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1 Introdução
A complexidade das relações entre direito e política irá se manifestar por meio de
várias situações complexas, em especial as de ambivalência social4.
O contrassenso da opção pela regra da maioria é que ele se mostra como elemento
legitimador para a superação/esquecimento/desconsideração das demandas da minoria.
Exatamente nesse ponto desponta a evidência de que, em maior ou menor medida,
estará configurado um déficit de legitimidade, o que significa que a vontade de todos
não estará sendo considerada 10 . Por outro giro, significa, também, uma seletividade
ínsita à ideia de direitos e lei, que passam a ser vistos como “uma farsa, como uma
questão de poder, para que aqueles que são mais afortunados possam negociar os termos
11
de suas relações com os excluídos” . Todas essas circunstâncias desafiam
constantemente a credibilidade do Estado de Direito, ao mesmo tempo em que
demonstram anomia social em relação àqueles rejeitados pelo sistema. E, por isso,
instigam uma recolocação do embate para alocar na dimensão conceitual de democracia
a necessidade, teleológica ou prática, de proteção dos direitos fundamentais.
Adentrando o mérito da opção pelo abandono dos encarcerados, tem-se que eles
assumem para o senso comum a figura do “mal” social, e, então, no espaço reservado à
bancadas políticas, quem luta pela melhoria dos direitos dos presos está, no imaginário
social, virando as costas para a sociedade “de bem”, empregando dinheiro público na
melhoria das condições de vida de “bandidos”25 quando deveria estar se empenhando
pelo auxílio às “pessoas certas”. Ou seja, a gramática social das eleições vai contra as
demandas por dignidade humana dos encarcerados.
Desde sua criação até o ano de 2011, o fundo arrecadou cerca de 3 (três) bilhões
de reais, e repassou às unidades federadas o correspondente a 1,9 bilhão de reais. Em
2014 o saldo do FUNPEN era da ordem de 1,8 bilhão de reais 34 . Esses números
demonstram que a dificuldade financeira não é necessariamente falta de verba, mas os
obstáculos para aplicação do contingente existente. Esse entrave para utilização do
FUNPEN explica-se por ele fazer parte de uma base contingenciável, que forma o
superávit primário. Assim, há dificuldades para o repasse aos Entes Federados.
De acordo com a teoria da concretude dos direitos fundamentais não basta um rol
extenso e rico de direitos classificados como fundamentais. Esses mesmos direitos têm
que ser dotados de aptidão suficiente a concretizá-los, ou seja, precisam ser equipados
com condições de possibilidade para transformação do seu conteúdo normativo em bens
da vida para os seus titulares. Essa postura nada mais é que uma leitura pragmática que
decorre da assunção da força normativa da Constituição43 , o que, por consequência,
rompe com a hipótese de ela ser considerada singela e inoperante folha de papel44. Para
além de promessas, a tarefa de interpretação da Constituição perpassa pela possibilidade
de concretização dos direitos45 nela insculpidos.
Novais retoma a consideração de que aquelas pessoas que fazem parte da maioria
não necessitam dos direitos fundamentais com a mesma intensidade dos membros das
minorias e encontra-se aqui o papel contramajoritário que os direitos fundamentais são
vocacionados a exercer. Eles impulsionam senão a inclusão, a necessidade de respeito,
calcada na dignidade humana.
Mesmo que a doutrina dos direitos fundamentais aponte rumo ao deferimento dos
pedidos, e julgamento favorável da ação, ouvem-se vozes contrárias. Há quem considere
a ação, bem como a cautelar deferida, mero engodo 66 . Argumentam que a decisão
proferida pelo Ministro relator apenas mascarou o problema carcerário, criando uma vã
esperança de solução para as mazelas padecidas pelos encarcerados, isto porque a
decisão apenas proveu os pedidos relacionados ao descontingenciamento de verbas
públicas atinentes ao Fundo Penitenciário e a determinação das audiências de custódias,
que já vinham sendo analisadas pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Outro argumento levantado contra a ADPF 347 remete à tese de que não cabe ao
Judiciário se arvorar em atribuições típicas dos outros poderes, ou seja, mais uma vez se
vai contra o ativismo do Judiciário. Criticam, de forma direta, a decisão da cautelar,
bem como os pedidos referentes ao mérito da ação, contestando o requerimento para
confecção de políticas públicas relativas ao sistema carcerário por parte da União,
Distrito Federal e Estados-membros.
