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GASEIFICAÇÃO DE BIOMASSA
Dimensionamento de Um Gaseificador Concorrente
Belo Horizonte
2013.2
Augusto Drumond de Menezes
Pedro Victor Cruz e Zica
Raphael Alvaro Melo de Aquino
Vitor Paolucci Xavier
____________________________________
Handerson Correa Gomes
Professor Orientador
____________________________________
____________________________________
Ao meu pai José, à minha mãe Solange, ao meu irmão, às minhas tias, ao meus
tios, avós, pessoas de exemplo, nas quais me inspiro e busco me espelhar.
Aos meus amigos que moram comigo, aos amigos da faculdade e aos de
Tiradentes. Aos membros do grupo, juntos concretizamos este trabalho com muito
esforço e dedicação.
Ao meu pai Lúcio e à minha mãe Luia, pelo apoio e motivação incondicionais. À
minha irmã Stela e ao meu irmão Fábio, pelo suporte e compreensão. Essas são
pessoas de maior importância na minha vida.
Agradeço aos meus pais Joubert e Aparecida, que de forma especial e carinhosa me
deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades, preocupando-se
até com os problemas pessoais pelos quais passei durante esse período de
construção do TCC. Obrigado por contribuir com tantos ensinamentos, tanto
conhecimento, tantas palavras de força e ajuda. Espero um dia chegar ao seu nível.
This research aimed to dimension and build a Downdraft gasifier, designed to gasify
up to 60Kg of biomass per hour. In order to achieve that, instruments of mechanics
have been aplied to measure both the thickness of the pressure vessel and that of
the welding. The research is also concerned about the calorific value and the
chemical composition detection of the gases generated on the gasification. To collect
data concerning the chemical composition of the gases, a gas meter was used to
detect not just the volumetric percentage of the gasification products but also the
lower calorific value of the gases, in Kcal/Nm³. For a better understanding of the
chemical structure of the gases, the mass balance method has been used to
calculate each chemical element concentration. Due to the hypothesis of a scarcity of
fossil fuels, the use of renewable energy sources has been increasing in the present
days. In this context, the biomass appears as one of the main renewable energy
sources. The prime aim of the gasification process of the biomass is the conversion
of the biomass both into fuel and other chemical products from its partial oxidation at
high temperatures, resulting gas mixtures rich in CO, H2 and CH4. It was noticed,
during the research, that the entering air pressure must be higher than that of the
prototype to ensure more CH4 molecules generation and, therefore, to increase the
calorific value of the biomass gas.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
2. TEMA.................................................................................................................. 13
3. PROBLEMATIZAÇÃO ....................................................................................... 13
4. OBJETIVOS ....................................................................................................... 13
4.1. OBJETIVO GERAL............................................................................................ 13
4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 13
5. ANÁLISE DA SITUAÇÃO .................................................................................. 14
6. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 15
7. REVISÃO TEÓRICA........................................................................................... 16
7.1. BIOMASSA ...................................................................................................... 16
7.2. DENDROENERGIA............................................................................................ 18
7.3. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS RECURSOS DENDROENERGÉTICOS ......................... 19
7.4. UMIDADE........................................................................................................ 21
7.5. PODER CALORÍFICO DO COMBUSTÍVEL .............................................................. 21
7.6. CONVERSÕES DENDROENERGÉTICAS ............................................................... 24
7.7. GASEIFICAÇÃO DA BIOMASSA........................................................................... 26
7.8. TIPOS DE GASEIFICADORES ............................................................................. 29
7.9. BALANÇO DE MASSA DOS GASEIFICADORES ...................................................... 33
7.10. FATOR DE AR ................................................................................................. 38
7.11. VASOS DE PRESSÃO DE PAREDES FINAS............................................................ 39
7.12. DIMENSIONAMENTO DE SOLDA ......................................................................... 41
8. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 41
8.1. EQUIPAMENTO ................................................................................................ 42
8.2. CONDICIONAMENTO DA BIOMASSA.................................................................... 47
8.3. BALANÇO DE MASSA ....................................................................................... 47
8.4. ANÁLISE DO PODER CALORÍFICO ...................................................................... 51
8.5. EXPERIMENTAÇÃO DO GASEIFICADOR .............................................................. 51
8.6. ANALISADOR DOS GASES ................................................................................. 51
8.7. PREPARAÇÃO DO EXPERIMENTO....................................................................... 52
9. ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS ........................................................... 54
9.1. ANÁLISE ESTRUTURAL DO GASEIFICADOR ............................................................ 54
9.2. ANÁLISE DO BALANÇO DE MASSA E ENERGIA ....................................................... 55
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 57
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 59
12
1. INTRODUÇÃO
principal vantagem que esse tipo de combustível apresenta, ou seja, ser fonte
renovável de energia.
