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Revista Eletrônica Acervo Saúde/ Electronic Journal Collection Health ISSN 2178-2091

O uso do Omeprazol: uma avaliação dos efeitos da administração prolongada


do medicamento
The use of Omeprazole: an evaluation of the effects of prolonged administration of the drug

El uso de Omeprazol: una evaluación de los efectos de la administración prolongada del


medicamento

Gabriela Karla Silva de Oliveira1, Luanne Fernandes Santana1, Talita Antunes Guimarães1, Pedro
Henrique Alves Soares3, Thandara Cristina Mendes Lommez2, Carla Naiane Silva Barbosa2,
Vaneska Cordeiro Teixeira2, Marcela Duarte Santos Condé2, Anna Cecília Castro e Abreu2,
Cristiane Borborema Teles3, Lucas Cavalcanti Valadares3, Cândida Maria Alves Soares3, Thiago
Emanuel Guimarães Caribé2*.

RESUMO
Objetivo: Caracterizar a produção científica acerca dos efeitos da administração prolongada do omeprazol.
Metodologia: Revisão integrativa de literatura realizada na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS/LILACS),
Scientific Electronic Library Online (Scielo). Foram selecionados estudos científicos publicados nos últimos
15 anos, estudos na íntegra, cuja publicação atenda ao período de 2002 a 2017. Foram utilizados os
seguintes termos: “omeprazol”, “uso contínuo” e “uso prolongado de medicamentos”, “automedicação
efeitos e riscos”. Resultados: Neste estudo após confrontarmos os resultados encontrados com a revisão
da literatura, observou-se que o uso prolongado do Omeprazol pode ocasionar: deficiências de nutrientes,
redução da absorção de cálcio, desmineralizacão óssea, perda progressiva da absorção de micronutrientes,
anemias entre outras, trazendo efeitos prejudiciais à saúde se consumidos indiscriminadamente.
Considerações finais: Evidenciou-se a partir da literatura que o uso contínuo do omeprazol deve ser
avaliado pelo médico na renovação da receita ponderando a necessidade ou não de ser feita nova
prescrição de acordo com os achados clínicos, reduzindo assim o potencial risco para acometimento de
enfermidades resultantes do consumo desregrado do mesmo.
Palavras-chave: Inibidores da bomba de prótons, Omeprazol, Automedicação.

ABSTRACT
Objective: To characterize the scientific production about the effects of prolonged administration of
omeprazole. Methodology: Integrative literature review carried out in the Virtual Health Library
(VHL/LILACS), Scientific Electronic Library Online (Scielo). Scientific studies published in the last 15 years,
full studies, whose publication covers the period from 2002 to 2017 were selected. The following terms were
used: "omeprazole", "continuous use" and "prolonged use of medications", "self- scratchs". Results: In this
study, after comparing the results found with the literature review, it was observed that prolonged use of
Omeprazole may lead to: nutrient deficiencies, reduction of calcium absorption, bone demineralization,
progressive loss of micronutrient absorption, anemia among others, bringing harmful effects to health if
consumed indiscriminately. Final considerations: It has been evidenced from the literature that the
continuous use of omeprazole should be evaluated by the physician in the renewal of the prescription
considering the necessity or not of being re-prescription according to the clinical findings, thus reducing the
potential risk for diseases resulting from unregulated consumption of the same.
Key Words: Proton pump inhibitors, Omeprazole, Self-medication

