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SÉRIE: PROFUNDIDADE – SAINDO DA SUPERIFICALIDADE

ATRAVÉS DA ORAÇÃO

RELEASE DA SEMANA

Uma das marcas dos dias atuais é superficialidade. Isso também se aplica a espiritualidade e a nossa relação com Deus.
Não buscamos mais de forma intensa um relacionamento de intimidade com Deus que nos leve a níveis mais
profundos, a prova disso é o pouco tempo que dedicamos as práticas devocionais como a oração, a palavra, o jejum e
adoração.

Há também aqueles que buscam essa profundidade de forma equivocada, entendendo que esse “mais” são apenas as
experiências emocionais que quase sempre não geram mudanças significativas em nossa vida e caráter.

Esse mês queremos convidar você a sair do raso, do superficial. A aprofundar sua fé e seu relacionamento com Deus.

NOSSO CONTEXTO

 Vivemos num mundo em que a quantidade e intensidade das demandas que envolvem nossas vidas tem nos
conduzido a sentimentos crônicos de preocupação, angústia e ansiedade. Estamos assistindo o aumento dos
casos de violência, estresse e saturação em nosso estilo de vida, mesmo em isolamento social.
 Além disso, precisamos lidar com o fato de que não temos controle nenhum sobre o que acontece em nosso
mundo exterior...
 Vivemos hoje um grande desafio para o nosso estilo de vida onde as demandas da sociedade acabam se
tornando prioridade em nossa dia-a-dia.

APROXIMAÇÃO

Certamente um desafio para o nosso estilo de vida e seu contexto conturbado, mesmo em tempos de isolamento
social, é buscarmos momentos de recolhimento e solitude ( devoção silenciosa), momentos para uma prática que
exige total atenção e dedicação, a Oração – O envolvimento íntimo e único com Deus nas estações do cotidiano .
Aquilo que Anselm Grun nos lembra no livro – Administração Espiritual do Tempo – A práxis do autogerenciamento e o
tempo como sistema de organização da vida. ORA ET LABORA – Orar e trabalhar, se torna cada vez mais difícil nos dias
que nos demandam muita produtividade...

VOCÊ

Aprendemos que orar é apenas falar com Deus... A oração pode ser algo muito mais íntimo e intenso do que isto, mas
partindo desse princípio que oração é apenas uma conversa.

Como tem sido essa conversa em sua vida? Atravessada? Corrida? Sintética?

Você encara a oração como um estilo de vida ou somente uma prática religiosa que você precisa cumprir de forma
obrigatória entorno de seu repertório cristão?

ENTRANDO NO TEXTO...

Em seu livro sobre Oração, Tim Keller diz:

“...NÃO HÁ NADA MAIS IMPORTANTE, OU MAIS DIFÍCIL, OU MAIS RICO, OU MAIS TRANSFOMADOR DA VIDA. NÃO
EXISTE ABSOLUTAMENTE NADA TÃO GRANDE QUANTO A ORAÇÃO...” Tim Keller
Madame Guyon nos ensina que a oração está ligada ao ato do despertamento espiritual da entrega do nosso coração
( força, pensamentos, desejos) ao Senhor e nos lançar em seus braços, buscando as profundezas de um
relacionamento íntimo e seguro.

TEXTO: LUCAS 11.1-4

1 CERTO DIA JESUS ESTAVA ORANDO EM DETERMINADO LUGAR. TENDO TERMINADO, UM DOS SEUS DISCÍPULOS LHE
DISSE: "SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR, COMO JOÃO ENSINOU AOS DISCÍPULOS DELE".

2 ELE LHES DISSE: "QUANDO VOCÊS ORAREM, DIGAM: ‘PAI! SANTIFICADO SEJA O TEU NOME. VENHA O TEU REINO.

3 DÁ-NOS CADA DIA O NOSSO PÃO COTIDIANO.

4 PERDOA-NOS OS NOSSOS PECADOS, POIS TAMBÉM PERDOAMOS A TODOS OS QUE NOS DEVEM. E NÃO NOS DEIXES
CAIR EM TENTAÇÃO’ ".

EXPLICAÇÃO DO TEXTO:

No livro de Lucas estão registradas mais orações de Jesus do que nos demais evangelhos. Antes de cada decisão ou
antecipação de uma fase crítica da vida Jesus, há sempre um relato em que o senhor para, se recolhe e ora. Além
disso, há também no livro de Lucas, ensinos acerca dos variado tipos de oração e exortações a respeito do que não
devemos considerar como uma oração correta. Isso nos leva a compreender a importância da oração tanto para Jesus
como para as primeiras comunidades dos cristãos. Neste pequeno trecho podemos considerar que:

1- A ORAÇÃO É APRENDIZADO DIÁRIO

CERTO DIA JESUS ESTAVA ORANDO EM DETERMINADO LUGAR. TENDO TERMINADO, UM DOS SEUS DISCÍPULOS LHE
DISSE: "SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR

A prática diária da oração na vida de Jesus já nos é conhecida. Seus discípulos já haviam acompanhado tal prática
diversas vezes, entretanto, algo na oração de Jesus lhes chama a atenção por se diferenciar de orações vazias feitas
apenas religiosamente. Jesus era e ainda é um Mestre cheio de ensinos para nós, inclusive na maneira como devemos
orar. Mostra-nos aqui não uma rigidez de padronização da oração, mas como sua intimidade com o Pai fez com que os
que estavam ao seu redor também desejassem orar daquela maneira.

