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Da Domesticação ao Melhoramento
de Plantas
1
Charles R. Clement
2
Aluízio Borém
3
Maria Teresa G. Lopes
Introdução
A espécie Homo sapiens sapiens é dominante no planeta porque
aprendeu a domesticar fogo, paisagens, plantas, animais e microrganismos –
tudo mais é consequência da disponibilidade de recursos de subsistência que
permitiu o crescimento populacional e a divisão de tarefas característica de
sociedades complexas. Os termos “dominante” e “domesticar” são similares;
ambos possuem o mesmo sufixo latino: domo-, dom-, domato-, domat-. Dominar
é “ter controle ou autoridade sobre algo”, enquanto domesticar é “acostumar à
vida de casa” ou “trazer para dentro de domus” (casa). A casa é o local onde uma
família tem controle do que se passa.
O conceito de domesticação é familiar a todos, embora raramente tenha
uma definição clara e objetiva. Uma busca no site <www.amazon.com> resulta
em dezenas de livros sobre a domesticação do homem pela mulher (e em alguns
títulos vice-versa), a domesticação do cachorro e do gato (e a domesticação dos
humanos pelos gatos) e até as domesticações que nos interessam aqui. O
conceito é tão familiar, que Darwin (1859) começou o livro “A origem das espécies”
tratando de domesticação como exemplo prático de evolução – foi Darwin que
1
Engenheiro Agrônomo, M.S., Ph.D. e Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia. E-mail: charlesr.clement@yahoo.com.br
2
Engenheiro Agrônomo, M.S., Ph.D. e Professor da Universidade Federal de Viçosa. E-mail:
borem@ufv.br
3
Engenheira Agrônoma, M.S., D.S. e Professora da Universidade Federal do Amazonas. E-
mail: mtglopes@ufam.edu.br
12 Da Domesticação ao Melhoramento de Plantas
inclusive com carvão (Roosevelt et al., 1996), mas não há informação sobre seu
uso para manejar ecossistemas locais, embora isso seja provável. O manejo de
ecossistemas com fogo é o início da domesticação da paisagem.
A domesticação da paisagem é um processo, em parte inconsciente e em
parte consciente, em que a intervenção humana na paisagem tem como
consequência mudanças ecológicas na paisagem e na demografia de suas
populações de plantas e animais, resultando numa paisagem mais produtiva e
segura para humanos (Clement, 1999a). Por ser um processo, existe um contínuo
de classes de domesticação da paisagem que dependem do grau de esforço
usado e de outras técnicas, além do fogo, em combinações variadas:
Promovida: uma paisagem em que plantas individuais e, ou, populações
de plantas úteis são favorecidas por meio de eliminação ou poda de algumas
plantas competidoras ou a expansão da transição florestal, especialmente com o
uso de fogo.
Manejada: uma paisagem na qual a abundância e diversidade de
populações de plantas úteis são favorecidas por meio de eliminação de plantas
competidoras, expansão da transição florestal (fogo), transplante de mudas ou
sementes individuais, uso de adubos e outras formas de reduzir competição com
indivíduos não desejados ou melhorar o ambiente para maior crescimento e
reprodução das plantas desejadas.
Cultivada: uma paisagem totalmente transformada pela eliminação do
ecossistema original por meio da derrubada e queima do ecossistema original,
aração localizada ou extensiva, eliminação de plantas daninhas, poda, adubação
e uso de coberturas mortas ou vivas, irrigação e outras técnicas em qualquer
combinação para favorecer o crescimento e a reprodução das plantas semeadas
e das voluntárias toleradas.
Das definições apresentadas, é evidente que as atividades humanas criam
espaços antropogênicos importantes em paisagens domesticadas. Alguns desses
espaços têm relações importantes com a domesticação de populações de plantas.
O espaço mais comum em qualquer ambiente é o depósito de resíduos ou
lixo – todo acampamento humano, por mais simples e menos durável, possui um
lixão (Anderson, 1952). Antes da domesticação de populações de plantas, os
lixões foram ambientes de acúmulo de resíduos orgânicos de todos os tipos,
criando novos nichos na paisagem, onde determinadas espécies se adaptem
melhor. A maioria dessas espécies hoje é chamada de plantas daninhas pelos
agrônomos e pioneiras pelos ecólogos, e algumas deram origem a cultivos
importantes (Anderson, 1952; Hawkes, 1983; Harlan, 1992). É possível que os
lixões também tenham dado origem aos jardins e pomares domésticos (Lathrap,
1977), pois também acumulam plantas úteis.