1 Faculdade de Saúde e Desenvolvimento Humano Santo Agostinho (FASA).


2 Faculdades Pitágoras (FipMoc). * E-mail: tgcaribe@hotmail.com.
3 Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

DOI: 10.25248/REAS449_2018

Recebido em: 7/2018 Aceito em: 8/2018 Publicado em: 9/2018

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RESUMEN
Objetivo: Caracterizar la producción científica acerca de los efectos de la administración prolongada del
omeprazol. Metodología: Revisión integrativa de literatura realizada en la Biblioteca Virtual de la Salud
(BVS/LILACS), Scientific Electronic Library Online (Scielo). Se seleccionaron estudios científicos publicados
en los últimos 15 años, estudios en su totalidad, cuya publicación atiende al período de 2002 a 2017. Se
utilizaron los siguientes términos: "omeprazol", "uso continuo" y "uso prolongado de medicamentos",
"automedicación efectos y" riesgos". Resultados: En este estudio, después de confrontar los resultados
encontrados con la revisión de la literatura, se observó que el uso prolongado del Omeprazol puede
ocasionar: deficiencias de nutrientes, reducción de la absorción de calcio, desmineralización ósea, pérdida
progresiva de la absorción de micronutrientes, anemias entre otras, trayendo efectos perjudiciales a la salud
si se consumen indiscriminadamente. Consideraciones finales: Se evidenció a partir de la literatura que el
uso continuo del omeprazol debe ser evaluado por el médico en la renovación de los ingresos ponderando
la necesidad o no de ser hecha nueva prescripción de acuerdo con los hallazgos clínicos, reduciendo así el
potencial riesgo para acomete de las enfermedades resultantes del consumo desregulado del mismo.
Palabras clave: inhibidores de la bomba de protones, Omeprazol, Automatización.

INTRODUÇÃO
O consumo indiscriminado de medicamentos e a automedicação têm se tornado tema de grande
preocupação da saúde pública (YANAGIHARA et al., 2015; CARVALHO et al., 2018). A Organização
Mundial da Saúde, OMS, (2017) define o medicamento como um produto farmacêutico destinado ao
tratamento, a recuperação ou a manutenção da condição de saúde da população, cuja administração deve
ser feita por meio de uma prescrição terapêutica ou diagnóstico específico realizado pelo médico
(CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE- CNS, 2005).
O uso por conta própria, de determinados fármacos ou por indicação de pessoas não habilitadas, sem a
avaliação de um médico, constitui um enorme risco a saúde humana, cujos efeitos podem levar ao óbito. O
consumo excessivo ou por prazo indeterminado, normalmente ocorre como efeito da ausência do
acompanhamento terapêutico. Os fatores correlacionados a má administração medicamentosa associam-se
a dificuldade de acesso aos serviços públicos de saúde, a cultura da automedicação evidenciada no Brasil,
a falta de informação e a crença de que algumas substâncias não possuem potencial de agravos à saúde
(YANAGIHARA et al., 2015).
Os inibidores da bomba de prótons (H+K+ATPase), são os principais fármacos usados para tratar
doenças como úlcera duodenal e esofagite de refluxo (CUI et al., 2001; GUIMARÃES et al., 2006). Dentro
desta classe destaca-se o Omeprazol que é o fármaco de escolha clínica para o tratamento de desordens
ácido-pépticas, aprovado para aplicação em terapias medicamentosas em casos de doenças como: refluxos
gastrointestinais, úlceras gástricas e duodenais (BRAGA et al., 2011). Segundo a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA, 2013) é um medicamento amplamente aceito, por apresentar poucos efeitos
adversos, baixo custo de aquisição em relação a outras fórmulas, e quando administrados corretamente,
apresenta boa relação risco-benefício, devido ao poder efetivo no alívio de sintomas como a azia, a
indigestão, a dor gástrica decorrente da produção excessiva de ácido pelo estômago e no tratamento de
úlceras associadas a infecções.
O uso de forma contínua do Omeprazol tem aumentado expressivamente nos últimos anos,
representando um potencial risco a saúde pública já que, a administração prolongada deste pode ocasionar
doenças correlacionadas ao seu uso indiscriminado, tais como: perda progressiva da absorção de
micronutrientes, anemias, redução da massa óssea. Tal fato emerge a atenção farmacêutica quanto aos
possíveis efeitos orgânicos do consumo abusivo deste fármaco (PIMENTA et al., 2016). Além disso, a
utilização indiscriminada do Omeprazol pode alterar o equilíbrio das bactérias do trato gastrointestinal
podendo tornar algumas pessoas mais vulneráveis a infecções. Ressalta-se que, o uso contínuo de
determinados medicamentos, podem também causar a tolerância do organismo a determinado composto
levando a redução da ação e do efeito destas substâncias (BRAGA et al., 2011).

