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Jornal de Geologia Estrutural 23 (2001) 203±221

www.elsevier.nl/locate/jstrugeo

Iniciação conjunta em rochas clásticas acamadas

David T. McConaughy1,Terry Engelder*

Departamento de Geociências, Universidade Estadual da Pensilvânia, University Park, PA 16802, EUA

Recebido em 12 de novembro de 1999; aceito em 20 de junho de 2000

Abstrato

Dois tipos gerais de estruturas sedimentares servem como pontos de iniciação (IP) para juntas de dobras cruzadas em leitos de siltitos da Formação Ithaca,
Appalachian Plateau, Nova York: limites de leitos planares e características geometricamente complexas, como formas de leito, vestígios de fósseis e estruturas de
deformação de sedimentos moles . A abundância relativa de cada tipo de IP varia com a posição estratigráfica do corpo articulado. Quando isolados mecanicamente
por folhelhos mais espessos, os corpos de siltitos apresentam maior percentual de IP associado a feições complexas. Esta associação apoia a hipótese de que as
estruturas sedimentares servem para concentrar tensões, tornando-se assim locais preferidos para iniciação articular primária. A iniciação da junta secundária
ocorre nos limites do leito planar através da interação com juntas pré-existentes em leitos de siltitos adjacentes que são acoplados mecanicamente para formar
juntas compostas. O caminho de propagação das juntas que passam através dos limites do leito plano das juntas compostas pode ser rastreado até o IP primário
em estruturas sedimentares complexas. A modelagem sugere que quando os leitos são acoplados mecanicamente, a modesta concentração de tensão na ponta da
junta através de uma camada de xisto (por exemplo, , 3£para um leito com 1 cm de espessura) é equivalente à concentração de tensões nas proximidades de uma
forma de leito. Consequentemente, em leitos de siltitos acoplados mecanicamente, estruturas sedimentares, como leitos, competem com pontas de juntas
preexistentes em leitos adjacentes para iniciar novos segmentos de juntas.q2001 Elsevier Science Ltd. Todos os direitos reservados.

1. Introdução no controle da iniciação de juntas em leitos de litologia mais

Vários problemas permanecem na definição das condições
mecânicas sob as quais as juntas se iniciam em rochas clásticas. Um
problema é que uma tensão desproporcionalmente grande de
formação de fissuras é necessária para desencadear e depois
sustentar a propagação conjunta das falhas in situ penetrantes e
abertas, mas muito pequenas (ou seja, fissuras e poros nos limites
dos grãos) nas rochas clásticas. Uma estrutura maior é necessária
para ampliar a tensão remota e, assim, iniciar a propagação de
fissuras a partir dessas fendas abertas que, de outra forma, são
muito pequenas para o crescimento de fissuras sob tensões de
origem de fissuras geologicamente razoáveis. Sabemos que
estruturas maiores são necessárias em afloramentos no Planalto
Apalaches, Nova York, onde heterogeneidades como concreções,
fragmentos fósseis, ondulações e moldes de ¯ute são os locais de
muitos pontos de iniciação (PI) (Bahat e Engelder, 1984). A sua clara
associação com a iniciação articular é uma ampla evidência de que
as estruturas sedimentares atuam para ampliar a tensão remota no
início da propagação articular.
Nosso estudo de campo de juntas em rochas clásticas estratificadas
do Grupo Genesee do Devoniano Superior, Finger Lakes District, Nova
York, concentra-se no papel das estruturas sedimentares
* Autor correspondente.
Endereço de email:engelder@geosc.psu.edu (T. Engelder).
1Endereço atual: Shell Offshore Inc, Nova Orleans, LA 70161, EUA.
grosseira, siltitos em sequência turbidítica. Aqui, dois tipos distintos
de estruturas concentram tensões em leitos de siltitos: estruturas
sedimentares primárias e juntas pré-existentes. Quando leitos de
siltitos são isolados mecanicamente por espessas camadas de xisto,
a tensão concentrada por estruturas sedimentares tem um papel
proeminente na iniciação conjunta. Quando os leitos são separados
por menos xisto, eliminando o isolamento mecânico, as pontas das
juntas existentes criam concentrações de tensão que desencadeiam
a propagação das juntas em leitos verticalmente adjacentes,
formando juntas compostas. Neste último caso, estruturas
sedimentares, como leitos, competem com pontas de juntas pré-
existentes em leitos adjacentes para iniciar novos segmentos
articulares. Documentaremos a natureza desta competição e
mostraremos como ela difere da iniciação conjunta em leitos
isolados mecanicamente.
Ainda assim, permanece a questão de como as estruturas
sedimentares ampliam o estresse remoto. Uma possibilidade é que
as diferenças entre a resposta elástica do siltito e do xisto possam
gerar concentrações de tensão nas estruturas sedimentares, uma
vez que os leitos não são cavidades abertas que atuam como
grandes ¯aws no sentido tradicional da mecânica da fratura elástica
linear. Utilizando modelos limitados pela forma e tamanho das
estruturas, além de dados sobre as localizações dos pontos de
iniciação das juntas, investigamos as condições mecânicas que
levam à concentração de tensões assumindo comportamento
elástico.

0191-8141/01/$ - ver capaq2001 Elsevier Science Ltd. Todos os direitos reservados.

PII: S0191-8141(00)00091-2
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PEDROSO WATKINS ROBTO FILMORE

LETCHWORTH RIBEIRO VALE TREMAN VALE

200

COY
WIS
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GP DO CANADÁ.
N
ARE 100 metros

GRUPO WEST FALLS

A SST. & SH.
ND WEST HILLS
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XISTO DE DUNQUERQUE

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XISTO DE HANOVER GARDEA
XISTO
XISTO DE ANGOLA
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HATCH XISTO
XISTO RHINESTREET

XISTO DE CASHAQUA
FLUXO DE ROCHA SST & SH.

GRUPO SONYEA
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XISTO MIDDLE
1 - Montour Falls 1 PENN DO R
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- Watkins Glen 2 - CALC
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Binghamton TULL
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GRUPO GENESÉ
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linha aproximada da seção

Calcário 0 25 50

HAMILTON GP.
quilômetros

1. Seção transversal leste-oeste através do Delta Devoniano de Catskill de Nova York, estendendo-se de Binghamton, NY, a Erie, PA. Exemplos de localidades mostradas em corte
transversal e visualização de mapa (adaptado de Kirchgasser e House, 1981).

2. Antecedentes York, os fluxos turbidíticos estavam mais próximos da fonte de

A Formação Ithaca do Grupo Genesee é uma cunha de siltito,
xisto siltoso e mudrock que se espessa para o leste, como parte do
complexo Devoniano do delta de Catskill em Nova York (Fig. 1). Os
leitos de siltitos variam em espessura, desde lâminas finas até
vários metros, e têm bases erosivas afiadas que exibem marcas
solas, ondulações de corrente e abrasões de corrente em pequena
escala. Em contraste com a mudança abrupta no tamanho dos
grãos nas bases erosivas, os topos dos leitos são menos distintos,
graduando-se novamente em intervalos argilosos.
Nas proximidades de Watkins Glen, Nova York, a Formação
Ithaca consiste em uma sequência de leitos turbidíticos depositados
na encosta da bacia em profundidades de água de cerca de 200
metros (Lundegard et al., 1985). A deposição lenta e contínua de
lama foi pontuada por fluxos de densidade de material do tamanho
de lodo. Esses depósitos são caracterizados por leitos lateralmente
contínuos de siltito e xisto de espessura relativamente constante e
marcam as porções distais do complexo delta progressivo do
Devoniano Superior Catskill.
Mais a leste, perto de Marathon e Binghamton, New
sedimentos. Taxas de deposição mais altas e encostas mais íngremes
causaram instabilidades gravitacionais na coluna de sedimentos,
resultando na deformação dos sedimentos moles. Camadas individuais
de siltitos tendem a ser lenticulares e contêm características como
estruturas de bolas e travesseiros, camadas onduladas e depósitos
tempestuosos de haxixe de concha. Uma maior incidência de escavação
vertical em comparação com porções mais distais da bacia indica o
elevado teor de oxigênio na coluna de água (Lundegard et al., 1985).
2.1. Desenvolvimento de juntas cruzadas
Os siltitos da Formação Ithaca são cortados por conjuntos de
juntas verticais regionais, com os conjuntos dominantes orientados
aproximadamente perpendiculares ao ataque das dobras
Alleghanianas. O alcance desses conjuntos de juntas “cruzadas”
varia regionalmente, de 330±345 perto de Watkins Glen a 350±020
nas porções orientais da área de estudo (Younes e Engelder, 1999).
As juntas cruzadas são bem desenvolvidas na maioria das unidades
estratigráficas da Bacia dos Apalaches, e seu desenvolvimento é
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Figura 2. Junta composta com interpretação da propagação da junta através dos leitos A (superior) e B (inferior) do afloramento Montour Falls. Linhas brancas finas traçam a morfologia plumosa,
espalhando-se na direção da propagação articular. A articulação do Leito A foi iniciada fora do campo de visão à direita. Linhas mais pesadas marcam linhas de prisão no Leito A, conforme
indicado por mudanças abruptas no relevo da penugem. A morfologia plumosa é interpretada para mostrar que a junta cruzou a camada intermediária de xisto ao longo de uma frente de 10 cm
de largura, depois se propagou lateralmente como juntas individuais nos dois leitos de siltitos. A junta no leito inferior é interpretada como tendo se propagado para a esquerda antes da junta
no leito superior que parou, pelo menos momentaneamente, na primeira linha de parada. Conseqüentemente, esta junta no leito inferior teria causado o deslocamento dos dois planos de junta
e o deslocamento para baixo no eixo da pluma superior quando a propagação da junta superior continuasse para a esquerda.

