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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA DA UFBA


DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO E ESTRUTURAS
ENGD05 - MECÂNICA DOS SÓLIDOS APLICADOS A PLANTAS INDUSTRIAIS

GISELE CRISTINE QUEIROZ DOS REIS


MILENA BASTOS DE SANTANA
THAYSE LOPES MELGAÇO BULCÃO
THIAGO GUIMARÃES MIRANDA PRATES
VITOR NEVES REIS PEDREIRA

TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS

SALVADOR-BA
2020
1. INTRODUÇÃO

As tubulações industriais são um conjunto de tubos, válvulas e de conexões voltados


para o processo industrial, principalmente para o transporte de fluidos. São necessárias devido
ao fato do ponto de geração ou armazenagem do fluido estar distante do seu ponto de
utilização. As tubulações são ainda mais importantes nas indústrias de processo, nas quais
ligam os equipamentos, como os vasos de pressão, trocadores de calor, bombas, por onde
circulam os fluidos do processo.

Os tubos são condutos fechados, apresentando seção circular, e podem ser feitos de
diversos materiais. Os tubos mais utilizados são constituídos de materiais ferrosos, dentre
esses, os de aço-carbono, devido à sua menor relação custo/resistência mecânica, além de ser
fácil de soldar, de conformar e apresentar aplicação diversificada.

As propriedades do aço-carbono dependem de sua composição química e da


temperatura. O aumento do teor de carbono eleva a resistência do aço, no entanto, diminui a
sua ductibilidade (capacidade de se deformar) e soldabilidade.

O problema proposto sugere a concepção de uma planta química industrial onde será
transportado, com auxílio de uma bomba, um fluido gasoso (NH​3​) através de tubulações até um
vaso de pressão. Para tanto, faz-se necessário o estudo de fatores importantes que
influenciaram na tomada de decisão para a planta apresentada.

Regras gerais para tubulações não subterrâneas

As tubulações não subterrâneas são mais utilizadas, principalmente em plantas


químicas industriais, devido ao fato delas serem de manutenção mais fácil, apresentando maior
segurança, além de serem mais econômicas.

Porém, é interessante observar algumas de suas regras gerais, como por exemplo, o
estabelecimento de vãos entre os suportes, os quais dependem de uma série de critérios,
objetivando ser os maiores possíveis para diminuir o número de suportes, economizando
estruturas e fundações. Além disso, devem ser observadas as distâncias mínimas entre os
bocais, de acordo com a norma de construção do vaso ou do tanque em tubulações
diretamente ligadas a um vaso ou a um tanque (TELLES, 2012).

Cota de elevação de tubulações e de equipamentos

A definição das cotas é uma das etapas mais importantes do detalhamento de um


projeto de tubulações. As cotas de elevação devem ser as menores possíveis, levando em
consideração as folgas e alturas livres, visando a economia das instalações e a maior facilidade
de operação e manutenção dos equipamentos.
Dessa forma, os vasos, sempre que possível, devem ter altura suficiente para resultar
em folgas mínimas entre o piso e a base do equipamento, de 1 m a 1,3 m, no caso dos vasos
horizontais diversos (TELLES, 2012). Sendo assim, as elevações mais baixas são
estabelecidas em função da posição dos bocais dos equipamentos colocados sobre bases com
altura mínima.

Suportes de tubulação

São dispositivos utilizados para fixação e suporte das tubulações para que elas não
fiquem soltas, caso contrário, os tubos podem acabar rompendo as conexões que os
interligam. Sendo assim, os suportes servem para conter o peso dos tubos ​e os demais
esforços exercidos por eles ou sobre eles, transmitindo esses esforços diretamente ao solo, às
estruturas vizinhas, a equipamentos ou, ainda, a outros tubos próximos. (TELLES, 2012)
Existem variados modelos de suportes, os quais são utilizados a depender do tipo de serviço
desejado. Cada tipo de suporte resiste a distinta combinação de cargas, dependendo tanto do
número quanto do diâmetro dos tubos que serão suportados.

