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20/04/2023

Universidade de São Paulo


Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Cultivo e consumo de cenoura
Departamento de Produção Vegetal

Disciplina LPV 0480: Olericultura, Floricultura e Paisagismo • Produtores


• Agronegócio da cultura da cenoura

Cultivo da cenoura • Consumidores


• Diversificação de uso
• Nutrição
• Carotenóides
Fernando Angelo Piotto
Professor Doutor

2023

Diversificação de uso Usos e valor nutricêutico

• O consumo de cenoura provê mais de 80%


das necessidades de vitamina A em todo o
mundo

• A deficiência de vitamina A
• Xeroftalmia
• Cegueira
• Aumenta a ocorrência de infecções fatais

Babycarrots Cubo em conserva Cubo desidratado

Brasil: Evolução da área, produção e rendimento


Cenoura: Produção no mundo (2013) de cenoura
Produção 30.000
Principais produtores País
(x 1000 t)
1 China 16.929,0 25.000
2 Uzbequistão 1.641,9
Área (ha)

3 Federação Russa 1.604,7 20.000


4 EUA 1.290,3
5 15.000
Ucrânia 930,1
6 BRASIL 785,2
10.000
7 Polônia 742,5
8 Reino Unido 696,2 5.000
9 Japão 600,5
Fonte: FAOSTAT, 2015

10 Alemanha 583,6 0
1980
1985
1990
1995
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015

Resto do Mundo 11.422,7


Total Mundial 37.226,6

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Brasil: Evolução da área, produção e rendimento Brasil: Evolução da área, produção e rendimento
de cenoura de cenoura

900 35
Produção total Brasil (mil t)

800 30

Produtividade (t/ha)
700
25
600
500 20

400 15
300
10
200
100 5

0 0
1980
1985
1990
1995
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015

1980
1985
1990
1995
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Principais polos de produção

GO: Cristalina

GO: Cristalina BA: Irecê, João


Dourado e Chapada
BA: Irecê, João Diamantina
Dourado e Chapada
Diamantina
MG: São Gotardo,
MG: São Gotardo, Santa Juliana,
Santa Juliana, Uberaba, Carandaí
Uberaba, Carandaí PR: Marilândia do Sul,
PR: Marilândia do Sul, RS: Caxias do Sul, Apucarana, Califórnia
RS: Caxias do Sul, Apucarana, Califórnia Antônio Prado, Vacaria
Antônio Prado, Vacaria

Taxonomia Origem e domesticação

• Família: Apiaceae (ex-Umbelliferae) • Ásia Central (Afeganistão)


– Gênero: Daucus • ~ 5.000 anos atrás
– Espécie: carota
• Tipos primitivos
• Púrpuras, amarelas e brancas
– Nome científico
– Daucus carota L. • Coloração alaranjada
• Norte da Europa
• ~ 500 anos atrás

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Origem e domesticação Origem e domesticação

45° N

30° N

23,43° N

Brasil - Século XVII


Diversidade genética: Cores

Imigrantes Portugueses Açorianos

Diversidade genética: Formatos Sementes


• Sementes
• Fruto do tipo esquizocarpo / diaquênio

• Face dorsal com espinhos

Nantes Brasília Kuroda Chantenay

Imperator Danvers Paris Market Oxheart

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Anatomia da raiz Calendário de semeadura e colheita


Ombro ou coroa
Pecíolo
Periderme
Caule
Floema

Xilema
ou coração

Câmbio vascular

Cicatrizes de
raízes laterais

Porção apical da raiz principal

Segmentos varietais Cultivar


Brasília
• Cultivares de primavera-verão (verão) Cultivar
• Tolerância a temperaturas elevadas
Brasília
• Resistência a doenças de clima quente
• “Queima-das-folhas”
(verão)
• Fungos: Alternaria dauci, Cercospora carotae
• Bactéria: Xanthomonas hortorum pv. Carotae
• Resistência à nematoides

• Cultivares de outono-inverno Cultivar Cultivar


• Geralmente não são resistentes às principais Nantes Nantes
doenças de clima quente (inverno) (inverno)
• Maior qualidade de raízes

Cultivar de verão cultivada no inverno


Desenvolvimento das raízes

Elaboração: Jairo Vieira


Fonte: Embrapa Hortaliças - junho/2003

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Desenvolvimento das raízes Desenvolvimento das raízes

Cultivares de verão: 100 – 110 dias


Cultivares de inverno: 110 – 120 dias

Colheita 

Colheita 
Semeio 

Semeio 
Elaboração: Jairo Vieira Elaboração: Jairo Vieira
Fonte: Embrapa Hortaliças - junho/2003 Fonte: Embrapa Hortaliças - junho/2003

Desenvolvimento das raízes Desenvolvimento das raízes

Crescimento primário Crescimento primário Crescimento secundário


Até 40-50 dias após semeio Até 40-50 dias após semeio Entre 50-120 dias após semeio
Colheita 

