Curso 226242 Simulado 01 85fc Completo

Simulado 01
PRF (Agente Administrativo) Passo

Estratégico de Português - 2023
(Pré-Edital)
Autor:
Carlos Roberto
20 de Dezembro de 2022
06368306670 - SAMYA LETICIA LETRO SEREJO SANTOS

Carlos Roberto
Simulado 01
1 - Introdução ........................................................................................................................................... 2
2 - Simulado ............................................................................................................................................. 2
2.1 Ortografia, acentuação e crase ........................................................................................................ 2
2.2 Estrutura e formação das palavras .................................................................................................... 7
2.3 Classes de palavras .......................................................................................................................... 8
3 - Questões Comentadas ........................................................................................................................ 13
3.1 Ortografia, acentuação e crase ....................................................................................................... 13
3.2 Estrutura e formação das palavras ................................................................................................. 24
3.3 Classes de Palavras ......................................................................................................................... 25
4 – Gabarito ............................................................................................................................................. 36
PRF (Agente Administrativo) Passo Estratégico de Português - 2023 (Pré-Edital) 1

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Simulado 01
1 - INTRODUÇÃO
Olá, meus nobres alunos, tudo bem? É chegado o momento de colocar todo o conhecimento acumulado
nas aulas anteriores em prática. Pelo nível dos questionamentos que temos recebido, tenho certeza que
você se sairá muito bem!
Nesta aula, apresento-lhes o primeiro simulado do Passo Estratégico. Trata-se de excelente oportunidade
para testar o seu conhecimento e devem ser feitos nas mesmas condições de realização da sua prova.
Portanto, entre outros pontos, evitem utilizar consulta.
O objetivo aqui é trabalhar tanto questões inéditas, quanto outras já utilizadas pela banca organizadora do
concurso. Quando não forem encontradas questões apropriadas específicas da sua área, eventualmente
==2f7a53==
poderemos também utilizar questões de certames de outras carreiras.
Esse primeiro simulado tratará das matérias vistas nas duas primeiras aulas, quais sejam: ortografia,
acentuação gráfica, crase, estrutura e formação das palavras e classes de palavras.
No mais, espero que vocês tenham um excelente treino. Grande abraço!
2 - SIMULADO
2.1 Ortografia, acentuação e crase
1. O texto abaixo foi modificado intencionalmente, mediante a retirada de vírgulas e a introdução de erros
de grafia, de regência e de concordância.
As notas frias de Caxias
[...] O atual prefeito da cidade Hélio Queiroz (PSDB) recolheu centenas de notas fiscais que garante serem frias
e que teriam permitido a seu antessessor Paulo Marinho (PFL) desviar mais de R$ 1 milhão do caixa municipal.
Boa parte desses documentos foram emitidos pela Sercil Engenharia uma pequena firma de propriedade do
engenheiro José Ribamar Costa Serra que adimitiu o crime. [...].
Istoé, 27/10/1999 (com adaptações).
Julgue o item a seguir com relação ao texto.
No texto acima, há erro gráfico nos vocábulos "antessessor" e “adimitiu”.

2. Julgue a assertiva abaixo quanto à correção gramatical e à coerência e à coesão textual.

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“Vale dizer: a possibilidade de se usar essa técnica tem haver diretamente com a existência de registros
dentários.”
3. [...] O triângulo de sinalização deve ser posicionado a alguns metros do automóvel acidentado, para permitir
que os demais usuários da via se antecipem e saibam que existe um problema à frente.
Idem, ibidem (com adaptações).
Julgue o seguinte item, relativo ao texto acima.
A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho “posicionado a alguns metros”, o termo “a”
fosse substituído por há.
4. Da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a noção
contemporânea de agilidade, transformada em principal característica de nosso tempo. Uma agilidade que vem
se tornando lugar comum, se não na vida prática das organizações, pelo menos nos discursos. Empresas,
governos, universidades, exércitos e indivíduos querem ser ágeis. Também os serviços de inteligência querem ser
ágeis, uma exigência cada vez mais decisiva para justificar sua própria existência no mundo de hoje.
Marco A. C. Cepik. Serviços de inteligência: agilidade e transparência

como dilemas de institucionalização. Rio de Janeiro: IUPERJ, 2001.
Tese de doutorado. Internet: <www2.mp.pa.gov.br> (com
adaptações).
Julgue o próximo item, referente às estruturas do texto e ao vocabulário nele empregado.
O sentido e a correção do texto seriam mantidos caso o vocábulo “senão” fosse empregado em lugar de "se
não".
5. No item a seguir, é apresentado um trecho adaptado de jornal de grande circulação. Julgue-o quanto à
correção gramatical.
Visto apenas pelo ângulo econômico, o problema da exploração da mão de obra infantil é, ao mesmo
tempo, reflexo e impecílio para o desenvolvimento. Por isso, é necessário que a sociedade reinvidique e
lute contra a entrada precoce de crianças no mercado de trabalho.
6. Com relação à correção gramatical dos períodos a seguir, julgue o item abaixo.
O voto materialisa às nossas concepções e maturidades, é resultante do trato que queremos dar ao
futuro da nação.
7. Mesmo agora, com o reconhecimento de sua grandeza, a floresta amazônica permanece como um domínio
da natureza no qual o homem não é bem-vindo. No entanto, vivem lá 25 milhões de brasileiros, pessoas que
enfrentaram o desafio do ambiente hostil e fincaram raízes na porção norte do Brasil. Assusta observar que, no
intenso debate que se trava sobre a melhor forma de preservar (ou, na maior parte das vezes, ocupar) a floresta,
esteja praticamente ausente o maior protagonista da saga amazônica: o homem. É uma forma enviesada de ver
a situação, pois o destino da região depende muito mais de seus habitantes do que de papelórios produzidos em


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Brasília ou da boa vontade de organizações não governamentais. A prioridade de todas as iniciativas deveria ser
melhorar a qualidade de vida e criar condições econômicas para que seus habitantes tenham alternativas à
exploração predatória. Só assim eles vão preservar a floreta em vez de destruí-la, porque terão orgulho de sua
riqueza natural única no mundo.
Veja Especial Amazônia, p. 22-4 (com adaptações)
A partir da compreensão do texto acima apresentado e da análise de palavras e expressões linguísticas nele
contidas, julgue o próximo item.
O acento gráfico empregado em “destruí-la” justifica-se pela mesma regra que obriga a acentuação de
“raízes”.
8. [...] A sociedade requer das organizações uma nova configuração da atividade econômica, pautada na ética
e na responsabilidade para com a sociedade e o meio ambiente, a fim de minimizar problemas sociais como
concentração de renda, precarização das relações de trabalho e falta de direitos básicos como educação, saúde
e moradia, agravados, entre outros motivos, por propostas que concebem um Estado que seja parco em
prestações sociais e no qual a própria sociedade se responsabilize pelos riscos de sua existência, só recorrendo
ao Poder Público subsidiariamente, na impossibilidade de autossatisfação de suas necessidades.
Samia Moda Cirino. Sustentabilidade no meio ambiente de

trabalho: um novo paradigma para a valorização do trabalho
humano. Internet: <www.publicadireito.com.br> (com
adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item que se segue.
A substituição de “no qual” por aonde prejudicaria a correção gramatical do texto.

9. Impugnada a todo instante pela escravidão a ideologia liberal, que era a das jovens nações emancipadas da
América, descarrilava. Seria fácil deduzir o sistema de seus contrassensos, todos verdadeiros, muitos dos quais
agitaram a consciência teórica e moral de nosso século XIX. (...)
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto XII, julgue (C ou E) o item seguinte.
Segundo preconiza o Novo Acordo Ortográfico, o vocábulo “contrassensos" é grafado conforme as mesmas
regras que “antissocial”.
10. Um dos problemas mais significativos da democracia representativa brasileira, preexistente à Constituição
de 1988, mas mantido por ela, é a distorção da representação das unidades federadas na Câmara dos
Deputados. Trata-se de assunto cuja importância e mesmo centralidade não podem ser desprezadas: princípio
basilar da democracia representativa é o voto de cada pessoa ter o mesmo peso eletivo.


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Julgue o item subsecutivo, com relação a aspectos linguísticos do texto.
O emprego das iniciais maiúsculas nas palavras “Constituição” e “Câmara dos Deputados” está de acordo
com as normas ortográficas da língua portuguesa.
11. A organização da sociedade em movimentos sociais é inerente à sua estrutura de poder. O teatro teve, na
Grécia antiga, o papel político de dotar a população de razão crítica por intermédio de uma expressão estética.
Mas os movimentos sociais adquirem ao longo da história distintas expressões: estética, religiosa, econômica,
ecológica etc. A partir do século um, o Império Romano teve suas bases solapadas por um movimento social de
caráter religioso - o Cristianismo -, que se recusou a reconhecer a divindade de César e propalou a radical
dignidade de todo ser humano. Desde a Revolução Francesa, a sociedade civil passou a se mobilizar mais
frequentemente em movimentos sociais. Porém, é recente a noção de que a sociedade civil deve se organizar
para pressionar o poder público, e não necessariamente almejar também a tomada de poder. Isso ensejou o
caráter multifacetado dos movimentos de indígenas, negros, mulheres, migrantes, homossexuais etc. e o fato
de constituírem instâncias políticas nem sempre partidárias. É o fenômeno recente do empoderamento da
sociedade civil, que, quanto mais forte, mais logra transmutar a democracia meramente representativa em
democracia efetivamente participativa.
Frei Beto. Valores que constroem a cidade. In: Correio Braziliense,

25/6/2010 (com adaptações).
Julgue o item que se segue, referente aos aspectos linguísticos do texto acima.
O uso das letras iniciais maiúsculas em "Império Romano", "Cristianismo" e "Revolução Francesa" são
exemplos de que substantivo usado para designar ente singular deve ser grafado com inicial maiúscula,
como, por exemplo, Lei n.º 8.888/1998.
12. Julgue o próximo item, com relação ao correto emprego de porque, porquê, por que e por quê.
Se me perguntam por que sou favorável ao voto distrital, qual o motivo porque defendo tal sistema, explico de
pronto: porque com ele diminui a briga interna dos partidos em cada distrito. Além disso, porque o voto distrital
dá ao eleitor a possibilidade de controlar quem foi por ele eleito.
13. Julgue (C ou E) o item seguinte.
Seguindo-se a regra determinada pelo novo acordo ortográfico, o acento nas palavras “tatuí”, “graúdo” e
“baiúca”, justificam-se pelas mesmas regras.
14. — A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,
engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo
especial. (...)
Julgue o seguinte item, relativo aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto acima.
A supressão do sinal indicativo de crase em “à sua maneira” manteria a correção gramatical do texto.


