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LEI DE DEFESA DO CONSUMIDOR Lei n.

º 24/96, 31 de julho

Artigo 13.º
Legitimidade ativa

Têm legitimidade para intentar as ações previstas nos artigos anteriores:


a) Os consumidores diretamente lesados;
b) Os consumidores e as associações de consumidores ainda que não diretamente lesados, nos termos da Lei n.º
83/95, de 31 de agosto;
c) O Ministério Público e a Direção-Geral do Consumidor quando estejam em causa interesses individuais
homogéneos, coletivos ou difusos.

LEI DOS SERVIÇOS PÚBLICOS Lei n.º 23/96, 26 de julho

Artigo 1.º
Objecto e âmbito

1 - A presente lei consagra regras a que deve obedecer a prestação de serviços públicos essenciais em ordem à
protecção do utente.
2 - São os seguintes os serviços públicos abrangidos:
a) Serviço de fornecimento de água;
b) Serviço de fornecimento de energia eléctrica;
c) Serviço de fornecimento de gás natural e gases de petróleo liquefeitos canalizados;
d) Serviço de comunicações electrónicas;
e) Serviços postais;
f) Serviço de recolha e tratamento de águas residuais;
g) Serviços de gestão de resíduos sólidos urbanos.
h) Serviço de transporte de passageiros.
3 - Considera-se utente, para os efeitos previstos nesta lei, a pessoa singular ou colectiva a quem o prestador do
serviço se obriga a prestá-lo.
4 - Considera-se prestador dos serviços abrangidos pela presente lei toda a entidade pública ou privada que preste
ao utente qualquer dos serviços referidos no n.º 2, independentemente da sua natureza jurídica, do título a que o
faça ou da existência ou não de contrato de concessão.

CÓDIGO DO REGISTO PREDIAL

Artigo 1.º

Liberdade de expressão e criação em ambiente digital

O registo predial destina-se essencialmente a dar publicidade à situação jurídica dos prédios, tendo em vista a
segurança do comércio jurídico imobiliário.

Artigo 2.º
Factos sujeitos a registo

1 - Estão sujeitos a registo:


a) Os factos jurídicos que determinem a constituição, o reconhecimento, a aquisição ou a modificação dos direitos
de propriedade, usufruto, uso e habitação, superfície ou servidão;
b) Os factos jurídicos que determinem a constituição ou a modificação da propriedade horizontal e do direito de
habitação periódica;

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c) Os factos jurídicos confirmativos de convenções anuláveis ou resolúveis que tenham por objeto os direitos
mencionados na alínea a);
d) As operações de transformação fundiária resultantes de loteamento, de estruturação de compropriedade e de
reparcelamento, bem como as respetivas alterações;
e) A mera posse;
f) A promessa de alienação ou oneração, os pactos de preferência e a disposição testamentária de preferência, se
lhes tiver sido atribuída eficácia real, bem como a cessão da posição contratual emergente desses factos;
g) A cessão de bens aos credores;
h) A hipoteca, a sua cessão ou modificação, a cessão do grau de prioridade do respetivo registo e a consignação de
rendimentos;
i) A transmissão de créditos garantidos por hipoteca ou consignação de rendimentos, quando importe transmissão de
garantia;
j) A afetação de imóveis ao caucionamento das reservas técnicas das companhias de seguros, bem como ao
caucionamento da responsabilidade das entidades patronais;
l) A locação financeira e as suas transmissões;
m) O arrendamento por mais de seis anos e as suas transmissões ou sublocações, excetuado o arrendamento rural;
n) A penhora e a declaração de insolvência;
o) O penhor, a penhora, o arresto e o arrolamento de créditos garantidos por hipoteca ou consignação de
rendimentos e quaisquer outros atos ou providências que incidam sobre os mesmos créditos;
p) A apreensão em processo penal;
q) A constituição do apanágio e as suas alterações;
r) O ónus de eventual redução das doações sujeitas a colação;
s) O ónus de casa de renda limitada ou de renda económica sobre os prédios assim classificados;
t) O ónus de pagamento das anuidades previstas nos casos de obras de fomento agrícola;
u) A renúncia à indemnização, em caso de eventual expropriação, pelo aumento do valor resultante de obras
realizadas em imóveis situados nas zonas marginais das estradas nacionais ou abrangidos por planos de
melhoramentos municipais;
v) Quaisquer outras restrições ao direito de propriedade, quaisquer outros encargos e quaisquer outros factos
sujeitos por lei a registo;
x) A concessão em bens do domínio público e as suas transmissões, quando sobre o direito concedido se pretenda
registar hipoteca;
z) Os factos jurídicos que importem a extinção de direitos, ónus ou encargos registados;
aa) O título constitutivo do empreendimento turístico e suas alterações.
2 - O disposto na alínea a) do número anterior não abrange a comunicabilidade de bens resultante do regime
matrimonial.

