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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO


CURSO DE FARMÁCIA

JAQUELINE PEDROZO
DEIVID DE ARAGÃO
LETICIA ZANCHI

USO CORRETO DE MEDICAMENTOS DISPONIBILIZADOS NO SUS:


Uso correto dos fármacos: Omeprazol, Paracetamol e Ibuprofeno

SÃO LEOPOLDO
2023
JAQUELINE PEDROZO
DEIVID DE ARAGÃO
LETICIA ZANCHI

USO CORRETO DE MEDICAMENTOS DISPONIBILIZADOS NO SUS:


Uso correto dos fármacos: Omeprazol, Paracetamol e Ibuprofeno

Trabalho apresentado para a Disciplina


ASSISTÊNCIA E SERVIÇOS
FARMACÊUTICEUTICOS, pelo Curso de
FARMÁCIA da Universidade do Vale do
Rio dos Sinos (UNISINOS), ministrada
pela Profª. MARIA ISABEL FISHER.

São Leopoldo
2023
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................3
2 TÍTULO DO CAPÍTULO.....................................................................................................4
2.1 Título do subcapítulo............................................................................................................
2.1.1 Título do subcapítulo..............................................................................................
3 CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS..........................................................................................................................
APÊNDICE A - TÍTULO DO APÊNDICE..............................................................................
ANEXO A - TÍTULO do Anexo..................................................................................................
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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho faz parte da disciplina de Assistência e Serviços


Farmacêuticos, com orientação da professora Maria Isabel Fischer e tem como
objetivo a elaboração de um projeto de educação com orientações a pacientes do
Sistema Único de Saúde (SUS) sobre o uso correto de medicamentos Paracetamol,
Ibuprofeno e Omeprazol dispensados pela Farmácia Municipal de São Leopoldo
(RS). Além da orientação correta sobre o uso desses medicamentos o trabalho irá
abordar características básicas e consequências de seu uso indiscriminado.
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2 PROBLEMA

O uso demasiado e indiscriminado de grande parte dos fármacos


disponibilizadas pelo SUS é problema de saúde muito relevante na sociedade atual.
Ao trabalhar na Atenção primária, na Farmácia Municipal, é evidente a grande
prescrição e dispensação destes fármacos. Com o aumento de casos de Dengue, a
preocupação com alguns medicamentos utilizados pela população aumenta, pois
sabe-se que Anti-Inflamatórios Não Esteroides (AINEs), como por exemplo:
Ibuprofeno, ácido acetilsalicílico; podem agravar sangramentos na Dengue
Hemorrágica.
Grande parte das pessoas utilizam o paracetamol apenas como analgésico,
mas, por ser um AINE, ele tem fraca ação anti-inflamatória, ainda assim, em doses
terapêuticas ele é seguro. Porém, por ser um medicamento de venda livre e de fácil
acesso, muitos pacientes utilizam de forma errônea e sem prescrição, muitas
prescrições orientam o uso continuo do mesmo, induzindo ao uso prolongado e
diário da substancia em níveis acima da dose terapêutica, o que pode levar a
hepatotoxicidade (VIEIRA, 2013).
Além do Paracetamol, o Ibuprofeno também é classificado como AINEs e tem
ação anti-inflamatória. É recomendado para adultos e para crianças, por ter menos
efeitos adversos que outros anti-inflamatórios da mesma classe, mas pode ser um
agravante nos casos de Dengue, Chicungunha e Zica Virus (?).
Contudo, identificamos que os bloqueadores da bomba de prótons, mais
especificamente o Omeprazol, também tem seu uso indiscriminado e sua utilização
errada desencadeia problemas de saúde sérios (MOTA, 2018)
O trabalho se justifica considerando a importância da atenção farmacêutica
ao paciente na orientação da população sobre os possíveis efeitos dos fármacos
abordados, a fim de conscientizar e evitar problemas de saúde na população.
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OBJETIVO GERAL

