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127-02

CURSO EEAR

FÍSICA PROFESSOR
ITALO ARCANJO

MOVIMENTO
CIRCULAR
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Curso EEAR
2020

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MOVIMENTO CIRCULAR
1. Introdução

Um movimento circular é aquele em que as trajetórias dos pontos são


circunferências. É um tipo de movimento que merece atenção por ter
muitas aplicações na física, sobretudo se for uniforme.
A título de exemplo, a Lua, em boa aproximação, satélites artificiais e
partículas eletrizadas, como elétrons, prótons e íons, quando são lançadas
perpendicularmente a um campo magnético uniforme e constante e são
submetidas apenas a esse campo, realizam um movimento circular e
uniforme. Esse último exemplo será visto com detalhe no estudo do
Eletromagnetismo.

2. O enfoque angular

Nas aulas anteriores, estudamos o movimento a partir de grandezas


como o espaço, velocidade escalar média e aceleração escalar média, as
quais podemos chamar de grandezas escalares lineares. Para estudar o
movimento circular, é conveniente definir algumas grandezas escalares
angulares.
Assim, a nossa primeira definição será a de um ângulo qualquer θ, em
radiano, que é dado pela razão entre o comprimento do arco que ele
“enxerga” (L) e o raio da circunferência(R), isto é,
θ = L/R

3. Espaço angular ou fase

Consideremos uma partícula em movimento numa circunferência de raio


R ocupando a posição P(t) indicada na figura abaixo. A posição P(t) da
partícula pode ser determinada pelo espaço linear S, no entanto, ela
também pode ser dada pelo ângulo φ , de vértice no centro da
circunferência, marcado da reta que passa pela origem O até a posição P(t)
da partícula. Convencionaremos que φ será medido no sentido do
movimento e, consequentemente, será positivo.

Ilustração 1: a posição da partícula


determinada a partir de φ
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Dessa forma, podemos definir o espaço angular ou fase(φ) de uma


partícula em certo instante t como o ângulo marcado no sentido do
movimento a partir do raio de referência até o raio que passa pela partícula
numa posição P(t) qualquer. Além disso, o espaço angular φ pode ser dado,
em radianos, pela razão entre o espaço linear S e o raio R da
circunferência.

4. Velocidade escalar angular


Considere que em um instante t₁ a partícula ocupe um espaço angular
φ₁ e em um instante t₂ a partícula ocupe um espaço angular φ₂, de modo
que nesse intervalo de tempo ela sofre um deslocamento angular Δφ=φ₂-
φ₁. O quociente entre esse deslocamento angular Δφ e o intervalo de
tempo Δt em que ele ocorre é a velocidade escalar média angular, dada em
rad/s.
ωₘ = Δφ/ Δt
Como o espaço linear S é dado pelo produto φ.R, pode-se escrever
ΔS=Δφ.R.
Vimos anteriormente que a velocidade escalar média ou velocidade
linear média é Vₘ = ΔS/ Δt. Assim, pode ser escrito Vₘ = (Δφ.R)/Δt, de
modo que Δφ/ Δt é a velocidade escalar média angular.
Portanto, relacionamos a velocidade linear média com a velocidade
angular média da seguinte forma:
Vₘ = ωₘ.R
Essa relação também vale para as respectivas velocidades instantâneas V e
ω.

5. Movimento Circular Uniforme


Uma partícula está em movimento circular uniforme(MCU) quando
descreve uma trajetória circular, percorrendo arcos de comprimentos (ΔS)
iguais em iguais intervalos de tempo (Δt), quaisquer que sejam esses
intervalos. Além disso, a partícula em MCU também sofre deslocamentos
angulares (Δφ) iguais em iguais intervalos de tempo.
Portanto, podemos definir o MCU como todo movimento de trajetória
circular em que a velocidade linear e a velocidade angular são constantes
e diferentes de zero.
Ademais, o MCU é um movimento periódico, ou seja, todas as suas
caracteristícas se repetem em iguais intervalos de tempo. Cada intervalo
corresponde ao tempo que a partícula leva para completar uma volta e é
denominado período(T) do movimento circular.
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Outra grandeza importante quando analisamos um MCU é a