Ainda há quem diga que “não sabe orar”, por não usar palavras difíceis, termos teologicamente ortodoxos. Entretanto,
a oração é uma prática que pode ser aprendida! A oração é uma busca de Deus em nossa vida cotidiana.

“ORAR É APRENDER A TER PRAZER NA PRESENÇA DE DEUS” Richard Foster

APLICAÇÃO: Quanto mais orarmos, mais profundamente íntimos seremos do Pai, e com isso, toda timidez ou
embaraço será trocada por um agradável sentimento de ser acolhido por Deus.

2- INTIMIDADE COM DEUS NOS FAZ BUSCAR SUA VONTADE

ELE LHES DISSE: "QUANDO VOCÊS ORAREM, DIGAM: ‘PAI! SANTIFICADO SEJA O TEU NOME. VENHA O TEU REINO.

Jesus ensinou seus discípulos e hoje também nos ensina a chegarmos a Deus como nosso Pai de maneira bem íntima.
A expressão aramaica abinu (“Nosso Pai”) é trocada por abba (“painho” – linguagem infantil). Essa intimidade não
diminui nem banaliza a grandeza e poder de quem é Deus. A invocação do nome era algo culturalmente sagrado. O
nome revela todo o caráter de uma pessoa. Assim, Jesus nos ensina a orar reverentemente ao Deus Pai, Criador, Santo
e que Reina acima de tudo, mas que está próximo de nós. Além disso, o constante ensino de Jesus acerca do Reino é
incluso nesta oração sincera, uma declaração genuína de sujeição à vontade divina. Essa oração é uma oração de
intimidade, reconhecimento e entrega.

A MENOS QUE ESTEJAMOS PROFUNDAMENTE CERTOS DE QUE DEUS É NOSSO BOM PAI, NÓS NUNCA SEREMOS
CAPAZES DE DIZER: "SEJA FEITA A TUA VONTADE". Timothy Keller
APLICAÇÃO: Confiados neste Pai amoroso e poderoso, podemos entregar nossos corações à sua vontade diariamente.
Se estamos profundamente íntimos do Pai, podemos confiar em Sua vontade como melhor para nós.

3- ORAÇÃO ENVOLVE ATITUDE

3 DÁ-NOS CADA DIA O NOSSO PÃO COTIDIANO.

4 PERDOA-NOS OS NOSSOS PECADOS, POIS TAMBÉM PERDOAMOS A TODOS OS QUE NOS DEVEM. E NÃO NOS DEIXES
CAIR EM TENTAÇÃO’ ".

Nossa oração deve sempre apontar para uma dependência de Deus, ela deve denunciar auto-suficiencia humana. A
oração nos move a uma prática da nossa fé:

a) Pão cotidiano: Confiamos que Ele supre nossas necessidades e por este motivo não precisamos estar ansiosos
ou inverter a prioridade de nossas vidas.

b) Perdão: Os nossos pecados são perdoados pela graça, não por uma atitude nossa. Entretanto, Jesus oferece
uma reflexão: seres humanos pecadores podem dar e receber perdão uns dos outros, quanto mais Deus nos perdoará
por seu infinito amor. O contrário é mais intenso: se Deus é perfeito e perdoa nossas atrocidades, quanto mais eu
pecador(a) devo conceder perdão aos meus irmãos e irmãs tãos falhos quanto eu.

c) Tentação: Esta prática é reconhecer nossa fraqueza diante de nossos desejos e tentações. Aqui buscamos em
nosso Pai a orientação e a sabedoria para fugirmos de tais situações.

“NADA, EXCETO A ORAÇÃO, REVELARÁ A NÓS MESMOS QUEM SOMOS, POIS SÓ DIANTE DE DEUS CONSEGUIMOS
ENXERGAR E NOS TRANSFORMAR EM NOSSO VERDADEIRO EU.” Timothy Keller

APLICAÇÃO: Nossa oração não é apenas um belo poema ou um desabafo. É a realidade de que Deus nos escuta e que
age em nosso caráter cada vez que nos rendemos em intimidade. A oração sincera nos move a um novo estilo de vida.

CONCLUSÃO

As Escrituras narram diversos tipos de oração. Jesus orou por si mesmo, por seus amigos, por Jerusalém, por seus
inimigos, pelo alimento. Em todas elas a confiança e intimidade com o Pai foi a marca de Jesus em sua forma de orar.
Buscar profundidade em nosso relacionamento com Deus é colocar este momento de conversa diariamente como
prioridade. Não é apenas um momento, mas uma vida toda de oração. Por meio da oração estamos também imitando
a Cristo, obedecendo suas palavras e desfrutando da presença real e acolhedora de Deus nosso Pai, da “alegria
indizível e plena glória” (1Pe 1.8 – KJV).

“DEUS SEMPRE NOS ENCONTRA ONDE ESTAMOS E LENTAMENTE NOS CONDUZ A COISAS MAIS PROFUNDAS” Richard
Foster

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