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15. — O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias as duas naturezas equilibraram-se; mas não tardou que
a primitiva cedesse à outra; ficou-me uma parte mínima de humanidade. Aconteceu então que a alma exterior,
que era dantes o sol, o ar, o campo, os olhos das moças, mudou de natureza, e passou a ser a cortesia e os
rapapés da casa, tudo o que me falava do posto, nada do que me falava do homem.
No que se refere aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto, julgue o item que se segue.
É facultativo o emprego do acento indicativo de crase em “à outra”, de modo que sua supressão não
comprometeria a correção gramatical e os sentidos originais do texto.
16. Com relação aos sentidos e a aspectos morfossintáticos do trecho abaixo, julgue o item que se segue.
Com a crescente industrialização do país, tornava-se cada vez mais importante a formação de profissionais para
suprir as demandas do mercado e, doze anos depois, as escolas de aprendizes e artífices de nível primário
foram transformadas em escolas industriais e técnicas, equiparando-se às de ensino médio e secundário.
Grandes momentos do parlamento brasileiro. Brasília:
Senado Federal, Presidência, 1998, vol. I, p. 311-2.
Mantêm-se a correção gramatical do texto caso se suprima o acento grave no trecho “equiparando-se às de
ensino médio e secundário”.
17. As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para
produzir situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já
procuravam construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-
la eram possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três
principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação.
Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em
torno dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a
perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas
de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas.
A respeito dos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item.
A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indicativo de crase no vocábulo
“a” em “a esse estado de coisas”.
18. A Vale S.A. e o estado do Pará, por intermédio de seus representantes, buscaram a rejeição dos argumentos
das comunidades indígenas, a fim de permitir a continuidade das atividades. A defesa da empresa se ateve a
questões processuais, enquanto o procurador do estado do Pará afirmou que a paralisação das atividades
ocasionará prejuízos irreversíveis ao estado, tais como aumento do índice de desemprego e queda na
arrecadação de impostos.
Internet: <portal.trf1.jus.br> (com adaptações).


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Julgue o item subsequente, a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto acima.
Seriam preservados o sentido e a correção gramatical do texto caso se empregasse o sinal de crase no trecho
“se ateve a questões processuais”.
19. Assinale a opção em que foram atendidas as regras de emprego ou de omissão do sinal indicativo de
crase.
a) Devido a rachadura abaixo de uma das janelas, à frente da escola havia sido totalmente restaurada.
b) Naquela escola, o professor experimentou a incrível sensação de transmitir conhecimento útil à pessoas
em formação.
c) A escolha de ser professor é comparável a ação de colocar a cabeça dentro da boca de um leão.
d) Com relação a constante necessidade de atualização, o professor manifestou seu desagrado ao diretor da
escola.
e) Perguntaram àquela professora se ela iria mesmo colocar a cabeça dentro da boca de um leão.
20. O título de Papéis Avulsos parece negar ao livro uma certa unidade; faz crer que o autor coligiu vários escritos
de ordem diversa para o fim de os não perder. A verdade é essa, sem ser bem essa. Avulsos são eles, mas não
vieram para aqui como passageiros, que acertam de entrar na mesma hospedaria. São pessoas de uma só
família, que a obrigação do pai fez sentar à mesma mesa.
Machado de Assis. Obra completa. Vol. II, Rio de

Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 236. (com adaptações).
Com relação aos sentidos e aspectos linguísticos e textuais do texto acima, julgue o próximo item.
Mantêm-se o sentido e a correção gramatical do texto caso se suprima o acento grave no trecho “fez sentar
à mesma mesa”.
2.2 Estrutura e formação das palavras
Julgue (C ou E) as perguntas 21, 22 e 23.
21. A palavra “recém-criadas” sofre, em sua formação, um tipo de processo de derivação. O mesmo que
ocorre em “extravagantes”.
22. A palavra “sombreada” sofre, em sua formação, um tipo de processo de derivação. O mesmo que ocorre
em “entardecer”.
23. A palavra “micróbios” é formada pelo mesmo processo que forma a palavra “antibiótico”.


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2.3 Classes de palavras
A maioria absoluta das cadeias não recuperam ninguém: negam a quase todos a possibilidade de reabilitação
pelo estudo ou pelo trabalho.
Jornal do Brasil, 15/12/2010 (com adaptações).
Nas suas ocorrências em “a quase” e em “a possibilidade”, o “a” pertence à mesma classe gramatical de
palavras.
25. O tenente Antônio de Souza era um desses moços que se gabam de não crer em nada, que zombam das
coisas mais sérias e que riem dos santos e dos milagres. Costumava dizer que isso de almas do outro mundo
era uma grande mentira, que só os tolos temem a lobisomem e feiticeiras. Jurava ser capaz de dormir uma
noite inteira dentro do cemitério.
Inglês de Sousa. A feiticeira. São Paulo:Ed. Difusão Cultural do

Livro, 2008, p. 7-8 (com adaptações).
A palavra “só” foi empregada no sentido de sozinhos.

26. Os direitos dos cidadãos, na verdade, talvez representem a área mais notável das semelhanças entre a
democracia brasileira e os reis africanos que aparecem nas fotos-símbolo do colonialismo. Nunca houve
tantos direitos escritos nas leis; nunca o poder público foi tão incompetente para mantê-los. Não consegue,
para desgraça geral, garantir nem o mais importante de todos eles – o direito à vida. Com 60.000 assassinatos
por ano, o Brasil é hoje um dos países onde a vida humana tem o menor valor.
Há uma recusa sistemática em combater o crime por parte de nove entre dez políticos com algum peso; o maior
pavor deles é ser considerados, por causa disso, como gente da “direita”. Acham melhor, como as classes
intelectuais, os comunicadores e os bispos, falar mal da polícia. Pode passar pela cabeça de alguém que exista
democracia num país que tem 60.000 homicídios por ano?
(Revista Veja, ed. 2542.)
Sobre recursos linguísticos atinentes às flexões de número e gênero dos nomes, em termos da escrita culta,
assinale a afirmativa INCORRETA.
a) As palavras notável e importante são exemplos de adjetivos que se flexionam em número, mas não em
gênero.
b) O termo cidadãos exemplifica o grupo de substantivos que admite mais de um plural: cidadãos e
cidadães.


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c) No substantivo composto fotos-símbolo, somente o primeiro elemento se pluraliza porque o segundo

indica finalidade.
d) No trecho as classes intelectuais, o adjetivo caracteriza um substantivo feminino plural; se

caracterizasse um substantivo masculino plural, não se flexionaria diferentemente.
27. Está demonstrado, portanto, que o revisor errou, que se não errou confundiu, que se não confundiu
imaginou, mas venha atirar-lhe a primeira pedra aquele que não tenha errado, confundido ou imaginado
nunca. Errar, disse-o quem sabia, é próprio do homem, o que significa, se não é erro tomar as palavras à letra,
que não seria verdadeiro homem aquele que não errasse. Porém, esta suprema máxima não pode ser utilizada
como desculpa universal que a todos nos absolveria de juízos coxos e opiniões mancas. Quem não sabe deve
perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar deveria tê-la sempre presente o revisor, tanto
mais que nem sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está trabalhando, pois não faltam
aqui os livros que o elucidariam se tivesse tido a sageza e prudência de não acreditar cegamente naquilo que
supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores, não da ignorância. Nestas ajoujadas estantes, milhares e
milhares de páginas esperam a cintilação duma curiosidade inicial ou a firme luz que é sempre a dúvida que
busca o seu próprio esclarecimento. Lancemos, enfim, a crédito do revisor ter reunido, ao longo duma vida,
tantas e tão diversas fontes de informação, embora um simples olhar nos revele que estão faltando no seu
tombo as tecnologias da informática, mas o dinheiro, desgraçadamente, não chega a tudo, e este ofício, é
altura de dizê-lo, inclui-se entre os mais mal pagos do orbe. Um dia, mas Alá é maior, qualquer corrector de
livros terá ao seu dispor um terminal de computador que o manterá ligado, noite e dia, umbilicalmente, ao
banco central de dados, não tendo ele, e nós, mais que desejar que entre esses dados do saber total não se
tenha insinuado, como o diabo no convento, o erro tentador. [...].
José Saramago. História do cerco de

Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989,
p. 25-6.
Com relação à variação linguística bem como aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto acima,
julgue o item.
Em “não tendo ele, e nós, mais que desejar”, a palavra “mais” classifica-se como advérbio, sendo
sinônimo de já, de forma que, sem prejuízo do sentido do texto, tal trecho poderia ser reescrito da seguinte
forma: já não tendo ele, e nós, que desejar.
Com base no texto abaixo, julgue (C ou E) as perguntas 28 e 29.
Conforme salientam Gilmar Ferreiras Mendes e Paulo Gustavo Gonet a liberdade de expressão constitui "um
dos mais relevantes e preciosos direitos fundamentais, correspondendo a uma das mais antigas reivindicações
dos homens de todos os tempos"?
(Adaptado de Jusbrasil, 28/11/2016)


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Em “correspondendo a uma das mais antigas”, a palavra “a” exerce a mesma função morfológica que essa
mesma palavra em:
28. O modelo atual de sociedade digital os bens já não representam a extrema medida da riqueza.
29. [...] e, em seguida, garante ser "assegurado a todos o acesso à informação".

