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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
1
Jurista
2
NANGACOVIE, Emiliana Margareth Morais, Políticas Públicas e Direito Humano à habitação em Angola no pós-guerra, João
Pessoa, 2013
1
Segundo estimativas da ONU houve um aumento da população do mundo nos últimos
duzentos anos de 5% para 50%. Estima-se que em 2030 mais de dois terços da população
mundial irá morar nas cidades. A crescente urbanização e, consequente degradação da
qualidade de vida, principalmente nos grandes centros urbanos, colocou em pauta
diversas questões, entre elas moradias, infra-estruturas, saneamento básico e meio
ambiente.
3
Idem. pág. 4
4
Bessa de João, Direito à habitação e os seus mecanismos de efectivação. Revista Mosaiko, Instituto para a cidadania, N.º 18,
Março/2013
2
Por força da enorme pressão realizada pela “Revolução Imobiliária” em Angola
iniciada em 2002, foi aprovada na Assembleia Nacional a Lei nº 3/04, de 25 de Junho - Lei
do Ordenamento do Território e do Urbanismo, cujo fito seria a correcção das construções
feitas em contravenção às normas técnicas bem como definir as regras de planificação dos
terrenos de modo a permitir a realização de construções com dignidade.
Está aqui uma prova, em sede da sua política legislativa, do Estado promover
mecanismo que garantam a efectivação do direito à habitação condigna, momento que
encontrou corpo constitucional no título II que aborda os deveres e direitos fundamentais,
no seu artigo 26.º nos fala do âmbito dos direitos fundamentais, da CRA:
Artigo 26.º
1. Os direitos fundamentais estabelecidos na presente Constituição não
excluem quaisquer outras constantes das leis e regras aplicáveis de
direito internacional.
2. Os preceitos constitucionais e legais relativos aos direitos
fundamentais devem ser interpretados e integrados de harmonia com a
Declaração Universal dos Direitos do Homem, a Carta Africana dos
Direitos do Homem e dos Povos e os tratados internacionais sobre a
matéria, ratificados pela República de Angola.
3. Na apreciação de litígios pelos tribunais angolanos relativos à
matéria sobre direitos fundamentais, aplicam-se os instrumentos
internacionais referidos no número anterior, ainda que não sejam
invocados pelas partes.5
Vemos aqui claramente que Angola afirma e ratifica todos instrumentos plasmados como a
Declaração Universal dos Direitos do Homem, a Carta Africana dos Direitos do Homem e
dos Povos e os tratados internacionais sobre a matéria.
No mesmo diploma angolano nos termos do artigo 37º o Estado prevê a propriedade
privada, requisição e expropriação:
Artigo 37.º
1. A todos é garantido o direito à propriedade privada e à sua
transmissão, nos termos da Constituição e da lei.
5
CRA
3
2. O Estado respeita e protege a propriedade e demais direitos reais
das pessoas singulares, colectivas e das comunidades locais, só sendo
permitida a requisição civil temporária e a expropriação por utilidade
pública, mediante justa e pronta indemnização, nos termos da
Constituição e da lei.
3. O pagamento da indemnização a que se refere o número anterior é
condição de eficácia da expropriação.
Ao ratificar os tratados internacionais, Angola obriga-se a defender a dignidade dos
seus concidadãos e criar melhores condições de habitabilidade para o desenvolvimento
efectivo dos mesmos. Criar boas condições de acessibilidade aos projectos habitacionais e
dar a mesma oportunidade para todos os cidadãos nacionais.
b) O Código Civil
6
Está em curso o processo de alteração do nosso Código Civil por um período de um ano… pensamos não ser possível tal ocorrer,
porque o Código Civil tem matérias tão ossificadas, que pela sua natureza civilística requerem tamanho estudo e compreensão.
7
A cidade do Kilamba Kiaxi é o espelho desta planificação de centralidades. Considerado como o maior projecto habitacional de
Angola, o Kilamba é uma cidade criada de raiz e com números impressionantes: terá 400 mil habitantes, 80 mil habitações, mais de
700 edifícios, 20 creches, 15 escolas primárias e 50 quilómetros de estradas. A esta juntar-se-ão cerca de 30 outras centralidades.
