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Mãe Terra

Governo promete
investir R$ 394
milhões contra
desmatamento

Por Maurício Hashizume

16/03/2004 00:00

Créditos da foto: AE

Brasília - Depois de oito meses do trabalho de um grupo

de trabalho interministerial e antes da divulgação dos

dados oficiais de expansão do desmatamento da

Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais


(Inpe), o governo federal apresentou, nesta segunda-feira

(15), um plano de ação para controle e prevenção do

desmatamento da região amazônica.

A iniciativa concentrará R$ 394 milhões e promete unir

uma ampla colaboração governamental em diversos

campos (ambiental, trabalhista, fundiário, tributário e

até rodoviário) por meio de ações de grupos de fiscais e

funcionários do poder estatal espalhados por 19 bases

localizadas em posições estratégicas no chamado "arco

do desmatamento", que compreende uma vasta área que

vai do Maranhão até Rondônia.

As 149 atividades e 31 ações previstas foram divididas em

três grandes tópicos: fiscalização das áreas onde há

desmatamento, ordenamento territorial e fomento para

atividades sustentáveis."Estamos reunindo a preservação

e o desenvolvimento. A tradição com a modernidade",

declarou a ministra Marina Silva (Meio Ambiente), na

cerimônia de lançamento do plano que contou com a

colaboração de 11 ministérios e foi regida pela Casa Civil,

do ministro José Dirceu, que esteve presente e discursou

na cerimônia de lençamento do plano. Outros dez

ministros compareceram ao evento: Luiz Gushiken

(Secretaria de Comunicação), Luiz Dulci (Secretaria-

Geral), Jacques Wagner (Conselho de Desenvolvimento

Econômico e Social), Márcio Thomaz Bastos (Justiça),

Ricardo Berzoini (Trabalho e Emprego), Miguel Rossetto

(Desenvolvimento Agrário), Dilma Roussef (Minas e

Energia), Roberto Rodrigues (Agricultura), Álvaro Riberio


da Costa (Advocacia-Geral da União) e Jorge Armando

Félix (Gabinete de Segurança Institucional).

A maior parte dos recursos (62%) será destinada ao

ordenamento territorial. Segundo a ministra, a idéia é

fazer do processo de zoneamento ecológico-econômico

ao longo da área de influência das obras de pavimentação

da BR-163 (Cuiabá-Santarém), com a participação dos

governos estaduais e interação da sociedade civil, um

novo e exemplar modelo de atuação governamental.

Ainda fizeram parte do pacto de ações emergenciais do

governo a realização de um cadastro rural das

propriedades privadas, assim como a criação de novas

unidades de conservação e a demarcação e homologação

de terras indígenas na área de influência da BR-163 e no

"arco do desmatamento".

A região da BR-163 já passa por transformações,

provocadas principalmente pela expansão da produção

de soja. "Em Moraes de Almeida, que fica no eixo da

Cuiabá-Santarém, apareceram, de repente, 50 serrarias.

E depois da construção do porto graneleiro da companhia

Cargill, em Santarém, o preço da terra triplicou", relatou

o coordenador-geral da fiscalização ambiental do

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente de Recursos

Renováveis (Ibama), Marcelo Marquesini. Dos 120 mil

hectares de plantação de soja na região de Santarém, 70

mil já sofreram autuação do mesmo Ibama.

O engenheiro agronômo Marquesini, que já trabalhou


para a ONG (organização não-governamental)

Greenpeace, ressaltou a importãncia das ações conjuntas.

"Existem muitos e muitos casos de atividade ilegal que

recebem financiamento de entidades públicas como o

Basa [Banco da Amazônia] e a Sudam [Superintendência

de Desenvolvimento da Amazônia]", contou.

Entre os resultados práticos do plano anunciado pelo

governo, o direitor do Ibama destacou a contratação de

30 técnicos especializados, que se somarão aos atuais 50

para ajudar na capacitação de fiscais, que analisarão os

dados do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), do

Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e do próprio

Inpe. Outro avanço citado por ele é a possibilidade da

chamada "multa técnica". Por meio de descrições mais

precisas captadas por satélites, os fiscais das várias áreas

poderão planejar suas ações in loco com mais precisão e

garantias.

"Os fiscais do Ibama estão chegando em localidades que

nunca foram vistoriadas anteriormente, mas tudo vai

depender da velocidade com que o que foi anunciado seja

realmente implantado. Agora, nesse exato momento,

existem muitas áreas sendo desmatadas", pontuou

Marquesini. Os números sobre a evolução do

desmatamento da Amazônia do Inpe, cuja divulgação se

dará no início de abril, devem reforçar esse sentido de

urgência do plano.
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