 MOEDA E MERCADOS FINANCEIROS  Ano Letivo 2022-2023  I Semestre 

PROVA global  Parte I

 18 de Janeiro de 2023

Resolução

LEIA COM ATENÇÃO:

 Esta prova compreende duas Partes.
 A Parte I está cotada para 10 valores. A Parte II está cotada para 10 valores.
 A Parte I consiste num questionário de resposta fechada, em regime de escolha múltipla,
compreendendo 20 questões, todas igualmente ponderadas.
 A resposta ao questionário da Parte I é feita através do preenchimento da matriz de respostas. Para
o efeito, assinale com uma cruz (), a tinta, a quadrícula correspondente à alternativa que lhe
parece mais correta. Em média, tente não gastar mais de 2 minutos na interpretação e resposta a
uma questão.
 A emissão de uma resposta errada dá origem a um desconto de classificação superior à opção de
‘não resposta’. O desconto visa corrigir a aleatoriedade propiciada por um questionário em regime
de escolha múltipla, de tal modo que a classificação esperada de uma prova em que todas as
questões sejam aleatoriamente respondidas é, em média, de zero valores.
 A Parte I tem a duração máxima de 40 minutos.
 A Parte II pode ser distribuída decorridos 30 minutos após o início da Parte I, desde que o aluno
entregue a folha de respostas à Parte I.
 Conjuntamente, as duas Partes da prova têm a duração máxima de 120 minutos.
 Serão emitidos avisos de tempo quando faltarem 5 minutos e 1 minuto para o termo de cada uma
das Partes da prova.
 Não são permitidas saídas da sala durante a prova.
 Pare imediatamente de escrever assim que anunciado o fim da prova. Não desrespeite esta
instrução, sob pena de anulação da sua prova.
 Independentemente do motivo, abstenha-se de comunicar com os seus colegas, sob pena de
imediata anulação da sua prova.
 Desligue o seu telemóvel e quaisquer outros dispositivos de comunicação.
 Comece por preencher o seu NOME COMPLETO no topo da folha seguinte.

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PROVA global  Parte I

 18 de Janeiro de 2023

NOME COMPLETO: 

NÚMERO DE MATRÍCULA: 

MATRIZ DE RESPOSTAS:
Questão (a) (b) (c) (d) Questão (a) (b) (c) (d)

1.     11.    
2.     12.    
3.     13.    
4.     14.    
5.     15.    
6.     16.    
7.     17.    
8.     18.    
9.     19.    
10.     20.    
      
Destaque esta folha das demais.
No final, entregue apenas esta folha ao vigilante da Prova.