O termo “até”, em destaque nas frases: “... instituições como previdência e até democracia representativa
podem entrar em colapso.” / “Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico.” expressa
circunstância de inclusão e de tempo, respectivamente.
Com base no texto abaixo, julgue (C ou E) as perguntas 31, 32 e 33.
Não são muitas as experiências exitosas de políticas públicas de redução de homicídios no Brasil nos últimos
vinte anos, e poucas são aquelas que tiveram continuidade. O Pacto pela Vida, política de segurança pública
implantada no estado de Pernambuco em 2007, é identificado como uma política pública exitosa.
O Pacto Pela Vida é um programa do governo do estado de Pernambuco que visa à redução da criminalidade
e ao controle da violência. A decisão ou vontade política de eleger a segurança pública como prioridade é o
primeiro marco que se deve destacar quando se pensa em recuperar a memória dessa política, sobretudo
quando se considera o fato de que o tema da segurança pública, no Brasil, tem sido historicamente
negligenciado. Muitas autoridades públicas não só evitam associar-se ao assunto como também o tratam de
modo simplista, como uma questão que diz respeito apenas à polícia.
O Pacto pela Vida, entendido como um grande concerto de ações com o objetivo de reduzir a violência e, em
especial, os crimes contra a vida, foi apresentado à sociedade no início do mês de maio de 2007. Em seu bojo,
foram estabelecidos os principais valores que orientaram a construção da política de segurança, a prioridade
do combate aos crimes violentos letais intencionais e a meta de reduzir em 12% ao ano, em Pernambuco, a
taxa desses crimes.
Desse modo, definiu-se, no estado, um novo paradigma de segurança pública, que se baseou na consolidação
dos valores descritos acima (que estavam em disputa tanto do ponto de vista institucional quanto da
sociedade), no estabelecimento de prioridades básicas (como o foco na redução dos crimes contra a vida) e no
intenso debate com a sociedade civil. A implementação do Pacto Pela Vida foi responsável pela diminuição de
quase 40% dos homicídios no estado entre janeiro de 2007 e junho de 2013.
José Luiz Ratton et al. O Pacto Pela Vida e a redução de homicídios

em Pernambuco. Rio de Janeiro: Instituto Igarapé, 2014. Internet:
<https://igarape.org.br> (com adaptações).
31. Em “o tema da segurança pública, no Brasil, tem sido historicamente negligenciado”,

“historicamente” classifica-se, do ponto de vista morfossintático, como advérbio.


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32. Em “Muitas autoridades públicas não só evitam associar-se ao assunto como também o tratam de
modo simplista [...]”, “modo” classifica-se, do ponto de vista morfossintático, como substantivo.
33. Em “[...] e no intenso debate com a sociedade civil”, “intenso” classifica-se, do ponto de vista
morfossintático, como substantivo.
34. Assinale a alternativa que traz, respectivamente, um substantivo cujo plural se faz a exemplo de “bem-
estar” (termo presente no 1º primeiro parágrafo); e outro substantivo, destacado em expressão do texto,
com sentido de coletivo.
a) Alto-falante / “Quase metade da população mundial não tem acesso...”
b) Saca-rolha / “... a base da assistência universal.”
c) Bomba-relógio / “... o progresso em saúde tem sido desigual...”
d) Louva-a-deus / “... em detrimento da prevenção de doenças...”
e) Arco-íris / “... e participação das pessoas e da comunidade...”

Os advérbios destacados nas frases: “Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado. Não era de
espantar: estava inteiramente fora de forma.”, expressam circunstâncias de modo e intensidade,
respectivamente.
Em “O pior mal é aquele ao qual nos acostumamos.”, a palavra “mal” exerce a mesma função morfológica
que em “Quem mal trabalha, não merece bom pagamento.”
No que se refere aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item que se segue.
Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras,
dentro deles, são outra poeira cósmica flutuando, à espera do olhar que as irá fixar num sentido ou nelas
procurará o sentido novo, porque assim como vão variando as explicações do universo, também a sentença
que antes parecera imutável para todo o sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade
duma contradição latente, a evidência do seu erro próprio. Aqui, neste escritório onde a verdade não pode
ser mais do que uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os costumados dicionários da
língua e vocabulários, os Morais e Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o Manual do Perfeito
Revisor, vademeco de ofício [...].

p. 25-6.


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37. O emprego de “neste” decorre da presença do vocábulo “Aqui”, de modo que sua substituição por
“nesse” resultaria em incorreção gramatical.
Todo escritor convive com um terror permanente: o do erro de revisão. O revisor é a pessoa mais importante
na vida de quem escreve. Ele tem o poder de vida ou de morte profissional sobre o autor. A inclusão ou a
omissão de uma letra ou de uma vírgula no que sai impresso pode decidir se o autor vai ser entendido ou não,
admirado ou ridicularizado, consagrado ou processado. Todo texto tem, na verdade, dois autores: quem o
escreveu e quem o revisou. Toda vez que manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos do
revisor, esperando que seu parceiro não falhe.
Pode-se imaginar o que uma conspiração organizada, internacional, de revisores significaria para a nossa
civilização. Os revisores só não dominam o mundo porque ainda não se deram conta do poder que têm. Eles
desestabilizariam qualquer regime com acentos indevidos e pontuações maliciosas, além de decretos oficiais
ininteligíveis. Grandes jornais seriam levados à falência por difamações involuntárias, exércitos inteiros seriam
imobilizados por manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de estudantes seriam
desencaminhadas por cartilhas ambíguas e fórmulas de química incompletas. E os efeitos de uma revisão
subversiva na instrução médica são terríveis demais para contemplar.
Luis Fernando Veríssimo. Cuidado com os revisores. In: VIP

Exame, mar./1995, p. 36-7 (com adaptações).
Em relação às estruturas linguísticas e às ideias do texto acima e aos múltiplos aspectos a ele relacionados,
julgue o item seguinte.
38. A palavra “o” recebe a mesma classificação nos trechos “o do erro de revisão” e em “Pode-se
imaginar o que”.
Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra
do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos — e às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses
distintos e conflitantes. (...)
39. Na primeira linha, mantendo-se a correção gramatical do texto, pode-se empregar “em que” ou
“onde” em lugar de “no qual”.
Texto
Todos nós, homens e mulheres, adultos e jovens, passamos boa parte da vida tendo de optar entre o certo e o
errado, entre o bem e o mal. Na realidade, entre o que consideramos bem e o que consideramos mal. Apesar
da longa permanência da questão, o que se considera certo e o que se considera errado muda ao longo da
história e ao redor do globo terrestre. [...]


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Simulado 01
Marisa Lajolo. Entre o bem e o mal. In: Histórias sobre a

ética. 5.ª ed. São Paulo: Ática, 2008 (com adaptações).
A partir das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item que se segue.
40. No trecho “o que consideramos bem”, o vocábulo “que” classifica-se como pronome e exerce a
função de complemento da forma verbal “consideramos”.
3 - QUESTÕES COMENTADAS
3.1 Ortografia, acentuação e crase
1. O texto abaixo foi modificado intencionalmente, mediante a retirada de vírgulas e a introdução de erros
de grafia, de regência e de concordância.
As notas frias de Caxias
[...] O atual prefeito da cidade Hélio Queiroz (PSDB) recolheu centenas de notas fiscais que garante serem frias
e que teriam permitido a seu antessessor Paulo Marinho (PFL) desviar mais de R$ 1 milhão do caixa municipal.
Boa parte desses documentos foram emitidos pela Sercil Engenharia uma pequena firma de propriedade do
engenheiro José Ribamar Costa Serra que adimitiu o crime. [...].
Istoé, 27/10/1999 (com adaptações).
Julgue o item a seguir com relação ao texto.
No texto acima, há erro gráfico nos vocábulos "antessessor" e “adimitiu”.
Comentário:
A grafia correta é “antecessor”, que vem do verbo anteceder. Além disso, também há erro em “adimitiu”,
haja visto que a grafia correta é “admitiu”, derivado do verbo admitir.
Logo, de fato, há erro na grafia das duas palavras. Por isso, questão correta.
Gabarito: certo.
2. Julgue a assertiva abaixo quanto à correção gramatical e à coerência e à coesão textual.


