Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
lucasaraujovga@hotmail.com1, andre.castro@deltaeam.com.br2,
r.pereira@qair.energy3, levifft@hotmail.com
Abstract: This paper, evaluate the impact of the hourly price on wind and photovoltaic
projects, considering a scenario of expansion of the electrical system with a large
insertion of renewable sources, mainly photovoltaic sources, through centralized plants
and distributed generation. The transformation of the typical net load curve,
considering the generation of renewable sources, implies a negative ramp at the
morning and a positive ramp of greater intensity at late afternoon, coinciding with the
sunsets and photovoltaic production is reduced. Thus, this trend shows how the hourly
price profile will likely evolve over time, following the net charge. The results
demonstrate a significant change in exposure risks in the monthly accounting at CCEE,
which will directly impact market prices.
Keywords: Renewable energy; hourly prices, power trading, energy risk, intermittent
power sources.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil figura entre os países com maior capacidade instalada (19 GW) em
usinas eólicas e está em uma trajetória ascendente dos investimentos em usinas
fotovoltaicas (9,7 GW) também. Este crescimento tem sido impulsionado por um forte
interesse dos investidores às características dos ventos na região Nordeste e Sul,
visto por muitos especialistas como um dos melhores do mundo para a produção de
eletricidade a partir da cinética dos ventos. O mesmo acontece para as fontes solares,
considerando a elevada irradiação solar observada no território brasileiro. Junto a
ascensão destas fontes, que representam 12% da matriz energética nacional, o país
concentra na fonte hídrica, a maior participação na sua matriz energética, com 58,8 %
de participação e fontes térmicas (biomassa, gás natural, carvão, óleo e nuclear com
25,4% [1]. Neste contexto, é de essencial importância o entendimento de como o
preço horário afetará a dinâmica do mercado e suas tendências, assim como a
mensuração dos possíveis riscos aos quais os empreendedores estão ou estarão
expostos ao atuarem tanto no Ambiente de Contratação Livre (ACL) quanto no
Ambiente de Contratação Regulado (ACR), este último ao longo do tempo tem tido
menos interessados.
Até o mês de dezembro de 2020 o PLD era divulgado pelas revisões semanais,
mas como parte de uma agenda de modernização da área financeira do setor elétrico,
agora existem dados intraday do PLD com granularidade horária. Neste contexto, este
artigo propõe avaliar fatores que são importantes, tais como sazonalização e
modulação e proporcionar o entendimento dos riscos e impactos na contratação de
empreendimentos eólicos e solares para possíveis cenários futuros, levando em
consideração a expansão ainda maior das renováveis até 2035 e os contratos de
longo prazo característicos do mercado livre e do mercado regulado.
2. FORMAÇÃO DO PREÇO HORÁRIO
Figura 2: Modelos satélites que servem de entrada para o DESSEM Fonte: Próprio Autor.
O DESSEM é um programa que exige um processamento demorado, contudo
traz resultados significativos para aproximar a operação e os custos ao mercado,
como o despacho de cada unidade geradora para o próximo dia (com ou sem a rede
elétrica) os custos marginais de energia em base de meia hora (por barra ou
submercado), a operação horária dos reservatórios (com destaque para os de
regularização diária), os fluxos nas linhas e injeções nas barras da rede elétrica, além
do status de todas as restrições de segurança. Entretanto, sabe-se que para formação
do PLD não é utilizada a rede elétrica completa, bem como os custos marginais são
discretizados de forma horária e por submercado.
3. METODOLOGIA
3.1. ELABORAÇÃO DA PROJEÇÃO DE PREÇOS DE LONGO PRAZO
1,2
1,1
P.U.
0,9
0,8
0,7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
2,2
1,8
1,4
P.U.
0,6
0,2
1,4
1,3
1,2
1,1
P.U.
1
0,9
0,8
0,7
0,6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Eólico 1 Eólico 2
Figura 6: Comportamento da curva de geração Eólica durante o dia. Fonte: Próprio autor.
4,0
3,0
P.U.
2,0
1,0
0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Solar
Figura 7: Comportamento da curva de geração Solar durante o dia. Fonte: Próprio autor.
1,4
1,2
P.U.
