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Apresentação
Repertórios políticos nas lutas laborais transnacionais e novas

formas de governação laboral global

Leonardo Mello e Silva*


https://orcid.org/0000-0003-0753-7110

Elísio Estanque**
https://orcid.org/0000-0001-6992-3397

Hermes Augusto Costa**


https://orcid.org/0000-0001-7873-4440

A ampla diversidade de questões associadas ao “mundo do trabalho” afecta não só o domínio


das relações laborais como tal, mas também um conjunto de grupos políticos e sociais da
sociedade. Existe uma longa tradição na sociologia do trabalho que liga o capital e a classe
a temas mais amplos, como a industrialização, o desenvolvimento, o capitalismo e o populismo.
Escusado será dizer que o trabalho assalariado tornou-se dominante desde o século XVIII, e
com ele o crescimento da força de trabalho como uma “mercadoria”. Ao mesmo tempo, foi
contra esta lógica que o movimento operário e os seus sindicatos surgiram, conquistando
direitos laborais e sociais mais amplos, num longo processo conflituoso que na Europa
culminou no triunfo do Estado-providência. A maior parte das análises inspiradas no
pensamento de Karl Marx – que viveu de perto a Revolução Industrial e outras rebeliões
populares na Europa – tornou-se fundamental para uma compreensão sociológica desses
processos, desde as primeiras revoltas dos trabalhadores ingleses até a Comuna de Paris,
passando pela Revolução de 1848. A rápida transformação social desencadeada desde
então pôs em evidência a relação conflituosa entre as principais classes sociais da
modernidade. O capitalismo selvagem da primeira fase da industrialização favoreceu a
rentabilidade da inovação técnica, mas ao mesmo tempo estimulou a acção colectiva das
classes trabalhadoras, abrindo caminho para conquistas civilizacionais mais amplas.

* University of São Paulo, São Paulo, Brazil.


** Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal.
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Mas apesar das ambições históricas de emancipação e de solidariedade internacional dos


trabalhadores, a base nacional dos movimentos laborais e do sindicalismo prevaleceu (Tilly,
1995; Costa, 2006). Esta realidade poderá ser explicada por um conjunto complementar de
factores: i) a forte relevância de elementos da regulação laboral nacional (regimes jurídicos,
salários e condições de trabalho); ii) uma força de trabalho sindicalizada global de apenas 7%
da população mundial (Ituc, 2014); iii) escassez de recursos financeiros (mais notória no
contexto de crise económica, profundamente reforçada pelas pandemias) para incentivar
viagens para o mesmo espaço físico e tempos comuns de protesto, apesar das virtualidades
que hoje estão associadas ao sindicalismo eletrónico e à comunicação à distância; iv) uma
incorporação de lógicas de competição e conflito nos discursos e práticas sindicais
transnacionais – não se esqueça, por exemplo, que a solidariedade laboral pode ser prejudicada
por situações em que a luta por melhores condições salariais num determinado país pode
significar a degradação de a relação salarial ou mesmo o aumento do desemprego noutro
país; v) violações dos direitos trabalhistas por parte dos empregadores em empresas
multinacionais; vi) a fragilidade dos canais de representação dos interesses laborais a nível
transnacional (onde a Organização Internacional do Trabalho aparece isolada ou secundária
devido à presença de instituições como o Fundo Monetário Internacional, a Organização
Mundial do Comércio, o Banco Mundial, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico, etc.); vii) a ausência ou fragilidade de agenda(s) política(s) com dinâmicas globais
agregadoras e mobilizadoras, lideradas por atores políticos credíveis e capazes de maximizar
o conteúdo e o poder reivindicativo das lutas sociais e laborais.

