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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

Aluno(a): Anna Danielle Gadelha Spindola da Silva

1) Métodos para controle de transiente:


i) o que é um transiente hidráulico e quando que ele ocorre?
Pode ser definido como fenômeno correspondente à variação de
velocidade e de pressão de um fluido que ocorre dentro de tubulações, quando
as condições de escoamento são alteradas pela variação da descarga e é
caracterizado por ocorrer entre dois regimes de escoamento permanentes.
Assim, qualquer alteração no movimento ou paralisação eventual de um
elemento do sistema dão origem aos chamados fenômenos transitórios. Após a
ocorrência da perturbação, como o desligamento de uma bomba, o regime
permanente presente antes da perturbação é alterado, dando origem a um
regime não permanente que posteriormente passará a um novo estado de
permanência. Durante o transitório hidráulico, as oscilações de pressão ao longo
da canalização ocorrem de maneira brusca, provocando ruídos que se
assemelham a pancadas. Por isso, o transitório hidráulico também é comumente
denominado de Golpe de Aríete.
ii) Descreva os seguintes métodos: chaminé de equilíbrio, reservatório
hidropneumático e tanque alimentador unidirecional.
Chaminé de Equilíbrio: As chaminés de equilíbrio, ou stand pipes, são
dispositivos que atuam, ao mesmo tempo, na proteção contra as depressões e contra
as sobre pressões, visto que possibilitam a oscilação em massa da água entre a
chaminé e o reservatório de descarga, evitando-se, neste trecho, a ocorrência de
variações elevadas de pressões. Com a parada do grupo motobomba, e
consequentemente redução da pressão na tubulação, o nível da água na
chaminé (localizada próxima da válvula de retenção) desce, alimentando a linha
de recalque, reduzindo a variação da vazão, e, com isto, reduzindo o valor da
depressão. Em seguida, com a inversão do fluxo e fechamento da válvula de
retenção, o nível da água sobe, transformando a energia cinética em potencial,
e, assim, reduzindo o valor da sobre pressão. Desta forma, com o afluxo e
oscilação da água na chaminé, os efeitos do golpe de aríete entre esta e o
reservatório são evitados. Portanto a chaminé de equilíbrio deverá estar tão
próxima quanto possível da válvula de retenção. Deverá também ter tamanho
adequado para não extravasar, a não ser que conte com vertedouro, e nem
esvaziar para não permitir a entrada de ar na tubulação.
Reservatório hidropneumático: um reservatório hidropneumático (RHO) é
um tanque contendo água e ar comprimido em seu interior, interligado à adutora, de
modo geral junto à estação elevatória. Assim sendo, quando a adutora tende a ser
submetida a acréscimos de pressão, a energia correspondente é transmitida ao ar do
reservatório que, comprimindo-se, a armazena como energia elástica. Inversamente,
quando a adutora tende a ser submetida a decréscimos de pressão, a energia
correspondente é transmitida ao ar do reservatório que, distendendo-se, cede-a
como energia elástica.
Tanque alimentador unidirecional: O Tanque de Alimentação
Unidirecional (TAU) é um dispositivo capaz de absorver o Golpe de Aríete
permitindo a oscilação da água. São adotados em condições topográficas
favoráveis e as alturas geométricas pequenas. Devem ser localizados tão
próximo quanto possível das máquinas (NETTO, 1998). Como ressaltado por
Barbosa (2006), o TAU consiste num reservatório de baixa altura, construído em
concreto ou aço, aberto para a atmosfera e dotado de uma válvula de retenção
que impede a passagem da água da adutora para o reservatório, permitindo a
sua utilização em qualquer condição de pressão. O TAU alimenta a linha quando
a pressão atinge valores inferiores à sua cota piezométrica, ou seja, levanta a
envoltória das pressões mínimas até seu nível mínimo. Em adutoras de grande
extensão, o TAU funciona como complemento de outros dispositivos de proteção
(TSUTIYA, 2006). A função do TAU é reduzir a depressão ocasionada pelo
desligamento da bomba, mantendo a linha de pressão correspondente à altura
d’água do tanque. Portanto, deve conter uma quantidade suficiente de água para
suprir a vazão que deixa de ser fornecida no instante do desligamento da bomba.
O TAU não atua diretamente sobre a onda de sobrepressão, suaviza a
depressão inicial para reduzir a sobrepressão subsequente. A ação do TAU é
eficiente para evitar a ruptura da coluna líquida no caso de depressões violentas
(BARBOSA, 2006). De acordo com Silva (2006), as principais vantagens do
Tanque de Alimentação Unidirecional são que este controla a envoltória mínima
de pressão no sistema para evitar o colapso da rede e não consome energia
elétrica no seu funcionamento. Em contrapartida, além de demandar altos custos
para a sua construção, tendo em vista que o dispositivo oferece controle apenas
para subpressões, o TAU protege apenas alguns trechos específicos da rede e
ainda há a necessidade da manutenção da boia ou da válvula controladora do
nível da água no reservatório.

