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HIDRÁULICA

AULA - 4

Z
ACESSÓRIOS DE
TUBULAÇÕES

Olá! Prezado aluno (a),

No vasto campo da engenharia de tubulações, os acessórios exercem sua


importância na concepção, operação e manutenção eficazes de sistemas de
transporte de fluidos. Desde peças simples, como curvas e joelhos, até
dispositivos mais complexos, como válvulas, juntas e discos de ruptura, esses
componentes são essenciais para garantir o funcionamento seguro e eficiente das
redes de tubulação em uma ampla gama de aplicações industriais e comerciais.
O estudo dos acessórios de tubulação abrange uma variedade de
aspectos, incluindo seus projetos, materiais de construção, métodos de instalação
e impactos nas características de fluxo dos fluidos transportados. Por meio dessa
análise detalhada, os engenheiros buscam otimizar o desempenho dos sistemas
de tubulação, minimizar perdas de carga, reduzir o risco de vazamentos e garantir
a conformidade com os padrões regulatórios.
Nesta exploração acadêmica, examinaremos diversos tipos de acessórios
de tubulação, suas funcionalidades específicas, aplicações típicas e
considerações de projeto associadas. Além disso, destacaremos a importância de
selecionar e dimensionar adequadamente esses acessórios para atender aos
requisitos operacionais e garantir a integridade do sistema de tubulação como um
todo.

Bons estudos!
1. ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÕES
Os acessórios de tubulação são partes importantes em todo o sistema de tubulação,
independentemente de transportarem ar, gases, vapor ou líquidos. Suas funções incluem a
remoção de impurezas das tubulações, o controle do fluxo, a redução de ruídos e a
medição da vazão.

1.1. Classificação dos Acessórios de Tubulação


Pode-se categorizar os principais acessórios de tubulação de acordo com seus
objetivos e tipos da seguinte maneira no (Esquema 1):

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

A diferenciação entre os termos "curva" e "joelho", frequentemente referidos como


"cotovelos", não é rigidamente estabelecida. De maneira geral, os acessórios com um raio
maiores são denominados "curvas", enquanto aqueles com um raio menor são conhecidos
como "joelhos".
Os acessórios de tubulação também podem ser categorizados com base no método
de conexão utilizado; nesse sentido, teremos:
 Acessórios para solda de topo.
 Acessórios para solda de encaixe.
 Acessórios rosqueados.
 Acessórios flangeados.
 Acessórios de ponta e bolsa.
 Acessórios para ligações de compressão, outros.

Conforme as figuras 2 a 9 observa-se uma ampla variedade de exemplos de todos


esses tipos de acessórios, e na Figura 1 estão mostrados exemplos de emprego de
acessórios de tubulação.

Figura 1 - Emprego de acessórios de tubulação

(1) - Curva em gomos em tubo de grande


diâmetro

(2) - Boca de Lobo

(3) - Acessórios para solda de topo soldados


diretamente reciprocamente

(4) - Derivação com colar

(5) - Derivação com luva

(6) - Acessórios para solda de encaixe (ou com


rosca) com niples intermediários

Fonte: Adaptado de SENAI/CST,1996.

1.2. Acessórios para solda de topo


Os acessórios de tubulação são frequentemente referidos como "conexões"; no
entanto, esse termo é inadequado, pois a maioria dos acessórios não tem a finalidade
específica de conectar tubos.
Quase todos os acessórios utilizados em tubulações com diâmetro nominal de 2
polegadas ou mais, incluindo os empregados no desempenho industrial, pertencem a essa
categoria. Eles são fabricados em aço carbono e ligas de aço, bem como em aços
inoxidáveis, utilizando tubos, chapas e tarugos forjados como matéria-prima.
Todos os acessórios são providos de extremidades chanfradas conforme os padrões
para soldagem. A espessura da parede dos acessórios deve ser sempre igual à do tubo ao
qual estão conectados, para garantir soldas adequadas.
As dimensões fundamentais de todos os tipos de acessórios fabricados para solda
de topo. A conformidade com essa norma garante que todos os acessórios possuam
resistência equivalente à do tubo com a mesma espessura.