frequência(f), medida em Hertz(Hz), que é definida como o número de
voltas que uma partícula realiza em um intervalo de tempo, podendo ser
escrita como
f = n/ Δt
Se analisarmos uma volta, n = 1 e Δt = T, assim, podemos relacionar a
frequência e o período da seguinte forma:
f = 1/T
Além disso, para o movimento circular, a velocidade escalar média
angular e a instantânea têm sempre o mesmo valor. Para uma volta
completa o deslocamento angular é 2π radianos e o intervalo de tempo é o
período T, de modo que podemos escrever a velocidade angular como
ω = 2π/T ou ω = 2π.f
Partindo dessa relação, como V = ω.R, temos que a velocidade linear será
dada por
V = 2πR/T
Outrossim, de maneira análoga ao que estudamos no movimento linear,
onde a área sob o gráfico da velocidade linear em função do tempo era
numericamente igual ao deslocamento escalar, a área sob o gráfico da
velocidade angular ω em função do tempo será numericamente igual ao
deslocamento angular Δφ.
A função horária do espaço angular num MCU é muito semelhante à
função horária do espaço para o movimento linear. Agora, o espaço linear
dá lugar ao espaço angular, assim como a velocidade linear com a
velocidade angular. Sendo φₒ o espaço angular inicial, a função horária do
espaço angular pode ser escrita como:
φ = φₒ + ω.t
Discutiremos alguns problemas que vão aparecer frequentemente no estudo
dos movimentos circulares. O primeiro é um disco ou polia em rotação
uniforme. Observem a figura abaixo:

Ilustração 2: disco em rotação uniforme.


Fonte: Tópicos de Física –
Vol.1 – 12ª Ed. 2012

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Perceba que os pontos A e B sofrem variações de espaço linear diferentes(


ΔSa > ΔSb ) no mesmo intervalo de tempo, com isso Va > Vb. No entanto,
os dois pontos sofrem o mesmo deslocamento angular Δφ, logo A e B têm
mesma velocidade angular, mesmo período e mesma frequência. A partir
disso, é possível resolver problemas em que dois corpos têm o mesmo
deslocamento angular no mesmo intervalo de tempo.
Outro tipo de problema comum é o acoplamento de polias, que ocorre por
meio de correias ou por contato direto. Observem as imagens abaixo:

Ilustração 3: polias acopladas


por correias. Fonte: Tópicos de Física –
Vol.1 – 12ª Ed. 2012

Ilustração 4: polias ou rodas dentadas


acopladas por contato direto. Fonte:
Tópicos de Física – Vol.1 – 12ª Ed. 2012

Em ambos os casos, se não houver deslizamento entre as polias e a correia


ou entre as rodas dentadas, elas terão a mesma velocidade linear, de modo
que podemos escrever
Va = Vb
ωa.Ra = ωb.Rb
2π.fa.Ra = 2π.fb.Rb
E finalmente, fa.Ra = fb.Rb.

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Da mesma forma que num movimento linear a aceleração escalar média


aₘ é dada por aₘ=ΔV/ Δt, que é o quociente da variação da velocidade
linear pelo intervalo de tempo, no movimento circular, a aceleração escalar
angular média γₘ é dada por γₘ= Δω/ Δt, de modo que as duas
acelerações médias(linear e angular) podem ser relacionadas da seguinte
forma:
aₘ = γₘ.R
Essa relação também vale para as respectivas acelerações instantâneas a
e γ.
Se o movimento for circular uniformemente variado, em analogia com o
movimento linear, vamos escrever:
Linear: S = Sₒ + Vₒ.t + (½) a.t² ; Angular: φ = φₒ + ωₒ .t + (½) γ.t²
Linear: V = Vₒ + a.t ; Angular: ω = ωₒ + γ.t
Linear: V² = Vₒ ² + 2.a.ΔS ; Angular: ω² = ωₒ² + 2. γ.Δφ

Nota: no gráfico da aceleração angular γ em função do tempo, a área


entre o gráfico e o eixo dos tempos expressa a variação de velocidade
angular Δω entre dois instantes.

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