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REDES DE ESGOTO SANITÁRIO


Tsutiya, Milton Tomoyuki. Coleta e transporte de esgoto sanitário / Milton Tomoyuki Tsutiya,
Pedro Alem Sobrinho – 1ª ed. – São Paulo: Departamento de Engenharia Hidráulica e
Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1999.

ABNT. Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário. NBR-9648/1986.

ABNT. Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário. NBR-9649/1986.

TERMINOLOGIA

REDE COLETORA: recebe e conduz esgotos dos edifícios.


- COLETORES SECUNDÁRIOS: recebem diretamente as ligações
prediais.
- COLETORES TRONCO: coletores principais de cada bacia de
drenagem, conduzindo seus efluentes a um interceptor ou
emissário.

INTERCEPTOR: recebe coletores ao longo de seu comprimento, não


recebendo ligações prediais diretas.

EMISSÁRIO: conduz esgoto à estação de tratamento de esgoto (ETE)


e/ou lançamento, recebendo contribuições apenas na extremidade de
montante.

ELEMENTOS DE INSPEÇÃO:

- POÇO DE VISITA (PV): câmara visitável

- TUBO DE INSPEÇÃO E LIMPEZA (TIL): dispositivo


não visitável que permite inspeção e introdução de equipamento de
limpeza.

- TERMINAL DE LIMPEZA (TL): dispositivo que permite a


introdução de equipamentos de limpeza, localizado na cabeceira
de qualquer coletor.
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SIFÃO INVERTIDO: trecho com escoamento sob pressão, para transpor


obstáculos, depressões do terreno ou cursos d'água.

TUBO DE QUEDA: dispositivo instalado no PV, ligando um coletor


afluente ao fundo do poço.

SISTEMA SEPARADOR ABSOLUTO: sistema de esgotamento


somente de esgoto sanitário ( esgoto doméstico e industrial, água de
infiltração e contribuição pluvial inevitável). Sistema usado no Brasil.

SISTEMA UNITÁRIO: recebe esgoto sanitário e águas pluviais.

CUSTOS RELATIVOS DA REDE

Estudo da SABESP, em 1979, quando só eram permitidos poços de visita


como elementos de inspeção:

Escoramento de vala 38,5%


Poço de visita 15,5%
Escavação de vala 10,6%
Reaterro de vala 10,5%
Reposição de pavimento 9,2%
Material 10%

TRAÇADO DA REDE

DEPENDE:
- da posição do lançamento e/ou da ETE;
- da topografia – escoamento por gravidade;
- do sistema viário
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PROVIDÊNCIAS:
- identificação dos divisores de água (sub-bacias) e fundos de vales;
- identificação dos pontos de saída;
- identificação do ponto de lançamento;
- posição da ETE
- posição dos emissários, interceptores, coletores tronco;

TIPOS DE REDES:
Considerando-se a posição dos condutos principais, pode-se ter os seguintes
tipos de rede:

- Perpendicular: cidades atravessadas ou circundadas por


cursos de água. Coletores tronco mais ou menos perpendiculares
ao interceptor.

- Leque: terrenos acidentados. Coletores tronco nos fundos dos


vales.

- Radial ou distrital: cidades planas. Distritos ou setores


independentes. Dos pontos baixos o esgoto é recalcado.

INFLUÊNCIA DOS ÓRGÃOS ACESSÓRIOS:

Localização da tubulação na via pública:


Pode ser localizada em cinco posições diferentes: eixo, terço par, terço ímpar,
passeio par e passeio ímpar.

Depende:
- interferências (galerias águas pluviais; cabos telefônicos, elétricos,
de TV, adutoras, redes de água, tubulação de gás);
- profundidade dos coletores;
- largura da rua;
- soleira dos prédios, etc.

Rede dupla:
- vias com tráfego intenso;
- vias largas (>18m);
- vias com interferências;
- profundidade do coletor acima de 4,5 m ou coletores com D 400
mm  coletores auxiliares para receberem as ligações prediais.
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Rede simples:
Quando não ocorrer nenhum dos casos anteriores.
Coletores no eixo ou no terço do leito carroçável
Em áreas acidentadas, coletor no terço em que ficam os terrenos mais baixos.

