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sexta-feira, 14 de abril de 2023

Direito no Império

CONTEXTUALIZAÇÃO
- o direito do reino só se aplicaria, em princípio, aos seus naturais
- aplicação, em princípio, pessoal: aplicava-se a todos os naturais residentes
no reino

● Estavam excluídos do âmbito de aplicação do direito português as


relações jurídicas pessoais de residentes estrangeiros (como eram as
populações indígenas não cristãs dos territórios dominados), que,
assim, se continuavam a regular pelos seus direitos pessoais

PAG 294

● Apesar do principio de “ autonomia “ , a administração portuguesa


procurava formas “leves” (de tipo quase-arbitral) de processamento das
matérias, recorrendo, nomeadamente, à organização eclesiástica para,
por meio dos seus tradicionais mecanismos canónicos instaurar a
disciplina comunitária ( basicamente, direito português era ainda assim
aplicado em alguns domingos de pequena criminalidade através da
igreja católica) Exemplo: assento da Relação de Goa de 12/5/1563
confiou pequenas causas-crimes de cada freguesia aos mordomos da
Igreja ou confraria, quer as partes fossem cristãs ou não (entregou
pequena matérias para resolução à igreja - aka direito da metrópole -
mesmo os envolvidos não serem cristãos, mas sim indígenas.

PAG 295-298

● cristãos a viver na colónia gozavam de um direito próprio, para os


isentar da ordem jurídica gentia que os prejudicaria (situação jurídica
penosa), e também porque sao batizados como portugueses
● Favoreciam conversões ao conferir privilégios e liberdades a favor da
cristandade. Exemplo: privilégios judiciários, administrativos, fiscais -
direito especial dos cristãos
● Princípio da dualidade do direito e das jurisdições : India, Macau:
Instituição “Pai dos Cristãos”- juiz privativo dos indígenas cristianizados
, visava a educação e proteção dos convertidos
● Indigenas cristãos - ou seja os convertidos- apesar de serem “naturais”
- aka pt- nem gozavam da plenitude da capacidade jurídica perante o
direito do reino, nem se desligavam completamente da ordem jurídica
local (submetidos a esta tutela superior)
● Brasil: duplo particularismo do direito - o direito metropolitano era
apropriado pelas comunidades colonas locais e suas elites, bem como
era adaptado às circunstâncias locais pelos tribunais e juízes da terra +
desvanecimento do poder central, autorregulamentação local das
comunidades colonas, poder político e de autogoverno das elites das
terras (construir um poder próprio a partir da confusão jurisdicional e da
distância que os separava da Coroa e dos seus agentes)
● Para alem do direito colonial local referido atras, existiam os direitos
indígenas: 1611, uma carta régia de Filipe III reconheceu a legitimidade
das comunidades índias, sua liberdade e propriedade - Este imaginário
favorável tinha raízes em perspetivas doutrinais; e estas não
correspondiam, em geral, à cultura comum, sobretudo à cultura comum
colonial, em que, muito geralmente, o índio era assimilado ao bárbaro
-> pressão local para escravização (doutrina, rei vs cultura comum)
● Surgiram aldeamentos indios devido à missionação dos jesuítas- o
autogoverno combinava normas tradicionais indígenas e preceitos
religiosos com uma autonomia que permitia que se lhes chamasse
“repúblicas índias”
● Moçambique: os costumes indígenas regeram nativos , palavra que
designava as decisões conforme ao direito indígena era milando

PERGUNTAS:

1. Qual o regime jurídico aplicado aos cristãos a viver nas colónias?


Como a metrópole favorecia o cristianismo? Pag. 295
Os cristãos a viver nas colónias gozavam de um direito próprio, de
maneira a os isentar da ordem jurídica gentia que os prejudicaria
(situação jurídica penosa, perda de privilégios), e também porque são
batizados como portugueses. A metrópole favorecia conversões ao
conferir privilégios e liberdades a favor da cristandade. Exemplo:
privilégios judiciários, administrativos, fiscais - direito especial dos
cristãos.
2. Como se sucedia no Brasil o direito?
● Brasil: duplo particularismo do direito - o direito metropolitano era
apropriado pelas comunidades colonas locais e suas elites, bem como
era adaptado às circunstâncias locais pelos tribunais e juízes da terra +
desvanecimento do poder central, autorregulamentação local das
comunidades colonas, poder político e de autogoverno das elites das
terras (construir um poder próprio a partir da confusão jurisdicional e da
distância que os separava da Coroa e dos seus agentes)
● Para alem do direito colonial local referido atras, existiam os direitos
indígenas: 1611, uma carta régia de Filipe III reconheceu a legitimidade
das comunidades índias, sua liberdade e propriedade - Este imaginário
favorável tinha raízes em perspetivas doutrinais; e estas não
correspondiam, em geral, à cultura comum, sobretudo à cultura comum
colonial, em que, muito geralmente, o índio era assimilado ao bárbaro
-> pressão local para escravização (doutrina, rei vs cultura comum)
● Surgiram aldeamentos indios devido à missionação dos jesuítas- o
autogoverno combinava normas tradicionais indígenas e preceitos
religiosos com uma autonomia que permitia que se lhes chamasse
“repúblicas índias”

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