Mesmo diante das críticas apresentadas, que estão na mesma esteira de toda a
retórica contra a efetividade de direitos sociais67, pode-se analisar a ADPF 347 como
um mecanismo de desbloqueio institucional quanto à demanda, originado de uma classe
sem representação significativa em termos político e também jurídico.
5 Considerações finais
O presente artigo visou a trabalhar a relação entre maioria e minoria tendo por
pano de fundo o sistema carcerário nacional, em especial analisando a ADPF 347 que
trouxe o desafio de pensar o estado de coisas inconstitucional, e, a reboque enfrentar a
separação dos poderes quando direitos fundamentais são maciça e reiteradamente
desrespeitados.
O universo dos encarcerados é marcado por mazelas cada vez mais significativas
e cruéis, muito embora do ponto de vista normativo o assunto seja tutelado de forma
elogiável. Alegoria apropriada para simbolizar o sistema carcerário brasileiro é o
inferno de Dante, ou as masmorras medievais. O que esperar de um lugar assim?
6 Referências bibliográficas
ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva.
São Paulo: Malheiros, 2008.
PEREIRA, Marcus Abílio; CARVALHO, Ernani. Boaventura de Sousa Santos: por uma
nova Gramática do político e do social. Lua Nova, São Paulo, n. 73, 2008, p.45-58.
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos Direitos Fundamentais: uma teoria geral dos
direitos fundamentais na perspectiva constitucional. 10.ed.Porto Alegre; Livraria do
Advogado, 2011.
1
A Lei de execuções penais (Lei 7.210, de 11 e julho de 1984) tem ampla normatização sobre formas e
requisitos para aplicação da pena. Ainda há previsões no Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos, na Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos e Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes
e a Convenção Americana de Direitos Humanos, todos eles ratificados pelo Brasil e já incorporados no
direito interno.
2
Tendo em vista a amplitude das questões relacionadas às políticas públicas e o direito, esse trabalho fará
um recorte que tratará a ausência de atitudes positivas por parte do Estado como decorrentes de
problemas atinentes à democracia – como representações de algumas de suas falhas – e assim os
conceitos de vulnerabilidades e invisibilidades encontrarão nos estudos de Boaventura de Souza Santos,
Leonardo Avritzer, e Chantall Mouffe as balizas que fundamentarão a possibilidade da declaração do
estado de coisas inconstitucional e, por consequência, a releitura do princípio da divisão dos poderes.
3
BARROSO, Luís Roberto. Constituição, democracia e supremacia judicial: direito e política no Brasil
contemporâneo. Revista da Faculdade de Direito – UERJ, v.2, n.21, jan./ jun. 2012, p. 3.
4
O conceito de ambivalência social é trabalhado de forma maestral por Bauman no livro com o mesmo
nome. Conferir BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999
5
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999, p. 64.
6
Aqui foi utilizado os conceitos de vulnerabilidade e visibilidade utilizados por Oscar Vilhena no artigo
A desigualdade e a subversão do Estado de Direito (VIEIRA, Oscar Vilhena. A desigualdade e a
subversão do Estado de Direito. In; SARMENTO, Daniel; IKAWA, Daniela; PIOVESAN, Flávia (orgs).
Igualdade, diferença e direitos humanos. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 191-215).
7
KRAUT, Stephan. O princípio da maioria. Caderno da Escola do Legislativo, Belo Horizonte,
jul.dez.1999, p. 89.
8
KRAUT, Stephan. O princípio da maioria. Caderno da Escola do Legislativo, Belo Horizonte,
jul.dez.1999, p. 95.
9
KRAUT, Stephan. O princípio da maioria. Caderno da Escola do Legislativo, Belo Horizonte,
jul.dez.1999, p. 98.
10
KRAUT, Stephan. O princípio da maioria. Caderno da Escola do Legislativo, Belo Horizonte,
jul.dez.1999, p.105.
11
VIEIRA, Oscar Vilhena. A desigualdade e a subversão do Estado de Direito. In; SARMENTO, Daniel;
IKAWA, Daniela; PIOVESAN, Flávia (orgs). Igualdade, diferença e direitos humanos. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2010, p. 207.