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QUESTIONÁRIO:
1. Num banco, a diferença entre os montantes de ‘ati-
vos sensíveis às taxas de juro de mercado’ (AST) e
de ‘passivos sensíveis às taxas de juro de mercado’
(PST) é positiva. A yield curve de mercado é sem-
pre horizontal em todo o espectro de prazos. Um
choque negativo no atual nível das taxas de juro de
mercado:
a) Diminuirá a ‘Margem Financeira’.
b) Diminuirá a ‘Margem Financeira’, mas aumenta-
rá o ‘Capital Próprio’.
c) Não é possível concluir se o choque nas taxas de
juro terá impacto positivo ou negativo na ‘Mar-
gem Financeira’.
d) Nenhuma das demais é verdadeira.
2. Uma obrigação clássica paga um cupão de frequên-
cia anual. Então:
a) Mais do que uma das demais é verdadeira.
b) Caso a obrigação cote em bolsa ‘abaixo do par’,
o ‘justo valor’ que um investidor lhe atribua será
inferior ao preço de mercado.
c) Caso a obrigação cote em bolsa ‘acima do par’, o
yield to maturity será inferior à taxa de rendibili-
dade mínima exigida pelo investidor.
d) Caso a obrigação cote em bolsa ‘ao par’, o yield
to maturity será igual à taxa de juro de cupão.
3. Entre os momentos t1 e t2 (com t2 posterior a t1), a
duration de Macaulay de uma Obrigação do Te-
souro emitida pela República Portuguesa baixou de
8,4 para 8,2 (anos). Entre outras causas, tal variação
pode ter-se ficado a dever:
a) À redução do valor nominal unitário da obriga-
ção, ocorida entre os momentos t1 e t2.
b) À mera passagem do tempo entre t1 e t2.
c) À revisão em baixa da taxa de juro de cupão,
ocorrida entre os momentos t1 e t2.
d) A um deslocamento em sentido descendente da
spot yield curve de mercado, ocorrida entre os
momentos t1 e t2.
4. No sistema financeiro, a incidência de assimetrias
de informação:
a) Tenderá a ser tão mais intensa, quanto maior o
nível de iliteracia financeira da população.
b) Mais do que uma das demais é verdadeira.
c) Pode ter origem no desconhecimento que os de-
vedores mantenham sobre a legislação aplicável
a contratos de empréstimo.
d) Pode ter origem na circunstância de, num contra-
to, o credor não dispor de informação atualizada
sobre a situação financeira do devedor.
 Prova Global 
5. O estudo das propriedades matemáticas das ‘obriga-
ções perpétuas’ permite melhor compreender:
a) Mais do que uma das demais é verdadeira.
b) Porquê, para maturidades cada vez mais longas,
a relação convexa entre preço e yield, típica de
uma obrigação clássica, converge para uma rela-
ção de tipo linear.
c) O modo como o prazo remanescente até à matu-
ridade influencia a composição do ‘justo valor’
de uma obrigação clássica.
d) Como, para prazos de vencimento cada vez mais
longos, a taxa de juro de cupão tem uma influ-
ência cada vez menor na determinação do ‘justo
valor’ de uma obrigação clássica.
6. A representação gráfica de uma ‘yield curve’ ilus-
tra:
a) A evolução das taxas de juro de mercado ao lon-
go de um período.
b) Nenhuma das demais é verdadeira.
c) A evolução, ao longo de um período, do diferen-
cial entre taxas de juro de prazos distintos.
d) O risco de mercado implícito em obrigações com
diferentes prazos, aferido num dado momento.
7. Faz hoje 2 anos, você investiu € 85 num cupão-zero
com prazo de 3 anos e valor nominal de € 100. A
que preço teria hoje de vender a obrigação, de mo-
do a realizar um holding period return anual de
5,0%?
a) Aproximadamente € 95,238.
b) Aproximadamente € 93,713.
c) Aproximadamente € 98,398.
d) Nenhuma das demais é verdadeira.
8. Num empréstimo colateralizado, o indicador ‘Loan-
to-Value’ (LTV) consiste no rácio entre (i) o mon-
tante de capital em dívida (numerador) e (ii) o valor
atribuído ao colateral dado em garantia pelo deve-
dor (denominador). No cálculo da ‘Perda Esperada’
(Expected Loss, EL) associada:
a) A EL deve aumentar, caso o banco reveja em alta
o valor atribuível ao ativo dado em colateral.
b) O parâmetro ‘Probabilidade de Incumprimento’
(Probability of Default, PD) depende inversa-
mente do rácio LTV.
c) O parâmetro ‘Perda em Caso de Incumprimento’
(Loss Given Default, LGD) deve estar positiva-
mente correlacionado com o rácio LTV.
d) Mais do que uma das demais é verdadeira.
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9. No cômputo da ‘Perda Esperada’ (Expected Loss,
EL) associada a um empréstimo concedido por um
banco, deve assumir-se que:
a) Ao longo do prazo do empréstimo, o parâmetro