2. TEMA
3. PROBLEMATIZAÇÃO
4. OBJETIVOS
5. ANÁLISE DA SITUAÇÃO
6. JUSTIFICATIVA
A biomassa vem tornando-se uma das mais importantes fontes de energia devido ao
seu potencial energético de baixo custo, além de ser renovável. Os profissionais que
atuam na área de pesquisa, comercialização e serviços referentes à biomassa são
cada vez mais valorizados, porque, a partir de seus conhecimentos técnicos,
possibilitam a redução de custos energéticos para as empresas e,
consequentemente, maiores ganhos financeiros. Um bom exemplo são as
conversões de matrizes energéticas em caldeiras. Uma caldeira que originalmente
utilizava Gás Natural de Petróleo quando sua matriz energética é substituída pela
queima de cavacos de madeira (biomassa) geralmente os custos de produção são
reduzidos de 40% a 60%.
Para este trabalho, o termo biomassa será usado com referência aos
biocombustíveis. Os biocombustíveis são, geralmente, resíduos de biomassa
utilizados em processos industriais. A utilização de resíduos de biomassa para
geração de energia térmica se justifica por terem baixo custo financeiro, serem
menos poluentes que os combustíveis fósseis e pela eventual redução das áreas de
acúmulo de resíduos. Tudo isso justifica a relevância socioambiental deste estudo.
7. REVISÃO TEÓRICA
7.1. Biomassa
A biomassa, em geral, pode ser utilizada para vários fins como, adubos orgânicos,
alimentação para seres vivos, fabricação de estruturas de madeira além de outras
aplicações. Além disso, a biomassa possui características químicas importantes que
determinam um combustível, principalmente por ser formada por uma cadeia de
carbono somada a átomos de hidrogênio.
17
Observa-se que toda biomassa é formada por matéria orgânica, ou seja, é composta
por carbono e hidrogênio. Portanto, pode ser convertida em energia química ou
térmica através de processos químicos ou a partir de reações térmicas oxidantes que
aceleram a sua deterioração.
Segundo Branco (1995), a acusação que pesa contra os combustíveis fósseis (não
renováveis) não é a geração de gás carbônico, pois os combustíveis renováveis
como álcool ou a biomassa também são responsáveis pela emissão de gases
poluentes. A diferença essencial está na sustentabilidade, enquanto a biomassa, o
álcool e o biodiesel são fontes energéticas renováveis, os produtos oriundos de
fontes energéticas fósseis, como os derivados de petróleo, são considerados não
renováveis e portanto esgotáveis.
Vale ressaltar que os combustíveis renováveis não são apenas os extraídos das
sobras da indústria da madeira ou da lenha, mas há muitos outros resíduos que
também são considerados energéticos. Alguns exemplos de agrocombustíveis são
as cascas de algodão utilizadas nas fornalhas para secagem do próprio algodão, a
casca de café, que é utilizada como combustível nos fornos de cal e, evidentemente,
o bagaço de cana residual, que é utilizado nas caldeiras das empresas
sucroalcooleiras para geração de vapor e energia elétrica.
7.2. Dendroenergia
Segundo Corder (1973); Brito & Barrichelo (1979); Brito (1994); Quirino et al. (2005),
citados por Santana (2009), a composição química elementar da madeira de
eucalipto é de 50% de carbono, 44% de oxigênio, 6% de hidrogênio e 0,4% de
nitrogênio. Também há enxofre, porém em nível muito baixo, podendo ser
desprezível e, com isso, há uma redução quanto aos problemas de emissão de
gases e problemas de poluição com compostos sulfurosos, quando comparado aos
combustíveis fósseis.
