Filha de Martim Afonso Telo de Menezes e Aldonça de Vasconcelos, D. Leonor
Teles, cognominada como a aleivosa, nasceu na região de Trás-os-Montes por volta do ano de 1350 vivendo apenas 46 antes de falecer em 1386 na região das Tordesilhas, na Espanha. Foi rainha de Portugal entre 1372 e 1383 através do seu casamento conturbado com D. Fernando, último rei da dinastia portuguesa, pela não obtenção de aprovação por parte do povo em razão da necessidade de anulação do seu casamento com João Lourenço da Cunha, filho do morgado do pombeiro, iniciado quando ainda jovem por alegações de consanguinidade e do qual D. Leonor Teles teria gerado seu primeiro filho legítimo: Álvaro da Cunha. A pertubação social e politica gerou um cenário de instabilidade propício para o levante do povo perante esta situação, insurgindo diversas manifestações contrárias ao casamento do rei vigente de Portugal com Leonor Teles, mas D. Fernando reprimiu violentamente os protestos e casou publicamente no Mosteiro de Leça do Balio, em 15 de maio de 1372, havendo notícia de que teria sido precedido por um outro, este secreto, ainda em 1371. Em meados de Fevereiro de 1373 nascia a infanta D. Beatriz que em função do temor de D. Leonor Teles pelo prestígio do infante D. João para com sua irmã Maria Teles de Menezes, no qual casara no ano de 1338 em Coimbra, D. Leonor concebeu o plano de eliminar sua irmã e casar novamente o infante porém dessa vez com sua filha D. Beatriz, causando consequentemente a prisão e o exílio de D. João pela ação. A rainha acabou por ser bastante impopular por culpa da repressão. As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. D. Leonor Teles, através de doação de D. Fernando, recebeu Vila Viçosa, Abrantes, Almada, Sintra, Torres Vedras, Alenquer, Atouguia, Óbidos, Aveiro, bem como os reguengos de Sacavém, Frielas, Unhos e a terra de Melres, em Ribadouro e trocando Vila Viçosa por Vila Real de Trás-os- Montes em 1374 e adquiriu Pinhel em 1376. O casamento de D. Leonor Teles com o rei de Portugal era motivo de constantes reaprovações do povo português, tendo sido diversas vezes pautado como motivação para o declínio dos investimentos reais na região, a política do rei ir no sentido de agrado à nobreza e um casamento desonesto por parte da rainha com diversas alegações de infidelidade para com diversos amantes, contribuindo ainda mais para a impopularidade da rainha No ano de 1383 o rei D. Fernando morre por tuberculose criando a infame crise dinástica de 1383–1385, que foi um período de guerra civil na História de Portugal, também conhecido como Interregno, uma vez que não existia rei no poder e nem herdeiros masculinos para reinar. Deixando assim para que sua esposa, D. Leonor, assumisse a regência do reino e assim, juntamente a seu amante galego acusado de ter relações já durante a vida do rei, João Fernandes Andeiro, passou a exercer uma influência decisiva na corte. Esta ligação e influência desagradavam manifestamente ao povo e à burguesia e a alguma nobreza, que odiavam a regente e temiam ser governados por um soberano castelhano portanto Quando Leonor Teles, a pedido do rei de Castela, mandou proceder à aclamação de D. Beatriz e do marido como rei e rainha de Portugal, o povo revoltou-se, sendo acompanhado por alguns nobres e pela burguesia, entre os quais Álvaro Pais e o jovem D. Nuno Álvares Pereira, levando D. João, Mestre de Avis a assassinar o conde de Andeiro, incentivado pelo descontentamento geral da população. A acção ocorreu no paço, a 6 de Dezembro de 1383, e iniciou o processo de obtenção da regência em nome do infante D. João. D. Leonor abandonou Lisboa, fiel ao Mestre de Avis, e refugiou-se em Alenquer e depois em Santarém, cidades fiéis à causa da rainha, onde tentou manobrar politicamente a sua continuidade no poder. No entanto, com o desenvolver do conflito entre o Mestre de Avis e o rei castelhano, a regente perdeu espaço de manobra e acabou por ser constrangida a abdicar da regência a favor de João I de Castela e de D. Beatriz, sua filha, a esposa do rei castelhano. Mas mesmo em Castela ela teve problemas com o genro, D. João I, que a mandou internar no Mosteiro de Tordesilhas, perto de Valhadolid, onde viria a falecer.