Esta base nacional tem sido fortemente desafiada pela globalização e pelo neoliberalismo.
Estados pós-fordistas (Jessop, 2013), processo de acumulação flexível (Harvey, 1989),
precarização (Standing, 2001), cadeias globais de valor (Gereffi & Korzeniewicz, 1990) e novos
regimes fabris (Nichols et al., 2004) todos lançaram mudanças importantes no domínio político
e organizacional onde o trabalho foi usado para agir e lutar. Uma nova configuração global da
produção e da procura nas economias nacionais e entre países lançou os trabalhadores e os
seus representantes numa turbulência de insegurança e desestruturação. No entanto, também
surgiram respostas globais, algumas delas ligadas ao antigo e estabelecido quadro do
sindicalismo internacional (Fairbrother & Hamer, 2005; Hyman, 2005), algumas associadas a
uma forma de activismo mais orientada horizontalmente, próxima do estilo de luta dos
movimentos sociais. ação ou constituição de diferentes tipos de coalizões possíveis (Waterman,
2001; Webster et al., 2007; Costa & Estanque, 2019).
As principais questões tratadas pela literatura acadêmica sobre este tema não são
conclusivas. A governação das cadeias de valor globais (Gereffi, Humphrey & Sturgeon, 2005)
– que inclui forçosamente o papel do trabalho – e as redes sindicais globais (McCallum, 2013)
são peças do debate relacionado com a forma como o processo de globalização pode ser regulado e

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os seus efeitos sobre os trabalhadores das empresas transnacionais foram mitigados.


Tudo isto traz à tona a questão crucial da solidariedade laboral transnacional (Bieler,
2014). Como resultado, os Comitês Internacionais de Trabalhadores nas empresas
transnacionais, bem como as campanhas globais dirigidas a essas empresas são pontos
de interesse que têm chamado a atenção de especialistas. Muito se tem falado hoje
sobre um novo papel para as Federações Sindicais Globais (Ford & Gillan, 2015), a
promessa representada pelos Acordos-Quadro Internacionais (Stevis, 2010; Fichter &
Helfen, 2011), e as possibilidades abertas trazidas, entre outros, Códigos de Conduta
de empresas globais (Fichter & Sydow, 2002) e bandeira “Trabalho Decente” de instituições multilaterais.
Aliás, é nesta perspectiva que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a
Declaração Universal dos Direitos Humanos consagraram o princípio de que “o trabalho
não é uma mercadoria” (Declaração de Filadélfia, 1944), que culminou no reconhecimento
da o direito à organização e negociação coletiva (de acordo com a Convenção C098 da
OIT, aprovada em 1949). Este tem sido um factor importante na generalização do
“diálogo social”, incentivado pela OIT à escala internacional. No entanto, a globalização
neoliberal inverteu este curso a partir de meados da década de 1970, com os primeiros
choques petrolíferos e a crise de produtividade relacionados com elevados níveis de
conflagração laboral. Tendências estruturais mais amplas, como o envelhecimento da
população, a estagnação do crescimento económico, o aumento da competitividade à
escala global, as crises financeiras, entre outras, forneceram as bases e os argumentos
para o neoliberalismo, ajudando a legitimar medidas que fizeram recuar certas políticas
sociais e colocar em risco o modelo social europeu. O Consenso de Washington, no
final da década de 1980, abriria espaço para a consolidação de uma nova política
monetária favorável ao domínio do capitalismo financeiro, estimulando a abertura das
fronteiras ao comércio global, sob a coordenação das economias e instituições bancárias
mais poderosas. (G20, FMI e Banco Mundial), tentando forçar este modelo como o
caminho a seguir para as economias emergentes.
Uma bolsa de estudos rica e variada já foi estabelecida recentemente nesta área.
Abordagens estimulantes como a visão dos Recursos de Poder (Visser, 1995; Jensen,
Madsen & Due; 1995; Wright, 2000; Silver, 2003; Schmalz & Dörre, 2013; Gumbrell-
McCormick & Hyman, 2013; Crouch, 2017; Lehndorff, Dribbush & Schulten, 2017; Costa
et al, 2020; Estanque et al., 2020), que se espalha por não poucas contribuições
recentes sobre o campo, vivifica a veia teórica da sociologia dedicada aos sindicatos e

ao movimento operário hoje. Do ponto de vista contextual, desde a emergência do


grupo de países de desenvolvimento intermédio dos Brics (alguns deles ex-colónias) no
mapa da globalização, um relatório mais informado e com base científica proveniente
da situação do capital e do trabalho no desses países é considerada aconselhável e até
necessária (Munck, 2010; Nichols & Sugur,

