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CONTO

O conto é um gênero caracterizado por ser uma narrativa literária curta, tendo começo, meio e fim
da história narrados de maneira breve, porém o suficiente para contar a história completa.
Os contos maravilhosos são um tipo de narrativa maravilhosa. Têm sua origem no Oriente e
apresentam tramas com seres mágicos, mas nunca com a presença de fadas. Aqui, objetos
mágicos, como anéis, botas e caixas, são bastante comuns. As personagens sempre partem em
aventuras em busca de realização pessoal, da sobrevivência ou do acúmulo de riquezas.
Os contos de fadas são um tipo de narrativa maravilhosa. Têm sua origem na cultura celta e
apresentam tramas com fadas, que auxiliam o protagonista em seu bom desempenho e triunfo na
história. Há sempre um herói (ou heroína) que encabeça a história e, também, o tema da luta do
bem contra o mal, em que o primeiro sempre triunfa.
Elementos do conto
Enredo: A ação de uma história é composta por uma sequência de fatos que as personagens
vivenciam em um determinado tempo e espaço. Fazem parte do enredo: a situação inicial,
conflito, clímax e desfecho.
Foco narrativo/narrador: A posição do narrador em relação à narrativa. Podem ser: narrador
observador (verbos na 3ª pessoa) ou narrador personagem (verbos na 1ª pessoa).
Personagens: As personagens dessas narrativas sempre apresentam alguma característica que
faz com que se destaquem: podem ser muito espertas, muito sensíveis, muito corajosas, muito
belas, muito bondosas etc.
Tempo: O tempo dessas narrativas não é determinado. Normalmente, elas vêm introduzidas
pelos enunciados “Era uma vez…” e “Há muito tempo…”
Espaço: É o ambiente em que as personagens circulam e onde se desenvolve o enredo,
geralmente reinos, florestas, terras mágicas etc.
A ação narrativa
Situação inicial: Composição do cenário da narrativa e da apresentação de seus personagens
marcados pelo uso de texto descritivo e adjetivos
Clímax: Ponto alto da história – uso de verbos de ação, discurso direto e indireto
Conflito: Focados na ação narrativa e marcados pelo pretérito perfeito do verbo
Desfecho: Resolução do conflito, apresentação do mistério.
Características do gênero
◉ narrativas em que aparecem seres encantados e elementos mágicos pertencentes a um
mundo imaginário, maravilhoso;
◉ têm uma estrutura simples e fixa - era uma vez;
◉ ordem existente, ou seja, uma situação inicial; uma ordem perturbadora, quando a situação de
equilíbrio inicial se desestabiliza, dando origem a uma série de conflitos que só se interrompem
com o aparecimento de uma força maior;
◉ são carregados de simbologia: rosa: símbolo do amor; beijo: desperta e faz renascer; lobo
mau;
◉ sempre tem um desfecho feliz - o bem sempre vence o mal.
Teoria de W. Propp: O russo W. Propp, estudando os contos maravilhosos, observou que
algumas situações se repetem em quase todos eles. Veja algumas delas:
1) o herói se distancia do lar; 8) o vilão é punido
2) o herói adentra o bosque ou a floresta; 9) o herói se casa
3) o herói cai numa armadilha;
4) há luta entre herói e vilão;
5) o herói vence o vilão ou;
6) o herói é vencido pelo vilão;
7) o herói volta para casa;
Reflexões e desafios
As personagens dessas narrativas sempre se veem envolvidas em algum desafio que devem
vencer: derrotar algum vilão, provar que dizem a verdade, fugir de algum lugar, trazer algo para
casa, conquistar algum objeto mágico etc. Mais do que simples histórias encantadas, essas
narrativas apresentam, de maneira simbólica, os sonhos e desejos do ser humano, seus
problemas e o forte desejo na busca por soluções e pela realização pessoal.
Discurso direto e discurso indireto são dois tipos de discurso que existem, ou seja, dois tipos
de introdução das falas de uma personagem numa narrativa.
O que é o discurso direto? O discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da
fala das personagens, sem participação do narrador.
Exemplo de discurso direto:
A aluna afirmou:
— Preciso estudar muito para o teste.
O que é o discurso indireto? O discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do
narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das
personagens.
Exemplo de discurso indireto:
A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.