4
3. O DIREITO A HABITAÇÃO COMO DIREITO FUNDAMENTAL
Aos projectos, já em execução – do Bengo - Dande, de Cabinda e da Lunda Norte – somar-se-ão as centralidades de Luanda – de
Cacuaco, Km 44 e Musseque Kapari – do Lobito, do Lubango, do Namibe, de Malanje e de Menongue. Todas estas novas
centralidades vêm dar resposta a um largo conjunto de problemas.
8
Haki Zetu, Direitos ESC na Prática, O direito a uma habitação condigna, Publicado em colaboração com Hakijamii, Centro de
Direitos Económicos e Sociais Hakijamii, Kenya, Amesterdão, 2011
9
Idem. p. 8 .
10
Fichas informativa nº 21, Direitos Humanos: O direito humano a uma habitação condigna, Nações Unidas, 95-2004, Genebra, p.
8
5
realização deste direito, reconhecendo para este efeito a importância essencial de uma
cooperação internacional livremente consentida”.
Conforme referido na Introdução, viver numa habitação segura, em paz e com
dignidade, não passa de um sonho para muitas pessoas. A realidade para muitas pessoas
que vivem na África rural é habitarem em casas mal construídas, sem acesso adequado à
água ou electricidade.
Possivelmente há mais espaço nas zonas rurais do que nas cidades, mas a fraca
qualidade das casas devido à pobreza, à falta de acesso ao emprego e a materiais de
construção a preço acessível, bem como a transportes e a outros serviços básicos significa,
muitas vezes, que as pessoas não podem viver de forma condigna. De acordo com o
Programa das Nações Unidas para os estabelecimentos humanos (UN HABITAT), há neste
momento cerca de 1 bilião de pessoas em todo o mundo a viver em bairros degradados.
Só em África, mais de 60% das pessoas que vivem em zonas urbanas residem em
bairros degradados, calculando-se que até 2020, haverá mais africanos a viver nas cidades
do que nas zonas rurais.11
Viver em estabelecimentos urbanos informais significa normalmente viver em
barracas sobrelotadas, divididas por passagens mal delineadas e regos cheios de água
nojenta e lixo a apodrecer. A realidade para estas pessoas é a falta de saúde, o saneamento
inadequado, a falta de privacidade e a falta de segurança legal.
Os residentes vivem sob a ameaça constante das expulsões forçadas, de serem
separados dos seus amigos e vizinhos, bem como do acesso a empregos e à escola.
Algumas pessoas tentaram exprimir a sua dignidade humana chamando a estas zonas
«estabelecimentos do povo».12
Segundo Maria de Jesus Tavares, o direito à habitação é um direito humano que está
intrinsecamente ligado a outros direitos fundamentais, é importante para a vivência de
todos os direitos económicos, sociais, culturais, assim como cívicos e políticos, tendo por
isso de ser respeitado e tratado de forma integrada com os outros direitos.
A habitação não se restringe apenas a um abrigo, ou um teto, ela preenche as
necessidades físicas ao proporcionar segurança e abrigo face às condições climatéricas;
necessidades psicológicas ao permitir um sentido de espaço pessoal e privado; as
necessidades sociais na medida em que proporciona uma área e um espaço comum param
a família humana, a unidade base da sociedade.
O direito à habitação é um direito que se estende a todos, toda a sociedade e cada um
de seus membros têm de ter acesso a uma habitação provida de infraestrutura básica e
outras facilidades, ou seja, acesso a uma habitação adequada.
11
Haki Zetu, Direitos ESC na Prática, O direito a uma habitação condigna, Publicado em colaboração com Hakijamii, Centro de
Direitos Económicos e Sociais Hakijamii, Kenya, Amesterdão, 2011, p. p. 12-13
12
Idem. p. 13
6
4. O DIREITO A HABITAÇÃO A LUZ DO ARTIGO 85º DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA DE ANGOLA
Em 2012, foi o ponto mais alto do Estado em reconhecer o défice habitacional. No dia
13 de Abril do mesmo ano, o Governo declarou novamente o programa de construção de
13
Costa, António - Desafios da efectivação do Direito à habitação em angola. Revista Mosaiko, Instituto para a cidadania, Nº 18,
Março/2013
14
Idem. pg. 9
15
Op. cit.
