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A Espiral do Conhecimento

Nonaka e Tekeuchi
A Espiral do Conhecimento ou SECI pode otimizar a transferência do conhecimento entre os
colaboradores e assim impulsionar a inovação e o crescimento do seu negócio.

A razão para isso é que, através deste modelo de gestão do conhecimento, é possível
transmitir os aprendizados adquiridos através das experiências dos funcionários mais antigos
para os mais novos de uma forma sistematizada.

Continue a leitura de saiba os motivos para estudar a Espiral do Conhecimento, quais são as
suas etapas e como proporcionar uma cultura de aprendizagem no seu negócio.

Por que aprender sobre a Espiral do Conhecimento?

A chegada de um novo colaborador dentro da empresa é sempre um desafio, é natural que ele
leve um tempo para se familiarizar com a equipe, com os processos e com as novas funções,
mas se você utilizar a Espiral do Conhecimento é possível facilitar esse momento.
Isto acontece porque esse modelo detalha todo o processo de criação do conhecimento nas
organizações de uma maneira cíclica, para que seja mais fácil disseminá-los para os outros
funcionários.

Além disso, com esse modelo fica mais fácil que os colaboradores mais experientes passem os
aprendizados práticos. Desta forma a empresa retém os conhecimentos dos colaboradores
mais talentosos e pode promover melhorias contínuas através deles.

Classificações do conhecimento segundo Nonaka e Takeuchi

Os professores da universidade japonesa Hitotsubashi, Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi


desenvolveram diversos estudos relacionados ao conhecimento organizacional e a criação do
conhecimento.

Um dos seus trabalhos mais conhecidos é o livro “The Knowledge Creating Company” (A
Empresa Criadora de Conhecimento), no qual eles apresentam a Espiral do Conhecimento.

Para esses dois estudiosos, há duas formas principais de conhecimento, o tácito e o explícito,
agora vamos conhecer melhor cada um deles.
Conhecimento Tácito

A palavra tácito vem do latim e significa silencioso, ou seja, é o conhecimento que surge a
partir das experiências que temos ao longo da vida, muitas vezes até passando quase
despercebido.

Por essa razão, é uma das formas de conhecimento mais difíceis de serem transferidas de
maneira formal, através de aulas, por exemplo, já que o próprio indivíduo muitas vezes não
sabe explicar como adquiriu esse aprendizado.

Nas organizações é fácil de saber quem possui este conhecimento. Um exemplo é são os
vendedores mais experientes, que só de olhar para os futuros clientes já sabem quais são as
melhores táticas para apresentar os produtos e persuadi-los a comprar.

Conhecimento Explícito

Outra forma de conhecimento apresentada por Nonaka e Takeuchi e que foram utilizadas para
embasar a Espiral do Conhecimento é o conhecimento explícito, também com origem no latim,
esta palavra significa declarado, dito.

Ao contrário do conhecimento tácito, esses aprendizados acontecem por meio de leitura e


estudos em documentos formais como vídeos, livros, normas, etc. O maior exemplo são os
livros acadêmicos, mas não se resume a isso, se você reproduz a receita de um livro de
culinária, por exemplo, está fazendo uso do conhecimento explícito.

Dentro das organizações você encontra esta forma de aprendizado através dos manuais que
detalham as atividades de um determinado setor ou função e os bancos de dados com
informações sobre os clientes.

A partir da percepção dessas duas formas de criar conhecimento, Nonaka e Takeuchi


pensaram em uma maneira de uni-los, e assim surgiu a Espiral do Conhecimento.

Etapas da Espiral do Conhecimento


Como já mencionei, um dos grandes desafios para a gestão do conhecimento nas empresas é
passar as experiências e informações adquiridas pelos colaboradores para os outros, e assim
melhorar o desempenho do negócio como um todo.

Para isso, Nonaka e Takeuchi criaram um modelo de conversão do conhecimento do tácito em


conhecimento explícito que funciona em 4 etapas de forma cíclica, como uma espiral:
socialização, combinação, externalização e internalização, conforme imagem feita pelo
SEBRAE.

