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INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ENTRE OMEPRAZOL E

ASSOCIAÇÕES IDENTIFICADAS EM UMA UBS NO RS

RESUMO

Inibidores da bomba de prótons são uma das classes de medicamentos mais prescritos
no mundo, sendo o omeprazol o representante da classe disponível para dispensação aos
usuários do sistema único de saúde. A prática de polifarmácia apresentada índices
elevados. O uso concomitante de mais de um fármaco pode acarretar em interações
medicamentosas importantes aos usuários. Esse estudo avaliou as prescrições
medicamentosas de omeprazol dispensadas na farmácia de uma unidade básica de saúde
onde foi identificado um índice elevado de prescrições deste medicamento, além de
verificar a presença de possíveis interações medicamentosas. A pesquisa foi de natureza
descritiva, retrospectiva, qualitativa e quantitativa no período de 21 de janeiro a 21 de
fevereiro de 2020. Os achados referentes às interações entre os fármacos associados
apresentaram duas possibilidades quando avaliados os medicamentos em relação ao
omeprazol e mais 20 possibilidades quando avaliados os outros medicamentos
associados entre si. É possível sugerir um uso exagerado de omeprazol na unidade
básica de saúde estudada, com possibilidades de interação medicamentosa identificadas
na maioria dos usuários. O presente trabalho sugere a necessidade de desenvolvimento
de programas de conscientização dos riscos associados aos medicamentos e a
importância de seu uso racional,especialmente em relação aos idosos.
Palavras-chave: Omeprazol. Interações Medicamentosas. Sistema Único de Saúde.

ABSTRACT

Proton pump inhibitors are one of the most prescribed classes of drugs in the world,
with omeprazole being the class representative available for dispensing to the single
health care system. The practice of polypharmacy presented high indices. Concomitant
use of more than one drug may lead to important drug interactions for users. This study
evaluated the omeprazole drug prescriptions dispensed at the pharmacy of a basic health
unit where a high prescribing index of this drug was identified, in addition to verifying
the presence of possible drug interactions. The research was descriptive, retrospective,
qualitative and quantitative in the period from january 21 to february 21, 2020. The
findings regarding the interactions between the associated drugs presented two
possibilities when evaluated in relation to omeprazole and 20 more possibilities when
the other medicines associated with each other. It is possible to suggest an exaggerated
use of omeprazole in the basic health unit studied, with possibilities of drug interaction
identified in the majority of users. The present study suggests the need to develop
programs to raise awareness of the risks associated with medications and the importance
of their rational use, especially in relation to the elderly.

Keywords: Omeprazole. Drug interactions. Brazilian Public Health System.

