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PA HABITAÇÃO COLETIVA DE ALTA DENSIDADE

Sandra Martins | Rodrigo Bryan


Universidade Paulista | Campinas | 2023-2
O QUE DEFINE HABITAÇÃO?

HABITAÇÃO Lugar no qual se habita. Constitui em arquitetura,


o abrigo ou invólucro que protege o homem, favorecendo sua
vida no duplo aspecto material e espiritual. Ato ou efeito de
habitar. Morada. Residência.

Dicionário Ilustrado de Arquitetura (ALBERNAZ, Maria Paulo e LIMA, Cecília Modesto, 2000)
PRINCIPAIS FUNÇÕES DA HABITAÇÃO

PROTEÇÃO
DESCANSO LAZER CONVÍVIO
ABRIGO

REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO
NEGÓCIOS
NECESSIDADES NECESSIDADES ALIMENTAÇÃO
SERVIÇOS
FISIOLÓGICAS DOMÉSTICAS

ASSIM COMO OS TIPOS DE HABITAÇÃO, AS FUNÇÕES E NECESSIDADES PODEM VARIAR DE


ACORDO COM OS DIFERENTES TIPOS DE POPULAÇÃO, LOCAL, TEMPO E SEGUEM
CONSTANTEMENTE AS TRANSFORMAÇÕES DE SEUS HABITANTES.
DEFINIÇÕES LEGAIS
Lei Complementar nº 208/2018 – Parcelamento e Uso do Solo de Campinas

(...)
Art. 70. As edificações classificam-se, quanto à ocupação do solo, em:

I.– HU (habitação unifamiliar): habitação unifamiliar destinada a uma única habitação por lote e suas
construções acessórias;

II.– HM (habitação multifamiliar): habitação multifamiliar destinada a mais de uma habitação no lote,
subdividindo-se em:

a) HMH : habitação multifamiliar horizontal, edificações residenciais isoladas


ou geminadas;

b)HMV : habitação multifamiliar vertical, edificação com no mínimo uma residência sobreposta,
sendo as residências agrupadas verticalmente, em um ou mais blocos; (...)
O QUE É DENSIDADE HABITACIONAL?

•É um dos mais importantes indicadores e parâmetros de desenho urbano utilizado no processo


de planejamento de cidades.

• É o numero total de uma população em uma determinada área.

Nº UNIDADES
Nº HABITANTES HABITACIONAIS
HECTARE HECTARE

hab/ha uh/ha

1 hectare = 10.000m²
AFINAL, QUAL A
DENSIDADE IDEAL?
“Quais são as densidades apropriadas às áreas residencias em
cidades? A resposta para isso é algo como a resposta que Lincoln
deu à questão
´Qual deve ser o comprimento das pernas de um homem?’. Longas
o suficiente para alcançarem o chão. Assim, densidades
apropriadas a áreas residenciais em cidades são uma questão de
performance. Elas não podem estar baseadas em abstrações sobre
as quantidades de solo urbano que idealisticamente devem ser
alocadas para tal- e-tal número de pessoas. Densidades são muito
baixas, ou muito altas, quando frustram a diversidade da cidade
ao invés de estimulá-la. Nós temos que olhar para densidades da
mesma maneira como olhamos para calorias e vitaminas.
Quantidades certas são quantidades certas por causa de como se
comportam. E o que é correto difere em instâncias específicas.”

Jane Jacobs, 1961


As baixas densidades demográficas da maioria das cidades
brasileiras podem ser atribuídas a muitos fatores, sendo
os mais importantes:

Os vazios urbanos derivados tanto da ação de proprietários particulares que os reservam


por longos períodos de tempo, como de propriedades públicas ou de empresas estatais,
que os mantêm às vezes por décadas sem utilização.

A especulação imobiliária é uma prática muito usada por proprietários de frações urbanas
ainda não constituídas e empreendedores imobiliários. O conceito é urbanizar
primeiramente as áreas mais distantes, deixando vazios urbanos para a comercialização
futura prevendo-se maior lucro por estar inserido entre duas áreas já habitadas com
infraestrutura;

A dispersão urbana e o avanço do perímetro urbano sobre área rural.