consistente com a cinemática da deformação Alleghaniana intercamadas (Helgeson e Aydin, 1991). O crescimento de uma junta composta
do Paleozóico tardio (Nickelsen e Hough, 1967; Engelder e é possível porque os leitos adjacentes são acoplados mecanicamente.
Geiser, 1980; Bahat e Engelder, 1984; Evans, 1994; Zhao e Camadas de xisto mais espessas atuam para isolar mecanicamente leitos
Jacobi, 1997). individuais, de modo que o crescimento da junta no leito isolado não seja
influenciado pelo campo de tensão na ponta da trinca de uma junta em outro
2.2. Morfologia da superfície articular leito. No Planalto Apalaches, o isolamento mecânico é comumente alcançado
com camadas intermediárias de xisto com menos de 40 cm de espessura (Fig.
As juntas cruzadas exibem morfologia de superfície plumosa
3). Pares de leitos podem ser isolados mecanicamente de leitos adjacentes por
bem desenvolvida em leitos de siltitos da Formação Ithaca (Fig. 2).
xisto intercalado e, ainda assim, o par pode ser acoplado se a camada
As plumas consistem em cristas e cavidades de baixo relevo que
intermediária de xisto for relativamente fina. O acoplamento mecânico é
formam um delicado padrão de penas ao longo de uma superfície
melhor alcançado quando as camadas intermediárias de xisto têm menos de 1
articular e registram a propagação articular durante o crescimento.
cm de espessura.
Três fases de crescimento articular, iniciação, propagação e parada
podem ser identificadas pela inspeção da morfologia plumosa
(Hodgson, 1961; Bankwitz, 1965; Kulander et al., 1979; Bahat e
3. Exemplo de localidades
Engelder, 1984; Kulander e Dean, 1985) . As cristas de baixo relevo,
ou marcas de penugem, são paralelas à direção de propagação da
Os dados do ponto de iniciação foram coletados em dois
junta, irradiando-se a partir do eixo da pluma. O relevo das marcas
afloramentos separados por cerca de 2 km nas proximidades de Watkins
de penugem geralmente aumenta à medida que a junta se
Glen (Fig. 1). O primeiro está localizado ao longo da Rodovia 14 entre
propaga, tornando-se mais grosseiro perto das linhas de retenção e
Watkins Glen e Montour Falls, o afloramento de Montour Falls, e o
nos limites do leito. As marcas de hackle convergem para um local
segundo está localizado na Rodovia 414, logo ao sul de sua interseção
de onde a junta se originou no ponto de iniciação, IP.
com a Rodovia 14, o afloramento de Watkins Glen. No afloramento de

2.3. Acoplamento mecânico de camas
Uma junta composta consiste em juntas em vários leitos de
siltitos próximos, onde as juntas se propagaram verticalmente
quase no mesmo plano de um leito para o outro (Fig. 2). A
propagação ocorre como consequência da projeção do campo
de tensão na ponta da trinca através do xisto fino
Montour Falls uma dobra cruzada (3358)conjunto de juntas bate
paralelamente à estrada, proporcionando exposição de superfícies de
juntas individuais de até 10 metros de comprimento. Uma sequência de
quatro leitos individuais de siltitos surge ao longo de um trecho de 500
m da Rodovia 14 (Fig. 3). Esses leitos estão localizados em um intervalo
de 3 metros de espessura da Formação Ithaca e variam em espessura de
8 a 20 cm.
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20 cm A mecanicamente
par isolado
8 cm B
o leito B está acoplado
mecanicamente ao leito A
150 centímetros
xisto
mecanicamente
12 cm C
cama isolada
40 centímetros
mecanicamente
17 centímetros D
cama acoplada
siltito
3. Seção transversal esquemática através de quatro leitos de siltitos da Formação
Ithaca no afloramento de Montour Falls. Os leitos A e B são aqueles mostrados na
Fig. 2. Este corte transversal ilustra a distinção entre leitos isolados mecanicamente e
leitos acoplados mecanicamente. Embora as faces de junção do lado direito dos
leitos de siltitos deste corte transversal esquemático estejam alinhadas num plano
vertical, elas não estão alinhadas dessa maneira no afloramento.
O afloramento de Watkins Glen, 3 km ao norte, expõe uma
sequência de xistos e siltitos intercalados que variam entre 5 e 20
cm de espessura e contêm os 3358 conjunto conjunto. A exposição
de superfícies de juntas individuais é geralmente limitada a menos
de um metro de comprimento devido ao ângulo de intersecção
entre o impacto das juntas e a tendência do corte da estrada.
Aproximadamente 60 km a leste, outros afloramentos para
este estudo são encontrados na rampa de entrada sul da I-81,
na cidade de Marathon, e ao longo da Avenida Pensilvânia, ao
sul de Binghamton, Nova York. As rochas desses afloramentos
estão posicionadas estratigraficamente mais altas do que os
afloramentos Montour Falls e Watkins Glen, perto do topo da
Formação Ithaca. Os xistos e siltitos intercalados sofreram
deformação significativa de sedimentos moles. Depósitos de
tempestade de conchas, camadas irregulares e estruturas de
bolas e travesseiros são evidências de um ambiente de
deposição mais raso. Juntas nos leitos de siltitos nas
proximidades de Maratona e Binghamton atacam desde 3588
para 0208,enquanto os xistos carregam um conjunto conjunto
atingindo 0758 (Younes e Engelder, 1999).
4. Classificação do ponto de iniciação
As principais observações de campo incluem a localização do IP com
em relação ao leito (por exemplo, base, meio, topo), a natureza e a
geometria da feição sedimentar à qual os IP estão associados e o
alinhamento vertical dos IP em relação às pontas das juntas em
leitos acoplados mecanicamente. Distinguimos um tipo de IP
associado a estruturas sedimentares complexas de um segundo
tipo de IP encontrado nos limites dos leitos planos: existem três
categorias de estruturas sedimentares de formato irregular
exibindo pontos de iniciação. Formas de leito, vestígios de fósseis e
outras características menos comuns agrupadas em uma terceira
categoria que inclui nódulos, concreções, fósseis, lâminas de xisto e
estruturas de deformação de sedimentos moles.
4.1. Formas de leito sedimentar
As formas de leito associadas ao IP são principalmente de origem erosiva e
desenvolvidas durante a deposição de turbidito dos siltitos da Formação
Ithaca. As correntes de densidade erodiram o substrato lamacento
produzindo características convexas no fundo dos leitos de siltitos
preenchidos com sedimentos mais grossos. As formas de leito incluem moldes
de ranhura, moldes de calha, moldes de ¯ute e ondulações de corrente. Os
moldes de ranhura são características alongadas muito comuns que
normalmente apresentam uma seção transversal convexa assimétrica em
forma de U, com alguns centímetros de largura (Fig. 4). Muito menos comuns
são os moldes em calha que se assemelham aos moldes em ranhura, mas são
maiores, variando de 8 a 15 cm de largura e 2 a 5 cm de profundidade. Os
perfis transversais dos moldes em calha apresentam uma geometria mais
bulbosa do que os moldes em ranhura (Fig. 5).
Os pontos de iniciação associados às formas de leito estão
comumente localizados em uma das duas posições em relação à
forma de leito. A assimetria das formas da cama resulta
frequentemente num contacto angular acentuado entre o molde e a
base da cama num dos lados. A pluma pode iniciar em um ponto
onde a forma do leito se une à base do leito, ou pode estar
localizada em uma superfície vertical ao longo da interface (Figs. 4 e
5). Em alguns casos, o longo eixo da forma de leito intercepta o
golpe da junta num ângulo oblíquo. O plano da junta na vizinhança
imediata do ponto de iniciação estará normalmente desalinhado
com o impacto global da junta em tais casos. A pluma na Fig. 4
ramifica-se em duas fraturas, uma que se propaga para a direita na
parte principal do leito, e a outra se desenvolve no próprio sulco e
depois se propaga para a esquerda de volta ao leito. Um esboço do
plano vertical da ranhura moldada retratado na Fig. 4 mostra que o
ramo esquerdo inicialmente se desenvolve ortogonalmente ao
longo eixo da ranhura moldada, depois gira no 3358orientação à
medida que se propaga para longe da ranhura fundida. Esta
geometria é interpretada para indicar que o molde da ranhura
causou uma reorientação local do é3. Como o campo de tensão
tectônica durante a orogenia Alleghaniana e as direções das
paleocorrentes durante o Devoniano não se correlacionam, os
sulcos raramente estão na orientação ideal para o início da
propagação conjunta.
As formas dos leitos podem ser vistas como uma distribuição aleatória de
¯aws de diferentes tamanhos na base dos leitos de siltitos. Freqüentemente,
uma junta inicia em um leito e se propaga por vários leitos próximos.
Conseqüentemente, muito poucas formas de leito realmente atuam como
pontos de iniciação. As juntas adjacentes podem ter começado a partir de
 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221 207