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Considerando a relevância desta temática, objetivou-se no presente estudo caracterizar a produção


científica acerca dos possíveis efeitos resultantes do uso contínuo e indiscriminado do Omeprazol e na
avaliação dos aspectos farmacológicos e toxicológicos, a descrição dos benefícios e as informações
terapêuticas sobre o uso do omeprazol, contidas na literatura farmacológica de forma a esclarecer os
principais riscos da automedicação e do consumo não terapêutico e prolongado deste composto. A
relevância deste estudo para a saúde pública justifica-se por abordar aspectos preventivos e de valorização
da saúde coletiva, ressaltando a importância do esclarecimento técnico científico dos riscos e benefícios do
uso terapêutico deste medicamento, orientando e esclarecendo os aspectos farmacológicos e toxicológicos
resultantes da automedicação e da administração prolongada pelos pacientes.

METODOLOGIA
Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, visto que a mesma agrupa e resume resultados de
pesquisas sobre um delimitado tema, de maneira sistemática e organizada, colaborando com o
aprofundamento do conhecimento do tema investigado.
O método escolhido tem por intuito colocar o pesquisador em proximidade com o que já foi produzido a
respeito do seu tema de pesquisa. Nesta proposta metodológica o investigador irá se deparar com dois
tipos de dados: aqueles que são encontrados em fontes de referência e aqueles dados especializados em
cada área do saber, indispensáveis para o desenvolvimento da pesquisa. O conjunto de materiais escritos e
gravados, mecânica ou eletronicamente, que contêm informações elaboradas e publicadas por outros
autores e a utilização total ou parcial de quaisquer dessas fontes é o que se caracteriza uma pesquisa como
bibliográfica (GIL, 2008).
Segundo Souza et al. (2010), os passos do processo de preparação da revisão integrativa foram:
elaboração da pergunta norteadora, estabelecimento dos objetivos da revisão e critérios de inclusão e
exclusão dos artigos; definição das informações a serem retiradas das pesquisas; seleção dos artigos na
literatura; análise dos resultados; discussão dos achados e apresentação da revisão.
Para conduzir esta revisão, formulou-se a seguinte questão norteadora: Como está caracterizada a
produção científica acerca dos efeitos da administração prolongada do Omeprazol? Para a seleção dos
artigos utilizou-se acesso online as bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS): Sistema Latino
Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online
(Scielo). Prioritariamente foram selecionados estudos científicos publicados nos últimos 15 anos, estudos na
íntegra, cuja publicação atenda ao período de 2002 a 2017, e que contemplaram a problemática sendo
exclusos da amostra estudos que não atendiam os critérios de inclusão pré-estabelecidos ou que não
possuíam validade científica.
A busca dos conteúdos e a descrição dos conceitos foram direcionadas pelos seguintes termos:
“Omeprazol”, “uso contínuo” e “uso prolongado de medicamentos”, “automedicação efeitos e riscos”.
Limitando-se a conteúdos que abordaram apenas a temática proposta.
Como critérios de exclusão, foram definidos: publicações duplicadas nas bases de dados, teses,
dissertações, revisões de literatura, publicações na forma de cartas, resenhas, comentários, artigos de
opinião, relatos de experiência, resumos de anais, dossiês, relatórios de gestão e editoriais, livros, capítulos
de livros, documentos governamentais, boletins informativos.
A discussão foi fomentada na documentação bibliográfica direcionada pela revisão e dissertação de
conteúdos, cujo intuito consiste na investigação e na construção de evidências dos possíveis efeitos
resultantes do uso contínuo e indiscriminado do Omeprazol, e consequências da administração prolongada
deste fármaco no metabolismo de absorção de micronutrientes.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO
O omeprazol é recomendado no tratamento do aumento da produção de ácido (H2) no estômago, como,
úlceras gástricas, duodenais e refluxo gastroesofágico. Pode ser utilizado em associação com outros
antibióticos para a terapêutica de úlceras relacionadas às infecções originadas pela bactéria Helycobacter