Loteamentos
aprovados em
Campinas
(1950-2005)
Especulação Imobiliária

25 km

Jd. Sta. Rosa

Pq. Floresta e Jd. Sta. Rosa são bairros


Pq. Floresta populares financiados por órgãos públicos e
muito distantes do centro da cidade (mesmo
com grandes vazios no tecido urbano), porém
com infraestrutura básica de água, luz e esgoto.
Campinas: mancha e perímetro urbanos (1989 – 2018)
Crescimento das Cidades:

• Déficit habitacional;

•Apesar dos vazios urbanos, empreendedores


buscam novas áreas para propostas imobiliárias;

•A mancha urbana cresce espalhada e


desordenadamente, baseada em baixas
densidades.

Consequências:

• Degradação do ambiente urbano;

• Colapso da qualidade de vida;

• Aumento nos tempos de deslocamento, no


consumo de combustível e de poluição
Por que não ocupar vazios e adensar
antes de expandir o perímetro?
Houston, uma cidade com densidade de 10
hab/ha, o gasto é de quase 80.000 galões/ano.

Hong Kong, densidade de quase 300 hab/ha, o


consumo é de aproximadamente
5.000 galões/ano

Quanto mais densa é a ocupação,


menor a quantidade de
combustível que seus moradores
gastam em deslocamentos

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Petrol_use_urban_density.svg
Se toda a população mundial morasse em densidade de 25 hab/ha,

seriam necessários 7 planetas para abrigá-la.


Fonte: ACIOLY, 1998.
https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2022/01/agentes-publicos-sao-demandados-a-reestruturar-cidades-insustentaveis
https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2022/01/agentes-publicos-sao-demandados-a-reestruturar-cidades-insustentaveis
DENSIDADE URBANA

DENSIDADE DEMOGRÁFICA OU POPULACIONAL - número de pessoas residindo em determinada


área urbana, geralmente uma medida expressa em habitantes por hectare (hab/ha).

DENSIDADE EDIFICADA OU CONSTRUÍDA - expressa o total de m² edificados em um hectare.

DENSIDADE HABITACIONAL OU RESIDENCIAL - expressa o número total de unidades habitacionais


de determinada zona urbana dividido pela área em hectares (unidades habitacionais/ha ou
habitações/ha).
De acordo com ACIOLY (1998)

A suposição é de que altas densidades garantem a maximização dos investimentos públicos


(infraestrutura, serviços e transporte) e ainda permitem a utilização eficiente da quantidade
de terra disponível.

No entanto, devemos ser cautelosos! Assentamentos humanos de alta densidade podem


também sobrecarregar e causar saturação das redes de infraestrutura e serviços urbanos,
colocando uma maior pressão de demanda sobre o solo urbano, terrenos e espaço
habitacional, o que consequentemente produzirá um meio ambiente superpopuloso e
inadequado.
Singapura, 2018: Brasil, 2019:

5,3 milhões hab. 210 milhões hab.


= 7.460 hab/km² = 24,6 hab/km²
710,20 km² 8.515.767 km²
Hong Kong
Hong Kong
Monster Building
VN Nova
Higienópolis
Studios, 10m² a 77m²

Vitacon Construtora

https://www.quintoandar.com.br/_wcB
ESPAÇOS PÚBLICOS
O que são os espaços públicos?
Todas as áreas públicas da cidade, que integram os bens de domínio público.

