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Ensinamentos maçõnicos
Índice
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Guido Thomaz Marliére
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ele um homem de grande cultura, com facilidades, além das muitas outras, a
de ser um grande poliglota, falando corretamente o francês, seu idioma pátrio,
o alemão, o inglês e o português.
O seu aprendizado do alemão lhe facilitou Porter estado na Alemanha
por 4 anos, ou seja, der 1791 a 1795. Aprendeu entre nós o tupi e o tapuia.
Guido Thomaz Marliére se sublimou quando disse: “Por que não posso
eu trovejar, e voltar quantas armas de fogo tenho, contra os peitos de alguns bárbaros
senhores de escravos, que folgam de comer e beber ao som de pancadas, que
mandam dar neles? Cães danados, opróbios da sociedade, ainda sois vivos!”
Era MAÇOM da venerável loja “Mineiros reunidos” de Vila Rica. Em
1822 pediu filiação, sendo seu requerimento atendido em 8de julho de 1822,
ou seja, cerca de um mês depois de sua criação.
Como dissemos, Marliére era um homem culto e arejado: era leitor de
Voltaire e de d` Alembert, os homens defensores da liberdade e igualdade dos
homens, o que contribuiu para o seu senso de humanidade e amor ao índio.
Mas, embora fosse preocupado com a educação religiosa, condenava o
comportamento de certos padres ciosos dos bens materiais, da posse de terras
e de índios. Condenava a concupiscência! Advogava decididamente ao
Presidente da Junta da Fazenda Pública a criação de um Altar Portátil com o
material necessário, de forma que se pudesse rezar missas para os soldados
das Divisões e suas famílias, transmitindo aos índios esse bom exemplo.
Mas devia haver muita incompreensão, o que não se admira, sobretudo
o que dizia respeito às intrigas, calúnias,prisões e toda sorte dd peripécias
ocorridas. Também, sobre o seu casamento com uma dama da corte, D. Maria
Vitória, pertencente a uma antiga e tradicional família de militares portugueses,
pouco coisa se sabe.
De uma franqueza fora do normal, isto tudo devia ter acontecido,
agravando o fato: “muito livre em matéria de religião”. Mas retornando à
questão da catequese,preferia os capuchinhos franceses, probos de boa
conduta e desinteressados, em lugar dos jesuitas, que a seu ver erravam
inteiramente na missão.
Foi assim que ele disse em um trecho de sua carta: “Lembre-se o
governo de S.M.I., no qual os capuchinhos franceses, que foram expulsos do Brasil
em 1617, provavelmente pela intriga dos jesuitas, deixaram 9 missões de índios que
ocuparam 40 anos, e estão bem florescentes.”
Mas é precioso frisar que, embora contrário aos jesuítas, era evidente
que Marliére interessava-se pela educação religiosa dos índios, tanto assim
que solicitava ao Imperador o ensino religioso ´para eles, como diz: “Já o
Imperador ouviu a minha voz: “Já o Imperador ouviu a minha voz, abençoado
ele seja! Lá vão cinco jovens Botocudos a serem educados em um Colégio
para virem ensinar a seus irmãos, e muitos brasileiros ouvirão Missa deles.”
E, mais adiante, estende-se um de seus conceitos a respeito dos
padres, dizendo que “Os padres dos indígenas seriam menos covardes e mais
compreensíveis para aqueles eu tinha o mesmo sangue e a mesma origem”.
Seu espírito humanitário, e de amor e respeito aos semelhantes, estava
sempre presente em todas as suas atividades, quando, por exemplo, escrevia:
“Há 13 anos que grito aos sucessivos governos contra os matadores; opressores e
invasores das terras dos índios; nunca obtive senão respostas evasivas, devassas de
encomenda, que se não verificaram em execução e promessas de Regulamento e
Direções, que nunca vieram. Não se enfocou um só matador de índios, não se
castigou a opressão, não se restituiu um palmo de terras”.
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Abordamos a capacidade de Guido Thomaz Marliére como um grande
desbravador, amigo dos índios, fundador de vilas e povoados, até certo ponto
um evangelizador.
Na verdade auxiliou a fundação de dezenas e dezenas de povoações e
aldeamentos, entre os quais se acha Ubá. Era o comandante da milícia da
Zona da Mata, mas, nas questões civis, estava subordinado aos capitães-
mores das respectivas comarcas.
Vejamos o que diz o livro O segredo revelado de Guido Marliére, de Ary
Gonçalves: “”Assim é que, entre nós, nas questões civis, achava-se ele sujeito às
decisões e providências do Capitão-Mor de Mariana, a cuja comarca pertencia esta
região. Sugeria ele ao Governador das Província certas medidas, porém o Governador
remetia a sugestão ao Capitão-Mor Antonio Januário Carneiro, a principal pessoa da
comarca.
Para o Capitão-Mor de Mariana:
Remeto a V.Mercê requerimento incluso, de Gonçalves Gomes Barreto,
acompanhado da informação que sobre o mesmo requerimento me foi dirigida pelo
Capitão Diretor Geral dos Índios, Guido Marliére,para que em pronto haja de expedir
as precisas providências no Presídio de São João Batista sobre o objeto de que se
trata o dito requerimento e informação. Deus guarde a V. Mercê- Vila Rica, 11 de
março de 1820. D. Manoel de Portugal e Castro. Sr. Capitão-Mor Antonio Januário
Carneiro. (Revista do Arquivo Público Mineiro,1905, p.421).
Claro está que numa questão puramente civil, foco de todo assunto
militar, como a fundação da Capitania do Rio Ubá, teria a execução de ser do
Capitão-Mor Antonio Januário Carneiro, já que a matéria interessava à
jurisdição da comarca. E a verdade histórica é que o Capitão-Mor concordou e
construiu Capela, trazendo o povo pobre de Piranga para habitar a primeira rua
do povoado de Ubá (Rua de Trás, hoje Santa Cruz).
Aqui então começa a história da fundação de Ubá. É da maior
importância a presença do francês Guido Thomas Marliére em nossa história, e
esse aspecto cresce à medida que melhor estudarmos a obra desse
desbravador..
Exerceu na época papel importante em Minas Gerais especificamente
na conquista da Zona Da Mata e aí nas bacia do Rio Doce e seus afluentes,
conseguiu trazer à civilização grande número de selvagens e suas tribos, além
de contribuir para o início da fundação de inúmeras cidades da Zona da Mata,
abertura de picadas e caminhos ligando os povoados, que mais tarde iriam
formar vilas e cidades prósperas.
Foi um desbravador de matas virgens,fascinado pelo vale misterioso e
belíssimo do Rio Doce, e sobre isso tudo, um administrador e protetor dos
índios, um colonizador humanitário, que disse textualmente: “ Brasileiros, que a
peso de ouro ides comprar homens para a sua e vossa desgraça, por que não vos
voltastes para vossos irmãos índios, para o fim de vos ajudar nos vossos trabalhos?
Os índios são menos imbecís do que os negros e trabalham como eles. Vede os
Coroados, os Coroapós,os imenso Puris e já muitos botocudos”.
No dia 5 de junho de 1836, portanto aos 63anos de idade, morria em
sua Fazenda de Guidowald, Guido Thomaz Marliére, o lutador indômito que
nãose deixava vencer diante de todas as dificuldades encontradas em sua
vida. Na verdade ele dizia ao terminar a vida, ao penetrar na eternidade: “ A falta
de conhecimentos, em matéria de História Natural, sobretudo me tem causado
cruelíssimas noites,e obrigado a aprender até a minha próxima despedida deste
grande teatro, chamado Mundo, que tranqüilo espero, como Voltaire: sem desejo, sem
remorso e sem susto.
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Recentemente, em conseqüência de declarações feitas por um tetraneto
de Guido Thomaz Marliére, foram dados esclarecimentos sobre a vida deste
grande homem. José Sérgio de Araújo Flávio Marliére, advogado, residente em
Belo Horizonte, nos conta que se tetravô nasceu em 23 de abril de1769, em
Marselha, o que discorda do que dissemos páginas atrás.
Ele era um dos mais brilhantes alunos da Academia de Lorena, traduzia
Virgílio e Cícero, amava a irreverência de Voltaire. Serviu como oficial de
Mirabeau, lutou com Danton e Robespierre e, mais tarde, ocupou a posição de
lugar-tenente na campanha napoleônica da Lombardia, junto ao regimento
Condé.
O seu nome – Marlier ou Marliére – vem de um grande escultor,
Alerxandre-Pierre Marlier, e de Jerome Mariliére, magistrado, historiador e
poeta, nascido em Mons (1613-1681). Afrânio de Melo Franco em seu livro “O
Apostolado das Selvas Mineras” admite que Marliére haja nascido na Alsácia-
Lorena, pois dominava o alemão, como se verifica em parte de sua
correspondência. Isso vem contrariar em parte quando dissemos que ele
aprendeu a língua germânica, durante sua permanência opor quatro anos na
Alemanha.
Manteve correspondência, como homem culto, com os viajantes que
estiveram no Brasil, do porte de Spix, Martius, Barão de Eschevege, Freyreiss,
Rugendas e Barão de Sainrt-Hilaire. Manteve ainda relação epistolar com
Anton Franz, de Mueunhuweyer, na Alemanha. Mas, conforme intrigas da
época, era tido como um emigrado francês a pecha de espião a soldo de
Napoleão.
A avó do Dr. José Sérgio de Araújo Flávio Marliére, lembrando de
Guido Thomaz Marliére, embora nonagenária, perfeitamente lúcida, contou-lhe
repetidas vezes que oo desbravador era lugar-tenente de Napoleão e de sua
inteira confiança. Quando porém o corso tornou-se cônsul vitalício, a caminho
de se sagrar imperador dos Franceses, não encontrou, entre muitos outros, no
jacobino Marliére a cega obediência, daí o rompimento e a fuga.
Acrescente a veneranda senhora ter ouvido tais relatos no Quartel-
General do próprio colonizador. A fuga para o Brasil em companhia da real
família de Portugal se deu em 1808, como dissemos, devendo acrescentar que
ele se fez acompanhar de sua mulher D. Maria Vitória da Conceição
Roussennex Mariliére, dama-de-honor do Paço de D. João VI e filha e irmã de
militares franceses, servindo em Portugal (e não a militares portugueses, o que
parece menos adequado).
Como sempre acontece, em consequência de intrigas (em 1811) foi
preso em Vila Rica e levado para o Rio de Janeiro. Consta que foi recolhido à
mesma cela onde 18 anos antes estivera encarcerado Tiradentes. Não tendo
sido apurada alguma culpa, foi posto em liberdade, voltando da Vila Rica, mas
continuou nos seus livres e insensatos discursos em matéria de religião, um
dos motivos para a sua prisão anterior.
Já vimos que foi elevado ao cargo de Comandante-Geral das Divisões
Militares (Capitão Diretor Geral dos Índios), louvado pelo Imperador inúmeras
vezes pelo seu patriotismo, humanidade e diligência em suas atribuições.
O seu filho, Leopoldo Guido Marliére, como sinal de gratidão das
autoridades, teve, aos nove anos de idade, o título de alferes agregado ao
Segundo Regimento de Cavalaria da 1ª Linha do Exército, e “dispensado do
exame de Ley e do Comendo e o Hábito de Christo para poder com esse soldo
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seguir estudos”. Em outras palavras, hoje diríamos que obteve uma bolsa de
estudos, em retribuição aos serviços prestados pelo pai!
Voltando a falar sobre a morte de Guido Thomaz Marliére, diremos que
ele faleceu no dia 5 de junho de 1836, aos 67 anos de idade, em sua fazendo
Guidoval, situada à margem do caminho que ia de Ubá a Cataguases. Em sua
farda de Coronel ostentava a Medalha de Cavaleiro da Real e Militar da Ordem
de São Luis que lhe outorgara o Rei Luis XVIII, em 1824, além da comenda do
Hábito de Christo.
Foi sepultado com funerais indígenas, com grande acompanhamento,
no qual sobressaía a presença dos Índios, os seus irmãos de coração. O local
era próximo ao seu Quartel-General e aí o Governo de Minas Gerais mandou
erguer um monumento que abriga suas cinzas.
Foi dado a uma cidade mineira o nome Guidoval, em sua homenagem, e
o povo de Cataguases erigiu uma estátua em bronze. Em Ubá, a tradicional
Praça Guido Marliére é uma homenagem viva ao grande desbravador. Outras
localidades da Zona da Mata possuem praças, escolas e colégios com o seu
nome.
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Maria Eugênia: uma história real
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“Negra, muito magra, muito escura, olhos esbugalhados e vermelhos,
obra da bebida que exalava... Vestido sujo e em farrapos, cheirando urina... Os
pés descalços, sujos, marcavam grande caminhada...
Senti medo!Senti pavor! E, também ela, percebeu o meu desagrado. Ela
percebia, em sua dor e desespero, toda minha repulsa. E eu não entendia
nada.
Hoje, anos depois, com o rosto escorrendo as lágrimas, eu lamento:
Oh! meu Deus! O que eu fiz? Não fui uma Diretora... Não fui uma professora...
Não fui uma mestra de crianças e jovens... Não fui uma discípula de Jesus!...
Ela continuava a gritar. A seus gritos, professoras e serviçais acorreram.
“Quero minha sala! Quero meus alunos! – gritava ela. – Sou a professora! -
continuava a gritar, mostrando velhos livros debaixo dos braços – Quero minha
sala e meus alunos, senhora Diretora.
Apavorada eu também gritava: “Tirem essas mulher daqui!... Tirem
essa mulher daqui!...
Nesse momento crítico e desagradável, uma das professoras se
aproximou e, com imensa ternura, lembro-me bem, encaminhou a intrusa para
fora. Contudo, ninguém mais tomara nenhuma atitude. Todos estavam como
que petrificados.
“Por que? Por que?” – perguntava eu, raivosa e descontrolada – Por que
ninguém tirou essa louca daqui? – continuei reclamando. – Quem é ela?
Perguntava.
Eu insistia pela resposta... Com os olhos cheios de lágrimas, uma voz
chorosa e rouca, responde-me: “Essa, senhora Diretora, é MARIA EUGÊNIA!!!
e chorava copiosamente.
Tomada de pavor, eu percebi que algo de profundo, de triste,
acontecera ali... e ensaiei uma nova pergunta: “E quem é Maria Eugênia?
Aqui começa a minha história: “Maria Eugênia, menina pobre, feia,
preta, de família desorganizada e quase mendiga, empregara-se certa vez,
num colégio de Petrópolis. Ali cresceu, ali viveu, ali sofreu, mas, também ali,
tornou-se uma normalista. A primeira normalista de sua terra e cidades
vizinhas,em toda a região”.
A voltar para a cidade de onde saíra, hoje palco desta história, chegara
entre fogos e vivas, banda de música e entre “todas as autoridades.” Todos a
saudavam, e ela sorria feliz. Inesquecível na memória de todos.