Os suportes rígidos são aqueles projetados de modo a restringir ou impedir ao menos


um determinado tipo de movimento de translação ou rotação. Suportes fixos são aqueles que
não permitem movimentação vertical. Eles podem ser apoiados ou pendurados, transmitindo o
peso para baixo ou para cima. Já os suportes simples (dormentes) são destinados a tubulações
de pequena altura e que transmitem os esforços para pisos ou solos. Os suportes para
tubulações verticais são pedaços de perfis ou orelhas soldados à parede do tubo, descansando
em vigas horizontais ou presos por parafusos. Basta um único suporte colocado próximo a
parte superior. (TELLES, 2012) Quando há mudança de direção na tubulação, o efeito de
torção pode ser reprimido quando se coloca um suporte exatamente no vértice do ângulo dessa
mudança.

Tubulações para tanques, vasos e outros reservatórios

Tendo em vista o contexto do problema, é importante ressaltar que todas as tubulações


ligadas a um tanque, vaso ou outro reservatório, cujo ponto de ligação esteja abaixo do nível do
líquido no vaso, devem ter uma válvula de bloqueio junto ao bocal de ligação. Esta válvula
pode ser dispensada caso haja outra válvula de bloqueio próxima, na mesma tubulação
(TELLES, 2012).

As tubulações para torres, reatores e outros vasos verticais devem ter, sempre que
possível, somente trechos verticais junto a esses equipamentos, que são facilmente suportados
pelo próprio equipamento. Por conta disso, é recorrente colocar-se um joelho ou curva
imediatamente junto ao bocal do equipamento.
Suportes de vaso de pressão

Os vasos de pressão horizontal, muito utilizados para armazenamento de gás amônia,


costumam ser suportados por duas selas ou berços, de construção metálica, abrangendo no
mínimo 120º de circunferência do vaso. Um dos berços deve ter sempre os furos de
chumbadores alongados, para acomodar a dilatação própria do vaso. Além disso, os berços
devem ser soldados ao casco do vaso por um cordão de solda contínuo, para evitar a
penetração de água da chuva. (TELLES, 1996)

É preferível que os vasos horizontais tenham apenas dois suportes situados


simetricamente em relação ao meio do comprimento do vaso e que o distanciamento entre eles
seja de 3/5 desse comprimento. Isso também inclui os vasos horizontais que possuam
comprimento grande, uma vez que, caso haja desnivelamento entre os suportes, pode ocorrer
uma grave concentração e distribuição irregular de tensões. Esse desnivelamento pode ocorrer
por conta de um recalque diferencial das fundações ou de algum erro geométrico de fabricação
do vaso ou de construção dos suportes, fatos todos esses difíceis de se evitar por
completo.(TELLES, 1996)

Além disso, no caso de vasos horizontais de grande comprimento, ou de paredes finas,


podem ser necessários reforços na região dos suportes, ou no centro do vaso, para combater a
tendência ao colapso do vaso. Esses reforços são anéis de chapa, colocados por fora do vaso
e soldados ao casco, semelhantes aos reforços de vácuo. (TELLES, 1996)

Plantas de tubulação

As plantas de tubulação são desenhos feitos em escala, contendo todas as tubulações


de uma determinada área, representadas em projeção horizontal, olhando-se de cima para
baixo. Vale ressaltar que em todos os desenhos de plantas, as tubulações são representadas
em traços mais fortes do que vasos, equipamentos, construções etc (TELLES, 2012).

