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Minha opinião sobre

Universes Beyond
Já pararam pra pensar no quanto os decks de Commander tem se tornado
cada vez melhores?

Salve galera, beleza?

Podemos facilmente dizer que esses dois últimos meses foram os mais
movimentados deste ano, e provavelmente continuarão sendo, afinal
nós tivemos os lançamentos de Senhor dos Anéis: Contos da Terra
Média que levantou multidões de fãs de magic e de LOTR para abraçar
o projeto, e agora no início de Julho testemunhamos a nova Black
Lotus em forma de Anel ser encontrada.

Dito isso, é meio difícil esperar que algo supere esse hype, mesmo
com Commander Masters vindo aí.

O que muita gente esqueceu, ou simplesmente pode não ter visto por
conta de toda essa cortina de fumaça projetada por esses eventos é
que o próximo Universes Beyond já foi anunciado e o tema será nada
mais nada menos do que “Dr. Who”. E isso mostra também o quanto o
projeto da Wizards tem dado certo e pode vir a ser um tipo recorrente
de produto que vai em sua maioria atingir os Commandeiros, além é
claro dos colecionadores.
Depois de uma conversa com amigos e depois também de ouvir um
excelente episódio do podcast da 11ª Guilda sobre esse tema de senhor
dos anéis me peguei comparando os dois ultimos produtos de
Universes beyond e me perguntando o que poderemos esperar de
suas próximas edições, e é sobre isso que irei falar hoje.

Fugindo um pouco do meu habitual, vamos ver o que tivemos de


interessante até agora.

- DECKS DE COMMANDER PRÉ-CONSTRUÍDOS

Vamos começar falando de decks pré-construídos, de modo geral, já que


eles já são uma tradição que vem se popularizando muito.

Em geral esses decks sempre foram ótimas portas de entrada para


todos os jogadores de Commander, já que neles você consegue tudo
que precisa para começar no básico do formato e com cartas que te
abrem um caminho muito intuitivo para fazer upgrades.
Com exceção dos decks de 2017 que foram um ponto fora da curva
gigantesco, a maioria dos decks pré-construídos são feitos de uma
maneira equilibrada, e muitas vezes até fracos para os parâmetros
do Commander casual atual (Sejamos honestos que até os decks mais
casuais estão cada vez mais fortes por conta de todo power creep), então
vou pegar 2 decks recentes que são bem “populares”.

Primeiro temos o Elven Empire, o Tribal de Elfos preto e verde de


Kaldheim que tem como comandante a Lathril, Espada dos Elfos.

Nele vemos o quanto a ideia de tribal foi bem aproveitada, mesmo


numa lista barata e com a curva de mana acima do normal para um
deck de Elfos.

Tanto na base de manas quanto no main deck não tivemos nada de


muito surpreendente, nenhum reprint muito importante para o
formato e nenhum lançamento de muito impacto.

O que tornou esse deck tão popular (além do preço) foi justamente o
quanto ele é maleável e fácil de se dar upgrades.

Eles se aproveitaram de uma tribo vasta que possui muitas opções


baratas e acessíveis para ganhar recursos extras, e com
uma Comandante que realmente funciona para o que ela se propõe.

Se formos um pouco pra frente no tempo tivemos em Midnight


Hunt um dos decks pré-construídos que mais tenho carinho, o Undead
Unleashed do Comandante Wilhelt, Cutilador da Podridao
Nesse caso podemos facilmente dizer que essa lista foi montada por
alguém que entendia de Commander, diferente de outros decks,
incluindo o próprio Coven Counters que veio junto dele e que apesar
de não ser ruim, é muito mais básico no que se diz respeito a
interações, além de terem duas estratégias que até certo ponto
divergem muito, dificultando os upgrades e a assimilação de novos
jogadores.

No Undead Unleashed, além de termos novamente uma tribo popular


e de fácil acesso que são os Zumbis, o deck traz em sua lista tudo que
se precisa para um tribal consistente, como os Lords, criaturas dos mais
diversos custos de mana, e o mais importante: Estratégias que vão em
direções iguais e não opostas, e tudo isso por um preço muito
acessível.

Na base de mana é onde eu particularmente acho que esse deck pecou


muito, com 40 terrenos sendo a maioria deles substituíveis até para o
casual, o que me deixou com a impressão de que isso foi uma forma de
“completar a lista de maneira rápida”.

Apesar disso, ao contrário do Elven Empire, o tribal de Zumbis além de


trazer reprints muito legais para a tribo trouxe também cartas
exclusivas que realmente valem a pena.

Por fim, podemos concluir que com o passar do tempo é possível


perceber uma melhora significativa na composição das listas, e
também deixando a entender o quanto isso pode melhorar. E é aí que
entram os Decks de Universes Beyond.

- WARHAMMER 40K e SENHOR DOS ANÉIS: CONTOS DA TERRA


MÉDIA
Com o lançamento dos Decks de Warhammer tivemos o pontapé inicial
para o projeto Universes Beyond fora dos Secret Lairs, como vinha
acontecendo há algum tempo.

O problema desses Secret Lairs era que sim, eles tinham um apelo
muito grande para fãs de outras franquias, mas o fato de serem muito
exclusivos os deixavam quase que inacessíveis para jogadores “normais”
que apenas queriam as cartas para seus decks.