Figura 4. (a) Os pontos de iniciação são comumente associados a formas de leito como este sulco moldado na Formação Ithaca. O ponto de iniciação está localizado no canto do
molde do sulco, onde o limite do leito basal muda da orientação horizontal para a vertical (um quarto dos EUA para a escala no topo da imagem). (b) A reorientação local do
campo de tensão próximo às formas do leito é indicada pelo desalinhamento do plano da junta no ponto de iniciação com o impacto global da junta. No ponto de iniciação, a
junta é ortogonal ao eixo da ranhura moldada. Ele gira de volta para alinhamento com o campo de tensão regional à medida que se propaga para longe do molde da ranhura.

formas de leito separadas por uma distância superior a uma ordem

de grandeza maior que o espaçamento das juntas.

4.2. Vestígios de fósseis

Um segundo tipo de PI está associado a vestígios fósseis,

Figura 5. Um ponto de início da junta coincidente com uma superfície vertical ao longo da
cúspide de uma calha fundida grande (15 cm de largura). O xisto subjacente sofreu erosão
para revelar a geometria linear do molde, tendendo para E±W, como é típico das estruturas
relacionadas à corrente de densidade aqui. A tendência é ortogonal ao ataque conjunto e
nenhum desalinhamento é visível perto do ponto de início. Escala em centímetros.
incluindo trilhos de pastagem e tocas horizontais e verticais. Esses
vestígios de fósseis são tipicamente circulares ou elípticos em seção
transversal, ocorrendo dentro de leitos de siltitos ou em uma
interface de leito (Fig. 6). Eles podem conter sedimentos de
tamanho e composição diferentes da rocha circundante. Os
vestígios de fósseis têm geralmente um ou dois centímetros de
diâmetro, semelhantes em tamanho aos moldes menores. Tal como
acontece com as formas de leito, o IP geralmente ocorrerá em um
ponto de intersecção do traço fóssil com a base do leito (Fig. 6).
A iniciação articular associada a tocas verticais é marcada por
plumas que se originam ao longo do empréstimo, normalmente no
meio de um leito (Fig. 7). A linha AA0marca a posição
208 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221
Figura 6. Um exemplo de traço fóssil associado à iniciação conjunta. Esta toca horizontal se distingue de um leito por sua seção transversal elíptica e pelo sedimento
do tamanho de argila contido dentro da toca. O ponto de iniciação está localizado no lado esquerdo da toca. Escala em centímetros.
de uma série de seções finas cortadas em uma toca na Fig. Uma
fotomicrografia da seção delgada mostra que o interior da toca
contém uma porcentagem maior de matriz argilosa e minerais
platinados que estão alinhados paralelamente às paredes da
toca, do que o siltito circundante (Fig. 7b). Resíduos insolúveis
estão presentes e indicam que a solução de pressão ocorreu ao
longo dos limites da toca, talvez refletindo um contraste na
competência entre a toca e a rocha circundante. A forma
achatada da toca na vista plana (isto é, Fig. 7b) e a orientação
das superfícies resolvidas por pressão sugerem que o
encurtamento paralelo da camada ocorreu em uma direção
paralela ao plano das superfícies articulares (por exemplo,
Engelder, 1979). A iniciação articular está localizada ao longo da
borda da toca. A quantidade de deslocamento entre os dois
planos de junta, conforme visto na planta da Fig. 7b, varia de 0
a 2 mm ao longo do eixo da toca. O plano articular à direita
iniciou próximo à base do leito ao longo do eixo da toca e se
propagou de volta em direção à toca na seção transversal A±A0.
A superfície articular à direita na Fig. 7b curva-se à medida que
entra na toca, o que resulta da interação da ponta da junta de
propagação com a junta no lado esquerdo da toca.
4.3. Outros tipos, incluindo estruturas de deformação
sedimentar suave
Uma variedade de características sedimentares menos comuns
são agrupadas na categoria “outras”. Pontos de iniciação foram
observados com estruturas de bola e travesseiro. Estas estruturas
formam-se no início da história de consolidação dos sedimentos, e
não durante a deposição, como é o caso das formas de leito
relacionadas com a corrente. Eles são uma indicação de altas taxas
de sedimentação associadas a correntes de turbidez e depósitos de
tempestade, resultando em compactação solta de areias e
sedimentos. Essas estruturas consistem em pacotes discretos de
arenito ou siltito cercados por uma matriz de lamito. O
as estruturas são tipicamente de formato elipsoidal e variam em
tamanho de dezenas de centímetros a vários metros de diâmetro
(Fig. 8).
O IP das juntas em cada estrutura é controlado pela geometria
local da forma do leito. Conforme observado em muitas formas de
leito, os IP estão normalmente localizados em uma região de
curvatura máxima ao longo da superfície da estrutura (Fig. 8a). IP
tendem a ocorrer perto de superfícies verticais no perímetro das
bolas de siltito. Nas estruturas mais alongadas de bola e
travesseiro, a pluma tende a se propagar ao longo do longo eixo da
estrutura (Fig. 8b). No afloramento da Maratona, as juntas
associadas às estruturas de bola e travesseiro atingem
aproximadamente N±S, a mesma orientação de junta transportada
pelos leitos de siltitos coerentes. A matriz de xisto circundante não
exibe a mesma orientação conjunta.
4.4. Limites do leito plano
Dentro de leitos de siltitos individuais, os pontos de iniciação podem
ocorrer ao longo de superfícies planas onde nenhuma forma de leito
coincide com o IP. Este tipo de IP é tipicamente uma consequência da
interação mecânica com uma junta em um leito adjacente, onde uma
camada intermediária de xisto relativamente fina separava os dois leitos.
Quando leitos adjacentes são acoplados mecanicamente para permitir o
crescimento de juntas compostas, o início da junta é impulsionado pelo
campo de tensão na ponta da trinca de uma junta em um leito adjacente
(Helgeson e Aydin, 1991). Na Fig. 2, traçados da morfologia plumosa
documentam o desenvolvimento de uma junta composta em dois leitos
de siltitos que são separados por uma fina camada de xisto (Leitos A e B
em Montour Falls; Fig. 3). Desde a sua iniciação no leito superior em um
molde ¯ute, a junta propagou-se para a esquerda antes de parar.
Articulação, desencadeada pela presença da articulação no leito
superior, iniciada no leito inferior ao longo de uma superfície plana de 10
cm de largura e depois propagada bilateralmente. O ponto de
cruzamento ocorre através de leito de xisto com cerca de 1 cm de
espessura. No ponto de cruzamento, as juntas
 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221 209

Figura 7. (a) Uma toca vertical com 2 mm de diâmetro penetra através de um leito de siltito. A junta iniciou em vários pontos ao longo da toca resultando em uma face de junta composta. Uma
iniciação está próxima da parte inferior da junta e a outra está no rótulo da seção transversal A±A0. (b) Fotomicrografia de uma seção fina cortada normal ao eixo da toca do verme, ao longo da
seção transversal A±A0na Figura 7a. Veja o texto para detalhes.

