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Fugini tem linha de alimentos


suspensa pela ANVISA, o que o
consumidor precisa saber?
Marca foi autuada após vistoria sanitária
encontrar falhas na cadeia de produção e
uso de matérias-primas vencidas

Por Redação
Em 03/04/2023 às 14:10
5 minutos de leitura

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária


(Anvisa) anunciou a suspensão da fabricação,
comercialização e distribuição de alimentos da
marca Fugini.

A empresa produz molhos de tomate, conservas


vegetais e outros molhos, como mostarda e
maionese.

Segundo a Agência, a proibição afeta apenas os


alimentos produzidos em uma das unidades da
empresa, a fábrica localizada em Monte Alto
(SP).

Índice:
1. Qual foi o motivo da suspensão?
2. Quais são os riscos para o consumidor?
3. O que diz o Código de Defesa do Consumidor
neste caso?
4. O que diz a Empresa?
5. A Proteste está sempre atenta às demandas
do consumidor

Qual foi o motivo da suspensão?


A medida preventiva tomada na segunda-feira
(27) aconteceu após uma inspeção sanitária
realizada na fábrica de Monte Alto identificar
falhas graves relacionadas à higiene, controle
de qualidade e segurança das matérias-
primas, controle de pragas, rastreabilidade,
entre outros.

Todas essas falhas podem atingir diretamente a


qualidade e segurança do produto final que
chega até o consumidor.

Posteriormente, no dia 30, a Fugini teve


também recolhidos alguns lotes de sua
maionese. A Resolução – RE n.º 1.051 -, é
específica para os lotes da marca
produzidos na planta de Monte Alto, no
período de 20/12/2022 a 21/03/2023.

Segundo a Anvisa, esta nova medida proíbe a


comercialização, distribuição e uso dos
produtos e determina o recolhimento de
todas as apresentações da maionese da
marca Fugini, com vencimento em janeiro,
fevereiro ou março de 2024. A proibição vale
também para todos os lotes a vencer em
dezembro de 2023 com numeração iniciada por
354.

O motivo seria uso de matéria-prima vencida na


produção das maioneses, mais especificamente
o corante usado no processo.

Quais são os riscos para o consumidor?


A Fugini admitiu que, por um erro operacional,
usou um corante vencido na produção de
maionese, mas com um percentual pequeno.

É necessário entender também a importância do


respeito à integridade dos processos de
produção e como isso pode colocar em risco a
saúde do consumidor. O especialista da
Proteste, Rafael Moura, fala um pouco sobre o
assunto e explica como funcionam essas
normas e porque devem ser respeitadas.

Os produtos do referido fabricante são em sua


maioria molhos e temperos, sujeitos às
legislações como a RESOLUÇÃO DA
DIRETORIA COLEGIADA – RDC n.º 716, DE 1.º
JULHO DE 2022, que dispõe sobre os requisitos
sanitários de temperos e molhos, aplicáveis à
maionese, dentre outros produtos.

Segundo esta legislação, em seu Art. 12., os


produtos devem atender aos requisitos de
algumas normas, incluindo a citada abaixo ou
outras que lhe substituírem:

II – boas práticas de fabricação,


estabelecidas na Portaria SVS/MS n.º 326,
de 30 de julho de 1997, e Resolução de
Diretoria Colegiada – RDC n.º 275, de 21 de
outubro de 2002;
Ambas legislações regulamentam sobre as
condições higiênico-sanitárias e de boas
práticas de fabricação e os procedimentos
operacionais necessários para a indústria de
alimentos.

“Os Procedimentos Operacionais Padronizados


(POPs) refletem como as empresas que
produzem os alimentos realizam seus controles
em oito temas principais, visando a garantia de
realizar processos que não adicionem perigos
microbiológicos, físicos e químicos na
operação”, explica o especialista.

Isso vale desde a compra e recepção das


matérias-primas, ingredientes, aditivos,
embalagens, insumos e utensílios até a entrega
e armazenamento dos produtos no seu destino,
podendo ser atacadistas, varejistas e pontos de
vendas.

“Ou seja, estes procedimentos e requisitos


formam a espinha dorsal para a segurança dos
produtos para evitar quaisquer problemas de
saúde e integridade do consumidor. Ao quebrar
esta cadeia de cuidados na gestão operacional
industrial, coloca-se em risco o consumo destes
produtos”, acrescenta Rafael.

A seguir, conheça os 8 procedimentos principais


que a indústria é obrigada a implantar,
gerenciar, controlar, avaliar e monitorar
frequentemente, de modo a intervir de maneira
adequada e sempre registrando suas ações.