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2004; Nichols et al., 2004). Entram num debate contínuo que precisa de ser constantemente
alimentado por novas descobertas baseadas na investigação e na reflexão.
A temática deste número não gira apenas em torno de todos esses temas, mas vai além.
Mostram caminhos empíricos para se desenvolver sob as questões estabelecidas e temas já
bem circunscritos. Novas perspectivas e ângulos de ataque são experimentados.
Isto é auspicioso em todos os sentidos, independentemente da posição dentro da divisão
internacional do trabalho. No entanto, os países do Sul Global colocam desafios específicos a
uma suposta agenda comum na sociologia do trabalho. Primeiro nos lembram o problema
relacionado às diferentes temporalidades: o desenvolvimento é desigual, desigual e tem lógicas
diferentes dependendo dos fundamentos históricos dos territórios que afeta. Em segundo lugar,
o desenvolvimento não é neutro; implica uma avaliação crítica de noções como crescimento e
rendimento: nem todo o crescimento conduz ao progresso em termos de padrões sociais, assim
como nem todo o rendimento conduz a necessidades humanas e satisfatórias a serem
satisfeitas – danos ambientais e exploração laboral (por exemplo, informalidade ),
respectivamente, nos lembram que o desenvolvimento por si só não é suficiente para traçar cenários emancipatórios p
Os países latino-americanos tiveram uma rica história intelectual associada a ideias
desenvolvimentistas, com ideias originais levadas a sério pelas principais ciências sociais,
particularmente nas décadas de sessenta e setenta do século passado. Essas ideias e
percepções continuam a ser uma fonte de inquietação e desafio, uma vez que muitos dos
estrangulamentos então descobertos pelos investigadores e pensadores ainda prevalecem hoje
nessas sociedades – a pobreza e o papel da burguesia perante as classes dominantes do
centro ou o imperialismo são apenas dois deles. . Em terceiro lugar, as temporalidades desiguais
podem implicar uma abordagem dialética do antigo e do novo: muitos aspectos da “velha”
ordem industrial (digamos, a regulação fordista, incluindo uma sociedade assalariada como
norma) podem parecer atualmente de alguma forma plausíveis, enquanto a “nova” o apelo à
soberania multilateral pode soar como a incapacidade do Estado de governar as questões
nacionais. O quadro da legislação trabalhista é um bom ponto de observação: o ritmo de
mudança da influência corporativista para uma atmosfera mais pluralista é enganoso dependendo
de quando a leitura dos acontecimentos é feita – para o movimento trabalhista brasileiro, por
exemplo, a remoção completa da antiga Consolidação das Leis do Trabalho (1943) tem hoje
um significado completamente novo do que durante os tempos icônicos do “novo sindicalismo”
quando Lula chegou pela primeira vez à frente. Como resultado, o “movimento social sindical”

associado à Central Única dos Trabalhadores perdeu muito do seu fascínio pelos dias heróicos
de luta contra a ditadura. Outro ponto de observação que amplifica as temporalidades desiguais
é quando a cultura “contratualista” dentro do capital e do trabalho é transportada para o campo da luta de classes lícita
Erroneamente entendido como semelhante ao padrão “anglo-saxónico” das relações laborais,
quando perspectivas anti-sindicais e individualistas eram invocadas para marginalizar iniciativas
colectivas, o vocabulário contratualista era antes um repertório político imaginativo.

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toire usado pelos sindicalistas brasileiros para chamar a atenção para a falta de democracia tanto

na base (o chão de fábrica) quanto no topo (a arena de concertação) das relações industriais

nacionais. O vocabulário contratual manteve-se atento ao estilo social-democrata das experiências

neocorporativistas no Norte da Europa, ao mesmo tempo que criticou a tradição estatista-

corporativista dos códigos ibéricos de regulação laboral do passado.

As correntes de esquerda também interpretaram erradamente na altura o sentimento contratualista

transmitido pelos líderes cortados como uma traição aos primeiros tempos socialistas. Os contratos

nacionais junto às indústrias e setores permanecem hoje no Brasil uma peça fundamental de toda

rodada de negociações entre sindicatos e empregadores; a feroz resistência do segundo contra a

bandeira patrocinada pelo primeiro fala eloquentemente sobre a escolha (certa) feita pelos trabalhadores.