CONDIÇÕES PARA PROJETO

VAZÕES:

Taxa de contribuição linear inicial (Txi):


C  k 2  q mi  d i  A
Txi   TI
86400  L

Taxa de contribuição linear final (Txf):


C  k1  k 2  q mf  d f  A
Txf   TI
86400  L

Tx em L/s.km;
C  coeficiente de retorno, geralmente igual a 0,8;
k1  coeficiente da máxima vazão diária, geralmente igual a 1,2;
k 2  coeficiente da máxima vazão horária, geralmente igual a 1,5;
q m  consumo médio “per capita”, em L/hab.d;
d  densidade populacional, em hab/ha;
A  área esgotada, em ha;
L  comprimento dos coletores, em km;
TI  taxa de contribuição de infiltração, em L/s.km. Depende do nível d'água do
lençol freático, natureza do sub-solo, qualidade da execução da rede,
material da tubulação e tipo de junta. TI costuma variar de 0,05 a 1,0
L/s.km. Valores comumente utilizados: TI  0,3 a 0,5L / s.km

Vazão mínima em qualquer trecho: 1,5 L/s

DIÂMETRO MÍNIMO: 100 mm, segundo a NBR-9646. Em muitos locais,


o diâmetro mínimo exigido é de 150 mm.
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DECLIVIDADE MÍNIMA:
Cada trecho deve ser verificado pelo critério da tensão trativa média  t
calculada para a vazão inicial.

 t    RH  I  1,0Pa sendo   10 4 N / m3

A declividade mínima que satisfaz esta condição pode ser determinada pela
expressão aproximada, para coeficiente de Manning n= 0,013:

I min  0,0055  Qi0, 47 sendo I min em m/m e Qi em L/s

DECLIVIDADE MÁXIMA:
É aquela para a qual se tenha Vf = 5 m/s.
Expressão aproximada que atende esta condição, para n = 0,013:

2
I max  4,65  Q f 3
sendo I max em m/m e Q f em L/s

LÂMINA MÁXIMA:
yf
 0,75
D

yf
Quando 0,50   0,75 deve-se atender à condição V f  Vc  6  g  RH , f
D

Vc  velocidade crítica
g  9,8 m/s2
RH , f  raio hidráulico final

CONDIÇÃO DE CONTROLE DE REMANSO:


Sempre que a cota do nível d'água na saída de um PV ou de um TIL estiver
acima de qualquer das cotas dos níveis d'água de entrada, deve ser verificada
a influência do remanso no trecho de montante.
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ELEMENTOS DE INSPEÇÃO:

a) POÇOS DE VISITA (PV):


São obrigatórios nos seguintes casos:
- na reunião de coletores com mais de três entradas;
- na reunião que exige a colocação de tubo de queda;
- nas extremidades de sifões invertidos;
- profundidades maiores que 3,0 m;
- diâmetro de tubo  400 mm.

b) TUBO DE INSPEÇÃO E LIMPEZA (TIL):


Pode ser usado em substituição ao PV nos seguintes casos:
- na reunião de coletores com até 3 entradas e uma saída;
- nos pontos com degrau de altura inferior a 0,50 m;
- a jusante de ligações prediais cujas contribuições podem acarretar
problemas de manutenção;
- em profundidades até 3,0 m.

c) TERMINAL DE LIMPEZA (TL):


Pode ser usado em substituição ao PV no inicio dos coletores.

CAIXA DE PASSAGEM:
É uma câmara sem acesso localizada em pontos singulares por necessidade
construtiva. Podem ser usadas nas mudanças de direção, declividade, material
e diâmetro. Profundidade máxima: 3,0 m.

As caixas de passagem podem ser substituídas por conexões nas mudanças


de direção e declividade, quando as deflexões coincidirem com as dessas
peças.

DISTÂNCIA ENTRE SINGULARIDADES:

A distância máxima entre PV, TIL ou TL consecutivos deve ser limitada pelo
alcance dos equipamentos de desobstrução.
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Distância máxima recomendada:

Diâmetro do coletor Distância


(mm) máxima (m)
até 150 100
de 200 até 600 120
acima de 600 150

RECOBRIMENTO MÍNIMO:
- coletores sob a via de tráfego: 0,90 m;
- coletores sob o passeio: 0,65 m.

SISTEMA CONDOMINIAL
Sistema simplificado de coleta de esgotos, de menor custo.

Grande parte da rede é assentada no interior dos lotes residenciais.

Cada quadra constitui um condomínio responsável pela construção e


manutenção dos ramais construídos nos quintais.

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