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1. Higienização das instalações,


equipamentos, móveis e utensílios;
2. Controle da potabilidade da água;
3. Higiene e saúde dos manipuladores;
4. Manejo dos resíduos;
5. Manutenção preventiva e calibração de
equipamentos;
6. Controle integrado de vetores e pragas
urbanas;
7. Seleção das matérias-primas, ingredientes
e embalagens; e,
8. Programa de recolhimento de alimentos.

O especialista complementa que a identificação


de falhas graves relacionadas a não
observância dos procedimentos listados acima
indica que a indústria não controla e gerencia
corretamente seus processos, pois auditorias
internas deveriam ser capazes de identificar e
corrigir os problemas antes que estes fossem
apontados pelos órgãos reguladores.

A utilização de aditivos com data de validade


vencida não é admissível em um processo de
fabricação de produtos alimentares. O controle
de estoque e armazenamento deve prever a
identificação, segregação em espaço
diferenciado aos de uso e o descarte destes
produtos vencidos após a data de validade.

“Esta avaliação deve ser realizada com a


mesma frequência das operações produtivas,
quase sempre diariamente”, conclui Rafael.

Diante do exposto, a vigilância sanitária possui


informações e prováveis evidências para tomar
as atitudes necessárias para zelar pela saúde
do consumidor.

Não se tratando apenas de problemas


burocráticos, ou melhorias de processos, e sim,
intervenções nos processos internos de modo a
atender requisitos básicos de higiene e
segurança para a entrega de produtos
minimamente seguros.

O que diz o Código de Defesa do


Consumidor neste caso?
Segundo o Código, alimentos vencidos e suas
matérias-primas são considerados impróprios
para o consumo, e a sua exposição à venda ou
ao consumo é considerada infração sanitária.
Dessa forma, o recolhimento desses alimentos
visa retirar de circulação produtos que
representem risco ou agravo à saúde do
consumidor.

No caso do consumidor que adquiriu itens dos


lotes contaminados antes da proibição e ainda
os têm em casa, é preciso atentar-se ao que diz
o CDC. Para auxiliar o consumidor a solucionar
essa questão, o especialista em direito do
consumidor da Proteste, Adriano Fonseca,
explica:

“Conforme o Código de Defesa do Consumidor,


todo produto colocado no mercado de consumo
não deve acarretar riscos à saúde ou segurança
dos consumidores. Nos casos em que, após sua
comercialização, o fornecedor tiver
conhecimento de sua periculosidade, deverá
promover o conhecido recall, que consiste em
campanha publicitária em massa solicitando que
os produtos sejam devolvidos ao fornecedor.”

Adriano acrescenta que o consumidor tem


direito ao reembolso do valor em determinadas
situações.

“Caso o consumidor tenha adquirido alimento


nessas condições poderá exigir o reembolso do
valor pago, considerando vício de qualidade
impossível de ser reparado por parte do
fornecedor. Já nos casos em que o alimento foi
consumido e gerou danos ao consumidor, o
CDC entende a situação como fato do produto,
cabendo também a devolução do valor pago,
junto com a reparação por todos os danos
ocorridos, como danos morais e estéticos.”

Dessa forma, o especialista recomenda que o


primeiro passo é retirar o produto contaminado
de seu armário e evitar, em toda hipótese, seu
consumo. Em seguida, o consumidor deve
entrar em contato com a fabricante e exigir a
devolução do valor pago. Isso não importará em
renúncia aos demais direitos, como eventuais
indenizações por danos sofridos.

O que diz a Empresa?


Antes do recolhimento das maioneses, a Fugini
havia se manifestado em suas redes sociais,
esclarecendo a inspeção realizada na fábrica.

“Passamos por um processo de vistoria em uma


de nossas fábricas, na cidade de Monte Alto –
SP, que gerou uma ordem para alteração de
alguns processos e procedimentos internos,
respeitamos e, rapidamente, alteramos os
pontos indicados”

A marca ainda reafirmou seu compromisso na


produção e comercialização de produtos de
qualidade.

“Sempre cumprimos com todas as obrigações.


Prova disso, em mais de 25 anos de operação,
jamais tivemos um único lote de produto retido
por problema de recall.”

Já no dia 30, a Fugini se posicionou oficialmente


sobre o caso envolvendo os lotes de maionese,
e neste caso, admitiu o uso do corante vencido
e confirmou que está realizando um recall desta
linha de produtos.

No comunicado enviado a redes de


supermercados, a marca diz:

“Esse lote de produtos foi fabricado com adição


do ingrediente urucum (agente natural para dar
cor ao produto) que representa 0,003% da
formulação que estava fora da sua data de
validade”, comunicou.”

A Proteste está sempre atenta às demandas


do consumidor
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