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FUNDAÇÃO LOWTONS DE EDUCAÇÃO E CULTURA

Colégio Oswaldo Tognini

Alfredo Custódio Faria da Silva


Diego de Souza Medeiros
Enzo Thomas do Amaral Martins
Erick Filipe Soboleski Ximenes
Gabriella Alencar Cecci
Giuliana Galvão da Silva
Joaquim de Mascarenhas Piotti
Juliana Golveia
Leonardo Santos Zottos
Marcela Dutra de Morais
Maria Clara Landim
Maria Eduarda Barros
Miguel Stefan Lanzarin
Pedro Henrique Macedo de Oliveira Doneida
Zion Lemos Contar Vendimiati

O DILEMA DAS REDES E A PROBLEMÁTICA DAS FAKE NEWS NOS DIAS DE


HOJE

Campo Grande - MS
2022
Alfredo Custódio Faria da Silva
Diego de Souza Medeiros
Enzo Thomas do Amaral Martins
Erick Filipe Soboleski Ximenes
Gabriella Alencar Cecci
Giuliana Galvão da Silva
Joaquim de Mascarenhas Piotti
Juliana Golveia
Leonardo Santos Zottos
Marcela Dutra de Morais
Maria Clara Landim
Maria Eduarda Barros
Miguel Stefan Lanzarin
Pedro Henrique Macedo de Oliveira Doneida
Zion Lemos Contar Vendimiati

O DILEMA DAS REDES E A PROBLEMÁTICA DAS FAKE NEWS NOS DIAS DE


HOJE

Projeto da Feira de Ciências apresentado à


Fundação Lowtons de Educação e Cultura
(Colégio Oswaldo Tognini), como avaliação
parcial das atividades do 4° bimestre.

Orientadores: André César da Costa


Reginaldo Donizete Alves

Campo Grande - MS
2022
"Não há mentira pior do que uma verdade mal compreendida por aqueles que a ouvem."
- William James
RESUMO

Este projeto de pesquisa tem como objetivo discutir os problemas causados pela disseminação
de notícias falsas, e os riscos que a alta exposição à internet pode trazer à saúde e à vida
cotidiana dos indivíduos. Também será comentado sobre algumas fake news históricas, como
o mito do retrato da Independência do Brasil, e o que realmente aconteceu na data em
questão.

Palavras-chave: Fake news. Internet. Saúde mental. Ambiente virtual. Notícias falsas.
Crimes cibernéticos.
ABSTRACT

This research project aims to discuss the problems caused by the spread of fake news, and the
risks that high exposure to the internet can bring to the health and daily life of individuals. It
will also be commented on some historical fake news, such as the myth of the portrait of the
Independence of Brazil, and what really happened on the date in question.

Keywords: Fake news. Internet. Mental health. Virtual environment. Cyber crimes.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7
O FENÔMENO DAS FAKE NEWS 8
O RETRATO DA INDEPENDÊNCIA 9
CONCLUSÃO 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11
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INTRODUÇÃO

No cenário atual, é evidente a forma como a sociedade, principalmente os jovens, está