Socialização
A primeira etapa da Espiral do Conhecimento é a socialização, nela acontece a transmissão de
um conhecimento tácito de um colaborador para outro. Esta troca ocorre através de uma
mentoria, trabalho em equipe ou brainstorming.

Mas além disso, a socialização também surge da observação, quando um novo funcionário
assiste o outro atendendo aos clientes, por exemplo.

Por isso, é importante criar um ambiente no qual a interação entre os membros seja
estimulada, permitindo que as trocas aconteçam e assim o conhecimento seja transmitido.

Externalização
Passada a etapa de socialização vamos para a externalização, quando o conhecimento tácito e
passado para o explícito.
Essa fase bastante delicada do processo, pois como já comentei o conhecimento tácito é mais
difícil de ser comunicado, então o que se busca nesta fase é facilitar o processo.
Para chegar neste objetivo são criadas ferramentas que facilitem o acesso do conhecimento
para outros membros da empresa. Alguns exemplos são: elaboração de um manual técnico a
partir de um brainstorming com os colaboradores e a criação de um diagrama para solucionar
problemas.

Combinação
Nessa etapa da Espiral do Conhecimento, um conhecimento explícito é transformado em outro
conhecimento explícito, combinando eles para ampliar a sua capacidade de aprendizagem.
Durante esse processo surgem muitas ideias inovadores que produzem um novo
conhecimento. Uma maneira de aplicar isso nas empresas é fazer reuniões entre os setores
para que juntos encontrem a solução para determinado problema.
Internalização
A internalização é o encerramento do ciclo, quando o conhecimento explícito já foi tão bem
incorporado que ele passa a ser tácito, isto é, quando o colaborador já compreende tão bem
que já está no “modo automático”.

Gostou de aprender mais sobre a Espiral do Conhecimento de Nonaka e Takeuchi e como


colocá-la em prática? Por meio desta estratégia é possível criar novas ideias, melhorar a
tomada de decisão e incentivar a participação dos colaboradores levando ao crescimento do
seu negócio.

Cultura da aprendizagem nas organizações


Para que a Espiral do Conhecimento de Nonaka e Takeuchi faça parte do dia a dia da empresa
é muito importante criar uma cultura que estimule aprendizagem. Para facilitar este processo fiz
uma lista com iniciativas para incluir na rotina da sua empresa.

Forneça e incentive os feedbacks


Por mais que essa seja uma dica bastante óbvia, vale a pena sempre reforçar que é importante
criar um ambiente seguro para os colaboradores exporem a sua opinião.
Uma forma de fazer isso é incluir esses momentos no cronograma da empresa, como um one a
one (conversas rápidas entre gestores com membros da equipe) mensal.

Invista em treinamento e desenvolvimento


Promover capacitações é uma ótima maneira de estimular uma cultura de aprendizagem. Mas
além das atividades relacionadas a função é importante trazer temas que complementam a
vida profissional dos colaboradores.
Lembrando que muitas vezes não são necessários grandes investimentos nestas atividades, a
própria gestão pode contribuir compartilhando os seus conhecimentos e experiências.

Estabeleça uma relação entre o que é aprendido e o ambiente de trabalho


Para manter o interesse dos funcionários na busca pelo conhecimento é fundamental conectar
os conhecimentos adquiridos através dos treinamentos, manuais e reuniões com o dia a dia da
empresa.
Realizar tarefas e testes, buscar soluções para situações vivenciadas no negócio, fazer
estudos de caso são algumas maneiras de unir o conhecimento teórico (explícito) à prática.
Seguindo essas dicas já será possível começar a desenvolver uma cultura de aprendizagem
dentro do seu negócio.
O conhecimento tácito precisa ser convertido em explícito para que seja validado e transformado em
novos inventos ou produtos, como pretendem as organizações.

O processo de criação do conhecimento se dá a partir do momento em que existe interação entre o


conhecimento tácito e o conhecimento explícito. Essa interação tem por consequência quatro modos de
conversão do conhecimento: Socialização, Externalização, Combinação e Internalização.

Em resumo, a gestão do conhecimento é um processo que organiza a: criação, conservação, curadoria


e distribuição

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