Em quarto lugar, a globalização tem uma história e a sempre invocada noção polanyiana de um

pêndulo entre as forças de mercado, por um lado, e as forças protecionistas, por outro lado, pode

estar agora a mover-se em direção ao segundo pólo. Além da tendência mais ampla, porém, a

direcção da mudança nunca pode esconder o ritmo da mudança: o momento em que as políticas

públicas e as instituições estatais são transformadas em apoio neoliberal também conta. Mais uma

vez, a impressionante resiliência demonstrada pelo Direito do Trabalho ao longo de mais de sete

décadas é um marco do peso das forças sociais que actuam através de diferentes impulsos políticos

e ideológicos.

Ligar a base histórica às linhas globais é o caminho que consideramos mais frutífero. De especial

interesse é a questão dos modelos de representação dos sindicatos locais, dos comités laborais e

das estruturas globais do sindicalismo internacional. Outro tema fascinante é a relação entre a

estrutura existente do sindicalismo e os movimentos sociais locais (Anner, 2011) – por vezes ligados

a questões verdadeiramente globais (protocolos ambientais, comércio justo, etc.) – e como eles

revigoram as lutas laborais (Evans, 2010 ).

Pontos de intersecção com a análise tradicional do processo de trabalho (Moody, 1997; Durand,

2007), por exemplo, como se dá a busca pelo controle dos trabalhadores diante do novo cenário

globalizado para locais de produção dispersos, ou melhor, como se dá a divisão do controle da

gestão entre sede e filiais em todo o mundo, são especialmente desafiadoras, embora ainda exijam

muito engajamento e interesse entre os especialistas – a produção intelectual nos dias de hoje está

longe de arcar com os ricos acadêmicos anteriores sobre conflito e consentimento, autonomia e

controle, ao mesmo tempo ponto de produção. Talvez seja hora de se aventurar por esse tipo de

caminho.

A promessa de um “novo internacionalismo laboral” capaz de revitalizar os movimentos dos

trabalhadores na era da globalização tem sido motivo de controvérsia no campo dos estudos

laborais, tanto no Norte como no Sul. O internacionalismo trabalhista interpela problemas laterais e

interligados, tais como até onde o processo de modernização poderia levar e até que ponto ele deve

parar para manter a “sociedade” viva e impedida de ser

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engolido por políticas de cada um por si (traduzidas hoje em ideais de empreendedorismo):


enquanto o Norte foi longe demais (por exemplo, desperdiçando recursos naturais e
racionalizando o trabalho), o Sul talvez tenha algum caminho a ser trilhado antes de deixar
para trás a modernização promete. Apenas modernização (como sugere o caminho de
crescimento conduzido por algumas políticas económicas lideradas por países periféricos)?
Modernização dificultada (como propõe o cientista social Oliveira 2003)? Ou simplesmente
um desenvolvimento desigual e combinado?
Esses são os tipos de dilemas envolvidos quando o solidarismo internacional e o trabalho

A política global de classe vem para a frente. Como células orgânicas da sociedade, as forças
de trabalho estão fortemente interligadas a todas as escolhas políticas feitas pelas classes
dominantes ou pelas elites globais. As escolhas que os sindicalismos nacionais fazem
reflectem a economia política predominante em jogo nas economias nacionais: por outras
palavras, qual é o lugar reservado a estes últimos na actual divisão internacional do trabalho?
A resposta a esta questão, embora geral e de alguma forma abstracta, ajuda a compreender
as complexidades envolvidas quando as conclusões empíricas sobre as respostas sindicais
à globalização emergem da investigação. Este não é nada conclusivo. Lança mais dúvidas e
perguntas do que oferece respostas definitivas. Nas linhas abaixo este Dossiê oferece um
mapeamento contemporâneo e informado sobre como está o estado da arte do tema globalização e trabalho.
Solidariedades regionais e redes sindicais, planeamento económico global, globalizações
de transição justa, formas de organização transnacional, trabalho informal, Norte e Sul,
trabalhadores de plataformas, processos de comunicação digital são alguns dos temas
debatidos neste Dossiê, todos finamente comentados por Ronaldo Munck como contribuição
final de equilíbrio, perspectivas e ação.
Gostaríamos de agradecer ao Editor, Alexandre Massella, pelo efetivo apoio e ajuda
incansável em todas as etapas do processo de confecção deste volume. Sua visão
abrangente foi essencial.