Clement, Borém e Lopes 15
Da Domesticação da Paisagem à
Domesticação das Plantas
A maioria absoluta das paisagens domesticadas foi desenvolvida para
favorecer ou controlar as populações de plantas e animais presentes nelas. As
mudanças no ambiente natural resultantes da intervenção humana criam novas
pressões seletivas sobre as populações de plantas. Se o homem também seleciona
algumas características nessas populações ou traz novas populações de plantas
para as paisagens domesticadas, o processo de domesticação de plantas se
inicia.
A domesticação de populações de plantas é um processo coevolucionário,
em que a seleção realizada por humanos em populações de plantas promovidas,
manejadas ou cultivadas resulta em mudanças de frequências alélicas das
populações, tornando-as mais úteis ao homem e mais bem adaptadas às
intervenções humanas no ambiente (Clement, 1999a). Essa definição levanta a
seguinte questão: por que a domesticação seria um processo coevolucionário e
não simplesmente um processo de evolução direcionada das espécies? A razão
é simples: ambos os participantes do processo são beneficiados – as populações
de plantas crescem em número e as populações humanas também. Note-se que
sucesso reprodutivo é sucesso evolutivo. A sociedade humana é tão dependente
de suas espécies vegetais e animais coevoluídos, que a eliminação dessas
espécies causaria a morte da maioria da população humana atual, restando apenas
aqueles grupos étnicos que não tenham desenvolvido essa dependência na
produção de alimentos.
Como no caso da domesticação de paisagens, a domesticação de
populações de plantas é um processo em que existe um contínuo de classes de
domesticação. Neste caso, o contínuo é definido pelo grau de modificação dos
fenótipos e o grau de mudança nas frequências alélicas dos genes que expressam
os caracteres fenotípicos modificados:
Incidentalmente coevoluída – uma população voluntária que se adapta
a ambientes perturbados pelo homem, possivelmente sofrendo mudanças
genéticas, mas sem seleção ou outra intervenção humana. Estas populações
Clement, Borém e Lopes 17
uma terminologia comum (Leach, 1997). Os tipos mais claros são a horticultura
[hortus (planta de jardim), a cultura (arte de cultivar)] e a arboricultura [arbor
(árvore) e cultura], mas combinações desses tipos certamente foram mais comuns
do que exemplos puros de um ou outro. Observe que não houve agricultura
[agri (campo) e cultura] nas Américas até a chegada dos europeus com seu
sistema de produção, que se originou nos campos do Oriente Médio. O fator
que mais diferencia esses sistemas de produção é o manejo de plantas individuais,
na horticultura e na arboricultura, e o manejo de populações de plantas, na
agricultura.
A Questão de Intencionalidade
Darwin (1859) foi o primeiro a levantar a questão de intencionalidade nas
discussões sobre a origem e a domesticação de plantas cultivadas. Ele usou a
terminologia seleção inconsciente e seleção metódica e, como bom eurocentrista,
afirmou que povos primitivos praticavam seleção inconsciente e povos civilizados
(como os ingleses, é claro!) praticavam seleção metódica. Ao longo do século
passado, a seleção inconsciente foi defendida por muitos cientistas naturais e a
seleção metódica ou consciente, por muitos cientistas sociais, embora sempre
com um pouco de apoio para a outra escola.
Rindos (1984) apresentou uma visão neodarwinista, argumentando que
a origem da agricultura é um exemplo da evolução de um mutualismo típico de
Clement, Borém e Lopes 21
apenas um fator para cada característica a ser transmitida. A segunda lei trata do
princípio da segregação independente dos caracteres, ou seja, cada característica
hereditária é transmitida independentemente das demais. Na terceira lei, Mendel
formulou o conceito da dominância, em que os seres híbridos apresentam um
caráter dominante que encobre o chamado caráter recessivo, segundo
determinadas proporções. O sucesso de suas experiências deve-se principalmente
à escolha da espécie que ele usou nos cruzamentos e ao fato de as características
estudadas apresentarem controle genético sem grande complexidade.
O trabalho de Mendel só foi reconhecido no meio científico a partir do
início do século XX, tendo sido precursor dos posteriores estudos dos cientistas
Hugo de Vries, Karl Correns e Erich von Tschermak. Esses três pesquisadores
realizaram, independentemente, muitas experiências baseadas na obra de Mendel,
tendo então chamado a atenção do mundo científico para as descobertas de
Mendel, atribuindo a ele a descoberta das Leis da Hereditariedade (Keller, 2002).