Carlos Roberto
Simulado 01
“Vale dizer: a possibilidade de se usar essa técnica tem haver diretamente com a existência de registros
dentários.”
Comentário:
Pessoal, o item aborda um erro objeto de bastante confusão. O verbo “haver” não se confunde, de forma
alguma, com a locução “ter a ver”, que significa “estar relacionado com”. Assim, é incorreto o emprego do
verbo haver no sentido assinalado.
Gabarito: errado.
3. [...] O triângulo de sinalização deve ser posicionado a alguns metros do automóvel acidentado, para permitir
que os demais usuários da via se antecipem e saibam que existe um problema à frente.
Idem, ibidem (com adaptações).
Julgue o seguinte item, relativo ao texto acima.
A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho “posicionado a alguns metros”, o termo “a”
fosse substituído por há.
Comentário:
“Há” é conjugação do verbo “haver” na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo. No contexto, a

preposição “a”, indica distância aproximada, função não é exercida pelo verbo “haver”.
Por isso, a correção gramatical não seria mantida.
Gabarito: errado.
4. Da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a noção
contemporânea de agilidade, transformada em principal característica de nosso tempo. Uma agilidade que vem
se tornando lugar comum, se não na vida prática das organizações, pelo menos nos discursos. Empresas,
governos, universidades, exércitos e indivíduos querem ser ágeis. Também os serviços de inteligência querem ser
ágeis, uma exigência cada vez mais decisiva para justificar sua própria existência no mundo de hoje.
Marco A. C. Cepik. Serviços de inteligência: agilidade e transparência

como dilemas de institucionalização. Rio de Janeiro: IUPERJ, 2001.
Tese de doutorado. Internet: <www2.mp.pa.gov.br> (com
adaptações).


Carlos Roberto
Simulado 01
O sentido e a correção do texto seriam mantidos caso o vocábulo “senão” fosse empregado em lugar de "se
não".
Comentário:
“Senão” é usada em substituição a “do contrário”, “a não ser”, “exceto”, “tão somente”. Já “se não”
representa uma junção da conjunção condicional “se” e do advérbio de negação “não” e possui o sentido de
“caso não” ou “quando não”.
Assim, embora o som dessas duas palavras seja o mesmo (homófonas), o significado é diferente. Por esse
motivo, nem o sentido nem a correção seriam mantidas pela substituição.
Gabarito: errado.
5. No item a seguir, é apresentado um trecho adaptado de jornal de grande circulação. Julgue-o quanto à
correção gramatical.
Visto apenas pelo ângulo econômico, o problema da exploração da mão de obra infantil é, ao mesmo
tempo, reflexo e impecílio para o desenvolvimento. Por isso, é necessário que a sociedade reinvidique e
lute contra a entrada precoce de crianças no mercado de trabalho.
Comentário:
Meus caros, há duas palavras com a grafia errada. Em caixa alta, para que você não esqueça: EMPECILHO
(sem acento) e REIVINDIQUE.
Gabarito: errado.
6. Com relação à correção gramatical dos períodos a seguir, julgue o item abaixo.
O voto materialisa às nossas concepções e maturidades, é resultante do trato que queremos dar ao
futuro da nação.
Comentário:
Incorreta a grafia do verbo materializar. Além disso, no contexto, o referido verbo é transitivo direto, motivo
pelo qual não rege preposição. Por isso, também incorreto o sinal indicativo de crase.
Dessa forma, a escrita correta da frase seria: “O voto materializa as nossas concepções e maturidades, é
resultante do trato que queremos dar ao futuro da nação”.
Gabarito: errado.
7. Mesmo agora, com o reconhecimento de sua grandeza, a floresta amazônica permanece como um domínio
da natureza no qual o homem não é bem-vindo. No entanto, vivem lá 25 milhões de brasileiros, pessoas que
enfrentaram o desafio do ambiente hostil e fincaram raízes na porção norte do Brasil. Assusta observar que, no


Carlos Roberto
Simulado 01
intenso debate que se trava sobre a melhor forma de preservar (ou, na maior parte das vezes, ocupar) a floresta,
esteja praticamente ausente o maior protagonista da saga amazônica: o homem. É uma forma enviesada de ver
a situação, pois o destino da região depende muito mais de seus habitantes do que de papelórios produzidos em
Brasília ou da boa vontade de organizações não governamentais. A prioridade de todas as iniciativas deveria ser
melhorar a qualidade de vida e criar condições econômicas para que seus habitantes tenham alternativas à
exploração predatória. Só assim eles vão preservar a floreta em vez de destruí-la, porque terão orgulho de sua
riqueza natural única no mundo.
Veja Especial Amazônia, p. 22-4 (com adaptações)
A partir da compreensão do texto acima apresentado e da análise de palavras e expressões linguísticas nele
contidas, julgue o próximo item.
O acento gráfico empregado em “destruí-la” justifica-se pela mesma regra que obriga a acentuação de
“raízes”.
Comentário:
Inicialmente, importante recordar-nos da seguinte regra: acentuam-se o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, com
ou sem “s”, quando não forem seguidos de “nh”, não repetirem a vogal e não formarem sílaba com
consoante que não seja o “s” (exemplos: saída, juízes, raízes, país, baú, saúde, reúne, viúvo). Ademais,
acentuam-se o “i” e o “u” tônicos dos hiatos de verbos pronominais (distribuí-lo, concluí-lo, atribuí-lo etc.).
Tanto em “destruí-la” quanto em “raízes” o “i” é acentuado por ser vogal tônica de hiato e por não se
encaixarem em nenhuma das exceções acima mencionadas.
Gabarito: certo.
8. [...] A sociedade requer das organizações uma nova configuração da atividade econômica, pautada na ética
e na responsabilidade para com a sociedade e o meio ambiente, a fim de minimizar problemas sociais como
concentração de renda, precarização das relações de trabalho e falta de direitos básicos como educação, saúde
e moradia, agravados, entre outros motivos, por propostas que concebem um Estado que seja parco em
prestações sociais e no qual a própria sociedade se responsabilize pelos riscos de sua existência, só recorrendo
ao Poder Público subsidiariamente, na impossibilidade de autossatisfação de suas necessidades.
Samia Moda Cirino. Sustentabilidade no meio ambiente de

trabalho: um novo paradigma para a valorização do trabalho
humano. Internet: <www.publicadireito.com.br> (com
adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item que se segue.


Carlos Roberto
Simulado 01
A substituição de “no qual” por aonde prejudicaria a correção gramatical do texto.
Comentário:
O uso do onde/aonde é apropriado para os casos em que há indicação de lugar físico, espacial (exemplo: a
casa onde nasci). O “aonde” somente é usado quando houver sentido de movimentação, associado a verbos
que indiquem movimento (exemplo: Aonde quer que eu vá, levo você no olhar”).
No caso da nossa questão, o “no qual”, pronome relativo, retoma Estado. Em ordem direta, a frase ficaria: “
a própria sociedade se responsabilize pelos riscos de sua existência em um Estado parco de prestações
sociais”. Assim, não há a noção de movimento, o que inviabiliza a substituição por “aonde”.
Gabarito: certo.
9. Impugnada a todo instante pela escravidão a ideologia liberal, que era a das jovens nações emancipadas da
América, descarrilava. Seria fácil deduzir o sistema de seus contrassensos, todos verdadeiros, muitos dos quais
agitaram a consciência teórica e moral de nosso século XIX. (...)
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto XII, julgue (C ou E) o item seguinte.
Segundo preconiza o Novo Acordo Ortográfico, o vocábulo “contrassensos" é grafado conforme as mesmas
regras que “antissocial”.
Comentário:
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por “R” ou “S”, que
deverão ser duplicadas. Logo, a forma correta é “antissocial”, pela mesma regra que rege a escrita de
“contrassensos”.
Gabarito: certo.
10. Um dos problemas mais significativos da democracia representativa brasileira, preexistente à Constituição
de 1988, mas mantido por ela, é a distorção da representação das unidades federadas na Câmara dos
Deputados. Trata-se de assunto cuja importância e mesmo centralidade não podem ser desprezadas: princípio
basilar da democracia representativa é o voto de cada pessoa ter o mesmo peso eletivo.
Julgue o item subsecutivo, com relação a aspectos linguísticos do texto.
O emprego das iniciais maiúsculas nas palavras “Constituição” e “Câmara dos Deputados” está de acordo
com as normas ortográficas da língua portuguesa.
Comentário:


Carlos Roberto
Simulado 01
As letras iniciais maiúsculas são designadas para os substantivos próprios, aqueles que representam seres
particulares.
No caso, tanto a “Constituição de 1988” quanto a “Câmara dos Deputado” designam entidades particulares:
não é qualquer constituição, e sim a Constituição de 1988; também não é uma câmara genérica, e sim a
Câmara dos Deputados. Por designarem seres únicos, próprios, devem ser grafadas com a inicial maiúscula.
Gabarito: certo.
11. A organização da sociedade em movimentos sociais é inerente à sua estrutura de poder. O teatro teve, na
Grécia antiga, o papel político de dotar a população de razão crítica por intermédio de uma expressão estética.
Mas os movimentos sociais adquirem ao longo da história distintas expressões: estética, religiosa, econômica,
ecológica etc. A partir do século um, o Império Romano teve suas bases solapadas por um movimento social de
caráter religioso - o Cristianismo -, que se recusou a reconhecer a divindade de César e propalou a radical
dignidade de todo ser humano. Desde a Revolução Francesa, a sociedade civil passou a se mobilizar mais
frequentemente em movimentos sociais. Porém, é recente a noção de que a sociedade civil deve se organizar
para pressionar o poder público, e não necessariamente almejar também a tomada de poder. Isso ensejou o
caráter multifacetado dos movimentos de indígenas, negros, mulheres, migrantes, homossexuais etc. e o fato
de constituírem instâncias políticas nem sempre partidárias. É o fenômeno recente do empoderamento da
sociedade civil, que, quanto mais forte, mais logra transmutar a democracia meramente representativa em
democracia efetivamente participativa.
Frei Beto. Valores que constroem a cidade. In: Correio Braziliense,

25/6/2010 (com adaptações).
O uso das letras iniciais maiúsculas em "Império Romano", "Cristianismo" e "Revolução Francesa" são
exemplos de que substantivo usado para designar ente singular deve ser grafado com inicial maiúscula,
como, por exemplo, Lei n.º 8.888/1998.
Comentário:
Empregam-se iniciais maiúsculas para designação de nomes de épocas e períodos históricos ("Império
Romano", "Cristianismo" e "Revolução Francesa"), bem como nomes de leis, decretos, portarias ou diplomas
oficiais (“Lei n.º 8.888/1998”). Assim, em todos os casos, as letras maiúsculas foram empregadas
corretamente.
Gabarito: certo.
12. Julgue o próximo item, com relação ao correto emprego de porque, porquê, por que e por quê.