pylori (BARREIRO e FRAGA, 2014).
Devido à sua ampla utilização é importante resaltar as possíveis interações com este medicamento.
Apesar que em menor magnitude do que os antagonistas H2, o Omeprazol pode impedir o metabolismo dos
fármacos dependentes do citocromo P-450 monoxigenase hepática. Assim, quando existir a necessidade de
administrar simultaneamente esses tipos de fármacos, é aconselhada a adequação das suas doses.
Anticoagulantes, cumarina ou derivados da indandiona; diazepam, fenitoína e varfarina podem ter sua
eliminação demorada pelo Omeprazol; benzodiazepínicos, ciclosporinas ou dissulfiram; depressores da
medula óssea (a associação pode somar os efeitos leucopênicos e/ou trombocitopênicos de ambas as
medicações, se necessário o uso dos dois, precisam ser considerados os efeitos tóxicos) (DE ARAÚJO et
al., 2013).
Estudos de interação de Omeprazol com outros fármacos sugeriram que não há influência sobre:
cafeína, fenacetina, teofilina, piroxicam, diclofenaco, naproxeno, propranolol, metoprolol, ciclosporina,
lidocaína, quinidina, estradiol, eritromicina e budesonida; durante o tratamento concomitante
de Omeprazol e claritomicina, foi observado aumento nas concentrações plasmáticas de ambas as
substâncias. De forma geral não foram observadas interações na administração de Omeprazol com
antiácidos e o mesmo não possui influência sobre etanol. Ainda não foram observadas interações na
administração simultânea de Omeprazol com alimentos (DE ARAÚJO et al., 2013). Em contrapartida,
Schweigert et al. (2008) e Lopes et al. (2010) observaram a possível interação entre omeprazol ou ranitidina
com alimentos ricos em vitamina B12 (carne, frango e leite); estudos registram que esses agentes depletam
a absorção deste nutriente, portanto, não devem ser ingeridos pelos pacientes alimentos ricos em vitamina
B12 próximo ou durante a administração desses medicamentos (SCHWEIGERT et al.,2008).
Para a execução deste trabalho a seleção final resultou em um total de 16 conteúdos literários, que
compuseram a amostra conforme descrito na Tabela 1.
Um dos principais fármacos usados para tratar doenças e desordens ácido-pépticas é o Omeprazol,
fármaco amplamente aceito por apresentar poucos efeitos adversos quando administrados corretamente. O
poder efetivo deste medicamento para sintomas agudos na prática clínica justifica a real aplicação do
Omeprazol no manejo terapêutico de doenças do Trato Gastrointestinal (VIEGAS e NABAIS, 2017).
O uso contínuo do Omeprazol pode estar associado às deficiências de nutrientes, redução da absorção
de cálcio, por causa da alteração na secreção de ácido gástrico. A dissolução e absorção de cálcio é
prejudicada devido à elevação do pH gástrico (ARAI e GALLERANI, 2011). Outro importante aspecto que
vale a pena ressaltar é o impacto de tais medicamentos inibidores da bomba de prótons (IBP) no declínio
cognitivo. Recentemente foi observados riscos e efeitos do consumo prolongados como a hipocloridria,
hipergastrinémia e atrofia gástrica. Alguns estudos alertam também para o risco e complicações infecciosas
e de nefrite intersticial aguda, além de uma possível associação entre a utilização do Omeprazol e o risco
de demência em especial o Alzheimer (VIANNA et al., 2010; ROJO et al., 2010).
O mecanismo responsável pelo desenvolvimento de demência quando ocorre o consumo regular do
Omeprazol e demais IBP ainda não está esclarecido, mas se propõem com base em diversos ensaios pré-
clínicos que esta associação envolve fatores biológicos como: a má absorção de vitamina B12 e nutrientes
inerentes à hipocloridria prolongada parece potenciar um declínio cognitivo, ainda o aumento dos níveis de
β-amiloide no cérebro, após o IBP atravessar a barreira hematoencefálica leva a degradação e a promoção
da formação de agregados anômalos de proteína TAU, proteínas abundantes no sistema nervoso central
(VIEGAS e NABAIS, 2017). Ainda que os estudos sobre tal associação não estejam finalizados este
indicativo serve de alerta quanto o perfil de segurança de um fármaco e o potencial risco do uso prolongado
de um tipo de medicação, evidenciando também que as suas interações medicamentosas devem ser
sempre avaliadas principalmente quando o seu uso é prolongado como no caso dos IBP.

