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Cap 4 – Ondas (parte 1)

Tópicos  Objetivos de aprendizagem


Movimento harmónico simples

 Entender o modelo do movimento harmónico simples.


 Identificar as grandezas associadas aos movimentos harmónicos e
fazer previsões sobre a relação entre as mesmas
 Calcular posição, velocidade e aceleração de um movimento harmónico
 Comparar o movimento harmónico simples com o movimento circular
 Analisar o movimento pendular como exemplo de um movimento
harmónico

Estudo recomendado:
• R. Resnick, D. Halliday, "Fundamentos de Física", Livros Técnicos e Científicos Editora, Rio de Janeiro (2011) (cap 15)

• University Physics (Volume 1) – Openstax (cap. 15)


Cap 4_1_1
Cacilda Moura - DFUM

Cap 4 – Ondas (parte 1)


Questão inicial
A regularidade no movimento de um pêndulo foi estudada por
Galileu Galilei no século XVI. A invenção do relógio de pêndulo
é atribuída a Christiaan Huygens em 1656. A fabricação
começou em 1657 por artesãos holandeses e teve rápida
difusão.
Para que um relógio de pêndulo seja um medidor de
tempo o que é necessário?

Galileu Galilei foi o primeiro a observer o movimento oscilatório do pêndulo com


espírito científico.
Tinha cerca de 20 anos e a pintura representa Galileu a observar a oscilação do
candeeiro pendurado no teto da catedral, que o terá motivado a estudar este
movimento.

Como não havia relógios de puslo, usou as próprias pulsações como instrumento
de medida de tempo.
Cap 4_1_2
Cacilda Moura - DFUM

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Cap 4 – Ondas (parte 1)

Equilíbrio (𝐹Ԧ𝑅 = 0 )
Tipos de equilíbrio

Estável

Instável

Neutro

Cap 4_1_3
Cacilda Moura - DFUM

Cap 4 – Ondas (parte 1)

Forças restauradoras
Forças dequilibradoras

𝑹𝑵 𝑹𝑵
𝑹𝑵 𝑹𝑵
𝐹Ԧ𝑅 𝐹Ԧ𝑅
𝐹Ԧ𝑔 𝐹Ԧ𝑔 𝐹Ԧ𝑅
𝐹Ԧ𝑔 𝐹Ԧ𝑔 𝐹Ԧ𝑅

𝐹Ԧ𝑅 levam o corpo para a posição de 𝐹Ԧ𝑅 afastam o corpo da posição


equilíbrio de equilíbrio

Cap 4_1_4
Cacilda Moura - DFUM

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Cap 4 – Ondas (parte 1)

Alguns exemplos onde estão presentes


forças restauradoras

Cap 4_1_5
Cacilda Moura - DFUM 5

Cap 4 – Ondas (parte 1)

Movimento Oscilatório
Sempre que um sistema com forças restauradoras sofre uma perturbação da sua posição de equilíbrio
estável, ocorre um movimento de oscilação.

Um objeto que sofre movimentos periódicos tem sempre uma posição de equilíbrio estável.

Dois exemplos simples de sistemas que podem ser submetidos movimentos periódicos:
sistemas de massa-mola e pêndulos.

Experimentar a simulação

https://phet.colorado.edu/en/simulation/masses-and-springs-basics

Cap 4_1_6
Cacilda Moura - DFUM 6

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Cap 4 – Ondas (parte 1)

Grandezas nos movimentos periódicos

• Amplitude, 𝑥m ; 𝑦m ; 𝑧m ; 𝜃m ;– deslocamento máximo


(linear ou angular) em relação à posição de equilíbrio.

• Período, T – tempo necessário para completar uma


oscilação (s)

Amplitude
• Frequência , f – número de oscilações por unidade de
tempo (Hz, s-1)
1
𝑓=
𝑇

• Frequência angular, 𝜔 - taxa de variação angular (rad s-1)

𝜔 = 2𝜋𝑓
Nos movimentos oscilatórios, não confundir
frequência angular com velocidade angular.

Cap 4_1_8
Cacilda Moura - DFUM 8

Cap 4 – Ondas (parte 1)


Movimento harmónico simples (MHS):
Ocorre sempre que a força restauradora do equilíbrio é diretamente proporcional ao deslocamento em relação à
posição de equilíbrio  movimento repete-se em intervalos de tempo iguais

Caso 1: sistema massa-mola (sem atrito)

A força restauradora é a força elástica: 𝐹𝑒 = −𝑘𝑥 = 𝑚𝑎

𝐹Ԧ𝑒 𝐹 máxima
𝑣 nula
𝑘
𝐹 nula 𝑎=− 𝑥
𝑚
𝐹Ԧ𝑒 𝑣 máxima
𝐹 máxima
𝑣 nula
Cap 4_1_9
Cacilda Moura - DFUM

4
Gráfico posição-tempo do MHS Cap 4 – Ondas (parte 1)

Como determinar a posição do corpo em função do tempo?