E pra quem não lembra, tudo isso começou com The Walking Dead em
outubro de 2020, deixando aquele gosto amargo na boca de muita
gente.

Em 2021 tivemos então o excitante anúncio dos Decks de Warhammer


40k, e apesar de ter ficado MUITO animado por ser um crossover de
duas franquias que eu amo, vou ser honesto que fiquei com o pé muito
atrás com medo de ser mais um bait enorme pra cobrar valores
exorbitantes em cima de fãs que iriam correr atrás de ter um deck com
personagens que sempre gostaram.

Cheguei a comentar que não tinha muita esperança de ver decks bons
quando participei de um podcast para falar sobre o tema, mas como
um apreciador de Warhammer eu com certeza iria querer correr atrás
de cartas específicas para ter na pasta, mas olha… Que grande dia para
estar errado, viu?

Vamos dar uma olhadinha no deck Forces of the Imperium,


o Esper dos 4 decks.

Primeiramente vou falar como um apreciador de Warhammer,


destacando o fato de que o deck foi feito com um cuidado fora do
comum respeitando a Lore de WH40k desde os terrenos básicos que
seguem a temática, até os reprints com artes exclusivas feitas para o
deck.

É impressionante quando você pensa que ao comprar um produto


selado você consiga resgatar a essência do crossover que foi proposto
até quando baixa uma planície, ao contrário do que era habitual ao
baixar um Rick Grimes num deck que não tem mais nada de The
Walking Dead.

Já que falei dos reprints, esse foi outro ponto que agradou demais a
todo mundo, afinal nós tivemos muitos reprints de cartas que
realmente jogam Commander e que eram muito procuradas
justamente para dar upgrade nos decks pré-construídos.

Nas cartas exclusivas a Wizards se superou e trouxe desde


personagens e lugares icônicos que todos esperavam até referências
pequenas que podem passar despercebidas mas que mostram o
quanto esse foi um produto feito para quem realmente gosta do tema.

E por fim, na base de mana vimos o quanto ela evoluiu, trazendo


muitos terrenos utilitários, corretores de cor, e uma base
extremamente consistente para um deck de 3 cores. Sem comentar
que até no deck Mono Black tivemos uma base exemplar com
terrenos utilitários exclusivos que trouxeram um nível a mais pro que
víamos como decks pré-construídos.

É lógico que temos que levar em conta o fator “preço dos decks”
quando falamos desses produtos, até por que a proposta é ser a porta
de entrada dos jogadores, e quando elevamos demais esse valor ele
acaba se distanciando disso. Mas acho que o Universes Beyond é de
fato um produto que tem como objetivo alcançar novos nichos fora
do Magic e ser sim algo exclusivo para quem está disposto a pagar por
algo diferente. E se essa for a idéia eu acredito que é um produto
acessível. Afinal, entre pagar 700 em um Secret Lair de 5 cartas
temáticas ou 500 em um deck realmente forte de 100 cartas temáticas,
inúmeros reprints bons e com tudo que temos direito, esses 500 são
MUITO bem gastos.

Foi-se a época que era tabu ter decks de mais de 500 reais em mesas
casuais e precisamos encarar o fato de que hoje em dia temos
jogadores de Commander "forfun" cheios de reserved list, fetch lands e
etc, enquanto o maior foco do competitivo é justamente
no Commander 500, um formato limitado por budget.
Concluindo o texto eu acho que podemos esperar pelos decks de Dr
Who com bastante expectativa, seja olhando como fãs da Série como
um jogador de Commander.

Acredito que com o tempo esse padrão vai ser adotado também nos
decks de coleçoes normais, como é o caso dos já anunciados Decks de
Commander Masters que além de terem pego tribos muito queridas
para os Comandeiros, já tem como Comandantes criaturas que buscam
um apelo à quem realmente ama a sua tribo e esperava com afinco
uma nova atualização pra ela.

Como já havia dito anteriormente, vi muitos comentários negativos


acerca do valor dos decks, que realmente são mais elevados do que o
habitual, mas volto a reforçar que a idéia de levar Magic à novos nichos
está sendo cumprida com excelência, já que esse não é um produto
para quem quer entrar no Commander, e sim pra quem quer ter o
“luxo” de ter um deck na temática de um universo que já é fã e não
quer pagar o mesmo valor pro 5 cartas de um Secret Lair.

Também volto a dizer que acho que é uma experiência única ter esses
decks sem alterações para jogar com amigos os “mesões temáticos”
aproveitando o equilíbrio de poder entre eles e os transformando
quase em um verdadeiro board game.
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Mas deixem aí nos comentários o que vocês tem achado disso, se


vocês compraram alguns desses decks e o que vocês esperam dos
próximos!

Agradeço imensamente à Barão Geek que vem me dando um suporte


enorme para criar um conteúdo de qualidade para vocês, e a todo
mundo que lê e gosta dos textos.

Peço a todos para terem respeito nos comentários e saber adicionar de


forma construtiva caso discordem de mim ou percebam que eu
esqueci de algo. Assim como todos vocês, eu sou um ser humano
passível de erros mas que gosta de colocar a cara a tapa para trazer
discussões que podem agregar a todos.

Um grande abraço e até a próxima!

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