INTRODUÇÃO

Durante a Conferência de Nairobi no Quênia, em 1985, a Organização Mundial


de Saúde (OMS) já enfatizava a importância do uso racional de medicamentos (URM).
Porém, desde então, foram verificados em diversos estudos o uso inapropriado de
medicamentos, incluindo automedicação, prática da polimedicação, uso indiscriminado
de antibióticos, além de prescrições em desacordo com as diretrizes clínicas. (ANVISA,
2011)
Atualmente, os inibidores da bomba de prótons são uma das classes de
medicamentos mais prescritos no mundo em decorrência do alto índice de problemas
gástricos e por apresentarem poucos efeitos adversos quando utilizados corretamente.
No âmbito público do Sistema Único de Saúde (SUS), o omeprazol é o mais empregado
representante da classe, fazendo parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
do Brasil e assim, disponíveis para dispensação gratuita aos usuários do sistema
(YANAGIHARA, 2015).
Protótipo das drogas inibidoras reversíveis da bomba de prótons existente na
membrana das células parietais, o omeprazol, nas doses adequadas, diminui a produção
diária de ácido gástrico, sendo indicado para o tratamento de úlceras pépticas
(BRUNTON, 2012).
Além de reações adversas comuns ao uso da maioria dos medicamentos, estudos
indicam que o uso prolongado do omeprazol pode aumentar os riscos de fraturas ósseas,
a susceptibilidade às infecções gastrointestinais e possíveis interações medicamentosas
indesejáveis decorrentes da associação com outros medicamentos, acarretando em riscos
de intoxicações e danos aos usuários. (CHEN, apud HIPOLITO, 2016)
O uso concomitante de mais de um fármaco pode acarretar em interações
medicamentosas importantes aos usuários, sendo essas interações definidas pela
ANVISA como uma resposta farmacológica, toxicológica, clínica ou laboratorial
causada pela combinação de um medicamento à outro (ANVISA, 2017).
Quanto às interações medicamentosas do omeprazol, tem sido referida sua
interferência farmacocinética em uso prolongado a diversos fármacos, incluindo
antiagregantes plaquetários, aumentando o risco de acidentes isquêmicos (SHIN, 2008).
Outra classe de medicamentos que pode apresentar interação ao uso associado de
omeprazol, são os benzodiazepínicos, podendo levar à toxicidade benzodiazepínica, o
que exige monitoramento do paciente para possíveis sinais de depressão do sistema
nervoso central (sedação, ataxia) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).
Tendo em vista essas condições, esse estudo avaliou as prescrições
medicamentosas de omeprazol dispensadas na farmácia de uma unidade básica de saúde
em um município de pequeno porte no interior do RS, onde foi identificado um índice
elevado de prescrições deste medicamento, além de verificar a presença de possíveis
interações medicamentosas.

MÉTODOS

A pesquisa foi de natureza descritiva, retrospectiva, qualitativa e quantitativa e


foi realizada na farmácia de uma unidade básica de saúde em um município de pequeno
porte no interior do RS. Foram avaliadas as prescrições que continham omeprazol e
associados prescritos no período de 21 de janeiro a 21 de fevereiro de 2020.
A amostra constituiu-se de relatórios impressos do software utilizado para
dispensação na UBS em questão, a partir dos usuários que retiraram o omeprazol e, no
mínimo, um medicamento associado no período. Considerando que cada usuário foi
registrado uma única vez no banco de dados no período selecionado foi gerada uma
amostra total de 273 usuários selecionados para a pesquisa.
Foram coletadas, também, informações relativas às variáveis de interesse do
estudo como sexo, idade e associados prescritos através do sistema informatizado do
estabelecimento.
Inicialmente, os dados foram computados em planilhas do software Microsoft
Office Excel 2010®, a partir das associações ao omeprazol, uma vez que os relatórios
obtidos apresentavam todos os medicamentos recebidos pelo usuário naquele período.
O banco de dados foi registrado em planilhas, a partir das combinações de cada
fármaco identificado nos relatórios de cada usuário separadamente, associado ao
omeprazol.
As variáveis de interesse do estudo foram tabuladas em planilhas
separadamente das associações para melhor visualização de dados e verificação de
possíveis propensões de uso mais frequente conforme idade e/ou sexo.
Para a verificação e a confirmação das interações e possíveis manejos
indicados, foram utilizados três softwares disponíveis em meio digital: Uptodate, 2020;
Dynamed Plus, 2020; Medscape, 2020.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente é importante destacar que os medicamentos citados nesse estudo