Figura 2 - Acessórios para solda de topo

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

Os primordiais modelos de acessórios fabricados para solda de topo são os


seguintes (Figura 2):
 Joelhos de 45º, 90º e 180º (normais e de redução).
 Tês normais, tês de redução e tês de 45º.
 Cruzetas (normais e de redução).
 Reduções concêntricas e excêntricas.
 Selas (para derivações).
 Colares.
 Tampões.
 Virolas (para flanges soltos).

Os joelhos para solda de topo estão disponíveis em dois modelos distintos,


conhecidos como "raio longo" e "raio curto". Nos cotovelos de raio longo, o raio médio de
curvatura é 1 ½ vezes o diâmetro nominal, enquanto nos de raio curto é idêntico ao
diâmetro nominal.
Alguns acessórios para solda de topo já são fornecidos com revestimentos internos
anticorrosivos aplicados.
É importante notar que todos os acessórios para solda de topo suportam ser
conectados diretamente uns aos outros, como ilustrado no exemplo da Figura 1

1.3. Acessórios para solda de encaixe

Os acessórios para solda de encaixe são amplamente empregados na prática


industrial, especialmente em tubulações com diâmetro nominal de até 1 ½" polegadas.
Estes acessórios são fabricados em aço-carbono forjado, aços-liga, aços inoxidáveis,
metais não-ferrosos e diversos tipos de plástico. Os metais não-ferrosos são
frequentemente utilizados em conjunto com técnicas de brasagem; muitos destes
acessórios possuem um anel de solda embutido em seu interior, facilitando o processo de
brasagem: para efetuar a solda, basta inserir a extremidade do tubo no encaixe e aquecer
o lado externo para fundir a liga de solda (Figura 3).
Figura 3 - Acessórios para solda de encaixe

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

Os acessórios para montagem de materiais plásticos requerem soldagem por


aquecimento ou fixação por meio de adesivos específicos para a resina plástica. Abaixo
estão listados os principais tipos de acessórios fabricados para montagem por encaixe
(Figura 3):
 Joelhos de 90º e de 45º.
 Tês normal, de redução e de 45º.
 Luvas normal e de redução, meias luvas.
 Cruzetas.
 Tampões.
 Uniões.
 Colares (para derivações).

As dimensões de todos esses tipos de acessórios seguem os padrões estabelecidos


na norma. Essa norma também estipula que a força mecânica dessas peças seja
comparável à do tubo feito do mesmo material, com consistência equivalente à classe
respectiva.

1.4. Acessórios rosqueados


Os componentes roscados são comumente empregados em sistemas de tubulação
em edifícios e em redes industriais secundárias, abrangendo fluxos de água, ar, e
condensados de baixa pressão, geralmente em diâmetros de até 4 polegadas. Além disso,
são utilizados em tubulações que permitem conexões roscadas devido ao material
empregado ou à natureza do serviço, como muitas tubulações de ferro fundido, ferro
forjado, plástico, cobre, entre outros, normalmente com diâmetros limitados a 4 polegadas.
A aplicação desses componentes está sujeita às mesmas normas e restrições que se
aplicam às conexões roscadas em tubulações.
Os acessórios com roscas são produzidos em uma ampla gama de materiais, estilos
e tamanhos nominais (Figura 4).

Figura 4 - Acessórios rosqueados

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

Os acessórios feitos de ferro flexível são os mais comuns para serem utilizados com
tubos de ferro forjado. No entanto, é importante notar que essas ferramentas não são
adequados para serviços que envolvam substâncias tóxicas. As restrições de uso para
vapor e hidrocarbonetos são as mesmas que se aplicam aos próprios tubos de ferro
forjado.
As dimensões desses acessórios estão em filetes de rosca (roscas para flanges,
válvulas e acessórios).
1.5. Acessórios Flangeados

Os componentes com flanges, ilustrados na Figura 5, predominantemente feitos de


ferro fundido, são consideravelmente menos comuns em comparação com os flanges e
outros acessórios mencionados anteriormente.

Figura 5- Acessórios flangeados

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

Os acessórios feitos de ferro fundido são utilizados em tubulações de grande porte,


como adutoras e linhas de água e gás, caracterizadas por baixas pressões e exigindo
facilidade de desmontagem. Estas peças são fabricadas com flanges de face plana,
disponíveis em duas classes de pressão (125# e 250#), com diâmetros nominais variando
de 1" até 24".