Logo após sua chegada, ela arrecadou fundos, donativos, etc., e
construiu o prédio da sua escola. A felicidade parecia ter chegado naquele
lugarejo: prédio bonito, bandeiras, carteiras, um povo feliz.
Mas – eu disse sempre essa palavra macabra – mas ela chegou,
também para a Maria Eugênia:os políticos haviam conseguido, do governador,
a nomeação da filha do deputado para substituir a Maria Eugênia... Ela não
acreditava... Ela era a única normalista!... reclamava ela.
De nada valeram os protestos do,povo. Prevaleceu o “sistema”, o
“coronelismo”, de uma civilização arcaica e corrompida.
Para efetivar a saída da professora, certo dia, a polícia arrasta, à força,
daquela escola, a indefesa Maria Eugênia.
Chorando, ela pedia, implorava, e chorando, acredite quem quiser,
chorando, ela enlouqueceu. Tresloucada, perambulando insana pelas ruas, ela
só sabia dizer “quero minha sala, meus alunos”.
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A todas as Diretoras que por ali passaram, ela repetia o seu clamor. A
mim, também, ela pediu o que esperava de mim.
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Não consigo mais escrever. Minha dor é imensa. Só posso dizer, de joelhos,
chorando: PROFESSORA MARIA EUGÊNIA, PERDOA-ME
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Mary`s Chapel, a Loja Maçônica mais antiga mundo
Quem passa em Hill Street junto à porta n.º 19, não deixa de reparar
no invulgar do seu aspecto, desde as colunas jónicas laterais até um misterioso
emblema gravado por cima da entrada, que tem sido motivo das mais
desencontradas leituras por aqueles que desconhecem estar diante da Mary´s
Chapel n.º 1 de Edimburgo, a mais antiga Loja Maçônica activa do Mundo.
Esse emblema esculpido em pedra sobre a entrada principal portando
a data 1893, nasceu de um projeto apresentado pelo Venerável Mestre Dr.
Dickson no Lyric Club em 6 de Outubro desse ano e que se destinava a ser
colocada aqui. Consiste num hexalfa dentro de um círculo tendo ao centro a
letra G resplandecente.
O hexalfa ou estrela de seis pontas com dois triângulos opostos
entrelaçados circunscrito pelo círculo, designa a Harmonia Universal, a Alma
Universal alentada pelo G raiado indicativo de Geômetra, o Grande Arquiteto
do Universo, portanto, God ou Deus, que como Espírito (triângulo vertido)
elabora a Matéria (triângulo vertido), ambos os princípios não prescindido um
do outro (triângulos entrelaçados) para que a Grande Obra do Universo (a sua
evolução e expansão incluindo todos os seres viventes dele) seja justa e
perfeita, o que se assinala no círculo. Em linguagem Maçônica, isso quer dizer
que os trabalhos de Loja possuem retidão e ordem. Em linguagem hermética
ou segundo os princípios de Hermes, o Trismegisto, significa “o que está em
cima é como o que está em baixo, e vice-versa, para a realização da Grande
Obra”.
Nesse emblema aparecem também muitas marcas em forma de runas
pictas (isto é, a dos primitivos habitantes da Escócia, os pictos, que
estabeleceram o seu próprio reino) e símbolos de graus maçônicos que vêm a
designar em cifra, correspondendo à marca Maçônica pessoal, os nomes dos
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Oficiais da Grande Loja da Escócia e da Loja de Edimburgo nesse ano de 1893
da qual esta Loja de Mary´s Chapel faz parte como número 1. Com efeito, entre
os triângulos e o círculo aparece a sigla LEMCNºI, “Loja (de) Edimburgo Mary´s
Chapel n.º 1”, e dentro dos triângulos 12 símbolos correspondentes aos 12
Oficiais desta Loja, enquanto os 4 símbolos fora do círculo designam os 4
Oficiais da Grande Loja presentes quando se aprovou esta peça artística.
Como exemplo único evitando indiscrições, repara-se no H com o Sol Levante
por cima: é a marca pessoal de George Dickson, Venerável Mestre desta Loja
de Edimburgo em 1893.
Leva a designação atual de Loja de Edimburgo porque Mary´s
Chapel (Capela de Maria), onde a Loja funcionou originalmente, não existe
mais. Ela foi fundada e consagrada à Virgem Maria, no centro de Niddry´s
Wynd, por Elizabeth, condessa de Ross (Escócia), em 31 de Dezembro de
1504, sendo confirmada por Carta do rei James IV em 1 de Janeiro de 1505. A
capela foi demolida em 1787 para a construção de uma ponte no sul da cidade.
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O fato de aqui redigir-se uma acta Maçônica em 1599, pressupõe que
a Loja é anterior a esse ano e estaria organizada e ativa desde data
desconhecida. Seja como for, esta também foi a primeira Loja Maçônica antes
de 1717 a admitir membros que não fossem construtores: Sir Thomas Boswell,
Escudeiro de Auschinleck, Escócia, foi nomeado Inspetor de Loja em 1600, o
que constitui a primeira informação relativa a um elemento não profissional
recebido em Loja de Construtores Livres. Outros autores dão o nome como
John Boswell, Lord de Auschinleck, admitido como maçom aceito nesta Loja.
Este John Boswell é antecessor de James Boswell, que foi Delegado do Grão-
Mestre da Escócia entre 1776 e 1778.
As atas de 1641 desta Loja Mary´s Chapel igualmente indicam que
maçons especulativos foram iniciados nela. Nesse ano foram iniciados Robert
Moray (1609-1673), general do Exército Escocês e filósofo naturalista, Henry
Mainwaring (1587-1653), coronel do Exército Escocês, e Elias Ashmole (1617-
1692), sábio astrólogo e alquimista. Reconheceu-se aos três novos membros o
título de maçons, mas como não gozavam dos privilégios dos autênticos
obreiros, pois o cargo era somente honorário, foram denominados
como accepted masons.
Ainda sobre Robert Moray, Roger Dache, do Institut Maçonnique de
France, informa que quando da sua iniciação Moray recebeu como marca
Maçônica pessoal o pentagrama ou estrela de cinco pontas, muito comum na
tradição dos antigos construtores, com a qual se identificou bastante e a
utilizou nas assinaturas de diversos documentos. Ainda sobre Elias Ashmole,
G. Findel, na sua História da Maçonaria, diz que há uma confusão nas datas
sobre a sua iniciação Maçônica: Ashmole terá sido iniciado em 16 de Outubro
de 1646 em uma Loja de Warrington, Inglaterra, mas o fato é que o próprio
escreve no seu Diário ter sido iniciado em Edimburgo em 8 de Junho de 1641.
Em 1720, o artista italiano Giovanni Francesco Barbieri apresentou na
Loja Mary´s Chapel um trabalho lavrado em reproduzindo com muita fidelidade
a Lenda de Hiram, ou seja, o fenício Hiram Abiff que era o chefe dos
construtores do primitivo Templo de Salomão, em Jerusalém. Sabendo-se que
essa Lenda foi incorporada ao ritualismo maçônico cerca de 1725, conjectura-
se que Giovanni possa ter sido um dos maçons aceitos da época e que
a Lenda já era parte da ritualística Maçônica em Mary´s Chapeldesde muito
antes.
Há ainda o registro da visita de Jean-Theophile Désaguliers (1683-
1744) à Loja Mary´s Chapel em 1721, visita estranha do filósofo francês Vice-
Grão-Mestre (em 1723 e 1725) da recém-formada Grande Loja de Inglaterra.
Os maçons escoceses duvidaram do seu estatuto e sujeitaram-no a rigoroso
inquérito em 24 de Agosto de 1721, até finalmente acreditarem nele e
aceitarem-no com as regalias do cargo. Seja como for, não parece que as
pretensões de Désaguliers tenham obtido o êxito que procurava, talvez por
motivos de recusa de sujeição dos maçons escoceses aos maçons ingleses, o
que recambia para a antiga questão independentista.
Foram ainda iniciados nesta Loja de Edimburgo o príncipe de Gales,
depois rei Eduardo VII (1841-1910), e o rei Eduardo VIII (1894-1972), que
abdicaria do trono britânico para poder casar com a americana Bessie Wallis
Warfield. A caneta com que assinaram o documento da sua iniciação é
conservada no museu desta Loja, que o visitante pode ver entre outros objetos
relacionados com a longa história dos maçons de Mary´s Chapel.
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Aqui fica, em síntese simplificada para o leitor não familiarizado com
estes assuntos, a história da Lodge of Edinburgh n.º 1 (Mary´s Chapel), aliás,
desconhecida de muitos maçons apesar de ser a mais antiga da Escócia e do
Mundo.
Trabalho do Irmão Vitor Manoel Adrião
Fonte: Lusophia
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Porque minha mãe que me matar – relato de ex-muçulmana na Europa
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se torna uma mulher jovem e madura e sua mãe ainda bate em você, é muito
traumático. Você fica sem apoio.
Minha mãe começou a vigiar cada passo meu. Um dia, quando ela
encontrou uma camiseta que ela achou muito pequena, ela me deu um tapa
bem forte no rosto, cortando meu lábio. Ainda assim, eu me recusava a me
submeter. Eu não queria me anular em um casamento forçado. Eu queria
minha liberdade. Para meus pais, minha rebelião era uma fonte de grande
vergonha. Eles se sentiam envergonhados diante dos outros paquistaneses na
Áustria. Eles se tornaram mais determinados a me casar e restaurar a “honra”
da família.
Quando eu tinha 16 anos, minha família visitou o Paquistão. Eu me
lembro de sair para caminhar com uma roupa que considerei bem modesta-
uma calça larga e uma blusa. Outros viram aquilo de maneira diferente. Uma
multidão de homens se formou, vaiando e assoviando. Naquele dia minha mãe
me bateu outra vez, numa sala cheia de parentes.
E daí ela bateu em si mesma. Eu sabia que havia paquistaneses que se
flagelavam quando sofriam, mas nunca esperei que minha própria mãe fosse
fazer isso. Eu a vi bater em si mesma repetidamente no peito com uma vara,
dizendo: “eu dei a luz a uma prostituta!”
Meus pais me mandaram para uma escola islâmica, ou madraça, em
Lahore, para que eu “me educasse”, como minha mãe dizia. Eu fiquei em um
quarto com 30 outras meninas – não havia cadeiras, camas, ventiladores.
Naquele quarto não fazíamos outra coisa a não ser estudar o Alcorão, rezar, e
ouvir palestras do mulá sobre o profeta, que falava atrás de uma cortina. Se
uma menina falasse, ela seria publicamente jogada nos fundos do alojamento.
Moscas e vermes habitavam o banheiro. Não havia papel higiênico, apenas
toalhas com manchas de sangue. O sanitário era um buraco no solo.
Depois de três meses, eu parei de comer e fui expulsa. Acabei
concordando em me casar com um homem que minha família tinha escolhido,
de modo que pudesse voltar a Áustria durante o noivado. Mais tarde, quando
os meus pais perceberam que eu não ia levar o casamento adiante, meu pai
disse: “a honra dessa família é mais importante do que a minha vida ou a sua”.
Aquilo era uma ameaça direta a minha vida. Parece extremo, mas
acontece. De acordo com as Nações Unidas, 5,000 mulheres e meninas são
assassinadas a cada ano por “desonra” a família por agir de modo
desobediente e imodesto.
Eu fugi, sobrevivendo por dormir em um abrigo num café local em Linz.
Meus pais me incomodavam em ambos os lugares, aparecendo lá e me
mandando casar. Todos os dias eles apareciam, parecendo demônios
possuídos, até que eu perdi meu emprego. Eu tinha 18 anos.
Escapei para Viena com a ajuda de amigos. Lá eu comecei uma nova
vida, mudando o meu nome e me convertendo ao catolicismo. Eu escrevi um
livro sobre minha experiência, e minha família me processou por difamação. O
juiz sentenciou em meu favor.
Hoje eu estou tentando quebrar a tradição do “case ou morra”. Eu dirijo
uma fundação chamada Sabatina, na Alemanha, onde vivo. Meu grupo atua
como um trilho subterrâneo, ajudando as mulheres a escaparem de suas
famílias, e a encontrar emprego e abrigo.
Raramente saio sozinha. Sempre fico a pensar se alguém está me
espionando por aí. Eu amo minha liberdade, mas paguei um preço bem alto.
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Observação: Como maçom que sou , defensor da Liberdade e da Igualdade, e ferrenho
apologista da Fraternidade, abomino esta insana crueldade com os nossos irmãos indefesos e
culturalmente impossibilitados de reações isoladas como essa que estamos presenciando.
Que Alá os proteja...
NEWSWEEK
Texto de Sabatina James
Tradução khadija kafir
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Os ensinamentos maçônicos
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apresentados no Novo Testamento, pelo qual se comunica o Evangelho (Boa
Nova) Cristo a (todo) pecador sob a liderança e poder Espírito Santo. Afirma o
apóstolo Paulo: “Como crerão em Jesus se ninguém lhes anuncia?” (Rom.
10,14). Está em Atos dos Apóstolos, capítulo 14 14:21: “Depois de pregar a
Boa Nova ali, e de fazer muitos discípulos, eles voltaram a…”
O processo de evangelização cristã sempre teve como foco “o outro”.
Os costumes, a moral e os valores sociais da sociedade ocidental atual são
decorrentes dessa forma de pregação. No ocidente, quase a totalidade dos
jovens tiveram a sua formação com base na metodologia evangélica das
pregações nas escolas paroquiais levando-os a analisar todos os
acontecimentos dentro dessa metodologia, onde se avalia o que pode ser
corrigido na atitude dos outros antes de avaliar o que pode ser corrigido em si.
Assim formados desde a infância, não raro passam a avaliar mais como
os outros estão agindo do que a suas próprias ações. Na análise de suas
convicções e interesses, surgem julgamentos e conselhos para corrigir as
atitudes dos outros, conselhos que nem sempre são seguidos por quem
aconselha. Na máxima cristã “Ama o próximo como a ti mesmo” não está
implícito que o “próximo” tenha que ser “como ti” para ser amado.
A fraternidade, o principal ensinamento do Mestre Jesus, resumida na
máxima: “Amai-vos uns aos outros”, nem sempre é priorizada nas atitudes. Por
formação filosófica, a sociedade ocidental é mais preocupada em oferecer aos
outros a oportunidade de corrigir-se do que em corrigir a si própria.
A evangelização e os ensinamentos maçônicos não são conflitantes. A
metodologia dos ensinamentos maçônicos é voltada ao aperfeiçoamento do
indivíduo, trazendo a tona as suas qualidades latentes e aumentando a sua
autoestima, tornando-o consciente da sua capacidade de amar o “próximo”
como o “próximo é” e de, pela evangelização, levar-lhe a crença cristã.
O conteúdo dos ensinamentos maçônicos permite-nos afirmar que a
Maçonaria é uma escola de aperfeiçoamento exclusivamente individual. Este é
o principal fundamento dos ensinamentos maçônicos.