são dispensados apenas com a apresentação de prescrição médica, uma única vez ao
mês, devendo ter um intervalo entre uma dispensação e outra de no mínimo 28 dias,
conforme protocolo interno da unidade básica de saúde, objetivando a diminuição de
sobredose dos medicamentos e problemas associados.
Ao longo do período selecionado para a pesquisa, 304 usuários retiraram o
omeprazol na farmácia da unidade básica em estudo. Destes, 31 o retiraram em
exclusividade ao longo de todo o período, sendo excluídos do estudo por não
apresentarem possibilidade de interação.
Dessa forma, avaliando os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados
para o estudo todos os 273 usuários que retiraram o omeprazol no período de 21 de
janeiro à 21 de fevereiro de 2020 com um ou mais medicamento(s) associado(s),
independente de classe e/ou dosagem.
Embora a pesquisa tenha objetivado apenas um levantamento de dados
referentes ao âmbito público do município pesquisado, foi possível identificar um
número relativamente alto de usuários com associações que possivelmente
desencadeiem interações medicamentosas.
Segundo uma pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 71,1% da população compareceu
a estabelecimentos públicos de saúde para atendimento em 2014.¹¹ Para um
comparativo ao nível nacional, foram obtidos os dados do último Censo disponibilizado
para consulta do município em estudo, onde a população estimada é de 3184 habitantes.
Considerando que o município mantenha a média nacional de atendimentos no SUS, a
população se reduz a 2.260 usuários, destes, 273 ou 12%, retiraram o omeprazol
associado à algum medicamento no período, conforme podemos visualizar na Tabela I.

TABELA I - Frequência de usuários de omeprazol mais associações no período de 21


de janeiro à 21 de fevereiro de 2020.

População estimada do
População do município Total de usuários de fármacos em
município usuária do SUS
segundo censo IBGE 2017 estudo no SUS
(71,1%)
3.184 2.260 273 (12,0%)
Fonte: Dos autores.

Conforme os objetivos pré-estabelecidos do estudo, foram avaliadas as


variáveis de sexo, idade, dosagens e associações dispensadas.
Em relação ao sexo, 31,8% dos usuários são do sexo masculino, sendo que os
dados do município indicam um total de 51,2 % de habitantes desse sexo, demonstrando
uma tendência significativa de mulheres fazendo o uso do omeprazol e associações
quando comparadas aos homens.
Conforme estudo do IBGE em 2015, as mulheres tem maior inclinação de
buscar serviços de saúde quando comparadas aos homens, porém, esses dados
apresentaram diferenças mais sutis, onde o índice das mulheres foi de 78% contra 64%
dos homens. Conforme Pereira, o maior consumo de medicamentos pelo sexo feminino
pode ser explicado pela sua maior procura pelos serviços de saúde, devido à oferta de
programas destinados à saúde da mulher, como pré-natal, prevenção de câncer de mama
e de colo de útero, o que contribui para uma maior prescrição de medicamentos.
Os achados relacionados à idade indicam uma maioria de usuários de
omeprazol e associações na faixa etária acima de 60 anos (69,7%), seguido de 27,5 %
de usuários na faixa etária de 40 à 59 anos. As demais faixas etárias classificadas de 0 à
39 anos tiveram uma somatória de apenas 2,8% do total. Comparando aos dados
populacionais do município, as faixas etárias estão todas bem divididas, com índices
variando entre 21,1 % (acima de 60 anos) `a 28,7% (40 à 59 anos). Com esses dados, foi
possível verificar uma tendência significativa de uso do omeprazol e associações após
os 60 anos, a qual mesmo sendo a faixa etária com menor proporção no município,
representou a grande maioria dos usuários do estudo (69,7%). A média de idade e de
medicamentos em uso pelos usuários, indicam que a polimedicação aumenta com a
progressão da idade, o que pode ser explicado por vários fatores, entre eles o aumento
da morbidade (HIPOLITO, 2016).
Os dados encontrados em relação às variáveis do município e dos usuários em
estudo podem ser observados na tabela II.

TABELA II - Variáveis avaliadas do município e da amostra em estudo.


SEXO Dados do município Dados da amostra em
3184 Hab. estudo
273 Usuários
Masculino 1629 (51,2%) 87 (31,8%)
Feminino 1555 (48,8%) 186 (68,2%)
IDADE
0 à 39 anos 1596 (50,2%) 8 (2,8%)
40 à 59 anos 915 (28,7%) 75 (27,5%)
Acima de 60 anos 673 (21,1%) 190 (69,7%)
Fonte: dos autores.