𝑥 = 𝑥m cos 𝜔𝑡 + 𝜙 ou 𝑥 = 𝑥m sin 𝜔𝑡 + 𝜙

Posição
de 𝑥𝑚 − Amplitude (elongação máxima)
equilíbrio

𝑘
𝜔= - frequência angular
𝑚

𝜔𝑡 + 𝜙 - ângulo de fase (unidade: rad)

𝜙 – fase inicial (ou contante de fase) (unidade: rad)

O gráfico do deslocamento versus tempo é uma curva sinusoidal

Cap 4_1_10
Cacilda Moura - DFUM

Cap 4 – Ondas (parte 1)


𝑥 = 𝑥m cos 𝜔𝑡 + 𝜙

𝟐𝝅
𝝎 = 𝟐𝝅𝒇 =
𝑻
𝒙𝒎

O ângulo de fase e a fase inicial 𝜙

−𝒙𝒎

Cap 4_1_11
Cacilda Moura - DFUM

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Cap 4 – Ondas (parte 1)

Qual o significado da fase inicial 𝜙 ?


D
Dá informação sobre as condições do movimento no instante 𝑡 = 0

𝑥 = 𝑥m cos 𝜔𝑡 + 𝜙 𝑥 = 𝑥m sin 𝜔𝑡 + 𝜙
x
xm 𝝅
𝝓=𝟎 𝝓=
𝟐
𝝅
𝝓=
𝟐 0 𝝓=𝝅

𝝓=𝝅
t 𝝓=
𝟑𝝅
 xm 𝟐

Cap 4_1_12
Cacilda Moura - DFUM 12

Cap 4 – Ondas (parte 1)

Exemplo 1
Supondo:
𝑘 = 986 N/m
𝑚 = 1 kg

Se puxarmos o corpo 10 cm para a direita e o largarmos (sem atrito):

𝑥 𝑡 = 𝑥m cos 𝜔𝑡 + 𝜙 𝑥 𝑡 = 0.1 cos 31.4𝑡 + 0 (SI)


0.12
0.10
0.08 T
0.06
𝑥𝑚
0.04
0.02
x (m)

0.00
-0.02
0

0
00

00
10

20

30

40

50

60

70

80

90
10

11

-0.04
-0.06
-0.08
-0.10
-0.12
t (s)

Cap 4_1_13
Cacilda Moura - DFUM

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Cap 4 – Ondas (parte 1)
Velocidade da massa em função do tempo

𝑥 𝑡 = 𝑥m cos 𝜔𝑡 + 𝜙

𝑑𝑥(𝑡) 𝑣 𝑡 = −𝜔𝑥𝑚 sin(𝜔𝑡 + 𝜙)


𝑣 𝑡 = 𝑣𝑚
Amplitude da velocidade
𝑑𝑡
0.12
0.08
0.04

𝑥 𝑡 = 0.1 cos 31.4𝑡 m x (m)


0.00
-0.04
-0.08

𝑣 𝑡 = −3.14 sin 31.4𝑡 m/s -0.12


0.0020

3
0.0015 T
0.0010
2
0.0005
1 𝑣𝑚
v (m/s)

𝑣𝑚 = 3.14 m/s 0
0.0000
-1
-0.0005

-2
-0.0010

-3
-0.0015
-0.0020
0.0 135.4 270.8 406.2 541.6 677.0 812.4 947.8
t (s) Cap 4_1_14
Cacilda Moura - DFUM 14

Cap 4 – Ondas (parte 1)


Aceleração da massa em função do tempo
𝑣 𝑡 = −𝜔𝑥𝑚 sin(𝜔𝑡 + 𝜙)
𝑥 𝑡 = 𝑥m cos 𝜔𝑡 + 𝜙

𝑑 2 𝑥 𝑑𝑣(𝑡) 𝑎 𝑡 = −𝜔2 𝑥𝑚 cos 𝜔𝑡 + 𝜙 = −𝜔2 𝑥(𝑡)


𝑎 𝑡 = 2= 𝑎𝑚 Amplitude da aceleração
𝑑𝑡 𝑑𝑡
4
3
2
𝑣 𝑡 = −3.14 sin 31.4𝑡 m/s
v (m/s)