7
um milhão de casas em todo o país16. Estava reconhecido pública e inequivocamente o
défice habitacional em Angola. Deste programa resultaram diplomas como:
a) Decreto Presidencial nº 31/11, de 9 de Fevereiro, constitui a cidade do Kilamba.
b) Decreto Presidencial nº 107/12, de 7 de Junho, define o regime de acesso aos
imóveis do Estado destinados à habitação no Kilamba.
A Lei de Fomento Nacional tem como objectivo definir a política de fomento
habitacional e garantir o direito de habitação a todos os cidadãos angolanos. A definição e
execução da política de fomento habitacional deve, nos termos da referida Lei, nortear-
se por um conjunto de princípios gerais, entre os quais se destacam, a equidade e
proporcionalidade dos custos das habitações e dos benefícios a conceder em cada caso.
Pretende-se assim, diversificar os regimes de acesso ou de aquisição de habitação
através da compra, da renda resolúvel ou do arrendamento, em função das diferentes
capacidades aquisitivas dos compradores.
A Lei do Fomento Habitacional criou também o Fundo de Fomento Habitacional
que se destina a financiar as actividades de promoção, urbanização, construção e gestão do
parque habitacional. O referido fundo tem autonomia financeira e está sob a tutela do
Ministério do Urbanismo e Ambiente e do Ministério das Finanças, no que respeita ao
financiamento.17
Todas estas iniciativas legislativas visam, pelo menos do ponto de vista teórico formal,
garantir habitação bem como definir os mecanismos de acesso. Assim segundo o Relatório
Nacional Sobre Implementação da Agenda Habitat II em Angola, os elementos principais
da política de habitação são:
• Garantir o acesso à habitação em condições adequadas aos cidadãos;
• Melhorar as condições de habitabilidade das cidades e famílias angolanas;
• Deter a actual situação de desenvolvimento e anarquia urbanística;
• Deter a actual situação de degradação do parque habitacional, e reduzir de forma
acelerada o actual défice, até à sua solução;
• Racionalizar e melhorar o papel do Estado, reforçando as suas capacidades de:
regulação, planificação e ordenamento urbanístico;
• Priorizar a habitação social através do fomento do crédito à habitação de baixa
renda;
• Promover e incentivar a participação da sociedade civil, do sector privado, das
empresas e das cooperativas de habitação e de construção, na construção de
bairros e casas para os seus trabalhadores; Criar as condições necessárias que
viabilizem a melhoria do mercado habitacional e a organização da procura da
habitação;
• Criar condições e mecanismos para o enquadramento do sector informal de
habitação;
• Criar condições para o desenvolvimento da habitação no interior do país.
16
Bessa de João, Direito à habitação e os seus mecanismos de efectivação. Revista Mosaiko, Instituto para a cidadania, Nº 18,
Março/2013, p. 19
17
FERREIRA, Irina Neves e OSÓRIO, Catarina Levy- “A política de fomento habitacional em Angola e o mecanismo da renda
resolúvel”- Revista LEGAL & IMOBILIÁRIO | MLGTS LEGAL CIRCLE, Luanda Angola
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Para dar cumprimento a tais objectivos o governo de Angola elaborou então um
grande programa de construção de novas cidade em todo país perfazendo um total de um
milhão de casas. Para fazer face a dificuldade de habitação foram criadas novas cidades em
todo país para fazer face a carência habitacional registada em Angola.
É comum as pessoas dizerem que o Estado deve garantir habitação aos cidadãos. A
constituição de Angola no artigo 85º consagra o “direito à habitação e a qualidade de vida”.
É muito diferente do simples direito à habitação. A Constituição de Angola é muito mais
rigorosa. Não só direito à habitação. Esta habitação deve igualmente permitir a qualidade
de vida.