Colheita 
Semeio 

Semeio 

Elaboração: Jairo Vieira Elaboração: Jairo Vieira


Fonte: Embrapa Hortaliças - junho/2003 Fonte: Embrapa Hortaliças - junho/2003

Desenvolvimento das raízes Desenvolvimento das raízes

Crescimento primário Crescimento secundário Crescimento primário Crescimento secundário


Até 40-50 dias após semeio Entre 50-120 dias após semeio Até 40-50 dias após semeio Entre 50-120 dias após semeio
Colheita 

Colheita 
Semeio 

Semeio 

Fatores que afetam a fase: Fatores que afetam a fase: Fatores que afetam a fase: Fatores que afetam a fase:
Falta de água Desequilíbrio hídrico Falta de água Desequilíbrio hídrico
Excesso de água Desequilíbrio nutricional Excesso de água Desequilíbrio nutricional
Excesso de Nitrogênio Deficiência de Cálcio Excesso de Nitrogênio Deficiência de Cálcio
Incidência de nematoides Deficiência de Boro Incidência de nematoides Deficiência de Boro

Elaboração: Jairo Vieira Elaboração: Jairo Vieira


Fonte: Embrapa Hortaliças - junho/2003 Fonte: Embrapa Hortaliças - junho/2003

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Requerimentos agroclimáticos Requerimentos agroclimáticos

• Temperatura ótima para germinação • Temperaturas acima ou abaixo das


– 20 - 30 °C temperaturas ideias
– Emergência de 7 a 10 dias após a semeadura
– Alteração do ciclo da cultura

– Afeta síntese de carotenóides


• Temperatura ótima para
• Altera coloração das raízes
desenvolvimento das raízes
– Redução da produção
– 16 - 21 °C

Escolha da área Correção do solo

• Solos com textura média • Calagem


• Teor de matéria orgânica – Baseada na análise de solo

• Disponibilidade de água – Aplicação de calcário 3 meses antes da semeadura

– Incorporar na aração e/ou gradagem


• Topografia
– Elevar o pH para ~ 6,0
• Permeabilidade
– Elevar a saturação de bases para V% = 60-70

Elaboração Jairo Vieira


Boletim 100, IAC (1993)
Elaboração Jairo Vieira
Fonte: Embrapa Hortaliças Fonte: Embrapa Hortaliças

Adubação de base Adubação de base

• Adubação de plantio
– Em área total incorporada

– Fósforo (P) e Potássio (K)


– De acordo com análise de solo Deficiência de Boro

– 40 kg/ha N

– 12 kg/ha Bórax (17,5% B)

– Sulfato de Zinco (35% Zn)

Elaboração Jairo Vieira


https://www.embrapa.br/hortalicas/cenoura Adubação de base: distribuição a lanço
Fonte: Embrapa Hortaliças

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Adubação de base Semeadura

• Espaçamento
– 20 a 30 cm entre fileiras
– 5-6 cm entre plantas

• Profundidade
– 1-2 cm

Incorporação do fertilizante distribuído a lanço Elaboração Jairo Vieira


Fonte: Embrapa Hortaliças

Tipos de semeadeiras
Semeadura Semeadura

• Manual
– 6-8 kg/ha de sementes

• Mecanizada
– 1-2 kg/ha de sementes

Elaboração Jairo Vieira Elaboração Jairo Vieira


Fonte: Embrapa Hortaliças Fonte: Embrapa Hortaliças

Tipos de semeadeiras
Semeadura Semeadura

 Plantio com máquinas de alta precisão


 14 linhas (7 linhas duplas)
Elaboração Jairo Vieira
Fonte: Embrapa Hortaliças
 Densidade: 750 a 800 mil sementes/ha

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https://www.youtube.com/watch?v=75hfUI8h_FU

Semeadura de precisão de três canteiros


(15 linhas duplas)

Aplicação de herbicida Aplicação de herbicida

• Pré-plantio incorporado
– Trifluralina: Gramíneas

• Pré-emergência
– Linuron: Folhas largas
– Oxidiazon: Gramíneas

• Pós-emergência
– Linuron: Folhas largas
– Graminicidas
Elaboração Jairo Vieira
Fonte: Embrapa Hortaliças

Emergência das plântulas Manejo

• 7-10 dias após a semeadura • Raleio ou desbaste


– 25-30 dias após a semeadura (D.A.S.)

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Raleio ou desbaste Manejo

• Raleio ou desbaste
– 25-30 dias após a semeadura

Desbaste
25-30 D.A.S.

Manejo Manejo

• Raleio ou desbaste • Adubação de cobertura


– 25-30 dias após a semeadura – 30 e 60 dias após a emergência

– ~ 10 dias após o desbaste

– 40-60 kg/ha de N

– 60 kg/ha de K2O

https://www.embrapa.br/hortalicas/cebola/equipamentos

Doenças e insetos-praga na cultura da cenoura Nematóides

• Nematóides
– Meloidogyne incognita

– M. javanica

– Meloidogyne spp.