intimamente conectada às redes. As tecnologias, originalmente planejadas com o intuito de
facilitar a vida das pessoas, se tornaram algo essencial, indispensável, quase “vital” ao ser
humano.
Nestas redes, algoritmos calculam com precisão as publicações mais interessantes para
cada indivíduo, criando assim um ambiente “perfeito”, ideal e confortável, que nos leva a
querer passar cada vez mais tempo nele. Porém o tempo gasto em apps como Instagram,
Facebook, etc. leva esses indivíduos a se espelhar em padrões inalcançáveis, sejam eles de
beleza, emprego, estilo de vida, relacionamentos, ou qualquer outro comparativo.
Diante disso, pesquisas feitas pelo Senado Federal e pelo Hospital Santa Mônica,
apontam que o uso em excesso da internet vem gerando uma série de problemas aos usuários,
tais como: fobia social, ansiedade, complexo de inferioridade e superioridade, depressão e
vício. O usuário também pode adquirir o chamado “Fear of Missing Out”, em português
“Medo de perder” ou “Medo de ficar de fora”, uma fobia onde a vítima sente a necessidade de
estar a todo momento atualizada, sempre participando do que outras pessoas postam.
Em casos mais complexos, todo esse desgaste mental e emocional pode levar a vítima
a medidas extremas - como cirurgias que modificam a aparência, o uso de substâncias
prejudiciais à saúde, e até mesmo suicídio.
O espaço virtual, aparentemente “livre de regras”, fez com que as pessoas também
passassem a utilizá-lo para fins ilegais. Estelionato, fraudes, pedofilia, crimes de ódio, e o
compartilhamento de notícias falsas.
No campo das fraudes, destaca-se o processamento indevido de informações pessoais
coletadas por sites. O criminoso consegue facilmente ter acesso a dados como telefone, email,
situação fiscal, o que lhes permite aplicar golpes onde a vítima nem mesmo questiona sua
veracidade. Os alvos mais comuns tendem a ser usuários acima dos 50 anos, considerando
que esta é a parcela da população com menos conhecimento acerca do ambiente virtual.
Por outro lado, a parcela que mais sofre crimes como pedofilia e divulgação de fotos
íntimas nas redes, são os jovens. O compartilhamento de fotos íntimas nas redes, ocorre na
maioria das vezes entre adolescentes na faixa de 13 a 18 anos. Em uma pesquisa feita pela
UNICEF com 14 mil adolescentes, cerca de 35% afirmaram já ter enviado fotos ou vídeos
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íntimos a alguém. Entre eles, 10% já sofreram com a exposição destas fotos, sendo que a
grande maioria não obteve nenhuma rede de apoio após o acontecimento.
Somado a isso, um dos problemas mais graves atualmente: as fake news, notícias
falsas que costumam ser espalhadas rapidamente, com a ajuda de “Bots” de programação,
gerando uma série de problemas onde em muitos casos não é possível desmentir, ou mesmo
confirmar se é verdade ou não a notícia espalhada na rede.
As fake news não são um fenômeno relativamente novo na história do Brasil. A
começar pelo retrato distorcido da Proclamação da Independência, chegando até os dias
atuais, onde por conta da falta de informação, e da alienação, pessoas morrem dia após dia.
É importante ressaltar que, o uso das redes não é algo prejudicial, que deve ser
“evitado a todo custo”. Pelo contrário, desde sua criação, vêm sendo utilizadas para facilitar a
comunicação, transporte, comércio, entretenimento, dentre várias outras funções. Apenas se
faz necessário que seus usuários entendam o que está acontecendo ao seu redor, para que os
seus dados estão sendo utilizados, quais os seus direitos enquanto cidadão no ambiente
digital, e o que fazer para evitar ser vítima dos crimes já citados.

O FENÔMENO DAS FAKE NEWS

Com o advento da tecnologia, atualmente é possível manipular imagens, vídeos, e


até mesmo áudios, assim modificando todos os níveis de uma informação. Criminosos se
aproveitam destes recursos para a criação e disseminação de notícias falsas no meio digital.
Algumas manchetes são editadas de tal forma que se torna quase impossível ao
leitor duvidar de sua veracidade. Porém, é fácil identificar um padrão dentre este tipo de
notícias:
● Títulos chamativos: na tentativa de chamar a atenção do usuário, seus criadores
recorrem a manchetes apelativas, geralmente em torno de algum tema
polêmico e de discussão relevante no momento da publicação.
● Fontes não confiáveis: artigos publicados sem que o autor informe a origem da
informação, ou quando suas referências levam a sites duvidosos, ou mesmo
corrompidos (quando não é possível acessar o site), pode ser um sinal de que a
notícia apresentada foi invenção do próprio autor.
● Imagens impressionantes: a imagem da notícia muitas vezes é a primeira coisa
na qual o leitor põe os olhos. Imagens chocantes, que causam espanto à
primeira vista, podem ser fotos comuns colocadas fora de contexto, ou mesmo
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editadas para levar o leitor a acreditar com mais facilidade no que está sendo
enunciado. Afinal, muitos ainda são adeptos do “ver para crer”.

As fake news são comumente compartilhadas via Whatsapp, Facebook, Telegram e


Instagram - redes sociais, no geral. Grande parte dos compartilhamentos não se dá por
intenção do usuário de praticar o crime, e sim pela falta de informação fornecida a ele.
Para combater a desinformação, existem diversas plataformas as quais o usuário pode
recorrer para a checagem dos fatos. Entre elas, as principais são: Agência Aos Fatos,
Boatos.org, UOL Confere, Agência Lupa, Estadão Verifica e G1-Fato ou Fake.