Destacar a preocupação com uso do omeprazol e associações em idosos é


importante em função da eliminação da droga ser menor, e consequentemente a
biodisponibilidade ser maior. Nesse sentido, o bulário eletrônico da ANVISA orienta
que o omeprazol pode ser usado em pacientes acima de 60 anos de idade, desde que
observadas às contraindicações, precauções, interações medicamentosas e reações
adversas deste medicamento (BRASIL, 2016).
Em relação às dosagens dispensadas, não houve variação, umas vez que todos os
usuários avaliados fizeram uso do omeprazol de 20 mg.
Os achados referentes às interações entre os fármacos associados apresentaram
duas possibilidades quando avaliados os medicamentos em relação ao omeprazol e mais
20 possibilidades quando avaliados os outros medicamentos associados entre si.
Desconsiderando o omeprazol, os demais medicamentos associados apresentaram
índices elevados de usuários com alguma possibilidade de interação que exige
monitoramento ou até mesmo troca da farmacoterapia, conforme orientações das bases
de dados pesquisadas.
Em relação ao omeprazol, inicialmente foram selecionados os 10
medicamentos com maiores índices de associação nas prescrições, sendo eles em ordem
crescente: Sinvastatina, Enalapril, Ácido acetilsalicílico, Ibuprofeno, Hidroclorotiazida,
Carbonato de Cálcio, Paracetamol, Alendronato de Sódio, Anlodipino e Furosemida.
Todos os usuários tiveram suas prescrições avaliadas individualmente, sendo
identificadas possibilidades de interação com o omeprazol em relação à sinvastatina e
ao alendronato de sódio, conforme as bases de dados pesquisadas. Dentre os 273
usuários, 165, ou 60,4% foram identificados com esses medicamentos prescritos em
associação.
Conforme informações encontradas no bulário da ANVISA, a sinvastatina
pertence à classe dos medicamentos denominados inibidores da hidroximetilglutaril-
coenzima A (HMG-CoA) redutase, é indicada para reduzir os riscos à saúde decorrentes
de problemas cardiovasculares, uma vez que atua diminuindo os níveis de colesterol no
sangue (ANVISA, 2017).
Segundo a Uptodate, essa interação entre o omeprazol e a sinvastatina pode ser
classificada como de grau moderada, o qual sugere o monitoramento dos níveis de
creatinofosfoquinase (marcador de infarto do miocárdio, rabdomiólise e distrofia
muscular). Tal monitoramento é indicado, uma vez que essa interação pode elevar os
efeitos adversos da sinvastatina, como problemas musculares (dores, fraqueza e
cãimbras). Por outro lado, a consulta nas bases Medscape e Dynamed não identificou
essa possibilidade de interação.
A outra possibilidade de interação identificada foi em relação ao alendronato
de sódio, que atua como um potente inibidor específico da reabsorção óssea mediada
pelos osteoclastos, sendo indicado para o tratamento da osteoporose (ANVISA, 2017).
Estudos indicam que o uso prolongado de omeprazol está associado à
diminuição na absorção de cálcio devido as alterações de pH gástrico que ele
desencadeia (IANAGIHARA, 2015).
Somado à isso, essa interação pode diminuir a absorção do alendronato de
sódio, também causada pela modificação de pH a partir da ação do omeprazol. Essa
reação adversa do omeprazol somada à essa interação a qualifica como moderada,
exigindo monitoramento da situação óssea dos usuários e seu possível
comprometimento através de exames de imagem, como densitometria óssea ou
ressonância magnética (HIPOLITO, 2016).
Apesar de terem sido identificadas apenas duas possíveis interações, o
somatório de usuários com essa possibilidade é alto (60,4%) englobando mais da
metade do total da amostra.
É importante destacar que a interação irá ocorrer apenas se os medicamentos
forem administrados em horários dentro do tempo de meia vida dos mesmos. Porém,
vale ressaltar que a grande maioria da população em estudo é de idosos, os quais
possuem modificações na farmacodinâmica, onde a eliminação da droga é menor, e
consequentemente a biodisponibilidade é maior, aumentando a possibilidade de
interações.
A sinvastatina tem como horário tradicional de tomada à noite enquanto que o
alendronato de sódio e o omeprazol são administrados, geralmente, em jejum. Dessa
forma, a chance de interação é aumentada.
Os achados relacionados às interações medicamentosas podem ser visualizados
na tabela III.