nestas duas camas estão alinhadas verticalmente. Exceto no ponto
de ruptura inicial no leito inferior, as duas articulações não são
coplanares. Aqui dizemos que a junta no leito inferior contém um
ponto de iniciação no limite superior do leito planar. Tecnicamente,
podemos ter argumentado que o leito inferior não contém nenhum
ponto de iniciação porque a ruptura desse leito foi uma continuação
do crescimento de uma junta composta a partir do leito superior.
Na Figura 2, chama atenção a posição do eixo de propagação
no leito superior. Durante a propagação como uma junta
isolada, o eixo de propagação da junta é centrado no leito
superior. Após o ponto onde a ruptura passou para o leito
inferior, o eixo de propagação no leito superior mergulha para
a porção inferior do leito superior e então para. A ruptura
continua bilateralmente no leito inferior sem parar, desse modo
210 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221
8. (a) Uma grande estrutura de bola e travesseiro (1 m de diâmetro) localizada em
um afloramento de Binghamton, NY carrega a orientação da junta cruzada (0108). A
morfologia plumosa é destacada com giz. A junta iniciou em um ponto onde a
superfície da almofada de siltito se curva acentuadamente e onde a interface xisto-
siltito é orientada verticalmente ao longo do limite inferior. O comprimento da régua
é de 15 cm. (b) Uma almofada de siltito contém uma junta cruzada (3528)enquanto a
matriz de xisto circundante não. Observe o nódulo de 2 cm a partir do qual a pluma
se inicia e a franja racha no xisto acima do siltito.
permitindo que a propagação conjunta para a esquerda no leito
inferior chegue à frente da propagação conjunta que parou na linha
de retenção no leito superior. Após o reinício da propagação no
leito superior, o eixo de propagação é puxado ao longo da porção
inferior do leito sob a influência de um campo de tensão na ponta
da trinca criado pela junta no leito inferior. Esta geometria é um
exemplo de acoplamento mecânico entre dois leitos. Observe
também que no leito inferior o eixo de propagação para a direita é
puxado para o topo do leito por um acoplamento mecânico com a
junta pré-existente no leito superior.
4.5. Competição entre estruturas sedimentares e pontas articulares
Leitos de siltitos separados por finas camadas de xisto (, 2 cm)
permitem o acoplamento mecânico e o crescimento de juntas de
um leito de siltito para o outro. Neste caso, estruturas
sedimentares, como leitos, competem com pontas de juntas pré-
existentes em leitos adjacentes para localizar novos segmentos
articulares. Os leitos A e B em Montour Falls ilustram a natureza
desta competição (Figs. 2 e 9).
A propagação conjunta inicia na borda de uma pequena cúspide
na base do leito superior (ou seja, Fig. 9, Ponto 1). Isto é um
iniciação articular primária durante a qual o leito se rompe
espontaneamente sem o auxílio de articulações pré-existentes. Após o
início, a frente da trinca irradia em ambas as direções e cresce
verticalmente para fraturar o leito A de baixo para cima. Numa fase
inicial do crescimento da articulação no leito A, a iniciação articular é
desencadeada no leito inferior através de um cm de xisto (Fig. 9, Ponto
2). O ponto de passagem para o Leito B é uma iniciação conjunta
secundária. A junta no leito A continua a se propagar até o ponto 3, onde
uma diminuição abrupta no relevo do hackle ao longo de uma frente
curva indica uma mudança na velocidade de propagação ou parada da
trinca (Kulander et al., 1979). A junta no leito B também se propaga
bilateralmente com o eixo da pluma localizado próximo ao topo do leito.
À medida que a frente da fissura passa por um ponto alinhado com a
linha de retenção no leito superior, o eixo da pluma se desloca para
baixo em direção ao centro do leito (Fig. 9, Ponto 4). O ponto 5 marca
uma pequena fissura em forma de vieira localizada perto de uma
cúspide menor ao longo da base do leito A. Esta fissura está alinhada no
plano vertical com a junta do leito B, mas está deslocada 1 cm da junta
principal do leito A. A pluma das principais curvas da junta ao redor da
pequena fissura (Ponto 6) indicando que a pequena fissura se
desenvolveu primeiro. A morfologia da superfície fornece evidências de
que o desenvolvimento das articulações nos dois leitos foi um processo
interativo no qual a presença de uma articulação em um leito influenciou
fortemente o desenvolvimento subsequente da articulação adjacente.
O padrão de iniciação entre os leitos emparelhados é consistente ao
longo do afloramento de Montour Falls. Uma vez que uma junta iniciada
no leito inferior mais fino B, a morfologia plumosa indica uma tendência
a se propagar por distâncias horizontais mais longas antes da parada em
comparação com as juntas no leito A mais espesso (Figs. 3 e 9). Pequenas
fissuras em forma de vieira localizadas perto de cúspides menores ao
longo da base do Leito A indicam a passagem da frente da fissura no
Leito B e o subsequente desencadeamento de fissuras menores de volta
à base do Leito A antes do desenvolvimento da junta maior. Como as
formas dos leitos são características convexas na base do Leito A, a
iniciação também coincide com as distâncias mínimas entre os dois
leitos, onde muito pouco xisto separa os leitos. Essa fratura posterior é
caracterizada pela falta de deslocamento entre os dois planos de fratura,
enquanto os planos articulares maiores são normalmente deslocados.
Este comportamento, juntamente com o início das juntas no leito inferior
B associado à primeira chegada de frentes de fissura no leito superior,
sugere que o desenvolvimento da junta nos dois leitos foi um processo
dinâmico. O campo de tensão local na ponta da fissura é particularmente
importante para a propagação subsequente das juntas em ambos os
leitos.
5. Resumo do IP por localização e categoria
5.1. Afloramento de Montour Falls
Os pontos de iniciação encontrados no afloramento de Montour
Falls estão quase exclusivamente localizados na base dos leitos de
siltitos (Fig. 10a). Dos 135 pontos de iniciação catalogados, 124
(92%) ficavam no fundo dos canteiros. A base erosiva do
 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221
Figura 9. (a) Morfologia plumosa na junta composta nos Leitos A e B, e (b) traçado interpretativo. Veja o texto para interpretação.
os siltitos geram um nítido contraste litológico com o xisto
subjacente, enquanto no topo dos leitos de siltitos o contato é
gradativo com o xisto sobrejacente. A maioria dos pontos de
iniciação ocorre ao longo dos limites do leito plano ou próximo às
formas do leito (Fig. 10a). IP associados a vestígios fósseis ocorrem
quase exclusivamente como tocas horizontais na base de leitos de
siltitos. As ocorrências de IP que se enquadram na categoria
“outros” estão quase ausentes nesses leitos.
A continuidade lateral destes leitos de siltitos e a orientação
paralela do corte da estrada em relação às juntas permitem uma
comparação da iniciação das juntas entre leitos individuais que
diferem em espessura e proximidade de outros leitos de siltitos (Fig.
11). Um par de leitos adjacentes, designados Leitos A e B, exibem
características de desenvolvimento de juntas compostas em
múltiplas juntas (Figs. 3 e 9). O leito B mais fino (8 cm de espessura)
é separado do leito A sobrejacente (20 cm de espessura) por uma
camada de xisto de 1 cm. Muitos IP no leito B estão no plano com a
junta no leito A e ocorrem ao longo de seu limite superior, onde a
propagação do leito A para o leito B está no plano. Em contraste, os
IP no Leito A estão localizados principalmente no limite inferior do
leito e estão associados às formas do leito ou aos limites planares,
em proporções semelhantes.
O leito C é um leito mecanicamente isolado, separado do siltito
articulado mais próximo por 40 cm de xisto, enquanto o leito D está
espaçado apenas 3 cm de um siltito subjacente mais espesso
(principalmente coberto por este afloramento). Uma comparação das
duas categorias comuns de IP encontradas nos Leitos C e D sugere que o
mecanismo de iniciação pode diferir entre os leitos com base na sua
proximidade com outros leitos. Todos os IP na Cama D são
211
localizados na base do leito e 71% ocorreram nos limites do leito
plano. Nesse aspecto, os Leitos B e D são semelhantes. O siltito
abaixo do leito D contém 3358juntas que variam ao longo do
deslocamento horizontal daquelas no leito D sobrejacente de 0 a 4
cm. O leito abaixo do Leito D está mal exposto e não pôde ser
estudado. Juntos, o leito D e o leito abaixo dele carregam juntas
compostas nas quais a iniciação geralmente ocorre primeiro no
leito inferior e depois no leito superior. Em contraste com o Leito D,
a maior parte dos IP no Leito C estão associados às formas do leito
(Fig. 11). Como as juntas no leito C não fazem parte de um
compósito, as juntas se desenvolveram isoladas mecanicamente
das perturbações de tensão causadas pelas juntas existentes em
outros leitos. O isolamento mecânico também é indicado pela falta
de juntas no xisto circundante e pela ausência de juntas no plano
nos leitos de siltitos adjacentes. No afloramento de Montour Falls,
40 cm de xisto são suficientes para produzir isolamento mecânico
(Fig. 11). O leito C contém alguns IP nos limites planares, mas estes
IP não podem ser relacionados ao desenvolvimento de uma junta
mista.
5.2. Afloramento de Watkins Glen
O afloramento localizado ao longo da Rodovia 414 em Watkins Glen
expõe siltitos e xistos intercalados que estão posicionados mais acima na
seção estratigráfica do que aqueles no afloramento de Montour Falls. No
geral, a sequência é mais sedimentada e os xistos intercalados têm
apenas 5 a 20 cm de espessura. Formas de leito maiores, moldes de
calha e moldes de ¯ute (0,5 cm de largura) são encontrados neste
afloramento, e relativamente mais características de bioturbação são
212 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221

a) Localização do IP - Montour Falls Categoria IP

1%
8% 1%
7% n = 135

45%
46%

92%

Planar
Principal

Meio Forma de cama

Rastreamento de fóssil
Fundo Frequência percentual
Frequência percentual Outro

b) Localização do IP - Watkins Glen Categoria IP

n = 168

16%
27%
36%

60% 19%

13%
29%

Principal
Planar
Meio Forma de cama

Frequência percentual Fundo Frequência percentual

Rastreamento de fóssil

Outro

c) Localização IP – Afloramentos proximais Categoria IP

n = 78

36%
33% 33%
46%

21% 9% 22%

Principal

Meio Planar
Forma de cama

Frequência percentual Fundo Rastreamento de fóssil

Frequência percentual Outro

Figura 10. Os pontos de início são agrupados pela sua posição vertical dentro dos leitos (diagramas de localização IP) e pela feição sedimentar à qual estão
associados (categoria IP). (a) Cataratas Montour; (b) Watkins Glen; e (c) Afloramentos proximais.