Viver com qualidade de vida: água, luz, rede de esgotos, estradas, escolas, creches etc.
É este o estilo de habitação que a nossa Constituição defende. Como consequência, toda
política de fomento habitacional deve ser aquela que garanta a dignidade da pessoa
humana. O Estado garante a habitação, por outro lado esta não é a única forma de garantir
a habitação. Como se ouve dizer: “Nem todos estamos obrigados a viver em condomínios
ou em centralidades”. Cada cidadão é livre de escolher o modelo da casa em que pretende
viver: condomínio, em altura ou isoladamente.18
Diante de tal situação o Governo angolano a par do programa de construção de casas
levou a cabo mesmo com muitas limitações no acesso um outro programa que visa a
distribuição de lotes de terra para a construção dirigidas de casas pelos particulares, isto
tem facilitado de que maneira a população na realização do sonho da casa própria.
Um outro aspecto também de grande realce prende-se com a liberalização por parte
do Estado aos investidores privados do sector imobiliário dando incentivos, criando
facilidades de investimentos. Estas acções têm permitido de facto o surgimento de muitos
condomínios privados e de certa forma tem estado a ajudar muitas famílias a viver com
dignidade.
Afirmar que em Angola não há problemas do acesso a habitação, estaríamos a incorrer
em falácias, uma vez que embora o Governo estar a empreender uma série de esforço
ainda estamos muito longe de satisfazer este direito.
Verdade é que existem programas de acesso a habitação, mas os grandes projectos
habitacionais existentes em Angola apenas satisfazem uma determinada classe, ficando de
parte maior parte da sociedade. No acesso à habitação nos grandes projectos existente em
Angola uma grande parte das pessoas que conseguem habitação são cidadãos que já
possuem habitações.
Por não existir uma base de dados atualizada de registo predial, e embora o Decreto
Presidencial 107/12, de 7 de Junho que aprovou o regime de acesso aos imóveis
destinados à habitação na Cidade do Kilamba geridos pelo Fundo de Fomento
Habitacional, referir que apenas podem aceder aos imóveis, por qualquer das formas
supra referidas os cidadãos angolanos, maiores de 18 anos que não possuam imóvel
próprio, nem estejam inscritos em qualquer programa habitacional do Estado, incluindo
cooperativas com o apoio de fundos públicos.
Muitos cidadãos ocupam mais de uma, duas, três ou mais moradias nas novas
centralidades dependendo do poder político e económico. Isto impossibilita muitas vezes
aqueles que não têm casa própria a verem mais uma vez seu sonho adiado e aqueles que já
têm casa própria conseguem mais uma casa nas grandes centralidades. É necessário que o
18
Idem. p. 19
9
Estado angolano possa rever os diplomas que regem o acesso as moradias para então pôr
fim a estas práticas que nada ajudam numa distribuição baseada na equidade.
O acesso aos imóveis das novas cidades segundo os diplomas legais pode ser feito por
meio de arrendamento ou de renda resolúvel.
O mecanismo da renda resolúvel enquadra-se na política de fomento habitacional do
Estado Angolano e é um importantíssimo instrumento de correcção das desigualdades no
acesso à habitação dos cidadãos angolanos. A renda resolúvel permite aos cidadãos
angolanos pagar, durante determinado período, uma renda abaixo do valor de mercado
tornando-se, caso se verifiquem determinados condicionalismos e decorrido o prazo
contratualmente estipulado, proprietários do imóvel.
Importa ainda referir que o contrato que tem por objecto o acesso ao mecanismo de
renda resolúvel é outorgado por escritura pública. A lei aplicável prevê expressamente
que “o pagamento da última prestação da renda, dos imóveis em regime da renda
resolúvel pode implicar a transmissão integral e efectiva aos arrendatários.19
O valor da renda resolúvel tem implícita uma taxa de remuneração do capital (taxa de
juros), fixada pelos departamentos dos Ministérios das Finanças e Habitação em
articulação com o Banco Nacional de Angola. A renda é paga em prestações mensais, por
um período não superior a 30 anos, sendo que o pagamento da última prestação pode
implicar, conforme referido supra, a transmissão integral e efectiva da propriedade do
imóvel aos arrendatários.