‘EAD’ (Exposure at Default) se mantém igual ao
montante inicialmente emprestado.
b) O parâmetro ‘PD’ (Probability of Default) não
deve ter em consideração fatores ou circunstân-
cias externos à pessoa do devedor, tais como o
clima macroeconómico geral.
c) Nenhuma uma demais é verdadeira.
d) O parâmetro ‘PD’ (Probability of Default) está,
em regra, inversamente correlacionado com o pa-
râmetro LGD (Loss Given Default).
10. Enquanto medida do impacto causado por um cho-
que no yield to maturity no preço de uma obrigação
clássica, a duration de Macaulay pode não ser total-
mente fidedigna, dado que:
a) Mais do que uma das demais é verdadeira.
b) A mera detenção da obrigação expõe o investidor
a ‘risco de reinvestimento’.
c) Por exemplo, a duration sobre-estima o real im-
pacto no preço de um choque positivo no yield to
maturity.
d) A relação entre o preço de mercado e o valor no-
minal da obrigação é linear.
11. Num contrato de empréstimo em regime de renda
com pagamentos periódicos, e supondo tudo o mais
constante:
a) Quanto mais longo o prazo do empréstimo, mais
elevado o valor da prestação periódica.
b) Quanto mais elevada a taxa de juro contratual,
menor o valor da prestação periódica.
c) Mais do que uma das demais é verdadeira.
d) Quanto menor o montante emprestado na data de
originação do contrato, menor o valor da presta-
ção periódica.
12. No último ano, a taxa de inflação em Portugal au-
mentou 7 pontos percentuais (i.e., 700 bps), en-
quanto as taxas de juro nominais de mercado para o
prazo de 1 ano subiram 2,8 pontos percentuais (i.e.,
280 bps). Então, no mesmo período:
a) A taxa de juro real para operações com prazo de
1 ano aumentou cerca de 420 bps.
b) Terão ocorrido transferências significativas de ri-
queza entre credores e devedores.
c) Nenhuma das demais é verdadeira.
d) O poder de compra dos credores aumentou, à
custa do poder de compra dos devedores.
 Prova Global 
13. Um banco é titular de uma obrigação clássica, que
gere em base ‘Hold-to-Collect’ (HTC). Então, em
cada momento, o valor pelo qual a obrigação deve
ser mensurada no Balanço corresponde:
a) Ao valor de todos os fluxos de caixa contratuais
futuros cujo pagamento seja devido pelo emiten-
te, atualizados ao yield to maturity que, em cada
momento, o mercado defina como apropriado pa-
ra fixar o preço da obrigação.
b) Ao respetivo valor nominal.
c) Ao preço de aquisição, deduzido dos valores dos
cupões liquidados no passado.
d) Ao valor de todos os fluxos de caixa contratuais
futuros cujo pagamento seja devido pelo emiten-
te, atualizados ao yield to maturity inerente ao
preço originário de aquisição.
14. Um banco aceita hoje um depósito a prazo, no
montante de 100 mil euros, pelo prazo de 3 meses,
renovável. O banco assume que o cliente renovará
sucessivamente o depósito, pelo mesmo montante e
prazo, desde que a taxa de juro contratual acompa-
nhe as oscilações nas taxas de juro de mercado. O
banco admite ainda ser provável que, nas 2 próxi-
mas semanas, a taxa de juro de mercado a 3 meses
suba 200 pontos-base, estabilizando então nesse no-
vo patamar. Com referência ao mesmo depósito, e à
luz do ‘Modelo de Repricing’, o banco antecipará
que este choque afete a ‘Margem Financeira’ (MF)
esperada num horizonte de 1 ano, nos seguintes
termos:
a) O choque na taxa de juro não afetará a MF.
b) Uma redução da MF em 1 500 euros.
c) Uma redução da MF em 2 000 euros.
d) Um aumento da MF em 2 000 euros.
15. À presente data, um banco mantém diversos regis-
tos a débito na categoria ‘Reservas de Outro Rendi-
mento Integral’, integrante do ‘Capital Próprio’. À
luz da norma IFRS 9, tais registos poderão, entre
outros motivos, dever-se a:
a) Perdas acumuladas de ‘justo valor’, geradas por
obrigações ainda detidas em carteira e geridas
em base ‘Hold-to-Collect-and-Sell’ (HTCS).
b) Perdas com origem em correções do valor conta-
bilístico atribuído a obrigações originariamente
adquiridas a preços ‘acima do par’, ainda detidas
em carteira e geridas em base ‘Hold-to-Collect’
(HTC).
c) Ganhos de ‘justo valor’ gerados por obrigações
alienadas no mês passado e cuja gestão decorreu
em base ‘Hold-to-Collect-and-Sell’ (HTCS).
d) Ganhos de ‘justo valor’ gerados por obrigações
ainda detidas em carteira e geridas em base
‘Hold-to-Trade’ (HTT).
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16. Na banca de retalho, o risco de liquidez a que um