presente em comparação com o afloramento de Montour Falls. Uma
porcentagem maior de IP ocorre em locais de limite médio e superior do
leito (Fig. 10). As geometrias irregulares do leito e escavações mais
extensas resultam em uma maior abundância de falhas adequadas. Os
segmentos articulares individuais são geralmente mais curtos e os IP são
mais espaçados do que aqueles no afloramento de Montour Falls. O
espaçamento das juntas é semelhante em ambos os afloramentos.
Consequentemente, a interação entre articulações dentro do mesmo
leito é mais evidente em Watkins Glen
onde muitas juntas apresentam terminações curvas. A maioria
dos IP está associada aos limites do leito plano, sugerindo a
importância relativa da interação entre juntas próximas no
início da fratura durante o desenvolvimento de juntas
compostas e o afloramento de Watkins Glen contém exemplos
muito bons de juntas compostas (Fig. 10b). Pontos de iniciação
associados a inclusões como pequenos nódulos, finas lâminas
de xisto (, 5 mm) e aqueles coincidentes com vestígios de
fósseis também são mais comuns nesses leitos. O pequeno
 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221 213

planar
Cama A
forma de cama
vestígio fóssil
4% outro

20 cm A n = 24
<1cm
8 cm B * n*= 9 50%
46% Cama B

22%

Frequência percentual

78%

150 centímetros

planar
Cama C forma de cama
vestígio fóssil
xisto 3% outro
3%

12 cm C n = 69 29%
* Cama D
65%
40 centímetros
6%
9%

D n = 33
14%
*
17 centímetros

Frequência percentual
<3 cm
71%
siltito

* - Localização IP

Figura 11. Comparação leito por leito das categorias IP em Montour Falls. Os dois gráficos circulares superiores comparam a ocorrência de IP para um par de leitos separados por uma fina
camada de xisto (1 cm).

as lâminas de xisto são frequentemente inclusões dentro ou perto da base dos leitos.
5.3. Afloramentos de Maratona e Binghamton
Os dados coletados de afloramentos localizados a 60 km a leste de
Watkins Glen e Montour Falls refletem uma mudança no ambiente de
deposição dos turbiditos do tipo lençol de águas profundas das porções
distais de uma bacia para depósitos mais proximais na frente do delta.
Os leitos de siltitos são caracterizados por estratificações mais
lenticulares e irregulares e variam de alguns centímetros a mais de um
metro de espessura. Camadas irregulares, depósitos de tempestade,
extensa bioturbação e deformação suave de sedimentos contribuem
para o aumento da complexidade geométrica dentro dos siltitos. A
complexidade da interação conjunta também aumenta em relação aos
afloramentos próximos a Watkins Glen. As juntas podem dobrar-se
(mudar de orientação abruptamente; por exemplo, Fig. 8a) ou
desenvolver reviravoltas ao longo de suas
margens, normalmente coincidentes com uma mudança na litologia (por
exemplo, Fig. 8b).
A localização do ponto de iniciação em relação ao acamamento é mais
uniformemente dividida entre as posições inferior, intermediária e
superior em comparação com os turbiditos distais (Fig. 10c). A ocorrência
de pontos de iniciação em vestígios de fósseis, inclusões e estruturas de
deformação de sedimentos moles é maior em importância em relação
aos afloramentos turbidíticos distais (Fig. 10).
Uma das características mais marcantes nestes afloramentos é o
desenvolvimento de juntas cruzadas nas estruturas esféricas e
almofadadas. As bolas de siltito repousam sobre uma matriz de
xisto com foliação compactada. As bolas individuais de siltito são
mecanicamente isoladas umas das outras, mas contêm juntas na
mesma orientação de dobra cruzada. Aqui o isolamento mecânico é
estabelecido pela falta de juntas planas em outros leitos ou em
estruturas adjacentes de esfera e travesseiro. Mais de um metro de
xisto separa essas bolas dos leitos articulados de siltitos. A
localização do IP no perímetro destas bolas de siltito é consistente
com outros estudos de rigidez
214 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221
visualização do plano
m
ol
de
de
linha de seção transversal
seção transversal do modelo
siltito
xisto
Fig. 12. Construção de uma seção transversal perpendicular ao plano da junta. A proporção da forma do leito mudará com o ângulo de intersecção entre
a tendência da ranhura moldada e o plano vertical que contémé3.
inclusões em uma matriz compatível (por exemplo, Eidelman e
Reches, 1992).
No afloramento Maratona, os xistos contêm um conjunto de
juntas (0758)que não está presente nem nos leitos de siltitos
nem nas bolas de siltitos. As bolas de siltito atuam como
inclusões grandes e rígidas em uma matriz menos rígida. Como
tal, são análogos às concreções nos xistos negros da Formação
Geneseo (McConaughy e Engelder, 1999). Em ambos os casos,
um conjunto de juntas ENE se propaga no xisto, mas não corta
a inclusão rígida. Engelder et al. (2000) demonstram que o
conjunto de juntas ENE é anterior às juntas cruzadas do
Planalto Apalaches. No que diz respeito às juntas cruzadas, a
diferença entre o comportamento das concreções no xisto
negro de Geneseo e nas bolas de siltito em Maratona é que as
juntas cruzadas se propagam dentro das bolas, mas não dentro
das concreções.
5.4. Resumo
Os afloramentos da Formação Ithaca neste estudo
podem ser considerados com base em sua localização
relativa no Delta Devoniano de Catskill: distalÐMontour
Falls, intermediárioÐWatkins Glen e proximalÐMarathon
e Binghamton. A distinção feita entre estes três
traço articular
ra
nh
ur
a
X X
Z
S S
face articular
X
σ3
Z S
as configurações são baseadas no caráter litológico do afloramento
e não na posição geográfica absoluta (isto é, Fig. 1). Uma
comparação da posição IP dentro do leito revela dois grupos de
dados, IP encontrado nas porções distal e intermediária (oeste) do
complexo delta, e IP encontrado na posição proximal (leste). Em
turbiditos distais (ou seja, em Montour Falls), a iniciação ocorre
quase exclusivamente na base dos leitos, onde o contraste litológico
é nítido entre xistos e siltitos, e onde formas de leito basais estão
disponíveis para servir como concentradores de tensão locais (Fig.
10a). Isto é particularmente verdadeiro para leitos isolados
mecanicamente (isto é, Leito C em Montour Falls). Uma maior
abundância de IP ao longo do topo do leito em Watkins Glen reflete
o crescimento de juntas compostas onde os leitos de siltitos são
mais comuns e as camadas intermediárias de xisto são mais finas. O
aumento da abundância de IP no meio do leito e ao longo do topo
do leito em turbiditos proximais reflete o aumento da falta de
homogeneidade dos leitos nestas porções da bacia.
Os turbiditos distais são caracterizados por uma alta frequência de
ocorrência de IP nos limites e formas do leito. Os IP ocorrem nas formas
do leito com aproximadamente a mesma frequência que os limites do
leito planar associados ao IP. A maioria daqueles em limites planares
parecem estar relacionados a um acoplamento mecânico com juntas em
leitos de siltitos adjacentes, levando ao desenvolvimento
 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221 215

a) xisto subjacente, enquanto o contato superior é gradativo

no xisto sobrejacente. Este contraste litológico pode ser
Contornos de tensão normalizada ( σxx/σR xx)
responsável pela percentagem muito elevada de IP na base
4
0,98 dos leitos. Assim, investigamos a natureza desse contato
litológico.
2 Siltito A ligação entre formas de leito e IP é particularmente evidente
Posição vertical (cm)

1.02
em leitos isolados mecanicamente onde outras fontes de
1.06 concentração de tensão geralmente não estão disponíveis (por
0 exemplo, Leito C, Fig. 11). Não apenas os IP são comumente
1.09 1.13
1.17 encontrados perto de formas de leito, mas sua posição em relação à
1.21 geometria de uma forma de leito é consistente. Tipicamente a
- 2 Xisto
1,25 localização preferida é perto de uma intersecção abrupta do leito
com o limite do leito planar (isto é, Figs. 4 e 5). Aqui, a concentração
-4 1,28 localizada de tensão de tração parece causar o início da articulação.
Entre os possíveis mecanismos para geração de concentrações de
tensão (por exemplo, Pollard e Aydin, 1988), um candidato é uma
-6 -4 -2 0 2 4 6
incompatibilidade elástica entre a porção convexa do siltito e a
Posição horizontal (cm)
porção côncava do folhelho subjacente. Sob uma carga compressiva
b) aplicada, uma diferença na resposta elástica das duas litologias