-calçadas
-leito carroçável
vias públicas -acostamento FUNÇÃO DE CIRCULAÇÃO
-canteiros centrais
-rotatórias

-áreas verdes FUNÇÃO SOCIAL, RELIGIOSA , CÍVICA,


espaços livres -parques e jardins RECREATIVA E AMBIENTAL
-praças

- creches
espaços para -unidades de saúde FUNÇÃO INSTITUCIONAL
-escolas
equipamentos -ginásios esportivos, etc
Destinadas ao tráfego local, este tipo de via não possui
VIAS PÚBLICAS: TRADICIONAIS semáforos e é utilizado para acessar locais, em geral, privados.
VIAS PÚBLICAS: HIERARQUIAS

VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - caracterizada por acessos especiais com


trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos
lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível;

VIA ARTERIAL - caracterizada por interseções em nível, geralmente


controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias
secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade;

VIA COLETORA - destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha


necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais,
possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade;

VIA LOCAL - caracterizada por interseções em nível não semaforizadas,


destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas.
VIAS PÚBLICAS: passeios: calçadas, calçadões
ESPAÇOS LIVRES: parques
ESPAÇOS LIVRES: áreas verdes

Áreas de Preservação Permanente (APP)


Richard Sennett (sociólogo e historiador norteamericano)

Séc. XV (1470): PÚBLICO = um bem comum na sociedade

Séc. XVII: público significava aberto à observação de qualquer


pessoa, enquanto privado significava uma região protegida da
vida, definida pela família e pelos amigos.

Séc. XVIII: “sair em público” (geograficamente): as cidades


se tornam um mundo em que grupos diversos estavam
entrando em contato socialmente, dividindo o mesmo
espaço.

À medida que as cidades cresciam, aumentavam os locais onde


estranhos podiam se encontrar. Foi a época de multiplicação de
parques urbanos, ruas e vias para circulação de pedestres, cafés
e bares.
ESPAÇOS LIVRES: praças
(espaços multiuso)
ESPAÇOS LIVRES: praças tradicionais
ESPAÇOS PÚBLICOS: manifestações artísticas e culturais
ESPAÇOS PÚBLICOS: espaços
de trocas comerciais
ESPAÇOS PÚBLICOS: festividades
(festas juninas, carnaval de rua, eventos esportivos...)
ESPAÇOS PÚBLICOS
importância simbólica

Parque Geisy +Praça Taksim, Istambul, Turquia, 2013: privatização do espaço público
“STANDING MAN” Erdem Gündüz
Permanecer de pé em silêncio por mais de 8h em frente ao retrato do
fundador da Turquia moderna Kemal Ataturk.
Centro Cultural Atatürk

Historicamente o espaço público é


palco das manifestações
populares, é o local onde as
reivindicações acontecem.
Place de la Concorde, Paris, séc. XIX Praça Tiradentes, Ouro Preto

“Quem define a praça é o que nela se realiza”, prof. Eugênio Queiroga

Plaza de Mayo, Buenos Aires, Argentina Praça da Paz Celestial (Tian’anmen), Pequim, China, 1989
ESPAÇOS PÚBLICOS:
manifestações políticas e sociais
ESPAÇOS PÚBLICOS: manifestações religiosas
Falta de planejamento urbano e
baixa qualidade de projetos gera
exclusão e aumenta as
desigualdades
ESPAÇOS PÚBLICOS OCUPADOS IRREGULARMENTE:
decorrente de outros problemas sociais e econômicos
na cidade

Distrito Campo Grande – Campinas


Ocupações de áreas verdes públicas
Ocupações de áreas verdes públicas
A CIDADE COMO PONTO DE ENCONTRO
Conceitos de Jan GEHL – arquiteto dinamarquês – Cidades
para Pessoas

Ao longo da história, as pessoas se encontravam nas


cidades. Trocavam novidades, fechavam acordos,
arranjavam casamentos, artistas de rua se
apresentavam, troca e venda de mercadorias,
pequenos e grandes eventos.

Séc XX – as ideias do planejamento modernista


(racional e simplificado para as atividades
consideradas necessárias) se encontra com a invasão
de carros.