2) Materiais das adutoras:


i) Quais critérios devem ser levados em consideração na escolha da
adutora?
Basicamente são:
• quantidade de água;
• qualidade da água;
• garantia de funcionamento;
• economia das instalações; e
• localização.

ii) Escreva sobre as seguintes adutoras: obs: Explorem informações


como a finalidade das tubulações com esses materiais, faixas de
diâmetros comerciais, custo unitário e pressões suportadas.

a) metálicas, especificamente as de aço-carbono e de ferro fundido


dúctil):
Aço-carbono: Os tubos de aço carbono são peças cilíndricas produzidas
a partir de uma liga metálica não corrosiva e com alta resistência. Eles garantem
toda a segurança necessária para as estruturas nas quais são utilizados e sua
durabilidade se mostra muito superior a outros tipos de tubulações. Tanto as
peças como seus conectores, quando produzidos por uma empresa séria e
responsável, garantem décadas de funcionalidade. Os tubos de aço carbono
possuem diversos benefícios, entre eles podemos destacar a sua versatilidade,
ótimo custo-benefício, excelente soldabilidade e durabilidade. Veja mais
exemplos abaixo:
• RESISTÊNCIA – os tubos têm grande resistência à pressão externa e
interna, bem como à torção e à compressão. Não é à toa que são
considerados parte da estruturação da obra;
• CONSISTÊNCIA – tubos de aço carbono têm a densidade adequada para
se manterem estáveis, mesmo em casos de inundação, exposição a
correntes de ar intensas e a incêndios. Vazamentos não são um
problema, porém, se porventura ocorrerem eles são simples de se
reparar;
• ECONOMIA – projetos que usam tubos de aço demandam de operações
de instalação mais rápidas e simples, reduzindo os custos com mão de
obra;
• ESTÉTICA – tubos estruturais normalmente são cilíndricos, mas existe a
possibilidade de adaptação para formatos retangulares ou quadrados.
Independentemente da escolha, a estética das peças enriquece o visual
de espaços onde ficam expostos. Muitos arquitetos e designers optam por
essa tática para dar mais arrojo e modernidade aos seus projetos;
• SUSTENTABILIDADE – o aço carbono é uma liga metálica reciclável e
que não gera emissão de gases na atmosfera, geradores do efeito estufa.
Portanto, é um material ecologicamente correto.
Eles podem ser aplicados em diversos setores, como por exemplo na:
construção civil, em tubulações para a condução de líquidos e gases, estruturas
para andaimes, sistemas hidráulicos, oleodutos, indústria moveleira, indústria
naval, máquinas agrícolas, dentre muitos outros. O procedimento de montagem
dos tubos é prático. Isso se dá por conta da variedade de modelos, formas,
tamanhos, diâmetros e pela possibilidade de customização. Os tubos de aço
carbono podem apresentar diferentes teores de carbono na sua composição.
Dessa forma, o aço carbono é classificado em baixo, médio e alto carbono.
Quanto mais carbono houver na composição, acima de 0,6%, mais resistente e
duro ele vai ser. Por outro lado, quanto menos carbono, maior a ductilidade do
produto. Confira as distinções entre eles:
• Tubos de ALTO teor de carbono – possuem cor mais escura e podem ser
utilizados para a condução de líquidos em diferentes temperaturas bem
como para materiais químicos ou mecânicos precisos;
• Tubos de BAIXO teor de carbono – possuem cor mais clara e não têm
formalidades técnicas específicas, sendo mais indicados para situações
que não exijam muita resistência à pressão ou para líquidos em
temperatura ambiente.
Esses tubos ainda podem passar pelo tratamento superficial, como o
processo de galvanização que torna eles ainda mais resistentes e duráveis.
Tubos de aço carbono galvanizados recebem camadas de zinco que blindam a
peça e impedem a sua corrosão. São versáteis, resistentes e podem ser
aplicados nos mais diversos segmentos, desde indústrias até implementos
agrícolas. Existem diversos modelos de tubos de aço carbono, como por
exemplo: tubos para caldeira; tubos para evaporadores; tubos industriais e tubos
para eletrodutos. No geral, o mais importante no processo de fabricação de tubos
é que eles sejam produzidos conforme as normas vigentes, isso resultado em
produtos mais seguros, confiáveis e de qualidade.
Ferro fundido dúctil: O ferro fundido dúctil é uma liga de ferro, carbono
e silício, na qual o carbono se encontra em estado puro, sob a forma de grafite
esferoidal. Esta forma esferoidal da grafita, acrescida às conhecidas vantagens
do ferro fundido cinzento, como resistência à tração, resistência aos impactos,
elevado limite elástico e alongamento elevado, diferenciam o ferro fundido dúctil
dos demais tipos de ferro fundido.
Propriedades mecânicas do ferro fundido dúctil
• Elasticidade (Re ≥ 270 MPa);
• Resistência a ruptura (Rm ≥ 420 MPa);
• Dureza Brinell (≤ 230 HB);
• Resistência contra choques;
• Grande capacidade de alongamento (> 10%).
• Diâmetros comerciais: 50 a 1200 m
Os tubos são produzidos de acordo com as normas ISO 2531, EN 545,
EN 598, ISO 7186, NR7675 e NBR 15420, com junta tipo JE e 2GS, camada
externa de spray de zinco, e camada betuminosa ou de epóxi vermelho, com
revestimento de cimento interno, de acordo com as normas vigentes. Também
são fabricados de acordo com as normas técnicas da ABNT e conforme
especificação das normas do cliente para comprovação das dimensões e
características técnicas. Além de ter preços mais competitivos em relação a
outros tubos, o modo de instalação sem soldas, através de encaixe interno por
junta elástica, proporciona maior agilidade na instalação e baixa manutenção.

b) não-metálicas, especificamente as de material plástico e de


concreto.