Contornos de tensão normalizada ( σxx/σR xx) pode resultar na localização da tensão de tração perto de uma
4 forma de leito. Uma série de modelos foi construída para testar a
1,0 1,0 capacidade de uma incompatibilidade elástica e geométrica, como
uma forma de leito, de gerar concentrações de tensão de tração no
2 Siltito
Posição vertical (cm)

IP em leitos de siltitos.
0,97
6.1. Perspectiva do modelo
0 0,94

0,91 Ao examinar superfícies articuladas em afloramentos, a vista

0,85
transversal de uma forma de leito é orientada perpendicularmente
- 2 Xisto 0,82
0,88
à menor tensão horizontal,Sh. Embora este seja o plano sobre o qual
0,79
a concentração de tensões atuou, esta concentração de tensões é
-4 gerada na seção transversal normal ao plano da junta (Fig. 12). Para
análise bidimensional das concentrações de tensão em torno de
uma forma de leito, esta última é a seção transversal de interesse.
-6 -4 -2 0 2 4 6
Muitas das formas de leito associadas à iniciação da junta são
Posição horizontal (cm)
características alongadas com seu longo eixo paralelo à direção de
Figura 13. (a) Contornos de tensão de compressão normalizada (éxx/sR xx) no uma corrente de densidade. Quando vistos em três dimensões, eles
proximidade da ranhura fundida. (b) Contornos de tensão de tração normalizada (éxx/ normalmente cruzam o plano da junta obliquamente (por exemplo,
éRxx) nas proximidades da ranhura fundida.
Fig. 4). A altura total da forma do leito permanece a mesma
independentemente da orientação, enquanto a largura da forma do
de juntas compostas. Nos turbiditos proximais, os IP são divididos
leito muda com a orientação da seção transversal.
de forma mais uniforme entre as quatro categorias principais,
As seções transversais do leito que apresentam os cantos mais
mostrando a importância crescente de vestígios fósseis, inclusões e
agudos para uma concentração de tensão são aquelas cortadas por
estruturas de deformação de sedimentos moles. A abundância
juntas que atingem menos de 108da tendência do eixo da forma do leito.
relativa destas categorias de pontos de iniciação reflete a maior
Quando visto ao longo de seu eixo, um molde de canal típico pode ter
disponibilidade de tais características, que por sua vez é uma função
uma relação profundidade/largura de 0,33. A mesma tendência de
do ambiente deposicional.
lançamento de ranhura em menos de 108de uma junta apresentará um
perfil de seção transversal com uma relação profundidade/largura
inferior a 0,06. As formas de leito nestes perfis são as mais difíceis de
6. Iniciação articular primária: concentração de tensão perto
reconhecer quando se olha para a junta porque têm um perfil
do leito
relativamente suave no plano da junta. Alguns IP que mapeamos como
limites de leito planar podem, na verdade, ser formas de leito tendendo
Uma das características marcantes dos pontos de
a um ângulo muito baixo em relação à junta.
iniciação em leitos de siltitos é a sua associação com leitos e
outras estruturas sedimentares complexas. Esses IP são o 6.2. O modelo de leito soldado
local da iniciação conjunta primária. A base erosiva dos
leitos de siltitos gera um nítido contraste litológico com o Nosso modelo principal possui duas camas com 10 cm de espessura e comprimento
216 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221

(a) εsim

50 centímetros

Siltito E = 20GPa

x Xisto E = 16GPa

Interface Friccional

siltito
(b) 0,9

1.1 0,6

2,0 0,3

0,1

xisto 0 1 2 centímetros

(c) fixado fixado

Figura 14. Resultados de um modelo contendo uma interface friccional separando os dois domínios materiais, submetidos à deformação extensional horizontal e à deformação
contracional vertical. (a) Deslocamentos nodais relativos ao longo dos limites do material. As duas camadas são essencialmente fixadas uma à outra ao longo da horizontal
limite do leito devido à carga vertical normal à interface. (b) Contornos de tensão de tração horizontal normalizada (éxx/sR xx) no siltito. O estresse
a concentração é altamente localizada na borda esquerda da ranhura fundida. Nota: A determinação da magnitude da concentração exigiria condições de
carregamento mais apropriadas para simular juntas acionadas por fluido. (c) Deslocamento relativo dos limites do leito.

