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ENGENHARIA MECANICA
CINEMATICA DOS
I
CORPOS RIGIDOS
I
EAOEAR
RESUMO DO ASSUNTO | CINEMÁTICA DOS CORPOS RÍGIDOS
ÍNDICE
1 Introdução............................................................................................................... 4
2 Translação............................................................................................................... 6
7 Forças e Acelerações....................................................................................... 23
OBJETIVOS
Esta apostila tem como objetivo explorar alguns tópicos que são frequentemente abor-
dados nas provas de Engenharia Mecânica da Marinha do Brasil. Iremos abordar direta-
mente a cinemática dos corpos rígidos, portanto admite-se que os estudantes já pos-
suam uma série de conhecimentos básicos da cinemática de partículas e sistemas de
partículas.
Desde 2004 até o ano de 2020, a primeira questão das provas de Engenharia Mecânica
do CEP-CEM é de mecânica técnica. Obviamente todos os assuntos do edital podem
ter questões complicadas, porém verifica-se, pelas provas anteriores, que as questões
de mecânica técnica são, em sua grande parte, complicadas, se tornando um grande
José Geraldo
diferencial na aprovação dos engenheiros.
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Não é intuito deste resumo apresentar demonstrações e/ou deduções de equações.
Portanto, muitas das vezes, as expressões serão apresentadas e maiores detalhes po-
dem ser vistos nas bibliografias indicadas.
1 INTRODUÇÃO
1. Introdução
I. Translação;
Nesta Figura estão indicados os vetores posição de dois pontos A e B e o vetor posição
de B relativo ao ponto A. Pela soma vetorial sabe-se que:
(1)
(2)
(3)
As expressões (1), (2) e (3) serão utilizadas para os desenvolvimentos das equações que
regem a Translação, a Rotação em torno de eixo fixo e o Movimento Plano Geral.
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2 TRANSLAÇÃO
2. Translação
A translação pode ser de dois tipos: retilínea ou curvilínea. Neste movimento qualquer
reta que liga dois pontos do corpo rígido mantém sua direção durante todo o movi-
mento. Portanto, pela definição acima, a reta AB da Figura 1 irá sempre ter a mesma
direção. Em outras palavras, a velocidade relativa v(B/A) e a aceleração relativa a(B/A) são
nulas, uma vez que não existe movimento relativo de um ponto em relação ao outro. As
equações (1) e (2) se tornam:
(4)
(5)
Assim, pode-se afirmar que todos os pontos de corpo rígido que está em translação pos-
José Geraldo
suem a mesma velocidade e aceleração em qualquer instante. No caso da translação
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curvilínea, a velocidade e a aceleração variam a todo instante, tanto em direção como
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em intensidade.
3 ROTAÇÃO EM
3. Rotação
TORNO em Torno
DE EIXO
Fixo
FIXOde Eixo
Considere a Figura 2 que ilustra um corpo rígido girando em torno do eixo de rotação AA’.
Para analisar este movimento, primeiramente precisamos definir um vetor de rotação ω
ou θ ̇k , o qual pode possuir componentes nas três dimensões x, y e z. Entretanto, para o
movimento plano, admite-se que somente a componente em z é não nula, ou seja:
(6)
José no
Como se sabe, a velocidade é a derivada Geraldo
tempo do vetor posição r, ou seja, a veloci-
dade vetorial v é: josegeraldo_ks@outlook.com
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(7)
(8)
A velocidade do ponto P é:
(9)
vale ωr.
Josév Geraldo
Onde a intensidade do vetor velocidade
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Para este caso particular, o produto vetorial triplo ω×(ω×r) pode ser reescrito, tornando
a equação da aceleração (8) em:
(10)
Note que no movimento de rotação em torno de eixo fixo valem as expressões dos mo-
vimentos uniforme e uniformemente acelerado:
Exemplo 1
Uma placa circular de raio R = 200 mm está inicialmente em repouso e gira em torno de
um eixo fixo que passa pelo seu centro. Essa placa possui aceleração angular constante
de 0,3 rad/s². Sendo assim, determine a intensidade da aceleração total da placa quan-
do: (a) t = 0 , (b) t = 2 s.
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Solução
Letra (a): t = 0
Neste instante a posição do ponto B vale 0º e sua velocidade angular é nula (θ ̇ = 0), ou
seja:
Letra (b): t = 2 s
O ângulo θ vale:
4
4. Movimento Plano Geral
MOVIMENTO
PLANO GERAL
O movimento plano geral é de extrema importância para a maioria das resoluções dos
problemas, pois este representa um movimento geral que engloba os movimentos de
translação pura e rotação em torno de eixo fixo.
De uma maneira simples, o movimento plano geral de um corpo rígido pode ser represen-
tado sempre por uma soma dos movimentos de translação e rotação, conforme represen-
tado na Figura 4.
Observe que o movimento da barra AB pode ser representado por uma translação so-
mada a uma rotação considerando o ponto A como o centro de rotação. Poderia ainda
considerar uma translação somada a uma rotação em torno do ponto B.