O objetivo do projeto é orientar pacientes que tem acesso aos medicamentos


do SUS, com a finalidade de promover o uso racional dos medicamentos citados a
seguir: Paracetamol, ibuprofeno e omeprazol com o intuito de minimizar possíveis
efeitos de uso a longo prazo; abordando a educação em saúde sobre
automedicação e suas doses seguras para a comunidade.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Inicialmente, é de suma importância ressaltar que para qualquer medicamento


existe um risco associado ao seu uso. Portanto, é fundamental que seja utilizado de
forma correta, seguindo as recomendações da bula e as orientações dos
profissionais da saúde.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), automedicação é a
seleção e o uso de medicamentos (incluindo chás e produtos tradicionais) por
pessoas para tratar doenças autodiagnosticadas ou sintomas. A automedicação é
um fenômeno bastante discutido na cultura médico-farmacêutica e não é uma
prática restrita ao Brasil, mas uma preocupação global pois afeta um número grande
de países. A automedicação pode ser vista como um elemento do autocuidado, mas
quando inadequada, tais como o uso abusivo de medicamentos (polimedicação) e o
uso de medicamentos off label, pode ter como consequências o uso irracional de
medicamentos, efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de
doenças evolutivas, além da ampliação de custos para o paciente e para o sistema
de saúde.
A intoxicação medicamentosa ocorre após a ingestão de doses elevadas de
medicamentos, dentre os principais motivos estão a ingestão acidental, as tentativas
de suicídio e os erros de prescrição. O excesso de medicamentos nas residências, a
famosa “farmácia caseira”, favorece o risco de intoxicação; “A intoxicação
medicamentosa é um dos maiores desafios da saúde, não só brasileira, mas
também mundial”. É um problema não apenas local, mas caracteriza-se
mundialmente, resultando numa preocupação em excesso, é essencial que tenha
uma intervenção de educação em saúde junto à comunidade (SILVA et al; 2021, p.
5)
PARACETAMOL
O paracetamol ou acetaminofeno é um analgésico e antitérmico, indicado
para dores agudas de intensidade leve a moderada e febre. No seu mecanismo de
ação, ele inibe a COX no Sistema Nervoso Central, inibindo as Prostaglandinas,
assim, promovendo antipirese no hipotálamo e analgesia pelo aumento do limiar da
dor(JHOHN,2011). Amplamente utilizado para amenizar resfriado, dor de cabeça e
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dor de garganta, dores dentais, menstruais e artrite. “O paracetamol é o


medicamento de escolha para o tratamento secundário moderado, não inflamatório,
condições em que os pacientes são propensos aos danos gástricos” (BERTOLINI,
2006).
Portanto o Paracetamol é um medicamento MIP de livre acesso, sem
necessidade de prescrição e por essa razão muitas pessoas compram de forma
exagerada. O Paracetamol é metabolizado pela CYP 2E1 e forma um metabólito
tóxico: o NAPQI (N-acetil-p-benzo-quinona iminaque), que, se acumulado no fígado,
leva ao esgotamento das reservas de glutationa, levando a lesão hepática. Diante
disso, é necessário que seja administrado doses reduzidas para crianças, idosos ou
pessoas com doença hepática. É essencial que as pessoas tenham acesso a
informação sobre o medicamento (SILVA, V. T.; et al. 2021).
O uso exagerado do paracetamol causa doença renal crônica, toxicidade
gastrointestinal e asma. Alguns pacientes, em casos raros, podem ter reação
anafilática e hipersensibilidade.(SILVA, V. T.; et al. 2021).
IBUPROFENO
O ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroide que age inibindo as
prostaglandinas com função analgésica e antipirética.
Muito prescrito e utilizado no alivio sintomático de grande parte das doenças
reumáticas, cefaleias, mialgias, traumatismo e entorses, luxações, dentre outras
patologias. (Oswald, 2001; Marques, 2009).
Como grande parte dos AINES, o ibuprofeno pode causar dores na região
gástrica, vômito, diarreia, gastropatias e ulceras, pois, bloqueia a produção da
barreira da mucosa gástrica, apesar de ter um efeito adverso melhor do que o acido
acetilsalicílico. (Higuchi, 1963; Melo, et al., 2004).
O ibuprofeno, deve ser administrado com precaução em doentes asmáticos,
com quadros alérgicos, com insuficiência cardíaca, com insuficiência hepática ou
renal, ou ainda com hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico (BRAGA et. al, 2005).
As respostas farmacológicas dos AINES são alcançadas devido ao
antagonismo das enzimas cicloxigenases (COX-1 e COX-2) que são responsáveis
por converter ácido araquidônico em vários mediadores inflamatórios, denominados
prostaglandinas e tromboxanos. Entretanto, no organismo humano, essas
substâncias apresentam importantes atuações na homeostasia, como na proteção
da mucosa gástrica, na fisiologia renal, gestações e agregações plaquetária
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(Carvalho et al., 2014, Pinheiro;Wannmacher, 2012). Por consequência, a utilização