Carlos Roberto
Simulado 01
Se me perguntam por que sou favorável ao voto distrital, qual o motivo porque defendo tal sistema, explico de
pronto: porque com ele diminui a briga interna dos partidos em cada distrito. Além disso, porque o voto distrital
dá ao eleitor a possibilidade de controlar quem foi por ele eleito.
Comentário:
Nos períodos destacados há quatro “porquês”. Analisá-los-emos:
Nos dois primeiros casos (“Se me perguntam por que sou” e “qual o motivo porque defendo”) é adequada a
utilização da forma “por que”, composta pela sequência da preposição (por) e do pronome relativo (que).
Entre suas possibilidades, pode ser usado em substituição a “por qual motivo” (1° caso) ou “pelo qual” (2°
caso). Por isso, a forma “porque” (conjunção) no segundo é incorreta.
Nos demais casos, os porquês são empregados corretamente, indicando causa, motivo, justificativa ou
explicação.
Gabarito: errado.
Seguindo-se a regra determinada pelo novo acordo ortográfico, o acento nas palavras “tatuí”, “graúdo” e
“baiúca”, justificam-se pelas mesmas regras.
Comentário:
Recordemos as seguintes regras:
1. Acentuam-se o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, com ou sem “s”, quando não forem seguidos de “nh”, não
repetirem a vogal e não formarem sílaba com consoante que não seja o “s”. Essa regra justifica a acentuação
de “graúdo”.
2. Continuam a ser acentuados i e u, seguidos ou não de s, quando em vocábulos oxítonos e não formarem
sílaba com consoantes. Por isso, os acentos de: “Tatuí”.
3. Nos vocábulos paroxítonos, não se acentuam o i e o u tônicos quando vierem depois de ditongo
decrescente. Eis o motivo pelo qual a forma correta é “baiuca”.
Assim, além de regras diferentes, a palavra “baiuca” sequer leva acento.
Gabarito: errado.
14. — A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,
engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo
especial. (...)


Carlos Roberto
Simulado 01
Julgue o seguinte item, relativo aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto acima.
A supressão do sinal indicativo de crase em “à sua maneira” manteria a correção gramatical do texto.
Comentário:
Pessoal, temos que estar muito atentos com uma característica da banca Cespe. É comum que a Banca
demande a análise sobre se determinada alteração realizada no texto mantém a correção gramatical, se
altera o sentido do texto ou se os dois ao mesmo tempo.
No caso dessa questão, apenas foi solicitada verificação quanto à correção gramatical.
Sabe-se que um dos casos de crase facultativa ocorre quando o pronome adjetivo possessivo feminino está
no singular. Por isso são cabíveis as seguintes construções:
- João enviou uma encomenda a sua filha;
- João enviou uma encomenda à sua filha.
Tratando-se de caso em que é facultativo o uso da crase, a sua supressão manteria a correção gramatical do
texto, embora acarretasse alteração no seu sentido.
Gabarito: certo.
15. — O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias as duas naturezas equilibraram-se; mas não tardou que
a primitiva cedesse à outra; ficou-me uma parte mínima de humanidade. Aconteceu então que a alma exterior,
que era dantes o sol, o ar, o campo, os olhos das moças, mudou de natureza, e passou a ser a cortesia e os
rapapés da casa, tudo o que me falava do posto, nada do que me falava do homem.
No que se refere aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto, julgue o item que se segue.
É facultativo o emprego do acento indicativo de crase em “à outra”, de modo que sua supressão não
comprometeria a correção gramatical e os sentidos originais do texto.
Comentário:
Primeiro ponto a ser ressaltado é que o verbo ceder, no contexto, é transitivo direto indireto, exigindo a
preposição “a”, pois quem cede, cede algo a alguém.
Uma vez definida a necessidade da preposição, nos resta saber se o termo regido (outra) admite a
anteposição do artigo.
Perceba que existe a necessidade de que se especifique qual “outra”, no caso a outra natureza.


Carlos Roberto
Simulado 01
Assim, no final ficamos com: "cedesse a + a outra". Por esse motivo, a crase é obrigatória.
Gabarito: errado.
Com a crescente industrialização do país, tornava-se cada vez mais importante a formação de profissionais para
suprir as demandas do mercado e, doze anos depois, as escolas de aprendizes e artífices de nível primário
foram transformadas em escolas industriais e técnicas, equiparando-se às de ensino médio e secundário.
Grandes momentos do parlamento brasileiro. Brasília:
Senado Federal, Presidência, 1998, vol. I, p. 311-2.
Mantêm-se a correção gramatical do texto caso se suprima o acento grave no trecho “equiparando-se às de
ensino médio e secundário”.
Comentário:
Pessoal, questão típica da banca Cespe. A regência do verbo equiparar exige a preposição “a”, e “escolas”,
palavra que está subentendida antes de “de ensino médio”, exige o artigo definido feminino plural “as”.
Dessa forma, a supressão do sinal indicativo de crase ofende a correção gramatical do texto em destaque.
Gabarito: errado.
17. As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para
produzir situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já
procuravam construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-
la eram possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três
principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação.
Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em
torno dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a
perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas
de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas.
A respeito dos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item.
A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indicativo de crase no vocábulo
“a” em “a esse estado de coisas”.
Comentário:


Carlos Roberto
Simulado 01
Meus amigos, em geral, não se emprega a crase antes de pronomes demonstrativos. A exceção é o pronome
“aquilo” e suas variações. Vejam os exemplos:
- Pedro assistiu àquele filme ao qual mencionei.
- João obedeceu àquilo que havíamos decidido.
Logo a correção gramatical não seria mantida se fosse aplicada a crase.
Gabarito: errado.
18. A Vale S.A. e o estado do Pará, por intermédio de seus representantes, buscaram a rejeição dos argumentos
das comunidades indígenas, a fim de permitir a continuidade das atividades. A defesa da empresa se ateve a
questões processuais, enquanto o procurador do estado do Pará afirmou que a paralisação das atividades
ocasionará prejuízos irreversíveis ao estado, tais como aumento do índice de desemprego e queda na
arrecadação de impostos.
Internet: <portal.trf1.jus.br> (com adaptações).
Julgue o item subsequente, a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto acima.
Seriam preservados o sentido e a correção gramatical do texto caso se empregasse o sinal de crase no trecho
“se ateve a questões processuais”.
Comentário:
Pessoal, um dos casos em que é vedado o uso da crase ocorre quando houver a combinação “a” + palavra no
plural. Assim, é inadequado o uso da crase, haja vista que “questões” está no plural. Assim, a correção
gramatical é violada pelo emprego da crase.
Contudo, atente ao seguinte detalhe: nesse mesmo caso, seria cabível o uso da crase se o artigo estivesse no
plural. Portanto, seria correta a construção: “se ateve às questões processuais.”
Gabarito: errado.
19. Assinale a opção em que foram atendidas as regras de emprego ou de omissão do sinal indicativo de
crase.
a) Devido a rachadura abaixo de uma das janelas, à frente da escola havia sido totalmente restaurada.
b) Naquela escola, o professor experimentou a incrível sensação de transmitir conhecimento útil à pessoas
em formação.
c) A escolha de ser professor é comparável a ação de colocar a cabeça dentro da boca de um leão.


Carlos Roberto
Simulado 01
d) Com relação a constante necessidade de atualização, o professor manifestou seu desagrado ao diretor da
escola.
e) Perguntaram àquela professora se ela iria mesmo colocar a cabeça dentro da boca de um leão.
Comentário:
a) O correto seria “Devido à rachadura”, haja vista a junção de “Devido a” + “a rachadura”. Errado também
“à frente”, visto que o sujeito da frase (a frente) não admite a regência de preposição. Item errado.
b) O substantivo “pessoas” encontra-se no plural e o vocábulo “a” está no singular”, logo inapropriada a crase
em: “à pessoas em formação”. Item errado.
c) Correto seria: “à ação”, resultante da junção de “comparável a” + “a ação”. Item errado.
d) Correto seria: “Com relação à constante necessidade”, resultante de “com relação a” + “a constante
necessidade”. Item errado.
e) Quem pergunta, pergunta A alguém. Assim, o correto é “Perguntaram a aquela” = “Perguntaram àquela”.
Item certo.
Gabarito: letra E.
20. O título de Papéis Avulsos parece negar ao livro uma certa unidade; faz crer que o autor coligiu vários escritos
de ordem diversa para o fim de os não perder. A verdade é essa, sem ser bem essa. Avulsos são eles, mas não
vieram para aqui como passageiros, que acertam de entrar na mesma hospedaria. São pessoas de uma só
família, que a obrigação do pai fez sentar à mesma mesa.
Machado de Assis. Obra completa. Vol. II, Rio de Janeiro: Nova

Aguilar, 1994, p. 236. (com adaptações).
Com relação aos sentidos e aspectos linguísticos e textuais do texto acima, julgue o próximo item.
Mantêm-se o sentido e a correção gramatical do texto caso se suprima o acento grave no trecho “fez sentar
à mesma mesa”.
Comentário:
Nesse caso, a crase é obrigatória. A locução adverbial com núcleo feminino exige crase porque a preposição
“a” que inicia essas locuções se funde ao artigo que antecede o núcleo feminino.
Além disso, haveria também modificação do sentido, visto que a supressão da crase implicaria em
modificação do sujeito da frase, dando a entender que seria a mesa quem sentaria ( e não a família à mesa).


