ESGOTAMENTO SANITÁRIO
AULA 03: Sistemas Urbanos de Esgotamento
Os materiais mais utilizados em sistemas de coleta
e transporte de esgoto têm sido o tubo cerâmico,
concreto, plástico, ferro fundido e o aço.
Alguns fatores são preciso estar atento para a
escolha do material: resistência a cargas externas;
resistência à abrasão e ao ataque químico;
facilidade de transporte; disponibilidade de
diâmetros necessários; custo do material; custo de
transporte; custo de assentamento.
Tubo cerâmico: Também conhecido como
manilhas de barros, esses tubos apresentam o tipo
de ponta e bolsa (encaixe) com diâmetros nominais
que variam de 75 mm a 600 mm e comprimentos
nominais variando de 600 a 2000 mm.
Propriedades: Os tubos cerâmicos possuem alta
resistência a meios ácidos e à corrosão, não sendo
atacado pelo ácido sulfúrico, entretanto, é mais
frágil com maior facilidade de quebra.
Tubo de concreto: Apresenta DN de 200 a 2000
mm e são muito utilizados para coletores tronco,
interceptores e emissários.
Tubo de Plástico (PVC): Apresenta DN de 100 a
400 mm, todos com comprimento de 6 m.
Propriedades: Os tubos de PVC são altamente
resistentes à corrosão e são utilizados em redes
coletoras na mesma faixa de utilização dos tubos
cerâmicos. Em regiões com lençol freático acima
dos coletores de esgoto (regiões litorâneas)
constitui como principal alternativa de utilização.
Tubo de Plástico (PEAD – Polietileno de alta
densidade): Os tubos de polietileno de alta
densidade tem sido utilizado em ligações prediais
de água e em emissários submarinos de esgoto.
Tubo de Ferro Fundido: São largamente
utilizados em linhas de recalque de elevatórias,
pois são mais resistentes a pressão. (Para estações
elevatórias). Para escoamento livre são utilizados
em travessias aéreas, passagem sob rios, ou em
situações que necessitam de tubos que suportem
cargas extremamente alta. Apresentam DN de 100
a 1200 mm e comprimento de 6m.
Propriedades: São sensíveis a corrosão pelos
esgotos ácidos ou em estado séptico, e por solos
ácidos. Quando ocorrem essas condições
desfavoráveis devem ser previstos revestimentos
internos e/ou externos.
Tubo de Aço: Os tubos de aço são recomendados
nos casos em que ocorrem esforços elevados sobre
a linha, como no caso de travessias diretas de
grandes vãos, cruzamentos subaquáticos, ou ainda
quando se deseja uma tubulação com pequeno
peso, de absoluta estanqueidade e com grande
resistência a pressões de ruptura. Apresentam DN
que varia de 150 a 1200 mm.
Propriedades: Devido à sua grande flexibilidade
os tubos de aço resistem aos efeitos de choques,
deslocamentos e pressões externas.
Lembrando que o diâmetro mínimo para
tubulação de esgoto é de 100 mm.
Declividade mínima: Para a autolimpeza, deve-se
garantir, pelo menos uma vez por dia, uma tensão
trativa de 1,0 Pa. A tensão trativa nada mais é do
que componente tangencial do peso do líquido
sobre a unidade de área do coletor. Em resumo, é
essa tensão que faz com que o material
sedimentado seja arrastado no coletor.
A composição do esgoto é feita por: 99,9% de água
e 0,1% de materiais sólidos. Dentro dos materiais
sólidos nós temos 70% de matéria orgânica e 30%
de matéria inorgânica (onde 0,03 g/L é areia). Por
isso a necessidade da autolimpeza dos tubos.
A máxima tensão trativa ocorre perto da geratriz
inferior da tubulação (Parte baixa do cano),
enquanto a mínima ocorre próximo a superfície de
água.
Lembrando que a declividade a ser adotada
deverá proporcionar, para cada trecho da rede,
uma tensão trativa média igual ou superior a 1,0
Pa.
 A vazão do esgoto sanitário é medida por:

Obs: Nas redes coletoras as tubulações são

projetadas para funcionar com lâmina igualou
inferior a 75% do diâmetro da tubulação,
destinando-se a parte superior da tubulação à Infiltrações: As águas do subsolo penetram nos
ventilação do sistema e às imprevisões e flutuações sistemas através dos seguintes meios: pelas juntas
excepcionais de nível dos esgotos. das tubulações; pelas paredes das tubulações;
através das estruturas dos poços de visita; tubos de
Métodos para estimar crescimento inspeção e limpeza, terminal de limpeza, caixas de
populacional: passagem, estações elevatórias etc.
Despejos industriais: O recebimento dos despejos
industriais na rede coletora deve ser precedido de
certos cuidados, principalmente, no que se refere à
qualidade e quantidade dos efluentes.
Não se deve permitir o lançamento in natura no
coletor público, de despejos industriais:

• Que sejam nocivos à saúde ou prejudiciais

à segurança dos trabalhos da rede;
• Que interfiram em qualquer sistema de
tratamento;
• Que obstruam tubulações e equipamentos;
• Que ataquem as tubulações, afetando a
resistência ou durabilidade de suas
estruturas;
• Com temperaturas elevadas, acima de
45°C.
Coeficiente de retorno: Relação esgoto/água: Do
total de água consumida, somente uma parcela
retoma ao esgoto. De modo geral, o coeficiente de
retomo situa-se na faixa de 0,5 a 0,9, dependendo
das condições locais. A NBR 9649 da ABNT
recomenda o valor de 0,8 para o coeficiente de
retomo, na falta de valores obtidos em campo.

K1= 1,2. K2 = 1,5 e K3 = 0,5 (ABNT 9649).