12
O termo minoria tem aqui uma conotação numérica ou de exclusão. É certo que um grupo embora
numericamente mais significativo pode ser excluído de relações de poder, como o que ocorre quando
comparado o povo (numericamente mais relevante) com os governantes.
13
KRAUT, Stephan. O princípio da maioria. Caderno da Escola do Legislativo, Belo Horizonte,
jul.dez.1999, p.124-125.
14
CANSINO, CÉSAR. La crisis de la democracia representativa y la moderna cuestión social. Revista de
la Universidad de México, n. 588, 2000, p. 46.
15
CANSINO, CÉSAR. La crisis de la democracia representativa y la moderna cuestión social. Revista de
la Universidad de México, n. 588, 2000, p. 45.
16
MOUFFE, Chantal. Globalização e cidadania democrática. Revista da Faculdade de Direito da
UFPR, v.36, 2001, p. 18.
17
CANSINO, CÉSAR. La crisis de la democracia representativa y la moderna cuestión social. Revista de
la Universidad de México, n. 588, 2000, p. 45.
18
SANTOS, Boaventura dos Santos; AVRITZER, Leonardo. Introdução: para ampliar o cânone
democrático. In: SANTOS, Boaventura dos Santos (org.). Democratizar a democracia: os caminhos da
democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização brasileira , 2002, p. 42.
19
SANTOS, Boaventura dos Santos; AVRITZER, Leonardo. Introdução: para ampliar o cânone
democrático. In: SANTOS, Boaventura dos Santos (org.). Democratizar a democracia: os caminhos da
democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização brasileira , 2002, p. 42.
20
A proposta de democracia apresentada como superação dessas características é a democracia radical,
que rompe com a ideia de hegemonia e universalização do político. Ela afirma a necessidade de um
modelo de democracia que parte do pluralismo agonista, tema que foge ao objetivo desse trabalho,
portanto, havendo interesse consultar a bibliografia apontada.
21
MOUFFE, Chantal. Globalização e cidadania democrática. Revista da Faculdade de Direito da
UFPR, v.36, 2001, p. 19-20.
22
CANSINO, CÉSAR. La crisis de la democracia representativa y la moderna cuestión social. Revista de
la Universidad de México, n. 588, 2000, p. 47.
23
PEREIRA, Marcus Abílio; CARVALHO, Ernani. Boaventura de Sousa Santos: por uma nova
Gramática do político e do social. Lua Nova, São Paulo, n. 73, 2008, p.54.
24
O art. 15, III, da Constituição da República determina que com a condenação penal transitada em
julgado os direitos políticos serão cassados, o que perdurará pelo período de duração dos efeitos da
condenação.
25
O Min. Marco Aurélio reconheceu o fato em seu voto na cautelar da ADPF 347, nos seguintes termos:
“pauta impopular, envolvendo direitos de um grupo de pessoas não simplesmente estigmatizado, e sim
cuja dignidade humana é tida por muitos como perdida, ante o cometimento de crimes” (BRASIL, STF,
ADPF347, Decisão Cautelar, p. 3)
26
De acordo com Sarmento, que se utilizou do relatório “A visão do Ministério Público sobre o Sistema
Prisional Brasileiro”, em 65% dos presídios brasileiros não há assistência jurídica prestada na unidade,
assim como não há defensores públicos nas delegacias para acompanhar as prisões em flagrante
(SARMENTO, 2015, p. 33)
27
VIEIRA, Oscar Vilhena. A desigualdade e a subversão do Estado de Direito. In; SARMENTO, Daniel;
IKAWA, Daniela; PIOVESAN, Flávia (orgs). Igualdade, diferença e direitos humanos. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2010, p. 207.
28
NOVAIS, Jorge Reis. Direitos Fundamentais: trunfos contra a maioria. Coimbra: Coimbra Editora,
2006, p. 28-30.
29
BRASIL. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Relatório da CPI do sistema carcerário, 2009.
30
A CPI de 2015 não foi utilizada na ADPF, vez que pronta após a interposição da peça inicial.