No Grau de Aprendiz, que é o primeiro contato da Ordem com o recém-
admitido, é apresentada toda a essência dos ensinamentos maçônicos. Todos
os autores maçônicos referem-se ao simbolismo da “pedra bruta” que deve ser
desbastada e preparada para sua utilização na construção de uma sociedade
mais justa, mais igualitária e mais fraterna. É comum ouvir do Maçom a
expressão: “Estou trabalhando a minha “pedra bruta”, quando se refere aos
seus estudos e práticas maçônicas. Dito dessa forma poderá dar margem ao
entendimento de tratar-se de dois personagens distintos; o Aprendiz e a “pedra
bruta”. Este entendimento é divergente do ensinamento maçônico, pois o
Aprendiz é a “pedra bruta”. O Aprendiz é o objeto a ser desbastado.
A direção que se deve dar ao cinzel é a si.
Em nenhum momento, nos rituais maçônicos, há indicação que o cinzel
deva ser voltado aos outros. Em si as pancadas no cinzel são dadas de acordo
a sua sensibilidade; se nos outros, o agente não colocará no maço o mesmo
peso que coloca quando desbasta a si mesmo, certamente seria mais pesado.
Não é atitude maçônica direcionar o cinzel para corrigir imperfeições alheias.
Para a Maçonaria são escolhidos os “bons” nas mais diversas atividades
humanas oferecendo-lhes a oportunidade de tornarem-se “melhores”
19
Há diferença entre o aprendiz de pedreiro (maçom) operativo (que
trabalhava nas atividades de construção) e o Aprendiz Maçom. Este não tem
necessariamente atividade nas construções. A representação do aprendiz de
pedreiro operativo é um jovem trabalhando para desbastar uma pedra bruta.
Já, as esculturas e os desenhos clássicos representando um aprendiz das
escolas de mistérios sempre mostram a figura de um homem esculpindo a si
mesmo.
O Aprendiz Maçom, para esculpir a escultura do homem que deseja
ser, terá que utilizar a matéria prima que recebeu por desígnio da Providência,
potencializar os recursos disponíveis na Natureza e trabalhar com a Vontade
representada pelo “maço e o cinzel” utilizados para aparar a arestas que
escondem no interior de seu ser o homem perfeito ali contido.
Na Maçonaria, esta confusão entre o aprendiz operativo e o aprendiz
admitido por processo de Iniciação pode ser observada em trechos das
cerimônias de recepção do candidato. Em alguns rituais maçônicos, o Iniciando
à Ordem, ao ser levado para executar a sua primeira lição no desbaste da
“pedra bruta”, é orientado para dirigir corte do cinzel à pedra disforme que faz
parte da decoração templo, em vez de direcioná-lo a si.
Este procedimento poderá induzi-lo, desde o seu primeiro aprendizado,
a intuir que seu trabalho é desbastar o que vê a sua frente (o outro) e não o
que está em si. Tendo a pedra bruta do templo como uma representação
simbólica de seu estado naquele momento, o Iniciando deveria direcionar o
cinzel sobre si e então trabalhar com o maço. A pedra bruta que se encontra na
decoração do templo, bem como a pedra polida e prancheta, são as joias fixas
que devem estar presentes para o funcionamento da Loja.
Um Maçom é um Obreiro da Arte Real que está concluindo a Obra
projetada pelo Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Essa obra é “ele”.
Trata-se de uma transformação individual, resultado do seu esforço e da sua
vontade pessoal. Esta obra só estará concluída quando ele transformar-se de
“pedra bruta” em “pedra polida” e como tal for reconhecido pelos “outros” (os
Irmãos, a sociedade, etc..). Não é ele que se avalia como pronto. São os outros
que como tal o avaliam.
As ferramentas simbólicas maçônicas são instrumentos de uso
específico para o desenvolvimento pessoal. Dependendo de como cada
Obreiro preparou-se e de acordo com o seu ajuste às necessidades dos
projetos da comunidade, será reconhecido pelos outros como adequado àquele
projeto. São os outros que avaliarão se a “pedra” poderá ser utilizada ou não
nas obras a serem realizadas.
A “pedra” só estará pronta quando não houver necessidade do mínimo
ajuste nas pedras vizinhas para o seu perfeito ajuste.
Se houver necessidade de interferir no polimento e características das
outras contíguas para o seu ajuste, ela não está pronta. Permanecerá ao lado
até que o trabalho de escultura seja refeito de modo que se ajuste às outras
pedras, sem que estas precisem de reparos. Se o desbaste está incompleto, é
apenas uma pedra no meio do caminho dos que precisarão fazer manobras
para evitar que as suas asperezas e seus desajustes possam ameaçar o
resultado da obra desejada.
A “pedra” ainda bruta certamente ficara em um canto qualquer da
sociedade, causando-lhe instabilidade e desarmonia.
20
O maçom não propõe que os outros mudem para que ele seja feliz,
procura mudar o possível em si para que todos sejam felizes. Esta é a essência
do ensinamento maçônico.
Está subentendido nos ensinamentos maçônicos a máxima: “O que eu
devo mudar em mim para que ele (o próximo) seja feliz”, independente de se o
outro é bom ou mau; réu ou julgador. Ser viciado ou virtuoso é uma escolha
pessoal de cada um, que ao Maçom não compete julgar ou tomar atitudes para
obrigá-lo a proceder de acordo com os valores, sempre pessoais, que crê
serem os corretos. Pela lei da “causa e efeito” cada um é responsável por suas
ações e pensamentos.
Maçonicamente cada um é responsável pessoal e único pela sua
evolução. Os ensinamentos maçônicos oferecerão a oportunidade de correção.
Quando concluída será reconhecida como tal pelos outros. Nesta idéia está
embutido o conceito de amor universal. O amor fraterno dará aos seus Irmãos
maçons a tolerância para aceitarem as tentativas de uma “pedra” ainda bruta
para ajustar-se à obra, orientando-a se assim ela desejar, para o seu perfeito
desbaste e ajuste. Se as imperfeições permanecerem, a “pedra” não será
utilizada, mas sempre lhe será fraternalmente oferecida nova oportunidade de
reajuste.
A não ser quando em cumprimento de atividade e funções
especificamente instituídas na legislação da Ordem ou da comunidade que
pertence, o Maçom não julga e não critica posturas pessoais de outrem. Se
solicitado, fará ponderações sobre o solicitante, jamais sobre terceiros. Não é
uma atitude maçônica interferir na postura pessoal dos outros, achando que
estes devem ou não fazer isto ou aquilo. A cada um cabe reconhecer os que
estão em condições de compartilhar projetos comuns e convidá-los.
O Maçom deve formar-se para depois colocar-se ao serviço da
comunidade. Aprender e praticar. O desconhecimento dos ensinamentos
maçônicos dificulta o relacionamento dos maçons entre si e dos maçons com a
Ordem. Quanto menor é o preparo individual, maior será a dificuldade na
participação das atividades da Ordem e mesmo fora dela.
Cada Maçom tem a sua individualidade respeitada: sua cultura, seus
pontos de vista políticos, suas convicções religiosas e suas características
psíquicas. Todo maçom é um homem livre, ciente da capacidade de
realizações, um cidadão bem sucedido e respeitado por suas atividades
profissionais e sociais que o levam a ser convidado a ingressar na Ordem.
O maçom é um voluntário.
Não é obrigado a fazer qualquer coisa que seja. Ingressou na Ordem
por livre vontade e com isso assumiu uma responsabilidade financeira como
em qualquer organização, sendo livre para sair a qualquer momento; até que
caracterize abandono, frequenta a Loja com a assiduidade que deseja; estuda
se quiser; atinge os graus mais elevados se assim o desejar; ocupa cargos que
aceitou por que quis: é eleito por que se candidatou; pode mudar de Loja se
assim julgar conveniente; nem as contribuições para benemerência são
obrigatórias se não aprovadas em assembléias de que participa.
Centralizados no aperfeiçoamento individual, os ensinamentos
maçônicos preparam o estudante para o convívio entre diferentes num conjunto
21
harmônico; prepara para a tolerância com os contrários; para o respeito pelas
convicções individuais e para a convivência entre atitudes divergentes.
Desbastado de suas imperfeições, o Maçom está pronto para servir à
sua comunidade, oferecendo-se quando solicitado ou apresentando sugestões
para as mudanças que julgar necessárias para o bem estar e a harmonia da
Ordem e ou da comunidade. Como sugestões são opiniões pessoais devem
ser tratadas como tal. Se traduzirem as aspirações dos envolvidos, a
concretização terá o consenso espontâneo da maioria dos indivíduos e aquele
que a propôs certamente será convocado para liderar a sua implantação.
Não é fácil o comando onde os comandados são voluntários e não há
recompensa financeira pelo trabalho realizado. O sucesso da empreitada está
associado à capacidade de conseguir motivar a maioria para acompanhá-lo.
Para a administração de uma sociedade constituída por voluntários há
necessidade de lideranças que aglutinem as ansiedades e administrem as
diversidades individuais, dirigindo suas energias ao trabalho comum.
A principal característica do líder de voluntários é fazer o que o grupo
quer. Nas sociedades constituídas por voluntários, são os operosos que a
fazem atingir os seus objetivos. São raros os casos das organizações que
conseguem uma participação efetiva da maioria de seus membros. Geralmente
os resultados obtidos são decorrentes de atividades isoladas de membros
dedicados. São sempre os mesmos que participam de quase todas as
atividades. A comunidade está habituada a conviver e a reconhecer a
dedicação daqueles que sempre participam.
É próprio da tradição maçônica o reconhecimento pelos Irmãos. Este é
o salário do Obreiro da Arte Real: o reconhecimento. Não há outro salário na
Maçonaria. Para o Maçom é gratificante a satisfação da missão cumprida e de
ser reconhecido por isso.
Cada um dos Membros reconhece o novo integrante que ingressa na
ordem. A Ordem reconhece o trabalho do Maçom que por isso, quando chega
a Mestre, recebe um diploma e uma medalha. Não foi sem méritos. O novo
Mestre pode não ter tido uma brilhante história, mas atingiu o que desejava.
Todos os Maçons sabem quais os que se dedicam e frequentemente os
elogiam. É o reconhecimento dos membros de suas Lojas ou de outras a que
serviu. Esta é a recompensa que o Obreiro leva de retorno ao seu lar, com uma
alegria nem sempre entendida e participada pelos seus familiares.
Quando o trabalho do Maçom extrapola os limites da sua Loja é
reconhecido pelos Grandes Orientes com a concessão de diploma ou medalha,
como se, na entrega, em nome de todos seus membros aquele Grande Oriente
afirmasse: “Como um Maçom operoso os Maçons deste Grande Oriente o
reconhecem”.
É próprio do ser humano desejar ser reconhecido pelos seus feitos. O
clube social reconhece seu membro pelos muitos anos de apoio e trabalho com
a entrega do diploma de Sócio Emérito; o Poder Municipal, em nome de todos
os munícipes que o reconhecem como um cidadão participante e premia-o com
a entrega do Diploma de Cidadania. Em cada diploma, medalha ou troféu
maçônicos recebidos está presente a máxima maçônica: “o reconhecimento de
meus Irmãos”.
A falta de divulgação dos feitos que justificassem a homenagem pode
gerar uma interpretação duvidosa sobre o seu merecimento. Não há casos da
entrega de diploma e medalhas aos que nada fazem. A Maçonaria é uma
22
sociedade justa cuja assembléia é sábia. Os maçons homenageados devem
ostentar com altivez as suas medalhas para que os Aprendizes, os
Companheiros e os novos Mestres o tenham como exemplo, solicitando-lhe
contar a história do conjunto de suas obras, que somado as de outros Maçons
“medalhados”, constituem a historia da Maçonaria.
A Maçonaria é o conjunto das ações de seus membros. É o somatório
do que cada um dos seus membros é sem representá-los individualmente. Os
Maçons que receberam distinções e homenagens compreenderam o
verdadeiro significado dos ensinamentos maçônicos e aplicaram-nos e por isso
foram reconhecidos como tal. Há aqueles que criticam os que ostentam nas
Lojas as suas muitas medalhas afirmando ironicamente: “eles andam arcados
com o peso das medalhas”. Mas, vejamos: os condecorados por seu trabalho
voluntário e dedicado têm como alternativa ostentar ou não as medalhas por
merecido recebidas.
O pretendente a maçom é conhecido antes de ser convidado a
participar da Ordem. A sua admissão é o reconhecimento pelos membros, da
sua postura moral, da sua vontade de aperfeiçoamento pessoal e da sua
capacidade econômica e financeira para sobreviver. Um conhecido jargão
afirma: “Para a Maçonaria são escolhidos os “bons” nas mais diversas
atividades humanas oferecendo-lhes a oportunidade de tornarem-se
“melhores”.
Ao Companheiro Maçom, conhecedor de todas as ferramentas
simbólicas, compete usá-las para construir. Nos rituais maçônicos não há
indicação de que as ferramentas simbólicas devam ser utilizadas para destruir.
Se um projeto não atende aspiração pessoal de algum Membro, não quer dizer
que não deva ser executado. Se há quem queira realizá-lo e que encontra
quem queira auxiliá-lo, certamente o projeto atenderá aspirações de seus
executantes. Neste caso, quem não concorda com o projeto, não deve
atrapalhar ou impedir a sua execução, respeitando a diversidade e a
individualidade das opiniões.
Compete à assembléia da Loja a decisão final dos assuntos
conflitantes, geralmente resolvidos com justiça, dentro da maior harmonia
possível, O Mestre é o conhecedor dos ensinamentos maçônicos e está apto a
ensiná-los. O Mestre é o Companheiro que recebeu um diploma de professor,
sendo-lhe transmitidas as Lendas Maçônicas que, como parábolas, serão o
instrumento didático adotado para a difusão dos ensinamentos.
A máxima de São Francisco de Assis “é dando que se recebe”
representa a essência da responsabilidade do Mestre. O ensinamento
esotérico contido nesta máxima refere-se à Dualidade. Tudo o que entra
deverá sair para abrir espaço para novas entradas.
A capacidade de aprender é aumentada quando é ensinado o que se
sabe. Só é “retido” o que é “doado”. O conhecimento fixa-se quando é
ensinado. Tudo o que se lê nem sempre é retido na memória, mas uma vez
ensinado, jamais será esquecido. Patrick Byrne, em seu livro “O Ouro dos
Templários” (Editorial Estampa – Lisboa-2007-pg. 257), cita o ditado que capta
a essência do conceito cabalístico: “Quando alguém se deixa penetrar pela luz,
mas não a liberta, cria-se uma sombra”.
Recebendo sem distinções os intelectuais, cientistas, religiosos, livres
pensadores, inventores e operários, jovens e idosos, para um convívio comum,
a Maçonaria tornou-se a depositária de todo conhecimento científico e oculto
23
produzido pelas civilizações em todos os tempos. Instituição de caráter
universal, seu Quadro é composto por profissionais de todas as áreas da
atividade humana, que colocam os seus conhecimentos à disposição da
Humanidade. Esse conhecimento pode ser encontrado nas atividades das
Lojas, seja apresentado individualmente por seus membros ou contido no
simbolismo e alegorias de seus Graus e Ordens. Compete ao maçom
desvendá-los e praticá-los em benefício de sua evolução pessoal e da
Humanidade.