Artigo 3.º
Ações, decisões, procedimentos e providências sujeitos a registo

1 - Estão igualmente sujeitos a registo:


a) As ações que tenham por fim, principal ou acessório, o reconhecimento, a constituição, a modificação ou a
extinção de algum dos direitos referidos no artigo anterior, bem como as ações de impugnação pauliana;
b) As ações que tenham por fim, principal ou acessório, a reforma, a declaração de nulidade ou a anulação de um
registo ou do seu cancelamento;
c) As decisões finais das ações referidas nas alíneas anteriores, logo que transitem em julgado;
d) Os procedimentos que tenham por fim o decretamento do arresto e do arrolamento, bem como de quaisquer
outras providências que afetem a livre disposição de bens;
e) As providências decretadas nos procedimentos referidos na alínea anterior.

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Artigo 4.º
Eficácia entre as partes

1 - Os factos sujeitos a registo, ainda que não registados, podem ser invocados entre as próprias partes ou seus
herdeiros.
2 - Excetuam-se os factos constitutivos de hipoteca cuja eficácia, entre as próprias partes, depende da realização
do registo.

Artigo 5.º
Oponibilidade a terceiros

1 - Os factos sujeitos a registo só produzem efeitos contra terceiros depois da data do respetivo registo.
2 - Excetuam-se do disposto no número anterior:
a) A aquisição, fundada na usucapião, dos direitos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º;
b) As servidões aparentes;
c) Os factos relativos a bens indeterminados, enquanto estes não forem devidamente especificados e determinados.
3 - A falta de registo não pode ser oposta aos interessados por quem esteja obrigado a promovê-lo, nem pelos
herdeiros destes.
4 - Terceiros, para efeitos de registo, são aqueles que tenham adquirido de um autor comum direitos incompatíveis
entre si.
5 - Não é oponível a terceiros a duração superior a seis anos do arrendamento não registado.

Artigo 6.º
Prioridade do registo

1 - O direito inscrito em primeiro lugar prevalece sobre os que se lhe seguirem relativamente aos mesmos bens, por
ordem da data dos registos e, dentro da mesma data, pela ordem temporal das apresentações correspondentes.
2 - [Revogado].
3 - O registo convertido em definitivo conserva a prioridade que tinha como provisório.
4 - Em caso de recusa, o registo feito na sequência de recurso julgado procedente conserva a prioridade
correspondente à apresentação do ato recusado.

Artigo 7.º
Presunções derivadas do registo

O registo definitivo constitui presunção de que o direito existe e pertence ao titular inscrito, nos precisos termos
em que o registo o define.

Artigo 34.º
Princípio do trato sucessivo

1 - O registo definitivo de constituição de encargos por negócio jurídico depende da prévia inscrição dos bens em
nome de quem os onera.
2 - O registo definitivo de aquisição de direitos depende da prévia inscrição dos bens em nome de quem os
transmite, quando o documento comprovativo do direito do transmitente não tiver sido apresentado perante o
serviço de registo.
3 - A inscrição prévia referida no número anterior é sempre dispensada no registo de aquisição com base em
partilha.
4 - No caso de existir sobre os bens registo de aquisição ou reconhecimento de direito suscetível de ser transmitido
ou de mera posse, é necessária a intervenção do respetivo titular para poder ser lavrada nova inscrição definitiva,
salvo se o facto for consequência de outro anteriormente inscrito.

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CARTA PORTUGUESA DOS DIREITOS HUMANOS NA ERA DIGITAL

Artigo 4.º

Liberdade de expressão e criação em ambiente digital

1 - Todos têm o direito de exprimir e divulgar o seu pensamento, bem como de criar, procurar, obter e partilhar ou
difundir informações e opiniões em ambiente digital, de forma livre, sem qualquer tipo ou forma de censura, sem
prejuízo do disposto na lei relativamente a condutas ilícitas.
2 - A República Portuguesa participa nos esforços internacionais para que o ciberespaço permaneça aberto à livre
circulação das ideias e da informação e assegure a mais ampla liberdade de expressão, assim como a liberdade de
imprensa.
3 - Todos têm o direito de beneficiar de medidas públicas de promoção da utilização responsável do ciberespaço e de
proteção contra todas as formas de discriminação e crime, nomeadamente contra a apologia do terrorismo, o
incitamento ao ódio e à violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou
nacional, ascendência, religião, sexo, orientação sexual, identidade de género ou deficiência física ou psíquica, o
assédio ou exploração sexual de crianças, a mutilação genital feminina e a perseguição.
4 - A criação de obras literárias, científicas ou artísticas originais, bem como as equiparadas a originais e as
prestações dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores de fonogramas e de videogramas e dos organismos
de radiodifusão gozam de especial proteção contra a violação do disposto no Código do Direito de Autor e dos Direitos
Conexos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de março, em ambiente digital.