de AINES pode trazer sérios riscos à saúde e por esse motivo, a utilização desses
fármacos deve ser realizada com cautela e sob orientação de profissionais
habilitados.
Os humanos possuem as isoformas COX-1 fisiológica e COX-2 indutiva. A
isoforma COX-1 é encontrada nos tecidos da mucosa duodenal e nas plaquetas, e
são fisiologicamente constitutivas, ou seja, são típicos, ocorrendo com ou sem a
presença de inflamação, agindo na mucosa gástrica aumentando a produção do
muco protetor e diminuindo a proteção do ácido clorídrico, além de aumentar a
vescularização nesse tecido (Carvalho et al., 2004, Rang et al.,2019).
Ao inibirem a síntese de prostaglandinas e tromboxano, os AINES são úteis
em manifestações sintomáticas músculo esqueléticas, em pacientes com artrite
reumatoide, polimiosite, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica
progressiva, poliartrite nodosa espondilite anquilosante. Além disso, demonstram
eficácia na dismenorreia primária, mastocitose sistêmica, serosites lúpicas (pleurite e
pericardite). São também utilizadas como adjuvantes no tratamento da gota aguda e
em osteoartrose, artroplasia e fibrose cística (Smyth & Fitzgerald, 2017).
Neste contexto, a utilização de AINES de forma indiscriminada, ou seja, sem
a orientação de um profissional da área de saúde, como médico e farmacêutico,
podem trazer sérios riscos à saúde, pois esses fármacos podem desencadear
disfunções como: cerebrovasculares, renais hepáticas, cardiovasculares e
trombóticas, gastrintestinais, gestacionais e fetais, elevando o índice de
morbimortalidade. Desta forma, a automedicação faz com que a população seja
exposta a sérios riscos relacionados à segurança quanto ao uso racional dos
medicamentos, podendo muitas vezes mascarar uma doença, agravar seu quadro
ou trazer novos problemas pelos seus efeitos adversos (Golan et al., 2019).
Diante deste cenário, os AINES são frequentemente usados por grande parte
da população, devido aos efeitos no organismo. A frequência do seu uso é bastante
comum e dentre as principais caudas para esse uso, destaca-se a facilidade para
adquirir o fármaco, e sendo uma das primeiras escolhas feitas quando sentem algum
tipo de dor que acabam fazendo uso de forma frequente. Assim, tendo em vista que
grande parte dos AINES são comercializados livremente sem a obrigatoriedade de
apresentar ou até mesmo reter a prescrição, isso pode contribuir para o uso
irracional desses medicamentos (Carvalho & Portela, 2018).
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OMEPRAZOL
O Omeprazol é um medicamento de venda sob prescrição médica, utilizado
para tratar condições relacionadas ao excesso de ácido no estômago, como o
refluxo gastroesofágico, gastrite, úlcera gástrica e duodenal Síndrome de Zollinger-
Ellison (ZES) ou hipergastrinemia, e terapia de erradicação da bactéria helycobacter
Pylori. Ele faz parte de uma classe de medicamentos chamada Inibidores da Bomba
de Prótons (IBP), que atua inibindo irreversivelmente, os íons H + K+ ATPase nas
células gástricas. Após sua administração, no duodeno o Omeprazol se liga de
forma covalente e inibe a secreção de ácido por cerca de 24 horas. Hoje os IBPs
estão entre os fármacos mais prescritos no mundo inteiro, em virtude de sua eficácia
e segurança (KATZUNG,2010).
No entanto, o Omeprazol pode ser comprado facilmente nas farmácias, o que
é um grande problema, pois o uso indiscriminado, gera, a longo prazo carências
nutricionais, como a má absorção de cálcio, ferro e vitamina B12 ( LIOTTI et. al,
2015). Também, o ácido estomacal é uma das primeiras linhas de defesa do corpo
contra bactérias e outros patógenos. Reduzir a acidez do estômago pode aumentar
o risco de infecções, incluindo infecções respiratórias, gastrointestinais e renais
(PIMENTA et. al, 2016)
Na sua metabolização, ele influencia em várias enzimas do citocromo P 450,
como CYP2C19 e CYP3A4; o Omeprazol aumenta a concentração plasmática do
Diazepam, Carbamazepina, Cetoconazol, Itraconazol, Digoxina e Várfarina. Álem
destas interações importantes, ele diminui a eficácia do Clopidogrel.
Portanto é necessário que os prescritores tenham consciência das interações
e os pacientes recebam orientações sobre a duração do tratamento e forma correta
de administração do Omeprazol, levando assim a melhor qualidade de vida dos
usuários.
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JUSTIFICATIVA