Autoria do: Irmão Edison Barsanti, 33º • MI∴ - GOB.
24
Os diferentes tipos de Maçons
O MAÇOM ‘NÃO SEI PORQUE’ - ‘Não sei porque ele ainda é maçom;
nem você, e talvez nem ele saiba’. Não comparece; não colabora; dá trabalho
ao Tesoureiro; critica o que se faz e o que deixou de ser feito; ninguém sabe
por que ele entrou e como conseguiu galgar os diversos graus; porque ali
permanece e porque demoram em eliminá-lo.
26
O MAÇOM DA SEGUNDA-FEIRA - Também poderia ser chamado de
Maçom “Standar”. Comparece pontualmente a todas as reuniões. Maçonaria
para ele se resume nisso: fica no seu lugar, não quer encargos, comissões,
enfim não quer trabalhar. Não apresenta propostas; não entra em debates,
discussões; nunca apresenta trabalho de cunho maçônico. Participa das
votações porque é obrigado. O único serviço que presta à Loja é ser pontual
com a tesouraria e dar boa referência às reuniões.
27
28
Voltaire
Filósofo francês
François Marie Arouet era seu nome de batismo. Veio de uma família
burguesa e adquiriu sólidos estudos com os jesuítas no colégio de Clermont.
29
Hervê Cordovil
Hervé Cordovil
Cordovil era o nome de seu pai, o médico Cordovil Pinto Coelho, que
resolveu transformar seu prenome em sobrenome ao batizar o filho Hervê,
nascido em 3 de fevereiro de 1914, na mineira cidade de Viçosa. Da mãe,
Maria de Lucca Pinto Coelho, musicista amadora, herdou o talento musical que
faria dele um dos maiores nomes da história da música popular brasileira.
Filho de classe média alta – seu pai era médico de Artur Bernardes,
futuro presidente da República -, Hervê saiu cedo de Viçosa, passou por
Manhuaçu e por volta dos 10 anos de idade foi estudar no Rio de Janeiro. No
Colégio Militar concluindo o curso em 1931, já estava envolvido com música.
30
Aos 17 anos, ingressou na Faculdade de Direito de Niterói,
diplomando-se em 1936.
Nesse mesmo ano fez sucesso com a marcha “Carolina” (com Bonfiglio
de Oliveira) gravada por Carlos Galhardo na época cantor em início de carreira,
são seus primeiros sucessos.
Em 1935, regeu a orquestra que participou do filme “Estudantes”, dirigido por
Wallace Downey, passando desde então a musicar peças de teatro entre as
quais “Da favela ao Catete” escrita por Freire Júnior. Neste mesmo ano
destacou-se com a composição “Triste cuíca” parceria com Noel Rosa.
Por essa época compôs “Pé de manacá”, parceria com sua prima
Marisa Pinto Coelho, música que fez sucesso internacional alguns anos mais
tarde (1950), registrada por Isaura Garcia. De volta ao Rio de Janeiro, compôs
em 1938 o jingle “Esquina da sorte”, em parceria com Lamartine Babo, feito
para uma casa lotérica e gravado pelo próprio Lamartine em dueto com Aracy
de Almeida.
Em 1941 casou-se em São Paulo com Daicy Portugal, que seria mãe
de seus quatro filhos, todos cantores e compositores, Ronnie Cord, Hervê Jr.,
Norman e Maria Regina. A lua-de-mel foi em Manhuaçu, e aí ficou advogando
por quatro anos.
31
Em 1946 tornando-se o compositor favorito de Carmélia Alves, a
Rainha do Baião, obteve grande sucesso com a composição “Sabiá lá na
gaiola” (com Mário Vieira), lançada por Carmélia Alves.
O que não o impediu de fazer de seu filho Ronnie Cord o primeiro Rei
da Juventude, ao criar para ele o rock que dominou o Brasil em 1964. Nem de
compor o ultra-romântico Uma Loira, sucesso de Dick Farney em 1951.
Vale lembrar que Hervé, 1914/1979, era da velha guarda da MPB, tem
belas parcerias com Noel, acima de qualquer suspeita, compostas antes de
este falecer em 1937 e compôs “Rua Augusta”, “Boliche Legal” e outros rocks
ao completar 50 anos.
32
Eu nasci em Viçosa. Você sabe que eu tô tão acostumado a falar que
nasci em outro lugar, por engano, que eu até me atrapalho?
Mas fui criado até os sete anos em Manhuaçu, uma cidade de Minas,
e todo mundo pensa que eu nasci lá. Realmente, eu fui pra lá com um ano de
idade e fiquei até os oito. Sou meio mineiro.
A cidade? A cidade é uma beleza, só você vendo. É uma rua que vai
daqui até lá, duas montanhas do lado de cá, uma de cada lado da cidade e a
gente passando de avião pelo meio tem a impressão que está, assim, na ponte
Rio-Niterói, que está passando num lugar incrível. É um vale tremendo.
Manhuaçu é o nome dessa cidade.
Fui pro Rio com nove anos, fui pro Colégio Militar do Rio de Janeiro,
me matriculei com dez. Aí fiquei a vida inteira no Rio de Janeiro, até…
Fiz o curso todo, sim, puxa, se fiz. Duro pra burro, mas fiz o curso. É um
grande colégio, um colégio formidável. Foi lá que eu comecei mesmo música
33
por música, porque até então eu tinha dez anos, mas eu tocava uma porção de
instrumentos, mas tudo aqui, de ouvido.
E ele afirma: “A música ‘Rua Augusta’ fomos nós quem fizemos. Numa
brincadeira saiu aquilo ali. Estávamos no set de gravação de um filme, não me
lembro se era A Puritana da Rua Augusta ou Marido Barra Limpa.
34
Entre seus grandes sucessos destacam-se Meu Pé de Manacá,
composto com a prima Marisa Pinto Coelho em 1950; Vida do Viajante, em
parceria com Luiz Gonzaga; Sabiá lá na Gaiola, com Mario Vieira; as versões
Biquini de Bolinha Amarelinha e Rua Augusta, entre outras.
35
A vida do viajante – em GONZAGUINHA DA VIDA
Triste cuíca – em CHICO BUARQUE DE HOLLANDA E NOEL ROSA NA VOZ
DE ISAURA GARCIA
A vida do viajante – em FORRÓ DE CABO A RABO
Rua Augusta – em SESSÃO DE ROCK – MATÉRIA PRIMA
A vida do viajante – em EU E MEU PAI
Sabiá lá na gaiola – em ENCONTRO DE AMOR
A vida do viajante – em VIVA GONZAGÃO – É FORRÓ É XOTE É BAIÃO
Sabiá lá na gaiola – em AO VIVO NO SEIS E MEIA – LUIZ GONZAGA &
CARMÉLIA ALVES
Rua Augusta – em MUTANTES E SEUS COMETAS NO PAÍS DOS BAURETS
Triste cuíca – em NOEL ROSA POR MÁRIO REIS E ARACY DE ALMEIDA
A vida do viajante – em PINGO D’ÁGUA
Baião da garoa – em QUINTETO VIOLADO
Mágoa – em ETERNAMENTE
Jangada – em SILVIO CALDAS AO VIVO – HISTÓRIAS DA MÚSICA
POPULAR BRASILEIRA
Baião da garoa – em SERGIO REIS
Jangada – em SILVIO CALDAS
Mágua – em SILVIO CALDAS
Prelúdio – em ETERNAMENTE
Uma loira – em ALEGRIA, ALEGRIA VOL. 4 ou HOMENAGEM À GRAÇA, À
BELEZA, AO CHARME E AO VENENO DA MULHER BRASILEIRA
Pé de manacá – em WALDIR AZEVEDO
Cabeça inchada – em WALDIR AZEVEDO
Alma do Brasil – em MAIOR QUE A SAUDADE
Prelúdio – em AGNALDO RAYOL
Chuva – em AGNALDO RAYOL
Rua Augusta – em LET ME SING MY ROCK’N'ROLL
Rua Augusta – em OS 24 MAIORES SUCESSOS DA ERA DO ROCK
A vida do viajante – em A VIDA DO VIAJANTE – LUIZ GONZAGA &
GONZAGUINHA
Vida do viajante – em LUIZINHO DE GONZAGÃO GONZAGA GONZAGUINHA
Baião da garoa – em A VIDA DO VIAJANTE – LUIZ GONZAGA &
GONZAGUINHA
Menina oxygené – em O CARNAVAL DE LAMARTINE BABO – SUA
HISTÓRIA SUA GLÓRIA
Esquina da sorte – em O CARNAVAL DE LAMARTINE BABO – SUA
HISTÓRIA SUA GLÓRIA
Tem pena de mim – em ELZA, MILTINHO E SAMBA – VOL. 2
Uma loira – em DICK FARNEY SHOW
Uma loira – em MOMENTOS
Rua Augusta – em SEGUNDO
Pau-de-arara – em RETROSPECTIVA EM 5 MOVIMENTOS
Baião da garoa – em 40 ANOS DE ESTRADA
Uma loira – em A SAUDADE MATA A GENTE
Baião da garôa – em WHEN IT WAS DONE – WALTER WANDERLEY SET
Não tem mais fim – em DALVA
Agüenta a mão João – em AGUENTA A MÃO, JOÃO
Prova de carinho – em A MÚSICA BRASILEIRA DESTE SÉCULO POR SEUS
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AUTORES E INTÉRPRETES – ADONIRAN BARBOSA
Paraíba feminina – em RITMOS DO BRASIL COM CARMÉLIA ALVES
Prece a São Benedito – em INEZITA BARROSO
Que é que você fazia? – em O SUMO DO RUMO
Zabumba de nego – em VAMOS FALAR DE BRASIL
Pode ficar – em RITMO FASCINANTE Nº 1
Jangada – em RITMO FASCINANTE Nº 1
Baião da garoa – em CHÁ DANÇANTE – DONATO E SEU CONJUNTO
A vida do viajante – em O REI VOLTA PRA CASA
O trem chegou – em TE PEGO PELA PALAVRA
Rio – em CAIXINHA DE SAUDADE
Uma loira – em PERDIDO DE AMOR
Esquinado – em CARMÉLIA ALVES
Eh! Boi – em CARMÉLIA ALVES
Cabeça inchada – em CARMÉLIA ALVES
Sabiá lá na gaiola – em CARMÉLIA ALVES
Baião vai… Baião vem – em CARMÉLIA ALVES
Pé de manacá – em CARMÉLIA ALVES
Adeus, adeus morena – em CARMÉLIA ALVES
O trem chegou – em CARMÉLIA ALVES
Esta noite serenou – em CARMÉLIA ALVES
Baião da garoa – em GIL E MILTON
Pé de manaca – em MEUS MOMENTOS – WALDIR AZEVEDO
Não resta a menor dúvida – em QUE SE DANE
Um caboclinho – em FRANCISCO ALVES – O REI DA VOZ
Rio – em FRANCISCO ALVES – O REI DA VOZ
P. R. Você – em A CANÇÃO DOS EXPEDICIONÁRIOS
Biquíni de bolinha amarelinha tão pequenininho (Itsy bitsy teenie weenie yellow
polkadot bikini) – em BLITZ AO VIVO
Nego – em MENSAGEM – ISAURA GARCIA e NELSON GONÇALVES
Piqued head (Cabeça inchada) – em ANTOLOGIA DO ROCK E DA JOVEM
GUARDA – CLASSIC COLLECTION VOL. 8
Adeus Pernambuco – em NO MEU PÉ DE SERRA
Carolina – em ALTAMIRO CARRILHO E SUA BANDINHA NA TV – Nº 2
Uma loira – em NA TRADIÇÃO
Baião da garoa – em COLEÇÃO OBRAS PRIMAS – GERALDO AZEVEDO
É noite, morena – em TEMPINHO BOM
Cabeça inchada – em TEMPINHO BOM
Sabiá na gaiola – em TEMPINHO BOM
Uma loura – em COPACABANA
A vida do viajante – em DE VOLTA PRO INTERIOR
Aguenta a mão, João – em SÉRIE 2 EM UM: “Adoniran Barbosa (1975)” e
“Adoniran Barbosa – 70 Anos”
Prova de carinho – em SÉRIE 2 EM UM: “Adoniran Barbosa (1975)” e
“Adoniran Barbosa – 70 Anos”
Dia de natal – em CARMEN MIRANDA
Samba – em CARMEN MIRANDA
O que é que você fazia? – em CARMEN MIRANDA
Alô, alô carnaval – em CARMEN MIRANDA
37
A vida do viajante – em A VIAGEM DE GONZAGÃO E GONZAGUINHA
Baião da garoa – em UM BANQUINHO, UM VIOLÃO… – DANIEL GONZAGA
Esse foi um tema que eu fiz para um filme francês chamado Queimada.
Pediram, escrevi, levaram e eu não vi. Bacana, né? Isso se dá muito com
brasileiro.
38
A balaustrada
39
profanar o solo maçônico sagrado, colocando os Aprendizes para exercerem a
tarefa da limpeza.
Kennyo Ismail
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O maçom e o alfaiate
Ano mais tarde, quando está ocupado com o seu trabalho e os transtornos
advindos da experiência o tornam sensato, e olha adiante para ver o que vem
em sua direção e o que precise ser feito a seguir, aí então eu costuro o
balandrau de modo que a parte da frente e a de trás tenha o mesmo
comprimento.
E mais tarde, depois que o senhor está curvado pela idade e pelos anos de
trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida
de esforços, então faço o balandrau de modo que as costas fiquem mais
longas que a frente.
Portanto, tenho que saber a quanto tempo o senhor foi iniciado para que a
roupa lhe assente apropriadamente.
41
Ao maçom adormecido !
Cremos, porém que esse “adormecer” tem várias nuances, como por
exemplo: “estar sonolento”, nem desperto nem em sono.
42
Assim será filiado (readmitido) e não mais “tolerado” como ex-Obreiro,
mas sim RECONHECIDO como Irmão.
Lembre-se que do outro lado alguém vai ler, refletir, tirar ensinamentos,
seguir nosso conselho, nossa sugestão, isso se estiver conforme. Entenda que
somos uma comunidade de Irmãos e amigos e que esta amizade pode deixar
de ser virtual e transformar-se em real.
O Grande Arquiteto do Universo que tudo fez; que tudo sabe e que
tudo vê; que me fez Maçom, porque não me fiz, nem sequer me tornei –
simplesmente sou – porque ELE o quis e os meus irmãos então me
reconheceram como tal! Somos simples elos – parte de um todo que se faz UM
– um por todos e em cada um.
43
Longe demais para estender a mão. Tarde demais para senti-los IRMÃOS!
1.Introdução
44
sociedade.