Dimensão humana x dimensão dos carros


Espaço para as pessoas na cidade é
tomado pelos veículos.
IMPORTANTE: A qualidade dos espaços projetados para uso público tem relação direta com o
aumento de atividades opcionais e sociais

ATIVIDADES
NECESSÁRIAS
Trabalhar; ir à escola; usar transporte;

ATIVIDADES
OPCIONAIS

Caminhar; olhar a cidade; sentar para


apreciar a vista, ler;

ATIVIDADES
SOCIAIS

Encontros; conversas; atividades em


grupo com amigos
IMPORTANTE: A qualidade dos espaços projetados para uso público
tem relação direta com o aumento de atividades opcionais e sociais

ATIVIDADES ATIVIDADES ATIVIDADES


NECESSÁRIAS OPCIONAIS SOCIAIS
Trabalhar; ir à escola; Caminhar; olhar a cidade; Encontros; conversas;
usar transporte; sentar para apreciar a vista, ler; atividades em grupo com amigos
A qualidade dos espaços projetados está diretamente
ligada ao ajuste dos sentidos humanos

Visão humana
100m: visão de movimentos
70 – 50m: reconhecimento de idade, cor do cabelo e linguagem
corporal
25-22m: leitura de expressões faciais e emoções dominantes
(feliz, triste, brava, emocionada)

Audição humana CONCLUSÃO:

100-25m: pouca comunicação entre as pessoas


70 – 50m: podemos ouvir gritos
35m: comunicação unilateral em voz alta 25 – 7m: intensificação dos sentidos de comunicação
25-20m: troca de mensagens curtas
Cerca de 7m: conversa de verdade
7 – 0m: todos os sentidos podem ser usados, detalhes percebidos e
sentimentos compartilhados
DIMENSÃO DOS ESPAÇOS EDIFICADOS PROJETADOS

Capacidade de ver pessoas em movimento Capacidade de reconhecer emoções, expressões faciais e


ouvir falas e canções
Distância máxima de 100m (estádios) Distância máxima de 35m (teatros)

DIMENSÃO DOS ESPAÇOS ABERTOS PROJETADOS


A maior parte das praças tradicionais na Europa possuem dimensões máximas de 100m.
Este dimensionamento está relacionado ao campo de visão e ao deslocamento a pé.
DIMENSÃO DOS ESPAÇOS ABERTOS PROJETADOS
A maior parte das praças tradicionais européias possuem dimensões máximas de 100m.
Este dimensionamento está relacionado ao campo de visão e ao deslocamento a pé.

Plaza Mayor (Madri) + Campo di Siena (Siena) + Piazza San Marco (Veneza) + Place des Vosges (Paris)
O entendimento do aparelho sensorial
humano é chave para o entendimento
dos espaços.

A percepção da cidade prevalece nos


andares mais baixos.

Quanto mais alto, maior é a dificuldade de


enxergar detalhes.

As conexões entre ruas e edificações se


perdem após o 5º andar.
As relações e interações humanas são compostas
por diferentes tipos de comunicação.

0 – 45cm: distância íntima (demonstrações de afeto,


percepção temperatura e olfato)

45 – 120cm: distância pessoal (aproximação entre amigos e


familiares, distância em mesa de refeição, conversa em tom
normal)

1,20 – 3,70m: distância social (distância comum em um


ambiente de trabalho e salas de estar)

Superior a 3,70: distância pública (distanciamento formal,


comunicação unilateral, presente em salas de aula professor
e aluno). Grandes distâncias em espaços abertos dificultam
experiências pessoais e convidativas.
O PAPEL DOS ESPAÇOS DE
TRANSIÇÃO

O térreo das edificações possui papel de transição


entre o privado e o público.

Estes limitam o campo visual, criam experiências,


oferecem segurança, bem-estar e conforto.

FACHADA ATIVA E FRUIÇÃO PÚBLICA


FACHADA ATIVA
Parâmetro urbanístico que visa dinamizar espaços e passeios públicos

https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-fachada-ativa/
FACHADA ATIVA
Parâmetro urbanístico que visa dinamizar espaços e passeios públicos

https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-fachada-ativa/
DEFINIÇÃO
Fachada ativa corresponde à exigência de ocupação da extensão horizontal da fachada por uso não
residencial com acesso direto e abertura para o logradouro, a fim de evitar a formação de planos
fechados na interface entre as construções e o logradouro lindeiro.