O beneficiário do mecanismo da renda resolúvel (arrendatário) tem de cumprir o que
tiver sido estipulado contratualmente. Caso o referido beneficiário não efectue o
pagamento do valor da renda, dentro do prazo contratualmente acordado, +ca obrigada a
pagar ao Estado uma indemnização correspondente ao dobro da renda por cada mês em
falta. Acresce que o beneficiário ou arrendatário não pode alienar, a qualquer título, o
imóvel, enquanto este se encontrar sujeito ao regime de renda resolúvel.20
O direito a uma habitação condigna deve ir além de uma consagração legal, deve se
repercutir na vida prática dos angolanos. Precisamos sentir este direito presente nas
nossas vidas. Só assim o estado estará a respeitar este direito fundamental do cidadão.
O direito à habitação constitui, a semelhança dos outros direitos fundamentais sociais,
um direito negativo dos cidadãos e um direito positivo do Estado. Enquanto direito
negativo, o cidadão tem o direito de obter habitação, quer adquirindo moradia própria,
quer através de arrendamento em condições compatíveis com os rendimentos da família.
O Estado, por sua vez, tem o dever de se abster e não impedir que o cidadão tenha acesso
ao direito a habitação, assim como deve criar políticas de fomento à habitação. Sendo um
direito equiparado aos direitos de liberdade e de garantias é possível demandar o Estado
por inconstitucionalidade por omissão no caso de não cumprimento desta função social.21
Deve o Estado criar políticas de fomento habitacionais que permitem os cidadãos a ter
acesso a este direito fundamental a satisfação das necessidades das populações.
19
FERREIRA, Irina Neves e OSÓRIO, Catarina Levy- “A política de fomento habitacional em Angola e o mecanismo da renda
resolúvel”- Revista LEGAL & IMOBILIÁRIO | MLGTS LEGAL CIRCLE, Luanda Angola
20
Idem, p. 3
21
ARAÚJO, R. C. V., & NUNES, E. R. (2014) Constituição da República de Angola Anotada. p 431
10
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por tanto ficou provado que o direito à habitação no ordenamento jurídico angolano é
de facto tipificado nos vários diplomas legais angolanos, porém a praxe deste ainda está
muito a quem de ser uma realidade em todos os estratos sociais. Muito se tem feito para
que tal desiderato se possa tornar uma realidade em todas as classes sociais angolanas.
É de facto verdade que muitos projectos habitacionais construídos em Angola apenas
beneficia um determinado grupo prejudicando a classe baixa e média que ainda sofrem
com as intempéries governativas que vão desde as demolições das suas casas à vedação
em muitos casos na aquisição de terrenos para construção de moradias por particulares,
violando veemente um direito fundamental (o direito a uma habitação condigna).
O acesso aos grandes projectos habitacionais em Angola não tem sido fácil, uma vez
que normalmente beneficia só e somente os funcionários públicos, ficando de parte
aqueles funcionários que trabalham em instituições privadas. O Estado deve criar
condições de acessibilidades baseadas na equidade.
Por tanto é preciso ver o homem como centro da governação e não como um meio para
atingir determinado fim. Criar condições de habitabilidade dignas para todos os cidadãos
sem excepção é um imperativo governativo.
11
6. FONTES BIBLIOGRÁFICAS
• BESSA de João, Direito à habitação e os seus mecanismos de efectivação. Revista Mosaiko,
Instituto para a cidadania, Nº 18, Março/2013
• Fichas informativa nº 21, Direitos Humanos: O direito humano a uma habitação condigna,
Nações Unidas, 95-2004, Genebra.
• Haki Zetu, Direitos ESC na Prática, O direito a uma habitação condigna, Publicado em
colaboração com Hakijamii, Centro de Direitos Económicos e Sociais Hakijamii, Kenya,
Amesterdão, 2011
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