A consciência moral, por seu turno, nos remete ao pensar e a tomada
de decisão. Em outras palavras, a consciência moral pode ser muito bem
representada pelo seguinte exemplo: ao termos que definir, de pronto, sobre o
que fazer em determinada situação em que somos instados a tomar uma
decisão, inicialmente, temos de justificar esta decisão para nós mesmos e
posteriormente para os outros.
Evidentemente, quando falamos de justificativa de uma decisão,
referimo-nos às razões de nossa decisão, como também ao fato implícito de
termos de assumir as conseqüências dela decorrentes.
Portanto, na esteira destas considerações de ordem ética, a fidelidade assume
a condição de valor moral e conseqüentemente, não mais pode ser observada
sem um pressuposto básico - a relação entre seres humanos, como também,
de forma mais abrangente, entre a natureza orgânica e inorgânica - de modo
que haja uma condição de cumplicidade e envolvimento entre partes que
interagem e/ou mantém certo vínculo.
A fidelidade, portanto, vista sob a ótica da filosofia representa uma
inter-relação entre o homem, enquanto representante da sociedade e a
natureza, tanto a natureza orgânica quanto a natureza inorgânica.
Caminhando ao encontro destas considerações podemos inferir que a
fidelidade além de ser um valor moral é também um valor social e, representa
na sua prática cotidiana, um processo de catarse que, faz o homem passar do
estado egoístico - passional para o estado ético - político.
Por outro lado, se nos reportamos ao significado da fidelidade no
âmbito da ordem maçônica, sem dúvida, podemos aquilatar que, este,
transcende tanto ao conceito da língua vernácula quanto ao conceito da
filosofia.
Somente para fixar idéias, observemos algumas passagens do
processo histórico de iniciação de um profano:
ü Ao ser iniciado na ordem, o neófito, assume um compromisso voluntário e
moral de praticar a fidelidade em sua essência, enquanto ser humano, isto é,
no conjunto das suas relações sociais; Esta fidelidade do neófito se ancora na
sua liberdade de expressão e ação, sem, contudo perder a idéia de limite; e
A forma como ele é recebido - o ritual de iniciação - o conduz de forma
metafórica através do processo histórico de evolução do homem e sua
interação com a natureza. Ou seja, o ritual de passagem - a iniciação -
representa de forma sublime o vínculo entre partes, de um lado o mundo
profano - a natureza (água, fogo, ar, animais, plantas, astros, pedras, metais,
terra, humanos) - e de outro lado o mundo maçônico - as singularidades da
ordem maçônica, seus segredos, suas alegorias, sua simbologia e a sua
prática ritualística.
Observando as colocações acima elencadas, e sobre elas fazendo
uma reflexão, podemos compreender que no âmbito maçônico, o homem,
enquanto ser gregário se predispõe de forma transcendente a viver o estado da
arte da sociedade, ou seja, buscar a perfeição e o convívio pleno com seus
semelhantes.
Esta convivência com seus semelhantes, todos diferentes, mas não
desiguais, obriga o homem a pensar e construir o seu espaço na medida em
que através destas trocas de informações constrói valores éticos e morais.
E, nesta dinâmica de interações, nós maçons, observamos de forma muito
45
transparente e, porque não dizer, sem nenhuma opacidade, a prática e a
consolidação do objetivo mais profundo e sublime da maçonaria - fazer feliz a
humanidade.
Esta felicidade traz consigo de forma latente a fidelidade, ou seja, um
processo de construção de valores éticos e morais que dá sustentação ao
compromisso voluntário que o neófito assume com a maçonaria. Igualmente,
este processo possibilita a construção e consolidação de novos hábitos e
costumes que nos fazem enxergar nossos semelhantes como diferentes e não
como desiguais. Ou de outra forma, a busca da perfeição e o convívio pleno e
harmônico com nossos semelhantes tanto no âmbito maçônico quanto no
mundo profano é o que admitimos como a verdadeira Fidelidade.
Em síntese, o que distingue a fidelidade, enquanto valor maçônico, da
fidelidade praticada no mundo profano é, no nosso entendimento, a
voluntariedade.
E, para enriquecer este trabalho, gostaríamos de deixar gravado o
entendimento do preclaro filosofo francês Gilles Deleuze(1925 - 1995) que ao
ser instado a discorrer sobre o que é a Filosofia, assim se expressou:
" Muita gente pensa que a filosofia é uma coisa muito abstrata e para
especialista. Eu creio e vivo de tal forma a idéia de que a filosofia não é uma
especialidade que tento colocar o problema de outra forma. Quando se crê que
a filosofia é abstrata, a história da filosofia fica também abstrata...Um filosofo
não é alguém que contempla nem mesmo alguém que reflete: é alguém que
cria. Cria um gênero de coisas de fato especiais: cria conceitos. O conceito não
está pronto, não passeia pelo céu, não o contemplamos. É preciso cria-lo,
fabricá-lo".
Este entendimento da filosofia consubstancia a idéia da criação de
conceitos e, evidentemente, da criação do conceito de fidelidade,
particularmente na ordem maçônica.
3. Considerações finais
46
partes, ou seja, não abstrai estas - as partes do todo - como também ao tratar
as partes com suas diferenças o faz no seio da sociedade.
Ou seja, trabalhar a pedra bruta é uma metáfora que representa o
trabalho das partes ao passo que a prática da liberdade, da igualdade e da
fraternidade representa o tratamento do todo.
E, para finalizar, podemos inferir que a argamassa responsável pela
consolidação e estabilidade da alvenaria maçônica tem um componente
singular - a fidelidade -, que nada mais é do que uma construção coletiva do
conhecimento.
4. Referências bibliográficas
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 12ed. São Paulo: Editora Ática, 2001.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? São Paulo: Editora 34,
1997.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
Editora Objetiva, 2001.
KONDER, Leandro. O que é a dialética. São Paulo: Editora Brasiliense, 1998.
Trabalho elaborado pelo Irmão Luiz Abner de Holanda Bezerra, M.: M.:
47
O que leva o homem a ser maçom?
Mas, muito provável, muita coisa que lerá, será apenas falácias,
enquanto outros se apresentação muito maiores que possa imaginar a sua vã
expectativa.
48
Noutro mote, há expectativas geradas pelos próprios futuros irmãos de
ordem, que acreditam piamente e esperam algo que não se traduz em
realidade tangível, mas apresenta-se apenas como expectativas.
Mas o segredo da vida, ser feliz, amar ao próximo, lutar, vencer, sorrir e
chorar e não tripudiar dos oprimidos, não blasfemar, não vilipendiar, não deixar
de lapidar-se, aprender a praticar a iniciação em si mesmo dia a pós dia.
49
O profeta Amós e a maçonaria
50
fio de prumo. E Iahweh me disse: Que vês, Amós? Eu disse: Um fio de prumo.
O senhor disse: Eis que vou pôr um fio de prumo no meio do meu povo, Israel,
não tornarei a perdoá-lo. (Am 7: 7-8 – tradução da Bíblia de Jerusalém).
Mas o que é este prumo de Deus em nossas vidas? Será a Bíblia (ou
qualquer outro livro sagrado a que seguimos)? Será nosso caminho pessoal?
Os padrões sociais e políticos de nosso tempo? Nossa consciência?
A Ordem maçônica tenta nos mostrar qual será esse prumo na vida
particular de cada maçom, transmitindo por meio de alegorias e símbolos
antigos mistérios que podem ser traduzidos em retidão moral e bons costumes
para aquele que de fato os persegue em seu íntimo construtor.
Não cabe em nós tamanho amor para realizar essa tarefa de sublime
construção da alma do nosso próximo. Isso é assunto entre o Pai e seu filho,
porque no prumo do homem há juízos e preconceitos, medidas diferentes
alicerçadas na miséria de nossa alma. Mas o prumo de Deus contém a dádiva
do arrependimento e a certeza da retidão no amor maior de Sua caridade. (2)
NOTAS:
1. Extraído de: http://judaismohumanista.ning.com/m/discussion?
id=3531236%3ATopic%3A77;
2. Extraído de: http://www.lojamontemoria.com.br/artigo.asp?cod=262;
51
Que vindes fazer aqui?
Quem deseja ser maçom deve estar disposto a dedicar uma pequena
parte de sua vida aos assuntos da Arte Real. Isso extrapola as curtas duas
horas que passamos entre colunas, uma vez por semana. É preciso ir mais
adiante, buscando nas fontes justas os ensinamentos que complementam o
que se vivencia nas poderosas liturgias elaboradas em nossos templos.
52
e a natureza. Estava em gestação o que seria chamado de “estado natural”,
por Hobbes, Locke e Rousseau – estes três grandes filósofos, cujo
pensamento floresceu na modernidade insipiente, não por acaso brilharam
exatamente no contexto da fundação da primeira potência maçônica regular.
Na África indomada não havia como compreender e muito menos existia a
pretensão de dominar os fenômenos naturais, que ditavam o destino de todos.
A submissão às forças imprevisíveis e poderosas do caos era um fato
inexorável na vida dos seres e das coisas.
53
Para definir a essência dos temas mitológicos consideraram a
existência de certas idéias que operavam em aparente antagonismo, mas que
mantinham estreita conexão de sentidos. Estabelecendo uma relação dialética,
dois conceitos – tese e antítese – acabavam se assimilando em um terceiro,
que incorporava elementos das duas proposições anteriores. Como exemplo
destes sistemas podemos citar o dia e a noite, a vida e a morte, o finito e o
infinito, o micro e o macrocosmo, o inconsciente e o consciente, o sol e a lua e
muitos outros.
O mundo dualístico
A vida vegetal, que floresce nas épocas de Sol e decai nos meses de
trevas, brota do ventre da Terra assim como os animais nascem do ventre de
suas mães. A Terra, assim, assumia o epíteto de Mãe-Terra ou Deusa. Os
cultos primordiais eram dedicados a esta figura poderosa, com forte ligação às
coisas da natureza. Repletas de signos relativos à fertilidade, estas ordens
tinham como obreiras apenas sacerdotisas. Destacam-se os cultos à Isis, à
Innana, à Hera, à Ceres, à poderosa deusa Atenas Nike e à Minerva.
54
A eterna busca
O iniciado, após completar o ciclo da Loja base, entende que uma mera
caminhada pela oficina em torno dos altares é fonte de complexos
simbolismos. Começa pela Coluna da Força, quando é impulsionados pelo
animus, associado à coragem e perseverança. Depois sobe os quatro degraus
do Oriente, sendo iluminado pela gnose ancestral, na Coluna da Sabedoria. Em
seguida, enriquecidos por esta magia, desce pela Coluna da Beleza. Ali passa
sob a égide da Estrela Flamejante, representando o “homem perfeito”, aquele
que sofreu as maiores provações e se individualizou.
Autoria do Irmão Carlos Alberto Carvalhaes Pires- A.R.L.S. Acácia de Jaú 308 –
55
Referências:
56
As três portas da igualdade maçônica
57
Mas a iniciação é também o momento em que é preciso verificar quais são as
predisposições da alma do Candidato. Assim quando os candidatos entram no
templo, ainda de olhos vendados, eles deverão ser sondados e deverão
responder a perguntas para que os irmãos presentes possam conhecê-los
melhor e para saber como os candidatos interpretaram os símbolos que
presenciaram e explicá-los aos Candidatos para que possam utilizá-los em seu
progresso.
Os futuros maçons devem fazer três viagens simbólicas e em que cada uma
delas o candidato termina por bater três vezes em uma porta e embora os
candidatos ainda não tenham recebido a luz, tem ali um contato inicial com o
um dos símbolos mais constantes da maçonaria, o numero das batidas, pois
simboliza todos os ternários, e ao mesmo tempo o faz bater nas três portas da
mesma forma como os Aprendizes batem a porta do templo para solicitar
ingresso.
A primeira porta em que o candidato tem de bater é do altar do Segundo
Vigilante.
O Candidato bate três vezes e o 2° Vigilante, que simboliza a beleza
manifestada pela caridade, com que deve o maçom enfeitar sua vida e que o
candidato deve estar disposto a praticar sempre, atende desafiadoramente,
pois deve testar a sinceridade do candidato, pois só quando é sincera e
desinteressada, a caridade é realmente uma obra digna de um verdadeiro
maçom disposto a fortificar sua obra para resistir às tempestades imprevisíveis
do destino, presente na primeira viagem, sem cair no esquecimento destinado
aqueles não procuram tornar suas vidas em memoráveis legados de amor.
A segunda porta em que bate o Candidato é do altar do 1° Vigilante, que
simboliza a força necessária ao maçom para empreender a grande obra
maçônica. O Primeiro Vigilante atende ameaçadoramente as batidas desta
porta para testar a coragem, simbolizada nesta porta, que o candidato, assim
como o patriota que busca pelas instituições livres ou o navegante que se
aventura no mar revolto a procura de um porto seguro, deverá ter para
prosseguir em sua viagem rumo ao crescimento como indivíduo e também
como um incansável defensor do povo livre.
Esta coragem é também imprescindível àquele que se aventura em uma busca
à sabedoria e glória como maçom, mesmo sabendo que esta viagem também
poderá lhe trazer revezes e colocá-lo a mercê do povo que ele deve procurar
guiar, proteger e ajudar, como já aconteceu tantas vezes no passado com
visionários e entusiastas.
A terceira porta é o altar do Venerável Mestre, a qual o Candidato poderá bater
apenas após ter galgado os degraus simbólicos do oriente, cruzado a
balaustrada e desenvolvido as qualidades, não somente da força, trabalho,
ciência e virtude, simbolicamente inatas a todos aqueles que tem acento no
oriente, como também a pureza, luz e verdade, que são atribuídas à principal
luz do templo, o Venerável Mestre, que deve ser a fonte da luz da sabedoria e
presidente da loja, e cargo em que o Maçom só chegará a exercer se
demonstrar ter perseverança suficiente, sendo esta virtude testada no então
candidato, quando o Venerável Mestre lhe atende as batidas rispidamente e diz
alto! Quem vem lá?
Assim, durante as 3 viagens que se tem de empreender para alcançar o direito
de ser aceito como Maçom, o Candidato experimenta, de forma simbólica, todo
o percurso da evolução moral e intelectual que deverá galgar na maçonaria
58
simbólica para alcançar a posição máxima que se pode chegar em uma loja
simbólica, ou seja, o posto de Venerável Mestre, que, por ter a missão de abrir
a Loja, dirigi-la e esclarecê-la com as luzes da sabedoria, está na posição de
sábio que deve, com a humildade de um irmão despretensioso, iluminar, como
o sol, as vidas dos irmãos ali congregados.
Mas para chegar à condição de sábio, o homem deve lapidar-se
perseverantemente, aprender a desenvolver as qualidades que lhe são
ensinadas e requisitadas por cada símbolo que contempla constantemente no
templo, desde os degraus do altar do Venerável Mestre até as colunas
decorativas J e B, localizadas na entrada do templo. Mas para que o candidato
possa começar este caminho deverá primeiro ser digno de bater nas três
portas simbólicas.