Tendo em vista que a automedicação é definida como uso de medicamentos


sem prescrição médica, que ocorre pela decisão do próprio paciente, pela indicação
do vizinho, amigo ou familiar que já fez uso da mesma medicação ou até mesmo por
receitas antigas.
Desta forma, o presente estudo tem como objetivo minimizar esse problema
através da assistência farmacêutica, esclarecendo dúvidas e auxiliando da melhor
maneira possível esses pacientes que utilizam tais medicamentos de forma
indiscriminada, mostrando-lhes seus riscos e efeitos toxicológicos.
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REFERÊNCIAS

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Antinflamatórios não Esteroidais (Aines) por Pacientes Idosos em uma Rede
de Farmácias do Sudoeste da Bahia ,2018, Revista Multidisciplinar e de
Psicologia. https://doi.org/10.14295/idonline.v12i40.1177

Smyth & Fitzgerald, 2017).


(Carvalho et al., 2004, Rang et al.,2019).

VIEIRA, A. L.; FRANÇA, G. G., AS CONSEQUÊNCIAS NO CONSUMO


INDISCRIMINADO DO PARACETAMOL E ORIENTAÇÃO FARMACÊUTICA À
PROMOÇÃO AO USO RACIONAL,2013

JHOHN Elder Nobrega de Lima; O uso de AINEs no tratamento de doenças


tropicais virais no Brasil, 2011

MOTA, D. B.; Borja Amélia; RISCOS RELACIONADOS AO USO PROLONGADO DE


INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS (OMEPRAZOL): IMPORTÂNCIA DA
ATENÇÃO FARMACÊUTICA, 2018).

PEREIRA, J. R.; SOARES, L.; HOEPFNER, L.; KRUGER, K. E.; GUTTERVIL, M. L.;
TONINI, K. C.; DEVEGILI, D. A.; ROCHA, E. R.; VERDI, F.; DALFOVO, D.; OLSEN,
K.; MENDES, T.; DERETTI, R.; SOARES, V.; LOBERMEYER, C.; MOREIRA, J.;
FERREIRA, J.; FRANCISCO, A. Riscos Da Automedicação: Tratando O
Problema Com Conhecimento, Joinville, 2010, disponível em
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/premio_medica/pdfs/trabalhos/mencoes/
januaria_ramos_trabalho_completo.pdf Acesso em mai. 2023

KATZUNG, B. G., Farmacologia Básica e Clínica. 10ª Edição Porto Alegre:


AMGH, 2010.
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MELO, J. R. R., DUARTE, E. C., MORAES, M. V., FLECK, K., ARRAIS, P. S.


D. Automedicação e uso indiscriminado de medicamentos durante a pandemia
da COVID-19. Cadernos De Saúde Pública, (2021). https://doi.org/10.1590/0102-
311X00053221

BRAGA, C. N., BORREGO, L. M., PINTO, P. L., MARINHO, S., & PINTO, J.
R. (2005). Asma–factor de risco para hipersensibilidade aos anti-inflamatórios
não esteróides?. Portugal, (2005) Rev Port Imunoalergologia, 13(2), p 171-175.

LIOTTI, A. C. C., & AMBROSIO, P. A. (2015). Riscos da má absorção de vitamina B12 e


cálcio causados pelo uso prolongado do omeprazol em idosos. Centro de Pós-Graduação Oswaldo
Cruz.
Pimenta, L. R. D. S., Soares, R. D. S., Castro, P. F. D. S., Freitas, J. G. A. D., & Nielson, S. E.
D. O. (2016). Uso indiscriminado de omeprazol em idosos e a importância da atenção
farmacêutica. Revista de Trabalhos Acadêmicos-Universo–Goiânia.

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