0,8
0,6
Figura 8: Comportamento da curva de geração Solar durante o ano. Fonte: Próprio autor.
Foi aplicado um conceito de negociação padrão de mercado em cada um
destes projetos, de forma a confrontar os dados de geração contra contratos de venda,
em proporções diferentes, porém com a média sempre igual, ou seja, unitária (em
p.u.). Considerou-se contratos no mercado livre e em leilões no ambiente regulado. O
“prêmio de risco”, nome atribuído ao custo da exposição no MCP, é baseado na
diferença do montante ofertado e o montante a ser entregue para cada hora do mês
e para cada tipo de contrato [6]. Baseado nas estruturas das regras de
comercialização no mercado de energia elétrica brasileiro, o balanço horário
contabilizado a cada mês compara recursos versus requisitos, onde os recursos são
definidos como a geração própria mais contratos de compra e os requisitos como o
consumo próprio e os contratos de venda. Através das equações 1 e 2 consegue-se
chegar no valor do prêmio pelo risco de exposição no MCP por mês e por ano,
considerando a geração total da usina no período de um mês e um ano,
respectivamente.
∑𝑁
ℎ=1(𝐺ℎ −𝐶ℎ )∗𝑃𝐿𝐷ℎ
𝑃𝑟ê𝑚𝑖𝑜𝑚 = [R$/MWh] (1)
𝐺𝑒𝑟𝑎çã𝑜𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙𝑚
∑12
𝑚=1(𝑃𝑟ê𝑚𝑖𝑜𝑚 ∗𝑁𝑚 )
𝑃𝑟ê𝑚𝑖𝑜𝑎 = [R$/MWh] (2)
𝐺𝑒𝑟𝑎çã𝑜𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙𝑎
Contrato ACL
Projeto
Sazonalização Modulação
flat flat
Eólico/Solar flat CG
CG flat
Para as análises em contratos de leilões regulados, foi considerado a premissa
que vinha sendo discutida em Consulta Pública da ANEEL como alternativa para o
34ª Leilão de Energia Nova (A-4 de 2021) [2]. Onde para fontes de geração eólica e
solar os contratos comprometem o vendedor com a obrigação de entrega
sazonalizada conforme a carga das distribuidoras e modulação flat. O perfil sazonal
de carga das distribuidoras foi avaliado considerando cada região geográfica
brasileira, consolidados pelo SIMPLES/EPE.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
14
12
10
8
6
R$/MWh
4
2
0
-2
-4
2019 2025 2030 2035
flat-flat flat-CG CG-flat
Figura 9: Prêmio pelo risco de exposição no MCP do projeto eólico 1 considerando contratos no ACL.
3
0
R$/MWh
-1
-2
-3
-4
-5
2019 2025 2030 2035
flat-flat flat-CG CG-flat
Figura 10: Prêmio pelo risco de exposição no MCP do projeto eólico 2 considerando contratos no
ACL.
10
-5
R$/MWh
-10
-15
-20
-25
-30
2019 2025 2030 2035
flat-flat flat-CG CG-flat
Figura 11: Prêmio pelo risco de exposição no MCP do projeto solar considerando contratos no ACL.
Entretanto, com a evolução apresentada neste trabalho os projetos solares no
mercado livre vão de uma exposição positiva de cerca de R$ 8,00/MWh na média de
2019 para uma exposição negativa de quase R$ 27,00/MWh na média de 2035.
14
12
10
8
R$/MWh
-2
2019 2025 2030 2035
Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste
Figura 12: Prêmio pelo risco de exposição no MCP do projeto eólico 1 considerando contratos no
ACR.
-2
R$/MWh
-4
-6
-8
-10
2019 2025 2030 2035
Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste
Figura 13: Prêmio pelo risco de exposição no MCP do projeto eólico 2 considerando contratos no
ACR.
10
5
0
-5
R$/MWh
-10
-15
-20
-25
-30
2019 2025 2030 2035
Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste
Figura 14: Prêmio pelo risco de exposição no MCP do projeto solar considerando contratos no ACR.
5. CONCLUSÕES
Por outro lado, mitigações mais estruturais são vistas com bons olhos pelos
empreendedores, mesmo com suas complexidades, dado que a expansão do sistema
trará novos riscos.
6. REFERÊNCIAS