Carlos Roberto
Simulado 01
Gabarito: errado.
3.2 Estrutura e formação das palavras
21. A palavra “recém-criadas” sofre, em sua formação, um tipo de processo de derivação. O mesmo que
ocorre em “extravagantes”.
Comentário:
A derivação consiste em formar uma palavra nova (derivada), a partir de outra já existente (primitiva). Pode
ocorrer de acordo com as seguintes maneiras: prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, regressiva,
imprópria e parassintética.
A palavra “recém-criadas” é formada por derivação prefixal, pela adição do prefixo “recém” ao particípio
“criadas”. Tendo isso como base, vamos às opções.
Em "extravagantes" temos a junção do prefixo "extra" ao adjetivo “vagantes”. Assim, é palavra também é
formada por derivação prefixal. Item certo.
Gabarito: certo.
22. A palavra “sombreada” sofre, em sua formação, um tipo de processo de derivação. O mesmo que ocorre
em “entardecer”.
Comentário:
A derivação consiste em formar uma palavra nova (derivada), a partir de outra já existente (primitiva). Pode
ocorrer de acordo com as seguintes maneiras: prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, regressiva,
imprópria e parassintética.
A palavra “sombreada” é composta pelo substantivo “sombra” e o sufixo "eada". Assim, é palavra formada
por derivação sufixal.
Já “entardecer” é composta pela adição simultânea do prefixo “en” e do sufixo "ecer", incorporadas ao
radical "tarde". Observe que, se for retirado o prefixo ou o sufixo, não haverá uma palavra com sentido
completo, sendo, por isso, formada por derivação parassintética.
Gabarito: errado.
23. A palavra “micróbios” é formada pelo mesmo processo que forma a palavra “antibiótico”.
Comentário:


Carlos Roberto
Simulado 01
Em “micróbios”, tem-se a junção de dois radicais: "micro", que significa pequeno e "bio", que significa vida.
Como se trata da junção de dois radicais já existentes, estamos diante de um caso de composição.
b) Em “antibiótico”, tem-se a junção do prefixo "anti", indicando oposição; o radical "bio", que significa vida
e o sufixo "ico", que indica participação, referência, relação, procedência. Assim, a palavra é formada por
derivação.
Logo, os processos de formação dessas palavras são distintos.
Gabarito: errado.
3.3 Classes de Palavras
A maioria absoluta das cadeias não recuperam ninguém: negam a quase todos a possibilidade de reabilitação
pelo estudo ou pelo trabalho.
Jornal do Brasil, 15/12/2010 (com adaptações).
Nas suas ocorrências em “a quase” e em “a possibilidade”, o “a” pertence à mesma classe gramatical de
palavras.
Comentário:
Na passagem “negam a quase todos”, o “a” é uma preposição, antecedendo o pronome indefinido "quase".
Já na segunda ocorrência, o “a” é um artigo definido feminino, antecedendo o substantivo "possibilidade".
Perceba que, quem nega, nega algo (a possibilidade) a alguém (a quase todos). Temos a estrutura de
objeto direto (não antecedido por preposição) e objeto indireto (antecedido por preposição).
Assim, nas duas passagens, o “a” não pertence à mesma classe gramatical de palavras.
Gabarito: errado.
25. O tenente Antônio de Souza era um desses moços que se gabam de não crer em nada, que zombam das
coisas mais sérias e que riem dos santos e dos milagres. Costumava dizer que isso de almas do outro mundo
era uma grande mentira, que só os tolos temem a lobisomem e feiticeiras. Jurava ser capaz de dormir uma
noite inteira dentro do cemitério.
Inglês de Sousa. A feiticeira. São Paulo:Ed. Difusão Cultural do

Livro, 2008, p. 7-8 (com adaptações).


Carlos Roberto
Simulado 01
A palavra “só” foi empregada no sentido de sozinhos.
Comentário:
No contexto, “só” é advérbio, assumindo o sentido de “apenas”, “somente”. No entanto, a banca explorou
outro sentido da palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, hipótese em que exercerá o papel de adjetivo.
Assim, “só”, nesse caso, não equivale a sozinho (adjetivo).
Gabarito: errado.
26. Os direitos dos cidadãos, na verdade, talvez representem a área mais notável das semelhanças entre a
democracia brasileira e os reis africanos que aparecem nas fotos-símbolo do colonialismo. Nunca houve
tantos direitos escritos nas leis; nunca o poder público foi tão incompetente para mantê-los. Não consegue,
para desgraça geral, garantir nem o mais importante de todos eles – o direito à vida. Com 60.000 assassinatos
por ano, o Brasil é hoje um dos países onde a vida humana tem o menor valor.
Há uma recusa sistemática em combater o crime por parte de nove entre dez políticos com algum peso; o maior
pavor deles é ser considerados, por causa disso, como gente da “direita”. Acham melhor, como as classes
intelectuais, os comunicadores e os bispos, falar mal da polícia. Pode passar pela cabeça de alguém que exista
democracia num país que tem 60.000 homicídios por ano?
(Revista Veja, ed. 2542.)
Sobre recursos linguísticos atinentes às flexões de número e gênero dos nomes, em termos da escrita culta,
assinale a afirmativa INCORRETA.
a) As palavras notável e importante são exemplos de adjetivos que se flexionam em número, mas não em
gênero.
b) O termo cidadãos exemplifica o grupo de substantivos que admite mais de um plural: cidadãos e
cidadães.
c) No substantivo composto fotos-símbolo, somente o primeiro elemento se pluraliza porque o segundo

indica finalidade.
d) No trecho as classes intelectuais, o adjetivo caracteriza um substantivo feminino plural; se

caracterizasse um substantivo masculino plural, não se flexionaria diferentemente.
Comentário:
Vamos à análise de cada uma das alternativas.
a) “Notável” e “importante” são dois exemplos de adjetivos que não se flexionam em gênero, também
chamados de uniformes. Item certo.


Carlos Roberto
Simulado 01
b) É o nosso gabarito. “Cidadão” tem como plural, apenas, “cidadãos”, não admitindo, portanto, outra
construção. Item errado.
c) No que se refere ao plural dos substantivos compostos, um dos casos em que se pluraliza apenas o
primeiro elemento ocorre quando o segundo elemento limita o primeiro, numa relação de tipo, finalidade
(exemplos: bananas-prata; salários-família; cidades-satélite; alunos-modelo). Em “fotos-símbolo”,
verifica-se essa relação de tipo/finalidade, motivo pelo qual apenas o primeiro termo se flexionará. Item
certo.
d) Correto também. Observe que se tivéssemos, por exemplo, “os níveis intelectuais” (“níveis”, substantivo
masculino plural), isso não acarretaria nenhuma alteração no adjetivo “intelectuais”. Item certo.
Gabarito: letra B.
27. Está demonstrado, portanto, que o revisor errou, que se não errou confundiu, que se não confundiu
imaginou, mas venha atirar-lhe a primeira pedra aquele que não tenha errado, confundido ou imaginado
nunca. Errar, disse-o quem sabia, é próprio do homem, o que significa, se não é erro tomar as palavras à letra,
que não seria verdadeiro homem aquele que não errasse. Porém, esta suprema máxima não pode ser utilizada
como desculpa universal que a todos nos absolveria de juízos coxos e opiniões mancas. Quem não sabe deve
perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar deveria tê-la sempre presente o revisor, tanto
mais que nem sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está trabalhando, pois não faltam
aqui os livros que o elucidariam se tivesse tido a sageza e prudência de não acreditar cegamente naquilo que
supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores, não da ignorância. Nestas ajoujadas estantes, milhares e
milhares de páginas esperam a cintilação duma curiosidade inicial ou a firme luz que é sempre a dúvida que
busca o seu próprio esclarecimento. Lancemos, enfim, a crédito do revisor ter reunido, ao longo duma vida,
tantas e tão diversas fontes de informação, embora um simples olhar nos revele que estão faltando no seu
tombo as tecnologias da informática, mas o dinheiro, desgraçadamente, não chega a tudo, e este ofício, é
altura de dizê-lo, inclui-se entre os mais mal pagos do orbe. Um dia, mas Alá é maior, qualquer corrector de
livros terá ao seu dispor um terminal de computador que o manterá ligado, noite e dia, umbilicalmente, ao
banco central de dados, não tendo ele, e nós, mais que desejar que entre esses dados do saber total não se
tenha insinuado, como o diabo no convento, o erro tentador. [...].

p. 25-6.
Com relação à variação linguística bem como aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto acima,
julgue o item.
Em “não tendo ele, e nós, mais que desejar”, a palavra “mais” classifica-se como advérbio, sendo
sinônimo de já, de forma que, sem prejuízo do sentido do texto, tal trecho poderia ser reescrito da seguinte
forma: já não tendo ele, e nós, que desejar.


