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Apontamentos: Cultura Cabo-verdiana/12º ano

Tema: O património cultural construído cabo-verdiano

Património cultural é o conjunto de todos os bens, manifestações populares, cultos, tradições tanto
materiais quanto imateriais (intangíveis), que reconhecidos de acordo com sua ancestralidade,
importância histórica e cultural de uma região (país, localidade ou comunidade) adquirem um valor único
e de durabilidade representativa simbólica/material. Assim, de acordo com sua particularidade e
significativa forma de expressão cultural, é classificada como patrimônio cultural, determinando-se sua
salva-guarda (proteção), para garantir a continuidade e preservação. Com a intenção de assegurar, para as
gerações futuras conhecerem seu passado, suas tradições, sua história, os costumes, a cultura,
a identidade de seu povo.[1][2]

Cabo Verde é um país extremamente rico a nível patrimonial e tido como referência, no exterior, neste
quesito. Ao longo dos cincos séculos da sua existência, o povo cabo-verdiano construiu um valioso
património, que hoje testemunha a nossa história e caracteriza a nossa identidade cultural enquanto povo.
O Instituto do Património Cultural (IPC) é a instituição responsável pela identificação, inventariação,
investigação, classificação, salvaguarda, defesa e divulgação dos valores do património cultural, móvel e
imóvel, material e imaterial do povo cabo-verdiano.
De acordo com a legislação, os bens que integram o património cabo-verdiano são: monumentos (obras
arquitetónicas, da escultura e da pintura); sítios (obras humanas ou obras conjuntas do homem e da
natureza); conjuntos arquitetónicos (agrupamentos arquitetónicos urbanos e rurais); monumentos
naturais construídos por formações físicas e biológicas), registos arquivísticos, bibliográficos e
manifestações culturais imateriais, etc.
Segundo os dados do IPC, o património cultural cabo-verdiano abrange:
a) Património natural
Parque Natural de Cova, Paul e Ribeira da Torre (Santo Antão);
Parque Natural do Fogo – Chã das Caldeiras;
Salinas de Pedra de Lume (Sal);
Parque Natural de Serra Malagueta;
Parque Natural de Monte Gordo (S. Nicolau);
Dunas da ilha da Boa Vista;
Reserva Natural de Santa Luzia e os Ilhéus Raso e Branco

b) Património cultural material


Sítio Histórico da Cidade Velha;
Centro histórico da Praia (Plateau);
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Campo concentração do Tarrafal;


Sobrados de S. Filipe da ilha do Fogo;
Seminário-Liceu da ilha de S. Nicolau;
Centro Histórico de Nova Sintra;
Farol Dona Maria Pia – Prainha.
c) Património cultural imaterial
Festa da bandeira de Nhô S. Filipe;
Festa de Nhô São João;
Tabanca;
Carnaval do Mindelo;
Morna;
Língua cabo-verdiana;
Olaria de Fonte Lima;
Batuque.
Medidas de conservação e preservação do património cultural construído
Em Cabo Verde, a conservação e preservação do património constituem uma questão bastante discutida.
Embora já se fez muito, ainda muito falta por fazer para conservar e preservar o rico e diversificado
património cultural cabo-verdiano, que constituem uma importante herança da nossa identidade histórica e
cultural.
Em abril de 2020, foi publicado o Regime Jurídico de Proteção e Valorização do Património Cultural
(Decreto-lei nº 85/IX/2020 de 20 de abril, que define as medidas e ações que precisam ser implementadas
para proteger, preservar e valorizar os bens materiais e imateriais que possuem valor patrimonial. De entre
as medidas indicadas, destacam-se:
Reforçar a fiscalização e as medidas punitivas contra os crimes patrimoniais;
Alargar a inventariação, investigação e divulgação do património construído no país;
Assegurar à população, sobretudo às gerações mais novas, o conhecimento do seu património,
Informar e sensibilizar a população sobre a importância da preservação do Património;
Envolver a comunidade local no plano de preservação dos bens patrimoniais;
Desenvolver um plano de educação patrimonial;
Recuperar e restaurar os edifícios patrimónios degradados;
Dar maior vida e funcionalidade aos edifícios;
Promover a rentabilização económica do património como fonte de desenvolvimento sustentável.
Nota: O conhecimento, estudo, proteção, valorização e divulgação do património cultural constituem um
dever do Estado, das autarquias locais e de todos os membros da sociedade civil.

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