Os acessórios flangeados de aço fundido são pouco comuns, na prática, e podem


ser aplicados em tubulações industriais, abrangendo uma ampla faixa de pressões e
temperaturas de operação. No entanto, seu uso deve ser limitado a, situações onde seja
imprescindível uma fácil desmontagem ou em tubulações com envoltórios interiores, devido
ao exorbitante, peso considerável, volume volumoso, necessidade de manutenção e
potencial risco de vazamento.

Outros materiais também são utilizados na fabricação de acessórios flangeados,


como latão, alumínio, plásticos reforçados com fibras de vidro (para tubos FRP - Fiberglass
Reinforced Plastic) e ferro com revestimentos internos anticorrosivos específicos. No caso
dos acessórios com revestimentos internos, é fundamental que o revestimento cubra
também as faces dos flanges para assegurar a integridade da proteção anticorrosiva.

1.6. Acessórios de Ligação

Niples: os niples são segmentos de tubo preparados especificamente para facilitar a


conexão entre dois acessórios ou entre uma válvula e um acessório em tubulações que
utilizam conexões roscadas ou de encaixe soldado. É evidente que acessórios e válvulas
roscadas ou soldadas por encaixe não podem ser acoplados diretamente, ao contrário do
que ocorre com acessórios soldados por topo e flangeados. Além disso, os niples são
empregados para criar pequenos trechos de tubulação.

Os niples podem ser classificados como paralelos, ou seja, com diâmetros iguais em
ambas as extremidades, ou de redução, caracterizados por ter extremidades com
diâmetros diferentes. Os niples paralelos são produzidos a partir de seções de tubo
cortadas no tamanho adequado e com extremidades preparadas. Já os niples de redução
são tipicamente fabricados por meio de estampagem (repuxamento) de seções de tubo,
conhecidos como "swaged niples".

Apesar de os niples serem produzidos em diâmetros nominais de até 12 polegadas,


sua utilização é principalmente focada em diâmetros menores, especialmente até 4
polegadas, onde tubulações com roscas ou solda de encaixe são comuns. Há uma
diversidade considerável de tipos de niples, sendo os principais os seguintes:

 Ambos os extremos
rosqueados (both end
threaded - BET).

1. Niples  Ambos os extremos lisos


paralelos (both end plain - BEP).
 Um extremo rosqueado e
outro liso (one end
threaded - OET).
 Ambos os extremos
rosqueados (BET).
2. Niples de
 Ambos os extremos lisos
redução (BEP).
 Extremo maior rosqueado e menor liso (large end
threaded, small end plain LET-SEP).
 Extremo maior liso e menor rosqueado (large end plain,
small end threaded LEP- SET).
Figura 6- Tipos de niples e exemplos de emprego

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

O tamanho dos conectores de tubulação varia tipicamente entre 50 e 150mm.


Na Figura 6, são apresentados diferentes tipos de conectores e exemplos de suas
aplicações. Alguns conectores roscados podem possuir uma parte central hexagonal
para facilitar o aperto.

Outros tipos de Acessórios de Tubulação


Ainda há várias outras categorias de acessórios de tubulação, incluindo:

 Acessórios com extremidades lisas para tubos de plástico reforçado (FRP).


 Acessórios com extremidades de ponta e bolsa.
 Acessórios para conexão por compressão.
 Acessórios para juntas “Dresser”, “Victaulic”, entre outros.

Todos esses acessórios são produzidos em diâmetros e com os materiais


específicos para serem utilizados com os tubos que se encaixam em cada um
desses sistemas de conexão. Os acessórios com extremidades lisas para tubos FRP
são disponibilizados em várias variações, como curvas, tês, reduções, flanges,
niples, outros. Abrangendo toda a gama de diâmetros desses tubos, para serem
utilizados com os sistemas de ligação.