1
0
-1
-2
-3
-4
0.06

𝑎 𝑡 = −98.6 cos 31.4𝑡 m/𝑠 2 0.04


80
T
0.02
40
a (m/s )
2

0.00
0 𝑎𝑚
𝑎𝑚 = 98.6 m/𝑠 2 -0.02
-40
-0.04
-80

-0.06
0.0 135.4 270.8 406.2 541.6 677.0 812.4 947.8
t (s) Cap 4_1_15
Cacilda Moura - DFUM 15

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Cap 4 – Ondas (parte 1)
Comparação da variação da posição, da velocidade
e da aceleração com o tempo: 0.12
0.08

• Quando a elongação é máxima positiva (amplitude 0.04

x (m)
0.00
positiva), a velocidade é nula e a aceleração é -0.04
máxima, com sentido negativo. -0.08
-0.12 4
0.0020
3
0.0015
2
• Quando a elongação é nula, mas a massa se move com
0.0010

v (m/s)
1
0.0005

v (m/s)
sentido negativo, a velocidade é máxima, com sentido 0
0.0000
-1
-0.0005
negativo, e a aceleração é nula. -2
-0.0010
-3
-0.0015
-4
0.06
-0.0020
0.0 135.4 270.8 406.2 541.6 677.0 812.4 947.8
0.04 t (s)
• Quando a elongação é máxima negativa (amplitude 0.02
negativa), a velocidade é nula e a aceleração é máxima mas

a (m/s )
2
0.00

com sentido positivo. -0.02

-0.04

• Quando a elongação é nula, mas a massa se move com sentido -0.06


0.0 135.4 270.8 406.2 541.6 677.0 812.4 947.8

positivo, a velocidade é máxima, com sentido positivo, e a t (s)

aceleração é nula.

Cap 4_1_16
Cacilda Moura - DFUM 16

Cap 4 – Ondas (parte 1)


Análise do movimento oscilatório do sistema massa-mola na direção vertical, sem atrito

No equilíbrio:

Na posição de equilíbrio a mola


está deformada. Movendo o
bloco para a posição 𝑦, a mola
Mola continua deformada.
indeformada

Posição de
Posição de equilíbrio Oscilação em torno da posição
equilíbrio de equilíbrio (𝑦 = 0)

𝑘∆𝐿 − 𝑚𝑔 = 0 𝑘 ∆𝐿 − 𝑦 − 𝑚𝑔 = 𝑚𝑎
𝑚𝑔
𝑚𝑔 𝑘∆𝐿 − 𝑘𝑦 − 𝑚𝑔 = 𝑚𝑎 ⇔𝑘 − 𝑘𝑦 − 𝑚𝑔 = 𝑚𝑎
∆𝐿 = 𝑘
𝑘
−𝑘𝑦 = 𝑚𝑎

Posição em função do tempo:

𝑦 = 𝑦m cos 𝜔𝑡 + 𝜙 ou 𝑦 = 𝑦m sin 𝜔𝑡 + 𝜙
Experimentar a simulação
https://phet.colorado.edu/en/simulation/masses-and-springs
Cap 4_1_17
Cacilda Moura - DFUM

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Cap 4 – Ondas (parte 1)

Cap 4_1_18
Cacilda Moura - DFUM

Cap 4 – Ondas (parte 1)

Checkpoint 4.1.1:
A função:

𝑥 𝑡 = 0.06 cos 4𝜋𝑡 + 𝜋 (SI)

dá-nos o MHS de uma partícula de massa 2 kg, que está acoplada a uma mola.
A) Identifique ou determine: a amplitude, a frequência angular, a frequência, o período, a fase inicial.
B) Determine a velocidade e a aceleração em qualquer instante.
C) Qual a posição, velocidade e aceleração iniciais
3𝑇
D) Determine para o instante 𝑡 = , o ângulo de fase, a posição; a velocidade; a aceleração;.
2
E) Determine a constante da mola.

Cap 4_1_20
Cacilda Moura - DFUM

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Cap 4 – Ondas (parte 1)

𝒂 (𝟏𝟎−𝟐 𝐦/𝒔𝟐 )
𝒂 𝒕 = −𝟎. 𝟗𝟔𝝅𝟐 𝐜𝐨𝐬 𝟒𝝅𝒕 + 𝝅

𝒗 (𝟏𝟎−𝟐 𝐦/𝐬)
𝒗 𝒕 = −𝟎. 𝟐𝟒𝝅 𝐬𝐢𝐧 𝟒𝝅𝒕 + 𝝅 𝒙 (𝟏𝟎−𝟐 𝐦)

𝒙 𝒕 = 𝟎. 𝟎𝟔 𝐜𝐨𝐬 𝟒𝝅𝒕 + 𝝅

Cap 4_1_21
Cacilda Moura - DFUM 21

Cap 4 – Ondas (parte 1)


Checkpoint 4.1.2:

Um objecto, associado a uma mola, oscila horizontalmente com uma frequência angular de 8 rad/s. No instante
inicial, o objecto na posição 𝑥0 = 4 cm e tem uma velocidade de 𝑣0 = − 25 cm/s.
a) Determine a amplitude e a fase inicial do movimento.
b) Escreva as equações 𝑥(𝑡), 𝑣(𝑡) e 𝑎(𝑡).