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É importante ressaltar que no movimento plano geral mais de um corpo rígido podem
estar conectados, por pinos, por exemplo, com isso, a velocidade absoluta nestas cone-
xões deve ser a mesma para ambos os corpos rígidos. Da mesma forma para engrena-
gens envolvidas, onde no contato dos dentes a velocidade absoluta é igual para ambas.
Outra aplicação muito comum é para corpos rígidos rolando sem deslizar sob o solo,
onde no contato, entre o corpo rígido e o solo, a velocidade absoluta vale zero.
5
5. Centro Instantâneo de
CENTRO
Rotação
INSTANTÂNEO
DE ROTAÇÃO
Uma das formas rápidas de determinar a rotação de um corpo rígido é a partir do Centro
Instantâneo de Rotação – CIR. Considere a Figura abaixo. Note que o CIR é determinado
pelo encontro das linhas traçadas perpendicularmente as velocidades dos pontos A e
B. Caso as velocidades dos pontos A e B sejam iguais e estejam alinhadas, a velocidade
angular do corpo é nula naquele instante. Da mesma forma se as linhas forem paralelas
a velocidade angular também é nula.
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Exemplo 2
A barra AB da Figura abaixo desliza livremente pelo chão e pelo plano inclinado. Pede-
-se a velocidade angular da barra AB e a velocidade do ponto B.
Solução
A velocidade do ponto B é:
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Substituindo os vetores obtidos anteriormente:
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Em y:
Em x:
Velocidade vB é:
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Exemplo 3
O tambor da Figura abaixo rola sem deslizar sobre uma superfície horizontal. Sabendo
que a extremidade E da corda é puxada para a esquerda com velocidade de 150 mm/s,
pede-se: (a) velocidade angular do tambor, (b) a velocidade do centro do tambor e (c) o
comprimento de corda desenrolada por segundo.
Solução
Letra A:
Letra B:
Letra C:
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6
ACELERAÇÃO
ABSOLUTA E
6. Aceleração Absoluta e
RELATIVA NO
Relativa no MPG
MPG
Da mesma forma que a velocidade pode ser obtida por uma soma entre a velocidade de
translação e a velocidade relativa, a aceleração também pode. Observe o corpo rígido
da Figura 5. A aceleração do ponto B é dada por:
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Note que a aceleração relativa a(B/A), neste caso, deve ser dividida em duas parcelas,
normal e tangencial, (conforme na rotação em torno de eixo fixo), ou seja:
Note pela equação acima a similaridade com a rotação em torno de eixo fixo, porém,
neste caso, existe uma parcela da aceleração do ponto A que não está fixo.
Exemplo 4
O movimento da placa abaixo é controlado pelas barras AO e BC. A barra AO possui ve-
locidade angular constante ω=4 rad/s durante um curto intervalo de tempo. No instante
representado, o ângulo θ = tan(-1) 4/3 e AB está paralelo ao eixo x. Para este instante,
determine: (a) a velocidade do ponto B, (b) a velocidade angular da barra BC, (c) a acele-
ração angular da placa e (d) a aceleração angular da barra BC.
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Solução
Letra A:
Do triângulo têm-se:
A velocidade do ponto B é:
Letra B:
José Geraldo
Letra C e D:
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Aceleração do ponto A:
Aceleração do ponto B:
Onde, , assim:
Aceleração entre A e B:
Em x:
Em y: José Geraldo
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Exemplo 5
Para o pistão da Figura abaixo, calcule a aceleração do pistão quando θ = 60°, sabendo
que a manivela AB gira a 900 rpm no sentido horário.
Solução
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A velocidade ponto B é: 109.626.156-17
A velocidade do ponto D é:
Onde,
Assim,
Em x:
Observe que o ponto D percorre um movimento retilíneo, portanto somente existe com-
ponente não nula em y. Já a aceleração de B possui somente componente normal rela-
tiva ao ponto A, assim:
Em x:
Em y:
Ou
7
7. Forças e Acelerações
FORÇAS E
ACELERAÇÕES
Muitos problemas da mecânica técnica vão além da parte cinemática, estes podem
considerar que o aluno determine as forças que atuam nos corpos rígidos, ou seja, a
parte cinética do problema.
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O princípio de D’Alembert afirma que as forças externas que atuam em um corpo rígido
são equivalentes às forças efetivas das várias partículas que formam o corpo. Note pela
Figura 6 que as forças efetivas são substituídas por um vetor ma ̅e um binário I ̅α. De for-
ma analítica, podemos escrever:
Note que para o caso particular de movimento de translação, não existirá o binário, en-
quanto que para o movimento em torno de eixo fixo, não haverá o termo ma ̅.
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3) Resolver a parte cinemática do problema;
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4) Aplicar as equações:
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5) Caso exista mais de um corpo rígido, pode ser necessário aplicar as equações nos
corpos separadamente.