de 50 cm. Como primeira aproximação, uma ranhura moldada é
modelada como uma saliência semicircular na base do leito superior
com um raio de 2,5 cm. Ambas as camadas são modeladas como
materiais homogêneos, isotrópicos e elásticos cujas propriedades foram
especificadas pelo módulo de Young (E)e índice de Poisson (n). As duas
camadas são consideradas perfeitamente unidas (por exemplo, não é
permitido deslizamento da camada). O modelo assume que as condições
de deformação plana se aplicam e queSHeShsão ambos horizontais. O
modelo é fixado na direção y ao longo da base do modelo e uma
deformação aplicada é imposta na direção x para
produzir o campo de tensão desejado. O programa de
elementos ®nite FRANC (Wawrzynek e Ingraffea, 1987) é usado
para gerar uma malha deformada e calcular as tensões
resultantes em cada nó.
No ambiente compressivo em que essas juntas se
formaram, a tensão motriz necessária para a formação da
junta é gerada pela pressão do fluido (Secor, 1965). O
modelo assume que a rocha é porosa e sujeita a uma
poropressão uniforme. Ao aplicar tensão contracional ao
modelo e induzir tensão compressiva, é criado um ambiente
 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221
onde regiões de tensão de compressão reduzida serão locais
favorecidos para iniciação da junta quando a tensão efetiva é de
tração (Pp. Sh). Nas sequências turbidíticas intercaladas examinadas
neste estudo, as juntas são geralmente confinadas a camadas
individuais de siltitos. Um mecanismo para conter as juntas dentro
dos siltitos são as tensões de compressão mais altas (e, portanto, a
tensão de formação de fissuras reduzida) nos xistos. Isto foi
conseguido no modelo escolhendo um valor menor do módulo de
Young dos siltitos (16 GPa) do que dos folhelhos (20 GPa).
Alternativamente, as juntas podem ser confinadas a rochas que são
menos resistentes à fratura. Se a tenacidade à fratura (KEu) dos
siltitos é considerado inferior ao dos xistos, as juntas no siltito
iniciariam a um nível de tensão de tração efetiva abaixo do valor
crítico para o xisto. Para simular esta condição o módulo de
elasticidade das duas litologias foi invertido.
Uma tensão contracional aplicada de 4£1024 resulta em uma tensão
remota compressiva de 6,6 MPa no siltito e 8,2 MPa no xisto. Os valores
de tensão nodal resultantes são normalizados pela tensão remota no
siltito e contornados na Fig. A tensão de compressão é elevada dentro do
próprio sulco moldado, atingindo no máximo 1,2 vezes a tensão remota
em sua base. Apenas em duas pequenas regiões ao longo do limite do
leito a tensão de compressão foi reduzida, e aí apenas em 2%. Se os
valores do módulo de Young forem invertidos para os dois leitos,
simulando um siltito mais rígido sobre um xisto mais complacente, o
resultado é uma distribuição de tensão ligeiramente diferente, mas
nenhuma redução de tensão perto da forma do leito. Se a deformação
aplicada for extensional, de modo que o modelo esteja sujeito a tensões
de tração, a distribuição de tensões resultante mostra que a ranhura
moldada é menos favorável para o início da junta do que em qualquer
outro lugar do leito (Fig. 13b). Todos esses modelos usam uma razão de
módulo de Young (Esiltito/Existo) de 1,25, um contraste relativamente forte
(Fischer, 1994). Uma proporção menor reduz ainda mais a magnitude
das concentrações de tensão. Mudanças no índice de Poisson para as
duas litologias também se mostraram ineficazes na geração de
concentrações de tensões próximas à forma do leito.
Os resultados destes modelos mostram que o simples
descasamento elástico entre os leitos não gera concentrações de
tensões nos locais indicados pelas observações de campo. Assim, o
leito era um local improvável para iniciação conjunta neste domínio
do modelo.
6.3. O modelo de deslizamento por fricção
Dados os resultados acima, um conjunto alternativo de
condições deve ser responsável pela concentração de tensões
implícita nas localizações dos pontos de iniciação. Uma possível
explicação envolve a resistência da interface entre os leitos. Se os
leitos não estivessem ligados, mas sim ligados ao longo de uma
interface friccional por meio de carregamento normal à superfície, o
desenvolvimento de alta pressão de fluido poderia contribuir para
concentrações de tensão. Pressão do fluido (Pp) na interface
horizontal da cama agiria contra o peso da sobrecarga (Sv). Uma
carga normal efetiva baixa na superfície do assentamento confere à
interface uma menor resistência ao atrito e aumenta a possibilidade
de deslizamento paralelo ao assentamento. Em alguns
217
partes da interface da cama em torno de uma forma de cama, a
interface da cama pode ser vertical. Nesses locais, dependendo
da orientação,Ppatua contra o menor estresse principal,Sh, em
vez deSv. Em uma bacia sobrepressãoPppode excederSh(por
exemplo, Engelder e Fischer, 1994), resultando em tensão
efetiva e dilatando a porção vertical da interface. A interface
dilatada poderia servir como uma falha macroscópica, sujeita à
tensão efetiva, com uma concentração de tensão de tração
associada em cada extremidade. Este processo cria uma
rachadura onde não existia antes.
Testar essa hipótese mostrou-se difícil porque exigia um modelo
no qual a pressão interna dos poros pudesse ser prescrita para a
interface, um recurso não escrito no FRANC. No entanto, FRANC
permite a definição de interfaces de fricção entre materiais. Esta
capacidade foi utilizada para um modelo no qual a tensão aplicada
serviu como proxy para a tensão de tração efetiva. Para modelar
condições adequadas para o desenvolvimento de juntas verticais
acionadas por fluido, exigimos queSv.Pp.Sh. Isto resulta em tensão
efetiva agindo normal às superfícies verticais, como juntas e
interfaces de estratificação vertical dilatadas. Estas condições foram
simuladas aplicando tensão contracional vertical (1aa) e uma
deformação extensional horizontal (1xx). A geometria do modelo foi
semelhante àquela usada anteriormente para modelar uma
ranhura moldada em uma interface perfeitamente colada (Fig. 14a).
A Fig. 14c mostra os deslocamentos do modelo deformado ao
longo da interface na vizinhança da ranhura fundida. Demonstra o
aumento da separação das superfícies verticais do leito devido à
tensão efetiva. Um gráfico de contorno normalizado
tensão de tração (éxx/sxxR) revela uma concentração de tensão localizada
tração na junção da forma do leito com o limite do leito plano (Fig.
14b). Sob estas condições, a magnitude absoluta da concentração
de tensão é menos significativa porque o campo de tensão
resultante não é representativo de um ambiente compressivo, um
modelo que não é possível com as ferramentas atuais disponíveis
através do FRANC. No entanto, a localização relativa da
concentração de tensão é de interesse. Os resultados sugerem que
é provável que ocorra uma concentração de tensão num local
consistente com as observações de campo, dada uma interface
friccional entre os leitos de siltito e de xisto e uma pressão de fluido
superior à menor tensão principal, que é paralela ao leito.
7. Iniciação da junta secundária: concentrações de tensão perto das
juntas existentes
O crescimento de uma junta composta em Montour Falls (isto é,
Leitos A e B), demonstra várias características importantes de
concentração de tensão que merecem consideração mais aprofundada
(Fig. 3 Fig. 9). Primeiro, a iniciação da junta secundária em concentrações
de tensão próximas às juntas existentes está subordinada à iniciação
primária em estruturas sedimentares complexas. Sabemos disso porque
o início da junta nas formas do leito é favorecido quando os leitos de
siltitos são isolados mecanicamente dentro de camadas espessas de
xisto e o início da junta durante o crescimento da junta composta
218
5 adjacentes não fissuradas, resultantes de uma junta existente, mas
Distância vertical da ponta da junta (cm)
Cama A
Siltito
0
Xisto
Siltito 1.6
-5
Cama B Contornos de tensão normalizada (σxx/σxx)R
- 10 -5
Distância horizontal da junta (cm)
Figura: 15. Gráfico de contorno da tensão horizontal normalizada (éxx/sxx
leito de siltito nas proximidades de uma junta pressurizada. A altura da junta é de 20
cm. Uma concentração máxima de tensão superior a duas vezes a tensão remota é
alcançada em duas pequenas regiões em cada lado da junta.
começa nas formas da cama. Em segundo lugar, 1 cm de xisto pode
impedir a propagação conjunta entre leitos de siltitos. Embora a
transmissão de uma concentração de tensões através da camada de
xisto ainda ocorra, 1 cm é tratado como um limite acima do qual o
crescimento das juntas mistas é limitado. Terceiro, uma junta conduzida
através da interface do xisto pode ter uma dimensão de propagação
limitada. Por exemplo, uma junta conduzida a partir do leito de siltito A
mais espesso (ou seja, uma junta mais alta) atravessa completamente o
leito fino B. No entanto, uma junta conduzida a partir do leito B mais fino
(ou seja, uma junta mais curta) cruza para o leito A, mas é não foi muito
longe (Fig. 9). Ambas as características refletem a natureza do
acoplamento mecânico entre leitos de siltitos e essas características
podem ser compreendidas através de modelagem adicional.
7.1. Configuração do modelo
Os pontos de início nos limites dos leitos planos são encontrados
quando os leitos de siltitos são mecanicamente acoplados através de
finas camadas de xisto e a propagação da junta salta de um leito para o
próximo para formar uma junta composta. Helgeson e Aydin (1991)
estudaram a morfologia de juntas compostas no Planalto Apalaches e
utilizaram um modelo de elemento ®nito para investigar a influência de
uma junta existente, sujeita a tensão remota, no desenvolvimento
subsequente de juntas em uma camada adjacente. Eles propuseram que
as concentrações de tensão nas pontas das juntas existentes são
transmitidas através de camadas finas de xisto para os siltitos
adjacentes. Esta perturbação de tensão pode ser sobreposta às
concentrações de tensão em falhas idealmente localizadas no leito não
articulado, resultando na fratura do leito. A concentração máxima de
tensão é desviada do plano da junta existente devido à geometria de
dois lóbulos do campo de tensão na ponta da trinca. Eles descobriram
que a quantidade de deslocamento entre as juntas individuais era uma
função do
DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221
espessura do xisto intermediário. Nossa análise, como a de
Helgeson e Aydin, examina perturbações de tensão em camadas
procura especificamente investigar o problema de juntas acionadas
Articulação
por fluido em um ambiente compressivo. Questões importantes
incluem: Com que eficácia a concentração de tensão gerada por
2,0 uma junta pressurizada é transmitida através de uma camada de
xisto intermediária quando a camada de xisto está em um ambiente
1,8 compressivo?
1.1
Nossa modelagem numérica de juntas controladas por fluidos
1.4 segue Fischer (1994) e Fischer et al. (1995) ao usar um modelo
estático simples (ou seja, FRANC) que não leva em conta a resposta
1.2 poroelástica das rochas sedimentares às mudanças na pressão dos
poros (Fig. 15). O campo de tensão ao redor de uma junta cheia de
1.1 fluido é aproximado submetendo o modelo a uma deformação
