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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Unidade Acadêmica de Educação a Distância – UNEAD


Especialização em Gestão em Saúde

FERNANDA SANTANA OLIVEIRA

MEDIDAS TOMADAS A RESPEITO DA SEGURANÇA ALIMENTAR NO


MUNICÍPIO DE MORRO DO CHAPÉU – BA

IRECÊ
2018
FERNANDA SANTANA OLIVEIRA

MEDIDAS TOMADAS A RESPEITO DA SEGURANÇA ALIMENTAR NO


MUNICÍPIO DE MORRO DO CHAPÉU – BA

Pesquisa apresentada à disciplina de Estado e


Problemas Contemporâneos, do Curso de
Especialização em Gestão em Saúde da
Unidade Acadêmica de Educação a Distância-
UNEAD/ UNEB, como atividade avaliativa do
bloco III da referida disciplina.

IRECÊ
2018
O Ministério do Desenvolvimento Social, por meio da Secretaria Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional – SESAN, executa suas ações e programas, no âmbito da
Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, de forma descentralizada, com
transferência de recursos a outros órgãos federais, a estados, a municípios, a consórcios
públicos ou a organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, por meio de diferentes
instrumentos, tais como convênios, contratos de repasse, termos de parceria e termo de
adesão.

Especificamente em relação à gestão, a SESAN apoia o fortalecimento do Sistema


Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). Criado em 2006, o SISAN tem a
finalidade de assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e, para tanto,
vem promovendo avanços legais e institucionais para a implementação e gestão participativa
da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional em âmbito federal, estadual e
municipal. As suas instâncias (Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional
– CAISAN, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEA e as
Conferências Nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional) já funcionam plenamente na
esfera federal. Por sua vez, todos os estados e o Distrito Federal já aderiram ao SISAN e
possuem CAISAN e CONSEA e, parte, já possui Planos de Segurança Alimentar e
Nutricional.

Conforme documento aprovado na II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e


Nutricional, e incorporado na Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Lei nº11.
346, de 15 de julho de 2006), Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é definida como a
realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em
quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo
como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e
que sejam social econômica e ambientalmente sustentáveis. Constitui um conceito bastante
abrangente, por natureza interdisciplinar, que envolve questões de acesso a alimentos de
qualidade, práticas alimentares saudáveis, práticas sustentáveis de produção, cidadania e
direitos humanos (KEPPLE & SEGALL-CORRÊA, 2011).

Nesse sentido, apresentar dados quanto à segurança alimentar de determinado


município requer um estudo aprofundado do perfil social, dos dados contidos no SISVAN,
que avalia o estado nutricional da população atendida na atenção básica e ainda um bom
diálogo com os principais agentes envolvidos como: secretaria de assistência social,
nutricionistas e até a própria população do município. Como a compilação de todos esses
dados requerem um estudo mais minucioso das informações, objetiva-se aqui apresentar
apenas alguns números e indicadores elencados no município de Morro do Chapéu - BA.

Localizada na microrregião de Irecê-BA, o município de Morro do Chapéu possui


cerca de 36.856 mil habitantes segundo o IBGE. O município possui através da Secretaria de
Saúde, Assistência Social e Educação, programas da Bolsa Família, Cesta Básica,
Suplementação de ácido fólico para gestantes e mulheres no puerpério, Suplementação de
ferro para gestantes e mulheres no puerpério, Suplementação da vitamina A para crianças de
até cinco anos, NUTRISUS: atendendo crianças de 06 meses até 04 anos de idade nas creches
e escolas municipais contempladas, PAA: Programa de Aquisição de Alimentos, SISVAN:
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, e o PNAE: Programa Nacional de
Alimentação Escolar, prestando atendimento a cerca de 6 mil alunos da rede Municipal.

Quando confrontados os dados desse município ao SISVAN, obteve-se que das


crianças entre 0 e 5 anos de idade 89,21% possuem o peso considerado adequado, 2,1%
apresentam baixo peso, 0,60% muito baixo peso e 8,09% apresentam peso elevado para a
faixa etária. Apesar de se tratando de percentagens se pareça que a situação do município é
animadora, o que se vê quando se avalia os números absolutos (889 crianças) para o ano
pesquisado (2017) é que ainda ocorre o problema da subnotificação, ou seja os dados não são
proporcionais ao quantitativo de crianças nessa faixa etária residentes no município. Outros
dados como quantas refeições em média a população tem acesso não foram encontradas, o
que reafirma a necessidade de fortalecimento das políticas públicas voltadas a Segurança
Alimentar no referido município (BRASIL, 2018).

A integração entre as políticas setoriais no município acontece também, através do


vínculo com a Secretaria de Agricultura e CONAB no desenvolvimento do PAA - Programa
de Aquisição de Alimentos, a partir do qual é produzido e distribuído para as famílias de
baixa renda alimentos e produtos orgânicos para o seu consumo, essa distribuição é feita
através do CRAS do município. De acordo com o MDS o Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA), criado pelo art. 19 da Lei nº 10.696, de 02 de julho de 2003, possui duas
finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. Para
o alcance desses dois objetivos, o programa compra alimentos produzidos pela agricultura
familiar, com dispensa de licitação, e os destina às pessoas em situação de insegurança
alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos
públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino
(BRASIL, 2005).

O PAA também coopera para a constituição de estoques públicos de alimentos


produzidos por agricultores familiares e para a formação de estoques pelas organizações da
agricultura familiar. Além disso, o programa promove o abastecimento alimentar por meio de
compras governamentais de alimentos; fortalece circuitos locais e regionais e redes de
comercialização; aprecia a biodiversidade e a produção orgânica e agroecológica de
alimentos; incentiva hábitos alimentares saudáveis e estimula o cooperativismo e o
associativismo (BRASIL, 2004).

Percebe-se assim, que através do PAA, o município tem progredido no que diz
respeito à integração entre as diversas áreas da administração pública, principalmente com a
Educação e o Desenvolvimento Social e Econômico. No tocante ainda a Segurança Alimentar
o município realiza a suplementação de ferro e ácido fólico para gestantes e mulheres no
puerpério, além da suplementação da vitamina A para crianças de até cinco anos.

O município de Morro do Chapéu-BA, tem progredido bastante no que tange as


Políticas Públicas de Assistência Social, com efetivação de seus projetos e programas; porém
ainda apresenta a dificuldade de mudança em relação à postura de alguns usuários dos
serviços e benefícios, como também de controle e fiscalização, tanto por parte da gestão,
como da população.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Ministério do Desenvolvimento


Social e Combate à fome. Secretaria Nacional de Assistência Social, novembro de 2004.

BRASIL, Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. Disponível em:


http://dabsistemas.saude.gov.br/sistemas/sisvanV2/relatoriopublico/index. Acesso em: 09 de
jul. 2018.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018). Disponível em:


https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/sao-gabriel/panorama. Acesso em:09 de jul. 2018.
______.

Ministério ado Desenvolvimento Social e Combate à Fome / Secretaria Nacional de


Assistência Social. Norma Operacional Básica do SUAS – 01/2005. Brasília, 2005.

KEPPLE A.W; SEGALL-CORRÊA A.M. Conceituando e medindo segurança alimentar e


nutricional. Ciência & Saúde Coletiva, 16(1):187-199, 201

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