7.4. Umidade
Borsato, Galão e Moreira (2009) definem por poder calorífico a quantidade de calor
liberado por unidade de massa do material combustível, comumente expresso em
kJ/KG ou kcal/kg. Os combustíveis que possuem hidrogênio resultam em vapor
d’água durante a combustão. O poder calorífico superior, resultado dessas reações,
é o calor produzido pela combustão completa de certa quantidade do combustível e,
com isso, toda a água produzida mais a massa de água presente no combustível
anteriormente são condensadas no estado líquido. Para essa situação, considera-se
a entalpia de vaporização da água. O poder calorífico inferior é definido pelo valor
obtido quando se considera que o vapor d’água não condensa e todo o produto
resultante da combustão do hidrogênio permanece no estado de vapor.
pode ser definido pelo somatório das energias térmicas liberadas nas reações de
oxidação formadas no produto final da combustão.
O poder calorífico inferior pode ser calculado com um erro geralmente inferior a 5%
através da fórmula (MARTINS, 2011):
[𝑂2 ] 𝑘𝐽
𝑃𝐶𝐼 = 32790[𝐶] + 119.970 ([𝐻2 ] − ) + 9.250[𝑆] − 2.512[𝐻2 𝑂] (𝑘𝑔) (3)
8
𝑘𝑔
𝐶 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑜 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝐻2 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 ℎ𝑖𝑑𝑟𝑜𝑔ê𝑛𝑖𝑜 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝑆 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑥𝑜𝑓𝑟𝑒 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝑂2 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑜𝑥𝑖𝑔ê𝑛𝑖𝑜 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝐻2 𝑂 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
Borsato, Galão e Moreira (2009) apontam que o poder calorífico inferior para sólidos,
baseado nas reações de combustão dos componentes puros, pode ser calculado
através da expressão abaixo:
𝑂 𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑃𝐶𝐼 = 7832 𝑥 𝐶 + (𝐻 – 8 ) 𝑥 28650 + 2065 𝑥 𝑆 – 615𝑥 𝑊 ( 𝑘𝑔 ) (4)
Onde:
𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑃𝐶𝐼 = 𝑃𝑜𝑑𝑒𝑟 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝐼𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 [ ]
𝑘𝑔
𝑘𝑔
𝐶 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑜 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝐻 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 ℎ𝑖𝑑𝑟𝑜𝑔ê𝑛𝑖𝑜 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝑆 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑥𝑜𝑓𝑟𝑒 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
24
𝑘𝑔
𝑂 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑜𝑥𝑖𝑔ê𝑛𝑖𝑜 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝑊 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
constante que permite calcular a taxa de reação. Da mesma forma que, com a
elevação da temperatura se dá a dissociação, com o seu abaixamento deveria dar
uma nova reação (oxidação) de formação do CO2 e H2O.
O gás gerado pela gaseificação da biomassa tem poder calorífico menor que outros
combustíveis como, por exemplo, o gás natural e o diesel. O gás da biomassa só se
torna viável pelo fato de que sua unidade de energia gerada tem o custo menor que
todos os outros combustíveis fósseis.
C + ½ O2 ↔ CO (6)
C + O2 ↔ CO2 (7)
Reações heterogêneas
Reações homogêneas
Na última fase, ocorre a oxidação parcial dos produtos da pirólise, parte do seu
produto reage também com o oxigênio, formando dióxido de carbono e hidrogênio
na forma gasosa. A reação está demonstrada na equação 14.
29
A partir dessas reações químicas, Nogueira e Lora (2003) concluíram que se houver
a adição de 30% de vapor de água no ar de gaseificação, a massa de hidrogênio e
de monóxido de carbono aumentam no gás obtido, como mostram as equações 9,
10 e 11. Além disso, segundo a equação 10, o aumento da pressão favorece a
formação de metano, devido à redução do número de moles ao se passar dos
reagentes aos produtos.