OBJETIVOS
Promover a dinamização dos passeios públicos em relação ao térreo das edificações voltadas para
este. Tal estratégia fortalece a vida urbana nos espaços públicos ampliando o controle social dos
seus usos.

CRITÉRIOS
Lotes com testada maior que 20 m com acesso direto ao logradouro.

INCENTIVOS
Não serão considerados computáveis até o limite de 50% da área do lote.

https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-fachada-ativa/
FRUIÇÃO PÚBLICA
DEFINIÇÃO
Área de uso público localizada no pavimento térreo que não pode ser fechada com edificações, instalações
ou equipamentos.

OBJETIVOS
Estimular novas conexões na escala local que privilegiem o pedestre e, ao mesmo tempo o
desenvolvimento de atividades com valor social, cultural e econômico.

CRITÉRIOS
Área de no mínimo 250 m² que deverá ser devidamente averbada em Cartório de Registro de Imóveis.

INCENTIVOS
Poderá ser acrescida gratuitamente ao potencial construtivo básico do imóvel uma área construída
computável equivalente a 100% (cem por cento) da área destinada àquela finalidade

https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-fachada-ativa/
https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-fruicao-publica/
https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/novo-pde-eixos-de-estruturacao-da-transformacao-urbana/
PARÂMETROS CONSTRUTIVOS.

https://www.tetrisej.com.br/single-post/2017/08/08/Como-saber-o-que-%C3%A9-permitido-fazer-e-construir-no-seu-terreno-GUIA-PARA-ENTENDER-A-SUA-GUIA-AMARELA
Elementos de permanência tem efeito nos espaços de estar e
transição. O que define um bom local de permanência:

- Pontos de contato com a praça.


- Espaços de permanência com microclima agradável (conforto térmico,
sombra)
- Costas protegidas (ancestral da caverna) e vista para
os elementos interessantes e outras pessoas
- Boa visibilidade periférica e baixa presença de ruídos (conforto acústico)
Coeficiente de Aproveitamento (CA)
é expressado através de uma fração ou um número decimal.

O Coeficiente de Aproveitamento (CA) é um parâmetro


utilizado em todo o país para determinar o máximo
aproveitamento do terreno em relação à área construída. Esse ÁREA construída
coeficiente é regulamentado pelas prefeituras e é uma CA =
medida de planejamento urbano para garantir o uso ÁREA do terreno
adequado do espaço urbano e evitar problemas como
superpopulação, falta de infraestrutura e outros.
https://construcao.etask.com.br/blog/como-calcular/como-calcular-o-coeficiente-de-aproveitamento-de-uma-construcao/
Taxa de Permeabilidade
percentual do lote que deve ser livre de edificação para permitir o escoamento da água através do solo.
Geralmente, esse espaço é destinado a jardins, plantio de árvore ou revestimentos permeáveis, como pisos
drenantes.
LEI COMPLEMENTAR Nº 208, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2018

Dispõe sobre parcelamento, ocupação e uso do solo no


município de Campinas

(Publicação DOM 26/12/2018 p.2)

Fonte: https://leismunicipais.com.br/a/sp/c/campinas/lei-complementar/2018/21/208/lei-complementar-
n-208-2018-dispoe-sobre-parcelamento-ocupacao-e-uso-do-solo-no-municipio-de-campinas
ZC2
CAPÍTULO I
zona de centralidade CA
Das Zonas Urbanas

art. 65. Ficam instituídas as zonas urbanas para ocupação e uso do solo abaixo relacionadas:

V – Zona de Centralidade 2 (ZC2): Zona definida pelos eixos do DOT (Desenvolvimento Orientado pelo Transporte) de
média densidade habitacional com mescla de usos residencial, misto e não-residencial de baixa, média e alta
incomodidade; observado que:

a) o CA min será equivalente a 0,50 (cinquenta centésimos); e


b) o CA max será equivalente a 2,0 (dois);
ZC2 zona de centralidade Áreas mínimas
CAPÍTULO II
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção III
Dos Parâmetros Construtivos e Urbanísticos

Art. 79. Quando houver uso misto no mesmo lote ou gleba, o uso residencial deverá ser de no mínimo 25%
(vinte e cinco por cento) e no máximo 75% (setenta e cinco por cento) da área construída total.

Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, a porcentagem de área habitacional e de área não
habitacional será calculada somando-se as áreas destinadas ao uso residencial e não residencial, excluindo-se
as vagas de garagem, de circulação de veículos, caixa d`água e reservatórios, barriletes e casa de máquinas.

Art. 80. A unidade habitacional mínima para qualquer tipologia de ocupação deverá ser de 20,00m² (vinte
metros quadrados), considerando dormitório/sala, banheiro e cozinha.
ZC2 zona de centralidade Afastamentos
CAPÍTULO II
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção III
Dos Parâmetros Construtivos e Urbanísticos

Art. 84. As tipologias HMV, CSEI e HCSEI deverão respeitar os seguintes parâmetros comuns:

a) para a divisa de fundo:

1. 6,00 m (seis metros) para a parte da edificação com altura maior que 10,00 m (dez metros) e altura menor ou igual a
58,00 m (cinquenta e oito metros);

2. na parte da edificação que tiver altura maior que 58,00 m (cinquenta e oito metros), aplica-se a fórmula:

Af >= 6 + [(h-58)/2,6] x 0,35


sendo:
Af= afastamento
h= altura da edificação
ZC2 zona de centralidade Afastamentos
CAPÍTULO II
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção III
Dos Parâmetros Construtivos e Urbanísticos

Art. 84. As tipologias HMV, CSEI e HCSEI deverão respeitar os seguintes parâmetros comuns:

b) para todas as divisas laterais:

1. 3,00 m (três metros) para a parte da edificação com altura maior que 10,00 m (dez metros) e altura menor ou igual a 37,00 m
(trinta e sete metros).

2. na parte da edificação que tiver altura maior que 37,00 m (trinta e sete metros), aplica-se a fórmula:

Af >= 3 + [(h-37)/2,6] x 0,35


sendo:
Af= afastamento
h= altura da edificação
ZC2 zona de centralidade Recuos
CAPÍTULO II
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção III
Dos Parâmetros Construtivos e Urbanísticos

Art. 84. As tipologias HMV, CSEI e HCSEI deverão respeitar os seguintes parâmetros comuns:

III – recuos maiores ou iguais a:

a) frontal e de fundos:

1. 5,00 m (cinco metros) para a parte da edificação com altura menor ou igual a 100,00 m (cem metros);

2. na parte da edificação que tiver altura maior que 100,00 m (cem metros), aplica-se a fórmula:

RF >= 5 + [(h-100)/2,6] x 0,35


Sendo:
RL= recuo lateral
h= altura da edificação
ZC2 zona de centralidade Recuos
CAPÍTULO II
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção III
Dos Parâmetros Construtivos e Urbanísticos

Art. 84. As tipologias HMV, CSEI e HCSEI deverão respeitar os seguintes parâmetros comuns:

III – recuos maiores ou iguais a:

b) lateral:

1. 2,00 m (dois metros) para a parte da edificação com altura menor ou igual a 80,00 m (oitenta metros).

2. na parte da edificação que tiver altura maior que 80,00 m (oitenta metros), aplicar a fórmula:

RL >= 2 + [(h-80)/2,6] x 0,35


Sendo:
RL= recuo lateral
h= altura da edificação
ZC2 zona de centralidade Recuos
CAPÍTULO II
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção III
Dos Parâmetros Construtivos e Urbanísticos

Art. 84. As tipologias HMV, CSEI e HCSEI deverão respeitar os seguintes parâmetros comuns:

III – recuos maiores ou iguais a:

b) lateral:

1. 2,00 m (dois metros) para a parte da edificação com altura menor ou igual a 80,00 m (oitenta metros).

