Você está na página 1de 3

FICHAMENTO

Referência da Obra

MARTINS, Leda Maria. Performance do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela.

Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.

Resumo

Em Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela, a ensaísta, poeta,


dramaturga e professora Leda Maria Martins explora as inter-relações entre corpo, tempo,
performance, memória e produção de saberes, principalmente os que se instituem por via
das corporeidades. Em novas dicções, a autora consolida o conceito de tempo espiralar,
que surge pela observação de práticas comunitárias e no fundamento cognitivo de vários
grupos étnicos africanos – que nas Américas recriaram seus laços de pertencimento
telúrico. Isso acontece, sobretudo, nas culturas fincadas na oralidade e na cosmovisão
ancestral cujas práticas performativas celebram o corpo como lócus da memória. Essa
percepção cósmica e filosófica entrelaça, no mesmo circuito de significância, a
ancestralidade e a morte. O passado habita o presente e o futuro, o que faz com que os
eventos, desprovidos de uma cronologia linear, estejam em processo de perene
transformação e, concomitantemente, correlacionados. No livro, a autora propõe que a
experiência e a compreensão filosófica do tempo podem ser expressas por uma inscrição
não necessariamente discursiva e mesmo não narrativa, mas não por isso menos
significativa e eficaz: a linguagem constituída pelo corpo em performance, das liturgias do
Reinado ao teatro e às artes cênicas. Dialogando com outros pensadores como Alfredo
Bosi e João Guimarães Rosa, Leda Maria Martins desconstrói a dicotomia entre oralidade e
escrita enfatizada pelo Ocidente, que prioriza a linguagem discursiva como modo exclusivo
de postulação de conhecimento. Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela
apresenta uma temporalidade que se curva para frente e para trás, ao redor e para cima,
em movimentos espirais que retêm o passado como presente (ou presentifica o passado)
para moldar o futuro. Assim, a autora descoloniza o pensamento Ocidental e requalifica a
África como continente pensante. A palavra também se inscreve no corpo, na memória, no
tempo. “[...] A ancestralidade é clivada por um tempo curvo, recorrente, anelado; um tempo
espiralar, que retorna, restabelece e também transforma, e que em tudo incide. Um tempo
ontologicamente experimentado como movimentos contíguos e simultâneos de retroação,
prospecção e reversibilidades, dilatação, expansão e contenção, contração e descontração,
sincronia de instâncias compostas de presente, passado e futuro
Citações
Anotações
Reunião do Grupo de Pesquisa Imagens no Vazio, do dia 28/10/2023, dás 10:00 às
12:00:
 FINAL DA COMPOSIÇÃO I
 Discussão sobre o conceito de oralitura (p. 31-42): O conceito está na p.41.
 Performance também é verbo, é constitutiva da escrita (p. 39).
 A memória do conhecimento nos ambientes de memória e, não só, nos
lugares oficiais de memória (p.40).
 Materialidade da oralitura: Conhecer o passado para manter o presente e,
acrescentando por conta própria, construir um futuro possível (p.40-41).
 Palimpsesto: painel pintado na qual outras pessoas escrevem em cima.
 COMPOSIÇÃO II

Você também pode gostar