Uma vez iniciado, o Aprendiz Maçom começa a ter direito a gozar da
companhia dos irmãos e dos símbolos que encerram os valores da nobre
ordem e ensinam a principal lição do grau que eles receberam: a fraternidade.
Assim aprenderão, olhando a harmonia produzida pelos contrários das cores
do Mosaico do Pavimento da Loja, que todos desfrutam do mesmo valor, da
mesma importância e da mesma representatividade e que quando unidos sem
sobrepujança de nenhum deles, produzem a beleza de uma obra harmônica
sem perderem sua característica própria.
Também aprenderão, olhando a orla dentada e estudando o seu significado
que a sabedoria deve ser difundida aos quatro ventos; aprenderão, pela Estrela
Flamejante, que deve o maçom irradiar caridade como o sol que irradia luz,
sem distinção quem se banha em seus raios; aprenderão que, neste grau,
voltado para a matéria, o compasso e o esquadro formão uma estrela de
Salomão em que o esquadro, assumindo a posição de triangulo que aponta
para baixo, sobressai-se mais neste grau, porque o aprendiz só trabalha sobre
a pedra bruta buscando a esquadria, e usará, por referencia, o esquadro
simbolizando a matéria, sobre a qual deverá trabalhar o aprendiz, buscando a
retidão em tudo e acima de tudo, para só depois de alcançá-la poder usar o
compasso.
Começará a aprender que a igualdade, simbolizada pelo nível, como condição
para fraternidade, está presente desde o nascimento, pois, todos são iguais
perante o grande arquiteto do universo desde o nascimento, sendo criados
todos simples e ignorantes, mas que somente o mérito da virtude moral e a
sabedoria poderão e deverão diferenciar os homens por justiça, sendo então
considerada como a maior das desigualdades quando se trata como iguais aos
casos desiguais deixando de considerar o mérito pessoal quando partidos
todos do mesmo princípio.
Os Aprendizes maçom aprenderão, assim, muitas coisas até que estejam
prontos para trabalhar sobre a pedra polida, pois os aprendizes só trabalham
sobre a pedra bruta e até que tenham aprendido todas as lições deste grau,
não poderão solicitar o aumento de salário em sua loja.
Entretanto não se deve esquecer que a maçonaria é universal, que o universo
é a verdadeira oficina e por tanto é no mundo profano e entre os homens
comuns que o maçom deve realmente exercitar todas as qualidades que
aprende em Loja, pelo simbolismo do Templo Maçônico e das cerimônias
ritualísticas.
Bibliografia
Apostila de Instruções para Aprendizes Lição. 1
59
Apostila de Instruções para Aprendizes Lição. 2
Apostila de Instruções para Aprendizes Lição. 3
Ritual do Grau de Aprendizes
Pessoas tomadas por estes sentimentos são aquelas que olham para si
como dignos de admiração pelos outros. Crêem que estão acima das demais
pessoas, seja por sua beleza física, qualidades intelectuais, erudição, cultura
ou condições financeiras.
60
Vamos juntar todos estes sentimentos no adjetivo que se usou para
batizar um dos sete pecados capitais: vaidade.
61
Vaidade é este desejo de estar sempre em evidência e que mostra
apenas um malabarista que improvisa virtudes que nem sempre tem o que
também não quer dizer que a vaidade seja sinônima de incompetência.
O que nos faz humanos não é deixar fluir os nossos instintos, mas
fazermos o uso racional deles.
Em princípio, o ser humano quer ser feliz e para isso pode se contentar
com a posse e contato com seus objetos de prazer, como pode precisar
alimentar a sua vaidade por meio do reconhecimento de sua excelência
pessoal pelo outro.
62
O homem também pode entender que a felicidade é possível por estar
bem consigo mesmo.
63
intransigências, que mais tarde derivam-se na mais pura vaidade e arrogância
de ser um descumpridor, notadamente, de um poder que não tem
coercitividade, que afinal é o caso da Maçonaria.
O valor monetário que cada um possui, não deveria servir de nível para
o empreendimento das ações internas.
Cada centavo de real confiado a cada um, vai ser exigida a respectiva
prestação de contas.
64
internos da Ordem, a sua irradiação de valores humanos, hauridos por seus
membros em Loja.
65
Do meio dia à meia noite...
66
DO MEIO DIA À MEIA NOITEE temos Irmãos que brincam dizendo; o
Ir 2º Vig. não sabe olhar as horas! Volto a repetir: Na Maçonaria, tudo existe
com um propósito maior. Esta pequena frase é o fio da meada, para aqueles
que estudando, aprenderão que, “Deus está sempre à tua porta, na pessoa dos
teus Irmãos de todo o Universo”Igual a esta mensagem subliminar, existem
outras mais em nossos Rituais , que os ritualistas colocaram para que
possamos pesquisar sobre seus autores e suas obras.
Meus Irmãos, o objetivo deste pequeno artigo, é despertar a vontade
de conhecer um pouco mais sobre o assunto, fazer uma pesquisa e quando ela
estiver pronta, levar para sua Loja, enriquecendo nosso Quarto de Hora de
Estudos. Lembre-se, que todos nós, independente do Grau ou do Cargo,
somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.
TFA
Autoria do Irmão Sérgio Quirino Guimarães- ARLS Presidente Roosevelt nº 025-
Grande Loja Belo Horizonte –Minas Gerais
67
As três grandes colunas da Loja
68
Vigilantes. Destaquemos o significado de coluna: uma coluna é dividida em três
partes principais, a base parte de contato com o solo, o fuste, parte que
compõe o corpo do pilar, e o capitel, parte de sustentação da trave.
A Sabedoria “Jônica”: Associada ao V.’. M.’.. Deve nos orientar no
caminho da vida, estamos sempre em busca de mais conhecimentos, através
de livros e ensinamentos, e aberto para indicar e passar aos irmãos o que
sabemos, embora sejamos eternos aprendizes.
Esta coluna é igual a nove vezes ao seu diâmetro. O fuste é
assentado sobre o pedestal, contornando ele possui vinte e quatro estrias,
separadas por filetes. Em seu capitel apresentam-se duas volutas, dando ao
pilar a elegância e a esbelteza de uma bela mulher.
A lenda fala que Íon, chefe grego, foi mandado à Ásia, onde construiu
templos em Éfeso, dedicados a deuses gregos. Íon observou que as folhas de
cortiça, colocadas sobre os pilares para evitar infiltração de água e amortecer o
peso das traves, com o tempo, cedendo à pressão, contorciam-se em forma de
volutas, imitando madeixas de mulher, peculiaridade essa que é a principal
característica da Ordem Jônica.
A Força “Dórica”: Associada ao 1º Vig.’.. Animar-nos e sustenta em
todas as dificuldades, lembrando sempre que não estamos sozinhos, temos em
mãos nossas ferramentas, maço sinzel e alavanca.
A altura do pilar dórico corresponde a oito vezes ao seu diâmetro. Ele
não tem base e o seu fuste é assentado diretamente ao solo sem pedestal. Seu
contorno é circundado por 2O canelura, e seu capitel é formado de molduras,
imitando uma taça.
A lenda conta que Doros, filho de Heleno, mediu o pé de um homem de
estatura mediana, na época, e constatou ser essa medida correspondente a
oito vezes a sua altura. Guiando-se por essa relação, ideou o pilar, dórico,
robusto, forte e nobre.
A Beleza “Corintia”: Associada ao 2º Vig.’.. Adorna todas as nossas
ações, nosso caráter e nosso espírito, dentro da loja, ela se faz presente nos
paramentos, jóias, mimos e chaveiros. Abriga formas belas, elegantes e
proporções delicadas, lembrando uma bela donzela. A altura do Pilar Coríntio é
igual a 10 vezes o seu diâmetro. O fuste pode ser liso ou estriado. Quando é
esculpido em granito ou em pórfiro, tem o fuste liso. Quando talhado em
mármore é, estriado, podendo ter de 24 a 32 caneluras, desde que esse
número de estrias seja passível de divisão por quatro.
A lenda fala que a ama levou uma cesta, contendo brinquedos à
sepultura da criança e cobriu-a com uma velha telha, por causa das chuvas. Ao
69
chegar a primavera, um pé de acanto germinou e cresceu, transformando-se
em formosa árvore. Folhas de acanto, cesta e telha teriam produzido um
belíssimo efeito ao crescer a planta. Essa cena teria sido magistralmente
capitada pelo poeta e escultor Calímaco, que talhou um pilar de rara beleza,
com o capitel copiado daquela cena.
Conclusão
O edifício espiritual da Maçonaria descansa sobre estas colunas
simbólicas. A Sabedoria concebe a construção, ordena o caos, cria e determina
a realização. A Força executa o projeto, segundo instruções da Sabedoria.
Contudo, não basta ser a edificação bem projetada e bem executada. É preciso
ser bem adornada pela Beleza.
Sendo assim, todo Maç.'. deve ter essas qualidades Sabedoria, que
orienta, Força, que executa e Beleza, que embeleza as ações, para que possa
realizar com exatidão os seus trabalhos de fraternidade, caridade para com a
sociedade.
70
Estar entre colunas
I.Introdução
O propósito do presente trabalho é delinear os direitos e obrigações do
“Entre Colunas”, prática muito usada especialmente nas reuniões capitulares
de uma das ordens Básicas da Maçonaria, que foi a Ordem dos Cavaleiros
Templários. Infelizmente, não mais tem sido ensinada e nem posta em práticas
nas Lojas.
O interior de uma loja Maçônica (Templo) é dividido em quatro partes,
onde a mesma simboliza o Universo.
Assim temos o Oriente, o Norte e o Sul. Em algum tempo na história, logo após
a construção do primeiro templo Maçônico do mundo, o Freemasons Hall, em
Londres, no ano de 1776, baseado inteiramente no parlamento Inglês,
construído em 1296, estabeleceu-se que as áreas pertencentes ao Norte e ao
Sul chamar-se-iam Coluna do Norte e Coluna do Sul.
Assim, quando um Irmão, em Loja está Entre a Coluna do Norte e a do
Sul, e não entre as Colunas B e J. Mesmo próximo à grade que separa o
Oriente do resto da Loja, o Irmão estará Entre Colunas.
Desta forma é extremamente incorreto dizer que o passo ritualístico dos
maçons tem que começar entre as Colunas B e J. Tanto isso é verdade, que os
Templos modernos, especialmente de Lojas de Jurisdição do grande Oriente
do Brasil e MG, têm suas Colunas B e J no Átrio, e não no interior do Templo.
Em síntese, podemos apresentar algumas situações do que é Estar Entre
Colunas:
É conjunto de Obreiros que formam as Colunas Norte Sul;
Em sentido figurado, são os recursos físicos, financeiros morais e
humanos, que mantêm uma instituição maçônica em pleno funcionamento;
É quando a palavra está nas Colunas em discussão;
É quando o Irmão, colocar-se ou postar-se entre as Colunas Norte e do
Sul, no centro do piso de mosaico onde isto evidencia que o Obreiro que assim
o faz, é o Alvo de atenção de toda Oficina;
71
Na circulação do Tronco de Beneficência, o 1º Decágono aguarda Entre
Colunas;
Quando o Porta-Bandeira, com a Bandeira apoiada no ombro, entra no
templo este por sua vez se põe Entre Colunas.
Na apresentação de Trabalhos, o Irmão se apresentar Entre Colunas
durante o Tempo de Estudos;
No atraso do Irmão, o mesmo ao adentrar ao Templo ficará à ordem e
Entre Colunas nas, aguardando a ordem do V.•. M.•. para que tome posse do
assento.
Em atividades ou em conversas sigilosas;
Em assuntos ditos ou feitos, o qual jura segredo;
II--Desenvolvimento
Em toda a Assembléia Maçônica, os irmãos poderão se haver do uso
da palavra em momento oportuno; caso queira obter a palavra estando “Entre
Colunas”, poderá solicitá-la com antecedência ao Venerável Mestre, e
obrigatoriamente levar ao seu reconhecimento o assunto a ser tratado.
Sendo o Obreiro impedido de falar, ou sofra algum desrespeito a seus
direitos, poderá solicitar ao Venerável Mestre que o conduza ”Entre Colunas”, e
se autorizado pela parte Venerável o mesmo poderá falar sem ser interrompido
desde que haja um decoro de um Maçom. Se, para estar Entre Colunas é
necessária a autorização do V.•. M.•., em contrapartida, nenhum Irmão pode se
negar de ocupar aquela posição, quando legalmente solicitado pela Loja, sob
pena de punição.
No entanto, as possibilidades do uso da Palavra Entre Colunas são
muitas e constituem um dos melhores instrumentos dos Obreiros do Quadro,
sendo uma das maiores fontes de direito, de liberdade e de garantia, tanto para
os irmãos, quanto para a loja. Não há regulamentação; tal vez por isso, cada
dia esse direito vem sendo eliminado dos trabalhos maçônicos.
Atualmente um Irmão somente é solicitado a estar Entre Colunas, em
situação de humilhação e situações tanto quanto degradantes e
constrangedoras. Associou-se a idéia de responder Entre Colunas à idéia de
punição, quando em realidade isso deveria ser diferente e muito melhor
explorado, em beneficio do Quadro de Obreiros de todas as lojas.
Estando Entre Colunas, um Irmão pode acusar, defender a sua ou
outrem, pedir e julgar, assim como comunicar algo que necessite sigilo
absoluto, devendo estar consciente da posição que está revestido, isto é,
grande responsabilidade por tudo que disser ou vier a fazer.
A tradição maçônica é tão rigorosa no tange á liberdade de expressão,
que quando um Irmão estiver em Pé e a Ordem e Entre Colunas, para externar
sua opinião ou defender-se, não pode ser interrompido, exceto se tiver sua
palavra cassada pelo venerável Mestre, ato este conferido ao mesmo.
Estando Entre Colunas, o Irmão NÃO poderá se negar a responder a
qualquer pergunta, por mais íntima que seja e também não poderá mentir ou
omitir sobre a verdade dos fatos, pois desta forma o Irmão perde sumariamente
os seus direitos maçônicos, pelo que deve ser julgado não importando os
motivos que o levaram a tais atitudes.
Por motivos pessoais, um maçom pode se negar a responder a quem
que seja aquilo que não lhe convier, mas se a indagação for feita Entre
Colunas, nenhuma razão justificará qualquer resposta infiel.
Igual crime comete aquele que obrigar alguém a confessar coisas Entre
72
Colunas injustificadamente, aproveitando-se da posição em que se encontra o
Irmão sem que haja razão lícita e necessária, por perseguição ou com intuito
de ofender, agravar ou humilhar desnecessariamente.
Quando um irmão está Entre Colunas e indaga os demais Irmãos
sobre qualquer questão, de forma alguma lhe pode ser negada uma resposta.
Nenhuma razão justificará que seja mantido silêncio por aquele que tenha algo
a responder.Uma aplicação prática do Entre Colunas pode ser referência a
assuntos do mundo profano. É lícito e muito útil pedir informações Entre
Colunas, sejam sociais, morais, comerciais, etc., sobre qualquer pessoa, Irmão
ou Profano, desde que haja razões válidas para tal fim.