O RETRATO DA INDEPENDÊNCIA

Entre as fake news mais famosas na história do Brasil, destaca-se a própria


proclamação da independência. Uma de suas principais representações é a pintura de Pedro
Américo: “Independência ou Morte”. Fato é que o quadro, bem como a história amplamente
divulgada, sofreram certas licenças poéticas por parte do autor.
A versão já conhecida é a de que, nas margens do Rio Ipiranga, no dia 07 de
setembro de 1822, Dom Pedro I - junto de sua grande comitiva de soldados, todos à cavalo e
bem vestidos - teria gritado a tão famosa frase “Independência, ou morte!”, a qual também
deu nome ao quadro de Américo. Porém, atualmente já é possível encontrar estudos que
demonstram um outro lado - não tão glorioso - do grito da independência.
Primeiramente, é preciso entender que a independência não foi um fato isolado. O
processo de independência começa em São Paulo, termina na Bahia, e passa por intermédio
do Rio de Janeiro - a então sede do país. Quando o grito foi dado, Dom Pedro estava de
viagem: saía de Santos a caminho de São Paulo, buscando apoio político. Naquele momento,
o país passava por uma série de crises em várias de suas províncias.
A pintura de Pedro Américo foi feita em 1888, 66 anos após a Independência do
Brasil. A partir daí é fácil concluir que o pintor jamais presenciara de fato o momento do grito
de Dom Pedro, e provavelmente não havia mais ninguém vivo para contar como realmente foi
o cenário às margens do Rio Ipiranga. Logo, a ideia de Américo era representá-lo da melhor
maneira possível: gloriosa e idealizada, tal como os retratos de Napoleão. A intenção das
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pinturas históricas feitas na época, era retratar o momento da forma como gostariam que ele
fosse lembrado, e não necessariamente da maneira como ocorreu.
Os cavalos nobres representados no quadro, eram na verdade mulas de carga.
Afinal, naquela região, e voltando de uma longa viagem, esse era o meio de transporte mais
recomendado. Outra alteração do artista - por sinal, um enorme furo de roteiro - foi o
uniforme utilizado pelos soldados. Além das condições da viagem não permitirem o uso de
fardas tão luxuosas, os Dragões da Independência adotaram o uniforme somente mais de 100
depois.
Somado a isso, de acordo com o livro de Laurentino Gomes “1808”, Dom Pedro
teria sentido um súbito mal-estar intestinal, após comer um alimento estragado. O que sugere
que a parada feita naquela região, teve propósitos muito mais físicos do que simbólicos.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, é possível concluir que a manipulação de informações está


presente no país desde seus primórdios. Na ocasião da Independência, foi usada para construir
uma imagem inspiradora, um símbolo nacional, para um país que se encontrava em constantes
crises. Sua intenção não muda o fato de que uma notícia falsa foi difundida por todo um país,
mas torna possível compreender as motivações dos autores.
Nos dias de hoje, independente de suas intenções, a criação de notícias falsas é um
ato criminoso. Deve-se buscar combater a desinformação, bem como os problemas que o
vício em internet pode trazer. Pois da mesma forma que as notícias falsas são prejudiciais à
sociedade, as sequelas deixadas pelo uso em excesso das redes sociais prejudicam a todos os
indivíduos que a compõem.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Dilema das redes: 4 dados que comprovam o impacto das redes sociais na saúde mental.
Disponível em: <https://hospitalsantamonica.com.br/dilema-das-redes/>. Acesso em: 7 nov.
2022.

‌F.oMO - Fear of missing out: você conhece essa fobia? Disponível em:
<https://hospitalsantamonica.com.br/f-omo-fear-of-missing-out/>. Acesso em: 7 nov. 2022.

IMPARCIAL’, O. Dia da Independência: Conheça três possíveis mitos por trás do fato
histórico. Disponível em:
<https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2020/09/4873768-dia-da-independencia-do-bra
sil-veja-3-possiveis-mitos-por-tras-do-fato-historico.html>.

Onde Checar se é Fake News. Disponível em:


<https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/painel-de-checagem-de-fake-news/onde-checar/>.

Redes Sociais, Notícias Falsas e Privacidade de Dados na Internet. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/ouvidoria/dados/pesquisa-nov-2019-rela
torio-completo>.

Redes sociais e saúde mental: será que existe influência? Disponível em:
<https://hospitalsantamonica.com.br/redes-sociais-e-saude-mental-sera-que-existe-influencia/
>. Acesso em: 7 nov. 2022.

ZANFER, G. Bicentenário da Independência: o grito do Ipiranga e a história do 7 de


Setembro. Disponível em:
<https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/bicentenario-da-independencia-o-grito-do-ipiranga-e-
a-historia-do-7-de-setembro/#:~:text=A%20seguir->. Acesso em: 7 nov. 2022.

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