Quando se utiliza outros tipos de agente de gaseificação, que não o ar, o poder
calorífico geralmente é maior, mas o custo se torna inviável. Quimicamente seria
perfeita a utilização de oxigênio puro, pois o ar atmosférico é composto por apenas
21% de oxigênio. O uso do oxigênio puro reduz a concentração de nitrogênio no gás
final produzido, o que aumenta a quantidade de energia por volume de gás gerado.
O uso do vapor d’água aumenta a concentração de hidrogênio e oxigênio no volume
de gás gaseificado, esse é representado pela molécula H2O. A inserção de vapor
também reduz a concentração de nitrogênio no gás gerado e, consequentemente,
aumenta o poder calorífico do gás por unidade de volume.
TABELA 2 - Composição média e poder calorífico do gás pobre de madeira obtido em diferentes tipos
de gaseificadores e com agentes de gaseificação
mb + ma = mg + mcen (15)
Ainda Nogueira e Lora (2003) dizem que para essa situação, a entalpia é a medida
da energia térmica por unidade de massa de ar, gás e cinzas:
Onde:
mb - fluxo de biomassa que entra no gaseificador, kg/s
PCIb - poder calorífico da biomassa, kJ/kg
mg - fluxo de gás produzido na gaseificação, kg/s
PCIg - poder calorífico do gás, MJ/Nm³
35
𝑀𝐽
𝑃𝐶𝐼𝑔 = 0,126𝐶𝐶𝑂 + 0,358𝐶𝐶𝐻4 + 0,108𝐶𝐻2 + 0,59𝐶𝐶2 𝐻4 + 0,637𝐶𝐶2 𝐻6 𝑁𝑚3 (17)
Onde:
𝑘𝐽
2𝐶𝑂 + 𝑂2 → 2𝐶𝑂2 + 10110 (18)
𝑘𝑔
𝑘𝐽
𝐶𝐻4 + 2𝑂2 → 𝐶𝑂2 + 2𝐻2 𝑂 + 55500 (19)
𝑘𝑔
*
mO2 =mO2 (C)+ mO2 (H2 )+ mO2 (S) (20)
*
mO2 = massa de oxigênio mínima
mO2 (C) = massa de oxigênio mínima para a oxidação total do carbono
mO2 (H2 ) = massa de oxigênio mínima para oxidação total do hidrogênio
mO2 (S) = massa de oxigênio mínima para a oxidação total do enxofre
∗ 𝑐 ℎ 𝑠 𝑜
𝑚𝑎𝑟 = 138,2 [12 + + − ] (21)
4 32 32
Onde:
𝑘𝑔
𝑐 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑜 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
ℎ = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 ℎ𝑖𝑑𝑟𝑜𝑔ê𝑛𝑖𝑜 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝑠 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑥𝑜𝑓𝑟𝑒 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝑜 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑜𝑥𝑖𝑔ê𝑛𝑖𝑜 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
37
c h s o
V*ar =106,7 [ + + - ] (22)
12 4 32 32
Então,
𝐶 𝑤 𝑠
𝑚𝑔∗ = 44 [12] + 9 [ℎ + 9 ] + 64 [32] + ⋯ + 0,7685𝑚𝑎𝑟
∗
(25)
𝑐 ℎ 𝑤 𝑠
𝑉𝑔∗ = 22,4 [12 + 4 + 18 + 32] + ⋯ + 0,79𝑉𝑎𝑟
∗
(26)
𝑘𝑔
𝑤 = 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
7.10. Fator de Ar
1
𝐻2 + 𝑂2 → 𝐻2 𝑂 (27)
2
2,016 16 18,016
16 x 4,31 kg ar
=34,20[ ] (28)
2,016 kg com
TABELA 3 - Relação ar/combustível para alguns elementos encontrados nos principais combustíveis
Kg de ar/kg
Combustível Transformação Massa molar
combust.
