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Módulo:
Administrativo
Teoria Geral do Direito
Módulo: Classificações
Módulo:
Tema 03:
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que lhes são submetidas, haja vista estarem mais próximos das ocorrências nos municí-
pios, bem assim compreenderem melhor o meio social e político que os rodeiam.
É importante esclarecer, ainda, que o Ministério Público não integra a Justiça Elei-
toral, sendo órgão independente, com autonomia funcional e administrativa, nos termos
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que compõe a estrutura da Justiça Eleitoral:
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
IV – as Juntas Eleitorais.
Em que pese o mandamento constitucional, deve ficar claro que o Código Eleitoral
vigente, publicado em 1965 (pretérito à CF/88), foi criado por meio de lei ordinária.
Diante desse fato, pergunta-se: sabendo-se que o Código Eleitoral foi criado
como lei ordinária e que vários de seus artigos dispõem sobre organização e competência
da Justiça Eleitoral (a exemplo dos artigos 12 ao 41), pode-se afirmar que o Código Eleito-
ral não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988?
Apesar do aparente conflito formal entre o Código Eleitoral (lei ordinária) e a espé-
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cie legislativa exigida pelo art. 121 da Constituição Federal (lei complementar), o Tribunal
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Superior Eleitoral decidiu que “a matéria relativa à organização e funcionamento dos tribu-
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nais eleitorais, disciplinada neste código, foi recepcionada com força de lei complementar
pela vigente Constituição (CF/1988, art. 121)”.
Em outras palavras, pode-se afirmar que o Tribunal Superior Eleitoral en-
tende que, atualmente, os artigos 12 ao 41 do Código Eleitoral foram recepcionados pela
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Constituição Federal de 1988 com status de lei complementar. Por sua vez, os demais
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justificado, servirão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos”.
Nesse caso, para que o prazo de exercício das funções eleitorais seja alterado para
três anos, torna-se necessária uma lei complementar, já que o tema versa sobre organi-
zação da Justiça Eleitoral. De outro lado, se o objeto de alteração for qualquer outro artigo
do Código Eleitoral, que não esteja relacionado entre os artigos 12 ao 41, o instrumento
legislativo a ser utilizado é a lei ordinária (que pode ser aprovada com um quórum menor,
de maioria simples ou relativa).
Leitura Complementar
Postulado básico da democracia é a soberania popular, solenemente pro-
clamado, entre nós, pelo parágrafo único, do art. 1º da Lei Fundamental em
vigor: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Para que se obtenha, de forma real, o respeito ao princípio, cumpre ter em
conta se a manifestação da vontade coletiva se encontra escoimada de
vícios, capazes de deformá-la.
Ciosas, as constituições cuidam de estabelecer mecanismos destinados
a velar pela legitimidade da expressão da vontade do povo. A esse res-
peito, FÁVILA RIBEIRO,comparando os diversos ordenamentos, destaca a
presença de três sistemas, quais sejam o: a) da verificação de poderes; b)
eclético; c) jurisdicional. O primeiro consiste em confiar aos órgãos legis-
lativos o mister de deliberar acerca da validade dos resultados eleitorais.
No autorizado dizer de SANTI ROMANO, tal “competência, que é designada
com o nome de verificação dos poderes, é uma aplicação do princípio da
autonomia, o qual pretende que a qualidade de membro da Câmara, visto
que não depende da própria Câmara, seja por ela pelo menos reconhecida”.
Recuando suas raízes nos estados gerais de 1588, como uma concessão
do poder real, passou, na Inglaterra do Século XVII, a constituir atributo da
Câmara dos Comuns. Operava, na praxe britânica, como uma maneira de
resguardar o Parlamento da influência despótica do monarca, asseguran-
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Legislação
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Constituição Federal
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Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
III - os Juízes Eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribu-
nais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
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Jurisprudência
Súmula STF nº 72/1963: “No julgamento de questão constitucional, vinculada a
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decisão do Tribunal Superior Eleitoral, não estão impedidos os ministros do Supremo Tri-
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bunal Federal que ali tenham funcionado no mesmo processo, ou no processo originário”.
Bibliografia
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CHEIM, Flávio Jorge; LIBERATO, Ludgero; RODRIGUES, Marcelo Abelha. Curso de
Direito Eleitoral. São Paulo. Juspodivm. 2016
GOMES, José Jairo; Direito eleitoral; São Paulo:14. ed. rev., atual. e ampl.: Atlas,
2018.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 32ª ed. São Paulo: Atlas, 2016.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 33ª ed. atual. São
Paulo: Malheiros, 2010.
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