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Abstrato

Repertórios políticos nas lutas laborais transnacionais e novas formas de governação laboral global

Apesar de as preocupações com os salários e o aumento da qualidade de vida da classe trabalhadora terem

adquirido uma centralidade histórica nos repertórios de luta desenhados a nível nacional, a ambição da

solidariedade internacionalista e da emancipação das formas de organização colectiva dos trabalhadores

tem sempre foi um fim em você mesmo. À luz dos tempos atuais, é uma ambição que pode ser testemunhada

na forma como as tendências da globalização e do neoliberalismo contemporâneo exigem respostas

adequadas e organizadas, partilha de experiências, contributos para novas formas de governação global,

mais justas e dignas. E também novos resultados de aprendizagem para os protagonistas clássicos do mundo

do trabalho. Ao reunir contributos de especialistas internacionais sobre o mundo do trabalho, de diferentes

contextos nacionais e filiações disciplinares, este dossiê cumpre este propósito de debate crítico, apoiado em

experiências concretas. Aqui o leitor pode encontrar contribuições sobre solidariedade regional e redes

sindicais, processos de regulação política, planeamento económico global, transição climática, formas de

organização transnacional do trabalho, trabalho informal, relações Norte e Sul, trabalho na economia de

plataformas ou processos de comunicação digital.

Palavras-chave: Lutas trabalhistas transnacionais; Mundo de trabalho; Governação laboral global; Regulação

sociolaboral.

Resumo

Repertórios políticos nas lutas trabalhistas transnacionais e as novas formas de governança

trabalhista global

Apesar de as preocupações em torno do salário e da elevação da qualidade de vida da classe trabalhadora

terem adquirido uma centralidade histórica nos reportórios de luta desenhados em escala nacional, a ambição

de solidariedade internacionalista e de emancipação das formas À luz dos de organização coletiva dos

trabalhadores constituiu sempre um fim em si mesmo. tempos atuais, trata-se de uma ambição

que pode ser testemunhada no modo como as tendências de globalização e neoliberalismo contemporâneo

reclamam respostas adequadas e organizadas, de partilha de experiências, de contributos para novas formas

de governança global, mais justas e dignificantes. E igualmente de novas aprendizagens para os protagonistas

clássicos do mundo do trabalho. Ao reunir contributos de especialistas internacionais sobre o mundo do

trabalho, provenientes de distintos contextos nacionais e filiações disciplinares, este dossiê cumpre esse

propósito de debate crítico, apoiado em experiências concretas. Aqui se encontram contributos sobre

solidariedades regionais e redes sindicais, processos de regulamentação política, plane-jamento econômico

global, transição climática, formas de organização laboral transnacional, trabalho informal, relações Norte e

Sul, trabalho na economia de plataforma ou processos de comunicação digital.

Palavras-chave: Lutas trabalhistas transnacionais; Mundo do trabalho; Governança trabalhista global;

Regulação sociolaboral.

Maio-agosto. 2021 13
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Texto recebido em 1/6/2021 e aprovado em 4/6/2021.


doi: 10.11606/0103-2070.ts.2021.186450.

Leonardo Mello e Silva is professor of sociology at the University of São Paulo. E-mail:

leogmsilva@hotmail.com.
Elísio Estanque é professor associado da Faculdade de Economia e investigador sénior do Centro

de Ciências Sociais (ces) da Universidade de Coimbra. Suas principais áreas de interesse são:

Movimentos Sociais, Relações Trabalhistas e Sindicalismo; Sociologia das organizações; Sociologia

das desigualdades e classes sociais. E-mail: elisio.estanque@gmail.com.


Hermes Augusto Costa é professor associado da Faculdade de Economia e investigador do Centro

de Ciências Sociais (ces) da Universidade de Coimbra. E-mail: hermes@fe.uc.pt.

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