𝑘𝑔𝑎𝑟
= 34,2 𝑥 [𝐻] + 11,48 𝑥 [𝐶] + 4,3 𝑥 [𝑆] − 4,3 𝑥 [𝑂] (29)
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚
Nos processos de combustão total, a massa de ar utilizada deve ser maior que a
calculada teoricamente e também deve ser considerada a conversão total do
carbono em gás. Porém, em alguns casos, nos gaseificadores de biomassa, o ar
alimentado é inferior ao calculado teoricamente. Essa prática justifica-se sempre que
a finalidade da combustão seja produzir gases parcialmente oxidados, como o
monóxido de carbono obtido num gerador de gases. A combustão incompleta do
carvão mineral ou vegetal produz, além de outros gases, o monóxido de carbono
(BORSATO, GALÃO e MOREIRA, 2009).
As tensões normais internas atuantes são geradas por gases ou fluidos líquidos e
geralmente em cilindros confinados.
𝑝.𝑟
𝜎1 = (30)
𝑡
𝑝.𝑟
𝜎2 = (31)
2𝑡
t = espessura da parede
A solda é um tipo de união por coalesência do material, obtida por fusão das partes
adjacentes. As soldas ocorrem através do fornecimento de energia ao material até
que ocorra a fusão, sendo as fontes de energia, origem elétrica, química, óptica ou
mecânica. Normalmente, a fusão do aço ocorre através da absorção do calor
produzido por um arco voltaico. Nos tipos mais comuns, o arco voltaico se dá entre
um eletrodo metálico e o aço a ser soldado, havendo deposição do material do
eletrodo (PFEIL, 2012).
Segundo Shigley (2010), sempre que partes tiverem de ser montadas ou fabricadas,
existe usualmente um bom motivo para uso da união com solda. Quando as seções
a serem unidas são finas, um desses métodos pode levar a uma economia
significativa. A eliminação de fixadores individuais, com seus orifícios e custos de
montagem, é um fator importante. Dessa forma, alguns desses métodos permitem
também rápida montagem em máquina, promovendo a atratividade deles.
F
σ= (32)
hl
8. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
8.1. Equipamento
Dados:
σ1 P. r
= (33)
FS t
Considerando σ1 = σA
2520 3 x 20
=
10 t
t = 0,24cm
t ≈ 3mm
De acordo com Hibbeler (2012), a tensão normal circunferencial será duas vezes
maior que a tensão normal axial. Logo de acordo com a equação 31:
σ2 𝑃 . 𝑟
(34)
𝐹𝑆 𝑡
10 x 3 x 20
σ2 = 2 x 2520
t = 0,12cm
As peças de aço do gaseificador foram unidas por solda MIG (Metal Inert Gas) e
utilizou-se o arame com diâmetro de 0,8mm. O cordão de solda, nesse caso, deve
suportar, principalmente, as tensões de compressão, comum em vasos de pressão.
Foi considerado para a garganta do filete a mesma espessura da chapa utilizada
para fabricação, pois as soldas utilizadas foram de topo. Considerando que o
material da solda é o mesmo das partes a serem ligadas e que possui a mesma
tensão de cisalhamento, então, os cálculos abaixo apenas irão comparar se a
tensão admissível é suficiente para suportar as forças internas de tração.