Cap 4_1_22
Cacilda Moura - DFUM

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Cap 4 – Ondas (parte 1)

Caso 2: pêndulo gravítico simples (sem atrito)

𝑻
𝐹Ԧ𝑅 𝐹Ԧ𝑅

𝑭𝒈
Cap 4_1_23
Cacilda Moura - DFUM

Cap 4 – Ondas (parte 1)


• Ver e experimentar a simulação:
https://phet.colorado.edu/en/simulation/pendulum-lab

Cap 4_1_24
Cacilda Moura - DFUM

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Cap 4 – Ondas (parte 1)
Oscilação do pêndulo gravítico simples

𝐹𝑔 sen𝜃 = 𝑚𝑎𝑡 ⇔ −𝑚𝑔sen𝜃 = 𝑚𝑎𝑡


𝑑2𝑠
−𝑔sen𝜃 = 2
𝑑𝑡 𝑣2
Para ângulos pequenos: sen𝜃 ≈ 𝜃 𝐹𝑛 = 𝑚𝑎𝑛 = 𝑚
𝑟

𝐹𝑡 = 𝑚𝑎𝑡 = 𝑚𝑔 sen 𝜃

𝑔
𝜔=
𝐿 𝐿
𝑇 = 2𝜋
𝑔
2𝜋
𝜔=
𝑇
Cap 4_1_25
Cacilda Moura - DFUM

Cap 4 – Ondas (parte 1)


As equações do movimento de oscilação do pêndulo gravítico simples
qm
Posição angular

𝜃 𝑡 = 𝜃𝑚 cos 𝜔𝑡 + 𝜙 Distinguir os ângulos q e 


qm
Velocidade angular
wqm
𝑑𝜃 𝑡
= −𝜔 𝜃𝑚 sin 𝜔𝑡 + 𝜙
𝑑𝑡
Aceleração angular wqm

w2qm
𝑑2𝜃 𝑡
= −𝜔2 𝜃𝑚 cos 𝜔𝑡 + 𝜙
𝑑𝑡 2
w2qm

𝑑𝜃 𝑡
Atenção: Nestas equações ≠ 𝜔
𝑑𝑡
Frequência angular do movimento (é constante para o
Velocidade angular do movimento)
movimento (varia com t)
Cap 4_1_26
Cacilda Moura - DFUM

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Cap 4 – Ondas (parte 1)

Checkpoint 4.1.3:

Christian Huygens (1629–1695) foi um dos maiores relojoeiros da história. Huygens sugeriu que a unidade de
comprimento de um sistema internacional poderia ser definida pelo comprimento de um pêndulo simples que tivesse o
período de 1 s.

a) Qual deveria ser o comprimento do pêndulo na Terra ?


b) Qual seria o período do pêndulo se fosse levado para a Lua (gLua = 1/6 gTerra)?
c) Se Huygens tivesse nascido noutro planeta, qual deveria ser a aceleração da gravidade desse planeta de modo que
o pêndulo imaginado por Huygens tivesse o mesmo comprimento que o nosso metro?

Cap 4_1_28
Cacilda Moura - DFUM 28

Cap 4 – Ondas (parte 1)


Relembre os objetivos de aprendizagem…..
 Entender o modelo do movimento harmónico simples.
 Identificar as grandezas associadas aos movimentos harmónicos e fazer previsões sobre a relação entre as
mesmas
 Calcular posição, velocidade e aceleração de um movimento harmónico
 Comparar o movimento harmónico simples com o movimento circular
 Analisar o movimento pendular como exemplo de um movimento harmónico

… certifique-se que foram atingidos.

Esta cópia dos slides serve somente como um guia para o estudo.

O estudo dos conceitos deve ser feito consultando a bibliografia recomendada:

• R. Resnick, D. Halliday, "Fundamentos de Física", Livros Técnicos e Científicos Editora,


Rio de Janeiro (2011) (cap. 15)

• University Physics (Volume 1) – Openstax (cap. 15)


Cap 4_1_29
Cacilda Moura - DFUM

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