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Danos causados por nematóides Manejo para controle de nematóides

• Nematóides
– Nematicidas incorporados no preparo de solo

– Rotação de culturas

– Aração profunda em épocas quentes e secas

– Manejo da irrigação

Bifurcações
Elaboração Jairo Vieira Consultar Sistema Agrofit: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons
Fonte: Embrapa Hortaliças/1998

Doenças fúngicas Queima-das-Folhas

• Queima-das-Folhas Brasília

• Complexo fungibacteriano
– Fungos: Alternaria dauci, Cercospora carotae

– Bactéria: Xanthomonas hortorum pv. carotae

Nantes

Queima-das-Folhas Queima-das-Folhas

Contato:
• Mancozeb

• Clorotalonil

Sistêmicos:
• Iprodione

• Azoxtrobim Controle  fungicidas


Sintomas na umbela
à base de cobre

Xanthomonas h. pv. carotae

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Podridão-de-Raízes (Alternaria radicina) Podridão-de-Raízes (Rhizoctonia solani/carotae)

Controle:
Sementes de boa qualidade;
Causa o desaparecimento das plântulas
Rotação de culturas;
Manejo adequado de água. quando ocorre na fase inicial da cultura

Elaboração Jairo Vieira


Foto: Jairo Vieira Elaboração Jairo Vieira
Fonte: Embrapa Hortaliças/1998 Fonte: Bejo Zaden/Holanda

Manejo de doenças fúngicas Doenças bacterianas

• Doenças fúngicas • Doenças bacterianas


– Fungicidas – Problemas principalmente com excesso de umidade de
– Contato
solo
– Dithane (Mancozeb)
– Daconil, Bravonil, Dacortan (Clorotalonil)
– Problemas em nível de campo e pós-colheita

– Sistêmicos
– Folicur, Rovral (Iprodione)
– Spartak, Amistar (Azoxtrobim)

Consultar Sistema Agrofit: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons

Podridão-de-Raízes (Erwinia carotovora) Manejo de doenças bacterianas


Controle:

• Doenças bacterianas
- Solos bem drenados
- Época chuvosa  canteiros mais altos

– Controle da água

– Excesso de umidade no solo e molhamento foliar

– Elevação dos canteiros

Fase produção sementes: Fase pós-colheita 


- Podridões moles, podridões moles
- Odor característico

Consultar Sistema Agrofit: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons

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Manejo de insetos-praga e doenças Manejo de insetos-praga e doenças

• Doenças causadas por vírus • Insetos-Praga


– Controle dos insetos vetores – Inseticidas

– Inseticidas – Parasitóides

– Eliminação de plantas hospedeiras

Consultar Sistema Agrofit: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons Consultar Sistema Agrofit: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons

Anomalias fisiológicas Anomalias fisiológicas

Deficiência de Boro Bifurcação de raiz


Correção: Bórax 20 kg/ha

Sistemas de Irrigação Sistemas de Irrigação

• Aspersão convencional • Do plantio até o desbaste


• Canhão  problemas após o semeio – Irrigações leves e frequentes
• Pivot Central  comum em grandes áreas
• Gotejamento
• Do desbaste até 60 dias
• Micro aspersão
– Maior lâmina de água e menor frequência
• Sulcos

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Sistemas de Irrigação Sistemas de Irrigação

Irrigação de uma lavoura de cenoura com pivot


Exige cuidados com a pressão da central de cenoura em São Gotardo, MG
água  tamanho de gota Elaboração Jairo Vieira
Fonte: Embrapa Hortaliças/1998

Sistemas de Irrigação Colheita

• Colheita
– 100-120 dias após a semeadura

• Diferentes níveis de tecnologia


– Manual, semi-mecanizada, mecanizada

– Colheita mecanizada
• https://www.youtube.com/watch?v=dKnwstV62Gw
Detalhe do canhão autopropelido
• https://www.youtube.com/watch?v=njEWzgpqADA
(“rolão”)

Colheita Resultado de um bom cultivo

• Colheita semi-mecanizada

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Transporte e beneficiamento

• Transporte para as lavadoras


– Caminhões

• Beneficiamento
– Pré-lavagem

– Lavagem

– Seleção

– Classificação

https://www.youtube.com/watch?v=dwHFPmde4wI
https://www.youtube.com/watch?v=SU3Z3gUHWQs

Seleção e classificação

• Divisão em classes e tipos*


– Classes: em função do tamanho

– Tipos: em função dos defeitos

• Embalagens

*De acordo com o Programa Brasileiro Para a Melhoria dos Padrões


Comerciais e Embalagens implantado pela Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo – CEAGESP Tipos de embalagem

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Tipos de embalagem
Obrigado!

fpiotto@usp.br

Departamento de Produção Vegetal


ESALQ/USP

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