Qualquer dos presentes que tiver conhecimento de algo está obrigado
a declarar, sob pena de infração ás leis Maçônicas. O Irmão que solicitou as
informações poderá fazer uso das mesmas, porém deve guardar o mais
profundo silêncio sobre tudo que lhe for revelado e jamais poderá, com as
informações recebidas, praticar qualquer ato que possa comprometer a vida
dos informantes ou a própria Loja. Se não agir dessa forma será infrator das
Leis Maçônicas.
Suponhamos que um Irmão tenha algum negócio a realizar em outro
Oriente e necessita informações, mesmo comerciais, sobre alguma pessoa ou
firma. A ele é lícito indagar essas informações Entre Colunas e todos os
demais Irmãos, se souberem de algo a respeito, são obrigados a darem
respostas ao solicitante.
Outro meio Lícito e útil de se obter informações é através de uma
prancha, endereçada a uma determinada Loja, para se lidar Entre Colunas.
Neste caso, a Loja é obrigada a responder, guardar o mais profundo silêncio
sobre o assunto, cabendo todos os direitos, obrigações e cabendo todos os
direitos, obrigações e responsabilidades ao solicitador, que deverá guardar
segredo sobre tudo o que lhe foi respondido e a fonte de informações.
III- Conclusão
Muitas são as acepções que norteiam sobre os ensinamentos do
significado de Estar entre Colunas, porém, deve o Maçom sempre edificar suas
Colunas interiores embaçado pelos Princípios da Liberdade, Igualdade e
Fraternidade, primando pelo bem-estar da família e pelo aperfeiçoamento da
sociedade através do trabalho e do estudo, para com isso perfazer-se um
homem livre e de bons Costumes.
Como dissemos no início, não há mais regulamentação ou Leis
Normativas para o uso do Entre Colunas; e se não há normas que sejam
encontradas nos livros maçônicos, é porque pura e simplesmente os princípios
da condição Estar Entre Colunas, somente a verdade pode ser dita. Obedecido
este princípios tudo mais é decorrência.
Este, alegoricamente, talvez seja o real significado no bojo dos
ministérios que reagem as Colunas da Maçonaria, pois Estar entre Coluna é
estar entre Irmãos.
Bibliografia
ASLAN, Nicola. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia.
Londrina: “ A TROLHA.
CARVALHO, Assis. Companheiro Maçom. Londrina ”A TROLHA”.
Símbolos Maçônicos e suas origens. Londrina: “A TROLHA”.
CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom
73
EGITO, José Laércio do. In Coletânea 2. Londrina: “ A TROLHA”.
74
Ficamos embevecidos em inúmeras oportunidades quando durante os
Tempo de Estudo, verdadeira peças da mais bela arquitetura são transmitidas
aos presentes, fazendo com que cada faça uma profunda reflexão sobre os
ensinamentos dali emanados.
Porém, em situações imprevisíveis, o pior acontece. Algumas vezes,
surgem discussões acaloradas entre irmãos intolerantes que mesmo
portadores de graus elevados, ainda não aprenderam a respeitar as opiniões
ponderadas de irmãos sensatos que abordam determinados assuntos, sempre
a bem da Ordem e do Quadro. E como isso nos entristece.
Há irmãos extremamente corteses, cuja educação e mesura muitas
vezes extrapolam e nos deixam até inibidos diante de tanta finura no trato
conosco e com outros irmãos como nós.
E, como é agradável quando uma reunião ocorre dentro do maior
respeito e da verdadeira egrégora maçônica e ao final, como Orador poder
dizer que os nossos trabalhos transcorreram de acordo com os nossos
princípios e leis, estando assim tudo justo e perfeito.
Fechado o Livro da Lei e terminada a reunião, vamos colher os frutos
dos ensinamentos que dali extraímos e juntos, num ágape fraternal quando
trataremos dos mais diversos e variados assuntos familiares, profissionais,
esportivos e tantos outros. Ali naquele agradável ambiente permanecemos o
tempo que nos é permitido e felizes, voltamos de regresso ao nosso lar para
rever a esposa que nos aguarda ansiosamente.
Quem poderá se ufanar e dizer um dia como eu que teve a felicidade
de ter um pai, como irmão maçom e a mãe, como cunhada por ser esposa do
meu pai-irmão?
Fomos bafejados pela sorte e podemos nos considerar como pessoa
iluminada e por isso, tudo fazemos para não decepcionar qualquer irmão que
tem a distinção de se trajar com a nossa roupa preta, tão respeitada pelos
maçons espalhados por toda a superfície da terra.
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Assiduidade maçônica
O chamamento "em Loja", não significa "visita habitual". “Em Loja” quer
77
A Maçonaria, em 1730, na França, criou o movimento da "Maçonaria
de Adoção". A Maçonaria de Adoção foi um fenômeno da última metade do
século XVII. Uma Loja de Adoção, era conduzida por uma Loja Maçônica
regular que promovia sessões especiais, no curso das quais as mulheres eram
admitidas em Loja e participavam de rituais quase maçônicos.
Tais Lojas foram particularmente bem sucedidas na França, onde
houve uma revitalização da Maçonaria de Adoção depois da Revolução e que
continuou pelo século seguinte. A própria imperatriz Josefina, esposa de
Napoleão Bonaparte, era a Grã-Mestra da Loja de Adoção Santa Carolina.
Porém, a Maçonaria, atualmente, conserva a regulamentação –
conforme reza a Constituição de Anderson, de não iniciar mulheres.
2º) - Ritos Masculinos e Ritos Femininos:
O grupo de primatas, do qual descendemos, provém de um tronco
insetívoro. Esse grupo subdividiu-se: alguns tornaram-se herbívoros e, outros,
carnívoros. Esses carnívoros tiveram que se lançar na competição com outros
animais terrestres e, tornaram-se melhores caçadores.
Começaram a utilizar instrumentos e aperfeiçoaram as técnicas de
caça, com a cooperação social. Diferentemente dos lobos, os hominídeos não
se dispersavam após o ataque - e, o grupo caçador era formado por machos.
As fêmeas estavam muito ocupadas em cuidar da prole, e não podiam
participar ativamente na perseguição e captura das presas. Assim, o papel de
cada sexo tornou-se diferenciado.
Socialmente, os machos aumentaram a necessidade de comunicação e
cooperação com os companheiros, e desenvolveram expressões faciais e
vocais - em seus grupos caçadores, exclusivamente formados por machos.
Com o advento da agricultura e da domesticação de vários animais,
como cabras e ovelhas, os machos tiveram suas funções caçadoras,
diminuídas.
Essa falta, muito provavelmente, foi compensada pelo trabalho e por
associações masculinas - proporcionando oportunidade para a interação entre
machos e para atividades em grupo. Nessas associações, há um forte
sentimento emocional de união masculina.
O mesmo não ocorre com as mulheres. Esses grupos, associações,
preocupam-se com a união entre machos, que já existia nos primitivos grupos
de caçadores cooperativos - essas entidades exercem um importante papel na
vida de machos adultos, revelando a manutenção de instintos básicos
ancestrais.
Muitas mulheres ressentem-se quando seus maridos saem para
compartilhar sua masculinidade essencial - ou desejam fazer parte dessas
associações, o que é um equívoco, porque trata-se apenas da necessidade
moderna da tendência ancestral da espécie para formar grupos de machos
caçadores.
É interessante observar, que grande parte desses encontros
masculinos, termina com um jantar, um lanche, um banquete etc. - o
sucedâneo da partilha da comida (caça).
Assim, mulheres e homens, geneticamente, possuem necessidades
diferentes. E, criaram-se mistérios masculinos e femininos. Para a mulher a
maternidade, a comunhão com a flora, etc. Para o homem, a caça, a guerra, a
comunhão com a fauna. A mulher, a Lua; o homem, o Sol.
78
Porém, para recriar os ciclos da Natureza, o princípio feminino e o masculino
juntam-se: diferentes, porém complementares.
A Maçonaria reverencia o feminino - seus Templos apresentam o Sol e a
Lua como símbolos: o positivo e o negativo. O Sol e a Lua são símbolos
herméticos e alquímicos (ouro e prata). O Sol é a vida, o masculino? A Lua,
sua complementaridade, o feminino.
A Maçonaria é uma Ordem Solar (masculina), porém, os maçons,
trabalham à noite, em suas Lojas, sob a energia feminina, equilibrando os dois
polos. O Sol deve estar presente na decoração do Templo, no teto, mostrando
a Luz que vem do Oriente, com a Lua, que representa a Mãe Universal que
fertiliza todas as coisas. A mulher é a formadora, a que reúne, rega e ceifa - a
Natureza do princípio passivo é reunir e fecundar. As forças da Lua são
magnéticas, opostas e complementares às do Sol, que são elétricas.
Bibliografia:
Blanc, Claudius - "Maçonaria Sem Mistérios" - São Paulo, Editora Nova Leitura, 2006.
MacNulty, W. Kirk - "Maçonaria" - São Paulo, Editora Madras, 2006.
Morris, Desmond - "O Macaco Nu" - São Paulo, Círculo do Livro, 1975.
79
Juramento e compromisso maçônicos...
81
decorrer sem sobressaltos, nem que esta admissão venha a causar problemas
(previsíveis!) no futuro, seja para a respectiva Loja ou até mesmo para a
Obediência que porventura o vier a acolher.
Todavia, normalmente no momento do juramento maçônico, o neófito
faz sem saber/compreender o que estará a jurar e para o que estará a jurar,
pois o véu que o cobre na sua Iniciação é de tal densidade que muitas vezes
somente passado algum tempo é possível se perceber o juramento que se fez
e o compromisso que se tomou, e que por vezes pode ser diferente daquilo que
são as crenças pessoais e respectiva forma de estar de cada um ou até
mesmo porque se acreditava que se “vinha para uma coisa e afinal se
encontrou outra”…
E o trabalho que um padrinho deve desenvolver com o seu afilhado
durante a formação deste tanto como a responsabilidade que assumiu perante
o afilhado e a Ordem ao subscrever a candidatura dele, serão fulcrais neste
tipo de situação concreta.
O padrinho (pelo dever moral) e a Loja em si (porque é um dever da
loja acompanhar e tentar integrar corretamente os Irmãos nos valores
maçônicos) devem tentar perceber o motivo pelo qual alguém se “distancia” da
Maçonaria.
E apenas ulteriormente, se for caso disso, devem aconselhar a um
possível adormecimento desse irmão por não ser do seu intento continuar a
pertencer a algo com o qual não se identifique mais.
Pelo que desta forma se prevenirão certos casos e eventuais “lavagens
de roupa suja” ou fugas de informação que poderão surgir, as quais na sua
maioria nem sequer são informações plausíveis nem verídicas sequer, pelo que
apenas posso especular que estas ocorrências se devem a paixões e vícios
mal combatidos e nem sequer evitados… E como se costuma dizer, “o mal
corta-se pela raiz”, pelo que “as desculpas devem evitar-se”…
E uma vez que quem entra na Maçonaria tem de ter a noção que as
suas atitudes já não lhe dirão respeito apenas a si, mas a todos os integrantes
desta Augusta Ordem, a conduta de um maçom estará sempre sob um fino
crivo pela sociedade e sempre debaixo do escrutínio de todos, seja de fora
ou internamente. - Porque um, pode sempre e a qualquer momento, “por em
xeque” os demais -. E ter esta noção e assumir esta responsabilidade é algo
que deve ser intrínseco desde os primeiros momentos de vida maçônicos.
Já não é o Nuno, o X ou o Y que fazem isto ou aquilo, serão os maçons Nuno,
X ou Y que o fazem…
Logo é a Maçonaria na sua generalidade que será atentada com a má
conduta que os seus membros possam ter para além da Ordem poder vir a ser
acusada de cumplicidade pelos atos efetuados pelos seus membros.
Assumir que a nossa forma de estar e agir condiciona e se reflete na
Maçonaria é um dos maiores compromissos que os maçons poderão tomar.
Tanto que o dever de honrar a nossa Obediência, a nossa Loja e a Maçonaria
em geral, deve permanentemente se encontrar na mente de todos os maçons.
Um juramento implica obrigações, e jurar ser-se maçom, mas
fundamentalmente ser-se reconhecido maçom pelos nossos iguais, implica que
sejamos maçons a “tempo inteiro” e não apenas às segundas-feiras ou quintas-
feiras de manhã ou à noite, ou quando nos dará mais jeito, é sempre!
Sermos maçons, não é quando visitamos a loja e usamos os
respectivos paramentos. Não basta envergarmos um avental, calçar umas
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luvas brancas e fazer uns “gestos estranhos” é muito mais que isso! É cumprir
preceitos, rituais e trabalhar em prol da Ordem.
E se não estivermos prontos para tal, de nada valerão os juramentos
que fizermos, porque nunca nos iremos comprometer com nada na realidade e
em último caso, nem sequer reconhecidos como tal seremos.
E a palavra persistirá perdida…
Publicado em Arte Real – Trabalhos maçônicos
A Luz
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Contudo, como desafio que assumi, admito hoje a utilidade de tal
silêncio, o gosto que me tem proporcionado, pelo tempo de reflexão interior que
me disponibiliza e, afinal, nem sequer tentei encurtar tal período, como os
irmãos bem sabem.
Quantas vezes ao dialogarmos, nos limitamos a expor a nossa opinião
para impressionar os que nos rodeiam sem sequer escutar os nossos
interlocutores?
Em silêncio, de olhos abertos ou fechados, a Luz do Grande Arquiteto
do(s) Universo(s) penetra o nosso interior, mais facilmente, por quanto
possamos estar espiritualmente mais permeáveis.
Mas bastará olhar para a Luz para a obtermos?
Certamente que não, esse é o grande trabalho do maçom em todos os
seus graus e qualidades, o trabalhar a pedra bruta na construção do Templo
Interior.
A Luz não pode ser uma dádiva, antes o culminar de um caminho de
procura, meditação e amor fraterno.
Tal como ensina o Catecismo: "Porque eu estava nas trevas e desejava a Luz -
o Conhecimento e a Virtude que conduzem ao G:. A:. D:. U:."
A atitude primeira é a procura;
"Batei e abrir-se-vos-a. Buscai e achareis"
Antes de concluir, quero partilhar convosco uma outra reflexão que me
leva a relacionar de um modo muito estreito a Cadeia de União e a Luz;
A Cadeia de União é o momento, em loja, em que todos os irmãos
comunhão uma fé comum e partilham um sentimento fraterno entre si.
Que a Luz nos ajude a todos, a tolerar as diferenças e a perdoar as
ofensas porque a Luz é Sabedoria e Amor, queiramos e permitamo-nos aceitá-
la..
Desde quando és maçom?
Desde que recebi a Luz.