Carlos Roberto
Simulado 01
Comentário:
Embora os dois sejam advérbio, indicam ideias diferentes. O “mais que” indica que a partir do momento
em que o corretor de livros tiver ao seu dispor um terminal de computador que o mantenha ligado ao banco
central de dados, ele desejará que não haja um erro nesse banco de dados.
O “já” transmite uma ideia diferente, como se houvesse uma mudança de posicionamento por parte do
corretor. Como se antes ele desejasse e, agora, já não deseje mais.
Embora sutil, há mudança no sentido pela substituição dos advérbios.
Gabarito: errado.
Com base no texto abaixo, julgue (C ou E) as perguntas 28 e 29.
Conforme salientam Gilmar Ferreiras Mendes e Paulo Gustavo Gonet a liberdade de expressão constitui "um
dos mais relevantes e preciosos direitos fundamentais, correspondendo a uma das mais antigas reivindicações
dos homens de todos os tempos"?
(Adaptado de Jusbrasil, 28/11/2016)
Em “correspondendo a uma das mais antigas”, a palavra “a” exerce a mesma função morfológica que essa
mesma palavra em:
28. O modelo atual de sociedade digital os bens já não representam a extrema medida da riqueza.
Comentário:
Em “correspondendo a uma das mais antigas”, o “a” exerce o papel de preposição, introduzindo o objeto
indireto.
Já em “não representam a extrema medida”, “extrema medida” é objeto direto, complementando o

sentido do verbo “representar”. Assim, o termo "a" antes de "extrema" é um artigo definido que determina
o substantivo "medida", e não uma preposição.
Gabarito: errado.
29. [...] e, em seguida, garante ser "assegurado a todos o acesso à informação".
Comentário:


Carlos Roberto
Simulado 01
Em "assegurado a todos o acesso à informação", o termo “a todos o acesso à informação” é objeto indireto
do verbo garantir (transitivo direto e indireto: quem garante, garante algo a alguém). Assim, nesse caso,
temos que o “a” exerce o papel de preposição, introduzindo o objeto indireto.
Então, temos, nos dois casos, a vogal “a” como preposição.
Gabarito: certo.
O termo “até”, em destaque nas frases: “... instituições como previdência e até democracia representativa
podem entrar em colapso.” / “Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico.” expressa
circunstância de inclusão e de tempo, respectivamente.
Comentário:
Em “e até democracia representativa”, o “até” expressa circunstância de inclusão, por meio da qual se
indica que a democracia representativa está entre as instituições que podem entrar em colapso.
Já em “Até o começo do século 19”, o “até” denota circunstância de tempo, demarcando o período em que
os filhos eram representados um ativo econômico.
Logo, a palavra “até”, nos casos apresentados, expressa circunstância de inclusão e de tempo,
respectivamente.
Gabarito: certo.
Com base no texto abaixo, julgue (C ou E) as perguntas 31, 32 e 33.
Não são muitas as experiências exitosas de políticas públicas de redução de homicídios no Brasil nos últimos
vinte anos, e poucas são aquelas que tiveram continuidade. O Pacto pela Vida, política de segurança pública
implantada no estado de Pernambuco em 2007, é identificado como uma política pública exitosa.
O Pacto Pela Vida é um programa do governo do estado de Pernambuco que visa à redução da criminalidade
e ao controle da violência. A decisão ou vontade política de eleger a segurança pública como prioridade é o
primeiro marco que se deve destacar quando se pensa em recuperar a memória dessa política, sobretudo
quando se considera o fato de que o tema da segurança pública, no Brasil, tem sido historicamente
negligenciado. Muitas autoridades públicas não só evitam associar-se ao assunto como também o tratam de
modo simplista, como uma questão que diz respeito apenas à polícia.
O Pacto pela Vida, entendido como um grande concerto de ações com o objetivo de reduzir a violência e, em
especial, os crimes contra a vida, foi apresentado à sociedade no início do mês de maio de 2007. Em seu bojo,
foram estabelecidos os principais valores que orientaram a construção da política de segurança, a prioridade


Carlos Roberto
Simulado 01
do combate aos crimes violentos letais intencionais e a meta de reduzir em 12% ao ano, em Pernambuco, a
taxa desses crimes.
Desse modo, definiu-se, no estado, um novo paradigma de segurança pública, que se baseou na consolidação
dos valores descritos acima (que estavam em disputa tanto do ponto de vista institucional quanto da
sociedade), no estabelecimento de prioridades básicas (como o foco na redução dos crimes contra a vida) e no
intenso debate com a sociedade civil. A implementação do Pacto Pela Vida foi responsável pela diminuição de
quase 40% dos homicídios no estado entre janeiro de 2007 e junho de 2013.
José Luiz Ratton et al. O Pacto Pela Vida e a redução de homicídios

em Pernambuco. Rio de Janeiro: Instituto Igarapé, 2014. Internet:
<https://igarape.org.br> (com adaptações).
31. Em “o tema da segurança pública, no Brasil, tem sido historicamente negligenciado”,

“historicamente” classifica-se, do ponto de vista morfossintático, como advérbio.
Comentário:
O advérbio é uma classe de palavra invariável cuja função é modificar um verbo, um adjetivo ou um
outro advérbio; nunca um substantivo.
O termo “historicamente” significa “de forma histórica” e modifica o sentido da locução verbal “tem sido
negligenciado”, desempenhando, portanto, a função de advérbio.
Gabarito: certo.
32. Em “Muitas autoridades públicas não só evitam associar-se ao assunto como também o tratam de
modo simplista [...]”, “modo” classifica-se, do ponto de vista morfossintático, como substantivo.
Comentário:
Substantivos são palavras que designam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam: lugares, sentimentos, estados: alegria, tristeza, qualidades e ações.
O termo “modo” é, de fato, substantivo. Pode ser substituído por outros nomes (“forma”, “jeito”) sem
nenhuma alteração sintática e semântica.
Gabarito: certo.
33. Em “[...] e no intenso debate com a sociedade civil”, “intenso” classifica-se, do ponto de vista
morfossintático, como substantivo.


Carlos Roberto
Simulado 01
Comentário:
Adjetivos são palavras que expressam as qualidades ou características dos seres. Referem-se a um
substantivo indicando-lhe um atributo.
Na frase destacada, o termo “intenso” é adjetivo. Modifica o sentido do substantivo “debate” (“debate
intenso)”.
Gabarito: errado.
34. Assinale a alternativa que traz, respectivamente, um substantivo cujo plural se faz a exemplo de “bem-
estar” (termo presente no 1º primeiro parágrafo); e outro substantivo, destacado em expressão do texto,
com sentido de coletivo.
a) Alto-falante / “Quase metade da população mundial não tem acesso...”
b) Saca-rolha / “... a base da assistência universal.”
c) Bomba-relógio / “... o progresso em saúde tem sido desigual...”
d) Louva-a-deus / “... em detrimento da prevenção de doenças...”
e) Arco-íris / “... e participação das pessoas e da comunidade...”
Comentário:
O substantivo composto “bem-estar” é formado pela união do advérbio "bem" com o termo "estar".
Importante notar que “estar”, no caso, é uma palavra substantivada, formada por derivação imprópria.
Assim, por termos uma estrutural formada por um advérbio (palavra invariável) mais um substantivo
(palavra variável), o plural de “bem-estar” é “bem-estares”.
Posto isso, analisemos cada alternativa.
a) Em “Alto-falante”, “alto” é adverbio, “falante” é adjetivo. Assim, o seu plural é “alto-falantes”. Além
disso, a palavra “população”, de fato, dá a ideia de coletividade: conjunto de pessoas que habitam
determinado local. Item certo.
b) A palavra “saca-rolha” é composta pela união do verbo "sacar" com o substantivo "rolha". Assim, por
ter-se termo invariável (verbo) mais termo variável (substantivo), o plural do substantivo será “saca-
rolhas”. Além disso, “assistência” não tem sentido de coletivo. Item errado.


Carlos Roberto
Simulado 01
c) Em “bomba-relógio”, tanto “bomba” quanto “relógio” são substantivos, contudo, como o segundo
especifica o primeiro, a regra é que somente o primeiro substantivo seja flexionado. Daí, temos que o plural
será “bombas-relógio”. Além disso, “progresso” não tem sentido de coletivo. Item errado.
d) “Louva-a-deus” é palavra substantivada. Nesse caso, o substantivo no plural e no singular terão a

mesma forma. Assim, o plural será “os louva-a-deus”. Além disso, “prevenção” não tem conotação de
coletivo. Item errado.
e) “Arco-íris” também é palavra substantivada, por isso o seu plural é “os arco-íris”. A palavra
“comunidade” tem conotação de coletivo, mas como o plural do substantivo composto (“arco-íris”) não
acompanha a mesma regra de “bem-estar”, o item está errado.
Gabarito: letra A.
Os advérbios destacados nas frases: “Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado. Não era de
espantar: estava inteiramente fora de forma.”, expressam circunstâncias de modo e intensidade,
respectivamente.
Comentário:
O advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio.
Indicam circunstâncias (tempo, modo, lugar, dúvida, causa etc.) em que ocorrem as ações verbais.
No período “Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado.”, a palavra em realce é adverbio
de modo, modificando o sentido do adjetivo castigado. Semanticamente, exprime ideia de como Raul fora
castigado.
Já no período “Não era de espantar: estava inteiramente fora de forma.”, a palavra em realce é advérbio
de intensidade. Equivale a “completamente”, “totalmente”, “absolutamente”, outros advérbios de
intensidade. Semanticamente, denota a intensidade com que Raul estava fora de forma.
Gabarito: certo.
Em “O pior mal é aquele ao qual nos acostumamos.”, a palavra “mal” exerce a mesma função morfológica
que em “Quem mal trabalha, não merece bom pagamento.”
Comentário:
Em “O pior mal é aquele ao qual nos acostumamos”, o vocábulo “mal” exerce função morfológica de
substantivo, cujo sentido é modificado pelo adjetivo “pior”.