Os acessórios de ferro fundido com extremidades de ponta e bolsa são


fabricados em diâmetros de 2" a 24", nas classes de pressão nominal 125# e 250#.
Os principais tipos incluem joelhos, curvas (90º, 45º e 22 ½º), Tês, reduções, peças
em formato de "Y", cruzetas e adaptadores para conexão com válvulas flangeadas
(Figura 7).
Figura 7- Acessórios de ponta e bolsa

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

Também estão disponíveis acessórios de ponta e bolsa feitos de ferros-ligas,


fabricados em uma ampla gama de diâmetros comuns desses tubos. Além disso,
alguns tipos de acessórios de ponta e bolsa, principalmente peças de derivação, são
fabricados em materiais como barro vidrado e cimento-amianto, embora seu uso
seja relativamente incomum.
Os acessórios para conexão por compressão são produzidos em pequenos
diâmetros, até 50-60 mm, feitos de aço-carbono, aços inoxidáveis e metais não-
ferrosos, e são utilizados em tubulações que permitem esse tipo de conexão. Uma
ampla variedade dessas peças está disponível comercialmente, incluindo luvas e
uniões de ligação, além de joelhos de 45º e 90º, entre outros 180º, tês, peças em
“Y”, conectores (para a ligação e equipamentos), reduções, tampões e outros
(Figura 8).
Figura 8- Acessórios para ligação de compressão

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

1.7. Curvas em gomos e derivações soldadas


Além dos diversos tipos de acessórios mencionados anteriormente, nas
tubulações industriais são amplamente utilizados outros métodos para alterar
direções e criar derivações, tais como curvas em gomos e as derivações soldadas
(Figura 9). Essas peças são predominantemente aplicadas em tubulações de aço-
carbono, ocasionalmente em tubulações feitas de materiais termoplásticos.
Curvas em segmentos (Mitre bends) - As curvas em gomos são construídas a
partir de seções de tubos cortadas em ângulo e unidas por soldagem de topo, como
representado na figura. O número e o ângulo dos cortes determinam a curvatura
desejada. Curvas de 90º geralmente possuem 3 ou, ocasionalmente, 4 gomos; já as
de 45º costumam ter 2 ou 3 gomos. Comparadas às curvas sem costura de diâmetro
e espessura equivalentes, essas curvas apresentam menor resistência e
flexibilidade.
Além disso, tanto a resistência quanto a flexibilidade podem variar
consideravelmente, dependendo das proporções da curva e da precisão na
execução dos cortes e soldagens das peças. Arestas e soldas são pontos críticos de
concentração de tensão, suscetíveis à corrosão e erosão. As concentrações de
tensão tendem a diminuir à medida que aumenta o número de gomos e o
espaçamento entre eles.
Figura 9- Curvas em gomos e derivações soldadas

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

As curvas em segmentos são preferencialmente utilizadas em situações


específicas:
 Em tubulações com diâmetro superior a 20” polegadas, devido ao alto
custo e à dificuldade de obtenção de outras curvas de grande
diâmetro.
 Em tubulações com pressões e temperaturas moderadas (classes de
pressão 150# a 400#), com diâmetros acima de 8 polegadas, visando
economia.
Embora não seja proibido por normas, é incomum o uso de curvas em
segmentos em tubulações de aços-liga ou inoxidáveis.
Derivações soldadas diretamente: em tubulações feitas de materiais
termoplásticos, as soldagens devem ser executadas por aquecimento, seguindo o
método de soldagem a topo.
Derivações soldadas diretas - Há uma variedade de derivações compostas
por tubos soldados entre si, que podem ser aplicadas em tubulações feitas de
qualquer tipo de aço, incluindo aço-carbono, aços-liga e inoxidáveis. Para ramais de
menor porte, com diâmetro de até 2 polegadas, é comum utilizar uma luva, seja
roscada ou de encaixe soldável, conectada diretamente ao tubo principal, desde que
este tenha pelo menos 4 polegadas de diâmetro. Sem restrições de pressão e
temperatura, e sem a necessidade de reforços locais, desde que as luvas possuam
resistência adequada e que a relação entre os diâmetros nominais do tubo-tronco e
da derivação seja igual ou superior a 4.
Para ramais de qualquer diâmetro acima de 1 polegada, é possível utilizar
"selas" ou "colares", peças forjadas especiais soldadas ao tubo principal, que
também servem como reforço para a derivação. Com essas peças, é viável criar
ramais com o mesmo diâmetro do tubo-tronco, e as normas permitem esse método
de derivação sem restrições quanto a pressão, temperatura ou classe de serviço.

Figura 10- Bocas-de-lobo

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.