Escrito pelo Irmão A. Jorge
84
O fogo, a chama e a luz
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“Com o fracasso de Adão e tantos outros que não foram ouvidos, Jesus,
o Cristo, teve que ser enviado, que após passar pela purificação pela imersão
na água teve o batismo pelo fogo divino.”
“Com esta visão parcial da Bíblia, tivemos uma caminhada pouco a
pouco mais espiritualizada da luz sombria da matéria para a pura luz.”
“Podemos perceber que a vida tem um propósito, que a luz que tem sido
preservada através das eras pode ser alcançada”.
“Sabemos que a luz da maioria dos seres humanos não passa de mera
obscuridade, mas existem aqueles que se tornam espiritualizados. Eles já não
se contentam com as sombras, pois, a presença da luz provoca uma débil
reação em sua mente e seu coração.”
Na maçonaria devemos deixar de lado, as tolas vaidades, as brigas
pelo poder, as tristes divisões e buscarmos alcançar o ápice da pirâmide para
nos tornarmos verdadeiramente evoluídos e aperfeiçoados, nos
transformarmos em verdadeiros líderes e instrutores da sociedade menos
esclarecida. Como disse o célebre maçom Mário Leal Bacelar “Vamos nos dar
as mãos”. Devemos formar uma unidade, assim como, as velas brilham
separadas e com a união fornecem mais luz, assim o verdadeiro maçom deve
fazer, não importa onde está o conhecimento, pois, ele pode estar em todos os
lugares, o importante é que o divulguemos, formando uma só família.
Quando passamos a entender que a criação é um processo contínuo;
que ela não ocorreu instantaneamente, mas, por estágios e, que ainda fazemos
parte desse processo. Só então compreendemos o verdadeiro significado da
primeira criação: “Das trevas do abismo, o invisível e incognoscível Deus
moveu-se sobre a face das águas e disse: “Faça-se a Luz.”
86
A Escuridão e a Luz
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interiores e sabedoria; é o útero psicomental do qual nasce à consciência
superior; os seres vivos nascem da escuridão do útero de suas mães e quando
“morrem” voltam para as trevas da terra; os minerais e pedras preciosas se
formam na escuridão da terra; as plantas brotam também do interior escuro da
terra; o universo nasce da escuridão do caos; as estrelas surgem na matéria
escura do espaço e a incrustam com seu brilho visível, porque sem a escuridão
elas não poderiam brilhar; e o dia e a noite intercalam-se na manifestação do
tempo em nosso mundo, do mesmo modo que a vigília e o sono em nossa
vida.
Portanto, as Trevas não são o mal (como o conhecemos), e a Luz não
é o bem. Tal dicotomia não existe, pois a Luz e as Trevas são gradações que
se manifestam em toda Existência.
Todo aquele que nega e menospreza a Escuridão está negando a
própria Luz que jaz nas profundezas de si mesmo, na caverna escura que é o
abrigo protetor do tesouro, da joia brilhante que é a gnose, que é a Luz do
conhecimento, que é a consciência do Eu Superior.
fonte: Web
88
Significado do sigilo maçônico
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natureza do segredo maçônico: Como a Maçonaria percebe a sua relação com
o público em geral é o cerne da questão.
A partir da iniciação somos levados a entender os significados dos
símbolos e as tradições a que se referem, mas prestamos pouca atenção ao
aspecto singular do simbolismo.
E rapidamente tornamo-nos confortáveis com a situação, tão rápido
quanto perdemos de vista o fato de que o grande público vê tudo isso de uma
forma diferente.
Os símbolos são um ponto focal para a crença de muitas pessoas de
que a maçonaria detém informações ”clandestinas”, para as quais o resto do
mundo não tem acesso.
Este tipo de percepção se manifesta de uma maneira tangível: Ao longo
dos anos, a crítica à Maçonaria tem se tornado uma indústria. Existem diversos
críticos dedicados a entregar sua mensagem anti maçônica. Eles aparecem em
televisão, escrevem cartas a editores, artigos e livros, todos voltados para um
público que muitas vezes parece fascinado pelos contos sensacionalistas que
são o estoque do comércio antimaçônico. Mas o que pensamos de tudo isso?
Como seria de se esperar, não passa despercebido.
Mas este tem sido um debate interno. Raramente divulgamos nossa
preocupação. O leigo, ao não ouvir respostas, é induzido ao erro pelo silêncio e
pela indiferença. No entanto, o debate é real e consciente.
Se por um lado podemos questionar a necessidade de manter o sigilo
abrindo a Maçonaria à opinião pública, afinal o mercado já é farto de material
de livre acesso, por outro lado é importante lembrar que o sigilo é parte
integrante do ofício.
Os “segredos” da Maçonaria são elementos simbólicos intimamente
envolvidos com os ensinamentos maçônicos. Mudar isso alteraria a natureza
básica da Ordem. Isto porque somos ensinados a valorizar as tradições
representadas por um elaborado sistema de símbolos e alegorias.
A maior parte da mística, é claro, não tem nenhuma substância. Ela
surge a partir de uma confusa falta de informação combinada com uma
tentativa evidente de escondê-la.
As pessoas sabem pouco sobre a Maçonaria, simplesmente porque não
sabem para onde olhar. Na realidade, a suspeita que paira sobre a Maçonaria
deve-se mais à falta de publicidade do que uma conspiração anti maçônica
deliberada.
Parece, então, que um breve estudo sobre qualquer uma das várias
histórias gerais da Ordem seria suficiente para dissipar a maior parte do mal
entendido que tem se edificado em torno dela. Mas aí reside outro problema.
Um ou dois bons livros sobre Maçonaria seriam suficientes para
esclarecer uma série de mal entendidos, mas apenas se o leitor entender e
acreditar no que está escrito. Como sabemos, a boa literatura maçônica não
basta ser lida, deve ser interpretada.
Outro ponto importante é que uma rápida pesquisa de livros sobre
maçonaria revela diferentes e contraditórias descrições da organização. Um
livro descreve a Maçonaria como uma organização nobre que promove os mais
elevados valores morais. Outro descreve-a como um sistema anti-cristão.
Obviamente nem tudo o que tem sido escrito sobre a Maçonaria pode ser
verdade. Muitas obras devem ser imprecisas, mesmo as que tentam explicar as
origens da Ordem, visto que podemos encontrar literaturas que defendem a
90
evolução do ofício a partir das guildas de pedreiros medievais, outras imputam
o crédito aos Templários ou aos Egípcios. Há até quem já tenha visto os
primórdios da maçonaria no Jardim do Éden...
O fato é que qualquer um de nós, dos quais se espera conhecer ao
menos parte da verdade, será sempre duramente pressionado para dizer qual
é qual.
Durante séculos, as pessoas têm tentado descobrir as origens da
Maçonaria. Talvez grande parte deste trabalho tem sido em vão por estarem
procurando por uma organização antiga, que evoluiu para a fraternidade
moderna. Mas a Maçonaria nunca foi uma única organização. Ela sempre foi
tradição.
Uma das características de uma alegoria é a de que ela não fornece
respostas. É, afinal, apenas um veículo de comunicação por símbolos. E os
símbolos apenas apontam a atenção na direção certa. O resto é com o
indivíduo.
E sob este prisma, o Maçom é livre para interpretar as lições da Loja
como quiser. O ritual convida-o a fazê-lo uma vez que é repleto de lendas e,
por vezes, situações que dão margem à interpretações diferentes.
Assim, ao usar o livre arbítrio, qualquer indivíduo maçom pode concluir
que as lições são destinadas para separar ou unir, que por exemplo nossos
sinais, toques e palavras são concebidos para receber um Irmão, ou
simplesmente excluir um não iniciado.
E isto é tanto uma lição quanto um aviso. Nós, Maçons modernos,
temos o espírito e a reputação da Ordem em nossas mãos. Assim, seremos os
mocinhos ou os bandidos, dependendo da maneira como interpretamos o ritual
e da nossa capacidade (ou falta dela) de argumentar sobre a Ordem com o
público em geral. A escolha é nossa.
O fato é que tanto o nosso compromisso com o sigilo quanto os
argumentos dos críticos são baseados em um ponto de vista comum. Esse
ponto de vista liga o Maçom ao seu crítico em um vínculo que talvez seja até
mais forte que a ligação maçônica de fraternidade. Ele promove a intolerância e
a exclusividade. É o contraponto do espírito benevolente que a Maçonaria
ensina desde os seus primórdios.
Infelizmente muitos dos que estão envolvidos com a maçonaria, sejam
maçons ou seus críticos, não se informam além do básico. Satisfeitos com o
que encontram na superfície deixam de perceber o significado subjacente a
tudo. E assim, um sistema que foi cuidadosamente construído para unir as
pessoas é muitas vezes usado para mantê-las separadas (o maçom do seu
crítico).
Dizer a um homem alguma coisa, qualquer coisa, e então adverti-lo que
é um segredo é a melhor maneira de separá-lo das pessoas ao seu redor. Isto
obriga-o a escolher entre esconder seu conhecimento dos outros e trair aquele
que o deu a ele.
Seguros que estamos na crença de que não fazemos nada de sinistro,
não vemos razão para corrigir o que não consideramos errado, mas no final, é
provavelmente muito melhor entender uma coisa e debater seus
desdobramentos, do que ser mistificado por ela.
Trabalho do Irmão Rogério Alegrucci - M.´.M.´.
Fonte: Grupo Brasil Maçom
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O sigilo maçônico
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ficaria melhor se a chamássemos de sociedade discreta, e não sociedade
secreta.
Os maçons operativos guardavam segredos em torno de suas reuniões
em loja porque era nelas que, ao se oficializar a elevação de um aprendiz a
companheiros, eram comunicados a "palavra do maçom", os sinais secretos de
reconhecimento e os segredos profissionais. sobre isso era exigido sob
juramento de absoluto sigilo, pois dele dependia o sucesso profissional do
grupo.
Com o correr do tempo, certamente como forma de melhor proteger
aqueles segredos necessários tornou-se secreto tudo o que ocorria no interior
das lojas operativas, inclusive seus mistérios, seus rituais e seu simbolismo.
Essa discrição sempre fez parte das tradições maçônicas das guildas
medievais dos construtores das grandes catedrais góticas ou românicas, das
suas pomposas sedes nas cidades de maior porte e dos muitos castelos,
fortificações e residências. Esses trabalhos obviamente envolviam cálculos de
geometria e matemática, conhecidos quase exclusivamente pelos mestres
maçons medievais.
Esses conhecimentos, que se guardavam a sete chaves e se
transmitiam sob segredo, também conferiam importância social aos que os
detinham e, é óbvio, ajudavam a concentrar o monopólio da arte de construir
nas mãos dos mestres das guildas dos maçons.
Diz também a tradição que, entre outros itens, era mantido absoluto
segredo sobre certas proporções dos projetos das catedrais, sobre o sistema
de fechamento dos arcos e sobre a proporção do afinamento das pilastras e
das colunas em direção ao topo. Havia assim uma espécie de segredo
industrial como o que se pratica habitualmente nos dias atuais. Esses segredos
visavam principalmente proteger a categoria profissional de possíveis
construtores concorrentes e manter uma condição monopolista sobre os preços
das construções.
As primeiras noções dessa ciência eram transmitidas aos aprendizes
aos poucos, durante um longo aprendizado de sete anos, mas a parte mais
importante só era lhes era comunicada ao alcançarem o estágio dos
companheiros.
Essa forma de segredo dos maçons medievais dificilmente poderia
ocultar algo desaprovado pela Igreja porque as guildas medievais, como toda e
qualquer associação de então, mantinham um vínculo muito estreito com o
clero local que, como autoridade religiosa, sempre tenha livre a todos os atos
sociais que aconteciam em suas respectivas jurisdições. Funcionou também
em todo aquele período medieval das guildas de artes e ofícios e poderoso
olho da Inquisição, ao qual nada podia fugir.
Na transição da Maçonaria medieval para a Maçonaria Moderna foi
incorporada essa tradição de sigilo com todo o seu rigor medieval, e isso
transparece claramente no Livro das Constituições, da Grande Loja de
Londres, ao dedicar um capítulo especial à instrução dos irmãos quanto ao seu
procedimento na presença de estranhos, no ambiente familiar, na companhia
dos vizinhos, etc, recomendando especiais cuidados para não revelar nada que
acontecesse em suas reuniões e atividades como maçons.
Vemos que o "segredo maçônico" em época alguma teve a intenção de
encobrir tramas cavilosas ou atividades ilegais. O segredo é mantido na
Maçonaria Moderna como elemento de união entre os irmãos, pois sabe-se
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quando pessoas compartilham um segredo, qualquer que seja a sua natureza,
cria-se entre elas um forte vínculo.
Atualmente o "segredo maçônico" se limita aos rituais internos das
lojas, à interpretação de seus símbolos e, principalmente, aos sinais de
reconhecimento, pois sinal de reconhecimento não secreto não seria sinal de
reconhecimento.
Manter sigilo a respeito de atividades institucionais não parece ser algo
abominável. A eleição do papa da Igreja Católica, por exemplo, é feita sob o
sigilo tão rigoroso que as próprias portas do recinto eleitoral são lacradas pela
parte externa, para que nenhum participante possa comunicar-se com alguém
do exterior, e vice-versa. Há também o inviolável sigilo da confissão. A opção
pelo sigilo, desde que não se preste à ocultação de ilegalidades, é um direito
de cada instituição.
Criticar os segredos de outras instituições sem demonstrar que eles
ocultam ilegalidades é, de qualquer forma, uma intromissão indevida e
antiética.
Fonte: Samaúma - Portal Maçônico
Texto elaborado pelo Irmão . Ambrósio Peters
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Sala dos Passos Perdidos
Fonte: http://www.revistauniversomaconico.com.br
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A força do silêncio...
Falar com alguém ajuda, quando o outro está pronto para receber o que
lhe dizemos disposto a nos ouvir.Quando nos antecipamos a isto, ao invés de
ajudarmos, estamos, sem querer, construindo uma barreira de antagonismo
que vai nos afastar ainda mais dele. Já, ouvir o outro, colocando-nos em
silêncio o máximo possível, numa atitude interessada e presente, ajuda muito a
qualquer um que de nós se aproxima.
Assim, falar sempre não nos leva a bons resultados. O silêncio pode
tomar o lugar de uma quantidade enorme de palavras que não precisariam ser
ditas, ou não deveria sê-lo, respeitando-se a situação emocional de quem nos
fala. E está tão difícil a gente encontrar alguém que se disponha a nos ouvir.
Apenas isto. Muitas vezes precisamos pagar um terapeuta, para que isto
aconteça em nossas vidas,
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Com o prejuízo muitas vezes, de uma amizade, que naquele momento
se desfaz, ou fica abalada, o que não aconteceria se pudéssemos nos
conservar em silêncio.
.A gente fala tanto e muitas vezes não dizemos nada, ou dizemos muito
pouco... E o silêncio sobre o que soubemos de outras pessoas, geralmente
coisas desabonadoras? Será que é fácil para nós mantermos o silêncio sobre
os erros e defeitos dos outros?
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