Dados:
𝑘𝑔𝑓
Pressão interna: 𝑝 = 3
𝑐𝑚2
Tipo de solda: Solda de Topo
As = l x t (35)
As = 200 x 0,3
As = 60cm2
F
p= (36)
As
F = 30 x 60
F = 180 kgf
45
𝜎𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 𝐹
= (37)
𝐹𝑆 𝑙.𝑒
σinterna 180
=
10 200 x 0,3
𝑘𝑔𝑓
𝜎𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 = 30
𝑐𝑚2
2520 > 30
𝑚𝑏 + 𝑚𝑎𝑟 = 𝑚𝑔 + 𝑚𝑐𝑒𝑛
∗
𝑚𝑎𝑟 = 𝑚𝑎𝑟 × 0,35 (36)
∗ 𝑐 ℎ 𝑠 𝑜
𝑚𝑎𝑟 = 138,2 [ + + − ]
12 4 32 32
𝑘𝑔
𝑐 = 0,5 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
ℎ = 0,06 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝑠=0 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑘𝑔
𝑜 = 0,44 [ ]
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
Logo:
∗ 𝑘𝑔𝑎𝑟
𝑚𝑎𝑟 = 5,93
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
∗
𝑐 ℎ 𝑠 𝑜
𝑉𝑎𝑟 = 106,7 [ + + − ]
12 4 32 32
∗ 𝑁𝑚³𝑎𝑟
𝑉𝑎𝑟 = 4,58 𝑘𝑔
𝑐𝑜𝑚𝑏
49
𝑘𝑔𝑎𝑟
𝑚𝑎𝑟 = 2,075
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑁𝑚³𝑎𝑟
𝑉𝑎𝑟 = 1,603
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏
̇ = 𝑉𝑎𝑟 × 𝑚̇𝑏
𝑉𝑎𝑟
̇ = 1,603 × 60
𝑉𝑎𝑟
𝑁𝑚3
̇ = 96,2
𝑉𝑎𝑟
ℎ
𝑐 𝑤 𝑠
𝑚𝑔∗ = 44 [ ∗
] + 9 [ℎ + ] + 64 [ ] + 0,7685𝑚𝑎𝑟
12 9 32
0,5 0,2 0
𝑚𝑔∗ = 44 [ ] + 9 [0,06 + ] + 64 [ ] + [0,7685 × 5,93]
12 9 32
𝑘𝑔
𝑚𝑔∗ = 7,1305
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑐 ℎ 𝑤 𝑠
𝑉𝑔∗ = 22,4 [ + + ∗
+ ] + 0,79𝑉𝑎𝑟
12 4 18 32
𝑁𝑚3
𝑉𝑔∗ = 5,136
𝑘𝑔𝑐𝑜𝑚𝑏.
𝑚̇𝑐𝑒𝑛 = 0
51
sucção que capta os gases através um tubo de inox AISI 304, com diâmetro interno
de 10mm e comprimento de 800mm, conforme foto abaixo:
A medição dos gases foi iniciada após 10 minutos que o compressor de ar foi ligado.
O gaseificador foi alimentado por duas vezes com 60 kg de madeira, num total de
120kg e funcionou até acabar o gás durante 120 minutos.
Os gases gerados não foram queimados e nem aproveitados, e foram lançados para
atmosfera.
Apesar de considerar a pressão interna dos gases como 03 bar para efeitos de
cálculos da espessura de solda e das paredes do vaso de pressão, observou-se que
a pressão interna dos gases gerados pelo protótipo experimental não foi superior a
01bar.
55
Não foi possível calcular a massa nem o volume dos gases teóricos gerados pelo
gaseificador, pois não encontra-se uma fórmula específica para o cálculo da massa
e do volume dos gases. Os cálculos da massa e do volume dos gases podem ser
calculados a partir de coleta de dados e análise em programas computacionais.
Multiplicando a massa e o volume estequiométrico dos gases por 60kg por hora
obteve-se que a vazão mássica e volumétrica teórica é de, respectivamente,
427,8kg/h e 308,16Nm³/h.
TABELA 4: Poder calorífico volumétrico e a composição química elementar dos gases gerados no
gaseificador experimental
𝑃𝐶𝐼𝑔 = 0,126 𝐶𝐶𝑂 + 0,358 𝐶𝐶𝐻4 + 0,108 𝐶𝐻2 + 0,59 𝐶𝐶2 𝐻4 + 0,637 𝐶𝐶2𝐻6 , 𝑀𝐽/𝑁𝑚³
𝑃𝐶𝐼𝑔 = 2,707𝑀𝐽/𝑁𝑚³
𝑃𝐶𝐼𝑔 = 650,53𝑘𝐽/𝑁𝑚³
Convertendo este valor para a unidade de Joule tem-se que o poder calorífico
inferior é igual a 2,71MJ/Nm³.
Após a análise dos dados, concluiu-se que para gaseificar 60kg/h a pressão interna
dos gases não passa de 1bar, então pode ser fabricado com de espessura de 3mm
de aço ASTM 1020. E a solda deve ter a garganta de 3mm para que resista a
pressão interna do gás.
REFERÊNCIAS