Características do discurso direto e do discurso indireto
O discurso direto: é introduzido por um verbo de elocução, seguido de dois-pontos e mudança
de linha para um novo parágrafo; é iniciado por um travessão, que indica a mudança da voz do
narrador para a voz da personagem; é feito na 1.ª pessoa do discurso (eu ou nós).
O discurso indireto: é introduzido por um verbo de elocução, seguido de uma preposição que
marca a mudança da voz do narrador para a reprodução da voz da personagem feita também
pelo narrador. é construído na mesma frase, não havendo mudança de linha ou de parágrafo; é
feito na 3.ª pessoa do discurso (ele, ela, eles, elas).
Passagem de discurso direto para discurso indireto
Quando é feita a passagem do discurso direto para o discurso indireto, ocorrem diversas
transformações para que a voz da personagem possa ser reproduzida pela voz do narrador.
Exemplos de passagem do discurso direto para o discurso indireto
a-Discurso direto: — Eu comecei minha dieta ontem.
Discurso indireto: Ela disse que começara sua dieta no dia anterior.
b-Discurso direto: — Vou ali agora e volto rápido.
Discurso indireto: Ele disse que ia lá naquele momento e que voltava rápido.
c-Discurso direto: — Nós viajaremos amanhã.
Discurso indireto: Eles disseram que viajariam no dia seguinte.
Fábula: A fábula é um gênero literário que usa uma linguagem simples, tem um formato curto,
grande parte das vezes possui animais como personagens, com características humanas e
apresenta uma moral. É um gênero do tipo narrativo muito popular e apreciado por pessoas de
diferentes idades. Nascida da tradição oral (estudos indicam que no Oriente, por volta do século V
a.C.), o próprio nome remete a histórias contadas e passadas de geração para geração (fabulare
significa história, jogo, narrativa).
Principais características de uma fábula
A fábula: A fábula é um gênero literário que usa uma linguagem simples, tem um formato curto,
grande parte das vezes possui animais como personagens e apresenta uma moral. Os animais,
que são personagens, possuem características humanas, como a ganância, a preguiça, a inveja,
a sabedoria, a astúcia etc. Por meio dessas características, as personagens movimentam-se e a
história desenrola-se, levando à construção de um ensinamento.
É um texto rápido, objetivo, leve e muitas vezes divertido que tem como objetivo não só entreter o
leitor como também transmitir um ensinamento tendo, portanto, uma função educativa
Os dois autores de fábulas mais importantes são Esopo e La Fontaine. No Brasil, o maior
representante do gênero é Monteiro Lobato.
Na fábula o leitor é convidado a refletir sobre as atitudes humanas e os comportamentos sociais.
Os animais, personagens principais da história, representam características e defeitos típicos do
ser humano de modo lúdico e alegórico.
Estrutura de uma fábula
Sendo a fábula um texto narrativo, é importante lembrar-se de que ela deve ter uma estrutura
mínima de começo, meio e fim, ou seja, no início, apresentamos as personagens e a situação;
depois, desenvolvemos o texto de forma que as personagens interajam em torno de uma
situação;
Por fim, criamos um final surpreendente, que gere a reflexão dos leitores sobre um ensinamento,
uma moral, a qual aparece no final do texto geralmente.
As temáticas são variadas e ligadas às características que os animais representam, por exemplo:
o leão, a força; a coruja, a sabedoria; a raposa, a astúcia.
Características das fábulas: Os animais são os personagens principais; Possuem uma
linguagem simples; Apresentam sempre uma moral, por vezes implícita e por vezes explícita no
final do texto; Podem ser escritas tanto em verso como em prosa; Os animais são os
personagens principais
INTERPRETANDO FÁBULA
Os animais e a peste
Em certo ano terrível de peste entre os animais, o leão, mais apreensivo, consultou um
mono de barbas brancas.
- Esta peste é um castigo do céu – respondeu o mono – e o remédio é aplicarmos a cólera
divina sacrificando aos deuses um de nós.
- Qual? – perguntou o leão.
- O mais carregado de crimes.
O leão fechou os olhos, concentrou-se e, depois duma pausa, disse aos súditos reunidos
em redor:
-Amigos! É fora de dúvida que quem deve sacrificar-se sou eu. Cometi grandes crimes,
matei centenas de veados, devorei inúmeras ovelhas e até vários pastores. Ofereço-me, pois,
para o sacrifício necessário ao bem comum.