A fusão da teoria de Darwin com o entendimento da hereditariedade
levou a uma compreensão clara dos mecanismos evolutivos e permitiu a
unificação da biologia. Muitos estudos posteriores mostraram que os mecanismos
de herança podem variar de acordo com a espécie e a população utilizadas e que
as teorias de Mendel não são válidas para todas as situações. Posteriormente,
foi demonstrado que a dominância não é o único tipo de relação gênica existente.
Um único gene pode ser responsável pela transmissão de mais de um caráter
(Griffiths et al., 1996). No entanto, será sempre atribuído a Mendel o primeiro
grande salto na história da ciência quanto à formulação das teorias sobre os
mecanismos da transmissão de caracteres hereditários.
A teoria da evolução de Darwin sofreu um forte impacto das novas
descobertas científicas, que passaram a ser chamadas de genética, iniciadas
com a divulgação do trabalho de Mendel. Tornou-se claro que a matéria-prima
da evolução é a variação entre alelos dos genes e as suas leis de transmissão de
uma geração a outra, em nível populacional. A união das ideias de Darwin com as
noções da mecânica da transmissão do material hereditário originou a teoria
moderna da evolução, também conhecida pelo nome de neodarwinismo (Futuyma,
1992).
Melhoramento Genômico
A genética ainda é uma ciência relativamente nova, pois só recentemente
completou seu primeiro século, desde a redescoberta das suas “leis”, propostas
por Gregor Mendel. Neste curto período de existência, esta ciência avançou
muito, desde os conceitos de segregação alélica até o sequenciamento do genoma
das espécies. Essa fase mais recente inaugura a era da genômica.
A pesquisa genômica é baseada em tecnologias modernas e eficientes
que permitem obter, analisar e interpretar grandes quantidades de dados de
sequências de DNA. As estratégias de análise genômica permitem localizar genes
de interesse em qualquer parte do genoma, identificar aqueles que controlam as
características estudadas ou, ainda, analisar a expressão de milhares de genes
simultaneamente. Essa integração de conceitos, de métodos e de tecnologias
domina as discussões sobre o desenvolvimento de estratégias mais eficientes
na geração de novas variedades.
Não há dúvidas de que o chamado melhoramento genético clássico tem
sido o responsável direto pelo desenvolvimento de cultivares mais produtivos
ou com maior qualidade no último século. Em torno desses avanços,
desenvolveu-se, por exemplo, o importante setor do agronegócio de sementes e
produtos vegetais. O exemplo mais clássico é o do milho híbrido. Em regiões
tradicionalmente produtoras de grãos, estima-se que o incremento de
produtividade devido a alterações genéticas realizadas pelos programas de
melhoramento genético de milho tenha sido da ordem de 74 kg por hectare/ano,
no período de 1934 a 1991 (Duvick, 1997). Nesse estudo, evidenciou-se que o
incremento de produtividade esteja relacionado ao melhoramento para resistência
a estresses bióticos e abióticos das variedades, ao mesmo tempo em que foi
mantida a capacidade de produção em condições de baixo estresse. Todavia, a
inserção de um único gene, via introgressão de alelo, de interesse econômico de
uma espécie silvestre para um cultivar-elite, ou de um conjunto de genes, tem
sido responsável pela movimentação e pelo crescimento de setores inteiros do
agronegócio. Um exemplo conhecido é o do impacto de genes associados ao
controle do teor de sólidos solúveis em tomate (Solanum lycopersicum),
Clement, Borém e Lopes 29
Avanços da Genômica
Evidências experimentais têm sugerido que os incrementos de ganho em
produtividade vão depender cada vez mais de modificações genéticas das plantas
do que de mudanças no sistema de produção (práticas agronômicas) ou no meio
ambiente. Aliás, a importância do melhoramento de plantas, comparado a outras
30 Da Domesticação ao Melhoramento de Plantas
variáveis, tem sido notável, como demonstrado em estudos que analisam o impacto
do melhoramento genético em relação a outros fatores associados a modificações
dos meios de produção (Fehr, 1984; Smith e Smith, 1992). Isso, em parte, é devido
a uma preocupação cada vez maior com a utilização sustentável dos recursos
naturais. As pressões advindas do uso racional de energia, água, defensivos
agrícolas e fertilizantes, por exemplo, requerem o desenvolvimento de novos
cultivares adaptados a essas restrições, sem comprometer a produtividade da
espécie. O entendimento do desenvolvimento varietal por meio das tecnologias
genômicas é um dos desafios que provavelmente alçará a produtividade agrícola
a novos patamares. É nesse aspecto que uma série de avanços recentes da análise
genômica terá impacto determinante, como a seguir exemplificado.
nossos principais cultivos, bem como para os que estão começando a ser
melhorados agora.
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