Carlos Roberto
Simulado 01
Já em “Quem mal trabalha, não merece bom pagamento”, o vocábulo “mal” modifica o verbo “trabalha”,
exercendo a função de advérbio.
Logo, nos períodos destacados, a palavra “mal” não exerce a mesma função morfológica.
Gabarito: errado.
No que se refere aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item que se segue.
Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras,
dentro deles, são outra poeira cósmica flutuando, à espera do olhar que as irá fixar num sentido ou nelas
procurará o sentido novo, porque assim como vão variando as explicações do universo, também a sentença que
antes parecera imutável para todo o sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade duma
contradição latente, a evidência do seu erro próprio. Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais
do que uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os costumados dicionários da língua e
vocabulários, os Morais e Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o Manual do Perfeito Revisor,
vademeco de ofício [...].
José Saramago. História do cerco de Lisboa. São

Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 25-6.
37. O emprego de “neste” decorre da presença do vocábulo “Aqui”, de modo que sua substituição por
“nesse” resultaria em incorreção gramatical.
Comentário:
Numa perspectiva exofórica ou dêitica, ou seja, aplicada a elementos fora do texto, os pronomes
demonstrativos podem indicar a proximidade ou o distanciamento do falante. Assim:
- Este: refere-se a um ser que está próximo do falante. Exemplo: Este livro aqui é meu.
- Esse: refere-se a um ser que está próximo do ouvinte, mais distante do falante. Exemplo: Esse livro aí é de
fulano?
- Aquilo: refere-se a um ser que está distante do falante e do ouvinte. Exemplo: Aquele livro lá é de fulano.
Assim, como o autor utiliza o adverbio “aqui” para indicar sua proximidade em relação ao escritório, o
pronome a ser usado é, realmente, o “neste”.
Gabarito: certo.
Todo escritor convive com um terror permanente: o do erro de revisão. O revisor é a pessoa mais importante na
vida de quem escreve. Ele tem o poder de vida ou de morte profissional sobre o autor. A inclusão ou a omissão
de uma letra ou de uma vírgula no que sai impresso pode decidir se o autor vai ser entendido ou não, admirado
ou ridicularizado, consagrado ou processado. Todo texto tem, na verdade, dois autores: quem o escreveu e quem


Carlos Roberto
Simulado 01
o revisou. Toda vez que manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos do revisor, esperando
que seu parceiro não falhe.
Pode-se imaginar o que uma conspiração organizada, internacional, de revisores significaria para a nossa
civilização. Os revisores só não dominam o mundo porque ainda não se deram conta do poder que têm. Eles
desestabilizariam qualquer regime com acentos indevidos e pontuações maliciosas, além de decretos oficiais
ininteligíveis. Grandes jornais seriam levados à falência por difamações involuntárias, exércitos inteiros seriam
imobilizados por manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de estudantes seriam
desencaminhadas por cartilhas ambíguas e fórmulas de química incompletas. E os efeitos de uma revisão
subversiva na instrução médica são terríveis demais para contemplar.
Luis Fernando Veríssimo. Cuidado com os revisores. In: VIP

Exame, mar./1995, p. 36-7 (com adaptações).
Em relação às estruturas linguísticas e às ideias do texto acima e aos múltiplos aspectos a ele relacionados,
julgue o item seguinte.
38. A palavra “o” recebe a mesma classificação nos trechos “o do erro de revisão” e em “Pode-se
imaginar o que”.
Comentário:
No primeiro caso, “o” faz referência ao termo anterior: “terror permanente”. Trata-se de pronome
demonstrativo com função anafórica, retomando termo anteriormente mencionado.
Aprofundando um pouco, segundo Cegalla, o pronome demonstrativo “o” pode representar um termo da
oração ou a frase toda, como em: A prova foi difícil, ele mesmo o sabia (o= que a prova foi difícil).
No segundo caso, também temos um pronome demonstrativo, facilmente identificado pela substituição por
outro pronome demonstrativo, por exemplo, “aquilo”. Assim, a frase ficaria: “Pode-se imaginar aquilo
que uma conspiração organizada...”
Como nos dois casos o “o” faz o papel de pronome demonstrativo, então o item está correto.
Gabarito: certo.
Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra
do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos — e às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses distintos
e conflitantes. (...)


Carlos Roberto
Simulado 01
39. Na primeira linha, mantendo-se a correção gramatical do texto, pode-se empregar “em que” ou
“onde” em lugar de “no qual”.
Comentário:
É perfeitamente possível a substituição de “no qual” por “em que”. Note que “no” é justamente a contração
da preposição “em” mais o artigo “o”. Assim, “no qual” equivale à contração da preposição “em” com o
pronome relativo “o qual”.
Além disso, como o pronome relativo retoma “país”, transmite a ideia de lugar, o que torna possível a
substituição de “no qual” por “onde”.
Gabarito: certo.
Texto
Todos nós, homens e mulheres, adultos e jovens, passamos boa parte da vida tendo de optar entre o certo e o
errado, entre o bem e o mal. Na realidade, entre o que consideramos bem e o que consideramos mal. Apesar
da longa permanência da questão, o que se considera certo e o que se considera errado muda ao longo da história
e ao redor do globo terrestre. [...]
Marisa Lajolo. Entre o bem e o mal. In: Histórias sobre a

ética. 5.ª ed. São Paulo: Ática, 2008 (com adaptações).
A partir das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item que se segue.
40. No trecho “o que consideramos bem”, o vocábulo “que” classifica-se como pronome e exerce a
função de complemento da forma verbal “consideramos”.
Comentário:
O “o” exerce o papel de pronome demonstrativo, substituível por “aquilo”. O “que” é um pronome relativo
e retoma o “o”.
Reescrevendo o trecho: “consideramos bem aquilo”. O sujeito é oculto (nós) + consideramos (verbo
transitivo direto) + bem (adjunto adverbial de modo) + aquilo (complemento verbal de consideramos).
Gabarito: certo.


Carlos Roberto
Simulado 01
4 – GABARITO
1 C 21 C
2 E 22 E
3 E 23 E
4 E 24 E
5 E 25 E
6 E 26 B
7 C 27 E
8 C 28 E
9 C 29 C
10 C 30 C
11 C 31 C
12 E 32 C
13 E 33 E
14 C 34 A
15 E 35 C
16 E 36 E
17 E 37 C
18 E 38 C
19 E 39 C
20 E 40 C


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Simulado 01

PRF (Agente Administrativo) Passo

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2.1 Ortografia, acentuação e crase ........................................................................................................ 2

2.2 Estrutura e formação das palavras .................................................................................................... 7

2.3 Classes de palavras .......................................................................................................................... 8

3 - Questões Comentadas ........................................................................................................................ 13

3.1 Ortografia, acentuação e crase ....................................................................................................... 13

3.2 Estrutura e formação das palavras ................................................................................................. 24

3.3 Classes de Palavras ......................................................................................................................... 25

PRF (Agente Administrativo) Passo Estratégico de Português - 2023 (Pré-Edital) 1

06368306670 - SAMYA LETICIA LETRO SEREJO SANTOS

poderemos também utilizar questões de certames de outras carreiras.

No mais, espero que vocês tenham um excelente treino. Grande abraço!

2.1 Ortografia, acentuação e crase

As notas frias de Caxias

Istoé, 27/10/1999 (com adaptações).

Julgue o item a seguir com relação ao texto.

No texto acima, há erro gráfico nos vocábulos "antessessor" e “adimitiu”.

PRF (Agente Administrativo) Passo Estratégico de Português - 2023 (Pré-Edital) 2

06368306670 - SAMYA LETICIA LETRO SEREJO SANTOS

Idem, ibidem (com adaptações).

Julgue o seguinte item, relativo ao texto acima.

Marco A. C. Cepik. Serviços de inteligência: agilidade e transparência

Julgue o próximo item, referente às estruturas do texto e ao vocabulário nele empregado.

PRF (Agente Administrativo) Passo Estratégico de Português - 2023 (Pré-Edital) 3

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Veja Especial Amazônia, p. 22-4 (com adaptações)

Samia Moda Cirino. Sustentabilidade no meio ambiente de

A substituição de “no qual” por aonde prejudicaria a correção gramatical do texto.

PRF (Agente Administrativo) Passo Estratégico de Português - 2023 (Pré-Edital) 4

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Julgue o item subsecutivo, com relação a aspectos linguísticos do texto.

Frei Beto. Valores que constroem a cidade. In: Correio Braziliense,

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Grandes momentos do parlamento brasileiro. Brasília:

Senado Federal, Presidência, 1998, vol. I, p. 311-2.

A respeito dos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item.

Internet: <portal.trf1.jus.br> (com adaptações).

PRF (Agente Administrativo) Passo Estratégico de Português - 2023 (Pré-Edital) 6

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Machado de Assis. Obra completa. Vol. II, Rio de

2.2 Estrutura e formação das palavras

Julgue (C ou E) as perguntas 21, 22 e 23.

PRF (Agente Administrativo) Passo Estratégico de Português - 2023 (Pré-Edital) 7

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2.3 Classes de palavras

Jornal do Brasil, 15/12/2010 (com adaptações).

Inglês de Sousa. A feiticeira. São Paulo:Ed. Difusão Cultural do

A palavra “só” foi empregada no sentido de sozinhos.

(Revista Veja, ed. 2542.)

PRF (Agente Administrativo) Passo Estratégico de Português - 2023 (Pré-Edital) 8

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c) No substantivo composto fotos-símbolo, somente o primeiro elemento se pluraliza porque o segundo

d) No trecho as classes intelectuais, o adjetivo caracteriza um substantivo feminino plural; se

José Saramago. História do cerco de

(Adaptado de Jusbrasil, 28/11/2016)

PRF (Agente Administrativo) Passo Estratégico de Português - 2023 (Pré-Edital) 9

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29. [...] e, em seguida, garante ser "assegurado a todos o acesso à informação".

José Luiz Ratton et al. O Pacto Pela Vida e a redução de homicídios

31. Em “o tema da segurança pública, no Brasil, tem sido historicamente negligenciado”,