A raposa adiantou-se e disse:
- Acho conveniente ouvir a confissão das outras feras. Porque, para mim, nada do que
Vossa Majestade alegou constitui crime. Matar veados – desprezíveis criaturas; devorar ovelhas –
mesquinhos bichos de nenhuma importância; trucidar pastores – raça vil merecedora de
extermínio! Nada disso é crime. São coisas até que muito honram o nosso virtuosíssimo rei leão.
Grandes aplausos abafaram as últimas palavras da bajuladora – e o leão foi posto de lado
como impróprio para o sacrifício.
Apresenta-se em seguida o tigre e repete-se a cena. Acusa-se de mil crimes, mas a raposa
prova que também o tigre era um anjo de inocência.
E o mesmo aconteceu com todas as outras feras.
Nisto chega a vez do burro. Adianta-se o pobre animal e diz:
- A consciência só me acusa de haver comido uma folha de couve na horta do senhor
vigário.
Os animais entreolharam-se. Era muito sério aquilo. A raposa toma a palavra:
- Eis, amigos, o grande criminoso! Tão horrível o que ele nos conta, que é inútil
prosseguirmos na investigação. A vítima a sacrificar-se aos deuses não pode ser outra porque
não pode haver crime maior do que furtar a sacratíssima couve do senhor vigário.
Toda a bicharada concordou e o triste burro foi unanimemente eleito para o sacrifício.
Moral da Estória: Aos poderosos, tudo se desculpa... Aos miseráveis, nada se perdoa
(Monteiro Lobato. Fábulas.)
Questões
1) Quais são os personagens da história? 2) Qual é o problema da floresta? 3) Qual foi a
sugestão do leão para resolver o problema? 4) Qual foi o primeiro animal a se oferecer e por quê?
O que aconteceu? 5) Qual foi o segundo animal a se oferecer e por quê? O que aconteceu?
6) – No trecho “(...) o triste burro foi unanimamente eleito...”(linha 24), de acordo com o
significado da palavra destacada, podemos afirmar que:
A-o tigre cometeu mil crimes. D- o desejo de toda a bicharada não foi
acolhido.
B-o leão teve um voto na eleição.
E-o burro foi eleito por todos para o
C-a raposa não manipulou a votação.
sacríficio.
7) – A partir da leitura do texto podemos definir fábula como:
A-narrativa mais ou menos longa que C-dramatização curta com uma moral no fim.
contém uma historinha.
D-dramatização longa que contém uma
B-narrativa curta que contém uma lição de lição.
moral.
E-texto descritivo com final feliz.
8) Assinale abaixo a idéia principal do texto.
A-O leão estava apreensivo com a peste. D-A verdade sempre prevalece nas
discussões.
B-A raposa sabia enganar os outros bichos.
E-A peste é um castigo do céu.
C-Os fatos podem ser manipulados para
ajudar uns e prejudicar outros.
9) – O conflito da história se estabeleceu quando:
A-o leão se apresentou para o sacrifício. D- o burro comeu a sacratíssima couve do
vigário.
B- o macaco de barbas brancas deu sua
opinião sobre a peste. E- a bicharada concordou com a última fala
da raposa.
C- a raposa mostrou que o tigre era um anjo
de inocência.
10) Explique, com suas palavras, a moral da história. Dê um exemplo de como essa moral
da história pode se aplica hoje em dia.
11) Os personagens da fábula de Lobato são animais que têm características humanas e
representam atitudes correspondentes. Como as atitudes da raposa e do burro
caracterizam esses animais? Explique.
Discurso direto e indireto
1-Passe as orações abaixo do discurso indireto para o discurso direto.
a) O delegado da cidade afirmou que suspeitava de todos.
b) A professora confirmou que seu aluno esteve na escola no dia anterior.
c) O professor disse aos alunos que eles fizeram um ótimo trabalho.
d) Maria afirmou que estava estudando para a prova.
e) O vizinho disse-lhe que não queria que ele viesse mais ali, em sua
2- Passe as orações abaixo do discurso direto para o discurso indireto.
a) "Quero saber quem fez essa bagunça aqui na sala?", gritou o pai.
b) A cliente respondeu: - Não preciso de ajuda, estou só de passagem.
c) "Vocês fizeram um ótimo trabalho", disse o professor aos alunos.
d) A personagem afirmou: Eu adoro sorvete de chocolate.

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