Artigo 12.º

Direito à identidade e outros direitos pessoais

1 - Todos têm direito à identidade pessoal, ao bom nome e à reputação, à imagem e à palavra, bem como à sua
integridade moral em ambiente digital.

2 - Incumbe ao Estado:

a) Combater a usurpação de identidade e incentivar a criação de plataformas que permitam o uso pelo cidadão de
meios seguros de autenticação eletrónica;

b) Promover mecanismos que visem o aumento da segurança e da confiança nas transações comerciais, em especial
na ótica da defesa do consumidor.

3 - Fora dos casos previstos na lei, é proibida qualquer forma de utilização de código bidimensional ou de dimensão
superior para tratar e difundir informação sobre o estado de saúde ou qualquer outro aspeto relacionado com a
origem racial ou étnica, as opiniões políticas, as convicções religiosas ou filosóficas, ou a filiação sindical, bem como
dados genéticos, dados biométricos ou dados relativos à vida sexual ou orientação sexual de uma pessoa.

Artigo 16.º

Direito à liberdade de criação e à proteção dos conteúdos

1 - Todos têm direito à livre criação intelectual, artística, científica e técnica, bem como a beneficiarem, no
ambiente digital, da proteção legalmente conferida às obras, prestações, produções e outros conteúdos protegidos
por direitos de propriedade intelectual.

2 - As medidas proporcionais, adequadas e eficazes com vista a impedir o acesso ou a remover conteúdos
disponibilizados em manifesta violação do direito de autor e direitos conexos são objeto de lei especial.

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REGULAMENTO GERAL SOBRE A PROTEÇÃO DE DADOS
Artigo 5.º
Princípios relativos ao tratamento de dados pessoais

1. Os dados pessoais são:


a)Objeto de um tratamento lícito, leal e transparente em relação ao titular dos dados («licitude, lealdade e
transparência»);
b)Recolhidos para finalidades determinadas, explícitas e legítimas e não podendo ser tratados posteriormente de
uma forma incompatível com essas finalidades; o tratamento posterior para fins de arquivo de interesse público, ou
para fins de investigação científica ou histórica ou para fins estatísticos, não é considerado incompatível com as
finalidades iniciais, em conformidade com o artigo 89.º, n.º 1 («limitação das finalidades»);
c)Adequados, pertinentes e limitados ao que é necessário relativamente às finalidades para as quais são tratados
(«minimização dos dados»);
d)Exatos e atualizados sempre que necessário; devem ser adotadas todas as medidas adequadas para que os dados
inexatos, tendo em conta as finalidades para que são tratados, sejam apagados ou retificados sem demora
(«exatidão»);
e)Conservados de uma forma que permita a identificação dos titulares dos dados apenas durante o período
necessário para as finalidades para as quais são tratados; os dados pessoais podem ser conservados durante períodos
mais longos, desde que sejam tratados exclusivamente para fins de arquivo de interesse público, ou para fins de
investigação científica ou histórica ou para fins estatísticos, em conformidade com o artigo 89.º, n.º 1, sujeitos à
aplicação das medidas técnicas e organizativas adequadas exigidas pelo presente regulamento, a fim de
salvaguardar os direitos e liberdades do titular dos dados («limitação da conservação»);
f)Tratados de uma forma que garanta a sua segurança, incluindo a proteção contra o seu tratamento não autorizado
ou ilícito e contra a sua perda, destruição ou danificação acidental, adotando as medidas técnicas ou organizativas
adequadas («integridade e confidencialidade»);
2. O responsável pelo tratamento é responsável pelo cumprimento do disposto no n.º 1 e tem de poder comprová-lo
(«responsabilidade»).

CÓDIGO DOS DIREITOS DE AUTOR E DIREITOS CONEXOS

Artigo 1.º

Definição

1 – Consideram-se obras as criações intelectuais do domínio literário, científico e artístico, por qualquer modo
exteriorizadas, que, como tais, são protegidas nos termos deste Código, incluindo-se nessa protecção os direitos dos
respectivos autores.

2 – As ideias, os processos, os sistemas, os métodos operacionais, os conceitos, os princípios ou as descobertas não


são, por si só e enquanto tais, protegidos nos termos deste Código.

3 – Para os efeitos do disposto neste Código, a obra é independente da sua divulgação, publicação, utilização ou
exploração.

Artigo 9.º
Conteúdo do direito de autor

1 - O direito de autor abrange direitos de carácter patrimonial e direitos de natureza pessoal, denominados direitos
morais.
2 - No exercício dos direitos de carácter patrimonial o autor tem o direito exclusivo de dispor da sua obra e de fruí-
la e utilizá-la, ou autorizar a sua fruição ou utilização por terceiro, total ou parcialmente.
3 - Independentemente dos direitos patrimoniais, e mesmo depois da transmissão ou extinção destes, o autor goza
de direitos morais sobre a sua obra, designadamente o direito de reivindicar a respectiva paternidade e assegurar a
sua genuinidade e integridade.

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