3 representa uma resistência no valor de 3Ω;


o ângulo de - 90º ou - j é usado Ω para representar XC (4); portanto:
Z = 3 - j4

Introdução à Matemática 36
Podemos então representar circuitos na forma complexa retangular conforme
figuras abaixo:

Z2 = R2 + XL2 Z2 = R2 + XC2

Z = 8 + j5 Z = 10 – j6

I T 2 = I R2 + I C2 IT2 = IR2 + IL2

IT = 1 + j3 IT = 1 - j

O operador j indica uma relação de fase diferente de zero entre a parte real e a parte
imaginária.

Tomemos como exemplo impedâncias:

Se R = 0 e XC = 10Ω  Z = 0 - j10

Se R = 10Ω e XC = 0  Z = 10 - j0

Se R = 0 e XL = 10Ω  Z = 0 + j10

Se R = 10Ω e XL = 0  Z = 10+ j0

Introdução à Matemática 37
Vejamos alguns exemplos abaixo de circuitos mais complexos:

ZT = (9 + j6) + (3 - j2)

ZT = 12 + j4

12. OPERAÇÕES COM NÚMEROS COMPLEXOS

12.1 ADIÇÃO OU SUBTRAÇÃO:

Soma-se ou subtrai-se a parte real e a parte imaginária ( j ) separadamente: a) (9 + j5)

+ (3 + j2) -+ (9 + 3) + (j5 + j2) = 12 + j7

b) (9 + j5) + (3 - j2) -+ (9 + 3) + (j5 - j2) = 12 + j3

a) (9 + j5) + (3 - j8) -+ (9 + 3) + (j5 - j8) = 12 - j3

12.2 MULTIPLICAÇÃO OU DIVISÃO DE UM NÚMERO IMAGINÁRIO (termo


j) POR UM NÚMERO REAL

Basta multiplicar ou dividir, conforme exemplos abaixo:

a) 4 . j3 = j12 d) j12 / 3 = j4 g) j3 / 4 = j0,75

b) j5 . 6 = j30 e) -j30 / -6 = j5 h) 1,5 . j2 = j3

c) j5 . -6 = -j30 f) j30 / -6 = -j5 i) 4 . j0,75 = j3

Introdução à Matemática 38
12.3 DIVISÃO DE UM NÚMERO IMAGINÁRIO POR UM NÚMERO
IMAGINÁRIO (divisão de um termo j por um termo j)

A divisão produzirá um número real (as partes imaginárias ou os termos j se


cancelarão), conforme exemplos abaixo:

a) j12 /j3 = 4 c) - j12 j3 = - 4 e) - j30 - j5 = 6

b) j30 /j5 = 6 d) j30 - j6 = - 5 f) - j15 - j3 = 5

12.4 MULTIPLICAÇÃO DE UM NÚMERO IMAGINÁRIO POR UM NÚMERO


IMAGINÁRIO (multiplicação de um termo j por um termo j)

Multiplica-se o número e o operador j. A multiplicação dos termos j produzirá j 2. Veja


os exemplos abaixo:

a) j3 . j4 = j . j = j2 = j2(3 . 4) = -1(12) = -12

2
b) j3 . - j4 = j . - j = - j (3 . 4) = -(-1)(12) = 12

12.5 MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS COMPLEXOS


Basta seguir as regras da álgebra (propriedade distributiva), conforme mostra o
exemplo abaixo:

a) (9 + j5) . (3 - j2)

= 27 + j15 - j18 - j210 -7 observe que j2 = -1

= 27 - j3 + 10

= 37 - j3

12.6 DIVISÃO DE NÚMEROS COMPLEXOS

A divisão de um número real por um número complexo não é possível.

Consideremos a

expressão:

Introdução à Matemática 39
O numerador contém um número real, que é 4 e o denominador é formado por um
número complexo: 1 + j2, tornando impossível a operação.
Para concretizar a operação torna-se necessário racionalizá-la, bastando para isso
multiplicar o numerador e o denominador pelo conjugado do denominador.
O conjugado do denominador é 1 - j2 (basta trocar o sinal). Teremos então:

12.7 MAGNITUDE E ÂNGULO DE UM NÚMERO COMPLEXO

“REPRESENTAÇÃO POLAR E RETANGULAR DE UM NÚMERO COMPLEXO


CONVERSÕES RETANGULAR/POLAR - POLAR/RETANGULAR”

Veja a figura abaixo:

Em termos elétricos, uma impedância complexa 4 + j3 significa 4Ω de resistência


elétrica e 3 de reatância indutiva. Lembrar que, a impedância 4 + j3 está escrita na forma
retangular.

