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Módulo:

Administrativo
Teoria Geral do Direito

Módulo: Classificações
Módulo:
Tema 08:

Direitos Políticos na Constituição da


República Federativa do Brasil: Cassação,
Suspensão e Privação

Aula 01 – Cassação de Direitos Políticos

A cassação, suspensão e privação, ainda que possam parecer simples, esbarram


em diversos dispositivos do ordenamento jurídico, irradiando, por exemplo, na Lei de Im-
probidade Administrativa. Além disso, têm relação com o direito à nacionalidade e, ainda,
se relacionam com o direito penal quando se fala da suspensão dos direitos políticos da-
quele que foi condenado criminalmente.
Para começar o tema, é importante retomar e relembrar o que são os direitos po-
líticos: trata-se de grande gênero, conhecidos também como exercício de direito de cida-
dania, que significa estar habilitado a votar e a ser votado. É dizer, é direito que comporta
duas grandes espécies, compreendendo sua face ativa (capacidade de votar) e sua face
passiva (capacidade de ser votado).
O gozo de direitos políticos, entretanto, é passivo de limitação, que serão tratadas
como objeto de nossa aula.
Iniciando pela cassação de direitos políticos, é de se destacar, desde logo, que não
se confunde com a cassação de mandato!
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Entende-se como cassação a retirada unilateral e sem respeito à defesa e con-


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traditório. De 1964 a 1984, nos vinte anos do regime militar, no Congresso Nacional foram
cassados 168 deputados, que perderam o mandato em nome da segurança nacional. Além
da cassação. Eles perdiam, também, os seus direitos políticos, ou seja, eram sumariamen-
te retirados da vida pública no Brasil. Trata-se de uma retirada muito longa ou, em alguns
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casos, definitiva. Um dos exemplos da aplicação da cassação dos direitos políticos encon-
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tra-se no art. 10 do Ato Institucional nº 1:


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Art. 10 - No interesse da paz e da honra nacional, e sem as limitações pre-


vistas na Constituição, os Comandantes-em-Chefe, que editam o presente
Ato, poderão suspender os direitos políticos pelo prazo de dez (10) anos e
cassar mandatos legislativos federais, estaduais e municipais, excluída a
apreciação judicial desses atos.
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Em resumo, trata-se de um ato unilateral, não feito pelo Poder Judiciário e excluída
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a sua apreciação. A perda ou suspensão, por sua vez, tem previsão constitucional e hipó-

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teses elencadas, de forma taxativa, no art. 15:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão
só se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus


efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa,


nos termos do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

A diferença mais gritante entre perda e suspensão se refere na questão temporal:


a perda é definitiva, enquanto a suspensão tem período certo e determinado.
Em suma, a cassação é a declaração unilateral de cassação de direitos políticos, a
perda, por sua vez, se dá por meio de uma das hipóteses previstas na Constituição, (como
ocorre nos casos de perda em razão de cancelamento da naturalização por sentença tran-
sitada em julgado).
A suspensão se difere da perda e da cassação em razão da sua temporarieda-
de, podendo os direitos políticos serem recuperados após o decurso do tempo ou após
alguma circunstância praticada pelo sujeito.
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Leitura Complementar
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A cassação dos direitos políticos não se confunde com a perda dos direitos
políticos. A cassação é expressamente vedada pela Constituição Federal,
proibição estampada em seu Art. 15.
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Constituição Federal
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Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se
dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

CANOTILHO, J. J. Gomes; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, Lenio Luiz; MENDES,


Gilmar Ferreira. Comentários a Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013.

CHEIM, Flávio Jorge; LIBERATO, Ludgero; RODRIGUES, Marcelo Abelha. Curso de


Direito Eleitoral. São Paulo. Juspodivm. 2016

GOMES, José Jairo; Direito eleitoral; São Paulo:14. ed. rev., atual. e ampl.: Atlas,
2018.

MORAES, Alexandre. Direito Constitucional Administrativo. São Paulo: Atlas.

MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo


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Gonet. Curso de Direito Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
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MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 32ª ed. São Paulo: Atlas, 2016.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 33ª ed. atual. São
Paulo: Malheiros, 2010.
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ros, 2005.
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