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Tabela 1. Seleção dos trabalho incluídos na pesquisa.


Autor Titulo Delineamento Conclusão
A pesquisa referencia os inibidores da bomba de prótons como medicamentos usados muitas vezes
BRAGA et al, Inibidores da bomba de prótons: Revisão e análise
Revisão empiricamente (por prescrição ou automedicação) para tratamento das manifestações digestivas que
2011. farmacoeconômica.
lembram as das doenças já referidas ou na prevenção do surgimento de sintomas gastrointestinais.
Implantação de estratégia para a racionalização do O estudo reafirma a importância de desenvolver estudos que contemplem a promoção do uso racional de
COSTA, 2013 Revisão
uso do omeprazol injetável. medicamentos antissecretores no ambiente hospitalar
Conselho
Consumo de medicamentos: um autocuidado.
Nacional de Informativo Documento descreve os perigos da automedicação.
Perigoso.
Saúde, 2005.
Agentes usados para o controle da acidez gástrica e Estudo conclui os principais fatores que causam acidez gástricas e os agentes utilizados para o controle
HOOGERWERF
no tratamento de úlceras pépticas e da doença do Revisão da enfermidade em casos de ulcera peptídica e refluxos e outras lesões decorrentes da secreção acido
et al, 2005.
refluxo gastresofágico. gástrica.
SANTOS, 2017. Fármacos para o Controle da Acidez Gástrica e A pesquisa esclarece os melhores fármacos atuantes na ação dos estimulantes da produção ácida entre
Revisão
Protetores da Mucosa. eles o omeprazol.
Conselho Federal
de Farmácia, Prescrição de Omeprazol. Informativo Documento informa questões referentes à Prescrição de Omeprazol.
2017.
Formulário Documento da Biblioteca Virtual em saúde que considera que o uso contínuo deste fármaco não tem base
Terapêutico Textos Básicos de Saúde Informativo racional terapêutica e concluí que a administração em longo prazo comumente tem sido realizada por
Nacional, 2017. conta própria dos usuários sem receituário.
Informações referentes ao consumo indiscriminado de medicamentos seguida das orientações do
BRASIL, MS,
Consumo de medicamentos. Informativo ministério da saúde acerca dos cuidados e riscos do uso indiscriminado e o habito do brasileiro na
2017
automedicação
ANVISA, 2013 Bulário eletrônico. Informativo Bula com descrição completa do medicamento.
Alerta Documento refere-se as orientações sobre uso indiscriminado de medicamentos especificadamente o
Centro de Informações sobre Medicamentos Informativo
Terapêutico, 2009 Omeprazol.
Efeitos da administração em longo prazo do Experimental A pesquisa conclui ressaltando os principais efeitos da administração em longo prazo do omeprazol sobre
YANAGIHARA, et
omeprazol sobre a densidade mineral óssea e as descritiva a densidade mineral óssea evidenciando as possíveis complicações relacionadas à ausência desse
al.2015
propriedades mecânicas do osso exploratória mineral no organismo.
A pesquisa conclui que os riscos de interações e efeitos adversos com o uso de omeprazol podem ser
PIMENTA L, et al. Uso indiscriminado de omeprazol em idosos e a
Revisão aumentados quando utilizados por longos períodos de tempo, automedicação e polifarmácia. Cabe
2016 importância da atenção farmacêutica.
salientar a importância de se avaliar o risco-benefício frente ao uso do omeprazol.
OMS lança nova série de estudos sobre uso racional Documento fornece aos profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações
de medicamentos. Uso Racional de Medicamentos: confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis. O documento orienta
OMS, 2017 Informativo
fundamentação em condutas terapêuticas e nos prescrições terapêuticas e referencia as causas de morte em decorrência do uso indiscriminado de
macroprocessos da Assistência Farmacêutica. medicamentos.
Avaliação das prescrições contendo omeprazol e Descritivo
VIANNA, et al. A pesquisa conclui que o tratamento medicamentoso de algumas enfermidades gastrointestinais, possui
associações na farmácia pública de governador quanti-
2010. uma boa redução da secreção de ácido gástrico usando fármacos como o Omeprazol.
Valadares. qualitativa
A pesquisa descreve os benefícios do Omeprazol e outros inibidores de prótons como método de
WANNMA, 2004 Inibidores da bomba de prótons: indicações racionais. Revisão
Tratamento sintomático e cicatrização de úlceras e outras enfermidades gástricas.
Os fármacos que influenciam o risco de demência em idosos. Os inibidores da bomba de prótons (IBP)
VIEGASA, et al. Associação entre os inibidores da bomba de protões
Retrospectivo são amplamente utilizados para o tratamento de doenças gastrointestinais, mas também têm sido
2017 e o risco de demência
potencialmente implicados no declínio cognitivo.
Fonte: Dados da pesquisa.