Entretanto, penso ser importante mencioná-la para demonstrar o aumento do número dos encarcerados,
bem como ressaltar que o Poder Legislativo tem plena ciência da situação, embora não aja no sentido de
solucioná-la. O relatório pode ser consultado em:< http://www2.camara.leg.br/atividade-
legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/parlamentar-de-inquerito/55a-legislatura/cpi-sistema-
carcerario-brasileiro/documentos/outros-documentos> Acesso em 05 de março de 2016.
31
BRASIL. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Relatório da CPI do sistema carcerário, 2015, p. 8-9.
32
BRASIL. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Relatório da CPI do sistema carcerário, 2015, p. 177.
33
CONTAS ABERTAS. Fundo Penitenciário completa 20 anos sem atingir suas finalidades. Redação,
14 de janeiro de 2014. Disponível em: http:<//www.contasabertas.com.br/website/arquivos/7530>
Acesso em 06 de março de 2016.
34
CONTAS ABERTAS. Fundo Penitenciário completa 20 anos sem atingir suas finalidades. Redação,
14 de janeiro de 2014. Disponível em: http:<//www.contasabertas.com.br/website/arquivos/7530>
Acesso em 06 de março de 2016.
35
SARMENTO, Daniel. Petição inicial da ADPF347. 2015, p. 8.
36
O estado de coisa inconstitucional originou-se na sentença SU-559, de 6 de novembro de 1997,
36
proferida pelo juiz Eduardo Munõz. Para maiores informações verificar o texto de HERNANDEZ,
Clara Inés Vargas. La garantia de la dimensión objetiva de los derechos fundamentales y labor del juez
constitucional colombiano em sede de acción de tutela: el llamado “estado de cosas inconstitucional”.
Estudios Constitucionales, vol.1, n.1, 2003.
37
Luis Roberto Barroso é professor da UERJ e em alguns dos seus julgados no STF já havia mencionado
o estado de coisa inconstitucional, em especial no voto-vista por ele proferido na Questão de Ordem
atinente as ADIs 4.357 e 4.425. Também da UERJ é a tese de doutorado intitulada Da
inconstitucionalidade por omissão ao “Estado de coisas inconstitucional”, de autoria do professor da
instituição Carlos Alexandre de Azevedo Campos.
38
BRASIL, STF, Informativo 796, de 24 a 28 de agosto de 2015. Disponível em:<
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo796.htm#Sistema carcerário: estado de
coisas inconstitucional e violação a direito fundamental – 1> Acesso em 05 de março de 2015.
39
O autor publicou dois artigos que estão disponíveis na rede de computadores, são eles: “O estado de
coisas inconstitucional e o litígio estrutural” e “Estado de Coisas Inconstitucional”
40
Entidades aqui com o significado de que é necessária a atuação de Entes políticos diversos (Distrito
Federal, Estados membros e União) e ainda de órgãos dentro de cada um destes entes (Poder Executivo e
Legislativo de cada um dos entes)
41
Esse desdobramento ou a ideia de congestionamento da Justiça é um dos argumentos utilizados na
petição inicial da ADPF 347 (SARMENTO, 2015, p. 9). Igualmente o problema de congestionamento foi
uma das causas para a criação do instituto na Colômbia, pensando-se na economia processual que
resultaria de a questão de muitas pessoas ser deliberada em apenas uma demanda, como se pode constatar
no texto de Hernandez, 2003, p. 214.
42
HESSE, Konrad. Elementos de Direito Constitucional da República Federal da Alemanha. Trad.
Luís Afonso Heck. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1998.
43
HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Trad. Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre:
Sergio Antonio Fabris Editor, 2002.
44
LASSALE, Ferdinand. A essência da Constituição. 9.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010
45
HESSE, Konrad. Elementos de Direito Constitucional da República Federal da Alemanha. Trad.
Luís Afonso Heck. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1998, p.61.
46
HESSE, Konrad. Elementos de Direito Constitucional da República Federal da Alemanha. Trad.
Luís Afonso Heck. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1998, p.238-244.
47
HESSE, Konrad. Elementos de Direito Constitucional da República Federal da Alemanha. Trad.
Luís Afonso Heck. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1998, p.239.
48
BÖCKENFÖRDE, Ernst-Wolfgang. Escritos sobre Derechos Fundamentales. Baden-Baden: Nomos
Verlagsgesellschaft, 1993, p. 111-114.