2. na parte da edificação que tiver altura maior que 80,00 m (oitenta metros), aplicar a fórmula:

RL >= 2 + [(h-80)/2,6] x 0,35


Sendo:
RL= recuo lateral
h= altura da edificação
ZC2 zona de centralidade Subsolo e portaria
CAPÍTULO II
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção III
Dos Parâmetros Construtivos e Urbanísticos

Art. 84. As tipologias HMV, CSEI e HCSEI deverão respeitar os seguintes parâmetros comuns:

IV – os subsolos destinados as garagens poderão ocupar os recuos e afastamentos do lote, desde que:

a) nas faixas correspondentes aos recuos mínimos, os níveis superiores da laje de teto do 1º (primeiro) subsolo não se
situe acima de 0,50 m (cinquenta centímetros) dos níveis correspondentes do passeio público junto aos respectivos
alinhamentos; e

b) não exista aberturas para insolação e/ou ventilação voltadas para as vias públicas.

V – quando houver edificação destinada à portaria do conjunto, esta poderá localizar-se nos recuos obrigatórios, desde que
sua área seja menor ou igual a 10,00 m² (dez metros quadrados).
ZC2 zona de centralidade Densidade
CAPÍTULO II
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção III
Dos Parâmetros Construtivos e Urbanísticos

Art. 85. A tipologia HMV deverá respeitar os seguintes parâmetros:

III – Densidade Habitacional Mínima e Máxima serão respectivamente de:

d) na ZC2: 100 uh/ha (cem unidades habitacionais por hectare) e 500 uh/ha (quinhentas unidades
habitacionais por hectare);

IV - a via de circulação de pedestres de acesso às unidades habitacionais terá largura mínima de 1,20m (um metro
e vinte centímetros);

V - a faixa de recuo frontal, quando obrigatória, deverá ser destinada ao uso comum do condomínio.
ZC2 zona de centralidade Estacionamento
CAPÍTULO II
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção VII vagas comerciais
Dos Parâmetros Específicos para Vagas de Veículos e Acessos

Art. 101. Nos casos em que não houver indicação da atividade pretendida será aplicado o parâmetro de uma vaga para cada
20,00 m² (vinte metros quadrados) de edificação.

Art. 106. As rampas de acesso e circulação deverão atender às seguintes condições:

I - para veículos de passeio, utilitários, caminhonetes e carros-fortes:

a) declividade máxima de 20% (vinte por cento) nos trechos retos e na parte interna mais desfavorável nos trechos em curva;
b) a sobre-elevação da parte externa ou declividade transversal não poderá ser superior a 5% (cinco por cento);
c) quando para acesso a nível inferior, a rampa deverá ter início 2,00m (dois metros) afastada do alinhamento para o interior do
imóvel, e é dispensado este afastamento para acesso a nível superior;
d) raio de curva vertical igual ou maior que 12m (doze metros);
ZC2 zona de centralidade
CAPÍTULO II
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção VIII
Da Permeabilidade do Solo

V - Zona de Centralidade 2:

b) para HMV, HCSEI e CSEI: 0,1 para lotes com área maior que 400,00m² (quatrocentos metros quadrados);

Art. 109. A Taxa de Permeabilidade - TP será calculada pela seguinte equação:

TP >= AP + (ASP x 0,3)/AT,


sendo:
AP= área permeável,
ASP= área semipermeável,
0,3= Índice de Desempenho mínimo,
AT= área total do lote.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENINI, Sandra Medina; MARTIN, Encarnita Salas. Decifrando as Áreas Verdes Públicas. Revista Formação, nº 17, Volume 2, p. 63-80.

CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança – movimentos sociais na era da internet. Ed.Zahar, 2013.

GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. 2ª Edição. São Paulo: Perspectiva, 2013.

GUERRA, Abilio. Quadra aberta. Uma tipologia urbana rara em São Paulo. Projetos, São Paulo, ano 11, n.124.01, Vitruvius, abr. 2011
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3819>.

ROLNIK, Raquel. Praça Taksim: protestos em Istambul pelo direito à cidade. Disponívelem raquelrolnik.wordpress.com

SENNETT, Richard. O Declínio do Homem Público. As Tiranias da Intimidade. Editora Schwarcz Ltda. São Paulo, 1988.

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