0 5 10 contracional horizontal (exx) e prescrevendo uma poropressão
interna que atua normal às paredes da junta. Os leitos de siltitos
são considerados meios porosos sujeitos à mesma poropressão
R) na parte inferior prescrita para a junta. As falhas dentro do leito de siltito inferior
estão sujeitas ao mesmo equilíbrio de forças que atuam na junta no
leito de siltito superior. Neste modelo simples, a tensão geradora de
fissurasDs agindo sobre um ¯aw no leito inferior é igual à soma da
pressão dos poros dentro do ¯aw (Pp) e a tensão de confinamento
local (éxx), que varia com a posição x±y no leito:
DsˆjPpj2éxx …1†
Para uma pressão de poro constante, a tensão local de condução da
fissura varia diretamente com a tensão de confinamento em resposta a
perturbações associadas à junta existente.
7.2. Acoplamento através de uma interface de xisto
Para investigar a concentração de tensões através de uma interface
de xisto, foram utilizadas constantes elásticas semelhantes às escolhidas
por Helgeson e Aydin (1991); um coeficiente de Poisson de 0,18 para
ambas as litologias e um módulo de Young 15% maior para o xisto (18,4
GPa) do que para o siltito (16 GPa). Esses valores foram selecionados
para simular tensões remotas 15% maiores na camada intermediária de
xisto do que nos siltitos adjacentes. Esta é uma razão de tensão razoável
baseada em estimativas de tensão in situ em camadas de rocha (Evans et
al., 1989). Uma tensão aplicada de
1£1023resulta em uma tensão teórica de fissura normal (éRxx) de
16,5 MPa nos siltitos e 19 MPa na camada de xisto. Uma
poropressão interna de224 MPa são aplicados às paredes da junta,
produzindo uma tensão de formação de fissuras de 7,5 MPa nos
siltitos, um valor consistente com estimativas de tensão de
formação de fissuras para fraturas do Modo I em uma variedade de
meios geológicos (Segall e Pollard, 1983; Vermilye e Scholz, 1995).
As camadas estavam perfeitamente unidas.
A concentração de tensão na ponta da junta causa tensões de tração
locais que podem exceder a tensão de origem da trinca (DsR) na junta
inicial. A tensão local de origem da fissura pode ser normalizada
dividindo-se pela tensão de condução de campo distante (Ds/DsR) e a
proporção resultante contornada sobre a região de interesse (Fig. 15).
Valores maiores indicam regiões onde as condições são
 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221
2.2
Concentração de tensões (σ /σR)
máx.
2 Leito A primeiro, seguidas pela iniciação no Leito B. O Leito A contém
1,8
1.6
1.4
estresse máximo
1.2
5 10 15
Altura da junta (cm)
Figura: 16. Concentração máxima de tensão (émáx./sxx R)
altura da articulação. Máximos medidos no local marcado com x para cada modelo. A
diminuição gradual da inclinação com o aumento da altura da junta reflete a raiz quadrada
do termo 2c na expressão para intensidade de tensão.
mais favorável para o início de uma nova articulação. Os máximos
ocorrem ao longo do limite superior do siltito não fissurado. O
deslocamento horizontal dos máximos do plano das escalas de
junta existentes com a espessura da camada intermediária de xisto
onde a concentração de tensão é 2£ .A forma dos contornos de
tensão reflete a geometria lobada simétrica associada aos campos
de tensão na ponta da trinca. Helgeson e Aydin (1991) encontraram
a mesma geometria geral em seu modelo extensional e concluíram
que as localizações dos máximos eram consistentes com o
deslocamento horizontal entre os planos das juntas individuais
observadas em juntas compostas em sequências intercaladas no
Planalto Apalaches. No entanto, dentro do leito B, a geometria
lobada do campo de tensão na ponta da trinca não era forte o
suficiente para causar o início da junta sem conduzir uma junta
diretamente através do leito de xisto a partir do leito A. Na verdade,
o alinhamento das juntas no ponto de cruzamento sugere que a
tensão na ponta da trinca foi responsável por conduzir a junta
através da interface do xisto por cima, em vez de iniciar uma junta
abaixo da interface.
Observamos também que o deslizamento nos limites do
assentamento elimina a singularidade da tensão na ponta da trinca
e, portanto, reduz bastante a concentração de tensões logo à frente
da ponta da trinca (Dollar e Steif, 1989). Se a junta atravessa a
interface, reinicia no outro lado ou simplesmente para, depende do
coeficiente de atrito da interface e da razão entre a tensão normal e
a tensão de cisalhamento na interface (Renshaw e Pollard, 1995).
As juntas nos dois leitos são normalmente compensadas em cerca de
1 cm, um valor previsto pelo modelo para uma espessura intercamada
de 1 cm. O eixo da pluma, que marca a região de tensão máxima de
geração de trincas, é comumente deslocado em um dos dois leitos em
direção ao outro leito (Fig. 9). Este comportamento é consistente com a
presença de uma concentração de tensões ao longo do limite do leito
(devido a uma junta existente no outro leito) durante a propagação de
uma junta no leito não fissurado. A concentração de tensões não é
grande o suficiente para iniciar a propagação da junta no leito não
articulado, mas é suficiente para
219
guiar a ruptura conduzida de algum outro ponto dentro do leito. Onde
foi possível fazer uma determinação, as juntas parecem ter começado no
uma população de formas de leito, enquanto o Leito B não. As juntas no
leito A podem ter sido necessárias para iniciar a união no leito B, uma
vez que as formas do leito não estavam disponíveis para servir como
elevadores de tensão.
conjunto ht.
x 1 cm 7.3. Efeito da altura da junta no acoplamento através de uma interface
de xisto
A propagação conjunta através de uma interface de xisto a
20 25 partir do Leito A parece ser mais eficaz do que a propagação a
partir do Leito B mais curto. Esta conclusão é baseada no
plotado em função de comprimento da ruptura até o Leito B versus o comprimento da
ruptura até o Leito A. A extensão do a ruptura parece estar
relacionada à altura da junta original (isto é, o leito hospedeiro).
Para investigar o efeito da altura da junta (isto é, a espessura do
leito superior de siltito) sobre a tensão geradora de fissuras no leito
não fissurado, foram utilizadas constantes elásticas conforme
especificado acima. Uma série de modelos mostra a influência da
altura da junta na magnitude da concentração de tensões. Como a
intensidade da tensão na ponta da trinca varia com o comprimento
da trinca, um aumento na altura da junta deve resultar em um
aumento na tensão de acionamento local. A altura da junta foi
aumentada em incrementos de 2 cm, de 6 para 20 cm, a faixa
comumente observada de espessuras de leito nos afloramentos de
Montour Falls e Watkins Glen. Em cada modelo a ponta inferior da
junta estava localizada na interface. Todos os outros parâmetros do
modelo permaneceram inalterados. Os valores máximos de tensão
são novamente convertidos em tensão de condução normalizada e
plotados em função da altura da junta (Fig. 16). Ao longo da faixa de
alturas modeladas, a relação é aproximadamente linear,
aumentando de 1,35 a 2,15 vezes a tensão de condução remota. A
posição lateral dos máximos em relação à articulação não se alterou
com as alterações na altura articular, como foi demonstrado por
Helgeson e Aydin (1991). O salto do Leito A para o Leito B não
requer contato desde que a interface do xisto tenha menos de 1 cm
de espessura. Entretanto, o salto da Cama B de volta para a Cama A
requer contato entre as camas. A distância de propagação da junta
após os leitos saltadores e a espessura da camada intermediária de
xisto no ponto de cruzamento são consistentes com o fato de que
juntas curtas em leitos mais finos têm uma pequena intensidade de
tensão na ponta da trinca.
8. Conclusões
Os pontos de iniciação (PI) estão associados a dois tipos de
estruturas que concentram tensões em leitos de siltitos: estruturas
sedimentares primárias e juntas pré-existentes. A importância
relativa de cada tipo de estrutura varia com a posição estratigráfica
do corpo articulado. Corpos que estão mecanicamente isolados de
outros corpos articulados, como leitos individuais cercados por
xistos mais espessos, apresentam maior percentual de seu IP
associado a feições sedimentares
220 DT McConaughy, T. Engelder/Journal of Structural Geology 23 (2001) 203±221
como formas de cama. Estes são os locais de iniciação articular
primária. As juntas em leitos que estão em comunicação
mecânica parecem iniciar nos limites do leito plano
principalmente através da interação com juntas pré-existentes.
Estes são os locais de iniciação articular secundária.
Três categorias de estruturas sedimentares que concentram as
tensões necessárias para a iniciação da junta primária incluem:
formas de leito; vestígios de fósseis; e outros IP, incluindo inclusões
e estruturas de deformação de sedimentos moles. A iniciação em
limites irregulares, como formas de leito ou estruturas de bola e
travesseiro, comumente ocorria em uma região de curvatura
acentuada no limite. Uma transição acentuada de um limite de leito
horizontal para uma superfície vertical em uma forma de leito é o
local preferido para um ponto de iniciação. Nos casos em que uma
forma de leito linear intercepta o plano de uma junta em um ângulo
(ou seja, não ortogonal), a superfície de fratura local no IP está
normalmente desalinhada com a orientação geral da junta. Isto
indica um forte componente geométrico no mecanismo responsável
pela concentração de tensões.
As evidências de campo apoiam a hipótese de que características
sedimentares, como formas de leito, servem para concentrar o estresse,
tornando-se assim locais preferidos para iniciação conjunta. Um mecanismo
para gerar uma concentração de tensão é uma incompatibilidade elástica
entre um leito de siltito contendo uma forma de leito convexo e um leito de
xisto subjacente. Quando se assume que os dois leitos estão perfeitamente
unidos, a modelagem por elementos finitos do campo de tensão próximo a
uma ranhura fundida não produziu concentrações de tensão significativas.
Modelos que utilizam uma interface de fricção entre os dois leitos geram
concentrações de tensão próximas às superfícies de leito orientadas
verticalmente, locais que as evidências mostram que estão associados ao
início da junta. Os fluidos porosos em pressões superiores à menor tensão
principal, agindo contra superfícies não horizontais de uma forma de leito,
podem fornecer o impulso adicional para a iniciação da junta. Em leitos de
siltitos acoplados mecanicamente, uma modesta concentração de tensão na
ponta da junta através de uma camada de xisto (por exemplo, , 3£para um
leito de 1 cm de espessura) permite uma competição entre estruturas
sedimentares e pontas de juntas pré-existentes para iniciar novas juntas.
Reconhecimentos
Dedicamos este artigo à memória de Paul Hancock, que teve
grande interesse em nosso trabalho sobre juntas na seção
Devoniana do Planalto Apalaches. Nosso trabalho foi apoiado
pelo Seal Evaluation Consortium (SEC) da Penn State. Uma
versão inicial deste artigo foi revisada por Don Fisher e Peter
Flemings. Bill Dunne, Byron Kulander e Peter Lemiszki
contribuíram com tempo e esforço valiosos durante o processo
de revisão do JSG.
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