Para ramais com diâmetro de 2 polegadas ou mais, quando o diâmetro do
tubo principal é maior que o do ramal, o método mais comum em tubulações
industriais é a soldagem direta de um tubo ao outro, conhecida como "boca-de-lobo".
Essas bocas-de-lobo podem ser do tipo sobrepostas (set-on) ou penetrantes (set-in),
também chamadas de inseridas, como mostra a Figura 10. As bocas-de-lobo
sobrepostas são mais econômicas, mais fáceis de executar e geram menores
tensões residuais de soldagem, sendo amplamente utilizadas na maioria dos casos,
apesar de possuírem menor resistência mecânica. Por outro lado, as bocas-de-lobo
penetrantes têm maior resistência, porém resultam em maiores tensões residuais de
soldagem, sendo empregadas apenas em tubulações com paredes muito espessas,
para altas pressões, e quando é necessário realizar o tratamento térmico de alívio
de tensões. Aceita ambos os tipos de derivação, para todas as condições de
pressão e temperatura, especificando detalhadamente os casos que requerem
reforços locais e fornecendo as fórmulas para calcular esses reforços, desde que os
eixos da derivação e do tubo principal sejam concorrentes, com um ângulo entre
eles entre 45º e 90º. Ademais, os reforços consistem em um anel de chapa que
envolve a derivação e é soldado tanto no tubo principal quanto na derivação.
É importante ressaltar que as bocas-de-lobo não são recomendadas para
serviços sujeitos a vibrações intensas ou ciclos de alta frequência.
Em resumo, pode-se comparar de maneira geral os diferentes sistemas de
derivações soldadas.
 Bocas-de-lobo simples
Prós: Custos reduzidos, simplicidade na execução (uma única solda),
dispensa a utilização de componentes especiais.
Contras: Resistência limitada, propensão à concentração de tensões,
aumento significativo na perda de carga, desafios em termos de controle de
qualidade e inspeção radiográfica. Alguns engenheiros de projeto restringem seu
uso apenas à classe de pressão 150#.
Figura 11- Bocas-de-lobo simples

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

 Bocas-de-lobo com anel de reforço

Prós: Semelhantes às vantagens do método anterior, com aprimoramento da


resistência mecânica e redução da concentração de tensões.
Contras: Aumento significativo na perda de carga, desafios em termos de
controle de qualidade e inspeção radiográfica. Alguns projetistas proíbem sua
utilização em classes de pressão iguais ou superiores a 900#.

 Derivações com colares forjados


Prós: Boa resistência mecânica, distribuição de tensões mais eficiente,
controle de qualidade aprimorado, sem restrições de serviço, pressão ou
temperatura.
Contras: Custo mais elevado e necessidade de uma ampla variedade de
peças - o que dificulta a organização e o armazenamento dos materiais - já que cada
tipo de peça se adapta apenas a algumas combinações específicas de diâmetros e
espessuras. Além disso, a soldagem do colar no tubo principal é sempre desafiadora
e complexa de inspecionar. Comparando um "Tê" para solda de topo com um colar,
observa-se que o "Tê" requer três soldagens, enquanto o colar requer apenas duas;
no entanto, todas as soldagens do "Tê" são de topo e mais fáceis de inspecionar.

 Derivações com selas


Prós: Resistência mecânica excepcional, perda de carga mínima, distribuição
de tensões otimizada, sem restrições quanto a serviço, pressão ou temperatura.
Contras: Custo elevado devido à falta de fabricação nacional dessas peças,
requerimento de peças especiais e montagem complexa.
A Figura 11 apresenta um gráfico resumo as recomendações típicas de
utilização dos diferentes sistemas para realizar derivações em tubos de aço.

Outros acessórios de tubulação


Além disso, ainda em prática comum, existem outros componentes de
tubulação, que incluem:
 Peças de formato "figura 8" (spectacle flanges) - Figura 12.
 Raquetes (paddle blinds) - Figura 12.
 Juntas giratórias (swivel joints).
 Discos de ruptura.
As peças de formato "figura 8", os dispositivos de bloqueio e as válvulas de
flange cego são elementos empregados em sistemas de tubulação quando se busca
interromper totalmente o fluxo na linha. Em certos casos, esses componentes são
utilizados em substituição às válvulas, seja por razões econômicas ou em situações
onde a obstrução da tubulação é necessária apenas em ocasiões específicas.
A Figura 12 ilustra o formato das peças "figura 8", os dispositivos de bloqueio
e as válvulas de flange cego, sendo todos eles acessórios simples fabricados a partir
de chapas de aço recortadas. Esses componentes são inseridos entre quaisquer
dois flanges da tubulação; ao apertar os parafusos dos flanges, obtém-se um
vedamento completo da linha. As peças "figura 8" permanecem fixas na tubulação
de maneira contínua; para interromper o fluxo, o lado preenchido é posicionado
entre os flanges, enquanto para permitir o fluxo, o lado vazio é colocado entre eles.
Por outro lado, os dispositivos de bloqueio são instalados na tubulação somente
quando necessário. Uma vantagem das peças "figura 8" é que elas mantêm uma
distância constante entre os flanges.