19. Num banco, a distinção entre ‘Capital Primário’
banco está exposto será, nas mais das vezes, tão
(Tier 1) e ‘Capital Secundário’ (Tier 2) está asso-
mais intenso:
ciada:
a) Quanto mais baixo o peso do ‘Banking-Book’
a) Ao facto de apenas o capital Tier 1 poder ser alo-
(numerador), em proporção do ‘Trading-Book’
cado à cobertura de pagamentos que o banco seja
(denominador).
obrigado a efetuar.
b) Quanto mais elevado o rácio ‘Transformação de
b) À faculdade de um item elegível para os ‘Fundos
Depósitos em Crédito a Clientes’ (Loan-to-De-
Próprios’ poder ser – ou não – imediata e incon-
posits, LTD).
dicionalmente afeto à cobertura de perdas.
c) Quanto mais baixo o diferencial entre o prazo
c) Ao facto de apenas o capital Tier 2 poder ser alo-
médio dos ativos financeiros e o prazo médio dos
cado à cobertura de perdas originadas por even-
passivos financeiros que integrem o Balanço.
tos de risco operacional.
d) Quanto mais elevado o valor de Balanço do ‘Ca-
d) Mais do que uma das demais é verdadeira.
pital Próprio’.
20. Sejam três obrigações clássicas, com caraterísticas
17. Ao contrário das ‘obrigações clássicas’:
idênticas, excepto quanto ao rating dos emitentes
a) As ‘obrigações subordinadas’ conferem ao seu ti- (escala S&P): o rating do emitente ‘Alpha’ é ‘A+’;
tular privilégios creditórios de grau superior aos o do emitente ‘Beta’ é ‘A–’; e o do emitente
fruídos pelos ‘credores gerais’ (ou ‘credores co- ‘Gama’ é ‘AAA’. Então:
muns’) do mesmo devedor.
a) O yield de mercado das obrigações ‘Alpha’ deve
b) As ‘obrigações garantidas’ estão cobertas por ga- exceder o yield das obrigações ‘Beta’.
rantias especiais, as quais eliminam a possibili-
b) Nenhuma das demais é verdadeira.
dade de ocorrência de eventos de incumprimen-
to (default events). c) As obrigações ‘Gama’ terão a mais baixa volati-
lidade, aferida pela duration de Macaulay.
c) Nenhuma das demais é verdadeira.
d) O prémio de risco de crédito que o mercado pos-
d) As ‘obrigações com claúsulas put’ asseguram ao
sa exigir a ‘Beta’ não deve ser superior ao exigí-
devedor o direito de amortização antecipada do
vel a ‘Alpha’.
capital em dívida, em uma ou mais datas, nos ter-
mos estabelecidos nas condições de emissão do
empréstimo.
18. O ‘risco de garantia’ inerente a um empréstimo
concedido por um banco a um cliente:
a) Traduz a possibilidade de a inflação a posteriori
observada poder vir a exceder a inflação ab initio
esperada pelo credor.
b) Nenhuma das demais é verdadeira.
c) Acentua-se, caso ocorra a desvalorização do co-
lateral afeto à cobertura do risco de crédito ine-
rente ao empréstimo.
d) Não afeta o valor da ‘Perda Esperada’ (Expected
Loss, EL) que o banco associe ao empréstimo.

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