Exemplo 6
O tambor de freio de 200 mm é unido a um volante maior que não está representado
na Figura abaixo. O momento de inércia total do tambor e volante vale 20 kg.m² e o
coeficiente de atrito cinético entre o tambor e a sapata do freio é 0,35. Sabendo que a
velocidade angular do volante é de 360 rpm no sentido anti-horário quando a força P,
aplicada ao pedal C, vale 400 N, determine o número de revoluções executadas pelo
volante antes de ele parar.
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Solução:
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Onde, 109.626.156-17
O número N de voltas é:
Neste caso o corpo rígido gira em torno de um ponto diferente do centro de massa, com
isso devemos utilizar as acelerações tangencial e normal do centro de massa quando
aplicarmos o princípio de D’Alembert, conforme a Figura abaixo.
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Tomando o somatório do momento em relação ao ponto O no diagrama das forças efe-
tivas, temos:
Exemplo 7
A haste da Figura abaixo possui 1 metro de comprimento e massa de 2 kg. Esta possui
movimento articulado no ponto A. Se uma força P é aplicada horizontalmente a barra,
determine a (a) aceleração angular da haste e (b) os componentes da reação do ponto
A quando h=L..
Solução:
Observe que neste caso a rotação ocorre em um ponto diferente do centro de massa,
ou seja, em torno do ponto A. O diagrama de Corpo Livre da haste é:
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Ou
Ou
As reações no ponto A podem ser obtidas pelos somatórios das forças em x e y. Note
que neste instante, x e y coincidem com t e n, respectivamente.
Em x:
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Em y:
Como a velocidade angular inicial é nula, a aceleração normal também será nula, ou seja:
Exemplo 8
Uma haste de 1,5 kg é soldada no disco uniforme de 5 kg, como mostra a Figura abaixo.
O conjunto oscila livremente em torno de C. Sabendo que na posição mostrada o con-
junto possui velocidade angular de 10 rad/s no sentido horário, determine: (a) a acelera-
ção angular do conjunto e (b) os componentes da reação em C.
Solução:
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Os momentos de inércia da barra AB e do disco C são:
Em y:
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Em x:
Exemplo 9
Solução:
Cinemática do problema:
Pelo enunciado sabemos que a aceleração angular do disco é nula, pois a velocidade
angular é constante e vale ω=6 rad/s.. Precisamos agora determinar a aceleração angu-
José Geraldo
lar e a aceleração do centro de gravidade da barra AB.
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Note que no instante mostrado, as velocidades do ponto A e B estão na direção horizon-
tal, devido aos movimentos em torno dos pontos O e C. Com isso, o centro instantâneo
de rotação está no infinito, ou seja, a velocidade angular da barra AB é nula:
- A aceleração do ponto B é:
- A aceleração do ponto A é:
- Aceleração entre A e B:
Em j:
Em i: José Geraldo
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Ou seja,
Onde
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8
8. Método da Energia
MÉTODO
DA ENERGIA
Lembra aquele exercício que fala de uma posição 1 até uma posição 2? Pois é, são esses
exercícios! José Geraldo
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O princípio do trabalho e energia é:109.626.156-17
ou
Trabalho de um binário
Observação 1:
Observação 2:
Algumas forças não realizam trabalho: 1- Reação em pinos em que o corpo rígido gira em
torno. 2 – Força normal em um corpo que se move ao longo da superfície; 3 – Peso de um
corpo quando o centro de gravidade move-se horizontalmente; 4 – Força de Atrito num
corpo que rola sem deslizar.
Lembre-se das seções passadas que o movimento plano geral de um corpo rígido é
a composição de uma translação e uma rotação. Assim, pode-se definir que a energia
cinética de um corpo é:
onde I ̅ é o momento de inércia referente ao eixo que passa pelo centro de gravidade G
do corpo.
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Conservação da Energia
Quando um corpo rígido move-se sob a ação exclusiva de forças conservativas, pode-
-se aplicar a conservação da energia, ou seja:
Observação:
Em muitos exercícios será necessário determinar reações nos apoios, ou forças nos pi-
nos que ligam os corpos rígidos. Desta forma, pode-se utilizar o princípio de D’Alembert
para achar esses resultados.
Exemplo 10
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Solução:
Energia Cinética T1 :
A velocidade do ponto B é:
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Vamos verificar quais forças realizam trabalho. Lembre que a barra vai da posição mos-
trada até ficar na parte mais baixa do volante (na vertical).
A força peso WAB realiza trabalho. A força FA não realiza trabalho, pois está posicionada
horizontalmente a seu deslocamento. As demais forças também não realizam trabalho.
onde .
Assim,
Por fim, precisamos determinar a energia cinética quando a barra está na posição 2,
vertical abaixo do ponto C. Note que quando o cursor está no ponto mais baixo a velo-
cidade do ponto A é nula, já a velocidade do ponto B está orientada para o sentido ne-
gativo do eixo y. Em outras palavras, como vA = 0 a barra gira em torno do ponto A (neste
instante 2), ou seja,
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Substituindo ωAB e v AB
̅ , a expressão da energia cinética no ponto 2 é:
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