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Fichamento do livro

Personagens Principais:
João Romão: É o dono do cortiço, da vendinha e da pedreira. Uma pessoa gananciosa e
obcecada com dinheiro que sempre quer mais. Representa o espírito do empreendedor capitalista,
tem como amante a escrava Bertoleza.
Bertoleza: Escrava e amante de João Romão, ajuda ele a construir o cortiço e
posteriormente é traída por João Romão.
Miranda: É um português rico que vive ao lado do cortiço, gera e sente inveja de João
Romão. É casado com Estela, mas a odeia por conta de uma traição.
Estela: É a esposa de Miranda e mãe de Zulmira, trai o marido diversas vezes durante a
história.
Zulmira: Filha de Estela que se casa com João Romão.
Jerônimo: É um português tido como o homem exemplar e trabalhador, é casado com
Piedade e administra a pedreira de João Romão. Tem um caso com Rita Baiana.
Piedade: Esposa de Jerônimo que vira alcoólatra ao saber das traições de seu infiel
marido com a mulata Rita Baiana.
Rita Baiana: Mulata sedutora que representa a mulher brasileira, teve um caso com
Firmo e posteriormente com Jerônimo.
Firmo: Amante de Rita Baiana que foi morto por Jerônimo.
Enredo
A parte inicial do livro contém João Romão junto de Bertoleza trabalhando juntos em uma
vendinha que cresce a cada dia e o esforço de João Romão na construção do que viria a ser o
cortiço. João Romão enriquece às custas de sua obsessão pelo trabalho de comerciante, mas
também por intermédio de meios ilícitos, desde o roubo de mercadorias alheia até a falsificação
da carta de alforria de Bertoleza. Ele se torna proprietário de um conjunto de cômodos de aluguel
e da pedreira que ficava ao fundo do terreno. Aumenta sua renda e passa a se dedicar a negócios
mais vultosos, como aplicações financeiras. Miranda, comerciante de tecidos e também
português, muda-se para o sobrado que fica ao lado do cortiço. No início disputa espaço com o
vizinho, mas, aos poucos, os dois percebem interesses comuns. Miranda tem acesso à alta
sociedade, posição que começa a ser almejada por João Romão, este, por sua vez, tem fortuna,
cobiçada pelo comerciante de tecidos que vive às custas do dinheiro da esposa. Logo, uma
aliança se estabelece entre eles. Para consolidá-la, planeja-se o casamento entre João Romão e a
filha de Miranda, Zulmira. Jerônimo assume a condição de gerente da pedreira de João Romão e
passa a viver no cortiço com a esposa Piedade. Sua honestidade, força e nobreza de caráter logo
chamam a atenção de todos. No entanto, seduzido pela envolvente Rita Baiana, assassina o
namorado desta, Firmo. Jerônimo abandona a esposa e vai viver com Rita. Entra então em um
acelerado processo de decadência física e moral, assim como sua esposa, que termina alcoólatra.
No pano de fundo existem várias histórias secundárias, notavelmente as de Pombinha, Leocádia
e Machona, assim como a do próprio cortiço, que parece adquirir vida própria como personagem.
Tendo como pano de fundo um cortiço, o romance difunde as teses naturalistas, que
buscam uma maior aproximação com a realidade ao descrever os costumes, os conflitos
interiores do ser humano, as relações sociais, a crise das instituições.
Para produzir O cortiço, Aluísio Azevedo ateve-se à observação de dois ambientes: o
cortiço e o sobrado, representando os extremos sociais da cidade do Rio de Janeiro do século
XIX. O cortiço é o lugar precário onde os pobres vivem e representa a mistura de raças. Do outro
lado, o sobrado representa a burguesia ascendente do século XIX, ou seja, é o símbolo do ponto
aonde se quer chegar.
Narrador
A obra é narrada em terceira pessoa, com narrador onisciente (que tem conhecimento de tudo)
que entra no pensamento dos personagens, faz julgamentos e tenta comprovar, como se fosse um
cientista, as influências do meio, da raça e do momento histórico.
Tempo
A história se desenrola sem precisão de datas. No entanto, o tempo é trabalhado de maneira
linear com o desenvolvimento do cortiço e com o enriquecimento de João Romão, ou seja, com
princípio, meio e desfecho da narrativa.
Importância da Obra
Publicado em 1890, o Cortiço é o romance mais exemplar da estética realista-naturalista. Nele
pode-se perceber que o processo de formação das elites brasileiras passa por dois momentos:
O primeiro deles é o da conquista do poder por determinados grupos que se utilizam
basicamente da exploração e do furto, no segundo momento, a necessidade de não só se
manterem no poder, mas também de se elevarem socialmente, transformando-se em elites.
Miranda e João Romão são figuras que representam momentos distintos do processo de
constituição das elites brasileiras. Miranda foi o português que chegou antes, se adaptou
rapidamente ao País, casou-se com a filha do patrão e tornou-se rico. João Romão rouba, engana
e explora para tornar-se rico.
A história de João Romão é a vida de um dono de cortiço no Rio de Janeiro do século
XIX que consegue enriquecer e ganhar status social graças à exploração da miséria alheia. João
Romão representa a elite brasileira.

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