Tubos de PVC: os tubos de PVC são fabricados a partir de matérias-primas


como carvão, cal e cloreto de sódio. O processo químico que envolve a
fabricação do PVC é a seguinte: o carvão, agindo com a cal, forma o carbureto
de cálcio e este, com a água, o acetileno que se combinado com o ácido
clorídrico produzido pela eletrólise do cloreto de sódio vai formar o cloreto de
vinila e este o de polivinila. Trabalhando-se este material obtém-se os tubos
propriamente ditos. Segundo as normas brasileiras, os tubos de plástico rígidos
(PVC) podem ser fabricados para as classes 8, 10, 12, 15, 20, cujas pressões
de ensaio são os mesmos números de kgf.cm- ². As pressões de trabalho, que
devem ser a metade daquelas pressões quando transformadas em colunas de
água, transformam-se nos valores a seguir:
Os valores das pressões máximas de serviço decrescem com o aumento
da temperatura na base de 20% para cada acréscimo de 10 °C na temperatura.
Possuem ótima resistência à corrosão, pois sendo compostos por matérias
essencialmente não corrosivos, a tubulações de plástico, são sem dúvida
alguma, as que menos ficam sujeitas ao ataque da água e de terreno agressivos.
Todavia, esta afirmação só é válida para temperaturas até 60ºC no máximo. Vale
salientar que esses tubos também são imunes à corrosão eletrolítica. As suas
paredes lisas beneficiam a sua capacidade de escoamento, sendo, sob as
mesmas condições de trabalho e para mesmo diâmetro, capaz de fornecer uma
vazão 1,4 vezes maior que o ferro fundido. Normalmente são fabricados com
juntas elásticas, sendo estas, para 60 e 300 mm de diâmetro, os mais comuns
nos sistemas públicos de abastecimento de água. Essas juntas compõem-se de
um anel de borracha que fica comprimido entre a ponta de um tubo e a bolsa do
outro com o qual se une.
Concreto: São peças pré-fabricadas por processo industrial, de seção
uniforme em toda a sua superfície longitudinal interna, exceto na região na bolsa
e ponta, armados ou simples, destinados à captação e condução de águas
pluviais ou esgoto sanitário, com tempo de vida útil projetado para 100 anos.
Possuem modelo de cálculo matemático bem definido para atendimento a
diferentes dimensionamentos estruturais, atendendo a diferentes alturas de
aterro sobre a geratriz superior e também a diferentes situações de cargas
móveis ou acidentais, resultando em diferentes classes de resistências
mecânicas. Devem ser fabricados em conformidade com as especificações
técnicas da ABNT NBR 8890 –“ Tubo de concreto de seção circular para águas
pluviais e esgotos sanitários – Requisitos e métodos de ensaios, da Associação
Brasileira de Normas Técnicas”. As medidas dos tubos de concreto variam de
acordo com a sua funcionalidade. Eles podem ser produzidos em: 300 mm/400
mm/500 mm/600 mm/800 mm/1000 mm/1200 mm ou 1500 mm por 1500 mm de
comprimento.
ÁGUAS PLUVIAIS
Normalmente possuem o sistema de encaixe do Tipo Ponta e Bolsa e as
juntas são rígidas, onde o rejuntamento é feito com argamassa de areia e
cimento. Possuem comprimento útil de 1,50 metros e são fabricados com
diâmetros nominais internos que variam de 300 à 2.000 mm, com variações de
100 em 100 mm. Podem ser fabricados também com junta elástica, que podem
ser avulsas ou incorporadas na bolsa. Desta forma garantem uma melhor
estanqueidade de junta e permitem absorver pequenas acomodações de solo,
em função de possíveis recalques diferenciais no terreno.
ESGOTO SANITÁRIO E EFLUENTES INDUSTRIAIS
São obrigatoriamente fabricados com junta elástica, que pode ser avulsa
ou incorporada na bolsa, com sistema de encaixe do tipo ponta e bolsa, nos
comprimentos úteis de 2,00 ou 2,50 metros e diâmetros nominais internos que
variam de 400 à 2.000 mm, também com variações de 100 em 100 mm. Pelo
fato de transportarem esgoto sanitário, devem ser fabricados sob condições
técnicas especiais, devendo obrigatoriamente utilizar cimentos resistentes a
sulfatos. E serem ensaiados quanto a sua permeabilidade e estanqueidade de
junta.

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