Figura 12- Raquete e peças “figura 8”

Fonte: Adaptado de SENAI/CST, 1996.

As peças "figura 8" e as raquetes são frequentemente empregados em


conjunto com válvulas de bloqueio, sendo inseridos diretamente em um dos flanges
dessas válvulas. Para realizar um bloqueio completo na tubulação, o procedimento é
o seguinte: a válvula de bloqueio é fechada, o segmento de tubulação do lado onde
a peça será posicionada é esvaziado, os parafusos dos flanges são afrouxados e a
raquete ou o lado fechado da "figura 8" é posicionado entre os flanges, seguido do
reaperto dos parafusos. É crucial observar que juntas devem ser inseridas em
ambos os lados da raquete ou da "figura 8", e os parafusos devem ser mais longos
do que os parafusos padrão dos flanges. Para desbloquear a tubulação, o
procedimento é executado de maneira inversa.
As juntas giratórias são acessórios projetados para permitir o movimento de
rotação axial em torno de um eixo que atravessa o centro do tubo. Elas consistem
em duas peças cilíndricas concêntricas capazes de deslizar uma sobre a outra. Com
o intuito de evitar vazamentos, todas as juntas giratórias são equipadas com algum
tipo de sistema de vedação ou retentores. Esses componentes, geralmente
fabricados em tamanhos pequenos (raramente superiores a 4 polegadas), são
empregados em locais onde é necessário permitir o movimento de rotação axial,
como em sistemas de enchimento de veículos e recipientes.
Os discos de ruptura são elementos simples destinados a proteger uma
tubulação contra sobrepressões internas, desempenhando a mesma função das
válvulas de segurança e alívio. São discos de chapa fina, resistente à corrosão,
posicionados em uma extremidade livre da linha e comprimidos entre dois flanges. A
espessura da chapa fina é projetada para se romper quando uma determinada
pressão interna é alcançada. Com frequência, os discos de ruptura são utilizados em
conjunto com válvulas de segurança, instalados antes delas. Alguns discos de
ruptura possuem uma carga explosiva mínima, o que permite que sejam rompidos
quando necessário, seja manual ou automaticamente, por meio de uma ação
externa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Hidrodinâmica. Universidade Federal de São Paulo – USP, São Paulo. Disponível


em:https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/2166002/LOB1019/Aula4_hidrodin
amica.pdf. Acesso em: 21 mar. 2024.

Hidrodinâmica. Universidade Federal de São Paulo - USP, São Paulo. Disponível


em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5664347/mod_resource/content/0/Aula
%204%20%20HIDRA%C3%9ALICA%20Hidrodin%C3%A2mica%20SLIDES.pdf.
Acesso em: 22 mar. 2024.

ZANINI, J. R. Hidráulica - Teorias e Exercícios Hidráulica, Curso (Engenharia


Agronômica) - Universidade Estadual Paulista – Unesp. Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias, Câmpus de Jaboticabal, Departamento de Engenharia
Rural, Jaboticabal, São Paulo, 2016. Disponível em:
https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/engenhariarural/joserenatozanini/
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BERNOULLI, D. Hidrodinâmica – “Princípio de Bernoulli”. Academia de Ciências de


Paris. Paris, 1738. Disponível em: https://www.ebiografia.com/daniel_bernoulli/.
Acesso em: 27 mar. 2024.

https://www2.feis.unesp.br/irrigacao/pdf/testezlaf_irrigacao_tubos_acessorios.pdf

https://embratecno.com.br/ACESSORIOS%20DE%20TUBULACAO
%20INDUSTRIAL.pdf

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