49
HERNANDEZ, Clara Inés Vargas. La garantia de la dimensión objetiva de los derechos fundamentales
y labor del juez constitucional colombiano em sede de acción de tutela: el llamado “estado de cosas
inconstitucional”. Estudios Constitucionales, vol.1, n.1, 2003, p. 207.
50
HERNANDEZ, Clara Inés Vargas. La garantia de la dimensión objetiva de los derechos fundamentales
y labor del juez constitucional colombiano em sede de acción de tutela: el llamado “estado de cosas
inconstitucional”. Estudios Constitucionales, vol.1, n.1, 2003, p. 211.
51
HESSE, Konrad. Elementos de Direito Constitucional da República Federal da Alemanha. Trad.
Luís Afonso Heck. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1998, p.279
52
Exemplo recente é o reconhecimento em sede de repercussão geral da seguinte situação: “em caso de
inobservância de seu dever específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição
Federal, o Estado é responsável pela morte de detento indenizar”, no RE 841.526, relator Min. Luiz Fux,
julgado em 30/03/2016.
53
BAYÓN, Juan Carlos. Derechos, democracia y Constitución. In: CARBONELL, Miguel (org.).
Neoconstitucionalismo(s). Madrid: Editorial Trotta, 200, p. 211.
54
NOVAIS, Jorge Reis. Direitos Fundamentais: trunfos contra a maioria. Coimbra: Coimbra Editora,
2006, p. 28.
55
NOVAIS, Jorge Reis. Direitos Fundamentais: trunfos contra a maioria. Coimbra: Coimbra Editora,
2006, p. 35.
56
BRASIL. STF. ADPF347. Decisão cautelar. 2015, p.9. Disponível em: < http://jota.info/wp-
content/uploads/2015/08/ADPF-MC-347-Voto.pdf> Acesso em 18 de fevereiro de 2016
57
BRASIL. STF. ADPF347. Decisão cautelar. 2015, p.23-24. Disponível em: < http://jota.info/wp-
content/uploads/2015/08/ADPF-MC-347-Voto.pdf> Acesso em 18 de fevereiro de 2016.
58
Essa determinação está presente no art. 22, I, da Constituição da República.
59
HERNANDEZ, Clara Inés Vargas. La garantia de la dimensión objetiva de los derechos fundamentales
y labor del juez constitucional colombiano em sede de acción de tutela: el llamado “estado de cosas
inconstitucional”. Estudios Constitucionales, vol.1, n.1, 2003, p. 225-226, tradução livre.
60
BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no Direito Brasileiro. 6.ed. São Paulo:
Saraiva, 2012
61 61
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional.
8.ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 1036.
62
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 8.ed.
São Paulo: Saraiva, 2013, p. 1036.
63
HERNANDEZ, Clara Inés Vargas. La garantia de la dimensión objetiva de los derechos fundamentales
y labor del juez constitucional colombiano em sede de acción de tutela: el llamado “estado de cosas
inconstitucional”. Estudios Constitucionales, vol.1, n.1, 2003, p. 205.
64
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 7.ed. Salvador: Juspovm,
2015, p. 1257
65
BRASIL. STF. ADPF347. Decisão cautelar. 2015, p.3. Disponível em: < http://jota.info/wp-
content/uploads/2015/08/ADPF-MC-347-Voto.pdf> Acesso em 18 de fevereiro de 2016.
66
O artigo do Rubens Glezer e Heloísa Machado assume essa postura. Conferir em:
<http://jota.uol.com.br/decide-mas-nao-muda-stf-e-o-estado-de-coisas-inconstitucional>. Acesso em 21
de fevereiro de 2016.
67
ALVES, Cândice Lisbôa. Direito à saúde: efetividade e proibição do retrocesso social. Belo
Horizonte: D’Plácido, 2013, p.92-110.
68
BENVINDO, Juliano Zaiden; COSTA, Alexandre Araújo. A Quem Interessa o Controle Concentrado
de Constitucionalidade? O Descompasso entre Teoria e Prática na Defesa dos Direitos Fundamentais.
Brasília: UNB, 2014, p. 80.
69
ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo:
Malheiros, 2008, p.522.
70
NOVAIS, Jorge Reis. Direitos Fundamentais: trunfos contra a maioria. Coimbra: Coimbra Editora,
2006, p. 28-30