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[Howard Phillips Lovecraft] (Providence [Rhode Island], 1890—id., 1937)
demonstrou desde a infância grande interesse pelas artes e pelas ciências e
torna-se um leitor precoce. Aos dois anos, vive o trauma de ter o pai
internado em um manicômio onde permaneceria até morrer cinco anos mais
tarde. Lovecraft segue morando com a família, porém a mãe jamais se
recupera da perda e começa a sofrer com distúrbios mentais que afetam
profundamente sua relação com o filho, criando laços doentios entre os dois.
Após uma crise nervosa em 1908, quando ainda estava em idade escolar,
Lovecraft abandona para sempre os estudos e passa a levar uma existência
reclusa até que, em 1914, descobre o jornalismo amador. A partir de então
começa a publicar contos de horror e a escrever artigos variados em um
número considerável de periódicos, bem como a dedicar-se à vasta
correspondência que manteria ao longo de toda a vida. Depois de perder a
mãe em 1921 e de casar em 1924, passa uma temporada de penúria em
Nova York; esta, somada ao fracasso de seu casamento, obriga-o a voltar
para a casa de suas tias em Providence. Mesmo sem nunca ter alcançado a
fama em vida, foi por esta época que Lovecraft escreveu alguns dos contos
e novelas responsáveis por seu renome atual, como “O chamado de
Cthulhu” e O caso de Charles Dexter Ward. A partir de então, aproxima-se
da ficção científica em obras como “A cor que caiu do céu”, “Um sussurro
nas trevas” e “A sombra fora do tempo”. Morreu em 1937, vítima de câncer
do intestino.
***
1
A introdução deste volume detém-se em uma análise
da novela A sombra de Innsmouth e das relações que
mantém com outros escritos ficcionais, não ficcionais
e pessoais de H.P. Lovecraft. Para informações mais
genéricas sobre o autor, sugerimos a leitura do texto
introdutório no volume O chamado de Cthulhu e
outros contos (Hedra, 2009).
2
Citado por MURRAY, p. 119.
3
Citado por SCHULTZ e JOSHI, p. 238.
4
Citado por MURRAY, p. 120.
5
Citado por MURRAY, p. 119.
6
Citado por MURRAY, p. 125. “S&S” refere-se a Street
& Smith, a editora da revista Astounding Stories.
7
Citado por LÉVY, p. 28.
Parte I
a sombra de innsmouth
A sombra de Innsmouth
Durante o inverno de 1927–8, agentes do Governo Federal
conduziram uma estranha investigação secreta a fim de
averiguar certas condições no antigo porto de
Innsmouth, estado de Massachusetts. A investigação só
veio a público em fevereiro, quando ocorreu uma série de
buscas e prisões, seguida pelo incêndio e pela
dinamitação — ambos conduzidos com toda a cautela —
de um assombroso número de casas decrépitas, caindo
aos pedaços e supostamente vazias ao longo do porto
abandonado. Para as almas menos desconfiadas, a
ocorrência passou por um duro golpe desferido no curso
de uma convulsiva guerra contra a bebida.
***
***
— Por fora nada ia mudá, mas era pra gente evitá falá
co’os forasteiro se não quisesse tê problema. Todo
mundo teve que fazê o Juramento de Dagon, e mais
tarde teve um segundo e um terceiro juramento que
alguns de nós fizemo. Quem mais ajudasse, mais
ganhava… ouro e outras coisa assim… e não resolvia
nada fazê cara feia, porque tinha milhares das criatura
no fundo do mar. Elas preferio não tê que saí da água pra
acabá com a humanidade, mas se alguém entregasse o
segredo e esse fosse o único jeito, tampouco terio muito
trabalho pra dá cabo de tudo. A gente não tinha os
amuleto pra afastá eles que nem os ilhéu dos Mar do Sul,
e os canaca se negavo a revelá o segredo deles.
— Ah, mas então, por que o senhor não diz nada? Que tal
morá numa cidade que nem essa, com tudo apodreceno,
morreno, cheia de monstro se arrastano dentro das casa
fechada e balino e latino e saltitano pelos porão escuro e
pelos sótão em cada esquina? Hein? Que tal escutá os
uivo que noite atrás de noite sae das igreja e do Tempo
da Ordem de Dagon e sabê pelo menos em parte de
onde vem os uivo? Que tal escutá os som que sempre
vêm daquele recife infernal toda Noite de Walpurgis e
todo Dia das Bruxa? Hein? O senhor acha que eu sô um
velho maluco, é? Bem, pois fique sabeno que existe coisa
pior!
Neste ponto Zadok estava gritando, e o desvario
frenético em sua voz me perturbava mais do que eu
gostaria de admitir.
— E-yaahhhh!… yhaaaaaaa!…
***
***
Juntos, meu avô e seu filho Walter, que era viúvo, eram
os únicos remanescentes da família em Cleveland, mas a
memória dos velhos tempos ainda se fazia notar com
grande intensidade. Eu ainda me sentia pouco à vontade
por lá e tentei concluir minhas pesquisas no menor
tempo possível. Inúmeros registros e tradições dos
Williamson foram-me repassados pelo meu avô; mas
para o material relativo aos Orne eu tive de contar com
meu tio Walter, que pôs à minha disposição todos os
seus arquivos, que incluíam bilhetes, cartas, recortes,
heranças, fotografias e miniaturas.
A única coisa que não faço jamais é sentar & pegar uma
caneta com o propósito deliberado de escrever. O
resultado é sempre medíocre. As únicas histórias que
escrevo são aquelas cujas ideias centrais, figuras &
atmosferas me ocorrem de forma espontânea — a priori
— & literalmente exigem formulação e expressão.
(obed)–(trisa);
1
O primeiro nome de Alice Marsh e Mary Williamson,
bem como o nome completo de Henry Olmstead e
Robert Olmstead, não aparecem no texto de A
sombra de Innsmouth, porém constam nas notas do
próprio H.P. Lovecraft sobre a novela. [N. do T.]
Lovecraft, H.P.
9788577154265
160 páginas
Bakunin, Mikhail
9788577154395
142 páginas
outros ensaios
Goldman, Emma
9788577154609
156 páginas
Bakunin
Craston, Maurice
9788577154548
584 páginas