Introdução à Matemática 40
Converter para a forma retangular:

a)

sen 65º = 0,906 (parte imaginária) -+ 12 . 0,906 = 10,87

cos 65º = 0,423 (parte real) -+ 12 . 0,423 = 5,08

Resposta: 5,08 + j10,87

b)

sen 60º = 0,866 (parte imaginária) -+ 100 . 0,866 = 86,6

cos 60º = 0,5 (parte real) -+ 100 . 0,5 = 50

Resposta: 50 + j86,6

Introdução à Matemática 41
c)

sen - 60º = - 0,866 (parte imaginária) -+ 100 . - 0,866 = - 86,6 cos - 60º = 0,5 (parte

real) -+ 100 . 0,5 = 50

Resposta: 50 - j86,6

d)

sen 90º = 1 (parte imaginária) -+ 10 . 1 = 10

cos 90º = 0 (parte real) -+ 10 . 0 = 0

Resposta: 0 + j10

Quando um número complexo é formado por uma parte real igual a zero, como por
exemplo: 0 + j5, a expressão na forma polar será:

Para a expressão: 0 - j5, a expressão na forma polar será:

Quando um número complexo é formado por uma parte imaginária igual a zero, como
por exemplo: 5 + j0, a expressão na forma polar será:

12.8 MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS COMPLEXOS NA FORMA POLAR

I - REAL x POLAR

a)

II - POLAR x POLAR

Na multiplicação de números complexos (polar x polar) os ângulos são somados


algebricamente, conforme mostra os exemplos abaixo:

a)

Introdução à Matemática 42
b)

c)

12.9 DIVISÃO DE NÚMEROS COMPLEXOS NA FORMA POLAR

I - POLAR / REAL

a)

b)

c)

II - POLAR x POLAR

Na divisão de números complexos na forma polar (polar x polar) os ângulos são


subtraídos algebricamente, conforme mostra os exemplos a seguir:

a)

b)

c)

III - REAL / POLAR

a)

b)

Introdução à Matemática 43
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS UTILIZANDO NÚMEROS COMPLEXOS

I - Dado o circuito abaixo:

Calcule as correntes I1, I2 e I3; as impedâncias Z1; Z2 e Z3; a corrente total (IT) e a
impedância total (ZT) nas formas retangular e polar.

Solução:

1) escrevendo cada ramo de impedância na forma retangular, temos: Z1 = 50 - j50Ω

Z2 = 40 + j30Ω

Z3 = 30 + (j110 - j70) = 30 + j40Ω

2) convertendo cada ramo de impedância na forma polar, temos:

3) Calculando a corrente em cada ramo de impedância, ou seja, as correntes I1, I2 e I3:

I1 = Vin / Z1

Introdução à Matemática 44
-+ 1 + j1A (retangular)

I2 = Vin / Z2

-+ 1,6 - j1,2A (retangular)

I3 = Vin / Z3

-+ 1,2 - j1,6A (retangular)

4) Calculando a corrente total (forma retangular):

IT = I1 + I2 + I3 = 1 + 1,6 + 1,2 + j1 - j1,2 - j1,6

IT = 3,8 - j1,8A

Convertendo para a forma polar:

5) Calculando a impedância total (forma polar): ZT = Vin / IT

Convertendo para a forma retangular:

23,8 . sen 25,4º = 23,8 . 0,429 = 10,21 (indutiva)

23,8 . cos 25,4º = 23,8 . 0,903 = 21,5 (resistiva)

ZT = 21,5 + j10,21Ω

Introdução à Matemática 45
I - Dado o circuito a seguir:

a) calcule as tensões em cada um dos componentes;

b) desenhe o fasor do circuito para a corrente e as tensões.

Solução:

1) Calculando a impedância total na forma retangular:

ZT = 2 + j4 + 4 - j12 -+ 6 - j8

2) Convertendo a impedância total na forma polar:

3) Calculando a corrente total na forma polar:

IT = VT / IT

4) Calculando a tensão em cada componente:

VR1 = VL =

VC =

VR2 =

Introdução à Matemática 46
OBS: Como o operador j representa o ângulo de 90º, na forma polar a reatância
indutiva (XL) assume o ângulo de 90º ; a reatância capacitiva XC assume o ângulo - 90º e
a resistência assume o ângulo de 0º.

5) Desenhando o fasor do circuito para as tensões e a corrente, onde alguns aspectos


devem ser observados:

a) O ângulo de 53º para VR1 e VR2 mostra que as tensões nestes dois componentes
estão em fase com a corrente.

b) A tensão nos resistores está adiantada 53º em relação a VT enquanto que a tensão
no capacitor está atrasada 37º.

c) A tensão no indutor está adiantada 143º em relação a VT (90º + 53º).

d) A relação de fase entre as tensões no capacitor e indutor é de 180º.

Introdução à Matemática 47
6) Comprovando:

OBS: a soma das tensões de cada um dos componentes deverá nos dar a tensão
aplicada na entrada.
Convertendo cada tensão para a forma polar:

VR1 = = 2,407 + j3,196V

VR2 = = - 6,389 + j4,814V

VC = = 19,167 - j14,444V

VL = = 4,812 + j6,389V

Total da VT = 19,997 + j0,045V

Convertendo a tensão 19,997 + j0,045V para a forma polar:

Introdução à Matemática 48

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