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A Vigilância Sanitária (2013) alerta que o uso desregrado e sem prescrição terapêutica de algumas
fórmulas podem parecer inofensivo, mas de forma silenciosa pode mascarar e agravar doenças, causar
intolerância, e processos secundários e progressivos que muitas vezes só são perceptíveis em longo prazo.
Segundo o Conselho Nacional de Saúde (2005), a automedicação tem agravado significativamente nos
últimos anos, em decorrência do acesso a informação e da pesquisa na internet, já que muitas pessoas
realizam a busca pelo diagnóstico de forma autônoma o que pode representar um significativo risco de vida.
Outros aspectos ainda mencionados de acordo o Conselho Nacional de Saúde (CNS) (2017), são a falta de
atendimento público nas unidades primárias de saúde e as dificuldades de acesso ou a ausência de
atendimento clínico especializado, além da ausência de informação sobre os possíveis danos fisiológicos, e
a ausência da figura do profissional farmacêutico em muitas farmácias tem agravado a automedicação.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2017) e com os informativos disponibilizados do
Conselho Federal de Farmácia (2017) o Brasil é um dos países do mundo que mais consomem
medicamentos, e cerca de 50% dos usuários de medicamentos fazem seu uso de forma incorreta.
A cultura brasileira da automedicação e da indução a aquisição e consumo foram introduzidos
indiretamente na cultura do povo brasileiro de forma desregulada e deliberada para que o mercado
farmacêutico pudesse se expandir, sem levar em conta as possíveis consequências nocivas que poderiam
acarretar ao organismo dos consumidores (BRAGA et al., 2011).
Mediante a esse quadro, aspectos como: a procura pelo médico, a correta explicação, a retirada de
dúvidas no momento da consulta clínica, e a orientação do farmacêutico sobre a posologia, ação e forma de
tratamento são importantes ferramentas de apoio, que podem reduzir este alarmante quadro de consumo
indevido em que leva a população a um processo de risco à saúde e até a morte (VIANNA et al., 2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso prolongado do Omeprazol pode ocasionar doenças correlacionadas ao seu uso contínuo, tais
como: deficiências de nutrientes, redução da absorção de cálcio, desmineralizacão óssea, perda
progressiva da absorção de micronutrientes, anemias entre outras, trazendo efeitos prejudiciais à saúde se
consumidos indiscriminadamente. No caso do uso continuo desse fármaco em que o tratamento ocorreria
por prazo prolongado seria adequado à renovação da receita avaliando a necessidade ou não de ser feita
nova prescrição de acordo com os achados clínicos, reduzindo assim o potencial risco para acometimento
de enfermidades resultantes do consumo desregrado. Podendo prescrever juntamente com a receita,
vitaminas para suprir as necessidades do organismo, perdida pelo consumo prolongado do Omeprazol.
Evidenciou-se a partir da literatura que a cultura brasileira da automedicação e da indução a aquisição e
consumo de forma desregrada e deliberada representa um grave risco a saúde das populações que podem
levar a possíveis consequências nocivas que poderiam acarretar ao organismo dos consumidores.

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