2. CONCEPÇÃO DE PLANTA

Dados fornecidos (grupo 6):

1. Raio do vaso = 2 m
2. Volume do vaso = 200,96 m³
3. Material do vaso = aço-carbono
4. L3 = 3 m
5. L1+L2 = 17 m
Dados utilizados pelo grupo:

1. L1 = 15 m

2. L2 = 2 m

3. h(vaso) = 16 m

Cálculo:

Raio do vaso fornecido: R = 2 m


Volume de um cilindro: V = ​π​.R².h
Logo, fazendo a aproximação ​π​ = 3,14:

V = π · R² · h → 200, 96 = 4 · 3, 14 · h → h = 16 m

4. Tipo de suporte do vaso = berços de aço carbono

5. Quantidade de suportes para o vaso = 2

Conforme a literatura, é preferível que o vaso de pressão horizontal tenha


apenas dois suportes, mesmo os de grande comprimento, e a distância ideal entre os
berços seja de 3/5 do comprimento entre tangentes do vaso. Logo, para o problema em
questão, as distâncias entre os berços para um vaso de 16m de comprimento são de
9,6m.

6. Tipo de suporte da tubulação = abraçadeira e mão francesa de aço carbono

Os suportes escolhidos tanto para o vaso de pressão, quanto para as tubulações


são do material de ​aço-carbono, porque esse material apresenta menor relação
custo/resistência mecânica, além de ser fácil de soldar, de conformar e apresentar
aplicação diversificada, sendo um dos mais utilizados na indústria.

7. Quantidade de suportes para tubulação = 5

Os suportes tipo abraçadeira estão soldados e chumbados à base onde eles estão (no
solo para os tubos sem elevação e na coluna metálica para a tubulação elevada a 3 m) assim
como os dois suportes tipo berço para o vaso de pressão, onde um desses suportes tipo berço
tem os furos de chumbadores alongados, para acomodar a dilatação própria do vaso. O
suporte tipo mão francesa está soldado à coluna metálica onde está apoiado.
De acordo com a literatura, os suportes são utilizados para fixação e apoio das
tubulações, para que elas não fiquem soltas, portanto servem para ​conter o peso dos tubos ​e
os demais esforços exercidos por eles ou sobre eles, transmitindo esses esforços às estruturas
próximas. Existem vários tipos de suportes e os utilizados pelo grupo são suportes fixos, os
quais não permitem movimentação vertical, transmitindo o peso para baixo ou para cima.
Um dos tipos de suporte utilizados foram as abraçadeiras com o intuito de dar boa
sustentação e assegurar a fixação dos tubos, além de sustentar as mudanças de direções
destes. Também usamos um suporte tipo mão francesa soldada a uma coluna metálica para
apoiar a tubulação mais elevada.
Sendo assim, escolhemos os tipos e as quantidades de suportes de modo que
conseguissem dar apoio e sustentação às tubulações, no entanto, estabelecendo os maiores
vãos entre os suportes possíveis, para assim diminuir o número de suporte e,
consequentemente, economizar estruturas e fundações. A seguir, tem-se uma figura da vista
lateral detalhada da planta, demonstrando a localização de cada um dos suportes:

Figura 01. ​Vista lateral detalhada

A planta baixa do processo, assim como a elevação e isométrica, foram feitas com o
auxílio do software AutoCAD:
Figura 02. ​Planta baixa.

Figura 03. ​Elevação.


Figura 04. ​Isométrica de tubulação.

Utilizamos também o software SketchUp para demonstrar as vistas 3D da planta, dos


suportes e equipamentos:

Figura 05. ​Isométrica


Figura 06. ​Vista lateral

Figura 07. ​Vaso de pressão com suportes

Figura 08. ​Suporte berço de aço carbono do vaso de pressão


Figura 09. ​Suporte abraçadeira de aço carbono

Figura 10. ​Suporte tipo mão francesa e suporte abraçadeira

3. REFERÊNCIAS:

1. TELLES, Pedro C. S. Tubulações Industriais - Materiais, Projeto e Montagem. LTC, ed.


10, 2012.
2. TELLES, Pedro C. S. Vasos de Pressão. LTC, ed. 2, 1996.

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