TABELA III - Índices de associações prescritas na UBS em estudo

Medicamento Número de usuários Possibilidade de interação

Sinvanstatina 126 (46,1%)  exige


monitoramento
Enalapril 88 X
Ácido Acetilsalicílico 75 X
Ibuprofeno 70 X
Hidroclorotiazida 70 X
Carbonato de Cálcio 68 X
Paracetamol 59 X
Alendronato de Sódio 39 (14,3%)  exige
monitoramento
Anlodipino 32 X
Furosemida 30 X
Fonte: dos autores.
As interações medicamentosas, consideradas um tipo de reação adversa ao
medicamento, são um problema de saúde que coloca em risco a farmacoterapia do
paciente, além de contribuir com a incidência de outras reações adversas, destacando a
importância dos profissionais de saúde nessa identificação, acompanhamento e redução
de danos (PIMENTA, 2016).
Embora a ANVISA regulamente o omeprazol como item de venda sob
prescrição, no Brasil, o uso deliberado dos IBPs por automedicação ainda é um grande
problema, somado ao desconhecimento pela maioria dos profissionais da saúde dos
potenciais problemas relacionados ao uso indiscriminado, por longos períodos de tempo
(LIMA, 2014).
Algumas características desse fármaco que podem colaborar para sua
prescrição indiscriminada são sua alta eficiência e baixa toxicidade. Porém, estudos
alertam para os riscos associados ao uso em longo prazo desse medicamento. Dessa
forma, os profissionais prescritores devem considerar o risco-benefício quando
necessário seu uso de forma contínua (HIPOLITO, 2016).
O uso de múltiplos medicamentos, a automedicação e o uso irracional de
medicamentos, podem acarretar em riscos e complicações de doenças, sendo a
população mais vulnerável a esses riscos os idosos. Além disso, a população acima de
60 anos faz uso do omeprazol de forma indiscriminada, o que preocupa, pois é nesta
faixa etária que ocorre o aparecimento de doenças crônicas, favorecendo a polifarmácia
(PIMENTA, 2016).
Baseando-se nos dados obtidos, é destacada a importância da atuação dos
profissionais de saúde na promoção do uso racional de medicamentos e na oferta de
informações em relação aos riscos da farmacoterapia, especialmente em casos de
medicamentos de livre acesso, como o omeprazol.
O estudo apresentado possui algumas limitações, entre elas, o fato de as
informações terem sido coletadas a partir de prontuários, levando muitas vezes à
informações incompletas. Dessa forma, não foi possível questionar os usuários quanto à
percepção de reações adversas ou problemas relacionados à farmacoterapia.

CONCLUSÃO

Com base no apresentado, é possível sugerir um uso exagerado de omeprazol


na unidade básica de saúde estudada, com possibilidades de ocorrência de interações
medicamentosas identificadas na maioria dos usuários.
Embora sejam necessários mais estudos para elucidar as hipóteses
mencionadas em relação aos riscos associados ao uso em longo prazo do omeprazol e
associações, o presente trabalho sugere a necessidade de desenvolvimento de programas
de conscientização dos riscos associados aos medicamentos e a importância de seu uso
racional contemplando a participação de enfermeiros, médicos e demais profissionais de
saúde.
Isso denota a importância de trabalho focado nas reais necessidades de cada
usuário e suas peculiaridades na hora da prescrição. De modo especial, há necessidade
de atenção aos idosos, cuja densidade demográfica é crescente no Brasil, representam a
população com maiores chances de interações e problemas associados ao uso
especialmente irracional de medicamentos.

REFERÊNCIAS

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